#Resumo
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nephilimgaze · 1 month ago
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Jace Herondale
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Alec Lightwood
Os Instrumentos Mortais, 1: Cidade dos Ossos
Capítulos 3, 4 e 5.
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3. Caçador de Sombras
Clary e Simon entram no Java Jones, e a garota busca uma mesa para sentarem. Uma menina perto dela pergunta se Simon é namorado de Clary, se está solteiro, ou se é gay.
— Você não é gay, é? O tom verde de Simon se intensificou. — Se eu fosse, me vestiria melhor.
Em uma tentativa meio frustrada de se declarar para Clary, Simon faz alguém rir (disfarçadamente com uma tosse), e Clary percebe que era Jace. Apenas ela o via, novamente, e foi atrás dele quando o rapaz saiu do bar.
Fora do bar, Jace e Clary conversam sobre ele estar seguindo ela, mas ele nega.
— Você parece uma mundana como todos os outros, mas consegue me ver. É incompreensível. — O que é um mundano? — Alguém do mundo dos humanos. Alguém como você. — Mas você é humano — disse Clary. — Sou — disse ele. — Mas não sou como você.
Ela continua confusa, mas Jace começa a falar sobre o que ela pode ou não ser: uma caçadora de sombras. Mostra a marca em sua mão que o ajuda e que todos eles têm, mas ela não tem nada. Em seguida, ele diz que vai levá-la ao Instituto, porque Hodge, o tutor dele, quer falar com ela.
— Somos chamados de Caçadores de Sombras. Pelo menos é assim que nos autointitulamos. Os do mundo de baixo têm nomes menos apresentáveis para nós. — Os do mundo de baixo? — As Crianças Noturnas. Feiticeiros. Os condenados. O núcleo mágico dessa dimensão.
No meio do debate com Jace dizendo que talvez não queira ir, sua mãe liga e conversa com ela, dizendo que não deve voltar pra casa e que ele a encontrou. Quase surtando por não conseguir falar com a mãe de novo, Clary arranha Jace quando ele oferece ajuda, e corre para casa.
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4. Ravener
Ao chegar na casa, Madame Dorothea surpreende Clary antes que ela possa subir, falando que ela pedisse a Luke que ajeitasse várias coisas. Quando entrou na casa, viu que estava toda revirada, mas um barulho chama a atenção. Um monstro está na frente dela e começa a atacá-la, machucando-a. Consegue enfiar o Sensor que pegou de Jace na boca do monstro, e tenta fugir, mas algo acerta sua cabeça e a faz desmaiar.
Clary acorda desnorteada, vendo a polícia na rua enquanto está deitada no jardim da mãe, longe dos olhares das pessoas, e Jace cuida dela, dizendo que se feriu pouco, mas que precisa ir ao instituto, pois o veneno do Ravener estava nas veias dela.
Ele a segurou, como se estivesse acostumado a segurar garotas desmaiando, como se fizesse isso todos os dias. E talvez fosse esse o caso.
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5. Clave e Pacto
Apagada e no instituto, Clary dormiu por três dias.
Os sonhos a prendiam, um após o outro, um rio de imagens que a levavam como uma folha capturada em uma corrente. Ela viu a mãe deitada em uma cama de hospital, os olhos pareciam hematomas no rosto pálido. Viu Luke, no topo de uma pilha de ossos. Jace com asas saindo das costas, Isabelle sentada nua com o chicote enrolado em si própria como uma rede de anéis dourados, Simon com cruzes queimadas nas palmas das mãos. Anjos, caindo e queimando. Caindo do céu.
Quando acordou, Isabelle estava com ela. Clary continua perguntando sobre Jace.
— Ah, ele é grosso com todo mundo — disse Isabelle alegremente. — É o que o faz ser tão sexy. Isso e o fato de que já matou mais demônios do que qualquer um de sua idade.
Apesar disso, descobre que Jace não é irmão de Isabelle, como supôs, e que é órfão. Depois de se limpar e ir atrás de Isabelle, ela encontra Jace tocando piano. Trocam algumas palavras e depois ele leva Clary para a biblioteca, onde Hodge está.
Hodge é um professor de história que tem um corvo chamado Hugo em seu ombro, ele diz que Clary é uma leitora e apreciadora de livros apenas pelo olhar dela para a biblioteca. Conversam sobre como ela matou o demônio antes de Alec interromper, dizendo não acreditar na história dela, que sua mãe talvez fosse culpada de algo.
Jace revela que fez uma Marca nela e que sobreviveu, então ela não seria apenas mundana, mas sim uma Caçadora de Sombras como ele, Clary nega e diz que sua mãe a contaria se fosse, mas Jace interrompe dizendo que todos tem segredos.
Clary pede para usar o telefone e liga pra Luke, que a dispensa e diz que não é pai dela, e que ela não deve mais ligar. Hodge pede pros meninos saírem para poder falar com Clary em particular.
Hodge e Clary conversam sobre o ataque até ela citar Valentim. Hodge diz que ele era um Caçador de Sombras, mas que morreu há 16 anos, e essa seria uma péssima hora para o nome ressurgir por causa dos acordos entre a Clave e o Submundo. Ele fala como Valentim era um tirano e que queria matar todos que eram meio demônio, matando também alguns Caçadores de Sombras em seu caminho, e era líder do Ciclo, grupo com Caçadores que tinha a mesma visão que ele. Morreu queimando o Cálice que criava novos Caçadores, se queimando, sua mulher e seu filho.
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pietromaciel8ch · 8 months ago
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Sexta-feira, 6 de dezembro de 2024.
Hoje, um ciclo se encerra. Contudo, há algo de distinto neste fim. Pela primeira vez, posso afirmar que concluí o ano sendo eu mesmo, e não uma versão adulterada de mim, subjugada ao desejo incessante de validação externa.
É angustiante perceber que este ano, e muito provavelmente alguns de seus ciclos, se extinguirão tão prematuramente. Tenho plena consciência de que se passaram doze meses, e de que houve intervalos em que estivemos fisicamente distantes, breves separações, mas, ainda assim, este ano, de alguma maneira, se desenrolou como um sonho. Muitas coisas floresceram, enquanto outras desabaram de maneira irreparável. Foi um turbilhão de emoções, entre a melancolia e a euforia, a ansiedade e o tédio, a incerteza e a inquestionável clareza.
Assim, iniciaremos, então, o resumo de 2024.
Bem-vindo(a) à crônica de um ano caótico, confuso, melancólico, mas, por fim, prazeroso.
Para iniciar minha jornada — meu primeiro ato, se assim preferir — gostaria de recordar que este foi o meu ano inaugural no Ensino Médio.
Aqui, tudo se apresentou de forma distinta. Distinta de um modo que não consigo adequadamente articular, pois o tempo, como sempre, nos impõe desafios e provocações incessantes. Contudo, desta vez, parecia agir a meu favor, ou, ao menos, de maneira neutra. As coisas começaram de forma silenciosa e tranquila, o que, de alguma maneira, me trouxe certa satisfação. Para atestar isso, este ano, contrariamente ao que eu jurara, acabei me desfazendo de algumas amizades.
Contarei a seguir. Se, porventura, não tiver interesse em acompanhar, não o faça; provavelmente, não trará relevância alguma para o que virá.
Fiz algumas amizades no final do segundo semestre de 2023. Já vinha observando aqueles colegas há algum tempo, especialmente após minhas tentativas anteriores, que resultaram em fracassos absolutos e trouxeram consigo um revés colossal em meu caminho. Apostei que, por serem do grupo da frente, seriam, quem sabe, pessoas simpáticas, gentis, e que talvez fosse o momento de deixar de lado o isolamento e a solidão, aguardando que alguém, por acaso, tomasse a iniciativa de interagir, já que minha timidez impedia-me de ser o primeiro a dar o passo.
E, então, eu caí. E de forma humilhante, por sinal.
Nos primeiros meses, tudo parecia normal. Tudo estava bem.
No entanto, com o tempo, começaram as piadas homofóbicas, de caráter nazista e até de cunho religioso. Eu disfarçava, fazia de conta que aquilo não me afetava, que eu não fazia parte de um dos grupos que eram vítimas daqueles ataques tão abjetos e vis.
No entanto, aquilo começou a corroer minha alma, uma dor silenciosa, porque eu não sabia como escapar daquela situação. A solução, que encontrei, foi me afastar aos poucos, dando sinais sutis de que aquela convivência estava me esgotando.
Quando as aulas recomeçaram, em 2024, ao pisar novamente na sala, senti como se tivesse renovado minha alma. Como se a tivesse purificado completamente. Algo dentro de mim sussurrava que aquele ano seria distinto.
Fim do trecho
De fato, as coisas tomaram rumos diferentes! Entrei para o Grêmio Estudantil após um imprevisto envolvendo a gestão, que ocorreu em abril, e no mesmo mês, eu e um professor de Redação e Leitura — Johnny, que, aparentemente, também é ou foi diretor de teatro — começamos a trabalhar na produção de Chaves – Um Tributo Musical.
Foi também em abril que uma pessoa, que até então só habitava meus devaneios, chegou à minha sala. Não por sua aparência, mas pela sua gentileza quase sobrenatural, seu jeito peculiarmente engraçado de ser... Por razões óbvias, não revelarei o nome dessa pessoa. Mas, confesso, me encantei instantaneamente — afeiçoei-me a ela no primeiro olhar.
Os membros do Grêmio perceberam, e acabei cedendo à tentação de compartilhar com eles. Estava exausto de guardar para mim os meus sentimentos, e, como já os conhecia há algum tempo, senti-me seguro o suficiente. No entanto, como é de praxe, nada permanece em segredo por muito tempo.
O destino, como sempre, tem seu modo peculiar de nos colocar em situações desconfortáveis, colocando-nos na linha de fogo para nos constranger. E quem ele escolheu para ser o alvo dessa vez? Adivinha.
Uma pessoa do Grêmio, Helena, tentou, de maneira quase impetuosa, aproximar-nos, apesar dos meus esforços em contrário. No entanto, acabei por escrever um texto-poema dedicado a essa pessoa, o qual Helena, sem hesitar, enviou a ela.
E, como se o destino se divertisse às minhas custas, a garota revelou, sem cerimônia, quem era o admirador secreto:
Pietro Maciel Rodrigues.
Imediatamente, um pânico indescritível tomou conta de mim. Quem, em sã consciência, gostaria de ter suas intimidades expostas de forma tão crua e abrupta? No dia seguinte, mal conseguia encarar qualquer olhar. Fui para a escola exausto, com a mente tomada pela ansiedade.
E a pessoa? Ela ficaria irritada? Talvez me ignorasse completamente? As pessoas começariam a especular? Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, meu segredo seria desvendado, e o temido "plantão de fofocas" do Margarida, como sempre, estaria pronto para anunciar a mais nova informação sobre o filho infame da professora de inglês. Um "caso" que, na realidade, nem sequer existia, mas que certamente ganharia proporções monstruosas nos dias vindouros.
Paranoia.
Fui, sem dúvida, paranoico. As lágrimas que escorriam na noite anterior haviam sido em vão. Ufa!
A pessoa optou por ignorar o assunto, e eu também. Após alguns meses, mesmo sem termos chegado a um consenso sobre praticamente nada, nem sequer trocado palavras significativas (pois, quando tentamos, gaguejei), conseguimos finalmente conversar de maneira natural. Sinto que, de certa forma, iniciamos uma amizade. E, embora eu acredite que jamais nos engajaremos em algo além disso, estamos tão próximos quanto Janeiro e Dezembro — mas, paradoxalmente, tão distantes quanto esses mesmos meses. Hoje, não a vejo mais sob a ótica apaixonada…
Talvez, no fundo, ainda guarde algum sentimento por essa pessoa.
Porém, neste momento, somos amigos, e ao que tudo indica, apenas isso.
E, sinceramente, sinto-me feliz assim; penso que não seria capaz de fazer essa pessoa tão feliz quanto ela merece. Tenho as minhas questões, como qualquer ser humano, e ela, as dela. Durante esse processo (que, confesso, foi doloroso) de tentar… ignorar esse tema, contei com o apoio de um ombro amigo: uma amiga fiel. Ana Júlia — que, aliás, também fazia parte do Grêmio Estudantil — e Ana Luiza, ambas da minha sala. Se por acaso alguma delas estiver lendo, meu mais sincero agradecimento. 💛
Sou daquelas pessoas que jamais falta a compromissos, exceto por um motivo plausível, como uma consulta médica ou, como fiz este ano, para realizar meus testes de diagnóstico de autismo, adentrando as partes mais profundas e inexploradas do meu cérebro: minha própria consciência. Se há algo que verdadeiramente me irrita, é quando me tratam como uma pessoa inválida, uma inútil, algo desprezível e descartável.
E é de você, senhora Lívia, que falo. Sim, você provavelmente não está lendo estas palavras, mas cansei de segurar esse rancor que há meses me consome; corroeu minha mente e fez com que, repetidamente, eu duvidasse das minhas próprias capacidades, da minha capacidade de honrar meus compromissos.
Foi como um soco no estômago. Como um tiro disparado pela própria culatra; como a traição mais amarga.
Hoje, enquanto saíamos da escola, conversava com minha amiga Yasmin e com outra com quem ainda não tivera longas conversas, Bruna, sobre como eu havia forjado uma espécie de respeito por ela.
Criei, de fato, um laço com ela, afinal, éramos colegas de Grêmio Estudantil. Necessitávamos dessa cumplicidade, dessa união, para que as coisas funcionassem tanto dentro quanto fora do Grêmio. Como os políticos, mantínhamos as boas impressões. Se eram genuínas ou não, pouco importava.
Contudo, ela me desrespeitou, falando daquela pessoa pela qual eu… nutria… um interesse, e, pelo que me relataram, ela foi além. Foi pesado. Em uma única ocasião, precisei me ausentar, pois a reunião aconteceria às 17h. Como minha casa não era próxima à escola, não pude comparecer.
Nessa reunião, estavam meus amigos e aquela figura nefasta e dúbia.
O que me contaram, duas semanas depois, foi que, ao final ou no início da programação daquela reunião — e, sinceramente, acredito que não tenha sido propriamente programada, mas uma tentativa de colocar algumas coisas em ordem —, ela abriu a boca e disparou: "E o Pietro, hein?" E logo depois, espalhou que eu era o "filhinho de mamãe" — por não ter comparecido à reunião, uma vez que minha mãe não autorizou minha presença, afinal, essa é uma função dela como mãe.
Disse também que eu era um "filho da puta", que só falava sobre aquela tal pessoa, e falou enormemente mal de mim e dela… E tudo isso, por pura hipocrisia! Durante toda a reunião, a "polaca", como eu a chamo, não parou de falar sobre seu "amorzinho"! Sendo bem sincero, se eu fosse escroto o suficiente, falaria, sim, sobre aquela pessoa. Ela é incrível, é sensacional, é foda! Bem diferente de certos tipos…
Não me contaram antes, pois temiam o impacto que isso poderia ter sobre mim. No primeiro momento, não fiquei abalado. Contudo, após refletir sobre como ela se referiu àquela pessoa... sobre as palavras que usou, isso me deixou profundamente perturbado. Não importava para mim o "Pietro", isso jamais me afetaria.
O que realmente me incomodou foi a possibilidade de que aquilo pudesse, de algum modo, chegar aos ouvidos dela. Eu desejava, por um momento, agir impulsivamente, como Chaves frequentemente faz com o Quico; dar-lhe alguns sopapos.
Mas então, parei e refleti sobre o quão errado seria. Eu detesto qualquer forma de violência, tanto física quanto verbal. Agir assim só me reduziria ao nível dela.
Eu me tornaria um animal rasteiro, a escória da existência. Não sou assim. De forma alguma. Jamais tomaria tal atitude.
Algum tempo depois, eu me senti terrivelmente mal. Uma angústia profunda tomava conta de mim, e eu não conseguia entender o motivo de me sentir assim.
Uma coisa, no entanto, eu sei com certeza: só eu sou capaz de reconhecer as cicatrizes invisíveis que isso deixou em mim. Somente eu conheço a minha essência.
Ninguém, jamais, poderá negar quem eu sou. Sou o único senhor da minha verdade, e é isso que, ao fim e ao cabo, realmente importa.
Não me considero a melhor das pessoas, mas para aqueles que desejam fazer parte da minha vida, busco ser a minha melhor versão, não apenas para cooperar com a sociedade — que não deve ser fácil conviver comigo —, mas também para mim mesmo.
Se há algo que todos merecem, independentemente de quem sejam ou de qual seja o seu ofício, é o respeito e a dignidade de viver em sociedade. Ninguém deve julgar-nos sem antes calçar nossos sapatos, caminhar pelos mesmos caminhos que percorremos, correr pelas mesmas distâncias que corremos, chorar onde choramos ou cair onde caímos. E, se alguém se dispuser a isso, que se levante onde caímos, se for realmente tão capaz quanto afirma ser.
Quando voltei das férias, me aproximei de duas pessoas extraordinárias da minha sala: Camila e Yasmin. Criamos uma amizade instantânea, algo genuíno e reconfortante. Neste ano, conversamos sobre tantas coisas, e, em meio ao turbilhão que foi a minha vida entre fevereiro e junho, essa amizade me trouxe uma calma que eu não sabia que precisava. Como mencionei, esses meses foram um caos em muitos aspectos, mas ter encontrado um novo espaço, um lugar de acolhimento, ao lado delas e de outras pessoas com quem também construí laços, foi maravilhoso. Eu me senti “eu” novamente. Ali, com elas, eu tinha liberdade para falar, para me expressar, para dizer como me sentia, sem o medo de ser duramente julgado simplesmente por ser quem eu sou.
Depois de conhecê-las mais a fundo, percebi que buscar validação externa foi, e continua sendo, uma das minhas piores escolhas.
A notícia ruim chegou apenas alguns dias depois.
O vice-diretor, que parecia ser um bom amigo daquela garota, a Lívia, apareceu perguntando se o nome dela constava na chamada. Coincidência ou não, no mesmo dia em que ela pediu para trocar de sala por problemas com alguns colegas, acabou vindo parar na minha. A justificativa dela foi que conhecia algumas pessoas ali. Mas, claro, não mencionou que me conhecia. Foi uma situação desconfortável. Ela foi afastada do Grêmio, pois a relação dela com a maioria dos membros era conturbada. E, sinceramente, naquele momento, nem eu me sentia à vontade com a presença dela por perto. Hoje, sigo da mesma forma. Acho que vou manter esse distanciamento, por uma questão de bem-estar emocional.
O mais curioso foi perceber como alguns professores, que antes pareciam ser indiferentes, pareciam ter mais apreço por ela. Fui notando algumas mudanças no tratamento. Não procurei entender o motivo por trás disso. No fundo, percebi que ninguém tem culpa do que aconteceu. Não posso, de forma alguma, impedir que as pessoas escolham com quem interagir. Cada um tem sua própria forma de lidar com as situações.
Enfim, vamos deixar esse assunto para trás. Já me peguei emocionado algumas vezes ao escrever sobre isso.
Este ano, aliás, eu tinha acabado de concluir as aulas de violão, mas precisei interrompê-las antes do previsto. A escola, com toda a sua demanda, ocupou boa parte do meu tempo. O ensino médio, como muitos avisaram, não é nada fácil.
No dia 7 de outubro, fiz 16 anos. Foi um dia que, sinceramente, prefiro esquecer. O melhor mesmo aconteceu no dia seguinte. Juntei-me aos meus amigos, e celebramos meu aniversário. (Ainda fico um pouco chateado por ter sido enganado com o salgado, o estabelecimento nunca me entregou o que prometeram, e eu fiquei com uma caixa inteira a dever…)
A pior notícia que eu tive de dar foi sobre o encerramento da produção do meu musical. Foram meses de trabalho que acabaram sendo descartados. Fiquei, claro, bastante frustrado. Eu estava escrevendo e dirigindo — artisticamente — aquele espetáculo. Organizei uma reunião, onde eu mantive o controle da situação. Comecei o processo, mas tive que encerrá-lo. Não havia alternativa. O elenco era insuficiente, poucos se importaram com o roteiro, e o espetáculo não teria qualidade. Com tantos cortes, o que era para ser uma hora de show, seria reduzido a no máximo dez minutos. Não vi outra saída. Conversei com a Gaby, filha do professor Johnny, uma amiga muito querida, sobre essa ideia, e ela me disse que também estava pensando da mesma forma. E assim, decidimos encerrar as atividades este ano.
Cheguei até a cogitar reviver o espetáculo no próximo ano, mas... não sei se o pessoal da escola estaria tão engajado quanto antes.
Na reta final, todos nós corremos contra o tempo com as plataformas, as provas e tudo o que é necessário para fechar o ano. Eu me senti extremamente ansioso.
As salas estavam sendo alertadas sobre os riscos de reprovação. Eu, no entanto, estava confiante. Minhas notas nunca foram baixas. Sempre me dediquei para que tudo estivesse pronto, até nos menores detalhes. Mas, como nem todos os professores são justos, às vezes a sensação era de que não era o suficiente.
Já senti vontade de gritar com alguns, sabe? Eu sei que é errado. Não me julgue.
Parece que eles percebem seu esforço, olham para seu caderno, suas atividades, mas depois parece que tudo desaparece das suas mentes, como um fantasma. Eu não me importo em ter que mostrar de novo. Se for necessário, eu mostro.
Mas, sei lá, às vezes é frustrante tirar nota por algo tão fútil. Pode ser coisa da minha cabeça, mas não tenho tanta certeza.
Este ano, eu tive a oportunidade de visitar a Expo Chaves. Foi como estar em um daqueles sonhos que nos transportam para um lugar familiar e acolhedor. Chaves é mais do que uma série para mim; é minha paixão, o refúgio especial no meu cérebro, o lugar para escapar dos problemas do dia a dia. Aquela vizinhança e seus moradores, com suas falhas e virtudes, me parecem tão humanos.
Eles não são exagerados ou caricaturais; são, na verdade, muito reais. Chespirito os escreveu com uma precisão admirável.
Alguns veem a série como uma comédia pastelona que romantiza a pobreza, mas eu não a vejo dessa maneira. Chaves, de fato, nos ensina muito mais do que apenas risos. Ele nos ensina a refletir, a pensar sobre as realidades que muitas vezes preferimos ignorar.
Quantas crianças, todos os dias, vivem situações semelhantes às do Chaves? Crianças sem lar, que se refugiam onde podem, muitas vezes caindo nas armadilhas da vida, como a droga, a violência e a solidão.
Estar lá, nos cenários que deram vida a tantas histórias impossíveis e com um fundo de humanidade inusitado, foi uma experiência única. Aquele lugar, onde a crueldade parece desaparecer e onde tudo se transforma em um conto de fadas, foi um bálsamo.
Chaves, o garoto que sonha, que imagina e que vê a vida como uma dádiva, continua me ensinando que, por mais difíceis que sejam as circunstâncias, sempre há espaço para um pouco de luz e esperança.
Eu olho para as palavras que escrevo e reflito sobre tudo o que vivi este ano. Me apaixonei. Me decepcionei. Me apeguei, me desapeguei. Sonhei, criei, e, às vezes, desfiz tudo.
Este ano foi um grande aprendizado. Como as marés, ele me trouxe e me levou coisas. Algumas, para o bem; outras, foram arrancadas de mim, mas, de certa forma, necessárias.
Acho que, no fundo, me tornei mais humano. Em meio a altos e baixos, estou grato pelos ciclos que consegui fechar, pelas pessoas que conheci e pelas experiências que vivi. No entanto, há tristeza também. O fim de mais um ano me deixa com essa sensação de despedida. Não vou mais ver muitas dessas pessoas, e, embora algumas continuem por perto, não há garantias de que o contato será mantido. Esse pensamento me assusta e, sem querer, me pego com os olhos marejados.
Estive refletindo sobre algo que li recentemente: às vezes, perdemos pessoas e coisas porque a vida vai substituindo essas perdas, trazendo novas oportunidades e conexões. Foi isso que aconteceu comigo. Ela fez isso, repôs com tanta gente maravilhosa. Conheci pessoas incríveis, fiz amizades que me trouxeram consolo e compreensão.
É curioso como nossa existência é fugaz. Muitas vezes, não conseguimos valorizar as pessoas e os momentos que cruzam o nosso caminho, e isso é o que realmente me entristece. Por que as coisas são finitas? Talvez o fato de serem limitadas, de terem um fim, seja o que as torna valiosas. Se fossem infinitas, talvez perdessem o significado. Talvez, para que possamos apreciá-las de verdade, elas precisem ter um tempo determinado — o mesmo tempo que temos aqui, neste breve momento que chamamos de vida.
Eu me sinto como naquele episódio em que o pessoal da vila do Chaves vai para Acapulco. No final da trilogia, Chaves canta ‘Buenas Noches Vecindad’, enquanto observa de longe a fogueira onde seus vizinhos estão reunidos. Talvez seja exagero dizer que me sinto assim, mas não, não acho que seja fanatismo.
Vejo todas as pessoas que conheci nesse cenário, ao redor da fogueira. Muitas delas partiram tão rapidamente, e é uma pena. A vida tem essa maneira de afastar a gente, de fazer com que algumas pessoas saiam do nosso caminho antes que possamos realmente nos despedir delas. Mas, no fundo, é um reflexo da nossa própria fragilidade, não? O tempo e as circunstâncias, como a vida e a vila, mudam. E o que fica é a saudade, assim como as lembranças do que construímos juntos.
Este ano, tive a oportunidade de desabafar e refletir com algumas pessoas, em especial com a Solange e a Letícia. Nossas conversas, apesar de breves, foram tão profundas e interessantes. Falamos sobre como o tempo passou rápido, e, mal vi, já estamos em dezembro. Conversamos sobre nossas vidas, nossos problemas... e percebi o quanto certos momentos se tornaram significativos.
Foi doloroso, em certo sentido, dizer “até um dia” para algumas dessas pessoas. "Até um dia" parece tão vazio, como se a despedida nunca fosse definitiva, mas ao mesmo tempo, como se algo se perdesse no meio do caminho. É triste pensar que talvez não vá ver algumas delas de novo, mas a vida é assim, nada é eterno.
Foi curioso perceber como, neste ano, criei tantos laços. E, ao mesmo tempo, isso me trouxe um sentimento de gratidão por ter sido capaz de me comunicar e me conectar de maneira mais aberta com as pessoas. Acredito que, sim, verei muitas delas novamente, e algumas se tornarão lembranças preciosas que levarei comigo.
Esse ano foi diferente, e eu realmente gostei dele. Foi tão bom que senti a necessidade de resumi-lo assim, de refletir sobre tudo o que vivi. Algo que nunca fiz antes, mas que agora faz total sentido.
E, para finalizar, com chave de ouro...
Obrigado por tudo. Aos meus amigos… Eu não tenho mais palavras — e muito menos água nos olhos — para expressar o quanto sou grato, e sempre serei, por tudo o que vivi ao lado de vocês.
Amém, com acento ou sem.
~ Pietro
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luqalbuq · 9 months ago
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Cena do videoclipe Resumo.
Scene from Resumo's music video.
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sohgabi · 10 months ago
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Esse livro é vendido pelo mercado livre, tive acesso a ele por um projeto social de livros andantes da cidade de Amparo. Preciso dizer que as folhas são grossas daquele tipo que facilita para virar a página, as letras tem um tamanho ideal para não forçar a visão durante a leitura. Agora sobre o conteúdo, Sérgio montou uma narrativa sensacional sobre a sua história com AME, sem sensacionalismo e as vezes pegando bem leve com situações de preconceito e despreparo (ao meu ver), ele deixa um recado não apenas para sua filha, mas para todos que leem, que se emocionam junto, que passam a ter uma noção rica da visão da pessoa com deficiência. Eu estou apaixonada, pelo carinho em cada página, pelas lições aprendidas, recomendo muito a leitura para todos!
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rainhaladebaixo · 2 years ago
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Alto, quem vem lá? Oh, é ALEXANDRA VERSACE LANCASTER, a RAINHA CONSORTE de AUSTRÁLIA de 41 anos, como é bom recebê-lu! Está gostando da França? Tenho certeza que será muitíssimo bem tratada por nós aqui, sendo tão INTELIGENTE E ELOQUENTE. Só não deixe transparecer ser SARCÁSTIQUE E MANIPULADORE que sua estadia será excelente. Por favor, por aqui, estão todos lhe esperando!
— Básico
NOME: Alexandra Versace Lancaster
ORIENTAÇÃO SEXUAL: Pansexual
GÊNERO: Não-Binário (apesar de não ser de amplo conhecimento)
PRONOMES: Elu/Ela (todos os dois estão ótimos)
ALINHAMENTO: True Neutral
ANIVERSÁRIO: 06 de Junho
SIGNO: Gêmeos com ascendente em Peixes
DEFEITOS: Ambiciose, Reclamone, Imprevisível, Manipuladore, Sarcastique
QUALIDADES: Inteligente, Eloquente, Acolhedore, Empatique, Generose
TATTOOS: TBA
CICATRIZES: Algumas nos ombros e costelas que elu prefere não falar sobre.
OCUPAÇÃO: Rainha consorte da Austrália e chefe de relações exteriores da Austrália
—  Inspirações
Katryn Merteuil (Cruel Intentions), Quinn Fabray (Glee), Catra/Felina (She-Ra), Double Trouble (She-Ra), John McClane (Duro de Matar), John Bender (The Breakfast Club), Jane Foster (Thor: Love and Thunder), Elizabeth Webber (Ordem Paranormal: O Segredo na Floresta), Celestine (Ordem Paranormal: Calamidade), Salem Saberhagen (Sabrina: Teenage Witch), Victoria Davis (OTH), Lady Diana Spencer, Catarina, a grande.
—  Personalidade
Quem é a Rainha Alexandra? É uma pergunta que a resposta iria variar dependendo de quem é indagado, mas mesmo assim, todas as respostas seriam verdadeiras em algum grau. Alexandra é polide, educade, faz o que se espera de uma rainha, apesar de vir de uma família estravagante e conhecida desde os séculos pelo luxo e a ostentação. Elu se adapta de acordo com a leitura que tem do interlocutor e evita entrar em assuntos muito comprometedores em público. Seu traquejo politico acabou u transformando no rosto da monarquia australiana. Elu guarda muitos segredos, incluindo os seus próprios, que usa como moeda de troca para costurar acordos com outros reinos, se valendo da bonança econômica da Austrália nos últimos anos e de suas popularidade com o povo australiano. Alexandra é do tipo que sempre encontra alguma forma de controlar a situação, e tenta tirar algum benefício. Entretanto, toda esse controle emocional voa pela janela por um belo par de olhos ou um belo par de seios ou um belo par de coxas... ai elu é capaz de assinar a própria ordem de execução sem nem perceber o que aconteceu, porque Alex é emocionade demais com a beleza feminina.
—  Resumo
Tw: menção de violência domestica; menção de assassinato
Alexandra Versace Lancaster é a rainha consorte da Austrália, esposa do rei Leon II da Austrália e atual chefe das relações exteriores do país.
É não-binario. Em público, performa feminilidade, porque é o que se espera de uma rainha, mas odeia com o fogo de mil sóis pela quantidade de limitações que isso impõe na sua vida
Quem deveria ter casado com Leon era sua irmã mais velha, mas ela fugiu com um cavalariço da propriedade dos pais. Como o duque de Melbourne, apesar de jovem, já tinha fama de violento e seu pai, Giancarlo Versace, o estilista da realeza, também queria ter um membro da familia na monarquia, ele tratou de colocar Alex pra assumir o posto da irmã
O casamento aconteceu quando Alexandra tinha 20 anos e foi ódio à primeira vista. Na frente das câmeras, eles eram a cara da nova monarquia Australiana, sendo tão populares quanto os York, mas com portas fechadas era um UFC diário por conta do personalidade sádica de Leon. O jeito de Alexandra punir o marido era enchendo a cabeça dele de chifre.
Quando tinham 12 anos de casados, tudo mudou. Os York, o ramo principal da família real australiana acabou sendo morto de uma maneira trágica, deixando Leon com o único postulante ao trono. Ele foi coroado em questão de dias e Alexandra se tornou rainha consorte.
Entretanto, dias depois a coroação, Leon sofreu um "acidente" em casa e acabou em coma. Como solução, Alexadra sugeriu que inventassem a hiatória de que ele optara por se tornar recluso para se focar melhor nos seus deveres reais, enquanto na realidade, quem governaria a Austrália seria ela. Todo mundo topou no desespero, com medo dos rebeldes e também por acharem que elu seria fácil de manipular.
A gravidez e depois o nascimento da filha fizeram com que Alex levasse a sério os deveres reais, transformando a imagem do marido na de um rei responsável, que tomava conta de seu povo. O que reduziu a influência dos rebeldes no reino, apesar de umas pequenas tentivas de rebelião aqui e ali, sempre suprimidas pelo exército
Alexandra resolveu ir para a Seleção em busca de apoio político e militar para se manter no trono australiano, além de tirar sua filha de perto da influência da avô paterna. O quadro de saúde de Leon se agravou e há uma movimentação por parte dos Lancaster para que, quando Leon morrer, Alexandra ser expulse do reino e sua fílha Lívia, hoje com 7 anos, seja coroada, com q avó paterna como regente até que a garota atinja a maioridade. Seu plano temporário é usar a Seleção para se aproximar da princesa, já que era bastante próxima do rei, e manter as relações com o reino dentro de seu circulo interno.
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desafiolivrospelomundo · 1 year ago
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Afeganistão: Rumi - Além das ideias de certo e errado 
Resenha nº 55: Além das ideias de certo e errado – Rumi  Olá! A resenha de hoje é sobre Além das ideias de certo e errado, escrito pelo afegão Jalal ud-Din Rumi. O livro é uma coletânea de poemas selecionados e traduzidos do inglês por Rafael Arrais.  Eu decidi ler a poesia de Rumi depois de Pequena Casa de Chá em Cabul, que falava muito sobre o cotidiano de lá pela visão de pessoas comuns.…
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maludico · 2 years ago
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Hi no Tori: Eden no Sora (PHOENIX: EDEN17)
Trata-se de um filme que transmite muitas informações e também muitas lacunas, obviamente as lacunas não são furos de enredo, elas estão ali para o espectador preenchê-las usando as informações que o filme apresenta, principalmente referências.
No começo de todos os EPs temos a aparição da Fênix da lenda abordada na sinopse, segue:
“Desde tempos imemoriais até a era da colonização espacial, há uma lenda que permaneceu inalterada em todos os livros de história - o conto do pássaro imortal Fênix. Um ser cujo sangue concede vida eterna ou sabedoria, a figura radiante garante a continuação da vida senciente no universo enquanto supervisiona as civilizações humanas e seu desenvolvimento.
No entanto, a humanidade permanece escrava de seus hábitos; da felicidade e da tristeza à ira e ao amor, uma miríade de emoções continua a fazer parte integrante da vida humana. Simultaneamente, uma e outra vez, certas crenças e agendas persistem ao longo dos séculos para perturbar o frágil equilíbrio da natureza e dos princípios predeterminados do mundo. Parece que o destino e suas variáveis ​​dinâmicas podem se manifestar de várias maneiras - e muitas vezes exibem um senso de humor bizarro…”
Sendo assim, o espectador já sabe da veracidade da existência daquela entidade naquele universo e que ela observa os seres humanos e garante que eles não desapareçam completamente, mesmo que eles próprios insistam, consciente ou inconscientemente, na sua destruição. A sinopse também cita o senso de humor bizarro do destino, ou do acaso, e das escolhas da humanidade.
No “EP 1 - Cain” fica evidente logo pelo título onde se deve buscar o complemento de informação: no bíblico; no Gênesis. Então tudo se torna uma paródia de Adão e Eva.
Romi e George (Adão e Eva) chegam ao planeta Éden, onde eles mesmos brincam: “- Vamos tirar nossos trajes, esse é o nosso Jardim do Éden”; mesmo apresentando nada de paraíso. Eles também têm um robô chamado Shiva. E ainda nomeiam o próprio filho de Cain. O mito religioso permeia todo esse primeiro EP do início ao fim, o Cristão, o Hindu e com o aparecimento da entidade cósmica, a Fênix, para o Cain no final. Como Romi e George se uniram é explicado ao longo do filme por perspectivas diferentes, os terráqueos dizem que ela foi sequestrada por um cientista, enquanto Romi diz que fugiu da Terra com o seu amado.
A ideia da paródia é reforçada ainda mais quando Cain desativa, estraga, ou melhor, mata Shiva (seu irmão de criação) com pancadas e, após isso, entre lamúrias, se queixa de não conseguir cultivar mais nada: “Quando você cultivar a terra, esta não lhe dará mais da sua força. Você será um fugitivo errante pelo mundo”; o Senhor disse a Caim depois de ele matar Abel.
Quando Romi decide hibernar por 13 anos é com o propósito de se conservar jovem para poder procriar com Cain e povoar o Éden, ela delibera sobre incesto. Mais uma vez o Destino, ou a Divina Providencia (vá lá saber…), interfere e o contador da hibernação pula de 13 para 1300 anos pelo advento de um breve terremoto, evitando assim o futuro incesto. Digo “mais uma vez” porque essa não foi a primeira intervenção, lembram da morte de George, também se deu por culpa de um terremoto e, de novo, pelo Destino ou Divina Providência, para evitar o primeiro fratricídio da história: Caim matando Abel. Com George morto Romi não poderia dar à luz um Abel.
Na Bíblia existe um “mistério” quanto à esposa de Caim, não fica bem definido e especificado quem ela é ou como surgiu e assim também é no filme. A esposa que surge para Cain é um ser amorfo, vindo do céu numa nave de rocha e pela intervenção da Fênix. Na Bíblia, se não der voltas e voltas para explicar esse mistério, chega-se a acreditar que Caim teve filhos com a própria mãe, Eva. Então, no filme, a esposa que chega para Cain é um Moopy, um metamorfo empata que pode procriar com qualquer outra criatura no universo e que quando o encontra, ironicamente, assume a forma de sua mãe, porque ele desejava isso (os Moopies podem se transformar naquilo que os humanos mais desejam). Outro ponto interessante é que ela aparece justamente no momento que Cain ponderava um suicídio, acontece que lemos no Velho Testamento que Caim após matar seu Irmão, Abel, foi amaldiçoado pelo Senhor para não morrer, que nele colocou uma marca para ser reconhecido onde quer que fosse e quem o ferisse sofreria uma maldição sete vezes pior. No filme, Cain é impedido de se matar pelo advento de chegada do Moopy, pela intervenção da Fênix. (Uma curiosidade: no mangá mãe e filho têm filhos juntos, mas só nascem homens, então ela se congela)
Essa primeira parte troça da inevitável repetitividade de a humanidade errar, de ser imperfeita. Como se dissesse: mesmo com drásticos adventos inexplicáveis mudando o rumo da criação, a história da humanidade encontra um caminho de se repetir, o homem está fadado à falha.
Dos EPs 2, 3 e 4 em diante, Moopy, Astronaut e Romi, respectivamente, abre-se uma possibilidade de interpretação maior ainda do que no EP 1, portanto, nada do que é dito aqui é imutável ou peremptório, mas sim uma interpretação com base no que a narrativa propõe. Daqui em diante são apresentadas novas personagens.
O primeiro apresentado é o Com, é um mestiço de Moopy (EP 2) com humano, descendente de Cain. Esses mestiços não têm olhos nem orelhas e, como explica a Moopy primordial, são diferentes de Romi, que enxerga com os olhos e ouve com os ouvidos. Aqui podemos pensar na utopia de uma sociedade ideal, a sociedade da verdade, com uma consciência coletiva onde não existem mentiras e são dispensáveis olhos e ouvidos, visto que a relação entre os Moopies é de telepatia. E, de fato, Éden nos é retratado como uma cidade pura, áurea e pacata.
Com e Romi criam um vínculo muito forte: Romi porque vê nele um Cain; Com porque vê nela uma promessa de há muito não cumprida, como se herdasse os desejos de Cain (também na Bíblia não há registros quanto à morte de Caim, inclusive existem teorias de que ele continuaria vivo). Esse contato do Com com a Romi aflora o que há de humano nele (ele mesmo menciona, quando se aproxima de Romi: - Meu sentido está falhando… meu sentido pifou) e ele desenvolve a curiosidade e a dissimulação; ele quer conhecer a Terra. Há até um diálogo entre ele e outro Moopy que confirma isso, quando um amigo dele diz que Com não quer ajudar a Romi, quer é conhecer a Terra, e um meio para esse fim é ajudando a Romi, Com se enfurece. O momento que eles saem de Éden é o momento que eles a condenam à destruição (bem como quando Adão e Eva são expulsos para sempre do Paraíso), porque, como bem vimos, se eles não tivessem conhecido Zudarban, aquele alienígena com uma oitava parte humana – a parte mais repulsiva – Éden não teria sido destruída e os dois ainda teriam para onde voltar. E esse encontro só acontece por causa de uma série de causalidades ocorridas logo após eles terem saído de Éden.
Uma delas é conhecerem o astronauta (EP 3) terráqueo Makimura. Esse cara, diferente de Romi (talvez por ela ser velha e/ou ter vivido 40 anos em Éden com os Moopy ela seja assim tão ponderada), é tipicamente humano, ele expressa todas as emoções e vícios humanos possíveis durante a aparição dele no filme, desde fúria, volúpia, mentira e traição à gentileza, humildade, empatia e amor. O Makimura representa muito bem essa condição emotiva e sentimental caótica de se ser e sentir como humano, ele come, bebe, ama, sente desejo, pensa em imortalidade, mas nega a fantasia e o incrível, ele é um caos emocional, ele é contradição atrás de contradição até a sua última aparição em tela. E é para salvar Romi que eles acabam conhecendo o Zudarban por intermédio do Makimura. Também é nesse episódio que eles conhecem um planeta semelhante à Terra. A primeira ação deles nesse lugar é a Romi arrancar uma flor e disso em diante todo o ambiente se torna hostil, Makimura até compara uma das criaturas à ganância, mas é só a perspectiva humana dele falando, porque ele, como terráqueo e humano, está condicionado a ver a maldade no que é desconhecido e estranho. No fim eles são expulsos a pauladas porque eles eram os intrusos perpetradores ali, eles que agiram mal sem nem se dar conta disso, eles eram os desconhecidos e estranhos. No entanto, com um pouco de ousadia conseguimos relacionar os três elementos presentes nesse planeta, as flores, o dinossauro e os rolos agressivos, com os nossos três viajantes, afinal, o que os levou ali foi uma discussão dentro da nave onde o Com se sobrecarrega de emoções e pensamentos que não só os dele. Os acontecimentos neste planeta parecem profetizar o final do filme, mostrando o futuro das personagens. O desejo de Romi de chegar à Terra é representado pela flor, o ato de arrancar a flor é a realização desse desejo, e as flores criatura-monstro o resultado ou consequência: um planeta inteiro contra ela. O dinossauro representa o caos das escolhas de Makimura e quanto ele consegue ser volúvel, ao chegar na Terra ele primeiro decide ajudar a Romi e o Com (ele ataca as flores), mas em seguida, em troca de benefício próprio, ele se propõe a caçá-los e capturá-los, o que termina com o Com sendo baleado e com o arrependimento do Makimura (o dinossauro que o Makimura chamou de ganância se desfazendo em suas mãos). Os ataques de birra e agressividade de Com causados pela sua rejeição e incompreensão sobre o ser-humano não conseguir ver a verdade e agir seguindo apenas o coração, a sua vontade legítima, mas usando de artifícios e subterfúgios, representa os poderosos rolos esmagadores, aquilo que traz o entendimento de que eles não pertencem àquele lugar e devem ir embora para o seu próprio bem.
Depois nos é apresentado o Zudarban. Um alienígena com uma oitava parte terráquea e que se orgulha disso. Ele é representado por uma criatura pequena, asquerosa, com movimentos sorrateiros, orelhas e unhas pontudas, uma cauda, fala melíflua, veste terno, gravata e se denomina um negociador. Fica evidente aqui a intenção de apontar que mesmo diluída em uma proporção de 1 para 8, a parte que prevalece de um terráqueo é a mais repulsiva possível: a ganância e ambição. Que no final do filme é o que destrói Éden. Além disso tudo, Zudarban ainda demonstra interesse em Com, pois Moopies são raros, valiosos e cobiçados, e diz que só presta ajuda a Romi se Com indicar a localização de seu planeta. Zudarban ajuda Romi rejuvenescendo-a sem se preocupar com efeitos colaterais. Enquanto os três se encaminham para a Terra, Romi e Makimura conversam sobre uma história japonesa infantil, o conto do pescador Urashima Taro:
“é a história de um menino que ajuda uma tartaruga e como recompensa é convidado a visitar o Palácio do Dragão no fundo do mar; a própria tartaruga o leva e ele passa 3 anos lá, mas decide voltar para visitar sua mãe; Toyotama-hime, a princesa do palácio, permite, mas exige que ele leve uma caixa consigo e nunca a abra, pois lá dentro está algo muito importante para ele; quando volta para a superfície descobre que 300 anos se passaram e tudo está mudado, a única notícia sobre um Urashima Taro é a de um pescador que há muito tempo saiu em seu barco para pescar e nunca mais voltou; tomado de tristeza, Taro vai à beira do mar procurar a tartaruga, mas ela já havia partido; como a tartaruga demora a voltar, Taro se desespera e abre a caixa; no interior da caixa só havia uma pequena porção de fumaça branca que logo se dissipou; Taro envelheceu séculos em instantes; olhando a caixa vazia Taro compreendeu tudo; ele pensa - realmente algo muito importante estava dentro da caixa, o tempo para mim, se não a tivesse aberto, teria todo tempo do mundo para esperar pela tartaruga, esse bicho sem pressa, uma vez aberta o tempo está passando como devido, em alguns minutos serei pó…”
Makimura menciona o efeito Urashima e fala só sobre a parte da passagem do tempo na conversa com Romi, e diz que é assim para quem viaja pelo espaço também. Mas essa história inteira é importante para a conclusão do filme, porque ela serve para a Romi, mas como se fosse contada do fim para o início. A Romi passa quase 1400 anos em Éden e sai de lá bem velha para ver a Terra antes de morrer, nesse entremeio ela conhece um planeta semelhante à Terra e quase morre, então ela entra numa caixa com fumaça rosa que a rejuvenesce, permitindo que ela encontre à verdadeira Terra, que já não é mais seu lar. Ao sair da Terra ela recebe uma caixinha, mas não uma caixinha da morte e sim uma da vida.
Depois de passarem por mundos e fundos, por todo tipo de adversidades, conhecerem outros planetas, Com, Makimura e Romi chegam à Terra (Romi/Home, EP 4), um lugar inóspito onde seres humanos são produzidos in vitro e os residentes são ciborgues, androides e robôs. Logo na chegada são detidos e cometem uma fuga com a ajuda de Chihiro 4041. Há 1317 anos, Chihiro e Romi faziam parte de um grupo de 13 humanos com DNA superior que vivia sob proteção especial. Elas eram amigas, ambas têm memórias dessa época, mesmo uma tendo quase 1400 anos e a outra tendo, de alguma forma, se tornado uma máquina (no anime Hi no Tori existe uma Chihiro com um dígito de seis números, seiscentos mil e alguma coisa).
Nessa última parte do filme, o clímax, é quando recebemos a mais forte torrente de informações, primeiro sobre os acontecimentos em Éden, a intervenção de Zudarban com a propriedade privada, o consumismo, o vício e suas consequências, conflitos e guerras que culminaram em sua própria morte. Também a Fênix aparece observando e não fazendo nada quanto a mais uma inevitável falha de civilização humana. Temos nesse ep a destruição de Éden ao mesmo tempo que a destruição da Ilha do Paraíso. Temos o Com tendo um ataque de birras quando Romi desiste de voltar a Éden, justo como Cain teve quando Romi decide se hibernar por 13 anos depois de prometer visitar a Terra (fazendo jus às teorias da imortalidade de Caim sobre as inconsistências bíblicas). E, depois ainda, com o Makimura frustrado e arrependido de ter matado o Com, mas só até ele se aperceber do engano, e, com uma memória terna seguida da crise descontrolada de felicidade e riso, entender que Com continuava vivo, pois a arca de rocha decolou. (Curiosidade: no mangá o Com se transforma numa flor de Lótus, e a Romi morre devido a efeitos colaterais do rejuvenescimento)
Enfim, uma retrospectiva acontece, e então se percebe que foi preciso tudo isso para Romi e Com entenderem que Éden é o seu lar e que para lá devem voltar, é tarde entretanto. De volta ao Éden, ironicamente como no início do filme, tudo está desértico e em ruínas, Romi tem uma semente e o Com, a Fênix, figura radiante que garante a continuação da vida senciente no universo enquanto supervisiona as civilizações humanas e seu desenvolvimento, voa… tudo vai recomeçar (ou se repetir de novo mais uma vez?), a Romi perdeu o paraíso pelo menos 3 vezes hein … fim.
______________________________________________
Ficou bem superficial, mesmo grande assim.
Faltou entender o porquê do nome George, será que é por ser um nome bem ordinário, comum, em inglês? Será que é para podermos aproximar Romi com Home? Será que é uma referência a alguém? Eu realmente não sei, me faltam informações e conteúdo para essas relações. Assim como para o Zudarban.
Já para Makimura e Com, mesmo sem saber sobre kanji e sem ter conhecimento dos nomes deles em kanji, pude, através de pesquisa, encontrar significados que se relacionam aos personagens. Para Maki encontrei coisas como verdadeira crônica ou registro, verdadeira esperança, verdadeiro precioso, verdadeira árvore, raça, reprodutor, pastor, enquanto para Mura encontrei vila, povoado, cidade.
Para o Com (no mangá é Kom) encontrei sentidos muito mais abrangentes como alma, espírito; agora, hoje; insetos; companheiro, irmão; metáfora para algo alto e distante; metáfora para algo forte como um tigre; nuvem, aparência de nuvem; raiz de alguma coisa; a energia para perseverar; violeta perene (flor). Além de Cain ter uma pronúncia toante com Com.
Para Chihiro encontrei "mil" para o "chi", e outros significados para o hiro, como: tolerante, generoso; abundante, amplo, generalizada; próspero; oceano; busca, pesquisa.
De resto, gostei de tudo, da trilha sonora, do ritmo corrido da narrativa e de como as coisas acontecem muito rápido, se repetindo e se relacionando, nos causando a sensação de que o tempo está, não apenas se dilatando, mas passando cíclico, avançando sobre si mesmo, se retroalimentando. Gostei das referências bíblicas, até lembrei agora: a causa para o encontro do Com com a Romi é um fruto que ele derruba e vai rolando lá para onde a Romi está, e ela que leva ele a sair de Éden e, consequentemente, perder o Éden, como no pecado original. Podemos também facilmente colocar o Zudarban como a Serpente ou Satanás. Também podemos colocar que é a Fênix a responsável pelas tentativas de intervenção no destino humano, como se estivesse tentando mudar um pouquinho o que já testemunhou incontáveis vezes. Também sobre a maldição de não morrer posta em Caim ter mantido viva em Com a promessa dele de ir visitar a Terra com Romi.
Acredito também que a história do Urashima Taro casa muito bem com toda a narrativa do meio para o fim, ainda que de maneira bizarra, como diz a sinopse.
Eu adorei esse filme, mesmo que tenha sofrido mudanças discrepantes na adaptação. Gosto das questões que ele compreende e do tema que aborda, a natureza da condição humana de ser e estar, seja no espaço, na Terra ou em outro planeta, de se apoiar em coisas irreais como a religião, ou nos nossos próprios olhos e ouvidos que não garantem a verdade, ou de como somos escravos de nós mesmos, no sentido de uma servidão voluntária, desde sistemas de categorização e hierarquia a pequenos vícios e prazeres, de como somos tão apegados ao passado a ponto de não viver presente e nem futuro, de como somos tão apegados à própria vida e ao mesmo passo tão indiferentes a ela, e de como no final ele deixa essa dúvida entre otimismo e pessimismo: de que nunca é tarde demais (mesmo com 1400 anos) para começar (ou recomeçar) a mudar e de que há somente um fim possível e quaisquer esforços são vãos, pois tudo descamba em morte e destruição.
Esperemos por mais adaptações de mangás brilhantes com essa mesma qualidade, mas sem muita alteração no conteúdo.
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conatus · 2 years ago
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"A morte de Ivan Ilitch" faz jus ao seu status de clássico
A narrativa de “A Morte de Ivan Ilitch” começa de forma direta, anunciando a morte de do personagem principal, que se torna o ponto focal da trama. Enquanto acontece o velório, acompanhamos a chegada daqueles que vieram prestar condolências e, prestando atenção nas conversas, percebemos que os colegas de trabalho de Ivan estão mais preocupados com quem ocupará seu cargo, que com sua morte ficará…
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loja-agroff · 26 days ago
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Mercado de Máquinas Agrícolas Cresce 5,7% e Projeta US$ 351,2 Bilhões até 2037 segundo a Research Nester
Prepare-se: a tecnologia no campo está transformando o futuro da agricultura! #AgroTech #MáquinasAgrícolas #InovaçãoNoCampo
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trilhadomedo · 1 month ago
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RESUMO da 2ª temporada | Round 6 | Netflix Brasil https://trilhadomedo.com/2025/06/resumo-da-2a-temporada-round-6-netflix-brasil/ Agora não tem mais volta. 🔴🔺🟥 Hora de relembrar o que aconteceu na 2ª temporada de Round 6. A 3ª e última temporada de Round 6 chega nesta sexta-feira, dia 27 de junho na Netflix. Novos jogos, velhos inimigos. O confronto final entre o jogador 456 e o Líder traz dilemas morais e desafios. Quem […] Veja o post completo no site trilhadomedo.com
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senhoritazes-blog · 3 months ago
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Amo a minha vida acadêmica, mesmo cansada sempre agradecida e sentimento muito bem.
Amo a profissão que escolhi, eu simplesmente amo ser eu mesma.
Eu ajudo vocês a fazer os trabalhos escolares , a tabela de preços estão em baixo. E fiquem a vontade me aqui ( caixa de entrada *conversa* ) ou enviar mensagem para tirar dúvidas pelo meu e-mail [email protected], forma de pagamento somente em Pix, entrego a atividade em 1 dia.
Faça o seu agendamento.
*redação ou correção de redação R$ 10,00*
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nephilimgaze · 1 month ago
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Clary Fairchild
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Simon Lewis
Os Instrumentos Mortais, 1: Cidade dos Ossos
Capítulos 1 e 2.
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1. Pandemônio
Nesse primeiro capítulo conhecemos a protagonista Clary e seu melhor amigo Simon, que estão em uma boate adolescente em Nova York. Clary fica de olho em um garoto desde que estava na fila.
— Eu, por exemplo — continuou Simon —, estou curtindo bastante. Isso parecia improvável. Simon, como sempre, destacava-se na boate como um dedão machucado, vestindo calça jeans e uma camiseta velha que dizia MADE IN BROOKLYN na frente. Os cabelos recém-escovados eram de um tom marrom escuro, e não verde ou rosa, e os óculos apoiavam-se na ponta do nariz. Ele não parecia tanto alguém que estivesse refletindo sobre poderes obscuros, mas sim uma pessoa a caminho de um clube de xadrez.
Clary avista o garoto, que já tem a atenção em outra menina:
A menina era linda, o tipo de menina que Clary gostaria de ter desenhado — alta e esbelta, com longos cabelos negros.
(Clary sobre Isabelle Lightwood)
Ela percebe então duas sombras seguindo o garoto, enquanto Simon percebe que ela não presta atenção.
— Enquanto isso — acrescentou Simon —, eu queria te dizer que ultimamente tenho me vestido de mulher. Além disso, estou transando com a sua mãe. Achei que você deveria saber.
Após seguir a garota bonita pra dentro do depósito da boate, o garoto é surpreendido por ela ao ser pego e descobrir que ela — Isabelle, como se apresenta — é uma Caçadora de Sombras, assim como os dois garotos que entraram depois.
Jace levantou a cabeça e sorriu. Havia algo de feroz naquele gesto, alguma coisa que fazia com que Clary se lembrasse de documentários sobre leões que vira no Discovery Channel, de como os grandes felinos erguiam a cabeça e farejavam o ar à procura de presas.
Enquanto Simon vai atrás dos seguranças, Clary se move até o depósito e começa a ouvir a conversa dos quatro, ouvindo os nomes das três pessoas misteriosas e o rapaz punk. Jace, Isabelle e Alec.
Antes que Jace pudesse matar o garoto, Clary intervém.
Alec foi o primeiro a falar. — O que é isso? […] — É uma garota — disse Jace, recuperando a compostura. — Você certamente já viu uma antes, Alec. Sua irmã Isabelle é uma. […] Uma garota mundana. E ela consegue nos ver.
— Você tem razão — disse Jace. — Não se pode sair por aí matando pessoas. […] Isso não é uma pessoa, garotinha. Pode até parecer uma pessoa, e falar como uma pessoa, e pode até sangrar como uma pessoa. Mas é um monstro.
Depois, se desenrola uma briga entre o demônio e Jace, que consegue matá-lo. Clary fica sem entender quando Simon chega com o segurança e não vê nenhum dos três caçadores de sombras que estão presentes, mas vai para casa com desconfiança.
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2. Segredos e Mentiras
No segundo capítulo, Clary está em casa no dia seguinte ao ocorrido na boate, tentando desenhar e falhando. O telefone toca, e Simon brinca com ela.
— Olá, eu sou um dos encrenqueiros que carregava facas que você conheceu ontem à noite no Pandemônio. Acho que não causei uma boa primeira impressão e gostaria que você me desse uma chance de compensar por...
Eles conversam um pouco, marcando de se encontrar novamente, dessa vez com a banda do Simon.
Agora, conhecemos mais sobre Clary: seu pai militar morreu antes que ela nascesse, sua mãe é artista, e existe uma caixa com as iniciais do pai “J. C.” que está sempre ao lado da cama de Jocelyn, mãe de Clary.
Aparece Luke, amigo de Jocelyn e que Clary considera um tio. Carrega caixas para empacotar coisas, então Jocelyn aparece. Clary diz que ela é uma Barbie, só que ruiva, e que embora sejam parecidas, ela não é tão linda quanto a mãe. Jocelyn começa a dizer que irão tirar férias, indo pro interior durante o verão, e uma discussão se inicia entre mãe e filha. Luke diz que Clary não é Jonathan, mas a garota não entende o que ele quer dizer. Simon aparece, assustando Luke. Clary sai com ele, ignorando que deveria conversar com a mãe.
Clary fala sobre a casa onde mora, tem três andares e em um deles mora Madame Dorothea, que se diz vidente e profetiza. Ela vê um homem com olhos de gatos sair da casa, mas quando tenta se concentrar nele, ele some, como se não existisse.
Simon acompanha Clary, enquanto comem ele diz que se conhecem há dez anos e que a mãe dela mudará de ideia sobre o verão.
— Será mesmo? — disse ela. — Que você conhece a minha mãe, quero dizer? Às vezes eu fico pensando se alguém no mundo a conhece.
Ela ignora a mensagem de voz da mãe, e caminha com o amigo pela rua, nervosa por estar vendo coisas que não eram reais.
Ela desviou o olhar, temerosa de que, se olhasse para alguém por tempo demais, a pessoa criaria asas, braços extras ou grandes línguas aforquilhadas como cobras.
Ignorou novamente o chamado da mãe e se dirigiu para a poesia falada do amigo de Simon.
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cinemaquiles · 5 months ago
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Uma criança possuída mais uma vez na década de 70: "A endemoniada" (Demon witch child, 1975)
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luqalbuq · 9 months ago
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Cena do videoclipe Resumo.
Scene from Resumo's music video.
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book-journal-gabi · 7 months ago
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Minha versão de você
Escrito por: Christina Lauren
Publicação: 2017
Páginas: 334
Gênero: romance contemporâneo
Avaliacão: ★★★
Personagem principal: Tanner Scott
Enredo: Tanner é um garoto bissexual que se mudou da California para Provo, em Utah. Provo é uma cidadezinha onde quase todos são Mórmons, e sua familia, assim como sua melhor amiga Autumn, não possuia muita afinidade com a religião.
Precionado pela amiga, Tanner acaba se matriculanso em uma matéria na escola, e acaba se apaixonando pelo instrutor do curso, o filho de um bispo. O garoto começa a se encontrar com o intrutor, Sebatian Brother, para receber ajuda no processo de escrita do seu livro, que curiosamente, descreve sua paixão pelo orientador. As coisas vão mudando, eles se tornam amigos e acabam se beijando durante uma trilha. Em meio a missões e deveres de Sebastian, além doa fundamentos da igreja, os dois enfrentam dificuldades, e acabam terminando, pois Seb não se sente pronto para abandonar seus costumes. Eles acabam voltando, mas Tanner vai embora para a faculdade após a festa de lançamento do livro escrito por Sebastian um ano antes. Lá, ele entende que era dificil para Seb largar de seus costumes e sua familia, e acaba aceitando o fim. Porém, em um dia ensolarado, ele vê um homem se aproximando e percebe, quando estão muito próximos, de que ali na sua frente, após abandonar sua missão, estava o amor da sua vida, Sebastian.
Opinião: Foi completamente incrivel para mim ver os dois se apaixonando, e embora eu tenha ficado com raiva do Sebastian em alguns momentos, sei que é dificil abandonar nossa criação.
"Sebastian, para ser sincero, não me imporro que você parta meu coração. Eu entrei nessa situação sabendo que isso aconteceria de um jeito ou de outro, e, ainda assim, escolhi entregar meu coração"
Referência: 🏔
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resumosemais · 10 months ago
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Para quem quer saber sobre o livro de Erasmo de Rotterdam, "Elogio da Loucura"
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