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Confusão e muita gritaria
Passei praticamente mais de um mês sem escrever nada aqui, eu sei.
No inicio eu apenas não tinha nada pra dizer. As aulas recomeçaram, em formato virtual, no comecinho de maio e surpreendentemente as atividades e lições tomaram todo o meu tempo (e toda a minha sanidade também). Dessa forma, não tive tempo para assistir coisas, bordar ou fazer coisas que demandassem mais de 30 minutos e não fossem relacionadas à administração ou T.I. Até eu (como diz aquela velha expressão da qual eu uso muito) chutar o pau da barraca. E, bom, agora eu tenho o que falar por aqui.
O ultimo mês pode ser descrito como um completo caos. Minha vida parece ter entrado em um colapso e agora eu me sinto como naquele desenho do cachorrinho tomando café em uma sala pegando fogo enquanto diz ”This is fine!”. Como se não bastasse a loucura em que o mundo está - com uma pandemia acontecendo e pessoas morrendo o tempo todo por causa de um vírus inédito - a minha vida pessoal também entrou no modo “confusão & gritaria”. Perdida e desacreditada em mais coisas do que eu poderia descrever: é assim que estou agora. Mas fique, tranquilo, querido leitor, pois tentarei não passar o resto desse post reclamando da vida. Imagino que as coisas estejam difíceis não só por aqui.

No meio da bagunça que as coisas andam, meus melhores amigos têm sido o meu cobertor cor-de-rosa me fazendo companhia durante as manhãs e web festas movimentando os meus fins de semana. Sim, festinhas virtuais organizadas na plataforma Zoom. Eu sei que muita gente acha o conceito de webfestas algo muito deprimente, mas acredito que seja justamente o contrário: é uma oportunidade de conhecer pessoas diferentes e um motivo para se produzir e dançar a noite inteira - mesma se for em cima da cadeira do seu escritório.
Posso dizer que, além de tudo, é ótimo ter algo pelo qual esperar, com dia e horário marcado. A sensação de não saber exatamente quando as coisas vão melhorar e quando poderemos sair é algo que me consumiu de forma péssima e ininterrupta durante o inicio da quarentena. Acho que criar formas de fazer a estadia em casa 24 hrs por dia ser um pouco mais leve é não apenas válida, mas também extremamente necessária. E, assim, sigo tentando tornar um hábito festejar durante as noites de sexta - mesmo que não estejam tão claros os motivos pra isso.

Mês passado assisti uma série que há meses eu queria dar uma olhada, mas que não pude fazer isso por não ter tempo e nem conta na Netflix (aqui em casa nós demos certa prioridade aos serviços da Amazon). Estou falando de “I Am Not Okay Wtih This”, série que conta com Sophia Lillis e Wyatt Oleff (ambos de “IT- A Coisa”) no elenco. A primeira temporada contém apenas 7 episódios e é baseada no quadrinho de mesmo nome, escrito pelo autor Charles Forsman.
Comecei a ouvir falar sobre a série lá no comecinho do ano, por causa do elenco, e confesso que antes mesmo da estreia do seriado eu já sentia que iria gostar da história. E realmente gostei. Sofri com o fato de que o personagem do Wyatt Oleff, o Stan (o mesmo nome de seu personagem em “IT”, coincidentemente), ser apenas ficcional e, dessa forma, não poder virar meu amigo - o garoto é um fofo e tem uns gostos ótimos. A protagonista, Syd, também é incrível. Sofri também com o fato de a série ser tão curta, e agora aguardo ansiosamente por uma segunda temporada, já que o final dessa primeira arrepiou todos os pelos do meu corpo.
Se você gosta de séries como “The End Of The Fucking World” e “Stranger Things”, tenho certeza de que vai curtir também. IANOWT é basicamente uma fusão completamente única dessas duas séries que citei anteriormente e, é claro, recomendo demais se você estiver a procura de algo rápido e interessante parra assistir nas horas vagas.
E é isto.
Em breve volto para falar de alguma outra coisa.
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Reflexões de quarentena e horas vagas
Estamos em maio e estou desacreditada com o quão rápido esse último mês passou. Lembro bem que nessa mesma época, no ano passado, eu parei algumas vezes para refletir em como estaria a minha vida agora. E, em maio de 2020, tudo parece um grande e quente caos tedioso e de baixo orçamento. É maluco para mim pensar no quão diferentes as coisas estão agora.
E, com esse clima de reflexão barata talvez ocasionada pelo sono, eu dou inicío ao post de hoje.
Re-assisti nessa última semana o filme Juno quase 10 anos depois de o ter assistido pela primeira vez. Se você viveu dentro de uma caverna sem internet nos últimos anos e nunca ouviu falar sobre esse filme, aqui vai um breve resumo: a protagonista, Juno (interpretada pela atriz Ellen Paige), se descobre grávida em plena adolescência e decide encontrar uma família para cuidar do seu bebê. O resto é história e você descobre assistindo.
O filme é de 2007 e conta com o Michael Cera no elenco - assim como a maior parte dos filmes no mesmo estilo que foram lançados na época. O longa chegou a receber alguns prêmios e tudo o mais, e foi nesse cenário que a Anna Carolina de 6 aninhos de idade assistiu ao filme pela primeira vez. As únicas lembranças que eu tenho disso são o ronco dos meus pais e a minha empolgação por ter sido a única da minha família a ter permanecido acordada e assistido até o fim.
Talvez isso seja meio óbvio pra quem me conhece ao menos um pouquinhozinho, mas preciso dizer que a parte que mais gostei do filme todo foi a trilha sonora (que conta com Belle & Sebastian, Sonic Youth e Cat Power) e as referências musicais que os personagens fazem ao longo da história (a protagonista, Juno, diz amar igualmente Patti Smith eThe Runaways). E é exatamente por isso que eu acredito que eu não poderia ter escolhido momento melhor para assistir esse filme mais uma vez, depois de tanto tempo: são esses detalhezinhos que me fizeram curtir tanto o filme e, em alguns níveis, me identificar um pouco com traços da protagonista.
O filme também é tranquilo e possui um ar de coming of age que eu amo, tendo momentos super engraçados e outros que talvez tenham me deixado emocionada apenas por existirem (como a cena final, por exemplo).
Sim, eu amei o filme. E sim, a trilha sonora dele ficou por uns dias em repeat no meu Spotify.
No fim de semana passada eu decidi tentar algo que eu tinha vontade de voltar a fazer há tempos, mas que ainda não tinha criado coragem para tal: bordado. Mais especificamente, bordado em ponto cruz.
Minha avó me ensinou como bordar ponto cruz há muuuuuitos anos atrás, quando eu era bem novinha, e lembro que, na época, eu havia achado genial o conceito desse estilo de bordado. Com a quarentena e o excesso de horas vagas no meu dia, achei que esse seria o momento perfeito para que eu tentasse mais uma vez. E realmente era.
Como sempre acontece quando descubro uma nova habilidade, fiquei obcecada. E continuo obcecada por isso, sendo sincera. Bordar tem sido uma atividade extremamente relaxante e me ajudado a passar por alguns momentos complicados dessa quarentena com um pouco mais de calma. E a sensação de finalizar um projeto é sempre ótima.
O mais legal de bordar é que, ao contrário do crochê (outra coisa que eu AMO), eu consigo assistir tv, ouvir podcasts e fazer outras coisas que possam me distrair ao mesmo tempo. E, sabendo disso, passei os últimos dias assistindo as temporadas 6 e 7 de How I Met Your Mother pela, sei lá, quinta vez eu acho (já perdi as contas de quantas vezes re-assisti essa série). E foi muito bom.
Abaixo, algumas fotos dos bordados que tenho feito:


Por último, gostaria de compartilhar aqui uma descoberta musical recente: um EP acústico e antigo (de 2005!) do Fall Out Boy, chamado "My Heart Will Always Be The B-Side To My Tongue". Nele, há um cover da música "Love Will Tear Us Apart", do Joy Division, além de versões acústicas de músicas lançadas posteriormente, como "Nobody Puts Baby in the Corner", por exemplo.
É um EP muito bom e recomendo fortemente para quem, assim como eu, curte bastante a banda.
enfim, é isto.
Até!
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Talvez eu tenha perdido a noção do tempo e também chorado com o final de Fleabag
O tempo tem passado de uma forma bizarra: não sei mais quando que foi semana passada, não sei quando é segunda ou quando é terça e, principalmente, não sei quando o dia de fato termina. Dessa forma, é impossível definir com precisão quando realmente fiz algo ou não. Posso dizer que li algo semana passada mas, na realidade, isso pode ter acontecido há um mês sem que eu tenha percebido. Consequência do tédio da quarentena, talvez.
Então, dito isso, posso começar a falar. Semana passada eu terminei, finalmente, de ler Mrs. Dalloway, da Virginia Woolf. É claro, é bem provável que eu tenha terminado há duas semanas atrás, mas não sei bem se isso é verdade ou não. Posso ter terminado há muito mais tempo mas, dentro de mim, parece ter sido semana passada. Então peço que todos nós acreditemos que isso aconteceu semana passada.
Demorei muito tempo para ler esse livro pois a minha vida antes da quarentena estava uma correria: eu saía cedo de casa e voltava tarde, cansada e com várias tarefas escolares para fazer. Não tive tempo para ler. E então a quarentena chegou e eu demorei um pouco mais de tempo para terminar o livro pois, por ter ficado tanto tempo afastada dessa leitura, eu já não lembrava mais quem era quem na história, e isso me desanimou um tanto.
Acho importante - se não essencial - dizer aqui que me tornei uma grande fã dos livros de Virginia Woolf nesses últimos meses: só nas férias de verão, em janeiro, li três livros seguidos da mesma autora ("Um Teto Todo Seu", "Ao Farol" e "Entre Atos"). Neste livro, Mrs. Dalloway, a forma contínua na qual os fatos são apresentados na escrita da autora está ainda mais acentuada. Em um momento estamos aqui e, no outro, estamos lá. Se você não prestar atenção, pode se perder.
Mas, sendo sincera, a última página do livro foi a que me fez terminar a história com um quentinho no peito. A sensibilidade de Virginia é única, e torna a história toda especial - não é sobre um dia comum ou uma festa comum. É sobre laços, ternura e amor. Em alguns momentos, é também sobre a vida e quão crua e dolorosa e ela pode ser.
Enfim, Mrs. Dalloway é um livro incrível que ganhou meu coração facilmente. E é claro que eu não parei de ler os livros de Virginia aí - li outro livro, logo em seguida, e agora estou apaixonada por seus ensaios. Mas isso é assunto para outro post.
Terminei de assistir a segunda (e a primeira também) temporada de Fleabag há pouquíssimo tempo e, sendo bem sincera: tenho pensado muito na genialidade dessa série desde então.
Não vou dar a sinopse da série aqui pois esse é um lugar apenas para vomitar minhas opiniões sobre as coisas sem me estender muito, mas já adianto que Fleabag é uma série original da Amazon e da BBC (ou seja, você pode assistir pelo Amazon Prime) com apenas duas temporadas de mais ou menos 6 episódios cada.
Gosto como a primeira temporada foca nos problemas familiares e pessoais da Fleabag. É forte, talvez um pouco difícil de digerir, mas com um humor único e inegavelmente britânico. Inclusive, acho que é exatamente isso o que me faz gostar das séries produzidas pela BBC.
Mas, ah, a segunda temporada é realmente única, original, sensível e interessante. Conta uma história de amor no maior estilo Fleabag - ou seja, pouco convencional. E, mesmo com todos os momentos engraçadíssimos da série, eu continuo pensando sem parar no icônico momento final, onde o personagem do Andrew Scott conversa com a nossa querida protagonista e profere a resposta mais dolorosa para um "eu te amo":
Aliás, a participação do Andrew Scott nessa série é algo que merece um parágrafo inteiro. Gosto muitíssimo desse ator desde que assisti Sherlock - onde ele intepretava o intrigante e maluco Moriarty - e fiquei feliz em vê-lo nessa temporada. Aqui, o personagem dele, um padre novo no ramo, é muito mais simpático e amigável. E eu acho ele muito fofo. <3
Por fim, eu não poderia deixar de falar do detalhe que me fez ficar ainda mais encantada por essa série: a quebra da quarta parede. Se você que está lendo isso aqui já viu a série, sabe que as coisas são um pouco diferentes nessa segunda temporada. E eu amei a originalidade disso.
Enfim, tô ensaiando pra assistir de novo essa temporada, pois sinto saudades dos personagens.
é isto.
até!
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