sestrosa

[sestrosa]

É mais fácil romantizar a dor do que admitir que se sente sozinho. Porque dar nome à solidão exige mais coragem do que resistir a ela.

[sestrosa]

Dizem que aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. Agora eu entendo o que isso significa. É assim que vamos nos moldando. Como se fôssemos feitos de colagens: um fragmento de cada pessoa que tocou nossa vida. E você foi um pedaço daqueles que não dá nem disfarçar a ausência.

Ausência essa que, quando momentos bons chegarem, vai doer porque esses dias serão menos felizes sem você. Sua falta vai ser sentida pois alegria de verdade é quando o coração está inteiro; E o nosso, agora, está em pedaços.

Aprendi que há dores que não cicatrizam, apenas se transformam. Mas o amor, esse não muda. Um amor que agora é saudade mas nunca será esquecimento. Permanece, mesmo sem presença pois uma pessoa só morre quando morre a última pessoa que a ama. E enquanto eu estiver aqui, você também estará.

Obrigada por ter feito parte da minha história com tanto carinho. Você sempre será uma das lembranças mais bonitas que carrego no peito. Vá em paz.

[sestrosa]

Você é a minha cicatriz que sempre sangra.

— mensagens arquivadas.

[sestrosa]

Às vezes, eu vou dormir e volto a ter 19 anos e você junto de mim. Inteiro. Presente. Ainda não virou passado, ainda não virou silêncio, ainda não me deixou. A vida ainda estava pela metade e agora, eu sigo aqui, presa a um tempo que não volta pra mais ninguém, só pra mim.

[sestrosa]

Uma vez, Dostoiévski escreveu: “Amar alguém é vê-lo como Deus o fez.” E eu te amei assim, vendo você como foi criado. Sem querer consertar, sem querer entender. Só aceitar. Só sentir. Sem maquiagem, sem invenções, sem esperança de te mudar. Apenas olhei como você era e isso bastava pra mim.

Eu via em você uma coisa rara, uma mistura de força e delicadeza que não se explica, só se sente, e era no teu olhar que isso morava. Um olhar que, às vezes, parecia cansado do mundo, mas ainda assim curioso. Um olhar que dizia tudo sem precisar dizer nada. Foi essa visão que ficou em mim e eu sigo tentando entender como se desprende alguém que a gente amou dessa forma, tão cru e tão profundamente. Tem dias em que eu finjo que esqueci mas ainda penso em você. É automático. É como se meu inconsciente ainda esperasse dividir tudo contigo. E nessas horas, a saudade aperta de um jeito quieto, como quem senta do meu lado e não diz nada, só fica. Tem dias em que eu até consigo mas basta uma sensação e você volta inteiro. Não como era, mas como ficou: parte de mim. Porque amar, de verdade, não tem botão de desligar. E ver você como Deus te fez foi, e talvez ainda seja, o jeito mais sincero que encontrei de amar alguém, mesmo que esse amor não tenha mais um lugar para existir.

Ainda resta muito de você aqui, do mesmo jeito. Mesmo com a ausência. Mesmo com o silêncio. Mesmo que nunca mais porque amar alguém de verdade é enxergar além do que os olhos veem. É guardar a alma da pessoa dentro da nossa, como se ela nunca pudesse partir. Eu teria te amado a vida toda se você tivesse permanecido.

[sestrosa]

Quando penso em você, não me vem uma lembrança específica, vem um sentimento inteiro. Um peso doce, uma saudade cansada. Você foi ficando em mim de um jeito estranho, como se morasse em uma parte da minha memória que não quer dormir. Às vezes, eu tento não pensar, não lembrar, não procurar seu nome nas coisas. Aprendi a fingir que entendi, que aceitei, que superei. Mas, no fundo, há uma parte de mim que nunca saiu daquele ano, que nunca saiu daqueles olhares, daquele último abraço. Eu me tornei alguém com a alma lascada, com uma parte do meu coração faltando. E mesmo que ninguém veja, mesmo que eu esconda bem, essa ausência me molda. Me acompanha. Me define. Talvez um dia isso desapareça. Talvez você vire só uma lembrança silenciosa, um nome que não machuca. Mas hoje, ainda não. Hoje, eu só queria dormir sem medo de sonhar com você. Ou acordar sem sentir que te perdi de novo.

[sestrosa]

A coisa mais real que você perdeu

Eu fui a coisa mais real que você perdeu.

Algum dia, mais cedo ou mais tarde, isso vai te atingir como um soco no estômago. Talvez quando estiver deitado ao lado de alguém que não te entende do jeito que eu entendia. Talvez quando buscar nos olhos de outra pessoa a verdade que só existia nos meus. Ou, quem sabe, quando perceber que felicidade não é algo que se mascara ou se compra, que laços verdadeiros não se entrelaçam duas vezes da mesma forma. Porque, por agora, você pode fingir que não se arrepende, que não me causou nada, que a vida seguiu sem consequências e que está bem. Mas nós dois sabemos que, no fundo, nada nunca mais foi igual.

Pode demorar, mas um dia essa verdade vai ser teu fantasma. No meio da madrugada, no silêncio de um dia qualquer, ou talvez ao observar alguém que nunca vai gostar de ti como eu gostei, vai bater como um arrepio frio na espinha, como um nó apertado na garganta e não existem orações que tirem o peso de culpa das nossas costas. E você vai poder fingir que não sente, vai poder sorrir ao lado de alguém que nunca vai te conhecer da maneira que eu conhecia e vai poder repetir para si mesmo que está melhor agora. Mas o tempo tem um jeito cruel de esfregar a realidade na cara da gente. Certo momento, quando a noite cair, você irá deitar na cama achando que vai dormir tranquilo e no instante em que o mundo silenciar e não houver mais distrações, eu sei que o pensamento vai vir. Sei que você vai olhar para o teto e se perguntar como teria sido se tivesse ficado. O arrependimento vai se infiltrar na sua mente e tornará impossível o descanso.

Você pode tentar se entreter com outras histórias, com outro corpo, com outras rotinas e pode até se convencer de que tomou a decisão correta, mas lá no fundo, na parte de você que ninguém vê, sempre vai existir uma sombra do que fomos, um buraco que ninguém mais vai conseguir preencher, sempre vai haver um "e se" martelando no fundo da sua mente. E honestamente, espero que esse fantasma te assombre. Não agora, não enquanto ainda se engana com a falsa leveza de que tudo está certo. Sei que ninguém perde algo real sem sentir o vazio que isso deixa.

Eu era sua melhor possibilidade, fui a única coisa sincera no meio de todas as suas incertezas, e você me tratou como se eu fosse uma pessoa aleatória, que você conheceu na fila de um banco e compartilhou um pouco da sua história. Porém, em algum ponto da vida, sem aviso prévio, a minha ausência vai te doer e nesse momento, quando o arrependimento for maior do que o orgulho, você vai desejar reviver aqueles dias. Vai querer refazer suas escolhas, me segurar no seu abraço e não soltar nunca mais, mas aí, já vai ser tarde. E por pelo menos um segundo, você irá sentir a dor que me fez carregar por tanto tempo, e logo vai se dar conta que eu fui a coisa mais real que você perdeu.

[sestrosa]

Uma hora, tudo fica bem. Eu já aprendi a sorrir quando o peito sangra.

[sestrosa]

Hoje me peguei pensando em como seria se a gente se esbarrasse em dia qualquer. Faz tanto tempo que não te vejo. Não sei se algo mudou em você, mas em mim mudou e tem mudado tanto. Talvez, no instante em que nossos olhos se reconheçam, você perceba que eu tenha ficado com uma feição mais madura e eu perceba pequenos fios brancos na sua barba que, antes não existiam mas agora estão todos lá, denunciando quão veloz o tempo foi desde quando deixamos de nos falar. Eventualmente, o silêncio prevaleceria e eu perceberia que não tinha noção da saudade que sentia de você até lembrar o quanto eu gostava de observar a cor dos teus olhos. Talvez minha mente fosse inundada pelas nossas memórias. E, provavelmente, eu sentiria o gosto amargo de relembrar que vou ter que lidar com essa sensação de perca pro resto da vida porque, no fim, seriam apenas dois estranhos que se esbarraram em um dia qualquer.

[sestrosa]

Sinto falta do que você é e do que um dia foi. Sinto falta de tudo aquilo que não posso e não tenho mais algum tipo de controle. Esvaiu-se pelas minhas mãos, mas ainda permanece intacto em minha cabeça. Tive que enfrentar o lamento enorme de te enterrar e lidar com o luto terrível de você ter partido, mesmo estando vivo. O fogo de um amor que um dia ardeu se apagou em meio ao caos, e as cinzas que sobraram dei permissão para que o vento soprasse para longe.

[sestrosa]

Me pergunto se tudo o que eu via nos teus olhos era o que você sentia, sem dizer uma só palavra, ou se era apenas um reflexo do que eu sempre fui, amor.

[sestrosa]

É difícil lembrar o que costumávamos ser, seu silêncio me faz achar que tudo foi insignificante.

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[sestrosa]

A cada toque seu, eu sentia um pedaço de mim morrer, como isso podia ser amor?

[sestrosa]

Estranhamente, eu voltava pra nossas conversas como se fosse uma maneira de sentir que você ainda estava aqui. Mas a alma que um dia conheci já não é mais tua.

— mensagens arquivadas

[sestrosa]

Por acaso, aquela música que você dedicou a mim dois anos atrás tocou na rádio do carro enquanto eu passava em frente ao lugar onde nos conhecemos. É engraçado pensar que a melodia que me levava pra perto de você se tornou apenas um som anônimo, perdido pelas estações de rádio.

[sestrosa]

Eu odiava sentir que precisava me afastar de você todas as vezes em que olhava dentro dos teus olhos.

— mensagens arquivadas

[sestrosa]

Já que somos estranhos de novo, porquê não tentamos nos apaixonar novamente?