Text
Último trago
Chegou o dia. Aquele que eu jurei que nunca viria. Acendi o último cigarro,dei o último trago,gastei meus últimos trocados só pra encher o peito de fumaça e soltar as ideias ao vento.
Sempre disse: “paro quando quiser”. Mas o corpo ah, o corpo não sabia disso. Estremeceu. O ar escapou dos pulmões e o desespero entrou,com gosto de sufoco e mãos trêmulas.O trago,aquele que me fazia companhia nas noites vastas, frias e vazias,hoje me reduz a um corpo fraco e uma mente em reabilitação. Reaprendo a existir sem a tua presença tóxica. Cada dor que se impõe no processo é como uma agulha tentando costurar o que você rasgou.
É um inferno. A vontade de te levar de novo aos lábios e soprar o mundo pra longe vem forte mas já não vence. Você nunca foi consolo. Foi veneno. Disfarçado de alívio.E agora, eu vejo. Agora, eu sei. Não sou mais teu capacho. Nem tua morada.
O ciclo acaba aqui. Tua presença, teu cheiro,as cinzas espalhadas no tempo tudo isso agora é só lembrança morta.A fantasia de romance que vendiaera só mais um laço apertado no meu pescoço.
Hoje,com as mãos ainda trêmulase o peito ainda oco,eu escolho te enterrar.
-Dead Inside
0 notes
Text
Solitude
Vagueio pelos pensamentos perturbadores que corroem o meu ser. Tentar dissimulá-los tem sido uma perda de energia sem igual. Diante do lamento que os meus olhos suplicam para serem vistos além do castanho que os cerca, percebo: quem não quer ver, não enxerga.
Me pergunto se estou fadada a tamanha solidão, mesmo estando cercada de gente. Gente que caminha nas ruas arrastando um corpo vivo e uma alma morta. Que, mesmo com os mais cativantes sorrisos, continua a sangrar por dentro como se houvesse uma lâmina invisível que rasga o ser, ainda que ninguém possa ver.
Dizem que a solitude é amiga, uma visitante passageira. Mas há quem a prefira, por ser “mais fácil”. Diante dos jovens tolos que enchem o peito para proclamar tamanha bobagem, existem velhos de alma que, se pudessem, jamais teriam permitido que a solidão batesse à sua porta.
Mas a solidão é perspicaz. Ela chega de mansinho e te agarra nos momentos em que a alma grita e da boca não sai um único ruído.
Ah, como eu gostaria de ser uma tola que ainda não a tivesse conhecido. Mas há muito ela já vem me seduzindo com sussurros de falsa esperança.
Se pudesse dar um conselho àqueles que ainda não conviveram com essa ausência tão cheia de dor de não saber o que é ter o peito invadido e a alma destroçada eu diria:
“Vivam o mais estupidamente possível. Sejam bobos, jovens, ingênuos.”
Porque a dor de crescer e entender que, quando ela chegar, jamais irá embora… vai te afundar numa espécie de “conforto” do qual talvez nunca se saia.
A solidão gosta dos jovens apaixonados, dos olhos marejados de esperança e vontade de viver. E por isso, ela virá atrás de você.
-Dead Inside
0 notes
Text
Olhar vulgar
Chega a ser obsceno o jeito como os seus olhos invadem a minha alma, despem os meus pudores e arrancam, sem piedade, os desejos mais sujos que escondo sob a pele. Você me desfaz sem sequer me tocar. Vai tirando a minha roupa com o olhar, e com esses olhos malditamente indecentes, me faz amor como nunca nenhum corpo soube fazer um amor que olhos "virgens" jamais ousariam testemunhar.
Você me possui com o olhar. Me penetra com a alma. Me arranca gritos que não emito nem em sonho. Desperta em mim as barbáries mais profanas, as vontades mais cruas, os instintos mais primitivos. Devoro os seus olhos com a minha fome. Invado o seu peito e nele faço um samba de batida forte, para que nunca se esqueça que eu estive ali suando, vibrando, marcando cada compasso com a minha presença.
Beijo sua boca como quem vinga a própria abstinência. Deixo meu gosto grudado em você como veneno doce. Tomo sua cama como território conquistado, profano seus lençóis recém-lavados com o cheiro do meu corpo e você vai se perder toda vez que tentar dormir sem mim.
Te invado como tempestade. Faço do seu peito meu altar e, nele, me deito em oferenda. Me lanço nos seus olhos esses olhos viciantes, enfeitiçados como LSD que me jogam para fora do eixo, me arrancam da realidade e me deixam vagando... fora de órbita, fora de mim, completamente sua.
0 notes
Text
Não sei onde fui parar...
Categoricamente.. vou aliando meus devaneios, até porque aqui não é a casa da mãe joana, oras.
Sinto-me inregular como se eu fosse um ovo e me faltasse potássio, não tenho sido o melhor que poderia ter sido,
Sinceramente nem sei se quero isso, me desmancho como livros esquecidos na prateleira mais alta, aquelas que não damos importância se está empoeirada ou não, seguimos colecionando traças e poeira, como sinal de falência nossas folhas consumidas pelas traças que permanecem a espreitar para uma boa degustação, é assim que me sinto quando o tempo passa e consome minhas lembranças.
Sinto-me desgustada de dentro para fora, com a mesma voracidade em que a lâmina rasga minha pele, o quão rápido é a ignorância cuspida na cara dos pobres de espírito e alma, incapazes de compreender a forma canalha em que o mundo desmonta um por um.
-La_taupe
1 note
·
View note
Text
Emaranhado
Foi assim que me disseram que séria ao dar ouvidos aos meus pensamentos, mas creio que os critiquei cedo demais. Não que isso seja uma surpresa.
Dentro do peito escondo segredos, medos, inseguranças e mágoas.
Me sinto subjugada por cada misericordioso devaneio que me liberta dessa tormento, onde sangro sem derramar uma só gota, mas onde escorre a minha vontade de viver.
Não digo isso como se ainda a almejasse mas como alguém que caminha lado a lado com a morte. Quem sabe, dê a sorte de estar no lugar errado na hora errada e, enfim não ter mais pretestos para partir
É o fim sinto que estou prestes a sentir a sensação de dormência do corpo e da alma, prestes a perder a indiferença por vaguear como ser ingrato pela "oportunidade" de estar nesse plano, ou convivendo com pessoas que fazem me bem ou mal.
Falando sério, o mundo não é a porra de um morango, o mundo é um lugar feio e cruel.
-La taupe
0 notes
Text
Silêncio
Eu, que odeio tanto o silêncio, me calei com tanta força que, por alguns segundos, esqueci o som da minha voz.
Parecia que o mundo tinha se calado para ouvir o barulho que o meu silêncio estava a fazer. Gritei como se o mundo fosse acabar mas de minha boca nem um ruído se quer ousou sair.
Acho que estou ficando louca.
Gritos cortantes rasgavam minha pele, mas, ao mesmo tempo em que podia se ouvir o caos ao meu redor, também poderia ouvir um alfinete tilintar no chão.
A que ponto chequei? Pareço bem, mas a cada pensamento covarde que consume o meu ser, sinto como se nada disso fosse real, como se ainda estivesse sonhando com aquela velha vontade de partir, de deixar esse mundo e me ver aprodrecer na terra, servindo de alimento para os vermes e adubo para as plantas que viriam a nascer sob os restos do meu corpo.
-La_taupe
0 notes
Text
Talvez..
Odiar talvez seja uma palavra muito forte para esse sentimento. Talvez
Mas me ferve os nervos saber que eu torro meu juízo com vinagre e sal,
Me pergunto se é de fato tão difícil ter um pinguinho, um resquício de consciência sabe?
Daquelas em que os nossos pequenos neurônios se esforçam para processar e criar ações e coordenar nossas funções motoras, deveria ser um ultraje esquecer do seu próprio modo inoperante, será que minhas vertebras se aliaram de forma errada ou jupiter transgrediu o espaço tempo lhe causando deveras sequelas das quais me abstiveram de coerência?
Talvez a sequela mais grave que eu tenho seja meus próprios pensamentos vulgares de emoções, impróprios de sanidade encarando a sagacidade desse maldito mundo voraz, cheio de lobos a espreita de uma cabeça fresca para causar discórdia e desventuras incalculáveis diante de tamanha miséria.
-La_taupe
0 notes
Text
Não foi o fim do mundo.
Aparentemente o mundo não se despedaçou em cima da minha cabeça como eu podia jurar que iria acontecer, qual é...
Não me culpe, quando nós apaixonamos ficamos meio "biruleibe" dazideia e era nitidamente assim que eu estava sabe? Meio biruleibeleibe, mas aparentemente meus parafusos voltaram a rodar para o lado "certo", creio que depois de uma boa lavagem tem sido assim que elas resolveram funcionar né?
As vezes não tenho certeza se me restam porcas, parafusos ou rolhas, apenas sinto que jogaram com tanta força no chão que acabei dando PTD (perda total de dados), mas já era de se esperar essa noite joguei de maneira suja, me sabotei tão bem que nem percebi.
Acho que faz parte do lamento, já que passa o tempo o tempo passa junto ao relento.
-La_taupe
0 notes
Text
Garrafa pós garrafa era como eu me encontrava
Sentada na mesa de um bar qualquer, afogando sabe lá Deus o que..
Sei que já não estava sobe posse das minhas falcudades mentais, como eu sei?
Estava tendo uma sessão de desabafo com um cachorro caramelo, que veio em busca de um petisco e agora estava pagando de "psicológo".
Devo admitir ele era uma ótimo ouvinte pois nessas 3 horas falando e falando ele não me disse uma só palavra, também era de se admirar se tivesse dito algo mas ao invés disso se levantou e se esticou todo.
Acredito que a nossa sessão tenha chegado ao fim, por falar nisso minha cerveja também.
-La_taupe
1 note
·
View note
Text
Duck ...
Eu diria: muito cuidado,pois vc tem nas mãos algo tão raro quanto ouro,e tão frágil quanto porcelana.
25.10.24 ♡
0 notes
Text
O que houve para termos que estaguinar nossas mentes cansadas em travesseiros dos quais afogamos nossos ossos cansados e corpo esvaidos de lucidez?
Creio que o destino tenha se colocado contra os nossos desejos e ambições nos fazendo querer conquistar mais e mais porém em cada fechar de olhos me sinto terna em poder descansar os meus pensamentos recorrentes de ser fadada ao mesmo questionamento cansativo que nos foi feita em toda nossa vida "você tem que ser alguém na vida", me questiono se apenas sermos nos mesmo não é suficiente para esse mundo caótico.
-La_taupe
1 note
·
View note
Text
Sunshine..?
Você chegou como um raio de sol,
Quente, reconfortante, na "médida certa",
Chega ser estranho o quão bem vamos indo, talvez não tenha dado tempo de algo ruim acontecer...
(Ainda)
Possa ser que não aconteça e de fato continuemos bem como estamos agora, talvez o ruim nunca venha e apenas as coisas boas venham nos cerca.
-DI
0 notes
Text
Perdendo o controle
É assim que venho me encontrando ao longo dos dias, na maioria deles eu me levanto, soco a parede o suficiente para ver o sangue vermelho cor de carmim se esvair entre meus dedos, para ter certeza que ainda estou viva e lúcida, pelo menos um pouco,
Consegui deslocar meu dedo do lugar hoje, mesmo depois de "estoura" os dedos, ainda me senti presa em um declínio e o desespero tomou conta, não senti dor, não conseguia ouvir nada ao meu redor ou ver qualquer coisa a minha frente, minha visão estava escura e distorcida mal conseguia me enxergar, num piscar de olhos consegui ouvi o barulho alto de "estalo", foi ai que consegui voltar e quando olhei tinha mais sangue do que o habitual.
Felizmente consegui me arrancar daquele lugar, consegui voltar mais um vez, porém não sei até quando vou conseguir continuar fazendo isso
Talvez não muito mais..
0 notes
Text
Adoecendo
Um pouco mais a cada dia,
Como uma frenezia perco um pouco mais os movimentos do meu corpo, as noites tem sido mais longas do que nunca,
Me levanto dia pós dia sem heresia, me submeto a tortura de cada um desses malditos dias, seguro meu peito com força torcendo para que a sensação de morrer não seja tão ruim quanto deveria,
O câncer esta me matando, que ironia.
0 notes
Text
Esse não é o fim
A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me dêem o nome
que vocês sempre me deram, (bolinha frufru, Nina,Bu, Batata, Horcrux)
falem comigo
como vocês sempre o fizeram.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Dancem, cantem, bebam, divirta-se por mim, sorriam, pensem em mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza, sem rancor, amarguras ou dor.
Lembre-se de mim pelo que sou/fui, alegre, doce, gentil, divertida, teimosa, barulhenta, reclamona, poética, melancólica, sorridente, falante como um papagaio.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio vermelho não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe, estou nos livros, nas mais belas e melancólicas poesias, estou em todas as cores, estou num dia ensolarado/chuvoso, estou nos belíssimos fins de tarde, estou nas boas memórias que fizemos juntos.
Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua linda e bela, e quanto a mim?
Bem esse não é o fim, voltaremos a nós ver em outras encarnações, outras vidas.
Mas agora eu preciso partir pois o meu ciclo nessa vida chegou ao fim.
0 notes
Text
Abismo
Sinto que venho me esgueirando desse abismo devasso e demasiadamente agradável com tamanha elegância que me questiono com quais artimanhas tenho usado para não sucumbir ao caos gritante do meu peito,
O Abismo vem seduzindo meu ser dia após dia, questionando-me o porquê insisto em permanecer, devo admitir a ideia de partir me enche de êxtase de tal forma que jamais qualquer outro o fará,
sinto-me hipnotizada por sentir o frio percorrer as minhas mãos e estaguinar em meu peito com o doce arroma de morte, meu sangue ferve por sentir esse prazer inigualável.
Devo ceder ao prazer eterno de jamais voltar a despertar?
Soa tentador de mais para não provar desse sabor...
-Dead Inside
0 notes
Text
Perdi aos poucos
O brilho que meus olhos emitiam aos poucos foram apagados,
O sonhos foram levados do meu ser quando descobri do que o ser humano é capaz de fazer,
De mim, arrancaram a ingenuidade de ser menina, de sonhar alto,
Arrancaram-me de mim o "eu" que jamais achei que iria morrer
Moldada por decepções, amarguras, solitude e um toque de ternura se encontra a nova "você", tocada pelo cruel destino, mais conhecida como vida,
D i s i p a d a, do meu ser foi assim que eu fiquei depois de me perder...
-Dead Inside
0 notes