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Pelas linhas do trem
o tempo escorre em trilhos de ferro,
memórias sacolejam no banco vazio,
cada estação, um pedaço do que fui.
Pelas linhas do trem,
as cidades passam como sonhos curtos,
rostos anônimos colam-se ao vidro,
olhos perdidos em horizontes partidos.
Pelas linhas do trem,
o passado acena com mãos invisíveis,
enquanto o futuro, quieto, espera
na próxima curva do trilho.
Pelas linhas do trem,
sou silêncio entre apitos e pontes,
sou viagem que nunca termina,
sou caminho e também partida.

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O que há em mim
Os dias passaram — e não, não se perderam no vazio.
Tudo nesta vida carrega um propósito oculto, e a vida, com suas dores e ternuras, moldou o que hoje sou: um sopro de resistência, um fragmento de luz e sombra, o meu mais verdadeiro eu.
E o que há em mim?
Há versos bordados na simplicidade dos dias, há verdades cruas, sem máscara, que pulsam baixinho no peito.
Há um canto antigo — cantigas de ninar que ainda embalam a criança adormecida que habita em mim.
Há histórias lidas e relidas, poesias desenhadas no silêncio, crônicas nascidas da saudade e críticas esculpidas pela necessidade de ser mais, de ser além.
Porque nenhum homem nasce inteiro — é na queda que se aprende o peso e a beleza de se erguer.
Há afeto transbordando nas margens, há compaixão que me alcança nas manhãs cinzentas, há bondade que persiste, mesmo quando tudo ao redor parece desabar.
O sorriso que hoje floresce em meu rosto é herança de um passado árido, de noites em que apenas a esperança resistiu.
Hoje, há dentro de mim determinação que grita, conquistas que ecoam, sonhos que queimam a pele de tão vivos.
E mais, muito mais...
Sabe o que há em mim?
Há a força indomável do querer, a coragem de pensar, a ousadia de refletir, a urgência de expressar.
Há um fogo manso que arde e jamais se apaga — aqui, neste peito inquieto.
Dentro de mim.
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O que há em mim
Os dias que passaram não foram se quer em vão, tudo nessa vida há um propósito. E a vida me moldou tudo o que tenho de mim e o que sou. O meu verdadeiramente eu.
E o que há em mim? Há versos de uma simplicidade, há verdade sim.
Lá nesse espaço tem cantigas de ninar, daquelas boas que fazem a gente se sentir crianca no colo de mãe.
Há contos que eu já li, tem poesia, crônica e também crítica, afinal nenhum homem é perfeito e que já tenha nascido grande.
Há afeto, há compaixão, tem bondade lá.
O simples fato de sorrir e de expressar são hoje reflexos do passado triste e cinza que já se foram. E hoje há determinação, aprovação, conquistas e desejos sim.
Mais do que tudo, sabe o que há em mim?
A força do querer, do pensar, do refletir e de expressar. É tudo isso e mais um pouco, que jamais possa faltar, logo aqui dentro do peito. Dentro de mim.
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A Brasília que há em mim
Acordo com o sol riscando de dourado as janelas do meu bloco. O céu já é um espetáculo antes mesmo do primeiro café. Brasília desperta em silêncio, sem fazer alarde — mas quem conhece, sente o coração da cidade bater por baixo do concreto.
Pego o 108, como quem pega carona na própria memória. A janela do ônibus é meu cinema: vejo os traços de Lúcio passando em ritmo de poesia concreta. As superquadras, com suas árvores gigantes e suas crianças correndo soltas, parecem sussurrar histórias de quem chegou aqui sonhando alto.
É impossível andar por Brasília sem sentir que se está dentro de uma ideia. A Catedral com seus braços de vidro apontando pro céu; o Congresso erguido como uma escultura cívica. A Torre de TV, onde o olhar alcança o impossível. E o céu, sempre ele — o maior monumento da cidade.
Às vezes, desço antes do ponto só pra caminhar pelo Parque da Cidade, onde Brasília tira os sapatos e caminha descalça. Ali, entre corredores, bicicletas e crianças gritando, a cidade respira fundo. Sob as sombras longas das árvores centenárias, o tempo parece desacelerar. E quando chegam os ipês amarelos... ah, Brasília floresce como quem se lembra de um amor antigo. Uma primavera que rasga o azul do céu com uma explosão de cor.
“Quem me dera ao menos uma vez…”, canta Renato nos meus ouvidos. E eu penso: quem dera todo mundo visse Brasília como eu vejo. Com suas tesourinhas escondendo caminhos secretos. Com os pilotis abraçando sombras no fim da tarde. Com os cinemas do passado ainda resistindo — como o Cine Brasília, templo das imagens em movimento; ou o Drive-in, onde a cidade se senta no banco da frente e assiste a si mesma projetada nas estrelas.
O Conic, com sua alma plural, pulsa no centro como um coração inquieto. Ali, entre artistas, trabalhadores, grafites e vozes, Brasília mostra que é feita de gente — e é essa gente que transforma o concreto em calor.
Passo pelo Teatro Nacional. Seu silêncio dói. Um gigante adormecido à espera de que a arte volte a ecoar sob sua concha. Lembro dos aplausos, das luzes, das peças que me ensinaram a sonhar. E ali, parado em frente à sua fachada geométrica, penso: quem diria que veríamos uma cidade tão consolidada. Uma utopia viva, onde o sonho de um Brasil moderno ganhou forma — e resistiu.
Brasília é feita de contrastes: entre o monumento e o candango, o mármore e a poeira vermelha, o poder e o povo. Mas é justamente nesse contraste que ela floresce, bela e imperfeita, como toda paixão verdadeira.
Eu me apaixono por ela toda vez que passo pela Rodoviária e vejo o vai-e-vem apressado das vidas anônimas. Toda vez que escuto uma risada ecoando num pilotis. Toda vez que vejo um estudante lendo sob a sombra de um ipê.
E agora, que abril chegou, ela sopra mais uma vela — Brasília, essa senhora futurista de alma jovem, que envelhece sem perder o brilho do começo.
Parabéns, minha cidade. Que o tempo continue te desenhando com amor, como um traço de Lúcio, um acorde de Legião e uma chuva dourada de ipês em pleno céu azul.
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Pesadelo
Sonhei que havíamos sido convidados para uma festa, e era no verão.
Havia por volta de 400 pessoas e muitas delas eram de famílias participando. Estava muito quente, tinha muitas piscinas, som muito alto e bom. E a casa era do dono da empresa. Ele, a esposa e a filha estavam a todo momento sendo anfitriões da festa. Minha mãe havia ido também, mas foi trabalhar na cozinha preparando os pratos para serem servidos. No começo eu havia visto um gato que logo em seguida estava em choque morrendo por tentar escalar um louça que caiu na cabeça dele.
Estava escurecendo, e as pessoas se empaturravam pela gula da comida, na qual eu já estava ficando empazinado e enjoado de tanto comer.
Nisso, minha mãe me chama para ajudar na cozinha e eu deixo meu namorado na festa por uns instantes. Ela me chama por que parecida que tinha outro gato em estado de choque no forno eu havia reconhecido de algum lugar, nisso me pego comendo patas de algum bicho que parece ser coelho. Tento me acordar desses êxtase, mas me colocam para lavar a louça e para o meu azar ela transborda lançando esgoto para todo lugar. Quando volto para a festa e procuro pelo Lucas, está todo mundo em uma grande roda dando as mãos, e já havia tido acontecido sacrifícios. A mãe e o pai, não eram eles, eram seres pagãos que selecionavam os seus para hospedar em novo corpo. Desesperado eu não sabia o que fazer, só surgia o instinto de ir embora, porém havia confusão e pessoas alienadas não deixando sair.
Acho o Lucas, caímos na seita. Outra divindade aparece dessa vez a da filha e pelo visto ela quer possuir um corpo masculino agora.
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solidão
não é sobre estar sozinho é sobre não pertencer a lugar nenhum (nem a si mesmo)
a.
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Apenas acredite que ficará tudo bem, então ficará.
L.W.
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As pessoas não gostam de mentiras! Errado. O que as pessoas não gostam é de descobrir que mentiram pra elas.
How I Met Your Mother. (via alentador)
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Eu sou o que sou, e se não puder lidar com isso, é melhor ficar longe de mim.
The Vampire Diaries. (via aprendizdepoeta)
L
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