Oie! Eu sou Olívia Itagiba e eu gosto muito de falar e escrever. O nome do blog é a junção das palavras ‘Spoken Writing’, que é falado escrito em inglês. Aqui é o local onde irei colocar artigos e matérias escritas ao longo da minha trajetória. Sempre tento ser o mais formal possível, mas não consigo ,então, acabo sempre trazendo essa proximidade de leitor e escritora:)
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NAS COSTURAS DO SUBÚRBIO
A Marca suburbana de Bento Ribeiro conta histórias apagadas da sociedade através das peças
por Olívia Itagiba
No efervescente cenário da moda carioca, onde tendências nascem e desaparecem tão rápido quanto um desfile de escola de samba, uma marca se destaca pela sua abordagem singular. A .pormenor criada pelos sócios Matheus Almeida (29) e Bernardo Cordeiro (29), em 2016, emerge de Bento Ribeiro como um farol de autenticidade. Com narrativas profundas, resgata a alma dos bairros periféricos em cada peça de roupa
Os dois amigos criam não apenas uma marca de roupa, mas um manifesto cultural, uma forma de dar voz às experiências e identidades muitas vezes marginalizadas e esquecidas pela moda tradicional. Em um cenário onde a cultura é considerada superficial e efêmera, a .pormenor se destaca pela sua capacidade de representar jovens que a sociedade finge não existir.
"Queríamos criar algo que fosse verdadeiramente nosso, que contasse as histórias do nosso povo", explica Bernardo.
A criação da memória
A marca encontra suas raízes em uma mudança cultural ampla que ganhou força no Rio de Janeiro, nos últimos tempos, um movimento que busca resgatar a identidade e a memória dos bairros periféricos da cidade. Fazem parte de suas coleções homenagens a ídolos locais do futebol, como Ado do Bangu, e releituras criativas de símbolos e personagens marcantes da cultura suburbana.
A moda do futebol suburbano
Uma das coleções mais emblemáticas da .pormenor foi inspirada nos times de futebol do subúrbio carioca, como o Olaria, o Bangu e o Madureira. Bernardo e Matheus mergulharam fundo nas histórias dos times. O resultado foi uma coleção que não apenas homenageia o passado, mas também lança um olhar crítico sobre o presente e o futuro do futebol suburbano.
A violência estampada pela cidade
Em 2019, a dupla lançou o que viria a se tornar uma das suas coleções mais comentadas, “Cidade de Desespero”, em parceria com o artista Rival, traz estampas e mensagens que remetem à treze casos famosos de violência no Rio de janeiro. Entre eles o assassinato da vereadora Marielle Franco, o caso do menino João Hélio, e o Ônibus 174. A frase-chave da coleção, "Vocês pensaram que a gente esqueceu?", mostrou para o público as feridas desses eventos que ainda não foram curadas.
Porém, para os sócios Matheus e Bernardo, a criação da coleção foi um processo intenso e emocionalmente desgastante. Os meninos enfrentaram crises de ansiedade e ataques de pânico durante o processo criativo. Além disso, a equipe passou por outros desafios, como o roubo de dinheiro do colaborador responsável pela criação da coleção e a perda do filho da costureira que produzia as peças, o que levou a uma pausa no processo criativo.
“Era tanta informação ruim que a gente tinha de violência, de covardia durante a criação. Foi pesado para caramba[...] Depois dessa eu falei: "nunca mais eu faço". Mas depois eu entendi também que é sobre processos artísticos, faz parte. Por isso que hoje em dia eu prezo tanto por essa leveza de criar, tá ligado?”- comentou Bernardo
Apesar dos desafios, a coleção “Cidade Desespero” representou um marco na trajetória da .pormenor, que buscou contar histórias através dos tecidos e da moda.
Roupas que inspiram
A última coleção da .pormenor foi uma colaboração com o artista plástico Mulambö , intitulada "ME EMPRESTA Ø DRAGÃØ", marca o retorno da marca após um período de pausa criativa. Inspirada e lançada no dia de São Jorge, 23 de abril, com um evento gratuito na Praça Tiradentes, a coleção propõe uma reflexão profunda que se, ao invés de matar o dragão, abraçar essa figura mitológica. A ideia é explorar os próprios "dragões" internos como um caminho para o autoconhecimento e a aceitação.
As roupas questionam padrões estabelecidos, tanto editorialmente quanto nas formas de se vestir, com looks inspirados nos tradicionais churrascos e nas turmas de bate-bola do subúrbio carioca.
A busca por talentos fora das revistas
Ao contrário da moda convencional, que muitas vezes busca modelos estereotipados, a .pormenor encontra seus rostos para as campanhas nas ruas. São pessoas comuns, que dão vida às peças da marca. É uma forma de celebrar a diversidade e a autenticidade do subúrbio carioca, e por isso, é rejeitado os padrões impostos pela indústria
Bernardo revelou não apenas o processo criativo por trás da marca, mas também a sua visão crítica sobre o mercado e a cultura do local de origem. Para ele, a moda não deve ser apenas uma questão de tendências e lucro, mas sim uma forma de expressão e resistência.
"Queremos mostrar que a moda pode ser inclusiva, que pode dar voz às pessoas que não têm voz", afirma Bernardo.
A .pormenor reforça a ideologia de que a beleza está na diversidade e na autenticidade. Suas peças vão além das tendências passageiras e criam raízes em uma cultura rica e multifacetada. As roupas que contam as histórias com uma costura delicada e precisa entre o passado, o presente e o futuro do subúrbio carioca.
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A moda luxo no Fashion TikTok
O impacto do TikTok que influenciou no aumento da moda luxo entre usuários.
A rede social chinesa TikTok virou um dos aplicativos mais baixados dos últimos tempos. Nele, os usuários gravam vídeos curtos e simples sobre quaisquer assuntos que quiserem. Assim, se formaram dentro da plataforma seus nichos de conteúdo, como os da dança, viagens, gastronomia e moda, que depois começou a ser chamado de Fashion TikTok.
O movimento da rede social foi bastante importante, pois deu acesso aos usuários a conhecerem diversos assuntos e se interessarem por eles. Os famosos vídeos como “se arrume- se comigo” e “comprinhas” ganharam destaque.Entretanto, algo que poucos comentam é a forma que a moda está sendo ensinada e estabelecida nesta plataforma.
Não é novidade para ninguém que no Fashion TikTok, os vídeos que mais engajam são os que aparecem marcas de luxos famosas como: Gucci, Prada, Bottega Veneta entre outros, entretanto com a popularização, alguns usuários começaram a associar que moda são artigos caros de luxo, e que ao. Sendo que, na verdade, é apenas entretenimento.
Seria mentira minha dizer que eu não consumo esse tipo de conteúdo, eu gosto bastante . Entretanto, eu sei que esses vídeos de compras ou roupas milionárias são apenas para minha diversão, e até para minha inspiração de look. Logo, dizer que a moda se limita a apenas artigos de luxo é tirar toda a história e referência por trás dela.
Moda não é apenas comprar uma roupa ou uma bolsa de luxo. O estudo abrange toda uma área de política, arte, cultura, história, antropologia, sociologia, filosofia e principalmente economia, já que é a indústria que mais movimenta o mercado econômico. Existe um extenso estudo que os estilistas, designers fazem por trás para criarem suas peças.
Os artigos de luxo são importantes para o mundo da moda, óbvio, é neles que analisamos as maiores tendências, mas não gira em torno disso. Afinal, você pode ter um acervo de luxo e não saber nada sobre o universo das tendências.Deve-se lembrar que moda é um objeto de estudo, onde requer muito estudo.
Ademais, a criatividade também está relacionada, afinal você pode transformar itens simples em roupas, e usar sua imaginação. Não existe a necessidade de ter o item mais luxuoso e caro para conseguir entender e saber fazer moda.
Deve-se perceber a diferença entre conteúdo de moda, onde é tratada como objeto de estudo e conteúdo de entretenimento que são os casos de arrume-se comigo e comprinhas entre outros. Por mais que esse tipo de vídeo traga inspirações de looks, não é neles que se encontra uma análise sobre esse universo. São vídeos divertidos? Claro que são! Mas é para isso que eles servem para divertir e não para ensinar.
Por fim, se você quer saber mais sobre a moda como objeto de estudo, tente primeiro tirar essa ideia que são só artigos de luxo, e consuma vídeos que façam análises sobre esse mundo e não os que chamem atenção por ter um logo luxuoso na capa. Além disso, leia livros e veja filmes que explicam sobre a indústria.
Abaixo deixo uma lista de pessoas que acompanho no TikTok que trazem a moda como objeto de estudo:
Harry Ciotto
Mitcho Mezzomo
Bia Nardini
Edros Vieira
Manu Canielas
Disfoggia
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MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA EM JOVENS, DOENÇA RARA E POUCO ESTUDADA PELOS MÉDICOS
A doença é a principal causa de acidentes vasculares(AVC) em adultos jovens
Por:Olívia Itagiba
Dificilmente você já ouviu falar sobre Malformação Arteriovenosa(MAV). É uma doença rara –menos de 150 mil casos no Brasil– muito complicada de se entender. A condição é uma anomalia do sistema vascular, ocorrendo uma ligação direta entre uma artéria e uma veia sem existir a formação de uma rede de capilares para amortecer. Basicamente, na formação do embrião as artérias que levam o sangue oxigenado do coração para os órgãos se conectam com as veias, vasos sanguíneos que levam o sangue usado de volta para o coração. Formando assim um emaranhado de vasos sanguíneos no cérebro, como as veias são finas e não suportam a pressão do sangue arterial podem se romper, causando hemorragias. As MAVs são as maiores causas de acidentes vasculares cerebrais(AVC) em jovens.Entretanto, na maioria dos casos, vários desses pacientes já vinham apresentando sintomas como dores de cabeça muito fortes e acabavam sendo diagnosticados com enxaqueca. Como é o caso do estudante de educação física, Fernando Gadelha, de 22 anos, que foi diagnosticado após um AVC hemorrágico. O jovem relatou que desde pequeno sentia dores de cabeças, porém, tomava um remédio e amenizava sua dor. Entretanto, em 2017, Fernando saiu para comer com seus amigos e começou a sentir fortes dores de cabeça e logo em seguida um desmaio. Ao ser levado para o hospital, os médicos suspeitaram de meningite e o estudante ficou internado durante um mês drenando o sangue hemorrágico. Foi apenas 6 meses depois, que em uma angiografia que foi detectado uma MAV profunda em seu cérebro. Fernando foi internado e fez a embolização, que é um dos tratamentos, que retirou 90% da MAV. Para tirar os outros 10%, ele realizou em junho de 2020 a radiocirurgia, tirando por completo o que restava. O estudante pós cirurgia teve seu lado esquerdo afetado e não conseguia andar, após muitas sessões de fisioterapias ele conseguiu recuperar seus movimentos. Atualmente Fernando ficou curado da MAV, mas, relatou ter sequelas de crises convulsivas. Ele também não pode praticar exercícios físicos e comenta sobre sua saudades de jogar bola .Entretanto, o estudante relata que se sente grato por ter sobrevivido e que toda essa sua situação o fez amadurecer bastante.
A MAV é uma doença bastante complexa, pois cada caso é variável, explica o neurocirurgião Claudio Vinícius Nogueira Itagiba, do Hospital Municipal Miguel Couto, no Rio de Janeiro. O médico comenta sobre a doença ser silenciosa, ou seja, ela pode aparecer com sintomas inespecíficos como: uma dor de cabeça, tontura e até prisões de ventre. Pode apresentar também sintomas como crises convulsivas, perda de visão e perda motora em alguns casos. Ademais, a doença pode nunca demonstrar um sintoma e romper um vaso, causando um sangramento no cérebro. O diagnóstico da doença deve ser feito apenas em caso da aparição de algum sintoma, nenhum adulto jovem deve se submeter a exames apenas por curiosidade. Ademais, o médico comenta que não é comprovado se a MAV é transmitida geneticamente, logo, mesmo se tiver caso na família da doença só deve fazer o exame se aparecer com algum sintoma. Os exames são:
– Tomografia do crânio: Identificação da hemorragia cerebral. Em casos de pacientes jovens, a suspeita de MAV já é levantada. – Ressonância do encéfalo: O exame é utilizado para identificar o diagnóstico de uma MAV, sendo essencial na escolha do tratamento. – Angiografia cerebral: É o principal exame, onde analisa se existem perigos para uma hemorragia. A malformação arteriovenosa é classificada de acordo com seu sangramento, utilizando uma escala chamada ‘Spetzler-Martin’ que varia de 1 a 5 ( do mais simples ao mais complicado). Essa classificação ajuda na escolha do melhor tratamento, essa decisão é feita entre o paciente e um médico.
A malformação arteriovenosa(MAV) pode ser tratada de três formas diferentes. Com cirurgia aberta, abrindo o crânio do paciente e retirando a doença. Infelizmente, em casos de MAVs mais profundas a cirurgia aberta não é uma opção. Pode-se ser tratada com radiocirurgia, onde o paciente é exposto a altas doses de radiação induzindo o fechamento da malformação arteriovenosa. E o tratamento mais moderno é a embolização por via arterial, nesse caso o material embólico é injetado por via arterial. Utilizado em casos, onde a MAV está em uma parte muito nobre do cérebro que não consegue acessar com cirurgia. Os tratamentos são pensados sempre na melhor maneira de retirar a MAV sem causar muitas sequelas aos pacientes, principalmente jovens. Entretanto, podem causar dificuldade na visão, para se locomover, convulsões e até epilepsia. A doença é difícil de se explicar por nunca saber o que pode ocorrer com o paciente, é tudo incerto. Existem casos de pacientes que descobrem que possuem MAV porém, nunca tiveram um sangramento, esses casos são chamados de MAV assintomática. Como é o caso de Brenda Lopes, de 22 anos. A jovem relata que sempre viveu com dores intensas de cabeça e que foi diagnosticada com enxaqueca, após um exame de tomografia que foi relatado que na verdade ela sofria de Malformação Arteriovenosa. Brenda comenta que seus maiores sintomas são dores fortes de cabeça, olho direito inchado e desmaio. Ela relata a dor que sente em seu coração pela mudança feita na sua vida depois da descoberta da doença “Não é uma doença fácil, é muito difícil precisei abrir mão de algumas coisas que eu queria, planos foram desfeito, e sem falar do medo que às vezes toma conta do meu coração, é uma doença que precisamos ter cuidado” — relata a jovem. Nesses casos, onde não houve sangramento da MAV, o paciente deve tomar todo cuidado possível. Doutor Vinícius Itagiba explicou como essa formação é delicada, podendo romper a qualquer momento, até quando se está dormindo ou fazendo necessidades.É essencial que a pessoa não faça esforço físico e fique a todo momento sob observação médica. Existe um estudo chamado A Randomized Trial of Unruptured Brain Arteriovenous Malformations (ARUBA), do Institutos Nacionais de Saúde(NIH) e Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrames(NINDS), dos Estados Unidos. O objetivo é determinar se o melhor tratamento para MAV assintomática é com terapia intervencionista( cirurgia aberta, embolização ou radiocirurgia) ou terapia farmacológica( tratando apenas os sintomas do paciente).O estudo tinha sido interrompido em 2013, entretanto neurocirurgiões ainda estudam e comentam sobre o ARUBA. O estudo, ainda não concluído, afirma que em caso de MAV assintomática não deve ser feita terapia intervencionista, tratando apenas com supervisão médica e remédios para os sintomas. O ARUBA foi uma pesquisa que causou revolta entre médicos neurocirúrgicos, pois eles afirmavam que ao se descobrir uma malformação arteriovenosa deve-se operar imediatamente. Apesar do estudo não ter sido finalizado, ele diminuiu bastante as taxas de tratamentos intervencionistas nesses casos. Grupos de apoio Existem comunidades nas redes sociais de pacientes que sofrem ou já sofreram de MAV, nesses grupos acontecem diversas trocas e mensagens de apoio. Como é uma doença rara dificilmente os pacientes encontram pessoas com facilidade com mesmo problemas que o seu, e dentro desses grupos eles conseguem criar laços e não se sentirem sozinhos nessa jornada de superação. Nos grupos encontra-se diversos adultos jovens, que relatam suas histórias e afirmam que encontrar o grupo foi uma das melhores coisas, pois sentiram-se acolhidos e conseguiram ter um conhecimento mais amplo da doença, já que é uma doença que não se tem muitas informações “Eu só vim ter total conhecimento da doença depois que me unir ao grupo de pessoas que estão nessa mesma caminhada de cura, as experiências e relatos de cada um me ajudou a ter um ponto de vista equilibrado sobre a MAV” — comenta Brenda Lopes.
➔ Link para o primeiro grupo de apoio:MAV CEREBRAL ➔ Link para o segundo grupo de apoio: MAV CEREBRAL 2
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