Text
Demorei para perceber que nós não falamos a mesma lingua, ainda que nos pareçamos muito. Acreditei que tu me alcançavas. Me vias. Debaixo do emaranhado de todo aquele caos. Mas me deparei apenas com o meu desejo refletido em tua imagem. Tu não me vês. Não me alcanças. Estás do lado de fora, e se um dia eu te convidei à entrar, não quero mais.
Eu aprendi, sabe? A esconder tudo aquilo.
Ainda que tenha mudado de forma, algumas coisas continuam iguais. Mas por fora, por fora não. E é o que tu consegues ver.
0 notes
Text
Me atormenta pensar como nunca seremos capazes de nos entender. Não de fato. Não completamente. Não como se você estivesse em mim e eu em você.
E escrever também já não é mais o suficiente. Talvez nunca tenha sido. Porquê a liberdade aparente da escrita também se depara constantemente com a insuficiência da linguagem. E é aí que a comunicação falha; se quebra em milhares de partículas e chega imprecisa aonde quer que vá. É nesse momento que nascem os conflitos. É diante desse dilema que somos condenados à solidão.
Então se te relato o que é meu, tua compreensão alcança somente pedaços internos de experiências similares que tivestes. Mas a tua dor é diferente da minha dor. A minha felicidade é diferente da tua.
Ainda assim estamos fadados a olhar para dentro quando tentamos achar o outro. E desse modo, o outro diante de mim também sou eu. Também são minhas experiências. Também é o meu caos.
O outro em si, aquilo que não alcanço, parece se revelar no desconhecido; na incompreensão; na dúvida. Ao mesmo tempo, ele nos revela nossas falhas; nos mostra aquilo que na verdade não sabemos.
E aqui me encontro sozinha, mais uma vez.
0 notes
Text
Although all inconstancy
You saw me
You saw me
When I sent you that story I had written
Among every details
You saw me
Through all those pages
and
in each one of my works
You saw me
In all my messages
In each word spoken by my trembling voice
You saw me every time we drunk together
Or when you lent me your books
You saw me when you invited me to that reunion
Or when you asked me to read out loud for the first time
You saw me thought my fear to be seen
yet only you did.
You saw me when I said no to that wine
You saw me when I shared my deepest dream
You saw me when I tried to escape
You saw me when I cried
You saw me when I left
You saw me when I couldn’t see myself
You saw me and asked me to stay.
0 notes
Text
09.08.19
First, innocently, I saw blue. A pale shade contrasted by the brown sky during persistent rainy days. A subtle point I almost missed even though it was distinguished from everything around. Then the sun rose, brought by a gentle summer breeze, making the pale blue shade turn into a vivid brighter hue. I was drawn to it, like the opposite pole of a magnet; sucked as if that discrete point had suddenly become a black hole. However, the deeper I went, the more colours I saw, as if I had my private rainbow inscribed in an apart world with my new favourite colour palette. The pale blue was also gray, purple and green. Some days it was bright yellow and others deep black. I wanted to stay, because they enchanted me. I wanted to stay. But suddenly all colours swirled around me at a frequency I couldn't keep up with. And they turned into a blinding white: the result of all colours mixed; the white of absence.
0 notes
Text
All I couldn’t say
If I could
I would go back few weeks ago
To that day we meet
I would ask you for stay longer
And maybe
To drink more one of those pints
If I could
I would make you laugh more
I really like the sound that it makes
I would touch you more
And I’d kiss you since the first time you asked
I would see you more
And I’d talk to you more
And record you more
And teach you more Portuguese.
I would say that I like you more often
And how much special you are
I would cook you more dinners
And I’d shower with you
I would play more pool and never asked you to drive me home when I’d like to stay more.
But
I could’t see it ending
And I regret I didn’t enjoyed it more
Now
Your look keeps spinning
in my head
Everytime
I open my mouth
I can’t help it
Its you name I pronounce
I can’t avoid searching for you
In places I know you are not at
It’s impossible not to look at your street
Hoping to find your car
Everytime I take the 9
How many times I wished I had guts to leave the bus two stops before
Knock on your door
And ask you to stay more
But all I could say was
Im sorry, goodbye.
1 note
·
View note
Text
About the one I’ve never met
They grabbed me
Your words
On one of those
Nights
I was so numb
But I just dove
In you [r]
Feelings
Melancholy
I felt
You
So far away
So I tried
To get close
Still you pushed everyone
Away
I didn’t see your face
You didn’t trust I were real
You broke
I slipped
3 notes
·
View notes
Text
Se me arrependo de algo Foi de não ter alcançado o que estava diante de mim De não ter olhado Na direção que devia
Choveu em setembro. Em abril. Junho.
O sol brotou Escondido detrás de nuvens densas Ainda que noite
Não pude ver A neblina cegava O frio mordia
Havia calor Ainda assim Busquei me aquecer em doses de vinho Em camadas espessas de pano Cobri o corpo e corri
De algum modo O sol não estava para mim Porque eu não estava para o sol
1 note
·
View note
Text
Just drive
Take the long way
When I'm in your car
I'm in not hurry
To get
Anywhere
I just want to see
The lights
Of the sky
Tonight
There is no need in
Exchange words
Sometimes
They are unnecessary
And silence
Sounds better
Please
Take your time
I don't want to
Arrive now
I don't want to
Use my legs
Because every time I walk
I stumble
So, please
Please
Let me see the city
Through these windows
A little longer.
0 notes
Text
19.03.17
Hoje eu senti aquele medo de novo, aquele medo só por estar viva. Acho que o problema nunca foi o pensamento aparentemente aleatório e irracional. O que fode tudo, o que me dá vertigem é que ele nunca vem só - ao contrário de mim.
Ando me cansando tanto ultimamente de tudo, ainda que continue fazendo as mesmas coisas. Me pergunto se não voltei a ser aquela Amy criança que tapava o buraco com umas plantinhas mesmo sabendo que um dia não vai dar.
Ás vezes paro e penso que sou tão disforme, tão personagem, tão teatral. E não que seja falsa. Eu só não sei. Não sei das coisas. Tudo parece ser tão ambíguo, relativo, confuso, misturado, junto. Não dá pra separar quase nada. Até onde é bom e ruim? Até onde eu posso? Até onde eu devo?
Eu sempre quis me perder no mundo. Achei que assim poderia ser feliz de algum modo. Feliz até onde me cabe. Até onde dá pra ser. Tudo que consegui foi me perder em mim mesma. Às vezes eu caio pra fora, às vezes pra dentro. Pra dentro a queda é infinita até você dar um basta. Qual será o da vez?
Preciso me encontrar, eu sei. Mas a gente se encontra antes de morrer? A gente se acaba, se determina, se finda? Talvez eu nem saiba o que seja se encontrar ainda.
Temo não ser boa o suficiente. Não ser boa nas coisas que faço ou irei fazer, não ser boa comigo e não ser boa com os outros. Acho que eu doou. Por que eu sei diferente do que sinto?
Queria poder conversar com alguém e ao mesmo tempo estar só. Não me arrependo das coisas que fiz, mas isso não significa que eu não me sinta triste com elas.
0 notes
Text
Não quero mais tuas doses de cachaça, teu ego destroçado, teus conselhos impostos ditos três tons acima do necessário. Não quero mais teu francês atirado em mim, teu sotaque forçado de uma cultura que nem é tua, tua voz rouca tentando cantar uma canção do Chico. Não quero mais teus escarros ou teus braços ao meu redor fingindo me dar um conforto que tu não tens pra me oferecer. Também não quero teus filmes favoritos ou teus discos do Pink Floyd. Não quero mais saber de ti ou do teu toque, como se tu, de todos, soubesses me tocar. Eis aqui um fato: nunca soubeste. Mas, disfarçado de gentileza, tu vieste até mim e rompeste algo que era meu por direito. Nunca fui tua. Nunca estive contigo, mesmo nos momentos que compartilhamos lençóis ou segredos. Nem mesmo dividi o mesmo espaço contigo. Sequer estive completa nos instantes que compartilhamos. Só tiveste acesso a pedaços meus, pedaços estes que insististe em destroçar. Que sorte a minha! O que teria sido de mim se tivesse estado inteira pra ti? Finalmente te deixo ir, como se nunca estivesses estado aqui!
0 notes
Quote
After all the chaos The drama The men The alcohol The abuses The places The drugs The cigarettes The books The songs The rooms The emptiness The crying The euphoria The roads The movies The meds The therapy The poetry The pictures The invasions The fights The bruises The sadness The happiness The runnings The excuses The blocks The apologizes I finally found Me
3 notes
·
View notes
Text
She said something like I’m glad you’re here, and my heart stopped beating in a second with the little warmness I felt. It was so difficult for me to be there and she was truly happy with my company. For a second, I was happy too.
0 notes
Text
Wish you were here
Não adianta o sol pintar o céu de laranja às 6:30 da tarde, teus olhos ainda vão enxergar um insuportável cinza. E hoje você andou a cidade inteira duas vezes procurando algo sem saber que o que procura não está nas ruas. Teus bolsos continuam vazios assim como teu coração.
A apatia que tomou a tua calma, as incertezas que brotam de cada canto teu, tuas mãos geladas e teus olhos verdes, ainda que tristes… mesmo assim, eu queria que você estivesse aqui.
0 notes