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Palavras de Isabela,
minha vida,
talvez você não perceba entre linhas, mas não me responsabilizo
eu só tinha que aproveitar este momento para isso
você percebe como estou me sentindo no momento?
o corpo e a mente tomados por um mesmo sentimento
uma dor tão intensa, roubando toda a minha energia
eu nem sabia que era capaz de sentir tanta agonia
se me frustro ao extremo, como escapo do profundo?
escrevendo sobre a dor, que não é a maior do mundo
mas que agora, em meu ser, me deprime de uma forma
que eu não vejo uma saída, no depois e nem no agora
e me sinto assim tão mal que não quero nem fugir
do que amarra minhas mãos e segura os pés assim
eu nem olho para os lados, para buscar aonde ir
e não vejo diferença, se eu ficar ou se eu sair
eu me assusto com a tristeza que produz essa apatia
mesmo podendo admitir que é uma velha conhecida
companheira habitual, de noites insones a dias à toa
e quando estou com ela, sou a sombra de meus arrependimentos,, raiva, ódio,
eu não gosto de sentir que sou sombra de mim mesma
mas há dias em que até tento, mas não escapo da tristeza
para poupar a pouca energia que possuo nestes segundos
mesmo que eu não consiga expressar toda a dor que sinto agora
desabafo em uma verborragia que poderia durar muitas horas, dias, noites,
um poema sem fim sobre a minha frustração
eu poderia escrever linhas sem fim sobre o sal da decepção
eu poderia brincar com as palavras até o corpo secar de chorar
eu poderia me esconder no banheiro até os olhos drenarem a alma
eu poderia fechar os meus olhos sem ter que contar os minutos, segundos, milésimos,
eu poderia escrever sem parar o poema
você pode ter lido mais tristes, e não tenho nada a ver com isso
se houver uma classificação de tristezas, solidão, explosão me sentindo abandonada, aguarde, pera ai,
talvez daqui a muitos minutos, eu veja minha própria melhora
mas é apessoa como me sinto agora
e porque me sinto assim, para mim, que é o que importa,
em cada uma das palavras, mesmo que ninguém as veja
está a mais profunda dor e a mais terrível das tristezas
e não importam os motivos, importa como eu me sinto
pois não queria estar assim, e não estava há pouco tempo
e não sei como vou estar após o fim deste tormento
e nem sei se eu vencerei essa tristeza e seu veneno
que apatia para escrever, que desânimo para terminar
tanto derramo essa minha dor — e ela não para de jorrar
mas se há uma fonte em mim, produzindo-a sem parar
se eu parar de despejá-la, de que vai adiantar
de como se sente a humana que, agora, é uma meia pessoa,
não consegue ser tão triste quanto aquela que o escreve.
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O sonho noturno é amiúdo como a chuva que leva e traz.
Leva o que não presta e traz o que me atrai
O arauto declara que o sonho jaz!
A morte chegou!
Levanto e saio pela rua, sinto o orvalho bater em minha face, que sorte!
Ainda sinto o gosto da chuva, que sorte!
O arauto da morte ainda não me levou!
Sinto o cheiro da putrefação, mas ainda tenho sorte!
O odor vem dos que já se foram, esses não são meus momentos derradeiros,
Entregar-me-ei nos braços de Isabela e meu sono será breve,
A morte não ceifará o mel dos lábios meus,
Pois apesar de venerá-la, não me deitarei com ela,
Ela não possuirá meu corpo, meu doce gozo, a minha libido.
O meu sexo está vivo e ainda que a morte venha me cortejar,
Sei que a ela jamais vou me dar!
Poesia # arte # saudades #
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Noite sem fim,
Este mal que, aqui dentro de mim,
Vorazmente corrói-me a entranha,
Que me mata, aos poucos assim,
Sem que eu possa dar nada em barganha;
Este mal é o meu fim, eu já sei:
O prenúncio da mais longa treva,
No horizonte eu já vislumbrei
E é pra lá que este mal só me leva…
Braços dados com a morte eu já vou
E, meu corpo banquete será
Para os vermes que a terra gerou…
Mas, meu Deus vai ter pena de mim,
E essa noite de treva infinita,
Será dia, será luz, luz sem fim!
Este mal que, aqui dentro de mim,
Vorazmente corrói-me a entranha,
Que me mata, aos poucos assim,
Sem que eu possa dar nada em barganha;
Este mal é o meu fim, eu já sei:
O prenúncio da mais longa treva,
No horizonte eu já vislumbrei
E é pra lá que este mal só me leva…
Braços dados com a morte eu já vou
E, meu corpo banquete será
Para os vermes que a terra gerou…
Mas, meu Deus vai ter pena de mim,
E essa noite de treva infinita,
Será dia, será luz, luz sem fim!
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