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Soli Simmer
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27, Brazilian. TS4 CC and Storyteller
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 28
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Ana não conseguia controlar os pensamentos que insistiam em girar em torno de Eduardo. O tempo todo na praia, mesmo rindo das piadas de Murilo ou ouvindo as conversas sem muito foco, a mente dela voltava para os desejos que sentia.
Quando decidiu voltar para casa, fez isso com uma ideia clara: se Nina e Lucas estavam aproveitando o tempo a sós, ela poderia fazer o mesmo com Eduardo.
O caminho até em casa foi tranquilo, mas a dinâmica entre eles a deixou ainda mais inquieta. Eduardo agia como um amigo — nenhuma mão dada, nenhum toque sugestivo, apenas aqueles olhares furtivos que pareciam dizer tudo e nada ao mesmo tempo.
Murilo, alheio ao que se passava, tagarelava sobre vídeo games ou séries. Ana não conseguiu se concentrar no que ele dizia.
Assim que chegaram, Murilo subiu direto para o quarto, despedindo-se com uma energia juvenil.
Eduardo, no entanto, ficou parado no pé da escada, lançando um olhar malicioso para Ana.
— Não ganho um beijo de boa noite? — perguntou ele, com aquele sorriso de quem sabia exatamente o efeito que tinha sobre ela.
Aquilo foi a gota d'água.
Ana caminhou até ele e pegou sua mão com firmeza.
— Não sobe. Vem comigo.
Eduardo não precisou de um segundo convite. Seguiu Ana pelo corredor, os dedos entrelaçados nos dela.
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Ao entrarem no quarto de Ana, ele fechou a porta atrás de si e deixou-a de pé na ponta da cama, posicionando-se atrás dela. Suas mãos deslizaram para a cintura de Ana enquanto ele começava a beijar seu pescoço.
Cada toque, cada beijo, enviava uma corrente elétrica pelo corpo dela. Ana sentiu os arrepios crescerem enquanto as mãos de Eduardo exploravam seu corpo com uma precisão quase calculada.
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Sentados na cama, os dois continuaram entrelaçados em beijos profundos. Eduardo parecia ansioso, mas ao mesmo tempo cuidadoso, deixando claro que queria aproveitar cada momento.
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Quando se deitaram, ele se posicionou atrás dela, ainda beijando seu pescoço e ombros.
— Você está com muita roupa — sussurrou ele, a voz rouca próxima ao ouvido dela.
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E, com calma e habilidade, foi removendo cada peça, deixando uma trilha de beijos pelo caminho. Ana se entregou completamente, esquecendo por um momento suas apreensões sobre o futuro e focando apenas no presente, no calor do momento.
A noite foi intensa e cheia de paixão. Eles exploraram cada canto da suíte como se o tempo fosse limitado e precisassem aproveitá-lo ao máximo.
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No entanto, quando o silêncio chegou e os dois estavam deitados na cama, com Eduardo adormecido ao lado dela, as preocupações de Ana começaram a voltar.
Ela sabia quem Eduardo era. Sabia que ele não era de compromissos e que essa noite poderia ser apenas mais uma para ele.
Mas, mesmo com o medo de que ele se afastasse novamente, Ana aceitou que havia assumido o risco. E, naquele momento, decidiu que não se arrependia.
O dia começou com uma atmosfera leve e íntima. Ana e Eduardo estavam na sacada, sentados na cadeira de balanço. 
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A brisa suave misturava-se com o calor dos corpos próximos. Eduardo passava os dedos lentamente pelos braços de Ana, enquanto ela repousava a cabeça em seu ombro.
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— Acho que o pessoal já deve ter acordado — comentou Ana, quebrando o silêncio com uma voz suave. — Vamos tomar café?
Eduardo assentiu e a seguiu até a cozinha. Mas, assim que chegaram, algo mudou. Eduardo tornou-se mais reservado, como se houvesse um muro invisível entre eles. Ana sentiu a diferença imediatamente. Ele evitava olhá-la com a mesma intensidade e não houve sequer um toque casual.
Tentando disfarçar sua frustração, Ana se aproximou de Nina, que já estava na cozinha.
— Acordou, princesa?
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Nina virou devagar, os olhos semicerrados e uma expressão de cansaço evidente.
— A princesa acordou com muita dor de cabeça!
Ana riu, aproveitando a oportunidade para esquecer a atitude de Eduardo por um momento.
— E aí? Acordou acompanhada?
Nina deu de ombros, rindo levemente.
— Lucas saiu do meu quarto assim que eu dormi.
Ana arregalou os olhos, incrédula.
— Ele ou é muito cavalheiro ou muito idiota.
Nina deu uma risada curta e voltou sua atenção para preparar a massa de um bolo. Enquanto o bolo estava no forno, ela improvisou um sanduíche para si mesma.
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— O pão acabou — avisou Ana, terminando seu café.
Sem hesitar, Nina decidiu ir à padaria próxima. Desde que acordou, Lucas não havia aparecido, e isso a incomodava mais do que gostaria de admitir. Ela não conseguia parar de pensar por que ele havia saído do quarto na noite anterior.
Com esses pensamentos, Nina chegou à padaria, comprou o pão e voltou para casa. Ao se aproximar do portão, parou de repente.
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Lucas estava do lado de fora, vestido apenas com tênis de corrida e uma calça de moletom. O corte de cabelo curto destacava o rosto dele, enquanto uma tímida franja colada pelo suor deixava claro que ele havia se exercitado.
— Bom dia, Nina — disse ele, sorrindo de um jeito tão gentil que fez o coração dela acelerar. — Dormiu bem? E como está se sentindo depois de ontem?
— Bom dia. Estou... bem, eu acho. — Nina respondeu, tentando não se deixar distrair pelo visual dele.
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Eles conversaram de forma descontraída enquanto entravam juntos na cozinha. Lucas foi direto para a pia, lavou as mãos e pegou um sanduíche preparado com o pão fresco que Nina trouxe.
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— Minha cabeça está me matando — confessou Nina, apoiando-se na bancada.
Lucas olhou para ela com um sorriso divertido.
— Você lembra das mensagens que mandou ontem?
Nina congelou, tentando buscar as memórias nebulosas da noite anterior.
— Não exatamente... Por quê?
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Lucas riu, pegando o celular dele do bolso.
— Eu vi de madrugada. Sério, você foi muito fofa.
O rubor subiu rapidamente ao rosto de Nina.
— Meu Deus, preciso ver o que escrevi.
Ela pegou o celular e começou a rolar as mensagens. Quando finalmente se deu conta do que havia dito, cobriu o rosto com as mãos.
— Que vergonha!
Lucas riu ainda mais, aproximando-se e inclinando a cabeça para olhá-la nos olhos.
— Não precisa ter vergonha. Foi a coisa mais adorável que já vi.
Antes de sair da cozinha, ele piscou para Nina e disse casualmente:
— Vou tomar um banho. Depois posso te encontrar no seu quarto?
Ainda ruborizada, Nina respondeu com um sorriso tímido:
— Pode.
E, com isso, Lucas saiu, deixando Nina com um sorriso bobo nos lábios e um coração que batia rápido demais para o seu gosto.
Nina estava sentada na ponta da cama, mexendo distraidamente nos nós de seus dedos enquanto aguardava Lucas. Seu coração estava acelerado, uma mistura de ansiedade e expectativa. Quando ouviu duas batidas na porta, sua voz saiu suave, mas firme.
— Pode entrar.
Lucas entrou com um sorriso tímido, seu olhar carregando algo entre nervosismo e carinho. Ele fechou a porta atrás de si e caminhou em direção a Nina. Ela se levantou, indo ao encontro dele, e os dois ficaram frente a frente, por um momento apenas se olhando. Os olhos de Nina se encontraram com os dele, e por um momento, o mundo ao redor desapareceu. Era como se todo o tempo que passaram separados não tivesse significado nada; eles ainda eram Lucas e Nina, duas pessoas com uma conexão inquebrantável.
Foi Lucas quem quebrou o silêncio.
— Ontem, quando eu estava no seu quarto... Quando fui embora, vi o presente que te dei na penteadeira.
Nina sorriu, sua expressão iluminada.
— Eu amo aquele presente, Lucas. Deixo ali para sempre lembrar que foi o presente mais lindo que já recebi.
Houve uma pausa breve, e então ela continuou:
— Como você conseguiu aquela edição limitada? É um colar tão raro… E o dourado, como eu queria!
Lucas deu de ombros, seu sorriso alargou-se levemente.
— Eu dei um jeito. Quando vi como você queria, não podia deixar passar.
Ele a olhou com ternura antes de dizer:
— Tudo que for importante para você vai ser importante para mim.
Lucas se aproximou ainda mais, pegou a caixa contendo a joia e perguntou suavemente:
— Posso colocar em você?
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Nina assentiu, virando-se de costas. Lucas afastou uns poucos cabelos dela que caíam do coque, com delicadeza, e colocou o colar em seu pescoço. Quando terminou, Nina tocou a peça com os dedos e, em seguida, virou-se para abraçá-lo, sua gratidão refletida em cada gesto.
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— Obrigada mais uma vez, Lucas. É perfeito.
Ainda envolvida em seus braços, Nina lembrou-se do cartão que acompanhava o presente.
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— Por que você escolheu a letra de White Flag, da Dido?
Lucas sorriu, um toque de nervosismo em seus olhos.
— Você conhece a música, não é? Leu o refrão?
Ela assentiu.
— Sim, eu li.
Ele respirou fundo antes de responder.
— Porque a letra é tudo o que eu queria dizer a você. Eu fui, sou e sempre serei apaixonado por você, Marina.
Nina desfaz o abraço para olhar Lucas nos olhos. As palavras dele a emocionaram profundamente, e seus olhos marejaram enquanto ela falava.
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— Eu achei que você tivesse me esquecido...
Lucas balançou a cabeça, sua expressão intensa.
— Esquecer você? Nem se eu quisesse, Marina. Você é a pessoa mais importante da minha vida. Foi você que me ensinou a amar e a ser amado… Mas só me ensinou a amar você.
Brincou ele. Ela hesitou, sua voz baixa e trêmula.
— Eu tive medo de errar. Eu errei muito. E ainda tenho medo... Mas não quero deixar o medo me impedir de fazer o que eu quero.
Lucas segurou as mãos dela, seus olhos transmitindo compreensão e afeto.
— Ambos erramos. Fomos imaturos. Nos magoamos. — Ele respirou fundo antes de continuar: — Eu sabia que você precisava de espa��o, que tinha sonhos para perseguir, e que não podia carregar o peso de um relacionamento naquele momento. Eu fui egoísta, eu devia saber que você não estava pronta para um relacionamento. Mas eu nunca deixei de pensar em você. 
Nina olhou para ele, surpresa e emocionada com a sinceridade dele.
— Você não era um peso, eu só… Só não estava lidando bem com nada, como se eu estivesse me doando pouco para tudo e falhando em tudo.
— Nina, olha para mim. Não podemos mudar o passado — disse Lucas, sua voz firme. — Mas podemos construir um presente melhor. Eu quero o meu presente com você, Nina. Somente com você.
Ela sorriu, lágrimas escorrendo silenciosamente por suas bochechas.
— Eu também quero isso, Lucas. Quero continuar meu presente com você. Conhecendo você, tendo você na minha vida de novo. Sem despedidas. Sem desencontros.
— E principalmente sem desentendidos. — Acrescentou Lucas. — Sempre que tiver dúvida de algo, me pergunte. Sempre.
Nina sorriu enquanto enxugava uma lágrima.
— E sobre os erros: bom, vamos errar. Errar novos erros. — Completou Lucas, enquanto Nina sorria. — Mas o importante é que estaremos juntos. 
Lucas beijou os nós das mãos de Nina ao dizer:
— Eu prefiro errar estando com você do que acertar com qualquer outra pessoa.
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Lucas não disse mais nada. Ele a levantou nos braços como costumava fazer, arrancando uma risada dela. Ao colocá-la de volta no chão, Nina segurou o rosto dele com as mãos e o beijou.
Com a permissão dela, Lucas aprofundou o beijo, e o que começou suave e carinhoso logo tornou-se voraz, uma troca intensa de sentimentos que transbordavam em toques e abraços. Lucas a puxava para cima, querendo diminuir a distância dos dois.
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Naquele momento, o mundo parecia se reduzir aos dois, e o presente deles começava a ser construído, tijolo por tijolo, entre beijos, promessas e reencontros.
- - - <3
White Flag
Eu sei que você pensa que eu não deveria te amar mais
Ou te dizer isso.
Mas se eu não dissesse, bem eu ainda sentiria
Onde está o sentido nisso?
Eu prometo que não estou tentando dificultar sua vida
Ou retornar pra onde estávamos
Mas eu vou afundar com este navio
E eu não vou colocar minhas mãos pra cima e me render
Não haverá bandeira branca em cima da minha porta
Estou apaixonado e sempre estarei
Eu sei que deixei muita confusão e destruição
Para voltar novamente
E eu não causo nada além de problemas
Eu entendo se você não consegue falar comigo de novo
E se você vive pelas regras do "Acabou"
Então estou certo de que isso faz sentido
Mas eu vou afundar com este navio
E eu não vou colocar minhas mãos pra cima e me render
Não haverá bandeira branca em cima da minha porta
Estou apaixonado e sempre estarei
E quando nos encontrarmos,
o que estou certo de que vamos
Tudo que aconteceu naquele momento
Ainda irá existir
Eu deixarei passar
E ficarei calado
E você irá pensar
Que eu parti pra outra
Eu vou afundar com este navio
E eu não vou colocar minhas mãos pra cima e me render
Não haverá bandeira branca em cima da minha porta
Estou apaixonado e sempre estarei
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Próximo episódio: em breve.
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 27
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O sol começava a cair no horizonte enquanto eu, Murilo e Eduardo finalmente nos aproximávamos da praia. Havíamos demorado mais do que o planejado, culpa da minha decisão de última hora de cortar o cabelo.
Barbearia no fim do ano é sinônimo de espera interminável. Depois de horas aguardando minha vez e, finalmente, me livrar das pontas rebeldes, ainda precisei passar em casa para tomar um banho. Os fios cortados pinicavam e não tinha a menor chance de aguentar aquilo.
Agora, com o vento batendo nos meus cabelos recém-aparados, eu sentia um frescor há muito esquecido. O corte estava mais curto do que o habitual, um degradê discreto que deixava um visual despojado, algo que eu sabia que combinava bem comigo.
Quando avistamos as meninas, Murilo disparou na frente, correndo até elas como se tivesse acabado de ganhar o dia. Eduardo e eu caminhamos mais devagar, conversando sobre amenidades enquanto nos aproximávamos.
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Nina e Ana estavam sentadas perto de um quiosque. O contraste era inconfundível: Ana, sempre impecável, com o cropped vermelho que destacava sua pele negra bronzeada; e Nina, num biquíni preto e kimono cinza e floral, exalando charme mesmo com o sorriso um pouco mais largo e os olhos brilhando mais do que o normal.
Assim que Nina me viu, o rosto dela se iluminou. Aquele sorriso... Eu já tinha me acostumado a como ele podia mexer comigo, mas ainda assim, fui pego desprevenido.
— Finalmente! — ela exclamou, levantando-se num movimento um tanto desequilibrado.
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Eu ri, percebendo imediatamente que ela estava bêbada.
— Demoraram muito! — Nina disse, arrastando as palavras. — Mandei muitas mensagens!
— Deixei o celular em casa — expliquei. — Ainda nem vi.
Ela deu um passo na minha direção, com os olhos fixos em mim de um jeito que fazia meu estômago dar voltas.
— Você está lindo — disse ela, com um sorriso quase infantil.
— Obrigado, Nina.
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Mas ela não parou por aí.
— Vou sentir falta das ondinhas do seu cabelo, sabia? — comentou, passando a mão pelos meus cabelos curtos sem cerimônia. — Mas você está tão lindo... Isso devia ser ilegal.
Eu não consegui evitar de rir, mas havia algo na forma como ela dizia que mexia comigo. A espontaneidade, o jeito sincero, mesmo sob o efeito da bebida.
— Acho que você bebeu um pouco mais do que devia — comentei, brincando.
— Talvez... — ela respondeu, sorrindo largamente. — Mas não importa. Eu só sei que você está lindo.
E naquele momento, enquanto ela continuava a falar arrastado e eu ouvia seus elogios sem saber exatamente como reagir, percebi que talvez estivesse ficando cada vez mais difícil manter o autocontrole perto dela.
Nina estava completamente adorável naquela confusão de falas arrastadas, sorrisos largos e o olhar que brilhava mais do que o usual. Eu não conseguia evitar rir enquanto ela insistia em pedir outra bebida, mesmo quando estava visivelmente mais para lá do que para cá.
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— Quantas você já tomou, Nina? — perguntei, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha.
— Não sei... — respondeu ela, balançando a cabeça e rindo. — Estou experimentando coisas novas.
Eu ri novamente, mas sacudi a cabeça.
— Não é uma boa ideia misturar bebidas, sabia?
— Só mais uma, a saideira! — insistiu, já se levantando em direção ao quiosque.
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Eu a acompanhei de perto, e enquanto ela fazia o pedido, percebi os olhares ao redor. Alguns caras não se esforçavam nem um pouco para disfarçar como estavam olhando para ela. Meu sangue ferveu. Eu não sabia se era ciúmes ou algo mais possessivo, mas a vontade de deixar claro que Nina estava comigo foi instantânea.
Fiquei ao lado dela o tempo todo, como um sentinela. E quando ela finalmente terminou o drink, disse que estava tonta e precisava descansar os olhos. E então, atirou-se no banco ao meu lado.
— Melhor descansar em casa, Nina. Vamos embora — falei.
Ela abriu um sorriso preguiçoso e, para minha surpresa, atirou-se no meu braço.
— Você cuida de mim, Lucas. Você sempre cuida...
Ana, que observava tudo com uma expressão divertida, riu alto.
— Leva ela pra casa, Lucas. Acho que nunca vi a Nina assim!
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Concordei e ajudei Nina a se levantar. Chamamos um Uber, e o trajeto até casa foi rápido. Ela passou a maior parte do tempo encostada no meu ombro, murmurando coisas desconexas.
Ao chegarmos, fui direto para o quarto dela. Nina se jogou na cama como se fosse o lugar mais confortável do mundo, sem nem tirar os calçados.
— Você nem vai se arrumar para dormir? — perguntei, olhando para ela com uma mistura de diversão e preocupação.
— Cansada demais... — murmurou.
Suspirei, ajeitando os travesseiros para ela. Eu sabia que, no fundo, cuidar dela assim ainda me fazia bem. Dei um beijo em seus cabelos, inalando aquele perfume misturado ao cheiro de álcool. Era como um golpe de nostalgia.
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— Fica. Aqui. Comigo. — Sua voz era baixa, quase um sussurro.
Hesitei por um instante, mas sua expressão era tão serena e vulnerável que foi impossível dizer não.
— Nina...
Ela colocou minha mão em seu rosto, fechando os olhos por um momento como se estivesse absorvendo o toque.
— Fica até eu dormir. Só pelos velhos tempos... — murmurou.
— Eu acho que você está dizendo isso porque está bêbada.
— Exatamente. — ela respondeu. — Eu precisava de coragem líquida para fazer o que não consigo sóbria, mas quero muito.
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Respirei fundo, deitando na beira da cama. Enquanto ela adormecia lentamente, e aninhou o seu corpo ao meu, senti meu coração pesar e ao mesmo tempo acelerar. Talvez fossem mesmo os velhos tempos voltando, ou talvez fosse o começo de algo novo.
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 26
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Assim que Lucas e Eduardo entraram na casa nova de Nina, seus olhos vagaram pelo espaço bem iluminado e decorado com um estilo moderno e aconchegante.
— Gostei da casa, Nina. Combina com você — disse Lucas, enquanto Eduardo acenava em concordância.
— Obrigada — respondeu Nina, sorrindo.
Antes que pudessem continuar a conversa, Murilo surgiu correndo pela sala.
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— Lucas! — Ele parecia genuinamente feliz em vê-lo. — Que bom que você veio!
Murilo prontamente pegou uma das malas de Lucas e começou a levá-la para dentro, cheio de entusiasmo.
— Ei, deixa que eu ajudo — disse Lucas, mas Murilo já estava a caminho.
— Eu posso ajudar com o almoço? — perguntou Eduardo, colocando a mochila no chão e passando a mão no estômago.
Nina olhou para ele, rindo.
— Vocês já tomaram café?
— Já faz tanto tempo que nem lembro — respondeu Eduardo, fingindo estar faminto. — Eu estou pronto é para almoçar.
As risadas preencheram o ambiente, mas Eduardo não perdeu tempo.
— Onde está Ana?
— Na cozinha — Nina indicou com a cabeça, e Eduardo foi direto ao encontro dela, deixando Nina, Lucas e Murilo na sala.
Lucas e Nina se olharam, tentando conter os sorrisos. Havia algo na presença dele que fazia o ar parecer mais leve e, ao mesmo tempo, mais denso.
— Não tem problema mesmo em trazer o Edu?
— Capaz! Claro que não… Mas só temos um quarto de hóspedes — Nina comentou casualmente. — E como o Eduardo veio também, acho que ele vai ficar com ele. Então, não sei. Você vai dormir com ele ou…
Lucas deu de ombros.
— Posso dormir onde você decidir. — respondeu ele, firme.
Murilo, que ouvia a conversa, interrompeu com energia:
— Ele vai ficar no meu quarto!
— Está decidido então? — perguntou Lucas, olhando para Nina, que apenas deu de ombros com um sorriso divertido.
— Sim! Você precisa ver meu quarto novo e o videogame que eu comprei.
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Lucas riu e se deixou levar pelo entusiasmo de Murilo, que rapidamente arrastava sua mochila para o quarto.
Na cozinha, Eduardo estava com a cabeça na geladeira, vasculhando os ingredientes disponíveis. Ana, encostada no balcão, cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.
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— Não acha feio mexer nas coisas dos outros sendo visita?
Eduardo virou-se para ela com um sorriso provocador.
— Eu desconheço a palavra "feio".
Ana não conseguiu segurar a risada e acabou se juntando a ele na busca pelos ingredientes.
— Tudo bem, cozinheiro, o que você precisa? — perguntou ela, pegando alguns itens da bancada.
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Juntos, em um ritmo descontraído e divertido, eles prepararam um frango assado suculento, arroz soltinho e uma salada verde fresca. Logo todos estavam reunidos à mesa, compartilhando o almoço com muitas risadas e conversas animadas.
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Após o almoço, enquanto Nina e Lucas conversavam com Murilo na sala, Ana ficou responsável por lavar a louça. Eduardo apareceu na cozinha logo depois, encostando-se no balcão e observando-a em silêncio por alguns segundos antes de falar:
— Eu estava com saudade.
Ana ergueu os olhos para ele, surpresa, mas com um sorriso.
— É mesmo?
— Fiquei triste de saber que vou ficar no quarto de hóspedes. Pensei que ficaria no seu quarto.
Ela riu, enxaguando o último prato que restava na pia..
— Talvez eu vá ao seu quarto de noite, quando você estiver deitado.
Eduardo arqueou uma sobrancelha, satisfeito com a resposta.
— Vou estar esperando.
Antes que ela pudesse responder, Eduardo a puxou para perto e a beijou, firme e cheio de desejo. Ana correspondeu, seus braços envolvendo o pescoço dele enquanto ele a segurava pela cintura.
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Sem quebrar o beijo, Eduardo a ergueu e a colocou sobre a bancada atrás deles. Ana se acomodou, suas pernas envolvendo a cintura dele enquanto ele permanecia entre suas coxas. O momento era intenso, e a cozinha parecia um universo isolado, onde o mundo exterior simplesmente não existia.
O sol do fim de tarde pintava a praia com tons dourados enquanto Ana e Nina relaxavam numa mesa na praia. Murmúrios das ondas quebrando e risos ocasionais ao longe criavam o cenário perfeito para um momento tranquilo entre as amigas.
Ana tomou um gole do refrigerante e observou Nina com curiosidade.
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— Você nunca bebe cerveja, muito menos assim. Não é você quem diz que só vinho presta?
Nina, já com a garrafa de cerveja pela metade, deu de ombros e riu.
— Estou tentando coisas novas. Dizem que é bom sair da zona de conforto, né?
Ana arqueou a sobrancelha, mas não insistiu. Enquanto esperavam os rapazes que haviam saído para explorar o bairro, as duas decidiram caminhar até o quiosque próximo.
Ana pediu uma caipirinha e Nina escolheu um drink verde com um nome exótico que nem tentou memorizar. Algumas horas e vários goles depois, o efeito das bebidas começava a aparecer.
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Nina estava desinibida, sua risada se tornava mais solta, e ela começava a atrair olhares no bar. Homens tentavam puxar assunto com ela, mas Ana, protetora como sempre, interveio discretamente, segurando a amiga pelo braço e mantendo-a perto.
— Ok, você já está alegrinha o suficiente — Ana disse, rindo enquanto tentava disfarçar o leve constrangimento.
Nina, por sua vez, achava graça de tudo. Com seu kimono preto e branco floral esvoaçando ao vento e as bochechas rosadas pela bebida, tirava selfies despreocupadas: uma fazendo biquinho, outra sensualizando, e várias com Ana ao lado.
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De tempos em tempos, ela olhava o celular e mandava mensagens para Lucas.
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“Estou te esperando na praia,” escreveu em um momento, seguida de várias fotos.
Outra mensagem: “Ana também está aqui, mas ela não está te esperando.”
E então, uma mensagem que fez Ana rir alto:
“Ela queria saber se você gosta de homens também. Eu não soube responder. Eu acho que não. Mas não sei. Se sim, ela disse que gostaria de assistir. E acho que eu também gostaria.”
— Você está impossível hoje! — Ana comentou, tentando pegar o celular de Nina, mas a amiga se esquivou.
— Não tem problema! Lucas sabe que eu sou assim — Nina respondeu, rindo alto.
Enquanto Nina continuava a falar sobre como Lucas era bonito, Ana começou a se distrair, olhando ao redor. De repente, sua expressão mudou.
— Ei, Nina... Olha para trás.
Nina virou-se na direção que Ana indicava. Lá, caminhando em direção a elas, estavam Lucas, Eduardo e Murilo.
Murilo vinha à frente, animado e acenando com entusiasmo. Eduardo seguia casual, com um sorriso presunçoso e despreocupado. Mas foi Lucas quem prendeu completamente a atenção de Nina.
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Ele estava... diferente. Uma camisa de linho azul totalmente desabotoada, revelando a pele dourada pelo sol. Cabelos levemente bagunçados pelo vento, recém cortados e um charme quase irresistível em sua postura.
Nina arregalou os olhos, sua boca se abriu em um sorriso largo e radiante.
— Uau... — sussurrou ela, sem conseguir evitar.
Ana deu uma risadinha.
— Bem, pelo menos você acertou em uma coisa. Ele realmente é bonito.
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 25
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A noite de Natal em Nova Petrópolis era mágica. A casa da minha mãe, como sempre, estava lindamente decorada, repleta de luzes cintilantes e toques rústicos que combinavam com a atmosfera acolhedora da serra gaúcha. Apesar de ser dezembro, fazia um pouco de frio, e o aroma de canela e pinheiro preenchia o ambiente.
Eu havia escolhido um vestido vermelho de manga comprida, com uma fenda que deixava minha coxa esquerda à mostra. Adorava a mistura de elegância e sensualidade que ele transmitia. Minha mãe, sempre animada com a ceia, parecia especialmente feliz por termos conseguido reunir todos este ano na casa dela.
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Murilo, meu irmão, estava no centro das atenções, contando histórias engraçadas que faziam todos rirem. Ana, minha melhor amiga, estava conosco também. Ela havia decidido passar o Natal com minha família, como fazia há anos. Ana vestia um vestido verde escuro, justo, que destacava sua figura impecável, e seu sorriso iluminava o ambiente tanto quanto as luzes de Natal.
Enquanto minha mãe e Murilo terminavam de comer a sobremesa, Ana e eu fomos para a sala. Eu me sentei no sofá, e Ana, com sua habitual despreocupação, deitou a cabeça no meu colo.
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— Você está estranha hoje — eu disse, observando-me. — Algo nessa cabecinha?
Ela riu suavemente, mas antes que pudesse responder, meu celular vibrou. Peguei o aparelho e fiquei surpresa ao ver o nome de Lucas na tela.
Era a primeira mensagem dele desde que havia pedido meu número. Meu coração deu um salto, e Ana notou minha expressão curiosa.
— É ele, né? — perguntou ela, endireitando-se no sofá com um sorriso de expectativa.
— É. — Minha voz saiu mais animada do que eu pretendia. Li a mensagem em voz alta:
“Pedi para a Ana entregar um presente que comprei para você. Espero que goste.”
Ana soltou uma gargalhada. Eu fiquei sem acreditar, mas logo ri também.
— Ele me avisou sobre isso! Um segundo, vou buscar.
Ela saiu apressada e voltou carregando uma caixa cinza, envolvida por um laço elegante. Era pesada e exalava sofisticação.
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— Aqui está. O misterioso presente do Lucas. Abre logo que eu preciso saber!
Com cuidado, desfiz o laço e abri a caixa. Meus olhos brilharam ao ver uma bolsa branca de grife, impecável e exatamente do meu estilo.
— Uau! — exclamei, maravilhada.
Ana sorriu e apontou para a bolsa.
— Acertou em cheio, hein! — disse ela, mas acrescentou. — Olha dentro. Lucas disse que o melhor presente está aí.
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Minha curiosidade disparou. Abri a bolsa e, ao ver o que estava dentro, deixei escapar um grito de surpresa. Meu sorriso era tão grande que minhas bochechas começaram a doer.
— Ele é inacreditável! — murmurei, ainda admirando o presente.
O relógio marcava cinco para a meia-noite quando peguei meu celular novamente. Gravei um áudio com a voz um pouco embargada de emoção:
— Lucas, muito obrigada pelo presente. É o melhor presente que eu poderia receber. Você realmente me surpreendeu.
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Após enviar, acrescentei algo mais:
— Se você não tiver planos para o Ano Novo, estarei no Rio de Janeiro. Você quer conhecer minha casa nova?
Enviei o áudio e, poucos minutos depois, recebi a resposta:
“Eu adoraria. Feliz Natal, Nina.”
Guardei o celular com um sorriso que não conseguia conter. Este Natal definitivamente foi inesquecível.
O sol brilhava intensamente no céu do Rio de Janeiro, e o calor convidava para um dia na praia. Ana e eu estávamos deitadas em nossas cangas na areia de Copacabana, aproveitando a brisa fresca do mar enquanto Murilo, meu irmão, jogava bola com um grupo de desconhecidos que rapidamente se tornaram seus amigos.
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Ana usava um biquíni vermelho vibrante que destacava sua pele bronzeada, enquanto eu havia optado por um preto com um detalhes em dourado. Observávamos o movimento da praia enquanto conversávamos sobre os últimos acontecimentos e os planos para a virada do ano.
— Eu ainda não acredito que convidei o Lucas — confessei, ajeitando os óculos de sol nos meus cabelos.
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Ana riu alto, sua gargalhada inconfundível se misturando ao som das ondas e do barulho de uma praia movimentada.
— Foi bom, Nina. Até porque, se o Lucas vem, é quase certo que o Eduardo venha junto. Os dois são inseparáveis.
Revirei os olhos e soltei um suspiro.
— Grande ajuda, Ana. Como se eu já não estivesse nervosa o suficiente.
— Você precisa relaxar. — Ana sentou-se na canga, tirando a areia das mãos. — Aliás, falando em Eduardo, acho que vou gostar de ver ele de novo.
— Como está entre vocês dois? — perguntei, curiosa.
Ana deu de ombros, mas seu sorriso dizia mais do que suas palavras.
— Não temos nada sério. Só alguns beijos aqui e ali. Mas, sabe, às vezes sinto falta de algo mais... íntimo.
— Intimidade emocional ou física? — brinquei, arqueando uma sobrancelha.
— Ambos, talvez. 
Mais tarde, decidi me juntar ao futebol com Murilo e seus novos amigos enquanto Ana continuava se bronzeando. Foi divertido me perder na descontração do momento, mas minha distração logo foi interrompida pelo som do celular vibrando na minha canga.
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Era uma mensagem de Lucas: "Chegaremos amanhã. Mal posso esperar para te ver."
Voltei para perto de Ana, que já estava me alcançando uma long neck que tínhamos comprado de um ambulante.
— Quem era? — perguntou ela, entregando-me o vidro gelado.
— Lucas. Ele disse que chegam amanhã: Eduardo vem junto.
Ana sorriu.
— Isso vai ser interessante. E eu sabia: onde um vai, o outro vai atrás. — Ela riu e continuou: — Aliás, curiosidade minha… Eu sei que o Eduardo é bi, mas não sei sobre o Lucas. Você sabe?
Balancei a cabeça.
— Não faço ideia.
Ana suspirou dramaticamente.
— Queria saber. Imagina os dois juntos? Seria interessante de assistir.
Eu soltei uma risada.
— Você é uma amiga com ideias doidas, Ana. Doidinha.
Ela deu de ombros, sorrindo maliciosamente.
Passamos o restante do dia ali, aproveitando o pôr do sol dourado, enquanto as ondas quebravam suavemente na areia. 
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Conversamos sobre o Ano Novo, rindo e compartilhando histórias. Em um momento, deixei escapar:
— O Lucas me disse que ainda não superou o que sentia por mim.
Ana me olhou com os olhos arregalados e um sorriso satisfeito.
— E você?
Respirei fundo e admiti:
— Eu acho que também não superei.
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Ela soltou uma gargalhada.
— Eu já sabia! Está na cara que vocês dois ainda se gostam.
— Tão na cara assim não! - me defendi, porém sorri. — Mas com ele tão perto ficou difícil de ignorar.
Ana continuou rindo comigo (ou de mim).
No dia seguinte, acordei cedo com o som da campainha. Lucas e Eduardo haviam chegado.
Corri até o portão branco de madeira, o coração disparado. Quando a abri, me deparei com Lucas, sorrindo de um jeito que me fez sentir como se o tempo tivesse parado, e Eduardo, com aquele ar despreocupado de sempre.
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— Bem-vindos. — Sorri, tentando ignorar o frio na barriga.
Lucas me abraçou brevemente.
— É bom te ver, Nina.
Enquanto eles entravam, não pude evitar pensar: este Ano Novo definitivamente prometia emoções inesquecíveis.
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 24
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O ambiente da agência era uma mistura de profissionalismo e caos criativo. Após a intensa sessão de fotos no parque no dia anterior, Nina mal teve tempo para respirar antes de ser conduzida aos sets internos para outra série de cliques. Agora, o foco seria totalmente diferente: um editorial que misturava sofisticação e sensualidade, com tons provocativos que prometiam ser marcantes.
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Ela usava um conjunto de terno preto, ajustado perfeitamente ao seu corpo esguio, e seus cabelos soltos caíam como uma moldura elegante ao redor de seu rosto. O toque final era um colar de pedrarias que refletia a luz de forma encantadora.
Eduardo já estava no set, exibindo um ar descontraído e provocador. Ele vestia um terno branco social, com os botões desabotoados, deixando à mostra seu peitoral e as longas tatuagens que percorriam seu torso. Um alargador branco adornava suas orelhas, complementando o visual de rebelde elegante.
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— Finalmente apareceu no horário, Eduardo — Nina disparou, o tom de irritação evidente.
Ele ergueu as mãos em um gesto de rendição, o sorriso irônico nos lábios.
— Calma, princesa. Fiquei fora por ordens do Pierre ontem. Ou será que você queria tanto assim o meu beijo?
Nina revirou os olhos e soltou um xingamento, o que apenas fez Eduardo rir mais alto.
— Relaxa. Se eu tivesse aparecido, Lucas provavelmente me mataria depois de ver as fotos — ele disse, piscando para ela.
Ela ignorou o último comentário dele, mas sem deixar de ficar curiosa por isso.
Os dois se posicionaram no set, que simulava um escritório moderno e luxuoso. Nina, representando a secretária poderosa, exibia uma postura confiante enquanto Eduardo, em seu papel de chefe sedutor, a observava com intensidade.
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As poses eram íntimas e carregadas de tensão: mãos que quase se tocavam, olhares que diziam mais do que palavras, e uma proximidade que fazia os espectadores prenderem a respiração.
Conforme a sessão avançava, Eduardo mostrou-se completamente confortável, enquanto Nina mantinha a expressão de profissionalismo impecável, mas claramente descontente com ele.
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Para a próxima rodada de fotos, Eduardo trocou a camisa social por uma blusa preta justa e calças de couro. Ele tirou os alargadores e ajustou o penteado, a pedidos do cliente, agora mais alinhado e sofisticado. 
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O cenário foi transformado para destacar uma grande cadeira no estilo CEO, onde ele posou com um ar sério e magnético.
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Enquanto aguardava o próximo ajuste no set, Eduardo acendeu um cigarro, atraindo a atenção de Nanda, que posava ao lado. Ela trajava um collant de tule preto e sapatos verdes de balé, misturando delicadeza com modernidade.
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— E aí, Nanda, já sabe o que vai fazer nas festas de fim de ano? — ele perguntou, soltando a fumaça em um círculo perfeito.
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Ela sorriu, ajustando o coque no cabelo.
— Vou dar uma festa de ano novo no meu apartamento. É pequena, mas sempre muito divertida.
— Interessante — Eduardo respondeu, mas foi interrompido por Nina, que se aproximava para ajustar o colar.
Nanda virou-se para Nina com um sorriso amigável.
— Você devia ir, Nina. Vai ser uma ótima oportunidade para relaxar e se divertir.
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Nina franziu o cenho, surpresa pelo convite inesperado.
— Obrigada, mas já tenho planos para o ano novo.
Nanda apenas acenou com a cabeça, compreensiva.
O sol já começava a se pôr quando Lucas entrou na agência, seu andar confiante chamou a atenção dos poucos que ainda estavam ali. Ele parecia determinado, mas havia algo em seu olhar que misturava ansiedade e esperança. Ao longe, avistou Nina conversando com Nanda em uma das salas.
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Nanda, sempre sorridente, estava junto de Nina, já que as duas foram trocar de roupas para ir embora.
— Lucas! — exclamou ela, antes de pegar sua bolsa e se despedir. — Você chegando e eu saindo, hein!
Nina, que havia mantido uma postura rígida até então, olhou para ele com uma expressão indecifrável. Assim que Nanda saiu, ela quebrou o silêncio:
— Não acha estranho estar aqui comigo e com ela, depois de tudo? Afinal, você beijou nós duas.
Lucas suspirou, passando a mão pelos cabelos longos.
— Eu conversei com a Nanda. O que aconteceu na praia foi um momento, nada sério. Somos só amigos, e ela entende isso.
Ele fez uma pausa, e o tom de sua voz mudou, carregando uma honestidade que Nina não esperava ouvir.
— Mas com você... é diferente, Nina. Quando estava longe, consegui viver com isso, mas agora que estou perto novamente, é impossível ignorar o que vivemos.
Nina sentiu o coração apertar. Ele continuou:
— Não estou aqui para forçar nada. Só achei que você deveria saber. A única coisa que quero entender é por que você terminou comigo. A gente realmente deveria falar sobre isso.
Ela hesitou por um momento antes de desviar o olhar.
— Vamos tomar um café? — sugeriu, indicando o café próximo à agência.
Na cafeteria, o ambiente era aconchegante e discreto, perfeito para conversas delicadas. E perto das festas de final de ano, estava quase vazio. Sentados um de frente para o outro, Lucas pediu um café preto, enquanto Nina optou por um cappuccino.
— Eu sabia que você iria me pedir em casamento — começou ela, sua voz baixa, mas firme. — E eu não estava pronta para isso.
Ele ergueu as sobrancelhas, surpreso.
— Como assim?
— Na última vez que fui à sua casa, vi a aliança que você guardava na gaveta — ela explicou.
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Lucas soltou uma risada curta, sem humor.
— Aliança? — Lucas ponderou por um momento, até que lembrou. — Ah! A aliança da minha mãe. Sim, eu pretendia te dar, mas não tão cedo quanto você pensava.
Nina corou, sentindo a vergonha e a culpa consumirem.
— Eu estava sobrecarregada, Lucas. Me sentia sufocada e insegura sobre o futuro. Também achava que estava atrapalhando sua carreira e deixando meus próprios planos de lado. E eu achei que ela fosse para mim e…
Ele a encarou, magoado, mas sem perder a compostura.
— Tudo isso poderia ter sido resolvido se você tivesse conversado comigo, Nina.
Ela respirou fundo, como se preparando para uma confissão ainda mais difícil.
— Eu tentei... alguns meses depois. Quando vim ao Brasil, mas soube que você não estava mais em Curitiba e que estava namorando. Fiquei tão triste que decidi não saber mais de você. Proibi todos de mencionarem seu nome e segui em frente.
Lucas balançou a cabeça, incrédulo.
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— Você entendeu tudo errado. Eu não estava namorando.
— Mas eu vi fotos suas com outra mulher! — ela exclamou.
— Aquela era só uma amiga, Nina. Eu ainda não tinha te superado... e, se quer saber a verdade, ainda não superei.
O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo som dos clientes ao redor e pelo tilintar das xícaras nas mesas. Finalmente, Nina sorriu timidamente.
— Eu sinto muito, Lucas. Não queria ter errado tanto.
Ele relaxou os ombros, um sorriso suave surgindo em seu rosto.
— Eu aceito suas desculpas. Vamos levar as coisas com calma, ok?
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Lucas a olhou com carinho e, mudando de assunto, comentou:
— Esse colar... conheço ele de algum lugar.
Nina sorriu, tocando o acessório.
— Comprei em Paris, numa edição limitada. Na verdade, queria o dourado, mas só consegui o prateado.
Os dois riram, e a conversa fluiu de maneira mais leve.
Antes de se despedirem, Lucas perguntou casualmente:
— E você, tem planos para o Natal?
— Vou para a casa da minha mãe no Rio Grande do Sul e depois viajo para o Rio de Janeiro — respondeu ela, com um sorriso sereno.
Eles continuaram conversando, agora com um tom mais amigável e confortável, como velhos amigos que finalmente resolveram as pendências do passado. O reencontro parecia o começo de algo novo, uma chance de reescreverem suas histórias juntos, mesmo que ainda não soubessem exatamente como.
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 23
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A manhã começou com o coração acelerado. Não era apenas o ritmo frenético da sessão de fotos que me deixava assim, mas também o peso das palavras de Lucas no dia anterior. Ele queria respostas, e eu sabia que as devia a ele. Mas ainda não estava pronta. Como explicar algo que eu mesma ainda tentava entender? Prometi a mim mesma que encontraria o momento certo para contar tudo.
Agora, porém, meu foco estava na sessão de fotos. O parque dos casamentos era o cenário escolhido, e o lugar parecia saído de um conto de fadas. Caminhos de pedras curvas serpenteavam entre jardins meticulosamente cuidados, enquanto fontes antigas murmuravam ao fundo. As árvores estavam em plena floração, com tons de rosa, branco e amarelo. O ar estava fresco e doce, como se o lugar inteiro respirasse romantismo.
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O primeiro vestido que usei era um sonho. Corte princesa, com mangas que caíam suavemente sobre os ombros e um decote redondo que equilibrava elegância e simplicidade. Uma coroa de flores brancas adornava meu cabelo solto, que caía em ondas suaves pelas minhas costas. Quando olhei no espelho, por um breve momento, senti-me realmente uma noiva.
As fotos começaram na parte externa, perto de um chafariz de mármore que reluzia sob o sol da manhã. Eduardo, minha dupla, estava impecável em seu terno bege-claro que combinava com o tom das flores ao nosso redor. O fotógrafo nos orientava, pedindo sorrisos suaves e olhares intensos.
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— Agora, Nina, olhe para Eduardo como se estivesse prestes a dizer “sim” — instruiu ele.
Ri baixinho, tentando entrar no personagem. Eduardo era profissional, como sempre, e tornou tudo mais fácil. À medida que as fotos prosseguiam, senti-me mais confortável no papel.
Depois das fotos da manhã, todos fizeram uma pausa para o almoço. Aproveitei para sair um pouco do grupo e respirar. O peso da conversa com Lucas ainda pairava sobre mim, mas decidi me concentrar no momento presente.
Na parte da tarde, voltamos ao trabalho. O próximo cenário era uma cerejeira em plena floração. As pétalas rosa-pálidas caíam suavemente com a brisa, criando uma espécie de tapete natural ao redor do tronco robusto. Era impossível não se encantar com o cenário.
Finalmente, chegou a vez do próximo vestido. Um tomara que caia com corte sereia, justo ao corpo, destacando cada curva. Meu cabelo foi preso em um coque baixo, adornado por um véu longo e uma grinalda brilhante. Quando me vi no espelho, mal reconheci a mulher refletida ali. Era forte, confiante, mas ao mesmo tempo carregava algo de vulnerável.
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O tecido fluido parecia dançar com o vento, e o véu leve completava o visual. Tirei várias fotos sozinha, girando sob a sombra da árvore, enquanto o fotógrafo capturava os detalhes.
— Essa luz é perfeita, Nina. Continue assim! — dizia ele, enquanto eu mudava de posição.
Eu me sentia bem ali, conectada à natureza, quase esquecendo o turbilhão de emoções que me aguardava fora daquele instante.
As fotos com esse vestido começaram na área externa do parque, decorado com vasos de cristal e arranjos florais exuberantes. A luz do sol criava um jogo de sombras que dava às fotos um toque dramático. Eduardo ainda não havia retornado, então iniciei as fotos sozinha.
O dia que parecia já ter sido longo ganhou uma nova camada de complexidade quando recebi a notícia de que Eduardo não retornaria ao set tão cedo, pois teve que sair com Pierre. Meu olhar foi direto para o assistente que me entregou a mensagem, esperando que ele estivesse brincando, mas sua expressão séria me garantiu que não havia erro.
— Não se preocupe, Nina. Já providenciamos um substituto — ele disse, com um sorriso reconfortante.
Mas quando vi Lucas surgir do corredor, vestido impecavelmente de noivo, meu estômago deu um nó. O terno bege e branco realçava cada traço dele, e seu cabelo comprido caía em ondas suaves que pareciam feitas sob medida para o papel. Ele se aproximou de mim com aquele andar confiante e um leve sorriso nos lábios.
— Parece que seremos parceiros de novo — ele disse, com o tom brincalhão que me fazia sentir uma mistura de nervosismo e nostalgia.
De início, recusei. Disse que não seria profissional, que preferia esperar por Eduardo. Mas então, o pedido direto da agência veio como um golpe final. Não havia escapatória. Com um suspiro, acenei para o fotógrafo para sinalizar que estávamos prontos.
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No início, as poses foram simples: mãos entrelaçadas, olhares trocados. Mas estar tão próxima de Lucas, sentindo o calor de suas mãos em meus braços e o perfume que ele sempre usava, deixou-me inquieta. Meu coração palpitava como se estivesse em um frenesi constante. Cada sorriso dele, cada brincadeira leve para me fazer relaxar, só aumentava a tensão que eu tentava mascarar.
As fotos externas terminaram e, antes que pudesse processar o que sentia, fugi dele. Inventei que precisava ajustar o vestido e corri para dentro da estrutura principal, onde seria feita a próxima sessão. Minha mente estava em um turbilhão de emoções. O medo de admitir meus sentimentos, a confusão de vê-lo novamente tão próximo, tudo me consumia.
A área interna era deslumbrante. Um pequeno altar adornado com flores brancas e velas criava uma atmosfera mágica e romântica. Agora, eu estava com um vestido de princesa, longo, de mangas compridas e com um véu que parecia ter saído de um conto de fadas.
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Como se tudo já não estivesse desmoronando, me avisaram que Lucas faria as fotos comigo novamente. Respirei fundo, tentando conter o nervosismo que já se instalava como um peso no meu peito. As fotos no altar não, pensei. Isso só pode ser brincadeira comigo!
Quando ele apareceu ao meu lado no altar, algo dentro de mim quase cedeu. Ele estava lindo, mais do que eu poderia admitir em voz alta. A luz suave da sala parecia brincar com seus traços, e por um momento, eu me peguei pensando: E se fosse real?
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Mas logo afastei o pensamento. Isso era trabalho. Apenas trabalho.
— Você parece nervosa, Nina — ele disse, com aquele tom leve que só ele conseguia ter.
— Estou focada — menti, desviando o olhar.
As instruções do fotógrafo pediam mais proximidade, mais intimidade. Eu tentava manter o foco, mas Lucas parecia disposto a testar meus limites. 
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Ele fazia pequenas brincadeiras, arrancando risadas da equipe, mas eu apenas conseguia olhar para ele com vergonha e desconforto no meu estômago.
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Então, ele segurou minhas mãos. Meu coração disparou, e eu mal conseguia respirar. Ele me olhou nos olhos, sério pela primeira vez no dia. E eu sabia o que viria a seguir.
— Eu não pediria uma mulher em casamento brincando, Nina — disse ele, a voz mais baixa agora. — Então não vou perguntar. Mas vamos simular isso?
Ele deu um passo à frente, mantendo nossas mãos entrelaçadas.
— Eu nos declaro marido e mulher. Posso beijar a noiva?
Eu fiquei estática. Sem palavras. Antes que pudesse responder, seus lábios encontraram os meus. Foi suave, quase hesitante no início, mas logo se tornou um beijo cheio de emoção. 
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Senti suas mãos se moverem para meu rosto, enquanto ele me puxava delicadamente para mais perto. Meus dedos, sem que eu percebesse, encontraram o caminho até suas bochechas. Meu corpo lembrou do dele de forma tão fácil, tão simples. Aquilo pareceu tão certo.
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Os flashes das câmeras explodiam ao nosso redor, mas era como se tudo tivesse desaparecido. Só havia ele e o calor de seus lábios nos meus.
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Quando nos afastamos, o fotógrafo sorriu amplamente.
— Isso foi perfeito. Agora, só mais uma. Um beijo apaixonado, por favor.
Eu não consegui responder, mas Lucas, sem tirar os olhos de mim, apenas juntou seus dedos nos meus novamente e me beijou outra vez.
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Desta vez, eu sabia o que estava acontecendo. E, mesmo assim, não consegui resistir.
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Quando o beijo terminou, me afastei dele sem dizer uma palavra. A confusão em minha mente era maior do que qualquer outra coisa que eu já tivesse sentido. Vi meus colegas e percebi que todos nos assistiam, inclusive o culpado por tudo isso, que deveria estar ali mais cedo.
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Deixei o set, ainda vestida de noiva, tentando encontrar um jeito de organizar os pensamentos antes que eles me consumissem por completo.
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— Você foi deslumbrante, Nina — comentou um membro do staff enquanto eu saía. 
Agradeci com um sorriso tímido, mas não pude evitar pensar que, por mais incrível que tudo parecesse, algo dentro de mim ainda estava incompleto. 
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 22
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A manhã começou com Wanessa se aproximando de Ana de maneira inesperada. Depois de dias de silêncio entre as duas, Ana ficou surpresa ao ver Wanessa entrar na sala do café, com um sorriso tímido, mas sincero.
— Oi, Ana. Está tudo bem? — perguntou Wanessa, pegando uma xícara de café e olhando para a árvore de Natal decorada no canto da sala.
Ana levantou o olhar, hesitante, mas respondeu educadamente.
— Oi, Wanessa. Sim, tudo bem... E você?
— Ah, sabe como é fim de ano. Corrido, mas gostoso também. Essa árvore está linda, não acha?
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Ana assentiu e, por um instante, as duas compartilharam uma conversa casual sobre as luzes, os enfeites e o clima festivo. No entanto, Ana não conseguiu deixar de sentir que havia algo a mais na aproximação repentina de Wanessa, como se ela tivesse uma segunda intenção por trás de sua gentileza. Pensou que, talvez, Wanessa só quisesse manter as coisas como estavam antes do envolvimento que tiveram e, se isso funcionasse, tudo bem para ela.
Enquanto isso, ainda na sala de reuniões, Pierre discutia planos ambiciosos com Eduardo, na presença de Simone.
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— Eduardo, sua performance na última campanha foi impressionante. Estou pensando em sugerir seu nome para um projeto internacional. É algo grande, que pode abrir ainda mais portas na Europa — disse Pierre, cruzando os braços e sorrindo.
Eduardo, embora surpreso, não conseguiu esconder o entusiasmo.
— Isso seria incrível, Pierre. 
— Tenho certeza de que você vai se sair bem. Mas, claro, precisaremos trabalhar alguns detalhes. Conto com sua dedicação.
Eduardo assentiu, já imaginando as possibilidades que se abriam.
Enquanto isso, Nina estava ansiosa na recepção da agência, aguardando a chegada de Murilo. Quando finalmente apareceu, diretamente de Porto Alegre, com uma mochila e um sorriso entusiasmado, Nina correu para abraçá-lo.
— Você chegou! Como foi a viagem?
— Cansativa, mas estou animado para ver a agência. É tão legal estar aqui, mana.
— Lembra de tudo que conversamos, certo? — Nina falou com atenção — Presta bastante atenção nas perguntas que ele fizer e responda com firmeza. Mas não tanta firmeza.
Nina virou-se para Murilo e colocou suas mãos nos ombros dele, fazendo-o olhar atentamente.
— Entendido?
— Entendido, capitã! — falou Murilo, brincando com sua irmã. — Relaxa, Nininha.
Nina levou Murilo até Pierre, apresentando-o com entusiasmo.
— Pierre, este é o meu irmão, Murilo. Ele decidiu aceitar minha sugestão e quer tentar a carreira de modelo.
Pierre observou o jovem com atenção.
— Murilo, prazer em conhecê-lo. Parece que temos potencial aqui. Vamos fazer alguns testes para ver como você se sai.
Murilo sorriu, claramente aliviado pela recepção positiva.
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— Obrigado, senhor Pierre. Estou pronto para aprender.
Pierre riu, descontraído.
— Não precisa de formalidades. E não se preocupe, estou acostumado com adolescentes. Minha filha tem a sua idade. Vamos começar devagar.
Nina estava radiante, feliz por ver Murilo tão bem recebido.
Marina estava com a cabeça cheia! Além de ter que estar com o irmão, teria que fazer uma viagem de última hora até a cidade do Rio de Janeiro. A casa que ela e Ana estavam interessadas estava com outras propostas de compra. Se elas não acertassem o quanto antes, perderiam a chance.
Nina, como sempre, já tinha tudo planejado e não queria perder essa oportunidade e ter que refazer todos os seus planos. A ideia era perfeita: uma casa nova e espaçosa, onde ela e Ana poderiam ter seus próprios espaços, um quarto só para Murilo e mais um quarto de hóspedes. Ela não queria mais morar em apartamento e sentia a necessidade de ter mais espaço. Além disso, o apartamento que alugaram estava para vencer no início do próximo ano. Nina já queria passar a virada na casa nova e não aceitaria um não como resposta, por isso, no início da tarde, ela e Ana teriam que voar para a capital carioca.
Mais tarde, enquanto Nina cuidava de outros assuntos, Murilo, sem que ela soubesse, decidiu pedir a Lucas para passar a noite em sua casa. Murilo ficaria sozinho em Curitiba e estava, de certa forma, entediado. 
Murilo havia contatado Lucas há algumas semanas falando sobre o convite para ser modelo. Sempre que possível, Murilo corria atrás de conselhos de Lucas. Murilo afastou-se de Lucas, após o término repentino dele com a irmã, mas como sentiu que a irmã se afastou dele também, acabou por continuar falando com Lucas pelas redes sociais, ambos acompanhavam a vida um do outro e Murilo sentia que perdeu, além do cunhado, um grande amigo.
— Fica tranquilo, Murilo. Tenho espaço de sobra e vai ser bom ter companhia — disse Lucas, batendo sua mão no ombro de Murilo. — Mas sua irmã está ok com isso?
— De boa! - Murilo mentiu. — Além disso, como vou começar aqui e tal…
— Não brinca! — respondeu Lucas. — Você finalmente aceitou.
— Ah, ela conseguiu me convencer…
Quando Nina voltou para encontrar Murilo, ficou surpresa ao ver a proximidade de Lucas e seu irmão. Pensou que, na verdade, todo mundo gostava demais de Lucas para o seu próprio bem.
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— Murilo? O que você está fazendo aqui?
Murilo respondeu com entusiasmo.
— Vim pedir alguns conselhos.
— Nina, estávamos falando sobre algumas coisas que ele pode fazer para começar na carreira. — Lucas acrescentou. —  Ele tem bastante potencial.
Murilo, animado, mudou de assunto rapidamente.
— Preciso organizar alguns documentos no computador. Você sabe onde está o pen drive que me deu, Nina?
— Estava na minha bolsa. Fui pegar para você.
Enquanto Murilo procurava os arquivos, Lucas se aproximou de Nina, falando baixo para que o irmão dela não ouvisse.
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— Está tudo bem? Você parece tensa.
Nina desviou o olhar.
— Estou bem, só ocupada.
Mas Lucas sabia que havia mais por trás das palavras dela. O encontro inesperado entre os dois trouxe à tona sentimentos que pareciam sempre estar à beira de um colapso. Para Nina, tudo parecia mais complicado agora, especialmente com Murilo se envolvendo cada vez mais no ambiente da agência. Ao mesmo tempo que ela estava feliz, sentia-se responsável pelo sucesso do irmão.
Lucas era um homem movido por clareza. Não gostava de deixar arestas soltas, especialmente em seus relacionamentos. A tensão entre ele e Nina nos últimos dias não lhe dava paz, e ele sabia que precisava resolver isso.
Aproveitando o momento, Lucas disse a Nina:
— Precisamos cortar o clima ruim entre nós — começou ele, com o tom firme, mas não agressivo. — Não quero que fiquemos com ressentimentos.
Marina o encarou por um instante, surpresa pela iniciativa. Apesar de tudo, ela admirava a maturidade de Lucas em lidar com situações difíceis. Após um breve silêncio, ela assentiu.
— Concordo. Não faz sentido continuar assim — respondeu ela. A conversa seguiu amigável, de certa forma, felizmente ambos iriam reconhecendo os erros e decidindo seguir em frente sem mágoas.
O entusiasmo era palpável enquanto sobrevoavam a cidade maravilhosa, imaginando o futuro que as aguardava.
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Depois de visitar várias propriedades há meses, encontraram a casa perfeita: dois andares, em um bairro familiar e com uma vista deslumbrante para a praia. A casa ficava próxima ao calçadão, tinha um charme aconchegante e parecia feita sob medida para elas. Sem falar no ambiente totalmente arborizado e perto de tudo.
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— É essa, Ana! — exclamou Nina, enquanto exploravam o quintal. — Já consigo imaginar todas as festas e reuniões aqui.
Ana concordou, sorrindo.
— E o melhor: podemos começar o ano novo com o pé direito.
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De volta a Curitiba, na casa de Lucas, Murilo percebeu algo curioso. Havia uma mulher dormindo no quarto de Lucas. 
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Ela era uma amiga antiga - Lucy, alguém que Murilo não conhecia, mas foi só Lucas apresentá-lo como irmão de Marina, que o semblante da mulher mudou.
 O desconforto de Murilo foi evidente, embora ele tentasse disfarçar.
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Mais tarde, Nina ligou para Murilo para saber como ele estava. Quando descobriu que ele estava na casa de Lucas, não escondeu a surpresa.
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— O que você está fazendo aí, Murilo? — perguntou, em tom de reprovação.
Murilo passou o telefone para Lucas, que explicou:
— Ele pediu para ficar aqui e disse que você tinha autorizado.
Nina bufou, irritada.
— Eu nunca autorizei isso!
Depois que desligou, Murilo sentiu a necessidade de se defender. Ele se virou para Lucas, cruzando os braços.
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— Ela só pensa nela mesma! Eu gosto de ser amigo seu, Lucas. Não quero ficar distante só porque você é o ex dela. Ela se afastou de todos nós, acho que se pudesse ter deixado de ser minha irmã, teria me deixado também!
Lucas sorriu de lado, compreendendo o conflito de Murilo e percebendo que era natural a imaturidade dele.
— Tudo bem, Murilo. Ei, não precisa se preocupar com isso. Vamos manter as coisas simples, está bem?
Na manhã seguinte, Nina chegou em casa decidida a resolver as coisas com o irmão. Ao encontrá-lo, percebeu que ele estava mais retraído do que o normal.
— Murilo, eu não sabia que você tinha ficado tão triste quando eu terminei com o Lucas — começou ela, quebrando o gelo.
Murilo suspirou, olhando para a irmã.
— Ele foi uma pessoa importante para mim, Nina. Depois que perdemos o pai, o Lucas foi como um irmão mais velho. Eu não quero perder isso.
As palavras dele tocaram Nina profundamente. Ela se aproximou e o abraçou com força.
— Eu entendo agora. Você pode ser amigo dele, Murilo. Só quero ver você feliz.
No outro dia, Nina encontrou Lucas na agência e decidiu ter uma conversa franca com ele. Ela explicou o que Murilo havia lhe contado e pediu para que ele ajudasse seu irmão a se estabelecer como modelo.
— Quero que vocês sejam amigos novamente. Quero que ele tenha o apoio que precisa. E sei que você é a melhor pessoa para ajudá-lo — disse Nina, com sinceridade. — Mas, por favor, sempre me pergunte as coisas que for fazer com ele.
Lucas sorriu, tocado pelas palavras dela.
— Claro que vou ajudar. Murilo é um ótimo garoto. E... bom, quero que sejamos próximos novamente. Não só ele, mas nós também.
Nina estreitou os olhos, um sorriso irônico surgindo em seus lábios.
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— Próximos só até certo ponto, Lucas. Não se esqueça disso. — respondeu Nina. — Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando pensei que seria fácil morar com ele. Um dia e eu já percebi que não sou uma boa tutora. — falou ela, com pesar, virando-se de costas.
— Ele é um adolescente. É isso que adolescentes fazem de melhor: testam a gente.
— E como testam!
Lucas riu, mas logo mudou de expressão, assumindo um tom mais sério.
— Mas ainda precisamos falar sobre a gente… - começou Lucas.
— Eu sei! Eu sei. Só não sei por onde começar.
— Já que você não sabe, que tal uma sugestão? Preciso te perguntar algo...
Nina franziu a testa, confusa.
— Pergunte.
Lucas respirou fundo, como se estivesse reunindo coragem para tocar em uma ferida antiga.
— Por que você terminou comigo cinco anos atrás?
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As palavras pairaram no ar, carregadas de expectativa. Nina sentiu o peso da pergunta, mas sabia que era hora de encarar o passado de frente.
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MODELS SERIES - EP 21
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Simone estava radiante quando chamou Nina para uma conversa particular em sua sala. O clima na agência era usualmente agitado, mas naquele momento tudo parecia calmo, quase como se o mundo estivesse esperando por aquela troca. Simone, com sua elegância natural (mesmo que vestida com suas roupas de ginástica) e olhos brilhando de entusiasmo, foi direta.
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— Nina, preciso te contar algo importante — disse Simone, cruzando as pernas e inclinando-se ligeiramente para frente. — Eu tomarei uma grande decisão em breve. Vou me casar e me mudar para Paris, como você já sabe.
Simone manteve seu olhar firme, demonstrando toda a confiança que tinha na próxima parte de sua revelação.
— E a minha próxima grande decisão é… Quero que você seja a próxima manager. Pierre não ficará no Brasil por muito tempo, e acredito que você é a pessoa certa para continuar o meu legado. Você tem talento, visão e sabe como cativar os modelos. Além disso, você tem o respeito de todos aqui.
As palavras de Simone fizeram o coração de Nina disparar. Ser escolhida para um papel tão importante era um reconhecimento imenso. Ela tentou conter sua empolgação, mas seu sorriso traiu qualquer esforço.
— Isso é uma honra, Simone. Obrigada por confiar em mim. Prometo que não vou te decepcionar.
Simone assentiu com satisfação.
— Sei que não. Mas, por enquanto, guarde segredo sobre isso. Ainda precisamos ajustar alguns detalhes antes de anunciar oficialmente.
Nina concordou, embora sua mente estivesse fervilhando com ideias e planos para o futuro. Quando saiu da sala de Simone, decidiu tomar um ar fresco e caminhou até a área externa da agência. Era um espaço tranquilo, com um pequeno jardim bem cuidado, onde ela podia refletir.
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Lá, encontrou Pierre. Sempre galanteador, ele estava impecavelmente vestido e exalava seu charme habitual. Quando Nina parou para ajeitar a sandália, que estava ligeiramente frouxa, Pierre se abaixou sem hesitar.
— Permita-me, mademoiselle — disse ele, com um leve sorriso, enquanto ajustava a sandália dela.
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Nina corou ligeiramente, mas agradeceu.
— Obrigada, Pierre. Você é sempre muito atencioso.
Ele apenas deu de ombros, mantendo seu sorriso educado.
— Aproveitando que está aqui, podemos conversar? É sobre aquilo que te mandei no email.
Pierre a olhou curioso antes de responder.
— Claro, vamos até a minha sala.
Os dois caminharam juntos ao andar superior, até a sala do manager, enquanto Nina pensava bem nas suas palavras, com um misto de satisfação e nervosismo.
— Pierre, preciso falar sobre meu irmão, Murilo — disse ela, cruzando os braços enquanto se acomodava em uma cadeira. — Recentemente, enquanto estava na praia, recebi uma mensagem dele dizendo que decidiu tentar a carreira de modelo. Eu adoraria apresentá-lo à agência e ver o que vocês acham.
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Pierre assentiu, interessado.
— Claro. Você sabe que sua opinião tem muito peso aqui, Nina. Quando ele estiver disponível, traga-o para conhecermos.
A conversa fluiu naturalmente, e Nina se sentiu cada vez mais confiante em sua capacidade de recrutar novos talentos. O dia seguiu com uma reunião geral entre os modelos para organizar a agenda da semana. O ambiente estava descontraído, mas produtivo, e todos pareciam animados com os projetos futuros.
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Mais tarde, enquanto caminhava próxima à sala de fotografia, Nina cruzou acidentalmente com Lucas. O encontro foi inesperado, e ambos pararam por um instante. Lucas, com sua postura calma, tentou iniciar uma conversa.
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— Nina, posso falar com você um minuto? — perguntou ele, seu tom carregado de intenção.
Nina, no entanto, o interrompeu antes que ele pudesse continuar.
— Estou ocupada, Lucas. 
— Eu imagino, mas é sobre a campanha de casamentos…
— Se for algo sobre a campanha, fale com a Nanda. — respondeu, sem disfarçar sua irritação. — Ela não é a sua dupla?
Lucas estreitou os olhos, claramente percebendo o tom dela.
— Você está com ciúmes? 
— Não seja ridículo, por que eu estaria?
— Ana também é minha dupla. Eu poderia perguntar a ela. Ou não? — perguntou, provocativo, mas sem agressividade.
— Bom, pergunte a quem quiser. Alguém mais próximo a você. Como a Nanda. Aliás, perfeita a escolha de duplas de vocês. E eu que me vire com o seu amiguinho. Que sorte a minha, não?
— Entendido. E não que seja da minha conta, mas vi você e Pierre hoje de manhã, quando ele estava ajustando sua sandália. E na festa de apresentação. Vocês parecem bem próximos. Por que não pede para ele ser a sua dupla? — Lucas provocou, deixando claro que havia notado.
Nina bufou, cruzando os braços. Lucas continuava sorrindo.
— Novamente, não seja ridículo, Lucas. Pierre é apenas educado. Se tem algo para falar comigo, fale logo.
Lucas suspirou, percebendo que ela estava a pouco de ignorá-lo novamente.
— Podemos conversar em particular? — pediu, tentando suavizar a situação.
Antes que Nina pudesse responder, Wanessa, que passava pelo corredor, ouviu parte da conversa. Ao perceber Wanessa, Nina a cumprimentou e aproveitou para sair do local. Mais tarde, Wanessa comentou com Nanda.
— Você percebeu que tem algo entre a Nina e o Lucas? — perguntou Wanessa, curiosa. — Ela mencionou você como se estivesse tentando disfarçar alguma coisa.
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Nanda ergueu as sobrancelhas, interessada.
— Algo como o quê?
Wanessa deu de ombros, mas seus olhos brilhavam com um misto de intriga e malícia.
— Não sei ainda, mas vou descobrir. Talvez Ana saiba de algo.
O dia terminou com Nina ainda remoendo a conversa com Lucas. Enquanto isso, uma tensão começava a crescer nos bastidores da agência, alimentada por suposições e curiosidades que prometiam tornar os próximos dias ainda mais interessantes.
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 20
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Tempos atuais.
Volta e meia eu lembro da última noite em que Nina esteve aqui em casa. Ela chegou com aquele sorriso tímido, como se fosse a primeira vez que se encontrava comigo. E, de certa forma, eu sentia isso, como se todas as outras noites em que estivemos juntos estivessem tão longe. Sempre que ela estava perto, algo em mim se renovava. Ela tinha esse poder sobre mim, uma força suave que me transformava em alguém melhor, ou pelo menos alguém mais feliz. Porém, não era mais assim.
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Aquela noite foi especial. Eu sabia que seria. Talvez por ser a última vez que teríamos uma noite de verdade juntos. Eu já tinha notado que ela estava distante, mas ali, naquele momento, não queria pensar nisso. Apenas queria aproveitar, viver intensamente, como se fosse a última vez. O tempo parecia mais curto, e as palavras ficaram escassas, como se não houvesse mais nada a dizer, apenas sentir.
Porém, curiosamente hoje não paro de lembrar da primeira noite que tivemos juntos, completamente um do outro. Anos atrás, na nossa primeira vez. Eu me lembro claramente do que disse a ela naquela noite, enquanto nos beijávamos, explorando a intimidade de uma maneira que eu jamais pensei que fosse sentir por alguém.
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— Eu me sinto entregue a você. Nunca me senti assim com ninguém. Quero te proteger, te amar, te fazer sentir que você é a mulher mais importante do mundo, porque, para mim, você é.
Eu podia ver o brilho nos olhos dela. Ela sempre foi tão encantadora, tão perfeita aos meus olhos.
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Nina era linda, e eu não tinha dúvidas disso. Cada curva do seu corpo, cada gesto, parecia ser a definição do que eu sempre imaginei como beleza. Eu tinha esperado tanto por aquele momento, tanto que, quando finalmente aconteceu, não acreditei que fosse real. Sentia um misto de felicidade e nervosismo, como se a noite em que finalmente estaríamos juntos fosse um sonho, algo que poderia desaparecer a qualquer momento.
Eu a amei de todas as formas naquela noite. 
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Não só fisicamente, mas com todo o meu ser. Eu queria que ela soubesse que estava ali, que meu coração batia por ela e que nada mais importava além do nosso amor naquele instante. A noite se arrastou, mas de uma forma deliciosa. Nós dois aproveitamos a presença um do outro, o toque, o calor do corpo dela, e o som da sua respiração, que, para mim, sempre foi a melodia mais doce. 
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Até o amanhecer, nós fomos apenas um, nos entregando ao amor de maneira plena, sem preocupações, sem distâncias.
Quando acordamos, a luz suave da manhã entrou pela janela. Nina estava com aquele sorriso de quem não tem pressa. Ela estava tão à vontade, tão confortável, e eu amava vê-la assim.
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Fomos à cozinha para tomar café, e por um breve instante, a sensação de felicidade plena tomou conta de mim. Eu me sentia realizado. Eu sabia que ela estava ali, ao meu lado, e nada mais importava.
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Passamos o dia deitados, namorando, conversando, rindo. Ela usava a minha camisa, e eu me sentia o homem mais feliz do mundo. Eu a observava, a admirava, e cada gesto dela me fazia amá-la ainda mais. Naquele momento, ela era minha, e eu era dela. Nada poderia destruir o que tínhamos.
Ela ficou mais uma noite. E passou os dias, as semanas. Essa se tornou a nossa rotina.
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Mas como tudo na vida, aquilo também passou.
Alguns meses depois, Nina foi para Londres. O motivo? Estudar moda. Ela tinha realmente conseguido a vaga que tanto queria! Eu estava tão orgulhoso dela! Ela sempre teve o dom, o olhar único para a moda, e eu sabia que aquele era o futuro dela. Eu estava feliz, mesmo que a distância fosse dolorosa. Nunca pensei que aquela distância pudesse mudar o que tínhamos, mas foi o que aconteceu. De repente, ela estava mais distante, mais fechada.
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No início, tentávamos manter a rotina de conversas. Vídeo chamadas, ligações. No entanto, com o tempo, tudo foi ficando cada vez mais escasso. 
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Ela parecia ter outros interesses, e eu ficava ali, tentando manter uma relação que parecia estar se desfazendo diante dos meus olhos. Eu sentia que ela estava se distanciando. Não sabia o que fazer, não sabia como agir. Eu queria visitá-la em Londres, ver como ela estava, sentir que ainda havia algo, mas ela me dizia que não era para eu ir. Não queria atrapalhar o meu trabalho, ela dizia. Eu acreditava nela. Eu queria acreditar.
Então, os encontros se tornaram ainda mais raros. Quando ela voltava ao Brasil, era uma mistura de emoções. Ainda contava em dividir a atenção dela com seus amigos e família.
Ela estava diferente, mas eu não conseguia identificar o que exatamente havia mudado. Talvez fosse o tempo, ou talvez fosse a vida em Londres que estava moldando quem ela se tornava. 
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Ela deixou os cabelos crescerem - e curiosamente, eu também havia. Ela estava mais madura, mas ao mesmo tempo, parecia desconfortável com o que estava acontecendo entre nós. Algo havia mudado, e eu não sabia o que fazer.
Foi em uma dessas visitas que ela dormiu na minha casa novamente. A noite foi boa, mas já não havia mais aquela mesma leveza. Nos amamos como sempre fizemos, mas havia uma certa tensão no ar, algo não dito, algo que pairava entre nós. 
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Quando eu disse que a amava antes de nos entregarmos ao sono, ela parecia não saber como reagir, mas disse de volta mesmo assim, sem emoção. Eu queria acreditar que ainda éramos alguma coisa, mas algo dentro de mim me dizia que talvez não fosse mais o que eu imaginava.
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E então, na manhã seguinte, algo mudou. Quando acordei, ela não estava mais ali. Fiquei lá, sozinho na cama, sem entender o que acontecera. Nina tinha partido enquanto eu dormia. 
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Eu tentei não acreditar naquilo, tentei achar que talvez ela tivesse algo para fazer, mas logo percebi que não era isso. Ela havia ido embora sem sequer me avisar. As mensagens que mandei ficaram sem resposta. Nada. O silêncio era tudo que eu recebia.
Eu ainda esperava que ela voltasse, que conversássemos sobre tudo, mas ela nunca voltou. O vazio tomou conta de mim, e eu me vi perdido, com um coração partido que não sabia como curar. As semanas se passaram e a dor de não entender o que aconteceu com o nosso relacionamento se tornou insuportável. Eu me perguntava o tempo todo: o que aconteceu com a Nina? Por que ela se afastou assim?
A cada dia que passava, a sensação de que ela estava me deixando foi se tornando mais real. Não queria pressioná-la. Não queria ser aquele cara que insiste em algo que já se foi. Mas dentro de mim, havia esperança, uma expectativa de que, talvez, um dia, ela voltasse e explicasse o que aconteceu. Que voltássemos a ser o que éramos antes, o casal que se amava, que não tinha medo de estar junto. Mas ela não voltou. E comecei a pensar em tudo: na distância, no quanto eu me doava, no quanto eu sentia que estava a atrapalhando, que ela poderia ter se arrependido, enjoado… Ela poderia ter outras experiências, ser outra pessoa. Uma pessoa que eu não conhecia.
E aqui estou eu, sentado em meu quarto, lembrando daquelas noites, daquela felicidade pura que senti nos braços dela. Lembrando de cada palavra que disse, de cada toque, de cada olhar. Eu a amei com todo o meu ser, mas tudo que restou foi o silêncio. Sofri calado e sem ninguém saber, afinal, meus colegas poderiam suspeitar, mas nunca tiveram a confirmação de que ela e eu éramos um casal. 
Como me senti? Magoado, usado, descartado. E comecei a me lembrar do porquê não queria me envolver com ela. Tinha medo que ela não tivesse certeza, de que ela mudasse de ideia sobre ela, sobre nós. Que quisesse fazer planos que não me incluísse. Eu fugi tanto dela, neguei tanto os meus sentimentos… Eu tentei fazer tudo certo. Onde eu errei? Onde?
Agora estou aqui, num sábado à noite, me vendo diante de um amor que se foi, sem sequer uma explicação, sem ao menos a chance de entender o porquê de tudo aquilo... Escutando uma música romântica antiga que retrata bem o que eu senti naquela noite e o motivo de me fazer lembrar de tudo isso de novo.
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 19
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Sete anos atrás.
Tudo parecia um sonho que se estendia desde o dia em que comecei a namorar com Lucas. Agora, depois de sete meses de namoro, aqui estava eu, de pijama azul e rosa, posando para uma campanha de artigos de videogame. Eu me sentia leve, divertida, brincando com as poses enquanto Lucas, meu namorado e o meu fotógrafo favorito (modéstia parte), ajustava a câmera com aquela concentração que me fazia sorrir.
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Lucas sempre foi profissional no trabalho, mas havia algo nos olhos dele que entregava o quanto me admirava. E eu, mesmo me esforçando para manter a postura, sabia que minhas bochechas denunciavam o rubor que ele provocava em mim.
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— Perfeito, Nina! Agora, mais uma pose divertida. Mostre que você é uma gamer cheia de atitude! — ele disse, com aquele sorriso que fazia meu coração disparar.
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Eu ri, segurando o controle de videogame cenográfico e fazendo uma expressão de concentração exagerada. O som do clique da câmera era quase uma melodia, pontuando o ritmo do nosso momento juntos.
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Depois do ensaio, enquanto a equipe começava a desmontar o set, Lucas sugeriu que fôssemos para a sala de fotografia para revisar algumas das imagens. Concordei, curiosa e animada, mas no fundo, sabia que o trabalho não era a única coisa que nos esperava naquela sala.
Assim que entramos, a atmosfera mudou. A sala era espaçosa, com espelhos por todos os lados e uma iluminação suave que parecia feita sob medida para criar um clima intimista. Lucas fechou a porta atrás de nós e se virou para mim, o olhar intenso que sempre fazia minhas pernas tremerem.
— Você arrasou hoje, sabia? — ele disse, aproximando-se devagar. — Acho que nunca vi você tão linda.
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Senti meu rosto queimar. Mesmo depois de tanto tempo juntos, Lucas ainda conseguia me deixar sem palavras. Antes que pudesse responder, ele me puxou para perto e me beijou. 
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Foi um beijo diferente, mais profundo, mais urgente. Minhas mãos encontraram o caminho para os ombros dele, enquanto suas mãos seguravam minha cintura com firmeza.
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— Lucas... — murmurei, entre um beijo e outro.
— O que foi? — ele perguntou, os lábios ainda roçando os meus.
Respirei fundo, juntando coragem para dizer o que vinha pensando há semanas.
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— Eu quero... dar o próximo passo. Quero estar com você completamente.
Lucas se afastou ligeiramente, apenas o suficiente para me olhar nos olhos. Havia surpresa em sua expressão, mas também algo mais: desejo e uma preocupação genuína.
— Tem certeza, Nina? 
Sorri, tocando o rosto dele com delicadeza.
— Tenho certeza. Eu confio em você, Lucas. E quero que seja com você.
Ele sorriu, aquele sorriso que fazia meu coração derreter, e beijou minha mão. Em poucos minutos estávamos no carro dele, a caminho de sua casa. No trajeto, sentia uma mistura de nervosismo e excitação. Olhei para ele, que dirigia com tranquilidade, enquanto eu olhava para todos os lados, com receio que algum colega nos visse.
— Está tudo bem? — ele perguntou, percebendo meu silêncio.
— Sim, só não acredito que isso está acontecendo. — Ri, tentando aliviar a tensão, mas ele sabia que eu estava mentindo.
Lucas sorriu e segurou minha mão por um instante.
— Eu me sinto o cara mais sortudo do mundo por estar com você, Nina. E quero que todo mundo saiba disso. Então, amor, não precisa ficar olhando para tudo que é canto, certo? Se alguém souber, soube. Pronto. 
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Chegamos à casa dele e, ao entrar, fui tomada por uma onda de timidez. O ambiente era aconchegante como eu já conhecia, com uma decoração que refletia a personalidade de Lucas: simples, mas cheio de charme.
— Você mudou de ideia? — ele perguntou, percebendo meu nervosismo. Sua voz era suave, cheia de compreensão.
Balancei a cabeça.
— Não, eu só... estou nervosa.
Ele sorriu e se aproximou, segurando meu rosto com carinho.
— Não precisamos fazer nada se você não estiver pronta. Eu estou aqui, sem pressa.
Aquele gesto de cuidado dissipou minhas inseguranças. Eu não podia acreditar que ele realmente esperaria. Afinal, ele já tinha uma vida ativa antes de me conhecer e cá estamos nós: ele com sete meses de espera.
Puxei-o para um beijo, e tudo o que sentia era a certeza de que queria estar ali, com ele. Nos movemos até o sofá, onde nos deitamos entre braços e pernas emaranhados. Lucas me levantou no colo com facilidade e me levou para o quarto.
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A noite foi cheia de carinho, risos e entrega. Cada gesto dele confirmava que eu havia feito a escolha certa. Lucas não era apenas meu namorado; ele era meu porto seguro, meu amor.
Naquela noite, em seus braços, percebi que o que compartilhávamos era mais do que paixão. Era amor, profundo e verdadeiro, construído com respeito e cumplicidade.
Não foi como nos filmes, todo planejado e cheio de coisas para organizar. Não teve pétalas de rosas pelo chão ou música romântica ao fundo. Mas foi melhor do que tudo que eu poderia esperar e foi com o homem que eu amava. E ainda amo.
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 18
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Festa de aniversário de 18 anos de Nina. Seus amigos mais próximos estavam presentes, assim como sua mãe Cristina e o irmão Murilo. O sol ainda brilhava, mas a festa já estava em pleno andamento no espaço decorado com flores e luzes de fadas.
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Lucas observava Nina, radiante em um vestido vermelho que destacava sua confiança e beleza. Ele sabia que era o momento de agir. Aproximou-se de Cristina, a mãe de Nina, com uma expressão séria, mas determinada.
— Dona Cristina, posso falar com a senhora um instante? — pediu ele, educado.
Ela sorriu, um pouco surpresa, mas assentiu.
— Claro, Lucas. O que houve?
Lucas respirou fundo, reunindo coragem.
— Eu gosto muito da Nina. Minhas intenções com ela são sérias, e eu gostaria de pedir a sua bênção para namorar sua filha.
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Cristina o encarou por um momento, avaliando sua sinceridade. Cristina já esperava por aquela conversa, ela conhecia sua filha melhor do que ninguém e sabia o quanto ela passou tanto tempo guardando seus sentimentos pelo rapaz. Por vezes, Cristina ia até Curitiba com a filha ou recebia os colegas da filha em sua casa, quando havia algum evento próximo à capital gaúcha. Cristina já avaliava Lucas há meses. Então, um sorriso caloroso apareceu em seu rosto.
— Você é um bom rapaz, Lucas. Se a Nina estiver feliz, eu também estou.
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Aliviado, Lucas agradeceu com um sorriso. Os dois levantaram-se e ele aproveitou para falar do presente que daria à Nina. Cristina o abraçou, feliz, sabendo que Nina ficaria exultante.
Agora, era a vez de presentear Nina. Ele a chamou para um canto mais tranquilo e entregou um envelope.
— Feliz aniversário, Nina. Esse é o meu presente para você.
Ela abriu o envelope com curiosidade, encontrando passagens para Londres e um itinerário detalhado.
— Londres? Lucas, isso é... inacreditável! — exclamou ela, emocionada. — Eu quero tanto conhecer a London College of Fashion, você sabe disso e… Uau. Eu não acredito!
— E agora você vai conhecer. Já organizei tudo para a gente viajar juntos.
Sem conseguir conter a alegria, Nina o abraçou forte. Quando se afastaram, os olhos dela brilhavam com lágrimas de felicidade.
— Juntos? Lucas, eu nem sei como te agradecer.
— Talvez me deixando ser o seu namorado? — sugeriu ele, com um sorriso brincalhão. — Eu falei com a sua mãe, então…
Nina ficou surpresa novamente, mas logo respondeu sorrindo:
— Sim, Lucas. Claro que sim.
Respondeu ela, ao que eles se beijaram para selar o compromisso de estarem, finalmente, namorando.
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Atrás de um quiosque, Eduardo e Ana também compartilhavam um momento especial. Por causa de seus amigos, acabavam por sempre estarem juntos. Cada vez mais próximos.
Ana deu o primeiro passo, beijando Eduardo enquanto ambos riam timidamente. Foi o primeiro beijo deles, e ambos sabiam que aquilo era o início de algo especial.
Mais tarde, Nina foi até o bar onde Ana estava. Bebendo, pela primeira vez, com a permissão de sua mãe.
— Você não vai acreditar, Ana. Eu e o Lucas estamos namorando!
Ana sorriu, piscando. Ela já esperava por aquilo, não mais que sua amiga, é claro.
— Amiga, eu estou tão feliz por vocês! Sério! - respondeu sorrindo. —  Eu também tenho novidades. Beijei o Newman..
Nina riu, surpresa.
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— Finalmente! Mas olha, sobre Lucas e eu… É melhor a gente manter isso fora da empresa, pelo menos por enquanto. Não quero atrapalhar o serviço dele.
— Combinado. Mas sabe de uma coisa? Estou muito feliz. Você merece muito!
A festa continuou até o anoitecer, quando os convidados começaram a ir embora. Lucas e Nina ficaram próximos às luzes baixas do salão, trocando beijos apaixonados. Cada toque parecia recuperar o tempo perdido, prometendo um futuro que finalmente poderiam construir juntos.
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Semanas após o aniversário, e tendo um breve recesso nos trabalhos, Nina estava ansiosa e animada para viajar para Londres. Normalmente viajava a trabalho, não tendo tempo de aproveitar os lugares. E dessa vez, viajaria sozinha com Lucas.
Lucas disse para ela que reservou dois quartos no hotel, até porque comprou as passagens quando eles ainda não namoravam. E como eles ainda não são tão íntimos, ele não quer pular etapas.
— Eu quero fazer isso do jeito certo, Nina. Sem pressa — explicou Lucas, segurando a mão dela. — Quero que a gente tenha tempo para nos conhecermos ainda mais.
Nina sorriu, tocada pela consideração dele.
— Obrigada por respeitar isso, Lucas. - Ela se sentia tímida, mas ao mesmo tempo, não queria que ele a visse menos do que outras mulheres. Queria se sentir pronta, mas ainda não conseguia. 
Lucas percebeu que o semblante dela mudou e continuou:
— Ei, não fique assim. - Disse ele, levantando-a no ar, como virou costume fazer. — No tempo certo, okay?
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Ele pegou a sua mão, unindo seus dedos mínimos juntos, colando um beijo suave na mão dela. Era um momento simples, mas cheio de significado.
Finalmente, o dia da viagem chegou. Nina, em sua empolgação, esqueceu de checar a previsão do tempo e foi ao aeroporto vestindo roupas leves, adequadas para o calor, mas nada práticas para o inverno londrino. Lucas, sempre atento, levou um casaco extra para ela.
— Você vai precisar disso assim que sairmos do avião — disse ele, entregando o casaco enquanto embarcavam.
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Nina riu, sem graça.
— Obrigada. Acho que subestimei o frio de Londres.
A semana que passou em Londres foi mágica. Eles exploraram os pontos turísticos mais emblemáticos, tiraram fotos juntos e provaram pratos típicos em pequenos restaurantes locais. Nina estava deslumbrante em uma calça rosa estampada com corações e um suéter rosa, enquanto Lucas, em seu casaco cinza claro, parecia não conseguir desviar os olhos dela.
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Em um dia especialmente frio e com neve, eles visitaram a London College of Fashion, o lugar dos sonhos de Nina. Ao saírem, com o vento gelado soprando, Nina parou ao lado do carro e olhou para Lucas com um sorriso tímido.
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— Obrigada por me trazer aqui. Isso significa muito para mim.
Lucas sorriu, aproximando-se.
— Você merece tudo isso e muito mais, Nina.
Impulsionada pelo momento, ela o puxou para um beijo apaixonado. O frio desapareceu enquanto seus lábios se encontravam, deixando apenas o calor do sentimento que compartilhavam e, de repente, Nina se sentia mais quente que o habitual.
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Nina sentia-se feliz ao completar seis meses de namoro. Não conseguia conter a emoção. A cada dia, Nina sentia-se mais conectada a Lucas. 
Na agência, não era de conhecimento público a sua relação, a não ser pelos amigos próximos e sua querida manager. Porém, a química entre os dois era impossível de esconder.
Ela sabia que já estava pronta para dar o próximo passo no relacionamento, mas Lucas, mesmo desejando-a intensamente, fazia questão de manter seu compromisso de respeitá-la.
Em um momento furtivo, enquanto se beijavam em um corredor isolado na agência, Nina e Lucas trocavam beijos e carícias.
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— Você me faz querer quebrar todas as minhas regras, Nina — confessou ele certa noite, enquanto estavam abraçados no corredor da agência. — Mas quero que isso seja no tempo certo para nós dois. Mas… Ah! Você vai me deixar maluco.
Nina admirava essa qualidade nele, mas a tensão entre eles só aumentava. Cada beijo parecia mais intenso, mais cheio de desejo contido. 
— Lucas, alguém pode nos ver — sussurrou ela, ofegante.
Ele sorriu, malicioso.
— Então vamos sair daqui.
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Antes que ela pudesse protestar, ele a pegou no colo e a levou para sua sala, ainda aos beijos. O ambiente fechado e com pouca iluminação os envolveu, e Lucas tocou o pescoço dela com uma paixão que fazia Nina esquecer qualquer preocupação.
— Lucas... — murmurou ela, lutando para manter a razão, mas já rendida ao momento, sentindo a língua quente de Lucas passear pela sua pele.
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A conexão entre eles só parecia crescer, tornando cada instante juntos mais difícil de resistir. A paixão que compartilhavam era intensa, mas também envolta em um respeito mútuo que tornava tudo ainda mais especial.
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solisimmer · 6 months ago
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MODELS SERIES - EP 17
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Lucas e Ana tinham vinte três e dezessete anos, respectivamente, quando se conheceram, quando começaram a trabalhar juntos. 
Em quase todos os projetos em que Nina posava, Lucas estava como assistente de Mauro, o fotógrafo de Nina e da maioria dos modelos da equipe que ela estava, ou como fotógrafo principal. 
No instante em que colocou os olhos em Lucas, Nina sabia que ele era diferente. Ela pensava coisas diferentes, sentia coisas diferentes, das quais não tinha sentido por ninguém e não sabia o que fazer com tais sensações e sentimentos. Ela não sabia como nomear o que ela sentia e se considerava ingênua, inexperiente nesse quesito.
Não é como se nunca tivesse gostado de alguém antes. Já teve paqueras na escola e até outros colegas de trabalho, mas nada se comparava a isso. Todos os outros não passaram de paixões sazonais e alguns beijos roubados. Nada de fôlego perdido ou sonhos molhados como Lucas a fazia ter.
E ela também sabia quando um menino a queria ou não. E Nina não era tão idiota ao perceber que Lucas era diferente com ela. Ele dizia que era porque ela era uma ótima modelo, mas ela achava que tinha algo a mais do que isso. Com o tempo, ela mais tinha certeza disso. De como ele a olhava, de como era gentil, prestativo e como era ainda mais dedicado quando ela era a modelo de algum projeto. E não só ela percebia isso, como demais colegas.
– Lembra que eu ia te ajudar a não alimentar o que você sente por ele? - falou Ana, mencionando o acordo que tiveram, após a conversa em que Nina disse a amiga que nutria sentimentos pelo fotógrafo. – Acho que não é preciso, já que está na cara que é recíproco.
Nina caminhou com passos firmes, mas Lucas conhecia aquele sorriso calculado. Ela estava nervosa. Vestia um vestido azul-claro, simples, mas elegante, que parecia ter sido feito para ela. E por causa da sessão de fotos que participava, também usava o aplique de cabelos longos, que a deixavam ainda mais bela. Ana, sua melhor amiga, a seguia de perto, oferecendo palavras encorajadoras que Lucas não conseguia ouvir, mas imaginava serem algo como: “Vai dar tudo certo.” Ele quis saber o que daria certo, afinal.
— Lucas — disse Nina ao se aproximar, com um sorriso que escondia a tensão em seus olhos. — Sua exposição está incrível. Organização, tudo impecável. As fotos estão ficando lindas.
— Obrigado, Nina — respondeu ele, mantendo um tom calmo, mas sentindo o coração acelerar. — Fico feliz que tenha gostado.
Ana fez um movimento discreto para deixá-los sozinhos, desaparecendo entre os outros modelos. Nina olhou em volta, admirando os arranjos no parque. Junto de Lucas, revisava os cliques, as fotos antes capturadas. Cada imagem parecia revelar um momento congelado no tempo, cheio de emoção e profundidade. Nina o olhava com vontade, precisava saber se isso não era platônico e se sentia absorta em pensamentos e ansiava uma resposta.
— Lucas — disse ela, com passos leves, assim como sua voz baixa. Ela sorriu timidamente, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Precisamos conversar. É algo importante.
Lucas indicou que fossem próximos a um banco, onde deixou seus pertences e ficou de pé à sua frente, sentindo uma mistura de curiosidade e apreensão.
— O que foi? É algo sobre a exposição?
Nina balançou a cabeça, parecendo escolher as palavras com cuidado.
— Não. Na verdade, é… Lucas, eu… eu preciso dizer algo que guardei por muito tempo.
Lucas inclinou-se levemente, sentindo o peso do momento.
— Pode falar, Nina. Eu estou aqui.
Ela respirou fundo antes de prosseguir.
— Eu estou apaixonada por você. Sempre estive, mesmo quando tentei esconder. Eu sei que talvez você não sinta o mesmo, e tudo bem. Mas eu precisava que você soubesse.
Lucas ficou em silêncio, os olhos fixos nos dela. As palavras o pegaram de surpresa, mas ele viu a sinceridade no rosto de Nina.
— Nina… eu… eu não sei o que dizer. Isso é muito para processar.
Ele passou a mão pelos cabelos, tentando organizar os pensamentos.
— Eu também me sinto diferente quando estou com você. Mas eu não posso alimentar isso. Não agora. Eu sinto muito.
As palavras saíram com dificuldade, e ele odiou ver o brilho nos olhos dela se transformar em tristeza. Mesmo assim, Nina sorriu e se levantou, indo até ele. Sem dizer nada, o abraçou com força, como se quisesse guardar aquele momento para sempre.
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— Eu entendo — disse ela, a voz suave perto do ouvido dele. — Obrigada por ser honesto. Isso significa muito para mim.
Lucas retribuiu o abraço, sentindo a mistura de alívio e dor ao mesmo tempo. Algumas verdades eram difíceis de dizer, mas necessárias.
Os meses que se seguiram não foram estranhos como Lucas temia. Pelo contrário, Nina continuou a mesma, sempre graciosamente presente na vida dele. Eles se tornaram amigos próximos, e Lucas descobriu que era impossível não se apaixonar ainda mais por ela. Cada risada, cada conversa, cada momento compartilhado fazia o sentimento crescer dentro dele, mas ele se obrigava a guardá-lo em silêncio.
Nina, por outro lado, não parecia se importar em flertar discretamente. Uma tarde numa sessão externa, enquanto ajudava Lucas a organizar seus arquivos, ela se aproximou com um sorriso travesso.
— Você sabe que seria um modelo incrível, não sabe? — disse ela, erguendo uma das câmeras dele para ajustar o foco.
Lucas sentiu o rosto corar, desviando o olhar.
— Nina, você sempre diz isso...
— Porque é verdade — interrompeu ela, aproximando-se mais. — Você é lindo, Lucas. Devia considerar a ideia.
Ele riu, tentando esconder o embaraço.
— Vou pensar nisso... no futuro.
Nina sorriu, satisfeita com a resposta. Havia algo encantador na maneira como Lucas ficava tímido, como se ele não percebesse o quanto era especial. Para ela, cada momento ao lado dele era uma chance de mostrar o quanto o admirava, mesmo que ele ainda resistisse a enxergar.
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As semanas passaram e chegou o dia em que Nina completou 18 anos. A ansiedade da data especial não parecia ter tirado o sorriso de seu rosto. Ana, como sempre, estava ao seu lado, segurando uma pequena caixa em que continha um pequeno bolo.
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— Feliz aniversário, Nina! — disse Ana, entregando o presente com um abraço caloroso.
Nina retribuiu o abraço com força, sorrindo.
— Obrigada, Ana. Você é a melhor amiga que alguém poderia ter, você sabe, né?
Depois de trocarem palavras carinhosas, as duas foram trabalhar. A agenda daquele dia incluía uma sessão de fotos externa no Jardim Botânico. O lugar estava fechado para visitação pública, reservado exclusivamente para o trabalho deles, o que criava uma atmosfera mágica sob a luz suave do entardecer.
Enquanto Lucas ajustava o equipamento, Nina e Ana brincavam entre si, tentando aliviar o cansaço acumulado. Quando o sol finalmente se pôs, o jardim foi tomado por uma calma quase sobrenatural. Lucas observava Nina à distância, a forma como ela parecia pertencer àquele cenário, como se cada flor e cada raio de luz tivessem sido criados para moldar o momento.
Assim que percebeu Lucas, Ana piscou para a amiga e afastou-se. Nina, por sua vez, continuou sentada onde estava, mas agora chamando a atenção dele.
— Lucas, Lucas… — chamou Nina, aproximando-se dele. — O dia quase terminando e o meu presente nada...
Ele olhou para ela, confuso, mas com um sorriso no rosto.
— Vai ser entregue na sua festa, no final de semana. É surpresa. - disse ele, ao se aproximar de onde ela estava, escorando-se onde ela repousava.
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Nina balançou a cabeça, um brilho travesso nos olhos.
— Mas meu aniversário é hoje. E você disse que me daria o que eu quisesse. — murmurou Nina, com a voz suave, mas firme.
Lucas franziu o cenho, intrigado.
— E o que eu quero está aqui.
Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles, e os olhos dela fixaram-se nos lábios dele.
— Você disse que daria o que eu quisesse, não disse?
Lucas sentiu o coração acelerar. Antes que pudesse reagir, Nina inclinou-se e o beijou. Foi um toque suave, cheio de ternura e paixão contida, como se aquele momento fosse a conclusão de tempos e tempos de desejo silencioso.
Quando se afastaram, Lucas ainda parecia surpreso, mas não disse nada. Apenas sorriu, deixando que o momento falasse por si só.
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Ele não resistiu. Retribuiu o beijo com a intensidade de quem guardava aquele sentimento há muito tempo, puxando-a para mais perto, segurando-a pela cintura enquanto ela permanecia sentada no alto do banco de madeira. Seus lábios se encontraram de novo e de novo, o mundo ao redor desaparecendo completamente.
Enquanto isso, Eduardo, que estava fumando a poucos metros de distância, observava de longe. Ana também olhava, feliz por sua amiga. Eduardo ofereceu um cigarro para Ana, que hesitou por um momento antes de aceitar.
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— Nunca pensei que você fumasse até nos ensaios assim — comentou Ana, com um tom de curiosidade.
— Às vezes, em momentos como este — respondeu Eduardo, acendendo o cigarro para ela. — Mas só de vez em quando, senão reclamam.
Ana deu sua primeira tragada, tossindo levemente, o que fez Eduardo rir.
— Relaxa. É só prática.
Ela sorriu, segurando o cigarro com mais firmeza.
Enquanto isso, no jardim, Lucas e Nina ainda estavam perdidos no momento. Era como se aquele beijo tivesse quebrado todas as barreiras que os separavam, trazendo à tona tudo o que eles tentaram esconder por tanto tempo. Quando finalmente se afastaram, ambos estavam sem fôlego, mas com sorrisos genuínos em seus rostos.
— Esse foi o melhor presente — disse Nina, com um brilho nos olhos que Lucas jamais esqueceria.
— E eu ainda nem entreguei o verdadeiro — respondeu ele, brincando, mas com o coração disparado.
Naquela noite, Lucas compartilhou o primeiro beijo com Nina. Enquanto isso, Eduardo compartilhou um cigarro com Ana. O primeiro beijo; a primeira tragada.
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solisimmer · 1 year ago
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MODELS SERIES - EP 16
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E lá estavam os seis modelos do dream team de Pierre, presos em um cubículo de dois quartos na parte remota de Barra Velha. Cansados, precisando urgentemente de um banho para tirar toda areia do corpo… Porém, como organizar isso tendo apenas um banheiro para todos? Caos!
A casa até era bonita, e seria muito bem aproveitada, se não fosse o humor de todos.
Wanessa pensando em Ana.
Ana preocupada com Nina.
Nina com ciúmes de Nanda.
Nanda querendo passar todo o tempo que podia com Lucas.
Lucas querendo que Eduardo inventasse qualquer coisa para que ele não precisasse ficar sozinho com Nanda.
E Eduardo? Eduardo não estava nem aí, como sempre.
Ana tentava animar a amiga, posando para fotos que Eduardo tirava, fazendo brincadeiras e colocando conversa fora. 
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Como a casa contava com dois cômodos para dormir, Nanda logo sugeriu que os casais ficassem no quarto maior - que teria duas camas. Nina e Wanessa ficariam no quarto menor, nas camas de solteiro. Então, apesar de ter dois quartos, os casais ficariam juntos - para a sorte de Lucas. Ele estava chateado, estressado… Beijou Nanda? Ele não poderia negar. Mas era assim que ele queria que as coisas acontecessem? De forma alguma. A todo momento ele estava se aproximando de Nanda, a conhecendo, aprendendo com ela, porém, ela investia cada vez mais.
E o beijo? Por que raios ela o agarrou na frente de todos? Por que o puxou para a areia? Se ele negasse, estaria a negando publicamente… E por que beijá-lo sabendo que Nina estaria por perto? Isso era o que ele menos queria, mas agora feito, ele não poderia ter desculpas.
Porém, quem o visse, jamais diria isso, ao encontrá-lo embaixo de Nanda na cama, onde ela o trancava com as pernas, querendo continuar o que começou na praia. Lucas cheirava a shampoo e loção pós banho, os cabelos ondulados desciam úmidos pelo rosto, pingos caíam pela cama, enquanto Nanda dizia o quanto ele estava bonito. Nanda desandou a falar, enquanto Lucas só a escutava.
De repente, a porta atrás dos dois se abriu, fazendo com que parassem de pronto o que estavam fazendo para ver quem entrou.
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– Oh, quarto errado! - disse Nina. – Desculpa, quarto errado.
– Seu quarto é o do lado, lindinha! - falou Nanda. Lucas continuava calado como há dez minutos.
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“Droga… Ana tinha que trocar direita por esquerda justo agora?” Nina pensou, pois Ana havia dito que o quarto menor era o da direita, mas desde quanto Ana sabia diferenciar direita de esquerda? Nina a conhecia há anos e sempre a viu confundir as duas direções… Foi ingênua acreditar dessa vez.
Saiu do quarto esperando que fosse a sua vez de usar o banheiro. Queria chorar no banho, queria lavar a vergonha, quem sabe se afogar na banheira e ter um bom motivo para sair dali.
Perto da uma da manhã, todos já estavam de banho tomado e em seus devidos quartos. Tudo que se ouvia, era o farfalhar das folhas na área externa, o chirriar dos grilos e sapos coaxando… Em alguns momentos, no quarto maior, poderia ser ouvido alguns gemidos de Ana. Não pelo que ela gostaria, mas ela costumava ranger os dentes durante a noite, especialmente quando dormia cedo ou estava muito cansada. E Lucas ouvia a respiração de Nanda, já que ela havia se aninhado a ele assim que deitou.
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Já no quarto menor, nada se escutava. Silêncio total. Se não fosse pelos pensamentos de Nina, que repetia todo o dia na sua cabeça, tentando pensar em algo que a fizesse se convencer que era melhor assim, de que ela fez tudo que pode fazer, falou tudo que queria falar… Queria se convencer de qualquer forma.
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Mesmo sendo a última a pregar os olhos, Nina foi a primeira a se levantar. Assim que todos estavam na sala, ela já estava em sua corrida matinal.
Ana aproveitou para falar com Lucas, pois embora Nina fosse sua melhor amiga, também considerava Lucas uma pessoa querida. E não precisava ser próximo dele para perceber a tristeza que ele expressava hoje. Os dois mexiam nos objetos da casa, procurando algo que pudesse entretê-los. 
– Eu estraguei tudo. Agora já era de vez. - falou Lucas, enquanto colocava um livro de volta na estante.
– Eu não posso discordar… Ficar com alguém, da equipe, e na frente dela? - respondeu Ana ao amigo.
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Eduardo, que havia saído em busca do café da manhã, chegou animado.
– Bom dia, Pau de Mel. - falou, se dirigindo ao amigo. – Dormiu bem? Primeira noite, ahn…
– Vai se foder, Eduardo. - falou Lucas, sentando-se à mesa.
– Pois eu dormi muito bem, busquei o café para todos… E sou recebido assim. Tsc tsc tsc. - Caçoava Eduardo. – Isso magoa meus sentimentos. Da próxima, deixo todo mundo com fome aí.
Wanessa, que estava no sofá escutando todas essas interações, mas sem falar nada, levantou-se para tomar uma xícara de café, enquanto Nanda continuava dormindo. E Nina continuava correndo.
A ruiva corria pela beira da praia, vendo moradores locais pescarem, senhoras idosas que caminhavam ao longe, pequenas galinhas soltas por onde ela passava. O local era tão bonito que ela poderia caminhar por toda a extensão de areia. Grandes pedras podiam ser vistas ao longe, com o brilho do sol deixando a paisagem ainda mais espetacular na direção da água.
Já na direção da estrada, próximo as casas, nuvens escuras se aproximavam e se uniam indicando que choveria nas próximas horas.
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O exercício estava fazendo-a muito bem, porém não quis arriscar tomar um banho de chuva no caminho e, por isso, fez a volta. Agora estava se dirigindo a todos os lugares que havia corrido, numa caminhada acelerada, porém, mais devagar do que a corrida. Queria aproveitar melhor a vista desse lugar pela última vez. 
Já perto do restaurante onde havia visto as galinhas antes, seu telefone tocou, indicando uma série de notificações.
O conteúdo da mensagem a deixou tão feliz que a faria esquecer, mesmo que por um curto momento, todo o estresse que a estava incomodando nas últimas horas.
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Voltou para casa com mais pressa, precisava arrumar suas coisas, voltar à Curitiba, tinha que ir para a sua casa no Rio de Janeiro e deixar tudo preparado. Na verdade, queria correr de novo e só atirar todos os seus pertences dentro do carro e cair na estrada. A mensagem tratava-se de algo que ela esperava há meses.
Assim que chegou no AirBnB, cumprimentou a todos animadamente, surpreendendo a Lucas, que pensou que ela não iria nem querer olhá-lo na cara. Mas, o que esperar de Nina? Em todos esses anos ele já deveria estar acostumado com as mudanças de humor da modelo.
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– Que hora pretendem pegar a estrada? - disse ela, para ninguém em especial. – Preciso estar o quanto antes em Curitiba.
– Mas por que a pressa? - perguntou Ana, ao que Nina respondeu virando a tela de seu celular para a amiga, mostrando a mensagem. – Quê? Uau, você deve estar muito feliz!
– Muito! - confirmou Nina com um grande sorriso. – Por isso quero ir logo para Curitiba. Preciso falar com Simone.
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– Com Pierre, você quer dizer?
– Com a Simone, com o Pierre, com quem precisar! - disse, se levantando e se dirigindo ao banheiro.
Precisava se desfazer do suor da corrida, organizar a mala com suas poucas roupas e seus muitos biquinis e partir.
A divisão dos carros ficou como a dos quartos: “casais no carro do Edu, Wanessa e Nina no carro da Nina”, nas palavras de Nanda.
“Quem a tinha eleito organizadora do babado? E quem disse que eu e Edu somos um casal?” pensava Ana, ainda desacreditada de não ter percebido as intenções de Nanda antes.
Já na estrada, Lucas era o motorista da vez, tendo Nanda como parceira. Ana e Edu dormiam no banco traseiro. Sim, apenas deitados, sem cinto, esperando a sorte acabar - não façam isso em casa, crianças.
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No Toyota Avalon vermelho estavam Nina e Wanessa num absoluto silêncio. A ruiva ocupava-se em dirigir e apreciar a paisagem da esquerda, enquanto Wanessa somente observava o lado direito da pista.
Wanessa pensava se deveria falar algo sobre o que ouviu pela manhã, mas percebeu que não se importava o suficiente; e nem sabia o suficiente para compartilhar tudo de repente.
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Os quatro do outro carro decidiram parar para aproveitar uma lagoa que estava há uma hora de Barra Velha. Poderiam aproveitar um pouco e ainda levariam uma hora e meia para chegar até Curitiba, se tudo corresse bem na BR-101 e 376. Por isso, estacionaram o Opala 74 de Edu na área mais próxima da lagoa, onde o asfalto terminava e caminharam pela areia até chegar próximo a água.
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Eduardo e Ana trocavam carícias sem se preocupar com quem os visse, sobre o que pensassem, como se estivessem a sós no lugar.
Ana suspeitava que Eduardo estava assim por ainda não ter conseguido o que queria: trans4r com ela. Tão cedo que conseguisse, ele sumiria do mapa, ela sabia disso. E, por ainda estar se divertindo, ela não pretendia dar o que ele queria, por mais que ela mesmo quisesse.
– Não vejo a hora de estarmos a sós… - dizia Eduardo. – Você vai lá para casa hoje ou eu durmo na sua?
– Eu estou muito cansada…
– Não seja por isso, eu faço todo o esforço. Ana riu, dando um tapa no braço de Eduardo, sem colocar força. –  Você não existe! - disse ela. – Vou pensar no seu caso.
E ela pensaria! Não tinha dúvidas de que pensaria em tudo que ele queria, ainda mais quando estivesse sozinha, todos os seus pensamentos iriam para Eduardo e tudo o que ele a causava.
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Lucas e Nanda observavam um pequeno barco à vela próximo a eles e Lucas estava inquieto.
Após o beijo de ontem e as investidas da modelo após chegarem ao AirBnB, Lucas tentou se distanciar de Nanda, não querendo magoá-la, mas não querendo alimentar esperanças a ela.
O que fazer? Ele não conseguia parar de pensar em Marina. Isso não seria justo com outra pessoa.
A frente, Nina continuava dirigindo.Ora em silêncio, ora cantarolando as músicas que saíam dos alto-falantes do carro. Seus dedos martelavam o volante no mesmo ritmo da melodia e, ao começar a tocar uma música de sua adolescência, sentiu-se nostálgica. 
A música foi muito especial para ela, pois na época, era o que ela sentia. Como se enxergava e encarava o mundo. Como encarava os seus sentimentos. Ela se sentia confiante, madura com seus apenas 17 anos. Sentia-se livre, sem arrependimentos. 
Ela pensava naquela menina-mulher e no que ela poderia aprender com ela, em como reconquistar essa confiança. Suspirou, perdida em pensamentos e lembranças gostosas demais.
Sem poder voltar ao passado, continuou dirigindo, enquanto cantava junto a Selena Gomez. “When you’re ready, come and get it, na na na na…”
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solisimmer · 1 year ago
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MODELS SERIES - EP 15
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Após me afastar de todos para tomar um ar e tentar falar com meu irmão ou minha mãe (os dois telefones não estavam chamando de onde eu estava), percebi passos próximos a mim. Pensei que Ana estava vindo ao meu encontro, porém fui surpresa ao perceber que era Lucas.
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Eu até achei que ele não queria me ver após tudo que falei para ele. E com razão. Eu estava sendo um pé no saco, meu humor não estava dos melhores e eu não podia ajudar com isso. E para ajudar, Lucas estava com Nanda. Se não estava, logo estaria. Eu não queria estar por perto para ver.
– Ei, Nina! Podemos conversar? - ele disse, assim que o olhei.
Tentei fazer com que ele não continuasse a conversa, mas ele não deixava. Falando tudo que queria e eu não conseguia pará-lo. 
– Estávamos bem, eu acho. E aí você parecia me evitar e parecia bem chateada. Foi algo que eu fiz ou falei? - ele continuou, com aqueles olhos verdes penetrantes, como se enxergasse tudo de mim.
Será que ele enxerga? Pois, se enxergasse, veria o quanto eu ainda gosto dele. Sim, eu preciso admitir. Ainda sou apaixonada por esse homem e não há o que eu faça que mude isso. Acho que nada do que é bom satisfaz depois que você já conheceu o que é ótimo, maravilhoso. 
– Há algo que eu possa fazer? - ele disse, ao me abraçar. E querendo não me sentir mais como estou, respondi:
– Lucas, por favor. Só vamos parar com isso. Parar por aqui.
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– Parar com o que? - ele disse.
– De brigar, de se desentender… Somos melhores do que isso.
– Sim, Marina! - exasperou. – É tudo que eu quero. Estou cansado desse clima, desses altos e baixos…
– Mas…
– Mas?
– Mas só isso. Nós não iremos ser mais do que isso. Colegas. Velhos amigos.
A expressão dele mudou para algo que eu já estava acostumada, mas, que mesmo assim, ainda me magoava. Ele parecia chateado, contrariado.
– Posso viver com isso. - falou.
Ainda estávamos próximos demais, eu o segurava pelos braços e quando fiz menção de soltá-lo, ele colocou as mãos nos meus ombros, subindo até o meu pescoço e fez algo que eu me senti tão pequena, tão idiota… Ele me beijou. Na testa.
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– Posso viver com isso, Marina. Mas não posso viver sentindo que estou sempre te incomodando.
– Não está, eu…
– Quero ter certeza de que não estou.
– Lucas, é que… - eu queria dizer, precisava dizer, mas não achava as palavras certas. – A sensação que tenho é que…
– É que…? - disse ele, reticente, esperando que eu continuasse.
– A sensação que tenho é que você espera que continuemos de onde paramos. E isso é impossível.
Lucas ficou imóvel, sério, me olhando como se eu tivesse falado algo que não podia, que não deveria ser dito.
– Impossível? - se limitou a responder. – Impossível a gente ter um bom relacionamento? Só por que terminamos?
– Impossível conviver como se fossemos as mesmas pessoas de antes. Eu mudei! - exasperei. – Você mudou! Eu nem sei se te conheço mais e… E… Você me magoou muito, Lucas. Muito.
– Espera aí… Eu te magoei? - Lucas disse. Ele não parecia mais chateado e, sim, zangado. – Você me abandonou, fugiu para a Europa, nos apagou como se nada… E eu te magoei?
– Lucas, não foi bem assim e você sabe.
– Eu sei? - exaperou. – Eu sei porra nenhuma. O que eu sei é que estava esperando a minha namorada, enquanto ela estava fazendo planos que não me incluíam.
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– Eram meus planos, minha carreira, Lucas…
– Era a minha carreira em jogo também. E eu não me importei com nada disso, só com a gente.
– Lucas, eu não quero falar do passado… Eu só quero… Só quero.
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– Marina… Desculpa, eu já entendi. - Lucas suspirou e continuou. – Você nem sabe o que quer e não teremos conversa desse jeito. Você só quer deixar tudo para lá e eu vou fazer exatamente o que você quer, como sempre fiz.
E ele se calou, olhando-me tão sério, com um olhar tão triste. Nada mais disse e virou-se, para voltar até onde todos estavam. Eu o vi partir e o deixei ir.
Eu não quero consertar as coisas, eu só quero não sentir mais nada.
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De longe, via que o pessoal estava almoçando e, embora eu estivesse com fome, jamais iria até ali sabendo que Lucas estava ali. Eu não era tão forte e não preciso me sujeitar a isso. E Ana, minha única parceira nisso tudo, parecia estar no segundo sono. Não quis incomodá-la com o meu drama (de novo), reconheço que não estava sendo uma boa companhia ultimamente e precisava recompensá-la o quanto antes por isso.
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A tarde se estendeu comigo evitando a todos o máximo possível, o que seria uma missão um tanto cansativa, pois tivemos a ideia de ficar em Barra Velha para a noite e voltar no próximo dia. Iríamos todos ficar no mesmo AirBnB, uma noite toda e parte da manhã também. Como eu já estava sofrendo por antecipação ao pensar nisso, fui fazer o que faço de melhor: trabalhar. Trabalhar para melhorar cada vez mais. Trabalhar para ocupar a cabeça. Trabalhar porque parece ser a única coisa que faço em que não estrago com a vida de ninguém. Nossa, como eu fiquei assim? Logo logo estarei morando na Coitadolândia de tanta pena que tenho de mim.
Mais tarde, quando resolvi almoçar e vi que Ana estava acordada, fui até o bangalô em que instalaram nossa equipe, porém, Eduardo foi mais rápido em encontrar a minha amiga. Nesses últimos dias, ele havia a monopolizado de uma forma que ela não parecia reclamar nem um pouco. 
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Ao subir até o bangalô, para o azar que tenho, Lucas estava descendo. Já pressenti o clima, porém, tudo que ele fez foi continuar caminhando, como se eu nem estivesse ali. Acho que isso é algo bom, não? Deveria ser, mas eu me sentia como se fosse o contrário.
Já à noitinha, estávamos jantando à beira-mar, tudo delicioso e com uma ótima vista, porém nada conseguia me animar. Estávamos só nós três à mesa; Ana, Edu e eu. Os outros estavam espalhados pela praia, e Lucas, bem, eu preferia nem saber onde ele estava.
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Eu ficava pensando no que eu poderia ter dito, no que eu poderia viver se não fosse tão medrosa, se não ficasse na defensiva na maioria das situações. Queria ter falado que ainda o amo, que tenho medo de tudo e mais um pouco, mas queria confiar nele novamente. Somente me atirar nos braços dele e deixar o meu corpo tomar controle de tudo, não ser tão racional.
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Queria não ser tão orgulhosa e pensar no lado dele também. O que ele disse ficou martelando na minha cabeça: “vou fazer exatamente o que você quer, como sempre fiz.” Essa era a sensação que ele tinha de nós? De sempre fazer o que eu queria?
Sem querer mais aguentar tantos pensamentos, caminhei até o jet ski que estava na nossa guarita e o liguei, fui espairecer a cabeça. Notei que mais pessoas se aproximavam para olhar e, infelizmente, lá estavam os dois conversando, animadamente, próximos demais. Conduzi o Sea-Doo vermelho em que montava para longe de todos. Não conseguia ver muito da água por estar de noite, apenas os locais que eram iluminados pelo brilho da lua na água, onde as nuvens não cobriam, e para minha sorte, havia muitos locais. As águas estavam calmas, serenas, me permitindo ir mais longe. Não tão longe que conseguisse sair da vista de quem estivesse na areia, mas longe o suficiente para não verem as lágrimas idiotas que insistiam em cair.
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Após uns 20 minutos em mar aberto, mais relaxada e cessado o pranto, resolvi voltar para próximo a areia.
Havia uma grande fogueira e as pessoas em volta, conversando, bebendo, se divertindo… Não pude evitar e procurei por Lucas, no pior momento, pois eu não queria ver o que eu estava vendo.
Quanto mais eu me aproximava, percebia que Lucas e Nanda se aproximavam um do outro. Sentados na areia, longe dos demais, eles estavam molhando as pernas, entre sorrisos e com conversas ao pé do ouvido. Pareciam estar absortos num momento só deles, pois nem mesmos os gritos e as risadas ao fundo os desconcentraram do que estavam fazendo. E em meio a assovios e palmas, eu vi Lucas e Nanda se beijarem na areia.
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Ela o agarrou pelos braços e os dois caíram na areia, sem desgrudar os corpos. Eduardo ovacionava ao fundo, junto de outros da equipe.
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Será que eu consigo dirigir a droga dessa moto aquática até o Oceano Índico?
Será que consigo aquietar esse coração e esse gosto ruim na boca?
Tive que voltar a dirigir para longe, pois as lágrimas caiam a não davam sinal de que parariam tão cedo.
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solisimmer · 1 year ago
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MODELS SERIES - EP 14
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Estávamos na estrada há mais de três horas, para fotografar em uma praia remota do estado de Santa Catarina. Todos empolgados com a ideia de ir para a praia, já sentindo as férias de fim de ano se aproximarem. Bom, eu não estava tão empolgado assim, pois eu mal havia começado a trabalhar na agência e já daria uma pausa e eu preciso trabalhar.
Assim que chegamos em Barra Velha, fiquei admirado pelo local. Embora seja um local de veraneio, no início do verão, parecia calmo. Sendo uma cidade com mais ou menos quarenta e cinco mil habitantes e perto das outras cidades litorâneas catarinenses, ficávamos perto de tudo, mas numa boa distância para não estar no meio de tanta gente nessa época. 
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Paramos na praia Itajuba, que era mais afastada dos grandes prédios, tendo mais moradores, móveis residenciais e espaço, onde a agência já havia providenciado um espaço para o ensaio. Tratava-se de um balneário na cidade de Barra Velha em que teríamos mais liberdade para completar o projeto. Não era um local caro. Na verdade, até estranhei, porque eles teriam verba suficiente para pagar um lugar muito mais caro do que esse. Mas não reclamei, o local era ótimo e não era muito cheio, já que não era um ponto de veraneio muito comum.
E apesar de ainda estar nublado, eu já imaginava ótimos registros em que poderíamos ter um ensaio e tanto. Eu não conseguia não pensar como fotógrafo, mesmo agora, estando na frente da câmera. Talvez por isso estivesse sendo divertido e desafiador. Eu sabia o que fazer, o que o fotógrafo precisa de mim e o que eu posso ou não fazer, porém, o resultado às vezes pode não ser o mesmo. Por isso eu sempre ficava admirado por Nina, ela fazia esse trabalho parecer tão fácil, ela conversava com meus equipamentos fotográficos, era uma grande profissional. Eu sempre adorei trabalhar com ela e por isso eu tinha muito o que aprender.
Outra modelo que estava sendo um exemplo positivo para mim era Nanda Alba, ainda que eu nunca tivesse a fotografado, eu via como ela trabalhava com fluidez e sem precisar de muitos takes para ter o que o fotógrafo pedia. Ela estava sempre pronta para a câmera, mesmo quando não estava na frente dela. Sua desenvoltura poderia se dar ao fato de ser dançarina profissional também, fazendo que tivesse uma ótima postura e movimentos sutis e certeiros para qualquer pose. Estava aprendendo muito ao ser seu par.
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E o que tinha de profissional, tinha de bonita. E nossa, como era bonita! Não posso negar que é o meu tipo ideal de mulher, mesmo que eu nunca tenha estado com uma mulher tão alta. Ela era poucos centímetros menor do eu, que tenho 1,88m, mas como ela sempre estava de saltos, ficava facilmente mais alta do que eu - e de qualquer outra pessoa na equipe, menos de Eduardo e seus quase dois metros.
Venho notando os olhares dela desde que começamos a fotografar juntos, sua aproximação contida, mas não despercebida. Depois do dia em que conversamos melhor, fora do trabalho, no dia em que Pierre viria (mas não veio), tive certeza de que ela estava interessada. Ainda estou analisando tudo, pois embora ela pareça interessante, seja muito bonita e tenhamos assuntos em comum, não estou certo que seria uma boa me envolver com alguém do trabalho - não deu muito certo da última vez. E por falar nisso, Nina parece estar sempre ao redor, me lembrando de que eu não deveria cometer o mesmo erro de novo.
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Mas, será que foi mesmo um erro? Eu não me arrependo de nada, nada mesmo. No fundo eu sei que não terei nada igual a isso novamente, mas gosto de pensar e lembrar do quanto foi bom. Se algum dia eu me apaixonar novamente, quero que seja como o que eu sinto por Nina. Quis dizer, sentia. Ou ainda sinto, não sei. Só sei que, toda vez que a vejo, ela me arrasta para um local que eu já sei de cor, em que me sinto preso a ela e que nenhuma pessoa no mundo consegue me arrancar de lá. Sejamos sinceros, eu já sou um homem feito, eu não deveria me sentir assim ainda, mas depois de ter Marina comigo, nenhuma outra mulher foi igual, nenhuma pessoa provocou em mim o que ela provocou e ainda provoca. Agora mesmo, ela está tão bonita posando sozinha, traje todo vermelho como é a sua cor (até os saltos altos e quem usa salto na praia?), a água salgada escorrendo pelo corpo, molhando parte das ondas dos seus cabelos vermelhos, um biquíni tão pequeno que eu me forço a olhar para qualquer outra coisa, para não parecer um idiota, um cachorro olhando para a comida posta na mesa.
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Como sou um azarado de merda, é claro que ela não estaria posando sozinha. E é claro que a Chilli Beans, a marca de óculos que Nina era garota propaganda, iria querer um ensaio que mostrasse como o verão no Brasil é quente, tropical e afrodisíaco. Cara, precisava de tudo isso? Pediram que Eduardo posasse com ela como a porra de um namorado, a tocando em todos os lugares. Explica essa agora, Isaac Newton? Dois corpos ocupam, sim, o mesmo espaço! 
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Eduardo posava todo envergado, para diminuir a distância entre os dois e abusava ao colocá-la no colo, nos ombros, nos braços e tinha certeza que ele fazia isso pelo simples prazer de me irritar. Mas, tenho que ser sincero ao dizer que, se não fosse Eduardo, poderia ser outro e eu estaria muito mais puto.
Sei que ele a respeita, diferente de outros idiotas da agência que só faltavam babar ao estar perto dela. Ou, talvez Eduardo estava ajudando ela com os saltos ridículos que pediram para as modelos usarem, e eu imagino que ela estava tendo um tempo difícil ao caminhar com eles na areia e por isso não a deixava tanto no chão. É, deve ser isso.
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Parei para observar o ensaio, tentando não olhá-la como um morto-de-fome, o que não era muito fácil. Também imaginava-me no lugar do meu amigo, sendo eu a pessoa a estar tão perto dela.
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O ensaio dos dois estava perto de terminar e voltei para o toldo de madeira e palha em que estávamos sentados antes e voltei a conversar com Nanda.
Eduardo aproximou-se e veio logo onde estávamos, para beber água e comer, enquanto Nina passou reto e com cara de poucos amigos. Eu já não sabia o que fazer ou dizer: ela estava me deixando confuso. 
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Ficávamos afastados - por escolha dela -, depois conversávamos e eu achava que estava tudo bem. Logo, ela ficava afastada de novo e com raiva. Eu ainda não havia esquecido tudo que ela me disse no Blink, mas decidi não tocar no assunto porque ela estava nitidamente bêbada e não falaria aquelas coisas sóbria. Ela pareceu muito chateada por eu não mandar uma mensagem a ela, mas eu não sabia ao certo o que dizer, depois de perceber que eu ainda estava muito na dela. Mais do que eu pensei estar.
– Ruivinha tá puta contigo, hein. - falou Eduardo, assim que Nanda se afastou. – E você não tá se ajudando.
– Que? Por quê?
– Sei lá… Ela só ficava te olhando como se quisesse que você caísse mort0. 
– Ela disse alguma coisa? - perguntei preocupado.
– Dizer, não disse. Mas convidei ela para almoçar com a gente e ela disse que não, não queria atrapalhar o teu almoço com a presença dela. Dramática para a porra.
– Ela falou umas coisas lá no Blink que…
– Eu tô ligado. Todo mundo ouviu… Acho que ela está mordida que você está com a outra ruiva. - disse ele, se referindo à Nanda. – Falar nisso, qual o teu problema com ruivas? 
– Eu não estou com ninguém. - respondi, olhando o exato momento em que Nina se afastava dos demais, em direção a uma ponte. – Quer saber, vou lá falar com ela.
– Isso aí, vai atrás de mais um espetáculo… Queremos entretenimento.
– Vai se ferrar! - respondi enquanto ia de encontro a ela. Eduardo, atrás de mim, ficava só rindo.
Caminhei um pouco rápido para alcançá-la, o que não foi muito difícil, já que ela caminhava com passos lentos com o salto que usava.
– Ei, Nina! - disse, ao me aproximar. – Podemos conversar?
Ela virou-se confusa, e me olhava com curiosidade, não mais com aquele olhar raivoso de antes.
– Lucas… Não sei se t…
– Deixa eu falar, por favor. - a interrompi, antes que ela cortasse qualquer frase minha. – Eu não quis tocar no assunto do que aconteceu no Blink, porque aquela não é você.
– Lucas, por favor… Não. Eu te peço desculpas, mas por favor, mas só esquecer aquele dia.
– Eu não quero falar daquele dia também. Estamos na mesma página. - falei, olhando-a e me certificando de que ela não iria fugir ou fazer eu me calar. – Mas estávamos bem, eu acho. E aí você parecia me evitar e parecia bem chateada. Foi algo que eu fiz ou falei?
– Não, não. Você não fez nada. Eu só… só acho que… Esquece tudo, tá? Por favor.
– Tudo bem. - eu disse. – E sobre a mensagem, eu…
– Lucas, por favor. - disse ela, aproximando-se e segurando meus braços. Ela estava tão perto agora, e mesmo que o dia já estivesse quente, ela parecia ainda mais quente. O calor do corpo dela emanava para o meu de forma que me senti bem consciente da presença dela tão perto de mim.
Eu a beijaria ali mesmo. Droga, eu voltaria de onde paramos, eu faria o que ela quisesse. Era só ela dizer o que ela queria. 
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E ela disse:
– Lucas, por favor. Só vamos parar com isso. Parar por aqui.
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solisimmer · 1 year ago
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MODELS SERIES - EP 13
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Mais um dia havia começado, o final de semana, finalmente! Sem staff faltando, pessoal atrasado, sem expediente. Um sábado atípico, pois a agência sempre estava a todo vapor nesse dia. Mas o que fazer se o gerente da agência não se dignou a aparecer? Todos estavam torcendo para que isso acontecesse logo, até porque Simone não daria conta de tudo sozinha, por mais que quisesse. O dobro de equipe, pessoas novas, sua vida dividida entre o Brasil e a França, tudo isso fugia do seu controle.
Após desmarcar em cima da hora por “problemas pessoais”, ele não estava atendendo às ligações de Simone, o que a estava deixando simplesmente maluca.
Mas ela não era a única a estar com os pensamentos tão revirados: Nina e Ana, após os acontecimentos anteriores, não estavam nada diferentes.
Nina estava grudada ao telefone: esperava uma mensagem, um telefonema (quem liga nos dias de hoje?), qualquer coisa em que Lucas desse um sinal de que queria entrar em contato.
“Ele estava todo esse tempo pedindo meu número e, agora que tem, não faz nada?” pensou. “Será que coloquei o número errado?” continuou a pensar, enquanto abria sua caixa de mensagens, onde estava a mensagem que ela havia enviado a si mesma com o telefone dele, para salvarem os contatos. “Não… Ele definitivamente tem o meu número!”.
Era difícil entender o porquê não havia recebido uma única mensagem, mas não tão difícil ao se lembrar de como a noite terminou: Lucas com Nanda, Ana com Eduardo e ela sentindo uma leve pontada, um incômodo no peito e no estômago, talvez indigestão, talvez ciúmes, mas ela não admitiria isso.
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A noite de Ana pode ter terminado com Eduardo, mas terminou cedo. Depois de ficarem em silêncio para que ninguém os visse, aproveitaram a companhia um do outro por mais tempo. Mas, como ela bem sabia, Eduardo não é alguém que permanece. Assim como chega e toma tudo o que quer, ele se vai.
Ela novamente se encontrava absorta em pensamentos que a faziam pensar se era uma boa ideia… Como sempre! Ana pensava muito quando se tratava de Eduardo, mas, ao estar com ele, não pensava em nada. E o tempo passa, o juízo retorna e ela fica pensativa, se sentindo estranha e com certa raiva de si mesma por se deixar ter tais pensamentos, de deixar que alguém tenha esse efeito na vida dela.
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Uma mensagem chegou no início da tarde, fazendo com que Nina verificasse o celular com rapidez. Porém, não se tratava do que (ou de quem) ela esperava, mas sim o grupo da agência. 
Simone avisava que todos estavam convocados a ir ao Blink, um pub no centro da cidade, pois Pierre já estava em terras curitibanas. 
Nina não demorou a responder a mensagem, pois sabia que quem entrasse no grupo, iria ver a mensagem dela e ela poderia checar na informação da mensagem quem leu, não era um ótimo plano?
Porém, não foi preciso esperar, quem ela queria que visse a sua mensagem respondeu alguns minutos depois. Exatamente doze minutos depois - não que ela estivesse contando.
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O que ela achou estranho e que, talvez, pode ter alugado um triplex na cabeça dela pelo resto do dia, foi o fato da mensagem que chegou junto da de Lucas. Ele e Nanda haviam enviado a mensagem no mesmo momento. “Viram a mensagem juntos? Responderam juntos pois estavam juntos e pararam de fazer o que quer que estivessem fazendo? E se estavam ocupados antes? Ocupados juntos? FAZENDO O QUE?” Então, clicou na mensagem para ver quem visualizou primeiro: Fernanda. Será que ela o avisou e assim eles responderam quase ao mesmo tempo? Eram muitas perguntas, paranoias… Nina não teria sossego durante o resto da tarde.
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Passado o restante da tarde - dormindo (no caso de Ana) e checando o telefone a cada cinco minutos (nem preciso dizer quem, né?) -, todos se dirigiam ao Blink.
Simone chamou Nina para o andar superior, onde a esperava, pois queria falar com ela primeiro do que todos.
Dessa vez, Pierre pediu para que reservassem uma sala social, onde toda a equipe poderia ocupar, e uma sala mais intimista, onde poderia falar melhor com Simone caso necessário ou fazer ligações.
A sala social era coberta de tijolos à vista, marrom, com uma iluminação direcionada aos objetos, não às pessoas. Nessa sala havia uma mesa grande ao centro, com banquetas e também sofás. Ao final dela, ficava um bar, onde Nina encontrou Simone conversando com um homem alto, que imaginou se tratar de Pierre.
– Oi, querida. Tem alguém que eu quero muito que você conheça… - disse Simone, assim que Nina adentrou a sala social.
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– Prazer, Nina. - disse ele, ao pegar a mão que Nina o estendeu e beijar. Pierre falava Português fluentemente, com um sotaque carregado de um puro frânces. – Ouvi muito sobre você.
– Coisas boas, espero. - respondeu Nina. – Finalmente pude conhecer você, gosto muito do seu trabalho!
– E agora irão trabalhar juntos! - falou Simone. – Meu bem, falei para ele que saio com o coração leve, porque fiz o meu melhor e tudo estará em boas mãos - falou Simone, olhando para Pierre. E então, pegou as mãos de Nina e continuou: – E eu confio muito que você irá continuar o que eu comecei e será uma ótima gerente futuramente. Acredito no seu potencial.
– Uau, obrigada. Eu espero honrar essas palavras… 
– Mas chega de conversa! Vou deixar você - disse Simone, virando-se para Pierre – conhecer melhor o pessoal, aproveitar o local, quem sabe beber um pouquinho… Me acompanha, Nina?
– Claro.
– Licença, meninas. - falou Pierre, ao se distanciar. – Farei uma ligação.
Simone e Nina conversavam amenidades no bar, Nina com seu vinho e Simone com seu drink. 
– Você não bebe mesmo, não é? - falou Simone.
– Não? - perguntou Nina, ao mostrar seu vinho. – Não estou bebendo?
– Menina, bebidas fortes… Esse vinho eu tomo no café da manhã - riu ela. – E para aguentar trabalhar com aquele lá - referindo-se a Pierre – você vai precisar de algo mais forte.
– Por quê? Ele é difícil?
– Ele? Não, imagina… Pierre é um amor. Mas a filha dele… Uma pestinha! E ele faz tudo que ela quer, tu-do! 
Nina estava surpresa, não conseguia imaginar um homem com tanto poder e talento sendo mandado por uma menina.
– Ela é muito pequeninha?
– Que nada! Ela fez 16 anos semana passada… Por isso não queria o pai no Brasil, vê se pode! Já estava tudo certo para ele vir e ela vir junto. De última hora, ela resolveu que queria ficar e fazer o aniversário por lá… 
– Ah, mas é o aniversário dela, né?
– Ela não está nem aí para a presença dele, passa o ano inteiro ignorando ele e ele correndo atrás… Ela vive dizendo que preferia morar com a mãe e Pierre sofrendo porque não quer ficar longe da filha e, ah, a mulher nem quer ficar com a filha!
Nina observava tudo e não sabia se ficava surpresa com as informações ou com o fato de Simone estar tagarelando sem filtro e sem parar.
– … e aí ele só veio para cá porque prometeu que iria fazer a festa que ela quisesse aqui no Brasil. Vê se pode! - continuou Simone.
– Nossa, nem sei o que dizer.
– Não diga nada, ele está voltando… Eu preciso ir ao banheiro. - falou subitamente. Virou-se ao bartender enquanto continuou: – Ei, serve um Magie Noir para essa ruivinha aqui!
– O que é isso? - perguntou Nina. – Não precisaaaa - disse ao bartender, que as olhava confuso.
– Precisa sim, vai por mim!
Dito isso, Simone afastou-se para ir ao banheiro, deixando Nina e Pierre sozinhos na sala, porque até então, não tinham contado aos demais que eles estavam ali em cima. A equipe chegava e ia direto para o bar do salão principal e para a pista de dança. O que poderiam fazer, senão aproveitar uma noite de sábado com tudo pago num ótimo lugar como o Blink?
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– Nina, ainda está aqui. Que ótimo. Vou te encarregar de me apresentar aos demais. - falou Pierre ao se aproximar. – E eu queria mesmo falar com você. Simone me disse que você quer ser booker também.
Os dois foram para um sofá próximo ao continuar a conversa, Nina não queria ficar no bar, não queria beber seja lá o que Simone pediu.
– Sim, sou modelo desde sempre, ao que parece… - falou sorrindo. – Amo o que faço, amo essa área.
– Você estudou na França, não foi?
– Bom, na verdade eu trabalhei em alguns projetos em Paris e Nice, pois eu morei em Londres enquanto fazia a graduação em Moda… Mas não estudei na França, não.
– Ah, erro meu. Mas certo, você tem experiência e conhece o ramo e…
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Nina recebeu uma notificação no celular e logo checou para ver se era você-sabe-quem, deixando um pouco de lado a atenção que dava a Pierre. Uma vez. Duas. Cinco.
– Me desculpe, eu estou esperando uma resposta bem importante, mas vou deixar o celular de lado. - falou, envergonhada. – Me desculpe. Era o nosso grupo da equipe.
– Tudo bem… 
– Estão dizendo que já chegaram. - E com “dizeram”, ela ficou inquieta em ver as mensagens. Eles realmente estavam juntos.
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– Senhorita! - ouviu-se do bar. – A sua bebida!
– Ah! - levantou-se, indicando a Pierre que iria até o bar. Chegando, falou para o bartender: – Desculpe, mas eu não vou beber isso e…
– Tem certeza, senhorita? É o drink mais caro da casa. Será um desperdício.
Nina não era dada à bebidas mais fortes. E por isso, também não era tão resistente. Conseguia ficar bêbada com dois copos de cerveja. Ao voltar para o Brasil, fez loucuras após beber apenas um copo de IPA, mas isso é história para outro momento.
Só que se Nina não aguentou um copo de cerveja forte, que dirá de Magie Noir, ou “magia negra”, um dos drinks mais fortes - e mais caros do mundo. Esse drink leva conhaque Hennessy e champanhe Dom Perignon com licor de amora, lichia, capim-limão e casca de uma erva nativa da África que alguns consideram afrodisíaca, mas na verdade é até considera como uma substância perigosa.
Sem saber disso ou sem se importar com nada, Nina lembrou das mensagens e fez o que toda pessoa magoada (burra) e com raiva (ciúmes) faria: jogou tudo para dentro.
Nina de pronto sentiu-se tonta e mais leve, menos preocupada ou irritada. Desceu para o andar principal com Pierre e ia apresentando-o aos demais. A cada passo dado, Nina sentia-se mais libertina, alegre e desfilava pelo lugar com Pierre a tiracolo. Ele achava tudo muito divertido, “as pessoas brasileiras são muito gentis” pensava ele “mas essa Nina é uma figura!”.
Ela estava tão desligada de tudo que nem pensava mais em Lucas, não percebendo quando ele se aproximou de onde ela, Pierre e os demais estavam. Tudo que Nina via eram os olhos claros de Pierre. “São verdes? Azuis? Nossa, ele é muito bonito.” pensava ela, com uma mente um tanto quanto bêbada. Lucas se aproximou e não gostou muito do que viu. Fernanda, de todo jeito, também não entendeu nada do que estava acontecendo.
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Assim que Pierre afastou-se de Nina, ela foi sentar-se em um dos sofás próximos às luzes neon de onde estavam. Ela se sentia um pouco desorientada e quente, muito quente. Com muitos pensamentos quentes e tortos e que ela se arrependeria no outro dia.
Aproveitando ao vê-la sozinha, Lucas aproximou-se de onde ela estava. Nina sentiu-se desperta abruptamente, bem consciente da presença de Lucas. Ela queria falar, queria saber por que ele não mandou mensagem, por que ele estava com Nanda… Tantos porquês. Mas ao olhá-lo ali, ela só queria uma coisa: esquecer tudo isso, todo mundo e beijá-lo. Todos os pensamentos evaporaram, tudo que ela pensava para se proteger, tudo que ela ouvia era o próprio corpo e ela não entendia o motivo dele estar em chamas.
– Você demorou para chegar. - disse ela. Ele ficou surpreso, secretamente feliz de parecer que ela o esperava.
– Eu estava de carona hoje, então…
– Sim, com a Fernanda, né? - disse ela, o interrompendo. Ela se arrependeria de demonstrar ciúmes? Muito! 
– Eu deixei meu carro lá no salão ontem… Não estava contando que iríamos vir para cá hoje.
– Você foi para casa com ela? - falou, já mais grogue.
– Não, pegamos Uber para casa, nós bebemos ontem. 
– Ela foi para a sua casa? - já disse mais alterada. 
– Eu não sei para onde ela foi. - disse ele e ficou ainda mais surpreso ao perceber que ela estava olhando para a sua boca. – O que houve? Você quer me dizer alguma coisa, Marina? - disse ele, aproximando-se mais dela, falando próximo ao seu rosto.
– Sim. Eu quero te beijar. - falou Nina.
– O QUE? - disse ele e se afastou, ao que ela entendeu que ele não queria. – Você quer me beijar?
– Eu acho que sim. Ou pode ser qualquer um também. - falou ela, ao virar-se para o resto das pessoas e balançar o braço. – Posso achar alguém por aí que queira me beijar.
Dizendo isso, levantou-se.
– Ei, espera aí. - Lucas a chamou. – Você está bêbada. E parece com raiva de mim… De novo… Que novidade!
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– Você não me mandou mensagem. Nenhuma! Pediu a droga do meu telefone para nada.
– Nina, eu estava ocupado e…
– Agora eu sou só mais um contato lá. Eu não quero ser mais um contato!!! - esbravejava ela, já um pouco cambaleando. Lucas ouvia tudo com calma, sabendo que ela não era assim, era a bebida falando.
– Você não vai gostar de saber tudo que falou quando estiver sóbria, então vamos conversar outra hora… Eu vou chamar a Ana.
– Vai chamar a Nanda? - ela ouviu errado. Óbvio. – Quer saber, hoje eu até pago o Uber para vocês dois irem para a puta que pariu - ela disse, saindo do local e deixando-o sem entender nada.
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Nina quis distanciar-se de todos, indo até a sala menor reservada para a Target. Pierre, que a observava de longe - e escutou um pouco da conversa - foi ao encontro da ruiva.
– Ei, cherie… Eu não sei o que aconteceu ali e nem quero saber, mas acho que você não deveria estar assim. 
Pierre a confortava, enquanto Nina resmungava sobre um fotógrafo que não mandou mensagens, que ela não devia ter ido embora e que ele deveria ter ido atrás dela. Mesmo que Pierre não quisesse saber mais sobre, ela continuava a dizer que se arrependia e que queria voltar no tempo.
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Os dois ficaram alguns minutos a sós, em que Pierre só a escutava falar sobre ter namorado Lucas, que acha que ainda o amava, que ela era idiota e ele era um cafajeste, que ela odiava os homens e que queria cortar o cabelo. É meus amigos, não deixem mais ela beber.
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Pierre conseguiu consolá-la - sem ao menos tentar - e ela resolveu voltar para onde estava os demais.
Nem sinal de Lucas, Pierre a deixou com Ana na pista de dança.
Eduardo aproximou-se das duas, já sabendo do drama, o que Ana contou e que, talvez, ele tivesse escutado de uma das modelos na fila do bar. Nas palavras dela “Nina está louca, bêbada e louca. Disse que iria beijar o modelo novo ou qualquer um que quisesse”
– Ô, baixinha. O que tá pegando?
– Você! - disse Nina, aproximando-se o máximo possível de Eduardo, com o rosto mais raivoso que foi capaz de fazer. O que o fez baixar o pescoço todo para baixo, com seus quase 40 centímetro de diferença – Você e aquele seu amigo idiota… Por que voltaram?
– Ei! Sou amigo! - falou, colocando as mãos para cima, como se se rendesse. – Ouvi dizer por aí que você está louca hoje… Você? Não acreditei. Mas estou vendo e não acredito.
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– Não estou louca, estou furiosa. E triste. - disse ela, mudando o semblante para a melancolia que sentia. Eduardo aconchegou-a com seu braço. – Eu não queria me sentir desse jeito. Não queria que vocês voltassem… Na verdade, eu queria muito. Eu senti saudade.
– Eu também, Nina… Eu também.
– Eu acho que Lucas me odeia… E brigamos. De novo!
– Ah, ele não te odeia não, ele é louco por você.
– Mentirada! - falou ela, um pouco mais alto do que o necessário. – Vocês homens só mentem! Mentirosos que só mentem!
Ana observava tudo a uma distância segura, tendo certeza de ver todos que estavam por perto, para ter certeza de acabar com a raça de um por um que falasse mal de sua amiga. Ela apenas queria deixar que Nina desabafasse. E se isso precisava ser com Edu, que fosse!
– Não estou mentindo. Você é tudo que ele quer…
– Não sou nada… - falou em um muxoxo. – E sabe o que eu quero?
– O que?
– Eu queria um abraço… E também um beijo… E talvez mais coisas.
– Nina, eu amo você bêbada! - falou ele, rindo. E logo a levantou nos braços. – Amo! O abraço eu posso te dar, tudo bem? O resto, nem pensar… Meu amigo me mataria e, nada pessoal, mas eu sou muito mais a sua amiga.
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– Eu também quero dançar! - falou ela, muito alto e próxima ao ouvido dele, que deu um pulo.
– Okay, okay. Vamos dançar.
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O restante da noite transcorreu bem. Os três dançaram, riram e aproveitaram a presença um do outro, como se não tivesse passado um dia. Como se Nina não fosse acordar com uma puta ressaca no próximo dia.
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O álcool te dá coragem para coisas que você não faria sem ele. Mas o preço é alto. O álcool humilha.
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Ao acordar pela manhã, Nina teve os seguintes pensamentos.
Onde eu estou?;
Seguido de:
Por que eu estou no quarto da Ana?
Por que eu estou no quarto da Ana com os dois na cama?
Nossa, que dor de cabeça.
Maldito Magie Noir.
Voltando para minutos antes de Nina acordar, Eduardo já estava desperto. Ele observava Ana dormindo e pensava que nunca havia visto uma mulher tão linda. E olha que ele já tinha visto muitas, acordado com todos os tipos, nacionalidades, tamanhos,... Mas Ana era única. Não conseguia parar de a olhar.
Mexeu-se para acariciá-la ao acordar, mas, no processo, acordou Nina com o movimento da cama.
– Bom dia, Raio de Sol! - disse Ana. – De 1 a 10, como está a dor de cabeça?
– Onze. Por que eu estou na cama com vocês?
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– Hum, ela não lembra de ontem Edu… Que triste. Depois de toda nossa performance.
– Que? - falou Nina. – Não. Só não.
– Estou ofendido. Pensei que a gente tinha se divertido, ela nem lembra, Ana. - falou Edu.
– Gente, sério, eu… - Nina disse, já quase acreditando, mas Ana caiu na gargalhada.
– Ai, criança… Você acreditou? - Ana falava em meio ao riso. – Você não lembra de ontem?
Nina refletiu. Lembra de conhecer Pierre. Falar com Simone. Filha do Pierre. Uma bebida estranha e depois, só desgraça e humilhação. Flashes do que fez e falou passavam na sua cabeça e a deixavam com mais dor de cabeça.
– Eu falei que queria beijar o Lucas. Eu falei para ela… - resmungava ela.
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– Não! Você disse que beijaria qualquer um que quisesse. - falou ela. – E depois só chorou e reclamou e dançou. Achamos que você iria aquietar vindo para casa, você botou uma lingerie nova e disse que queria dormir com a sua mãe, mas ela estava longe. E aí veio dormir com nós.
– Eu fiz tudo isso? - disse, desacreditada.
– E você nem tomou banho!
– E botei minha roupa nova? - exasperou! - Eu vou tomar banho! Desculpa gente… Ai, que vergonha.
Nina saiu do quarto enquanto deixou os dois rindo.
– Ai ai, eu amo ela… Café? - falou Ana. Os dois levantaram-se e foram para a cozinha.
Nina empatou tudo que podia ontem? Talvez, mas Ana e Eduardo sentiam a tensão que os rondava e nem isso atrapalhou. Ana não queria dar tudo de bandeja, mas pensava em dar mesmo. Ah, fala sério, quem não daria?
Eduardo, ao colar o corpo ao dela, trazendo o café. 
– Eu vou ficar o dia todo aqui, pode ser? - falou ele, descendo os lábios pelo pescoço dela.
– Pode… ficar.
Seria um domingo interessante.
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Nina voltou do banho logo em seguida, seguindo o aroma do café, os interrompeu novamente. Um recorde nas últimas doze horas.
O domingo, de fato, foi interessante. Preguiçoso como há tempos. Necessário. Parecia muito como a oito anos atrás, se não fosse pela ausência de Lucas.
Os três viram filme, jogaram Uno. Ana jogou como nunca e perdeu como sempre. Fizeram muitas coisas, mas, ao mesmo tempo, fizeram vários nadas.
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Perto das 19h, Nina queria sair para correr. Mas a dor de cabeça ainda não a deixava em paz, então, desistiu e foi dormir mais cedo, deixando Ana e Edu a sós.
– Você quer fazer alguma coisa? - disse Ana.
– Já estou fazendo… Estou no nível 32 desse jogo que baixei hoje de manhã.
– Não quer fazer algo diferente?
– Só um momento… Vou passar de nível.
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– Ah, vai a merda. - disse Ana, afastando-se.
– Okay, depois eu passo, vem cá. - Eduardo agarrou-a no sofá e colocou-a no colo dele.
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– Vamos para o seu quarto?
– Tá bom aqui. - disse ela, querendo colocar em prática a sua ideia de “não dar tudo de bandeja”. – Não tá bom? - Ana deixava rastros de beijos no pescoço dele, sentindo o volume que crescia onde ela estava sentada.
– Melhor impossível.
Seria cada vez mais difícil para Ana resistir a esse homem. Para Edu estava fácil, ele não tinha intenção nenhuma de resistir. 
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solisimmer · 1 year ago
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MODELS SERIES - EP 12
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O evento para que todos conhecessem o novo manda-chuva havia chegado. Pierre já havia conhecido algumas pessoas da agência e, para conhecer a todos numa reunião informal, reservou um salão super chique no bairro Betel, próximo ao Hard Rock Café. Ana e Nina conversavam para descobrir quem tinha mais o que falar (ou reclamar): perderiam Simone e, de quebra, ainda teriam que estar perto de Lucas e Eduardo.
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– É como se tivéssemos 18 anos de novo, impressionante. - disse Ana.
– E eu já vi esse filme. - falou Nina. – E não gostei nada como terminou.
– Ah, pois eu gostei bastante. Bastante!
– Você não vale nada - Nina ria de Ana. – Foi só saber que Newman vai estar por aí e já está toda animada.
– Eu mereço um pouco de diversão na vida depois das presepadas que tenho passado, não acha?
Ana falou para Nina sobre a conversa que teve com Lucas - dando os detalhes da vinda de Eduardo e deixando de fora todos os detalhes que conversaram sobre a própria Nina.
– Talvez seja algo bom, eu estava receosa de ter tanta gente nova, mudar o pessoal, o trabalho, a agência, e isso…
– Como assim a agência? - exasperou Ana. – A agência vai mudar para onde?
– Bom, Simone me disse que Pierre não conhece nada de Curitiba e que queria ficar somente pelo Rio ou São Paulo.
– Amém! - disse Ana. – Que seja no Rio, imagina poder trabalhar e voltar para casa no mesmo dia? Sonho!
– Eu fico com medo de que ele vá querer ir para SP, será mais corrido ainda. Sair do Rio para vir para cá, tudo bem. Mas sair do Rio para ir para SP, eu só imagino o cansaço, mesmo que seja mais perto, é muito mais caótico. - falou Nina, suspirando.
– Pois eu vou amar! Ver gente, sair, cidade grande de novo… Eu nasci para isso. Mas… Voltando para “o assunto” - disse Ana, fazendo aspas para se referir a Lucas – O que vocês estavam conversando ontem na sala da Simone? Estavam bem juntinhos…
– Nada demais. Eu estava lá e ele chegou do nada.
– E aí vocês se agarraram do nada também.
– Eu não agarrei ninguém! - falou, na defensiva. – E nem estávamos conversando. Ele só me fez perguntas e eu respondi, você chegou e saí. Ponto.
– Ele me disse que é assim que vocês conversam… Você vai continuar ignorando ele até quando? 
– Não estou ignorando ninguém. - disse, logo levantando-se. – E ele disse isso por que?
– Nada demais, bobagem… - falou pensativa. – E respondendo à sua pergunta, você é que está mais ferrada. Você aqui é que tem ex, não eu.
Ana não considerava a relação que teve com Eduardo a tal ponto de considerá-lo um “ex-qualquer coisa”.
– Vou tomar banho, meu Raio de Sol. - falou enquanto se afastava.
Nina continuou na cozinha, mas logo resolveu fazer o mesmo que a amiga. O banho somente limpou o corpo, a mente continuava um turbilhão de conversas, memórias e um monólogo interminável sobre o que fazer ou não fazer.
“Posso dar o meu telefone a ele e engatar uma amizade. Posso me fazer mais difícil e ele entender que não quero ele perto. Mas eu quero ele perto! Mas não tanto. A quem eu quero enganar, eu quero ele perto sim.” pensava Nina.
“A gente vai trabalhar junto de novo. É só trabalho. Mas nunca foi só isso… Ah, eu não quero rolo com mais ninguém do trabalho!” Ana divagava em seus pensamentos. “Mas não é como se fosse um rolo novo, eu já conheço esse aí muito bem… Não vai dar em nada.”
Cada uma delas acompanhadas de seus próprios pensamentos e mais; Ana de seu cigarro e Nina de sua taça de vinho.
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Já no salão de festas, as meninas estavam animadas para conhecer o Pierre, mas nem sinal dele até o momento. Simone as deixava aguardando, enquanto mais pessoas chegavam e se distribuíam entre o local. E como não aproveitar um local como esse? Estavam em uma casa de festa, reservada somente para a agência, com comida e bebida à vontade. As paredes eram revestidas de pedras, colocadas uma a uma, e tudo parecia muito grande. As portas - grandes demais! Os quadros - por que tão grande? Tudo exalava grandiosidade. As cadeiras eram todas bem estofadas, em branco com detalhes dourados. Os sofás e as banquetas também. E embora tivesse um local para música ao vivo, infelizmente não havia ninguém no posto. Seria só o que faltava!
Ana estava com um vestido bege em detalhes dourado, com um decote fundo e mangas compridas - de certa forma, combinava com a decoração do lugar de uma forma positiva. Seus cachos estavam presos em um rabo de cavalo alto, que caía como uma cascata por suas costas. Ana exalava poder e luxo. Nina usava um vestido preto com um laço branco, justíssimo, e luvas de tule de manga comprida. O cabelo vermelho estava solto, com um destaque frontal que o prendia para baixo do restante do cabelo. 
Nina, que até então evitava Lucas ao máximo, pois não sabia o que fazer em relação a ele, já estava decidida sobre qual passo iria dar. Tudo que ela sabia é que não poderia continuar como estava: ou seria distância total ou iriam se aproximar cada vez mais, pois, feliz ou infelizmente, estariam muito próximos por causa do trabalho. Ana, como nos velhos tempos, não deixava a amiga sozinha. Exceto em certos momentos em que Nina preferia não estar junto.
– Amiga, eu vou sair para fumar. 
– Agora, Aninha? - perguntou Nina, em que Ana confirmou. – Ok, vou ficar aqui com a Simone.
– É rapidinho! - disse, se afastando para o segundo andar, onde tinha uma sacada com vista total para a rua e estava vazia, pois o local que Pierre havia alugado tinha sido arrumado e concentrado somente no primeiro andar. 
Nina ia até o lobby, onde havia visto Simone pela última vez, mas nem sinal da mulher. Por outro lado, encontrou quem estava tentando evitar nos últimos dias.
Lucas estava próximo as escadas que davam acesso ao segundo andar, ao lado de uma fonte de pedra de dois metros que estava localizada no centro do salão. 
Lucas estava com uma camisa social cinza, dobrada até o antebraço, o que deixava suas mãos e punhos em destaque. Nina estaria mentindo se dissesse que aquilo não lhe chamava a atenção. As pequenas ondas que se formavam nos seus cabelos, desciam pelo rosto perfeitamente. Ele estava estático no lugar, como se estivesse aguardando por ela.
Nina aproveitou para ir até ele e resolver o que a incomodava: não queria mais ignorá-lo, o queria por perto e estava admitindo isso para si mesma ao se dirigir até ele.
– Oi. - começou ela, o que foi retribuído com um sorriso. – Eu fiquei pensando nas coisas que você me disse naquele dia e acho que estamos em outro momento das nossas vidas, mais velhos, e temos que separar o que vivemos do que estamos vivendo agora.
– De acordo. - respondeu ele, educadamente.
– Então, acho que podemos tentar uma boa convivência, conversar, se conhecer de novo.
– Eu gostaria muito.
– Você pode me dar o seu telefone? - perguntou ela, o que o deixou surpreso e feliz. 
Ele a respondeu entregando o próprio telefone desbloqueado para ela.
– Salva o seu número aqui e manda uma mensagem, então teremos um o número do outro.
Ela fez o que ele pediu e, então, ficaram se olhando em silêncio.
– Acho que vou procurar pela Simone… - disse ela. – Nos falamos depois?
– Sim, estarei por aqui. - Nina sorriu ao ouvir e, enquanto se afastava, ouviu-o a chamar. – Nina, obrigado por isso.
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Nina encontrou Simone que estava ao telefone, com um semblante um tanto sério, caminhando de um lado para o outro. Aguardou enquanto ela finalizava a ligação.
– Aconteceu alguma coisa?
– Pierre não vem! - disse Simone. – Preparamos tudo com muito cuidado e ele não vem!
– Mas por quê? O que aconteceu?
– Ah, a filha dele era para chegar hoje e resolveu não pegar o vôo! - falou Simone, enquanto já buscava por outro contato no telefone e discava. – Terei que avisar todo mundo.
Nina afastou-se um pouco para que Simone pudesse falar e, enquanto aguardava, olhava para o telefone, para o novo contato que estava gravado ali. Pensava que não deveria estar se sentindo tão nervosa com aquilo, mas não poderia negar que isso a provocava.
– Já que está tudo pago… - falou Simone, tirando Nina de seus devaneios. – … vamos aproveitar esse salão e a comida, pelo menos. Já dispensei os músicos que iriam vir e agora tenho que avisar a todos.
– Deixa que eu a ajudo.
Com a ausência de Pierre, todos foram liberados para deixar o evento, mas orientados a aproveitar o local se desejassem. Pouco a pouco, as pessoas foram diminuindo no local, enquanto o bar se tornava mais movimentado.
– Vinho de graça, né? - dizia Nina. – Temos que fazer o esforço da Simone valer a pena.
– Mas é óbvio… Ei, o que é aquilo ali?
As duas olharam para o local próximo às escadas, onde estavam Lucas e Nanda conversando. Ao que parece, as duas não eram as únicas a perceber. Algumas pessoas da equipe cochichavam, outras olhavam curiosas, confusas. Nina fingia não estar surpresa, como se não fosse nada demais, mas se sentia estranha. De repente, o vinho estava ruim, o ar estava pesado e ela estava sem graça. Já não queria mais estar ali.
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Ana se recordou de quando estavam tirando fotos para a campanha de casamento. Ela estava de saída na Petit Room quando Nanda a pediu para aguardar, pois queria falar algo com ela. Ana pensou que se tratava de algo das fotos, já que as duas estavam trabalhando juntas nesse projeto.
– Hein, e esse modelo novo, o nosso parceiro.
– O Lucas?
– Sim… Ele é da nova equipe, não é?
– Sim, sim… Mas ele não é novo aqui. Já trabalhamos com ele antes. Na verdade, ele era fotógrafo quando eu era mais nova.
– Ah, legal… - falou reticente. – E você sabe mais sobre ele?
– Tipo o que?
– Ah, não sei. Já que você é próxima a ele… A idade, onde ele mora, se é solteiro.
Ana pensava que a aproximação de Nanda era estranha e suspeita, então só comprovou os seus achismos. Nanda que, há meses estava ali e, nunca tinha tido a iniciativa de conversar, agora perguntava deliberadamente sobre Lucas.
– Bom, não somos tão próximos. Não mais. Ele deve ter uns trinta e dois agora, trinta e poucos. Ele é daqui de Curitiba mesmo… Por que o interesse?
– Por nada. Ele parece interessante, só isso. - falou, cheia de sorrisos. – E ele está com alguém?
Se Ana dissesse que sim, estaria mentindo. Se dissesse que não, estaria liberando o caminho para Nanda.
– Sim! - falou Ana. – Mais do que isso eu não posso te dizer, ele é bem reservado, sabe.
– Entendo. - falou pensativa. – Mas obrigada pelas informações, era só o que eu queria saber.
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Ana não gostou nada daquela conversa, mas pensou que não seria algo a se preocupar, só curiosidade e nada mais. Estava muito enganada e só agora percebia: Nanda estava interessada em Lucas.
“Ah, mas que merda.” pensou ela.
Lucas e Nanda continuavam conversando, enquanto Ana pensou ser melhor sair de perto, caminhando alguns metros longe de onde estavam. Encontrou um sofá desocupado e sentou-se nele com Nina. O sofá era como o restante dos móveis do local: branco com detalhes dourados, de ótima qualidade e parecia caro, muito caro.
– Você quer ir para casa? - perguntou Ana.
– O que? Não! Por quê?
– Não sei, talvez não tenhamos mais o que fazer aqui e, bem, você parece estar meio chateada e…
– Só estou cansada! - disse Nina. Olhando para a amiga, tornou a falar. – Se você está falando isso pelo que vimos, está tudo bem. Não é nada demais.
– Marina, eu conheço você. E acredito em você. Se você diz que está bem, eu quero acreditar… Só não parece o que eu vejo.
De repente, a risada de Nanda pode ser escutada de onde elas estavam. Olharam para onde Nanda e Lucas estavam e pareciam ainda mais próximos.
– Ah, fala sério. - disse Nina, levantando-se do sofá. Soltou a taça vazia em uma mesa próxima e puxou Ana pela mão. – Vamos lá para fora. 
As duas ficaram na sacada do primeiro andar, uma cerca branca e dourada de meia parede, na altura da cintura. Dali, podiam voltar para o salão e, ao mesmo tempo, ver tudo que acontecia na rua. O ar estava fresco, frio demais para a época do ano, quase verão. O céu estava limpo, cheio de estrelas e embora fosse tarde, ainda havia movimento na rua.
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– Eu não sei o que eu estava pensando, sabe… Ele me confunde! - disse Nina. – Não que eu esperasse algo dele, só me sinto idiota.
– Mas por que?
– Eu acabei de dar o meu telefone para ele. Desde que ele voltou eu estou evitando isso… E agora eu dou o meu telefone para ele e ele está com outra.
– Eles só estão conversando, não é nada demais. - Ana falou, tentando consolar a amiga. – E fico feliz que você tenha dado o seu telefone… Vai ver que vocês podem se falar numa boa de novo.
– Não sei… Não sei…
Nina se arrependia de dar o telefone a Lucas, sentindo todos os seus muros se erguendo novamente. Ana confortava a amiga e tentava se certificar de que tudo ficaria bem. As duas estavam na sacada, de costas para a rua e nem perceberam quando um moto se aproximou do local. O condutor reconheceu-as de costas, como estavam, e parou o veículo, estacionando-o na frente do local.
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Naquele início de dezembro, pouco antes do recesso de fim de ano, Eduardo Newman estava de volta. Ao avistar as amigas, percebeu que estava no local certo. 
Por estar atrasado para os compromissos e não se atentar a emails - ou mensagens, ligações e qualquer pessoa que quisesse entrar em contato -, Eduardo não sabia onde deveria ir esta noite. Lucas ficou encarregado de enviar o endereço ao amigo, mas acabou enviando o endereço errado.
Eduardo mandou diversas mensagens para Lucas, que não respondeu e nem visualizou enquanto conversava com Nanda.
Foi somente quando Eduardo ligou para o telefone de Lucas (e quem faz ligação nos dias de hoje?) que ele percebeu as mensagens que o aguardavam.
Olhou para o horário das mensagens e para o relógio do celular, imaginando que Eduardo já poderia estar próximo. Avisou Nanda que precisaria resolver algo e saiu logo para a rua, encontrando Newman sério em sua motocicleta, olhando para Nina e Ana. Assim que Nina viu Lucas saindo, puxou Ana para que elas entrassem.
– E aí, seu filho de uma puta. - disse Eduardo, mostrando o dedo do meio para o amigo.
– Oi para você também. - respondeu Lucas ao risos. – Aproveitou o tour?
– Sabe quantos salões de festa eu fui enquanto você não via a porra do telefone? Até encontrar essa merda desse salão sem letreiro?
– Para que tanto mau humor… - continuava rindo – Vem, vamos entrar logo.  Os ânimos não estão dos melhores lá dentro também. - disse Lucas. 
– Eu preciso mijar… - disse Eduardo. –  Vamos logo.
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Já dentro do salão, Lucas apresentou o amigo a todos que ainda não o conheciam pessoalmente. Alguns modelos, em especial os mais novos, se sentiram maravilhados em vê-lo em carne e osso.
Ana se sentia apreensiva. Nervosa, um pouco animada e não conteve-se em não conversar com Eduardo.
– Oi, Edu. Bom que está de volta. Estávamos precisando de alguém para dar uma movimentada na agência.
– Eu acredito que você movimentou tudo muito bem na minha ausência, não é? - falou, aproximando-se dela.
– Bom, eu tenho uma presença e tanto. - brincou ela. – Mas nada que o grande Eduardo Newman não possa fazer melhor… A publicidade, as fofocas, os escândalos…
– Ah, mas eu me comporto tão bem, Aninha. - disse ele, passando a língua de leve pelos lábios, enquanto olhava fixamente a boca de Ana.
Ela agora o olhava também, prestando atenção aos detalhes. Há poucas semanas havia visto uma foto em que Eduardo aparecia com os cabelos curtos e ela não imaginava o quanto ele poderia ficar ainda mais bonito com aquela mudança. Isso realçava as suas orelhas, cheias de piercings e com alargadores que estavam ainda maiores do que a última vez que o viu. Ele estava maior, mais musculoso. Seu cheiro continuava o mesmo: perfume masculino e nicotina. As tatuagens pareciam maiores, ou talvez o seu braço que tenha dobrado de tamanho.
Lucas aproximou-se dos dois, junto de Nanda, pois queria apresentar o amigo a ela.
– Esse é o meu grande amigo Eduardo Newman, que me arrastou para essa loucura toda. - disse, enquanto abraçou Eduardo e Ana pelos ombros. 
– Muito prazer, Eduardo. Adoro o teu trabalho. - disse ela.
– Todos adoram, não é? - falou ele. – Estou animado para trabalhar aqui de novo. - disse, agora olhando para Ana. E continuou a olhando enquanto continuou. – Nós quatro vamos aprontar poucas e boas de novo.
Nanda ficou pensativa ao escutar “nós quatro”, porém, ficou mais desconfiada ainda com Ana, já que tinha dito que não estava próxima de Lucas. E que havia a garantido de que ele não estava solteiro, muito diferente do que ele a deixou saber minutos antes. Não sabia o que estava acontecendo, mas sentia-se intrigada com Ana e até com um pouco de raiva, sem saber porque ela tentou atrapalhar suas investidas sobre Lucas. Estava quase acreditando que Ana poderia estar interessada em Lucas também.
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Mais da metade do pessoal da agência já tinha ido embora e Simone pediu que desativassem o bar, pois alguns já tinham passado dos limites. 
Ana levou Nina até o segundo andar, para mostrar o local para a amiga antes de irem embora. Nina precisava ir ao banheiro, deixando Ana sozinha, que aproveitou para mais uma pausa para fumar.
O clima parecia ainda mais frio ali em cima, mas a fumaça iria esquentá-la. Enquanto observava a rua mais vazia, percebeu o barulho da porta abrindo, o que deveria ser Nina.
– Você tem fogo?
Ana virou-se para observar Eduardo atrás de si, segurando um maço de cigarros e sorrindo para ela.
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Ana o entregou o isqueiro e ficaram alguns minutos em silêncio, inspirando ora a fumaça de seus cigarros, ora o ar gélido de uma noite de primavera que teimava em não ficar agradável, esquecendo-se de se tornar quente.
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– Alguns hábitos não mudam, não é? - disse ele. – Nós quatro vivíamos juntos, mas nossas pausas para fumar sempre foram uma coisa só nossa.
– E você sempre sem isqueiro, porque perdeu ele em algum lugar.
– Culpado. - respondeu, rindo para ela, enquanto atirava a guimba do cigarro num canteiro próximo ao guarda-corpo. 
Era quase palpável a tensão que se instalava quando os dois estavam sozinhos. Não precisavam conversar, não precisavam flertar ou o que fosse. Esse tempo já havia passado há muitos anos. E eles estavam cientes disso. Ana o queria, Eduardo a desejava e parece que o tempo não importava. O que quer que seja que eles tivessem não mudava com isso. Podiam não saber sobre o outro, se afastar, não conviver… Mas bastasse estarem no mesmo lugar para aquela explosão de sensações retornar.
– Último do maço. - disse ele, segurando o cigarro entre os dedos de sua mão esquerda. Virou-se para ficar de frente para Ana, que fez o mesmo. – Você tem fogo para mim ainda?
Uma pergunta um tanto dúbia, que fez ela o olhar confusa, enquanto erguia o isqueiro.
– Não é esse fogo que eu quero. - falou ele, olhando fixamente, passeando seus olhos entre os lábios dela, seus olhos, seu decote.
Ana não demorou em captar a deixa e segurou o rosto dele entre as suas mãos, tudo que Eduardo esperava para ter o consentimento dela, agarrando-a ali mesmo, querendo saciar a vontade que estava de tê-la.
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Sem se importar com onde estavam, tendo Ana em seus braços, Eduardo caminhava até a parede mais próxima, sem deixar de beijar toda a pele que encontrava próxima de seu rosto, o que fazia Ana suspirar e agarrar-se mais a ele.
Eduardo a colocou no chão e agora usava seus braços para tocar em todos os lugares que poderia, da sua nuca até o monte das nádegas de Ana, a puxava para perto, a apertava, invadia sua boca com a sua língua habilidosa. Ana mordia o lábio superior de Eduardo e deixava seus braços sentir novamente o corpo daquele homem.
– Ana, cadê você? - Nina falava próxima a porta. Ana e Eduardo logo paravam com suas carícias e, antes que Ana pudesse responder, Eduardo colocou a mão sobre a sua boca.
– Você quer ir lá com ela ou ficar mais um pouco aqui comigo? - disse ele, com uma mão sobre o rosto de Ana e a outra acariciando a pele de sua coxa que estava enrolada no quadril dele. Ana não respondeu nada, mas também não mostrou nenhum sinal de que queria sair dos braços dele.
Sem quebrar o contato visual, Ana e Eduardo aguardavam enquanto os passos dos saltos de Nina se tornavam cada vez mais baixos, indicando que Nina se afastava. Assim que não ouviram mais nada, Eduardo sorriu e piscou o olho direito para Ana.
– Ótima escolha. - falou ele, enquanto descia sua boca para o pescoço dela.
Ana ficou sentindo-se um pouco culpada de ignorar a amiga, mas logo perdeu-se nas sensações provocadas por Eduardo. Nina entenderia, não é?
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Por direitos autorais, as músicas não serão mais adicionadas no episódio, mas você pode curtir ouvindo a playlist no Spotify aqui.
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