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Sigrid suspirou, ainda incerta da atitude, mas decidindo que seria o melhor falar de uma vez. "Eu tenho uma amiga querida, a quem considero como uma irmã e quero proteger. Ela é muito inocente. Se você for um bastardo da família, isso pode machucar aquele coração sensível." Joahnna era delicada demais e temia que decepções pudessem deixá-la muito mal. Ainda assim, não era ardilosa o bastante para mentir e tentar afastar aquele poeta insistente. "Quero que me prometa que não vai machucá-la ou fazer algo prejudicial." Talvez não devesse depositar tanta confiança em um desconhecido, mas não considerava que tinha muitas opções. "Consegue prometer isso? Então posso contar mais sobre Joahnna e a família." Deixou escapar o nome dela apenas para saber se haveria alguma reação por parte dele.
Franziu o cenho levemente, sem entender muito o que Sigrid estava inferindo. Não havia pensando na possibilidade de ser considerado uma ameaça a algo, algum tipo de ladrão ou charlatão. Não havia pensado o suficiente para sair de situações delicadas como esta. Se viu por alguns momento em choque, quase sem jeito com a acusação. "Eu acredito que não entendo onde quer chegar." Respondeu, sentindo a voz falhar levemente pela insegurança. Havia percebido o quão frágil era seu disfarce. "Quem não tem uma?" Ainda nas respostas evasivas, tentou manter o sorriso sentindo o estômago revirar. Ainda que quisesse ser descoberta, pela primeira vez, ficou com medo de realmente ser. Respirou fundo, sentindo os ombros tensos por alguns segundos antes de recompor-se. "Ainda não compreendo como um simples poeta da campina poderia ser de tamanha ameaça para uma Senhorita nobre. Mas poderia prometer o que quisesse para provar minhas boas intenções."
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Segurava o arco com pouca experiência, porque realmente não tinha e suas poucas tentativas com arma se resumiam a adaga que guardava consigo de presente. A mira nunca tinha sido tão boa, mas sempre se sentia desafiada por coisas do tipo. Por isso se arriscava daquela maneira, enfrentando a possibilidade de uma humilhação na frente de Melike; não que fosse um grande problema, afinal a prima era próxima como uma irmã e compartilhava os segredos com ela. Melike poderia ser uma das pessoas a presenciar seu fracasso, afinal. "Você está colocando pressão!" Sigrid acusou, olhando de lado, sem estar realmente brava. "Estou sempre do lado dos vencedores, não sabia?" A falta de modéstia era típica de sua personalidade, as vezes adormecida abaixo da camada de gentileza para com as pessoas que amava. Sigrid queria ganhar um dos prêmios, não apenas por si mesma, mas porque queria presentear a outra. Por isso ergueu o arco, apontou para o primeiro alvo, fechou um dos olhos e... errou. Abaixou o braço um pouco frustrada, mas forçando um sorriso entre os dentes cerrados. "Isso foi apenas um teste! Queria testar a leveza do arco, minha mira..." A mentira estava estampada no rosto, mas Sigrid ergueu o arco para tentar novamente.
starter para @sigridz: tiro ao alvo + ❛ some will win, some will lose. ❜
"Muito bem, sabe que eu concordo plenamente." Melike cruzou os braços e assentiu com a cabeça uma vez após ouvir a khajol. "Esse é um discurso ótimo para quando precisamos agir diplomaticamente..." Algo que Azhari estava bem familiarizada, estando no lugar de herdeira da família. "Mas a verdade é que só importa uma coisa. Você vai estar em qual desses grupos, senhorita Sigrid?" Seu olhar deixava claro que esperava ver a prima no grupo dos que iriam vencer. Queria provocar o lado competitivo dela, porque sabia que seria muito mais divertido assim. Ela mesma não pretendia participar, pois estava cada vez ficando mais preocupada com o machucado e sabia que forçar o braço nesse momento seria um problema, mas desejava ver a prima aproveitando da atração. "Não me decepcione prima, sabe que tenho você como uma inspiração. Preciso te ver ganhando isso por nós duas." Ela indicou os vários prêmios espalhados por ali, entre eles bijuterias muito bonitas, pelúcias e instrumentos. Os doces, em especial, tinham uma cara ótima. Qualquer um deles seria bem vindo, desde que ganhassem.
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A ideia de Freyja era exatamente o que Sigrid estava pensando; estavam na dimensão divina. A realidade dos deuses, onde tudo era belo, mas sem graça. Beleza, mas sem tanta cor, cheiro, sabor ou textura. Tudo como uma folha plana. Por isso os deuses desejam tanto os humanos e a dimensão humana, Sigrid pensou, eu também iria querer se vivesse em um lugar assim. Liberta de uma obediência cega, gostava de refletir sobre como os deuses também precisavam dos khajols. Sem os humanos, não poderiam ser ouvidos. Não poderiam sentir e toda a existência estaria resumida a um nada. Seria capaz de debater o assunto com a amiga se não estivesse na dimensão deles e portanto, com medo de ser vaporizada. Bastava a presença de uma divindade para que elas deixassem de existir, afinal. "É isso, estamos no Superno. Esse lugar esquisito." Chamar de esquisito era o máximo que poderia fazer, isso unido a uma expressão de sobrancelhas curvadas e nariz encurvado enquanto olhava ao redor. O cenário de fato era digno de um sonho, porém... chato. "Estranho, mas você..." Sigrid voltou sua atenção à Freyja, deixando as flores de lado. "Você tem razão. Por alguma razão esse circo tem espelhos mágicos e estamos aqui do nada, apenas por estar. Sem nenhum ritual. Sem nada. Seria bom contatar alguma autoridade para isso, porque seria ótimo um espelho desse em Hexwood, resolveria nossos problemas." E o problema dos changelings também, mas Sigrid não tinha certeza sobre o que tudo aquilo significava. Tudo parecia meio fora de sentido, como peças que não se encaixavam.
Ela deu alguns passos pelo local, o vestido arrastado na grama, os passos fazendo barulho algum. A grama sequer era suave, como era de se esperar de relva. Não sabia o que pensar do assunto retornado a si mesma, porque não tinha muitas ideias do que fazer. A possibilidade de contato com os deuses sem uso de ferramentas era interessante, mas não tinha certeza se a própria presença ali significava algo além de um possível erro da divindade dos deuses. "Mostrar a minha presença? Eles devem todos saber que Rá me abandonou e que não me considera mais digna. Vão me transformar em pó." Sigrid não queria morrer, tampouco se converter a um montinho de cinzas. "Você acha que os deuses fofocam? A forma original deles não tem boca..." a dúvida não era blasfêmia, certo? Antes que um raio pudesse atingir a cabeça, Sigrid enlaçou os braços de Freyja para que desse alguns passos. Não parecia certo permanecer no mesmo lugar e ela sabia que todas as dimensões tinham um perigo a oferecer. "Se eu quisesse mostrar minha presença, o que deveria fazer? Hm, além disso, Frey, você consegue sentir Odin por aqui?" Parecia sensato querer saber se um dos mais poderosos estava por perto ou não; além de tudo, sabia como a amiga as vezes era atormentada por visões e não queria que outro episódio do tipo acontecesse por ali.
Precisou tatear o próprio corpo para ter certeza de que estava inteira. Em sua vasta experiência, tinha um temor quase bobo, o de destrinchar durante uma passagem. Tinha lido vários relatos quando era criança e por isso a memória ruim tinha alfinetado sua mente, e só quando garantiu que os braços ainda estavam pendurados no corpo conseguiu relaxar um pouco, quase nada perto da tensão que ainda a consumia. Ter Sigrid ali era uma segurança e tanto, mas conseguia ver em seus olhos o quão impressionada estava. “Acho que estou, dentro do possível.” Reclamou, ainda incrédula que tinham chegado àquele lugar. Olhando ao redor, pôde inspirar fundo, e nenhum cheiro invadiu suas narinas. Não veio cheiro de maresia, nem das plantas ou da relva úmida. Na verdade, a grama sequer parecia ter alguma textura. Pisou na mesma algumas vezes, quase não ouvindo o farfalhar dos pés amassando o mato. As árvores ao redor eram tão bonitas que pareciam ser esculturas coloridas, e ainda assim, surreais demais para serem algo normal. Os olhos buscaram o céu, por fim, e o brilho amarelado não ardeu os olhos e tampouco fez com que o rosto se aquecesse. Já tinha visitado aquele lugar uma vez, tinha certeza, mas não em carne e osso. “Seus palpites geralmente não estar errados, Sigrid. Acha que estamos lá… Aqui? Na dimensão deles?” Virou o rosto para amiga, sem saber ao certo como agir.
Estar ali era um pouco preocupante para Freyja que tinha seus próprios defeitos com os deuses. Podia sentir a magia, mas era como se ela estivesse turbulenta e errônea, não pertencente a seu sangue. “Não tem aroma algum, não é? As flores do jardim imperial quase me deixam tonta logo de cara.” Franziu o cenho quando ela colocou a flor nas narinas, já sabendo qual era a resposta. O que deveriam esperar? Que algum deus aparecesse? E, o pior, como voltariam? Geralmente, aquela passagem era feita com a pira em um ritual meticulosamente cuidado e planejado, com os deuses cientes de suas presenças. Forasteiras poderiam irritá-los. Outra onda de pensamentos invadiu a mente de Freyja. “Isso é um sinal.” Murmurou. “Primeiro, Thor hospeda uma changeling sem qualquer ritual. Agora, estamos aqui. Não precisamos de mais para nos conectarmos com os deuses.” Concluiu rapidamente, e logo se encheu de uma esperança que mais falava sobre a amiga do que sobre ela. Poderia ser a chave para o problema de Sigrid! Ela ainda poderia receber um deus sem passar por processos demorados e que só aconteciam anualmente, só não sabia como poderiam fazê-lo. “Sigrid, acho que é mais que um sinal. Nem tudo se perdeu! Se você conseguiu vir até aqui, ainda está ligada aos deuses. Precisa mostrar sua presença.”
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Ainda parecia como um sonho toda a casualidade da interação — entrelaçar os braços aos de Cillian, tocar os cabelos dele, beijá-lo com suavidade sem se preocupar com a possibilidade de causar um infarto em sua tia. Seria até bom, na verdade. Assim como era bom que ele estivesse usando azul, que combinava muito bem com o subtom da pele e com todos os planos e sentenças que ele soltava. "Você não é um ótimo mentiroso quando mente para mim. Sempre consegui ver a verdade por trás desse prateado dos seus olhos." E ela se orgulhava disso. O peito se enchia quando o olhava e enxergava verdade e amor; esquecendo-se se todos os momentos em que as mentiras haviam machucado. Quando as mentiras afastavam. Pertenciam ao passado, apenas e Sigrid jamais mentiria para ele novamente. Nunca fora uma grande mentirosa também. O rosto ficava vermelho, as mãos buscavam os acessórios de maneira nervosa enquanto remexia. Cillian sabia reconhecer, assim como ela também. Apesar dos anos, eram hábitos que não tinham mudado. "E eu amo isso. Quando estivermos a sós, vamos jogar. Tenho várias ideias." Ideias que envolviam peças de rouba retiradas a cada vitória e beijos a cada derrota, mas não queria provocá-lo tanto. Não quando não poderia arrastá-lo para o seu quarto e matar toda a saudades da pele e do cheiro dele que sentia. "Quero visitar sua família quando possível. Acredito que você logo verá a minha também, porque mandei uma carta para eles assim que voltei para Hexwood. Há muito tempo não vejo meus pais e tanto aconteceu que preciso atualizá-los." Queria abraçar o pai e pedir desculpas a mãe, contar como ela sempre estivera certa em lutar contra a família e garantir a felicidade ao lado de sue amor. Queria contar de seu próprio amor, contar sobre como o coração tinha encontrado um lar em uma pessoa. Talvez a bebida no estômago a deixasse mais feliz que o normal... talvez apenas quisesse sorrir mais com a carícia da barba dele em seu rosto. "Você deveria dormir mais." Comigo, deveria dormir mais comigo. Ao meu lado. Sempre.
"Continua a fazer oferendas?" A informação apenas fez com que Sigrid quisesse cheirá-lo mais. Abraçá-lo mais. Talvez lamber. O coração pareceu se encher com um sentimento novo, mas que era conhecido. Gostava de saber se tinha deixado rastros pela casa dele, assim como queria deixar na vida. "Preciso ir lá verificar o altar então. Podemos fazer oferendas juntos e eu posso colocar incensos para perfumar a sua casa para que fique tão cheirosa quanto você. Céus, Cillian. Você sabe sim que é cheiroso." Sigrid afundou o rosto da curva do pescoço dele, deixando o nariz roçar na pele se esquecendo de toda a dignidade e decência. Era difícil continua andando quanto ele estava daquela maneira ao seu lado — tão bonito e inteiramente seu. Difícil quando ele falava coisas do tipo e ela queria apenas engoli-lo por completo. No entanto, algumas palavras dele arrancaram Sigrid de pensamentos sórdidos. Ela se afastou de novo para poder olhar para Cillian, arregalando os olhos para explicar a conexão com tudo o que ele tinha falado. "Como assim saiu desse plano? Tipo outra dimensão?" Tinha que se esforçar para organizar os pensamentos embaralhados pelo álcool e pelo corpo que implorava pelo toque do changeling. Ela sabia que era apenas um efeito do álcool e da saudade, a necessidade absurda de tê-lo consigo de todas as formas. Fechou os olhos por alguns segundos, buscando organizar as sentenças. "Aconteceu comigo. E Freyja. Estávamos com uns espelhos e de repente atravessamos o vidro e fomos parar na dimensão divina. Juro que não é delírio de bêbada porque não estou tão ruim assim!" O soluço saiu como se para contrariar e Sigrid logo fechou a boca, querendo impedir que outro saísse. E então abriu os olhos, focando novamente nos ângulos bonitos de Cillian. A pulseira parecia queimar de forma agradável no braço, como se a lembrasse de que pertencesse a ele. "Por isso quero saber o que aconteceu com você. Te mostraram algo sobre o futuro? O que viu? Porque eu ainda não tive a chance de ir lá." E ela queria, assim que a cabeça parasse de doer e comesse alguma coisa; se aquela tenda estava direcionando as pessoas para outras dimensões, Sigrid tinha certeza de que não aguentaria outra viagem da maneira onde estava. "Você vai ter que me contar." Exigiu, cruzando os braços ao se afastar um pouco, erguendo uma das sobrancelhas. Cillian parecia ligeiramente mais brilhante e mais bonito, como se fosse possível. "Vou aguardar essa história." Disse, esperando pelo que ele diria. Não tinha costume de lidar com a curiosidade.
Olhou para as próprias vestes para entender o que havia de especial nelas, e ele sabia que estava um pouco diferente. Não estava em um dos campos cheios de dragões onde precisava usar a roupa mais neutra possível para amenizar tecidos queimados deteriorados e tampouco com a falta de vida que sempre vestia. O azul ainda era escuro, uma de suas cores favoritas, mas era azul, fora de seu padrão. “Vou tentar procurar alguma parecida com essa na minha paleta de cores, ou no meio dos seus vestidos.” O sorriso convencido se manteve no rosto com a provocação. As portas que revelavam um armário quase vazio agora eram repletas de vestidos que pareciam aumentar a cada dia e ele não se incomodava, mas esperava que ficasse ainda mais cheio. Poderia ter fingido estar ofendido, e o que conseguiu fazer foi deixar um riso baixo e sem vergonha escapar. Não era novidade que ele se empenhava muito nos jogos e Cillian não era totalmente honesto, vez ou outra apostando nos próprios blefes. Seria mentira dizer que não trapaceava, mas com Sigrid não usava tanto daquela tática. Na verdade, sempre tentava perder para fazê-la jogar e, infelizmente, a mulher só era bem ruim para os padrões dele. Preferia mentir a dizer aquilo, uma verdade oculta que ambos sabiam e era melhor manter como segredo. “Às vezes, sim. Pensei que fosse um ótimo mentiroso durante os jogos. Agora estou preocupado.” Coçou a nuca com uma falsa decepção, tratando de voltar a mão para ela rapidamente. Não queria perder o calor do corpo contra o seu por mais nenhum instante naquela noite. Assentiu sobre a sobrinha, que tinha mudado bastante desde que Sigrid soubera dela. Fay era um tanto marrenta, enciumada e até difícil de lidar, ainda sendo sua preferida dentre os sobrinhos. Vendo daquela forma, ela parecia ter muitas semelhanças com Sigrid. “Mais um dois anos e ela vai te passar na altura.” Falar sobre o assunto de visitar era inadequado com uma Sigrid embriagada, e ele queria evitá-lo de qualquer forma. Quanto mais pudesse adiar aquele encontro familiar, melhor, ou pelo menos ele pensava que era. Temia muito como as coisas poderiam sair e como os familiares sem um pingo de noção e etiqueta poderia tratá-la, mesmo que ela fosse uma mulher com os punhos de ferro. Onde pudesse protegê-la, o faria, especialmente contra os seus.
Apoiou o queixo no topo da cabeça dela, ficando igualmente pensativo. Parecia mais complicado falar no assunto da magia de Sigrid quando não sabia como ele se manifestava além do que ela demonstrava, e também parecia errado criar falsas esperanças quando ele nem tinha certeza do que se tratavam seus sonhos e sinais pelo jardim. “Ainda é um poder, um assustador.” Murmurou. Por mais deslumbrante que achasse o leopardo, ainda o temia ocasionalmente. Sentia que aquela versão de Sigrid era traiçoeira e letal, e estava certo, embora soubesse que o tempo bastaria para se acostumar com a figura felina que estava eternamente marcada em sua vida. “Não faço ideia de quanto tempo faz que começou porque não sou muito adepto ao sono, como você deve ter notado.” Roçou a barba contra o rosto dela, imaginando que aquele comportamento já tinha sido percebido. “Provavelmente desde que comecei a dormir de verdade?” Deu de ombros. “Pensei que fosse por causa do perfume. À noite, quando você não está, o cheiro invade cada canto da casa. Parece que está te procurando.” O sorriso foi sutil e ele gostava daquele romantismo, de pensar que o lugar também sentia falta de Sigrid como ele. Entretanto, não era mentira. Quando Sigrid estava, tudo era normal. Quando não, as flores pareciam querer achá-la de alguma maneira, presas no solo de seu jardim sem ter muito para onde ir. “Não sei ajuda em algo, mas continuei a fazer as oferendas por você no altar. Pensei que pudesse valer a tentativa mesmo que seus deuses aparentem gostar muito.” Era difícil admitir aquilo por se sentir um pouco traidor de Erianhood, fazendo oferendas para… Ele nem sabia para quem, apenas seguia o mesmo ritual de Sigrid no altar improvisado em sua casa. O mantinha intacto, sempre com algum objeto e comida similares aos que ela colocara da última vez. A intriga pessoal não o tranquilizava, mas sabia o quão importante tudo aquilo era para a pessoa que mais amava na vida, o que bastava para que tivesse coragem de revelar. As mãos traçaram as costas dela em um afago terno, e ele se manteve sorrindo quando o elogio surgiu subitamente. “Sou?” Aquilo explicava as fungadas esporádicas que recebia no pescoço, nos cabelos, no peito… Uma mania de que ele amava ser vítima. Os dedos ficaram um pouco tensos no carinho. “Visitei a maior parte das atrações, por incrível que pareça. Não pensei que fosse ser tão adepto ao circo como fui esse ano.” Confessou. “Já visitei a tenda do futuro vezes o suficiente para não querer ir de novo. Sabe que acredito em tudo o que dizem, e foi pior ainda quando a cartomante me tirou desse plano.” O que ele dizia a Sigrid tinha um peso enorme, um sufoco que ele ainda não tinha conseguido lidar e, por isso, tinha se afogado nas outras atrações e futilidades. A visão que a cartomante tinha dado a Cillian, porém, tinha tudo a ver com Sigrid, e ele se coçava para dizer a ela cada detalhe mesmo que parecesse errado quando ela estava cheia de álcool nas veias. “Posso esperar que fique sóbria para conversar sobre isso.” Garantiu, já sabendo o que viria a seguir: Sigrid o torturaria com um simples olhar de curiosidade e, como sempre, ele cederia.
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Estava ficando um pouco cansada, porque queria proteger Joahnna. Aquele rapaz parecia ter a mesma inocência que ela, mas também não desejava que ele tomasse qualquer coisa que a pertencesse. Se tivera o azar de nascer fora de um casamento, ela não poderia fazer nada. Então após respirar fundo, decidiu a recorrer a desonestidade. Nenhuma de suas tentativas anteriores de arrancar qualquer informação tinha dado certo, então Sigrid precisaria ser mais direta. "É sim, uma lady nobre. Por isso estou preocupada, porque ela é muito querida e inocente e eu não sei quais são as suas intenções. Roubar alguma herança?" Sugeriu, a voz um pouco mais baixa, uma tentativa delicada de extrair alguma coisa. Não queria ofender tanto assim. "Você não tem família? Porque eu tenho essa amiga, uma nobre, que eu considero como uma irmã a quem eu quero proteger. Por isso, se tem alguma relação com ela, eu quero saber. Acho que ela iria gostar de saber também, mas..." Desviou o olhar, sabendo que não era uma escolha sua a tomar. Seria escolha de Joahnna. "Você realmente parece com ela." Murmurou quando retornou a olhar para ele. "Posso falar mais se me fizer algumas promessas."
Mesmo com a atitude levemente rude manteve o sorriso, imaginava que talvez fosse para não causar ciumes no namorado. Sigrid era uma dama distinta e que raramente deixava os modos de lado. Claro que ela não teria motivos para ser cortês com um poeta sem nascimento, poderia inclusive ser ruim a sua reputação, e por isso entendia o motivo do tratamento frio. "Familiares? Bom e há pessoas parecidas comigo certamente gostaria de vê-las!" A animação na voz era quase palpável, a ideia de uma semelhança a ser percebida era animadora. Joahnna adoraria que Sigrid descobrisse sua pequena tramóia sem pistas. Os olhos brilharam com o interesse sobre o que a amiga diria. Será que estaria ela falando de si? Apenas a ideia de ser descoberta tão facilmente por Sigrid lhe trazia calafrios, ao mesmo tempo que era animadora. Sabia que não seria julgada, mas ao mesmo tempo manter o segredo era excitante. "Quem seria esta pessoa? Por alguma Lady nobre da capital?" Perguntou, se aproximando um pouco, mas ainda mantendo um espaço respeitoso. Afinal, sabia que ela namorava e não tinha a intenção de atrair um possível namorado ciumento para suas costas.
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Sigrid escutava o que ele dizia, mas não tinha certeza se entendia. Era comum ter uma varinha semelhante um pincel em mãos, mas nunca tinha sido preciso aperfeiçoar a sua mira. No entanto, agora ela queria apenas pelo prazer de conseguir e o orgulho de obter. "Seria segredo porque eu sei guardar um." Proferiu a khajol, mas decidiu não insistir demais. Apenas ouviria o que ele tinha a dizer, observando os movimentos e pronta para colocar em prática; sempre tinha sido uma boa aluna, final. "Não é como fazer aons. Na magia, apenas abrimos o ar para que a magia escorra no formato que escolhemos. Aqui é, sei lá, apenas soltar e esperar que acerte. Não treinamos tiro ao alvo em Hexwood." Embora, com tantos militares por perto, ela achasse que fosse uma boa ideia. Sigrid tentou novamente, seguindo a dica e falhou. E então falhou mais uma vez. Cansada do fracasso público, apenas suspirou fundo. Não deveria ter ingerido alcool... poderia muito bem colocar a culpa no único copo de bebida que havia tomado anteriormente. "Acho que eu desisto disso." Resmungou ela, pensando se deixava mesmo a varinha de lado. "O que mais você fez por aqui, hein? O que conseguiu ganhar?" queria ideias do que fazer, preferencialmente de algo que fosse fácil de ganhar.
Turquoise cruzou os braços quando deu o palco para a pequena khajol, o corpo inclinado para trás quanto podia pare parecer recostado. Okay, talvez tivesse girado no assento para apoiar um cotovelo na bancada; posição perfeita para assistir ao show. — Não ssserá um segredo se eu contar. — A varinha equilibrada entre os dedos girava com velocidade, não muito diferente das flechas do armamento comum da infantaria. Comum no sentido físico, obviamente, já que o changeling assumiu uma ou outra 'atividade extracurricular'. — Você está pensando demais. Já ouviu falar de 'está tudo no pulso'? — O movimento repetido lentamente entre os dois, Turquoise virando a mão com o movimento do braço para que ela melhor pudesse compreender o que fazia. O talento obtido era fruto de muito esforço, mas ele não negaria uma sorte na vida na forma de talento nato. — Hum. — E a cabeça movida indicava que se aproximasse, sua pressa traduzida no puxar pelo cotovelo. Ele ajustou a posição, fez o arco, segurou o pulso e suspirou. — Finja que está pratic-c-cando suas magias. Uma difícil. Dramáticah. E solte-a antes de ficar paralela ao chão. — Ela sabia o que era paralela? Na dúvida... — Reta como o chão.
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Freya parecia como uma outra metade sua. Bem, sabia que ela era a metade de Eirik, mas constantemente gostava de reivindicá-la para si também em sua mente. Pareciam seguir passos semelhantes pelo local, com as mesmas dúvidas enquanto andavam. Queria dizer que adoraria a companhia de mil Freyja também, mas o sol captava toda a atenção enquanto inclinava a cabeça e observava a amiga com curiosidade. Não esperava que a outra fosse tocar de fato, tampouco que fosse ser puxada em um segundo rápido demais, sequer tendo tempo para gritar. O pouco de comida e álcool pareceu revirar no estômago, mas Sigrid conseguiu segurar bem quando caiu com tudo na cama. Por um momento pensou que tivesse atravessado algum tipo de fundo falso do espelho, mas a luz do sol atingiu os olhos e ela colocou a mão sobre o rosto para tapar a claridade. "Estou aqui." Conseguiu murmurar para Freyja enquanto se levantava, felizmente em dor alguma, dando rapidamente dois passos em direção a ela para ajudá-la a se levantar. Enquanto estendia as mãos, o olhar rapidamente percorreu ao redor e Sigrid sentiu-se perder o fôlego. Lindo. Campos de flores coloridas e infinitas se estendiam de um lado, enquanto montanhas verdes erguiam-se do outro lado. Ao longe, era capaz de ver o azul do oceano. Tudo perfeito. No entanto, meio desbotado. E o sol não aquecia a pele, como costumava fazer. Assim que puxou Freyja, deu mais uma olhada ao redor, respirando fundo. Nada. Não tinha cheiro de nada também. Nem de flores ou mar. Sigrid enrrugou as sobrancelhas, confusa.
"Atravessamos um portal." Ela constatou o óbvio, embora não conseguisse entender porque um portal estava no circo e como tinham sido sugadas. Um artefato mágico do tipo deveria mesmo estar em Hexwood. "Você está bem?" Indagou para Freyja antes de fazer qualquer outra coisa, aproximando-se dela com o arrependimento de não ter perguntado antes. "Não tenho certeza de onde estamos." Os olhos não pareciam alcançar o fim da paisagem e Sigrid tocou uma flor próxima. Não era macia, tampouco dura. Era nada, apenas. Como tocar o próprio ar, como se não existisse. Arrancou a flor delicadamente do caule, levando-a até o nariz. Nada também. "Tenho um palpite, mas quero ouvir de você primeiro." Pelo que tinha estudado durante os anos de formação khajol, parecia a dimensão dos deuses — o lugar onde não havia muita cor, sabor, cheiro ou qualquer coisa decente. A morada dos deuses, mas o lugar de onde eles costumavam escapar também. A razão pela qual hospedavam humanos. Sigrid pensou que se morasse em um lugar como aquele, também iria querer abandoná-lo. Bonito, mas... sem graça. A dimensão humana poderia ser caótica, mas era melhor do que todas as outras que já tinha visitado.
Freyja não tinha certeza se estavam falando da mesma coisa e se Sigrid só estava empolgada com a possibilidade de visitar o local para ter alguma pista. Qualquer que fosse a situação, ela estaria junto da amiga, mas podia sentir no ar a magia pura. Achava que ela tinha perdido aquele toque já que Rá tinha levado a magia consigo e não tocaria no assunto por temer chateá-la. Tinha se passado um tempo desde tudo, e ainda assim, Freyja tinha a noção límpida de como tudo era tão importante para a outra. Não queria deixá-la desconfortável. “Também ouvi algo parecido. Portais e coisas do tipo, não é? Nunca vi na prática, já que Hexwood tem mais mármore que qualquer outra coisa.” Franziu o nariz levemente para a assimilação da academia. Pensando nela agora, percebia que tinham muitos véus para explorar os poderes e que outros ainda pareciam escondidos e esquecidos, como se não devessem ser tocados pelos khajols. Seguiu o toque dela no espelho, na esperança de que pudesse acessar algum outro lugar enquanto se multiplicava junto a ela. “Eu teria fácil mil Sigrids ao meu lado, mas mil Freyjas… Esse labirinto é um jogo mental.” Reclamou com um ar dramático, pensando que talvez só fosse mesmo aquilo: uma atração para divertir e confundir sem nada tão sério para ser explorado.
Concordou com ela apertando os lábios, sentindo um leve arrepio quando a ouviu perguntar sobre o barulho. Da última vez que Sigrid falou de barulhos, perseguiram animais pequenos pela floresta até serem mães de um pássaro por dias. O correr da água era claro em seus ouvidos, o líquido parecendo fluir sem nenhuma obstrução no caminho. “Estou.” Confirmou baixinho, tentando olhar pelas frestas dos espelhos para desvendar algum outro truque, sem sucesso. “Onde vai?” Apressou o passo para segui-la antes que a perdesse de vista, sabendo que ficaria desesperada e temendo ter uma de suas crises sozinha naquele lugar. Quase bateu o peito contra as costas de Sigrid quando ela parou diante de um espelho, vendo o rio parecia se materializar contra o reflexo delas. “Não faço ideia. Pode ser.” Ergueu o rosto para enxergar melhor, conseguindo sentir a magia puxando-as mais ainda. “Também está sentindo isso?” Antes mesmo de Sigrid chamá-la para tocar, Freyja estava levantando os dedos, atraída para o espelho como se fossem ímãs. “Muita coisa que deveria estar em Hexwood não está, então…” Deu de ombros, dando um passo para frente e mergulhando os dedos contra o espelho. Antes que pudesse recuar, Freyja foi puxada por uma força maior que queria engoli-la. “Espera!” Tentou falar com a força como se fosse ter alguma utilidade, e só teve tempo de olhar para Sigrid e agarrar em sua mão na esperança de que ela a puxasse de volta para não ser engolida, mas era tarde demais. Tinha caído de joelhos em uma grama que não era fofa, nem seca, nem cheirosa… Onde é que estavam? “Sigrid?” Levantou o olhar, o desespero começando a sufocá-la por achar que tinha caído sozinha.
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Não havia anel algum nos dedos de Sigrid além dos que significavam o avançar dos anos em Hexwood, mas ela não estava tão ansiosa assim para ganhar um. Ela queria, mas também conhecia todas as implicações de um pedido oficial de casamento. "Eu dei um anel a ele." Contou, com orgulho ao pensar na maneira como tinha invertido a situação. Era quase divertido e ela sorriu ao erguer o pulso e mostrar ali a pulseira que simbolizava o compromisso com o changeling. Ela ainda aguardava que as coisas fossem feitas de forma adequada, mas ficava feliz de carregar consigo algo que simbolizava o amor e que o anel no dedo dele significasse a mesma coisa. "Nada ainda está oficialmente de verdade, apesar de sim, de eu ter me hospedado na casa dele." Sussurrou enquanto acompanhava os passos rápidos dela, sem dar muitos detalhes de sua estadia enquanto no meio dos outros ainda. "Você captou bem rápido. Disse para a minha tia que ficaria com..." Quase falou sobre Freyja, mas recordou-se da quebra do laço entre ambas. O coração apertou, mas decidiu se distrair com a própria fofoca. "Disse a ela que ficaria com uma amiga. Valeriel estava tão ocupada bajulando todo mundo no palácio que não se importou muito comigo." A mulher que um dia tanto tinha admirado tinha se tornado uma estranha diante dos olhos, os anos levando toda a cama de brilho que tinha parecido envolvê-la durante tanto tempo. "O imperador deve estar mesmo ocupado, mas acho que seria importante para ele se distrair também. Aconteceram muitas coisas." Não era próxima do homem, mas as vezes pensava no peso da coroa e da dor. Sigrid observou com satisfação o balão se distanciar do chão, dando alguns acenos para as pessoas da fila.
Ouviu com atenção e choque a história dela sobre pular do palácio. Parecia ousado e arriscado demais, embora soubesse que Josie não era nenhuma boneca — embora parecesse uma. "O que? Quando isso aconteceu?" Perguntou após levar uma mão a boca aberta, surpresa com toda a história. "Quem fez isso? Sabe que podem perder a cabeça pelo desrespeito a uma princesa, não é? E os cabelos se eu encontrá-lo!" Não era boa de briga, mas sabia muito bem puxar uma orelha ou alguns fios. Ou então desferir um tapa. Não era apenas sobre defender a honra de um membro da família real, mas sobre proteger a sua amiga. Josephine era capaz, mas havia um instinto protetor, como uma irmã mais nova. Era apenas um ano mais jovem, mas desde que haviam se tornado amigas. Sigrid se sentia um pouco responsável. "O que você fez? Não pode deixar que te desrespeitem. Que tal aprender a dar um soco? Podemos pedir Cillian para nos ensinar. Usar o pincel para enfiar no olho de alguém também é uma boa tática." Não desejava ser violenta, mas achava que as mulheres precisava se defender. Pensava sobre as mulheres changelings e como todas pareciam grandes guerreiras, o bastante para que ninguém se metesse com elas. Achava que ninguém desrespeitaria uma changeling de tal forma sem levar um soco ou uma espetada da ponta de uma espada.
Com Sigrid, se sentia à vontade para ser caprichosa sem medo de julgamentos e más interpretações. Assim como pedia e gostava de ser mimada pela amiga, moveria mundos e fundos para retribuir. Ao longo dos anos, o vínculo entre as duas forjado tinha se tornado uma cumplicidade inquestionável, uma certeza muito semelhante à que um dia tinha julgado ter com Freyja – somente para se decepcionar. Não permitia que a mágoa com a Hrafnkel envenenasse o conforto que sentia com Sigrid, e nem que a tornasse incapaz de confiar: pelo contrário, sentiu a si mesma relaxar enquanto a amiga corria os dedos por seus longos cabelos, as mãos trabalhando com agilidade em um ritmo que se assemelhava a uma carícia. Ainda não tinha encontrado com Cillian no festival, mas qualquer homem com um par de olhos e moderado bom senso ficaria radiante ao ter uma prometida bonita como a Briarsthorn – o que a lembrava que ainda tinha mais fofocas por arrancar. ── Ele te deu um anel? ── Questionou em um sussurro, incapaz de conter a própria empolgação que se externalizou em uma risadinha conspiratória. A menção de Ânglia fez Josie encolher os ombros, a temporada na capital durante o ano letivo tendo sido tudo menos prazerosa para ela e para sua família, mas ao menos podia ficar feliz pelos dois sem sentir inveja. Parando para pensar, era estranho que Sigrid não tivesse pernoitado com ela no castelo ao longo do recesso, e o estalo de realização a ocorreu então. ── Sigrid Briarsthorn! Você ficou hospedada com ele? ── A pergunta soava escandalizada, mas também como uma intimação: queria saber todos os detalhes mais sórdidos. A vida amorosa e sexual da amiga a distraiu de toda e qualquer preocupação com o cabelo ou com Rá, com aparências ou com religião.
Conforme alcançavam o início da fila, a arrastou consigo para o balão com uma pressa pouco característica, ansiosa pela privacidade para que pudesse ouvir a versão da história sem muitos pudores. Tinha muito o que a contar de seu lado também, e talvez partilhar os próprios segredos a encorajasse a desembuchar. ── Papai não está aqui. Não recebo notícias dele já faz alguns dias, mas imagino que esteja ocupado em Ânglia. ── Sua tendência era sempre a de justificar os comportamentos de Seamus, por mais excêntricos que fossem. Era a cara do pai convidar a todos os residentes de Hexwood somente para não os agraciar com sua presença. ── Ah, Sigrid... ── Começou com um suspiro, aproveitando que alçavam voo para colocar sua vergonha mortificante para fora onde não poderiam escutá-las. ── Eu tentei pular o muro do palácio para sair sem minha escolta e acabei estabacada no barro. Torci o tornozelo, estraguei meu vestido, e fui ajudada por um pervertido que queria ver embaixo das minhas saias! ── Sylas tinha jurado de pés juntos que não era esta a intenção, é claro, mas Josephine não era ingênua àquele ponto, e sabia o que os homens queriam com as mulheres. Por muito que morresse de vergonha ao relatar o acontecido, acabou por gargalhar. A história era engraçada quando contada em voz alta.
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Sigrid apenas puxou Clara consigo, sem se importar com lugares na fila. Haviam muitas pessoas e atrações no circo, de maneira que a khajol poderia apenas fingir que estivera guardando lugar para a sua amiga. Ela estava mesmo esplêndida no vestido verde e Sigrid se sentia um pouco orgulhosa de sua obra. Poderia um dia fazer algum tipo de makeover completa? Sigrid nunca tivera irmãos, carregando o fardo de ser filha única, portanto colecionava amigas que amava como a própria família. Até mesmo as changelings. Por muito tempo tinha guardado consigo preceitos ruins sobre os outros, até então se permitir abrir o coração para as amizades. "A diversão faz mesmo bem e já me sinto melhor. Eu estava com saudades de coisas assim. Quero dizer, o casamento foi divertido até certo momento, depois teve aquele ataque... Aldanrae precisava de algo assim." O casamento tinha sido agradável e animador para Sigrid, mas testemunhar a morte da imperatriz tinha sido traumatizante. "Eu estava tentando focar nas coisas que gosto e me deixam feliz, mas gosto de diversão conjunta também, com meus amigos. Não são todos que gostam de jardinagem." Ou que aceitariam a sugestão de matar aula em estufas. Sigrid enlaçou os braços com os de Clara, puxando-a consigo sem se importar com o mal humorado de trás. "Espero que não tenha medo de altura." Comentou com um sorriso, satisfeita por ter comprado mais de um ingresso para a roda gigante.
Alguns passos na fila deixou Sigrid mais animada e aproveitando da companhia de Clara, decidiu expor algumas de suas dúvidas. Não sabia se ela poderia ajudar, mas estando curiosa com as crenças changelings, não seria um conhecimento desperdiçado. "Clara, você acha que sonhos podem ter um significado especial? Um sonho com flores? Para nós khajols, muitas vezes significa algo especial, mas ultimamente nada parece fazer sentido quando durmo." Reclamou com a amiga, as sobrancelhas escuras curvando-se acima dos olhos claros, tentando encontrar conexão naquilo que parecia não fazer sentido nenhum. "Sonho com flores, principalmente rosas. E estrelas. Pensei a princípio que poderia ser devido a minha proximidade com as plantas, mas está tão frequente que não acho que seja; só que não encontro respostas em bibliotecas ou templos." O suspiro fora frustrado, frustrada um pouco consigo mesma também. Com o retorno das aulas em Hexwood, não tinha tanto tempo para pesquisar na capital e ainda estava pensando se deveria ou não revelar seu segredo a diretora.
As suas mãos, por hábito, procuravam bolsos no lindo vestido que Sigrid lhe tinha oferecido há algum tempo. Duas sensações opostas colidiam na alma da jovem curandeira - uma parte dela se alegrava com a oportunidade de se sentir realmente bonita, mas outra se recusava a cair na armadilha da vaidade, preocupada por parecer deslocada. Os anos de preparação em Wülfhere ensinaram-lhe que não devia distrair-se, e um evento como o carnaval em Zelaria era destinado àqueles que podiam dar-se ao luxo de aproveitar a vida ao máximo. Ou pelo menos era o que ela pensava. Clara impôs limites demais a si mesma e não conseguia ultrapassá-los facilmente. E, no entanto, ela estava ali.
Caminhava entre as atrações e, de vez em quando, levantava a mão para tocar uma mecha de cabelo com a qual brincar. No momento seguinte, lembrava-se de que ela estava escondida atrás e não podia procurar consolo nela. Os seus olhos coloridos olharam pessoas conhecidas e, em seguida, pararam na mulher bonita que a curandeira procurava anteriormente. Os seus lábios se curvaram num largo sorriso e o seu rosto brilhou como o sol num dia sem nuvens. Ela se aproximou de Sigrid e procurou a sua mão para apertá-la suavemente.
„Obrigada, o teu presente deixou-me muito feliz, mas não posso comparar-me a ti“, disse Clara. „Estás incrível, e o ambiente combina muito contigo. A diversão faz bem à saúde e vai ajudar-te.“
O homem atrás delas lançou-lhe um olhar descontente, presumindo que a recém-chegada o tivesse ultrapassado, mas a morena ignorou-o, mentalmente decidindo que mais tarde lhe pediria desculpa.
„Gosto muito daqui. É tão agradável. É relaxante estar entre tantas pessoas e a sua maior preocupação ser a quantidade de chocolate em barra que comeu. Mas não, ainda não vi tudo. Cheguei há pouco e queria encontrar algum rosto conhecido, porque...“ ela calou-se e decidiu não revelar o motivo – a seu nervosismo, „vou acabar por me perder.“ concluiu com essa pequena mentira. „E tu? Qual foi a tua parte favorita?“
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A mira do outro era admirável, assim como a generosidade ele em compartilhar. Sigrid olhou para as pelúcias com interesse (ela gostava bastante dos bichinhos), porém não tinha interesse em nenhum dele. Havia certa garra em querer ganhar e merecer por si mesma, apesar da fama de mimada que tinha carregado por boa parte da vida. "Eu não quero." Declaro, movendo-se de forma orgulhosa e exibindo suas fichas para o jogo. "Mas parabéns, você conquistou vários. Muito talentoso." A mira de Sigrid não era tão boa assim, mas existia o desejo de tentar. A teimosia no mover do queixo. Ela entregou uma das fichas para o funcionário e recebeu uma varinha, semelhante a um pincel. Sigrid considerou que poderia ser fácil, visto sua prática em magia com o pincel e fez sua primeira tentativa errada. E então outra. E outra. A expressão de determinação se desfez para uma de frustração, virando-se para o changeling e apontando a varinha na direção dele. "Como fez isso tantas vezes? Qual o segredo?" Parecia haver mais do que sorte ou o talento natural que envia os meio féericos. Deveria existir alguma tática, certo? E Sigrid queria descobrir a estratégia perfeita.
SPINOFF: 𝒵𝐸𝐿𝒜𝑅𝐼𝒜 𝒞𝒜𝑅𝒩𝐼𝒱𝒜𝐿
Uma obra única de poucos capítulos, envolvendo roupas extremamente confortáveis e o hiper foco absurdo numa certa atração.
A única experiência de Turquoise di Medici com uma varinha se resumia às 3 horas gastas naquela atração. E que visão era! Elegantemente vestido, tecidos caros e costuras patenteadas; com o cabelo molhado empurrado para trás (e aquele pequeno rabo de cavalo rebelde). Um verdadeiro lorde... Mas curvado e concentrado, acertado pato atrás de pato com a perfeição de quem conseguia fazer aquilo dormindo. Você pode se perguntar, será que vai bem ou mal? A resposta amontoando-se ao redor das pernas. Pelúcias e outros presentinhos empilhados, separados pelas categorias de sua cabeça e das pessoas que mereciam. Uma salva de palmas a Brianna pelos trocadinhos. Turquoise limpou o suor com as costas da mão depois de mais uma vitória, a coluna estalando quando espreguiçou e... Foi adiante, reconhecendo a presença com um olhar de cima abaixo. Seus lábios tremeram com o esforço, pomo de Adão subindo e descendo antes de conseguir falar alguma coisa. — Quer? — Tão abrangente quanto possível, pegando desde a competição da cadeira vazia ao lado até o presente escolhido das pilhas. Bem verdade, ele não gostava de tanta gente assim.
TIRO AO ALVO: os patinhos nadam em sincronia e abaixam o tempo todo. Quem acertar com uma varinha mágica pelo menos três patinhos, ganha um prêmio da própria escolha dentre pelúcias, instrumentos, bijuterias e doces. Quanto mais patinhos, mais prêmios.
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𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋𝐀 𝐂𝐑𝐄𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄 as 𝐐𝐔𝐄𝐄𝐍 𝐌𝐀𝐑𝐘 𝐈 𝐎𝐅 𝐄𝐍𝐆𝐋𝐀𝐍𝐃/𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄𝐒𝐒 𝐌𝐀𝐑𝐘 𝐓𝐔𝐃𝐎𝐑
Carlos Rey Emperador, Episode 12. Mary's red and gold gown.
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O sorriso ao se virar para Kadaj fora natural, a boca fechada por ainda estar terminando de engolir um doce. Tinha certeza que sairia daquele lugar com algum grau de dor de estômago, mas não conseguia evitar todas aquelas comidas. Estava determinada a se permitir aproveitar a noite, o que incluía tudo aquilo. "Por favor, me chame de Sigrid." Respondeu após comer, porque apesar de conhecê-lo pouco, estava desprendendo-se cada vez mais das formalidades inúteis. Estava próxima demais dos changelings ultimamente e não se arrependia. "Eu levei mesmo um susto." Confessou, deixando seu pequeno prato de lado; tinha terminado os doces e não pretendia mais comê-los por enquanto. "Vincent se transforma mesmo em um tigre e eu em um leopardo." Contou, aguardando um pouco antes de falar apenas para ver a reação alheia. "Não sei porque aconteceu, também não tenho muito controle sobre isso, mas acontece." Uma das mãos passou pelo braço, quase sem perceber, como se pudesse acariciar os pelos imaginários. "Muitas coisas estranhas estão ocorrendo. Conheço changelings que agora possuem dons excepcionais. Além do que aconteceu com Melian, claro." Não estava mais chateada com o assunto, então conseguia falar sem amargor. "E você? Algum acontecimento esquisito?" Seria interessante saber, preparar-se para qualquer instante estranho que pudesse surgir.
@sigridz
tenda das comidas 📍
Estar ambientado num circo com os privilégios de agora era muito mais emocionante do que outrora, quando não tinha qualquer razão para se emaranhar no meio. Não tivera uma condição financeira tão boa quanto o presente momento, portanto, podia usufruir de muito mais atrações e comidas, em especial. E foi o que fez. Enfiou-se na fila para pegar por um prato e unir alguns salgados e doces na pequena bandejinha, e bem quando estava entretido misturando sabores, esbarrou sem querer em um rosto já bem conhecido de antes. "Sigri- Senhorita Briarsthorn!" O sorriso só foi exibido após corrigir-se, com receio de ser repreendido por um nobre por lhe chamar pelo nome sem muito respeito. Ao contrário de Joahnna, os outros que conhecia não eram lá tão convidativos e igualitários, preferindo a alcunha nobre do que serem reconhecidos como semelhantes dos meio-feéricos. Quanto à Sigrid, não fazia ideia de como era sua preferência. "Lhe vi na tenda das atrações. Pareceu tomar um susto com o truque do ilusionista. Até fiquei curioso porque Vincent se transforma em um tigre, aí me perguntei porque nunca vi você se transformar em nada... Ainda parece absurda a ideia de que essas coisas aconteceram."
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Starter para @caraclara
Fila para a roda gigante
A fila para a roda gigante estava longa, mas Sigrid estava se sentindo paciente. Não queria abusar de privilégios ou poderes, então apenas se contentava em aguardar. Não demorou até que os olhos avistassem a figura de Clara bem perto, abrindo um sorriso ao vê-la; estava muito bonita no vestido. Era presente merecido e Sigrid sentia-se um pouco mal por não ter oferecido um modelo novo. Naquele momento decidiu um presente para a amiga: a levaria para a modista assim que possível para que um vestido fosse e totalmente adequado para ela fosse feito. Moveu-se apenas um pouco de seu lugar na fila, o suficiente para chamar e atenção dela e acenar com um sorriso. "Você está tão bonita, Clara!" Sigrid elogiou a amiga, dando outro passo minúsculo — não o suficiente para abandonar a fila e perdeu seu lugar. "Está gostando do circo? Confesso que fazia algum tempo que eu não visitava um, então me sinto animada." E por outras razões também, visto que a vida não parecia mais tão complicada como nas últimas semanas. As coisas pareciam mais calmas, mais tranquilas e havia esperança para alguns dias melhores no futuro. Portanto se considerava de bom humor. "Já visitou todas as atrações? Tem muita coisa para ver."
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Starter para @johannaflorent (Florian)
Arco de fogo.
Assim que Sigrid colocou os olhos em Florian, ela sentiu-se irritada. E então olhou para os lados, apenas para conferir de Joahnna não estava por perto. O último encontro não tinha sido nada agradável e Sigrid ainda sustentava muitas inseguranças em relação ao homem, querendo mantê-lo longe de todos. Não tinha preconceito com bastardos, no entanto tinha temor com aqueles que poderiam prejudicar a amiga de alguma forma — doce e inocente demais para se proteger sozinha, pensava Sigrid. Por isso se aproximou dele, sem se importar com o calor das chamas do contorcionista próximo. "Pensei que já tinha ido embora." Ela proferiu, pouco se importando com o que ditava a boca educação. Estava na defensiva desde o primeiro momento, sem conseguir deixar a desconfiança de lado. "Vai ficar muito tempo na cidade?" Sabia que estava sendo repetitiva em suas perguntas, então após outro olhar de conferência para os lados, a khajol abaixou o tom ao perguntar: "Você está aqui, por acaso, para procurar familiares? Não queria dizer, mas você me recorda alguém que eu conheço." Se a resposta fosse sim, seria fácil despistá-lo e enviar para algum lugar ao longe. Poderia apenas dizer que os tais conhecidos estavam perto da fronteira, afinal.
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As palavras de Cillian sempre faziam Sigrid rir, mas naquela noite estava rindo um pouco mais. Talvez mais alto do que de costume, o álcool deixando tudo mais divertido. Ou então era a saudades dele cumprindo seu papel — Sigrid não sabia dizer, mas estava sorridente enquanto recebia carinho e felicidade. "Não precisa matar ninguém, te garanto." Queria poder dizer que ele nunca mais precisaria disso, mas a guerra ainda existia, mesmo longe daquela pequena bolha de alegria. Ela, no entanto, queria manter as coisas leves. "Estou reclamando de dormir." Confirmou. "Pior: dormir sem você! Mas aceito sua sugestão de visita e use essa roupa, por favor." Parecia com as vestes que ele usava quando o conheceu, o que fazia com que revisitasse memórias queridas e que o corpo esquentasse quando lembrasse de todas as vezes em que tinha pensado em beijá-lo ainda naquela época. Ele estava muito bonito, mas Sigrid sabia que ele ficava muito mais belo sem peça alguma. Não que fosse algo que diria em voz alta; já tinha deixado o recato de lado, mas não queria provocá-lo demais quando não seria possível saciar o desejo ali mesmo. "Acho que você é muito bom em trapacear. Aposto que sempre trapaceava quando jogávamos." Bem, Sigrid não era boa com cartas e as vezes se distraída fácil, então era bom implicar e colocar a culpa em sua suposta desonestidade — dificilmente admitiria sua derrota. "Fay? Há algum tempo não ouço dela. Quero visitá-la também, deve estar enorme." A conhecia bem pelas cartas do irmão de Cillian, mas ainda não tinha visto pessoalmente. Estar com ele era uma oportunidade para visitar os outros membros da família que lhe eram queridos e que em breve seriam família dela também.
Um comentário, no entanto, a fez ficar um pouco tensa nos braços dele. Pensativa, com as sobrancelhas curvadas na expressão típica de confusão. "Não foi eu. Não tenho mais poder algum além de me transformar em um leopardo." Até mesmo a transformação era um grande mistério e quando mais pensava, mais confusa ficava. A bebida parecia deixar a cabeça pesada, as pernas leves e os membros moles. Queria derreter ali, ao mesmo tempo em que se esforçava para continuar de pé. "Você tem sonhado com rosas também? Tem muito tempo? Por isso começou a acontecer comigo uns dias antes do ataque. Estive pesquisando, mas rosas estão associadas a muitas coisas, assim como estrelas de oito pontas. Também deixei oferendas, mas se for alguma divindade, ainda não deu grandes sinais." A possibilidade deixava Sigrid animada e agitada, pensando que poderia ser seu retorno khajol: o abandono de Rá parecia ter tirado uma luz de sua vida, mas havia sido o bastante para descobrir que não precisava do deus para brilhar. As pessoas ao seu redor pareciam fonte de luz o suficiente para acariciar o espírito e aliviar os fardos. A jovem abaixou a testa no peito de Cillian, fechando os olhos para inspirar o cheiro dele e esperando que trouxesse alguma claridade para a mente nublada. "Você é tão cheiroso." Murmurou, inspirando fundo. O tecido também era fofo, deixando os olhos ligeiramente pesados. "Pensei em ir na tenda do futuro. Ouvi dizer que tem algo assim. Você já visitou? O que fez além de jogar?" Estava curiosa os momentos dele, assim como animada com a possibilidade de compartilhar sobre os seus. Mais ou menos, na verdade. Literalmente sentia-se derreter e dentro de si tentou invocar a força do leopardo para se manter de pé. Isso apenas fez com o peito ressoasse de uma forma baixa e profunda, semelhante a um ronronar. Não sabia que era capaz daquilo, mas parecia adequado, visto que compartilhava sua identidade com um felino.
A postura de Sigrid quase o fez rir e, no lugar do gesto, deixou um sorriso largo entre as bochechas do changeling. Não se contentava com os beijos e afeto que recebia, sempre querendo mais e nunca ficando completamente saciado. O perfume misturado com o álcool de rosas parecia cair perfeitamente bem com a amada, embora estivesse com uma pulga atrás da orelha. Sigrid geralmente não bebia por qualquer motivo e duvidava muito que tinha sido apenas coagida. “Acabaram te forçando também? Quem vai ser o primeiro a ser riscado da minha lista?” Continuou na diversão sem tentar se preocupar muito com as razões além daquele momento. No fim, estava entusiasmado com a primeira vez em que saíam juntos, em público, mesmo que não tivessem ido até a festa na companhia um do outro. “Não acredito que está reclamando de dormir.” Devolveu com outro riso, sabendo bem qual era a comoção. ���Fico com saudades de você mesmo quando estamos juntos, Sigrid, mas foi bom ter me dito isso. Estava mesmo pensando em algum plano para escapar para o seu quarto em uma noite ou outra. Deve bastar, não?” A provocou mais uma vez, retribuindo o beijo com outro enquanto a puxava para mais perto, se aquecendo no calor do corpo dela agora que a noite caía mais fria e não o protegia tanto com as vestes mais simples, nada parecidas com as pesadas de seu guarda-roupas usual. Estava um tanto diferente até para o próprio gosto ao mesmo tempo em que estava contente por arriscar algo. Precisava mudar muita coisa.
“Sei que vou ter todos os momentos que eu quiser depois, apesar de que não vou perder a chance de tentar te acompanhar.” Sabia que a passaria na bebida com pouco esforço, entretanto, não roubaria o momento dela. Sigrid estava se divertindo e parecia feliz o suficiente para fazê-lo se sentir da mesma forma. Também não andava tão interessado em bebidas, se controlando cada vez mais com o temor leve de cair na tentação de não parar depois de certo tempo. Franziu o cenho, tombando a cabeça levemente. “Não é você quem está fazendo crescer todas aquelas rosas? Pensei que tinha feito um elixir novo para as plantas. De vez em quando também sonho.” O jardim de Cillian estava mais colorido do que jamais esteve, o chalé parecendo uma casa aconchegante de um camponês com quase tanto dinheiro quanto a nobreza. A beleza do lugar tinha sido renovada e remetia a Sigrid por todos os cantos, e fazia sentido para ele acreditar que tudo vinha dela. Os sonhos eram novidade já que ele não tinha tempo de sono de qualidade há muito tempo, e até estranhava quando se maravilhava com algum sonho que esquecia rápido ao longo do dia por não ter mais afinidade com os mesmos. Vez ou outra, rosas apareciam nos cantos de seus cenários e as associava à nova visão de seu lar. Aparentemente, não era o único. Olhou para a mesa abandonada, dando de ombros. “É difícil ganhar de especialistas em trapaças. Sempre acho que sou bom até me deparar com velhos amigos.” Sorriu torto, sem disfarçar o apreço que tinha por aquelas jogatinas. “Mas ganhei uma coisa na brincadeira de tiros. Fay quis muito uma foca gigante e precisei errar várias jogadas até conseguir.” Mencionou a sobrinha que ela conhecia bem por se corresponder com seus irmãos por tanto tempo.
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Estava curiosa com a tal sala dos espelhos, portanto parecia uma ideia interessante visitar o local. Era sempre ávida por aventuras e descobertas. E a ideia de visitar com Freyja era melhor ainda. A amiga era a companhia perfeita, então não hesitava em convidá-la para algo do tipo. "Esse lugar já dá mesmo a sensação de bebida." Não que fosse grande expert, mas tomava um ou outro copo e conhecia a sensação do corpo quente e confuso. Encarou o primeiro espelho da frente, virando um pouco para conferir o caimento do vestido escolhido. Não era novo, mas gostava de como o azul realçava os olhos. Perdeu-se um pouco na própria vaidade antes de escutar Freyja, levando alguns segundos para assimilar as palavras. "Nunca ouvi sobre espelhos. Quero dizer, não me recordo. Já ouvi de alguns khajols que usavam como ferramentas de magia." Alguns espelhos pareciam mostrar outras realidades ou cenários, mas Sigrid nunca tinha se interessado muito em o que era ou como fazer; o interesse de Freyja, no entanto, também despertava o dela, que tirou os olhos do próprio reflexo para olhar ao redor. Mil versões de Sigrid a encaravam de volta. "Um espelho que parece feito de água é realmente algo que eu gostaria de ver." Um dos dedos tocou o da frente, que parecia bem firme. "Não é esse." Deu uma risadinha ao se afastar, grudando na amiga para seguir outro caminho. Parecia fácil perdê-la ali e não queria se sentir estúpida caso acontecesse.
Os braços enlaçados ao dela dava alguma segurança, mas começava a sentir algo estranho ao olhar para aqueles espelhos. Algo estranho a cada passo que dava. O ar parecia vibrar, pesado com o que pensava ser magia. Poderia não ter mais nenhuma em seu corpo, mas ainda era possível reconhecer a presença no ambiente. "Esse lugar é esquisito." Sigrid sussurrou, como se o mero som da voz fosse capaz de quebrar algum espelho. E então ela ouviu. Água. Um som como água corrente, como se houvesse um rio próximo — no entanto, a jovem sabia que não havia. Os sons do circo também deveriam abafar qualquer outra coisa. "Você está ouvindo?" Água. Sigrid se afastou de Freyja, seguindo na direção do som até estar de frente a um espelho como todos os outros. No entanto, tinha certeza que o som partia dali. Como se um rio através do espelho... "Acha que é desse do qual estavam falando?" Indagou com desconfiança. Como khajol, deveria estar acostumada com coisas estranhas. Só que ainda não estava. "Parece o tipo de coisa que deveria estar em Hexwood, não aqui." Ergueu um dos dedos, incerta sobre tocar ou não. "O que acha? Vamos tocar?" Um sorriso discreto apareceu nos lábios, como uma criança prestes a fazer uma travessura.
ONDE: Sala dos Espelhos
COM: @sigridz
Andar com Sigrid pelo circo tinha sido a melhor coisa de todas. Além de fofocarem e darem palpite em absolutamente tudo, ainda se encorajavam a visitar as atrações mais intimidadoras. A Sala dos Espelhos não seria a primeira escolha de Freyja que tinha ouvido um rumor ali e aqui sobre o que poderia acontecer ali dentro e sua mente já estava embaralhada demais. Com companhia, entretanto, parecia ter um pouco mais de coragem. Não soltou a mão suada da de Sigrid conforme entravam no lugar, logo se deparando com o próprio reflexo sendo duplicado várias vezes ao lado do da amiga. "Ainda bem que não bebemos antes de entrar aqui."
Apesar da brincadeira, Freyja sentia um arrepio frio subir pelo pescoço. Não estava desconfiada, só conseguia sentir a energia pura dali. Geralmente, aquele tipo de coisa acontecia quando sentia um pouco de medo ou insegurança, mas conseguia sentir magia pura, até o cheiro. Talvez os rumores não fossem tão rumores assim. "Também ouviu dizer que os espelhos são traiçoeiros?" Perguntou enquanto olhava para o teto, também coberto de espelhos distorcidos que refletiam a imagem distorcida delas de forma desconfortável. A cabeça começaria a dor se continuasse mirando o alto e, por isso, andou em frente. "Algumas pessoas que vieram saíram confusas sem saber se era ilusão ou realidade. Podíamos tentar descobrir? Tudo começa com um espelho que parece feito de água..." Murmurou sobre a aparência turva que alguém na fila havia comentado, os ouvido sempre atentos aos cantos.
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As bebidas coloridas tiveram um grande impacto em Sigrid. Ela estava animada com o circo, pela primeira oportunidade real de diversão em muito tempo e com a ideia de perder-se em tendas diferentes e cheias de cores, esquecendo sobre mortes, tramas e divindades. Fora por isso que a bebida tivera um grande efeito, porque tinha atacado as coisas sem ter muito no estômago. O gosto doce, mas também amargo era atrativo o suficiente para que desejasse tomar mais e o vinho de rosas esquentava o corpo de uma maneira confortável. Abandonou a tenda apenas quando a visão ficou embaçada ao longe, piscando forte para focar e decidindo que era hora de procurar alguma coisa para comer. Deixou o lugar devagar, o vestido azul tocando a relva enquanto firmava os pés na terra ao caminhar devagar. Parou quando percebeu a figura de Cillian ao longe; poderia reconhecê-lo de qualquer forma, a qualquer distância. Haviam chegado de forma separada, mas era a intenção dela procurar pelo homem na primeira oportunidade. As mãos se elevaram em uma aceno discreto para ele, aguardando os passos em sua direção.
Sigrid sentia o rosto quente e a aproximação de Cillian a deixava ainda mais corada. "Não acredito que te obrigaram a uma coisa terrível assim. Você deve ter odiado." Ela brincou também, esticando os braços para colocar em volta do pescoço alheio. Nem um pouco preocupada com possíveis olhares ao o público; não tinha vontade alguma de manter o relacionamento sem segredo ou medo de sua tia. Não era mais uma jovenzinha assustada. Quando Cillian se afastou, ela quase reclamou — queria beijá-lo muito mais, principalmente após reparar no brilho de seu anel no dedo dele. "Não recomendo aquele lugar." Balançou a cabeça, mas quase se arrependeu diante da onda de vertigem. Agradeceu pelos braços ao redor dele, um apoio. "Não há como dizer não para aquelas pessoas também, sabia?" A língua estava mesmo pesada ou era apenas uma impressão incômoda? "Ah, Cillian. Você não vai conseguir dormir de qualquer forma." Sigrid brincou ao erguer os pés de novo para deixar outro beijo nos lábios dele. "Não acredito que está falando em dormir. Não está com saudades de mim? Esses dias em Hexwood foram um pouco solitários." Sigrid não estava chateada de verdade. Era apenas a sua típica manha, o charme que costumava jogar para Cillian apenas para ser um pouco mais bajulada. "Você não vai perder momento algum. Eu pretendo comer alguma coisa e talvez retornar para lá. Virá junto comigo? O vinho de rosas está perfeito. Tenho tido um grande apreço por rosas ultimamente, sabe? Elas aparecem em todo lugar! Nos meus sonhos, nas minhas plantas..." Era estranho que uma rosa tivesse brotado de um girassol, afinal. "De qualquer maneira, ganhou alguma coisa ali? Ou perdeu todas?" Queria fazer mais perguntas, mas decidiu começar por algo fácil.
ONDE: Roda Gigante
COM: @sigridz
Velhos hábitos eram difíceis de serem abandonados e ali se deparava com dois: jogos de azar de cartas e cigarrinhos enrolados com um tabaco velho. Não sabia como havia parado ali, mas estava sentado sobre o banquinho em uma mesa improvisada com dois mímícos que tinham abandonado o posto para incitar os visitantes a apostar. Fã de um bom jogo, é claro que Cillian caiu no golpe atrativo e ali estava, com o montinho de moedas sobre o suporte e as cartas sujas nas mãos, dividindo um único cigarrinho com os mímimos que sujavam a seda de batom barato e vermelho. Temia que sua boca ficasse suja e o pensamento só ocorreu quando viu o brilhante do vestido reluzir contra a magia da roda gigante, o encarando do outro lado com um sorriso estranho no rosto. Abandonou as cartas na mesa com um sorriso amarelo, ficando de pé rapidamente. "Foi um prazer, cavalheiros." E deixando as moedas para trás contra os protestos dos artistas, andou na direção de Sigrid, não antes de tomar o último gole de seu rum quente de chocolate para tirar o cheiro e o gosto da boca.
Como usual, Sigrid era mais bonita que qualquer coisa que ele veria naquele circo, e as atrações eram impecáveis. Ela conseguia se destacar ao olhar dele contra tudo, sendo um deleite e enchendo as íris escuras de um doce que nem mesmo ele tinha percebido ainda. Esticou as mãos, há muito sem as luvas e exibindo o anel dado por ela, para segurar as dela. "Acredita que fui coagido a participar de uma jogatina contra a minha vontade? Dizem que negar pedidos de mímicos dá azar. Existem pessoas que ficam sem voz pelo resto da vida." Brincou com um sorriso, entregando a própria culpa de que não havia resistido. Ela o conhecia bem e precisava saber de seus defeitos e fraquezas agora que ele tinha uma certeza absoluta: poderia pedi-la em casamento. Só não sabia quando, mas o faria. A ideia fazia com que ele sorrisse mais ainda e as bochechas doíam com o gesto. Se aproximou para deixar um beijo sobre os lábios e, quando o fez, franziu o cenho. "Parece que sua atração favorita foi a tenda de bebidas." Achou divertido ver aquele toque alcoólico porque sabia bem que ela não era adepta aos drinks. "Não sei se vou conseguir dormir sabendo que perdi esse momento histórico."
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