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Me leva na alma

Me embala na calma

Me agita na paz da tua companhia

- Geison Sandey

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- Eu não acho que um bom advogado faz o seu cliente testemunhar, mas isso pode ajudá-la. Para o júri ouvir as suas palavras da sua boca. Para eles conseguirem ver você como a pessoa gentil e querida que você é.

- Eles nunca vão me ver desse jeito.

- Sei que você tem todos os motivos para odiar essas pessoas...

- Não, eu nunca odiei pessoas! Elas me odiaram... Elas riram de mim. Me abandonaram. Me atormentaram, me atacaram. Quer que eu implore pela minha vida? Não consigo fazer isso. Não vou fazer! Eu não vou me entregar. Eles que tomem a decisão deles. Não estão decidindo nada sobre mim. São eles. Estão julgando a si próprios.

_Um lugar bem longe daqui

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- Maria Carolina de Jesus

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É a lua quem me tira o sono com a sua beleza e encanta como clareia uma escuridão finita. Sua superfície deformada, montanhosa talvez, aparece claramente apesar de toda essa distância que nos separa. Seu brilho enche de cores o seu entorno formando um círculo multicolorido chamando a atenção para si como se quisesse ser observada, como se se deleitasse com os olhos dos gentis observadores voltados para si. O céu nebuloso é seu palco, um dos mais lindos no qual se apresenta; o que mais se transforma ao seu redor.

Nessa noite em que o sono se fez tão fugaz, ela parece estar ainda mais bonita do que costumeiramente. Há seis anos coincidentemente algo raro acontecia, é possível que nessa mesma hora, não se sabe ao certo. O amor começava a se formar em dois corações através de um beijo recusado, mas insistido e alcançado. Talvez não seja coincidência que justo nessa noite ela esteja tão chamativa, a lua. Talvez sejam os olhos desse observador que estejam lembrando de um momento eterno que teve seu início há seis anos. Quem sabe, nessa mesma hora...

- Geison Sandey

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Querido Joseph,

Poderia começar pedindo desculpas, mas estaria criando motivos para tal. Não há desculpas a pedir. Digo isso no começo, pois temo ser incompreendida novamente. 

Nós realmente tentamos, não é? Nós fomos fundo nessa tentativa de tentar atuar um retorno que não era possível de ocorrer, ao menos não além da superfície. Eu tentei tanto ser seu apoio de novo, eu quis tanto poder sê-lo, porém demanda tanto de mim que, em certa medida, você não mais me queria aqui e sim queria um espectro translúcido do que eu sou.

Não posso escalar os montes que me pediu pois sou humana, não consigo entregar tudo em suas batalhas como se fossem minhas e muito menos me render a narrativas pelas quais não sinto verdade. Sim, eu sei que há verdades borbulhantes a céu aberto movimentando seus quereres mais profundos e sei que não é fácil contê-las.

Nosso impasse é que o mundo é grande demais, muito maior que suas certezas engessadas em antigas pedras sagradas. A vida é mais variável que sua ânsia por controle quer tornar e infelizmente não sabemos o que acontece dentro dos outros. Ninguém sabe.

Entendo a urgência de pertencimento que te tira o sono, a ânsia pela entrega e pelo incondicional afeto de outrem. Te vi dançar a mesma música vezes o suficiente para decorar passo por passo, nota por nota, arranjo por arranjo. Só que você não, você insiste em tocar tudo como se fosse a primeira vez e não aprende depois de repetidos erros e acertos. Ainda bem que por vezes você acerta, e erra tentando acertar. Erra tentando se proteger da crueldade que existe lá fora e espanta também a bondade, porque perdeu a habilidade de distinguir.

Dentro da caverna, sem luz, distribui socos que vão pra todas as direções, inclusive até aos que se dispõem a te dar algo bom. Completamente protegido de tudo, menos de si mesmo e de suas certezas que preenchem lacunas que deveriam estar abertas.

Nós realmente tentamos, não é? Exaustivamente. Entretanto, você clama por afetos que não me são possíveis, você grita por amores que não me cabem. Não mais. Esgotando toda a energia que poderia se direcionar a algo bom, deixando apenas a casca do que é uma tentativa frustrada de conectar o que já acabou.

O fim começou dentro de mim, bem antes do dia em que o ponto final ocorreu, quando percebi que não havia mais algo de bondoso sendo criado, apenas a preocupação agoniante diante do futuro incerto. Espero que um dia lhe ocorra que mais do que alguém que te dê tudo que tem, você precisa antes entender o que quer do mundo, o que aceita e principalmente o que consegue ver. Não dá pra mostrar bondade a quem não a conhece mais, ou muito menos furar barreiras que espinham a carne de quem tenta. Ainda bem que tentamos, mas nem mesmo minhas lanternas mais fortes iluminariam a escuridão que guarda no coração, o medo que te isola do mundo. A luz tem que vir de dentro.

Não há mais nada que eu possa fazer, Joseph.

Acabou.

H.

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6.

A noite da chuva…

“Não quero guardar nada, preciso esquecer tudo” dizia eu esbravejando como se isso fosse realmente possível, como se eu pudesse engavetar memórias, meu subconsciente gritava sem parar perguntando “até a noite da chuva? Precisamos mesmo esquecer a noite da chuva?” E era isso, diariamente, após refazer vários trajetos a pergunta era a mesma “até a noite da chuva?”, noite essa que eu queria guardar, mesmo sentindo um enorme vazio ao lembrar de um dos personagens principais, mesmo, no fundo, eu sabendo que só foi algo apenas para mim, entretanto meus caros que noite infernal e perturbante, praticamente impossível de ser esquecida assim… Odeio a forma que minha raiva se tornou em um desejo absurdo, odeio como virei geleia e mesmo parecendo um cachorrinho molhado frio era algo desconhecido ali, eu finalmente conheci o que era beijar com saudade. Que sensação monstruosa, dolorida, facilmente capaz de levar um do céu ao inferno em questão de segundos, foi assim que eu me senti, como se estivesse viajando por anos e naquele momento chegasse no lugar que deveria. É por esses motivos que uma confusão se instala sempre que sou questionada se irei esquecer tudo ou se haverá alguma exceção. Por que quando eu finalmente parei, pude perceber os olhos dele inexpressivos, olhos de quem não sabia o que estava fazendo ali, se era conveniência ou a mesma vontade que se fazia presente em mim, nunca saberei... Em contrapartida, os meus facilmente poderiam estar cintilantes, explícitos, fazendo aquele jogo ser totalmente injusto, olhos de quem imaginava o buraco interno que aquilo tudo ia causar. Quando o enxerguei naquela meia luz eu esqueci de tudo, era apenas aquela estranha conexão e a distância diminuída entre duas bocas que se conheciam tão bem, lá estava eu de novo perdendo a razão. Infelizmente a noite da chuva sempre vai ser lembrada independente de qualquer questão, mesmo que o acaso tenha manchado as boas memórias, que o passado hoje pareça feio e os personagens principais tenham virado apenas dois estranhos, como a noite que merecia uma crônica só dela, mas eu sempre serei a pessoa que sente mais ciúmes de memórias que de pessoas para escrever, falar em voz alta, recitar minuciosos detalhes, o mundo não entenderia, também não tenho pretensão que entendam, é confuso demais para qualquer um... Então, mais uma vez meu subconsciente pergunta “até a noite da chuva?” cansada de mentir para si mesma o deixo ganhar e respondo baixinho, quase sem voz: “a noite da chuva fica".

- Eu Não Sou a Julieta.

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5.

Alma de poeta...

É incrível ver o mundo com alma de poeta, conseguimos valorizar nossas tristezas por saber que elas podem virar poesia. Somos capazes de ser barulho mesmo que em silêncio, na perspectiva que observar se torna inspiração. A intensidade se faz presente e mesmo quando colidimos em pessoas rasas, a profundidade que carregamos não nos permite mudar. Vez ou outra, bate uma vontade de fugir, partir para o superficial e se tornar igual aos que nos rodeiam, mas que graça teria a vida? Como permitir que nossa estranheza se torne comum, se ela nos faz singular? As pobres almas nunca vão entender os prazeres e devaneios que a alma de poeta no permite ter.

- Eu não Sou a Julieta

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4.

Das poucas certezas que tenho na vida, uma delas é sobre como eu tenho medo de gostar novamente, de me entregar novamente e confiar em alguém o bastante a ponto de crer que aquela pessoa não vai me machucar. É estranho esse lance de virar uma filha da puta desacreditada, mas quando o mundo resolve que é mais legal me vê chorando eu opto por sei lá, chorar em filmes clichês com histórias alheias, ao invés de protagonizar a minha própria.

- Eu Não Sou a Julieta.

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3.

Eu não sou a Julieta...

Lendo Shakespeare, em especial o tão famoso e renomado livro chamado "Romeu e Julieta" me veio em mente em como eu não quero ser a Julieta. A Julieta descrita por ele tinha uma vida, era jovem, de família e poderia ter um futuro brilhante, mas a mesma escolheu morrer por amor, um amor ingênuo, imaturo, impossível e mesmo que justifiquem o quanto era verdadeiro nada ali valia sua vida. Hoje, nessa sociedade de amores líquidos, na vida moderna ainda se pode vê mil e uma Julietas por aí. Eu não sou a Julieta, mas cheguei tão pertinho de ser e é por esse motivo que eu insisto em falar que ela tinha mais, muito mais para fazer, viver, realizar. Por anos senti meu corpo definhar por não poder ter quem tanto amei, amor esse sem fundamento, sem pé, cabeça e de tão impossível quase me custou vida. É até engraçado a forma como o sentimento de impossibilidade nos deixa tão vulnerável, é como se nada mais importasse, como se o Oscar chegasse em nossas mãos, mas de nada valesse por que não ter aquela pessoa consegue apagar o brilho de todas as vitórias. Não ser a Julieta é sobre ser alguém que vê além, além de migalhas, amores meia boca e sobre principalmente focar em sonhos, objetivos antes de querer deixar de existir por alguém. O Romeu poderia até ser lindo, gentil e poderia amar a mesma de uma forma única, mas quem garante que ele era o cara ideal? Que talvez depois de alguns anos ou simples meses, Julieta não fosse amar como jamais amou novamente? Que talvez ela pudesse encontrar em si um amor tão único que a fizesse acordar diariamente amando sua vida como jamais amou ninguém? William por anos fez milhares pessoas querer viver algo assim, nos deixou suspirar por sua tragédia como se fosse algo bonito e acreditar que o amor verdadeiro é sobre morrer a preferir ficar sem, sendo que desde os primórdios o amor também demonstrou o quanto pode ser cego e injusto… Afinal, a certeza sobre sentimentos alheios é o mesmo que contar com o sol em dias inteiramente nublados. Não ser a Julieta é sobre isso, sobre essa coisa toda de conhecer todas as faces do amor, mas não querer morrer por ele, é escrever sobre ele, dialogar sobre ele, mas se proteger o suficiente para que ele não chegue perto o bastante a ponto de te empurrar no precipício.

- Eu Não Sou a Julieta.

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2.

Você não veio…

Eu fiz café, separei minhas melhores histórias e deixei a cama quentinha. Não sei qual seu bolo favorito, mas estava estudando umas receitas, tinha certeza que ia amar. Você não veio, mas eu cortei o cabelo, coloquei um batom e passei horas ansiosas na porta para te ver chegar. Eu pensei em te contar sobre minha infância, em como tudo foi absurdamente louco e engraçado tendo a certeza que iria te fazer rir. Não sei se cê gosta, mas o cochilo da tarde ouvindo Caetano podia rolar. Fiz planos absurdos pensando nas noites que podíamos virar, te deixaria escolher o ritmo, seria uma boa menina só até onde fosse minha sensatez. Eu ponderei minha intensidade, julguei que te assustaria, mas você nem sequer chegou a conhecer. Foram dias na janela, me cansei do movimento, morri entendiada, mas você que é bom, não vi. Pensei em estudar francês, ponderar a bebida e rir um pouco mais baixo, estava tão decidida em te fazer me amar quando chegasse, que de tanto querer ser sua ao te esperar chegar, fui me perdendo aos poucos.

- Eu Não Sou a Julieta.

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1.

Eu prometi que se caísse na caixa postal fingiria que não fiz o que estou fazendo agora, enfim aqui estamos na caixa postal, mas um mundo de palavras me escapam, a verdade é que eu sempre mantive seu contato apagado na agenda, mas vivíssimo na cabeça, de trás para frente ou de frente para trás não importa eu sei ele como se um dia ele me servisse para algo além de fazer exatamente isso que estou fazendo agora, te ligar e falar o obvio após beber algo parecido com álcool setenta para esquecer a porcaria de tudo que afetou minha vida quando você resolveu surgir nela e me sugerir que após anos algo bom poderia acontecer aqui, quando nada nunca aconteceu. Eu queria dizer que te odeio, mas nem um milésimo do meu corpo consegue acreditar nisso, ninguém consegue crer, uma criança vê que aqui tem tudo menos ódio, queria dizer que estou bem, mas um cego consegue enxergar que o brilho que um dia existiu aqui se tornou uma quinta-feira nublada, queria te falar que sinto saudades, que às vezes ela explode e eu choro igual uma criança de colo, que ela parece no meio de risadas onde eu esqueço de você, contudo a piada me lembra você me fazendo te querer por perto para rir junto. Sabia que um dia depois, eu quis te ligar e pedir desculpas? Como eu sempre fiz, eu quis te pedir desculpas por VOCÊ ter me magoado, por está destruída, por não saber em que acreditar... É engraçado, eu sempre fiz isso, porque qualquer humilhação não seria nem um pouco comparada com o desconforto que era te ver longe. Agora eu tô aqui, enchendo sua caixa postal com aquela velha e boa ladainha que você sempre odiou, no fundo, eu sempre soube que a culpa de tantos pedaços em que eu fui quebrada foi só minha, você não tem culpa de ser assim, essa mistura de pessoa incrível com caráter duvidoso, não tem culpa de possuir o sorriso mais lindo do mundo e droga dessa personalidade meio ogro boba que me deixava a mercê acreditando que qualquer coisa era realmente boa se eu estivesse com você. Eu já disse que queria te odiar? Se sim, ignora… Se não, esse é o sentimento diariamente, queria muito acordar e te odiar, xingar aos quatro ventos, fazer um exposed no twitter como se a culpa das minhas expectativas não fossem minhas, mas invés disso eu estou aqui, dada ao álcool tentando te explicar que nem por um minuto eu conseguiria fazer algo que destruísse a pessoa que eu, por pura ilusão coloquei em um pedestal. Então... tá meio tarde e eu espero que você pare no meio dessa chamada, mas se caso chegar até aqui, quero mais uma vez, depois das infinitas vezes que eu já falei, dizer que você me faz falta e em dias como hoje, ela me adoece, me faz pequena e insignificante… Você sabe, não sou tão chata assim, as circunstâncias que estão me matando gradualmente…

- Eu Não Sou a Julieta

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"E quando digo que é perfeito

Não digo que não tem erros

A perfeição está em ser imperfeito

Pq aquilo que de tão perfeito é

Não consegue sê-lo por inteiro

E aquilo que não é perfeito

Só o é pq é verdadeiro"

- Geison Sandey

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Todos têm seu próprio passado e sua própria maneira de vê-lo. E raramente, raramente, é igual para todos.

Nell O’Brien, Chesapeakeshores

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As vezes seria mais fácil ser invisível

Bree O’Brien, Chesapeake Shores

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Amo esse sorriso e adoro sorrir junto com você Feliz dia 10 ❤️ (em Tabocal, Santarem, Pa) https://www.instagram.com/p/COtvtxVp8DrIB8YAKqIhzd-4dB-QkN3rqTfHBc0/?igshid=j5y49eu7qfnx

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O amor é mais valioso. Mas o ser humano tende em insistir na paixão, afinal, ela é momentânea porém é avassaladora; nos faz fazermos loucuras, acharmos que o nosso coração vai parar sem a outra pessoa; faz o momento virar segundos com o outro e anos sem ele. Porém a paixão sempre acaba, dando espaço ao amor, que cuida, que protege e que faz a gente se sentir pertencente a uma pessoa que vira casa. Contudo o ser humano viveu a paixão e compará-la ao amor é covardia. O homem vive a se lamentar por tal mudança, ele fica egoísta. Somos egoístas e eternos causadores de paixões vivendo em busca de algo que não se foi, mas que se transformou; vivendo à sombra do passado, perdendo o presente e talvez o futuro.

- Eloá Oliveira