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Chamas e brasa
Crystals - Of Monsters and Men
Cubra seus olhos cristalinos E sinta os tons que Estremecem sua espinha Cubra seus olhos cristalinos E deixe suas cores sangrarem E se misturarem com as minhas
Crystal
Eu estava dirigindo, mesmo sem a carteira renovada e correndo um risco enorme de tê-la suspensa, mas eu queria dirigir. - Sabe que se a polícia nos parar estamos ferrados, não sabe? - Sei. - Você é maluca! Sorri minimamente, quase só para mim mesma. Vinte minutos tinham se passado e ainda não tínhamos chegado ao Lat’ Damage. Eu não sabia onde era - apesar de saber que Greg tinha amigos que trabalhavam lá - mas eu tinha um gps e tanto. Dominic estava tão quieto que era estranho, só abrira a boca agora para falar o que eu já sabia e para dizer para eu virar para esquerda ou direita. Com o canto do olho, percebi que ele estava esticando a mão para ligar o som. A música veio à tona adocicando meus ouvidos e trazendo tranquilidade. - Não acredito que ouve esses caras! - disse ele animado. - Eles são bons. - disse singelamente sem tirar os olhos da estrada. - Você está certa, deveria ter mais bandas assim. - Não acha que isso seria plágio? - segurei o riso novamente - Eu ia ficar muito irritada se alguém plagiasse eles. - Já passou pela sua cabeça que eles podem estar plagiando alguém? - Ei, não seja um assassino musical! - reclamei - Cale a boca e me deixe ouvir a música. - Crystal, sobre ontem... - Se vai começar a se desculpar, pode parando, não seja careta! - disse lentamente - Eu que fui grossa com você. Digamos que eu não estou tendo dias muito bons. - Eu entendo. - Nos últimos dias - respirei fundo pensando no que diria - você tem sido bem menos odioso, sabia? - Segundo elogio em menos de uma semana - notou ele - parece que a Dama das Armas gosta de mim agora! Apenas passei um olhar fechado para ele, mas no fundo era cômico. - Vire à esquerda. O fiz. - É lá? - apontei para uma construção ampla e aberta no fim da rua fechada. - Sim, chegamos. - Graças a Deus! - suspirei começando a me aproximar - Eu nunca vim aqui. - Eu cresci aqui. - Isso é sério?! - o encarei pasma - Que demais! Enfim, estacionei e antes de desligar o carro, com as duas mãos no volante, o alertei: - Alguns dos amigos do Greg trabalham aqui. - disse olhando para frente, não para ele - Vão implicar com a gente. Por favor, não ligue pra eles. - olhei pra ele - São idiotas maconheiros. - Devem ser adoráveis! - exclamou ele. - Sério. - disse com firmeza. - Eu sei. Assenti e saí. Depois de trancar a porta, guardei a chave no bolso do casaco. Dominic pôs-se ao meu lado e demos entrada no ferro velho. Havia um número razoável de pessoas no espaço, e montes, muitos montes, de pedaços de carros de modelos variados, acessórios domésticos, entre outras velharias mecânicas. - Ei, se quiser damos meia volta e vamos embora. - disse Dominic. Parei por um segundo e por fim sorri pra ele, que retribuiu. - Não posso. - respondi relaxando de novo. - Eu disse que seria moleza. - suspirou ele enquanto voltávamos a andar - Nada dos amigos maconheiros. Segundo meu pai, James Asvarc tinha dito que nos encontraria perto dos entulhos de trens. Podíamos ver as carcaças agora. Mas nosso trajeto até aquela área foi interrompido por Claude e Josh que tinham surgido de umas das carcaças, que inferno! - Princesinha Argent! - cumprimentou Claude, sempre fora o mais abusado dos três - Namoradinho novo? - Claude, Josh. - disse sem entusiasmo - Dominic não é meu namorado, Claude, não é com você nosso compromisso. - Lamentavelmente! - suspirou ele. - Com licença. - pedi dando um passo para o lado com Dominic, mas eles nos acompanharam. - Estão com pressa? - perguntou Ivan surgindo atrás de nós. Olhamos para trás e acompanhamos os passos dele até estar na nossa frente junto com os outros dois. - Na verdade, estamos sim. - pronunciou-se Dominic me empurrando para o lado. Josh, Claude e Ivan engataram em uma risada retardada.. Quando Dominic fechou a cara, agarrei seu braço e o puxei para trás. - Qual é a graça? - perguntei os fitando. - Veja bem, a namorada do nosso amigo aparece pra nós com o mesmo cara da Majestic - Ivan sorriu irritantemente - é meio cômico, não acha? - Acho que você é um idiota! - O que devemos dizer ao Gregory, Joshua? - Que tal "deixe a garota em paz e suma?" - respondeu Dominic no lugar do Josh, me fazendo segurar uma risada. Logo retomei minha postura e os encarei. - Por que não onde ele estava ontem a noite? - sugeri. E pondo um fim naquela conversa, puxei Dominic pelo braço até a carcaça do trem. Assim que o soltei, ele se sentou perto de uma elevação dentro do trem. Encarei Ivan, Josh e Claude que riam de nós enquanto voltavam para seus trabalhos comunais. Depois que eles sumiram de vista, me sentei no chão ao lado de Dominic e esperamos. Mantive meus olhos abertos, diferente dele que fechara os seus. - Eles foram embora? - perguntou ele ainda sem abrir os olhos. - Foram. - Você tinha razão, são idiotas. - falou ele - Tem certeza que não quer rever esse seu namoro com aquele lá? - Não. - disse lentamente - Não tenho certeza mais sobre nós, eu e Greg, acho que acabou. - Que bom! - exclamou ele - Ele é péssimo. Respirei fundo e sorri o observando bem ali, tão perto, e ao mesmo tempo, tão distante.
Lindy
A mulher corcunda me trazia doses de cafeína o tempo todo, o que me deixaria acordada a noite toda e abasteceria meu estômago já que ele precisava de mim viva. Estava escurecendo e a luz vermelha vinha preenchendo o lugar. Como na noite passada, eu podia ouvir ecos, mas um próximo o suficiente da porta chegou nos meus ouvidos: - O colar não está com ela. - era Jackson, e irritado. - Eu o vi, Jackson. - eu conhecia aquela voz, mas eu não conseguia raciocinar perfeitamente bem para distinguir - Estava com ela. Deve ter deixado cair quando apagou ela nas escadas. Sinceramente Jackson, você é um gênio, por que não procurou pelo maldito colar antes de ela desmaiar? - Não interessa! - declarou Jackson - Ele não pode ter sumido, um daqueles idiotas o encontrou na certa, são espertinhos, então o trarei pra mim. - O que sugere que façamos? - indagou o outro irritado - Os outros Maquinistas estão ficando nervosos, sabe da debandada... - É, eu sei. - Acalme seus amiguinhos e me contate se receber algum sinal, me ouviu? - Jackson estava nervoso - Vou fazer eles virem até mim e então... Pegamos aquele colar e atraímos os outros. Não ouvi a resposta do outro, se é que houve uma. Tardiamente notei que estavam certos, meu colar tinha sumido, não estava no meu pescoço. Minha mãe tinha dito pra eu cuidar, não deixar que o Criador, no caso, o Jackson, encontrasse o colar. Talvez Jackson estivesse certo e um dos meus amigos tenha o achado e o guardado. Era no que eu queria acreditar. Saber quem o tinha agora me deixaria mais tranquila. Respirei fundo balançando a cabeça e tentando raciocinar, mas eu sentia a cafeína pulsando em minhas veias e acelerando meus tiques automáticos.
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Crystal
- Dominic! - o chamo sacudindo seu ombro - Dominic, acorde! Ele tinha pegado no sono enquanto esperávamos por James. Não quis acordá-lo, parecia exausto. Horas passaram e nada de James, achei que ele não viria mais. Poucos eram os trabalhadores que restavam e estava ficando deserto. A luz que iluminava o local vinha de tochas espalhadas pelo ferro velho, pelo visto gostavam de economizar. Ivan, Josh e Claude tinham ido, graças a Deus, fazia um bom tempo já. Fiquei extremamente agradecida por Dominic estar dormindo durante a saída deles ou eu ficaria doentiamente vermelha de tão envergonhada diante dos gemidos e sons de beijo que eles fizeram. Quando um silêncio assustador tomou conta do lugar, James finalmente apareceu. Ele desculpou-se pelo terrível atraso explicando que fora perseguido. Vi sinceridade em cada palavra dele, e Armadires eram boas ouvintes e entendedoras. Ele certamente não iria querer bisbilhoteiros se metendo nos assuntos entre o neto e ele. - Dominic! - santo sono pesado! Ele franziu o cenho e me encarou confuso enquanto eu afastava minha mão e sorria para ele. Uma cara feia logo depois de um sono pesado? Nem eu era tão cruel! - Mal abro meus olhos e já encontro um anjo em minha frente? - disse ele com a voz embargada de sonolência, meu Deus, cale a boca, seu avô está ouvindo! - Você devia fazer isso mais vezes. Bati em seu ombro rindo; ele achou graça da situação. - Seu avô está aqui. - avisei enfim acenando com a cabeça. Ele virou-se e encontrou o avô de pé do lado de fora da carcaça do trem. Em um salto ele estava de pé correndo para abraçar o avô. Fiquei observando da elevação em que me sentava. Era a primeira vez que eu via Dominic animado, animado de verdade, não se esforçando para fazê-lo. - Como está a minha avó? - perguntou Dominic depois do abraço. - Miriam está ótima, Dom, não se preocupe. - Teve alguma notícia dos meus pais? - Dominic parecia aceso de tão sorridente e curioso - Estão na cidade? - Vá com calma, rapazinho, Arabella não é tão rápida assim. Percebi Dominic assentindo conformando-se e caminhando de volta para dentro da carcaça, onde eu estava. - Vô. - disse Dominic diante de mim com as mãos nos ombros do avô - Já deve ter conhecido a Crystal, a filha mais nova dos Argent. - Já sim. Dominic sentou-se ao meu lado na elevação, e James em nossa frente. E nesse momento, tudo começou. - Conte-nos mais sobre Ryan Wilvarn. - não perdi tempo. - Deveria ficar ofendido por nunca ter falado desse cara pra mim? - interveio Dominic sobre minha fala - Por que, sério, nunca me disse uma só palavra sobre esse Ryan. - Ryan não fez parte da melhor parte da minha vida, Dom. - disse James - Só fui ter uma vida decente depois que me casei com sua avó. - Por favor, não. - pediu Dominic, pediu de boa vontade - Só a parte do Ryan. - Claro. - ele foi suscinto antes de começar a falar sobre - Ryan era um Perseguidor brilhante. Nos conhecemos quando eu tinha 12 anos, e ele 15. Acharam que nossa diferença de idade fosse interferir no nosso relacionamento, mas não, na verdade, nos demos muito bem. Fomos treinados juntos e no final, ao atingir minha idade madura, nos tornamos companheiros de guerra, assim como você e o Vince, Dom. Dominic sorriu com o comentário, e eu fiquei apenas observando a situação com admiração. - Ele não tinha uma boa relação com os pais. - continuou James - Morava com Elisa, sua mãe. Ela era divorciada do marido, Theo, mas ainda assim conseguiam discutir. Ryan não falava muito sobre isso e quando eu tentava me aproximar, ele me afastava com o seu sofrimento solitário. Tudo só piorou depois que sua mãe ficou doente e morreu duramente. Ryan teve que ir morar com o pai. Com o tempo, ficou mais agressivo e forte, e durante um dos nossos treinos, ele me machucou. Nunca tinha o visto tão assustado. Ficou com tanto medo de me machucar novamente que se afastou cada vez mais, faltava a alguns treinos e quando aparecia, apresentava hematomas tão brutos que eu me mordia para não perguntar o que estava acontecendo. Em uma noite, soltei todas as minhas dúvidas e preocupações e ele começou a chorar, claramente estava sofrendo, e eu não sabia como ajudá-lo. Cerca de semanas depois das seguidas faltas dele nos treinos, resolvi sair da cidade. Quando voltei, ele apareceu no treino, pensei em questionar o motivo de suas faltas, mas Ryan estava tão exausto no fim do dia que apagou. Mexi em sua bolsa, como disse na carta, e por acaso achei aquele pedaço de papel recitando suas profundas e lamentáveis palavras quanto ao assassinato de Heather. Sabem o resto. - Depois daquele dia. - indaguei - Quando se reencontraram? - Cinco anos depois. - respondeu James - Na formatura dele. Ele tinha repetido bastante, mas enfim estava se formando. Ele não tinha comparecido na minha, mas resolvi aparecer na dele. Nos encontramos e discutimos feio, eu o aconselhei que não continuasse naquela vida, mas ele não me ouviu e não parou. Só fui vê-lo de novo quando ele já estava casado, no velório do pai, mas não nos falamos, eu apenas apareci e fiquei o observando, já sabia o que ele era, e muito bem. Sua mulher estava grávida e soube imediatamente que uma nova geração viria. Aí veio a biografia do Aworn e ele foi internado depois de ser exposto como louco, mas a mídia veio em peso, pessoas me incriminando... Eu já estava casado neste momento e tive que sair da cidade, sumir por um tempo. Alguns anos após a morte de Ryan, voltei sabendo que Aworn ainda me culpava propositalmente ou por uma coincidência fatal. E o tempo passou. - A garota de quem falou na carta, a Lindsey, há uma enorme possibilidade de ela ter sido levada pelo Criador. - disse lentamente - Não fazemos ideia de onde ela esteja. Faz alguma ideia de onde o Criador possa estar se escondendo? - Talvez. - disse ele - O pai de Ryan morava em uma casa aqui na cidade, em uma das áreas próximas da divisa do mundo sobrenatural e o natural, mas o clima lá é desigual, por conta de alguma magia negra à qual não me atrevo a mexer. É uma casa grande e tem história, o sucessor pode estar enfurnado naquele inferno gelado. - Pode nos levar até lá? - indaguei ainda mais anciosa que todas às vezes anteriores. - Infelizmente, não sei aonde fica. - respondeu ele - Só fui à casa da mãe de Ryan, nunca conheci a casa do pai dele. - Mas que diabos... - reclamei logo me arrependendo - Desculpe. - O que mais sabe sobre os Wilvarn, vô? - indagou Dominic desinteressado, em minhas desculpas - A família do Ryan. - Elisa Wilvarn era uma Perseguidora, tinha apenas Ryan como filho; Theo Wilvarn era um Criador esperto, ninguém sabia quem ele era assim como o atual, ele parecia ser um homem calmo, mas visto que ele drogava o filho e o espancava fica claro que ele ou tinha dupla personalidade ou era apenas um psicopata que sabia atuar bem. Só conheci três Wilvarn’s, Ryan e seus pais, mas sei de alguém que conhece bem a família. - Quem? - indaguei anciosa. - Sara Fell. - A avó da Lindy? - repliquei. James assentiu. - Onde ela mora? - indaguei tão animada que esqueci até da presença de Dominic e que eu estava inclinada para frente com o braço apoiando-se em sua perna - Pode nos levar até lá? Ajudaria muito! - Eu levo. - respondeu ele educadamente - Mas terão de ser pacientes. Enfim, percebendo minha posição diante de Dominic, me endireitei deixando meu braço sair de onde estava. - O que isso quer dizer? - indagou Dominic com os olhos franzidos para cima do avô. - Bem, eu era apaixonado pela Sara. - disse ele - Coisa que o Aworn abominava já que me odiava doentiamente, tanto que fui obrigado a me afastar dela para que ele não fizesse uma maluquice. Fui ao casamento dela com o Harrison, o avô já falecido da Lindy, mas não nos falamos. Da última vez que a vi foi no velório do marido. Faz meses, mas não falei com ela depois do acontecimento e não sei como ela vai reagir quando me vir, acho melhor eu ligar para ela primeiro. - Sempre gostou muito dela. - É verdade, meu neto. - exclamou ele - Sara é uma mulher incrível, mas eu amo sua avó. - São mulheres de sorte! O olhei de soslaio com uma interrogação crescendo, mas a afastei imediatamente. - Sinto por ter me atrasado, mas tenho que ir. - ele suspirou se levantando - Sua avó deve estar preocupada, e seus pais também, Crystal. Assenti me levantando pouco depois que Dominic. - Qualquer informação sobre seus pais que a Arabella nos dê, eu mando para você, Dom. - Obrigado vô! - respondeu Dominic o abraçando - Eu ligarei e vou querer saber como foi com a Fell, está bem? - Se cuide. - ele corrigiu-se assim que o neto o largou - Se cuidem. Sorri em agradecimento. - Entro em contato. Assentimos aliviados enquanto ele se retirava. - Devia ligar para o seu pai. - sugeriu Dominic. - É o que eu vou fazer. - respondi enquanto caminhávamos lado a lado de volta para o carro. Ninguém atendeu. - Não estão me atendendo. - depois que falei isso percebi que já estava na frente do carro. - Então vamos logo. - falou ele entrando no carro do lado do motorista. - Não, não. - respondi batendo o pé - Eu dirijo. - Larga de ser chata! - reclamou ele - Já veio dirigindo. - O carro não é seu. - balancei a cabeça. - Nem seu. - revirou ele. - Que saco! - esbravejei indo para o outro lado do carro, foi então que percebi - Ah, não. - praguejei - Desgraçados! - O que foi? - indagou Dominic saindo do carro. - Os pneus! - apontei para eles - Furados. - Acha que foram... - Mas é claro! - respondi irritadiça - Ivan, Claude e Josh, merda! - O posto mais perto não é tão perto assim. Me recostei no capô do carro e comecei a pensar, então me veio a ideia. Fui até a traseira do carro e abri o porta-malas. - A má notícia é que não temos pneus para trocar, a boa... - tirei do fundo do carro os cobertores que eu sempre reclamei de Will carregar - Finalmente os cobertores do Will terão alguma utilidade. - Está sugerindo... - Olha só, - entreguei um dos cobertores a ele - isto aqui está deserto, seu avô já foi, meu pai não me atende e realmente não quero ter que precisar deles pra alguma coisa. Quero fazer isso sozinha. - Sozinha? - ele ergueu uma sobrancelha - Obrigado pela parte que me toca. - Cale a boca! - resmunguei abrindo a porta do carro e empurrando o banco do carona pra frente - Não vai me ajudar, Dom Juan? - Não quer fazer isso sozinha? Apenas o encarei enquanto ele ia até o outro assento empurrando-o para frente, como eu havia feito. Ele esperou do lado de fora enquanto eu cobria o banco traseiro com uma das cobertas. Me pus de joelhos assim que terminei e depois de respirar fundo, anunciei: - Está pronto! Ele surgiu na porta jogando a outra coberta pra mim e se esparramando no banco. - Ok... - saí para fechar a porta que ele tinha deixado aberta e ao voltar para dentro, fechei a do meu lado. Me joguei ao seu lado tentando evitar que nos tocássemos. Assim que o fiz ele se apoiou no cotovelo e me encarou. - Não acha isso estranho? - Isso o quê? - indaguei com o cenho franzido e dando de ombros. - Vejamos. - argumentou ele - Ontem mal éramos amigos e hoje estamos dormindo juntos. - Não seja hipócrita! - disparei - Prefere dormir lá fora? Pode ir, mas já vou avisando que se morrer de hipotermia, a culpa não vai ser minha! Dominic suspirou e deitou-se de barriga pra cima. - Santo Deus, nunca conheci alguém tão mal-humorada quanto você! Parei por um segundo, era verdade, eu vivia mal-humorada. - Quer saber, está certo. - assenti - Eu estou fugindo do problema maior. Sim, é estranho. Mas temos pneus furados e opções limitadas, às vezes acho que devia deixar o meu orgulho de lado. - Se conseguir fazer isso, meus parabéns, terá vencido a linha das impossibilidades. Não soube o que responder de prontidão. Ele, por sua vez, fechou os olhos e relaxou. Acabei por me virar de lado, o observando. - Quem é Arabella? - perguntei como se não fosse nada, quando na verdade eu estava sendo intrometida. Ele abriu os olhos assim que as palavras deixaram minha boca. - Uma amiga de família. - respondeu ele se virando pra mim - Uma Rastreadora. Aconcheguei minha cabeça pensando nos Rastreadores. - Existem poucos. - Acho que tivemos sorte. - E os seus pais? - indaguei com cuidado - Perguntou ao seu avô se estavam na cidade, por que foram embora? - Saíram da cidade há um tempo. - disse ele baixinho - Perseguidores são contratados para serviços, como sabe, mas acontece que eles já deviam ter voltado. E Arabella não os encontra de jeito nenhum. Mas sei que estão vivos, eu saberia se estivessem mortos, não saberia? Eu podia sentir certo desespero naquela pergunta. - Eu saberia. - Viu? - ele sorriu discretamente - Fica mais bonita sem o mau-humor. Sorri abaixando o olhar, eu podia sentir minhas bochechas queimando. - Ei, Dominic! - o chamei em sussurros. - Fala. - respondeu ele no mesmo tom sem reabrir os olhos. - Não está mais estranho. - Boa noite, Dama das Armas! - Boa noite, Dom! Ele não me advertiu ou resmungou por eu ter me dirigido a ele pelo apelido. Me aproximei mais descansando minha cabeça bem ao lado da dele e sorrindo com a situação, há alguns dias eu jamais estaria perto dele como agora.
Lindy
Passos mórbidos vinham da porta. Jackson. Minha cabeça estava tombada para o lado quase tocando meu ombro, meu rosto pinicava de frio, meus braços, mãos e dedos mal se moviam agora, meus lábios estavam rachados e meus olhos não enxergavam direito e apresentavam tiques que nunca tiveram. Meu cabelo estava armando, eu conseguia sentir, olheiras deviam estar manchando minha pele, que com certeza estava pálida como a neve, e minhas bochechas e nariz, deviam estar queimados pela falta de calor. Eu podia sentir o suor térmico escorrendo por sob minhas roupas, era desconfortável, me sentia úmida e pegajosa contra aqueles tecidos e conforme se tornava mais denso eu sentia mais frio, um banho também seria bom, pois emanava um cheiro que nunca imaginei que meu corpo, enquanto vivo, pudesse ter. Me encontrava enjoada e mais que tudo, eu queria vomitar. Não podia esperar sentada ali sem fazer nada, era minha segunda noite naquele inferno e já sentia que estava morrendo por dentro. Acho que a próxima dose viria das mãos de Jackson, não da mulher corcunda. - Está acordada, patinha? O encarei tentando conter meus tiques, mas eles tomaram conta de mim quando franzi o cenho. - É claro que está! - ele riu. - Ora, por favor! - revirei os olhos com custo enquanto tentava levantar minha cabeça, mas não aguentei - Se continuar me dando cafeína juro que vou vomitar no seu precioso chão. - Ah não, acho que já basta por hoje. - disse ele parando em minha frente - É o bastante. Engoli em seco. - Achei que seus amigos fossem mais cautelosos, sabe Lindy. - titubeou ele movendo seus dedos com superioridade - Acobertando uma Marcada? Logo você, uma coisinha tão insignificante? Eu acho graça. - Graça?! - eu estava ficando com raiva, mas também muito fraca para deixar claro - Está enfrentando Gladiadores e Perseguidores, seu idiota, e uma Armadir, e outro Marcado. Você é a piada. - Não gostei deste tom, menininha. - disse ele de forma assombrosa - Me peça desculpas. - Vá em frente e me surre - fiz uma pausa - porque nem morta vou me curvar a você. Ele sorriu com uma leve risada interna, mas por trás daquela falsidade, um sangue borbulhava. - Amanhã, minha patinha respondona, você vai me ajudar a descobrir com quem está o seu colarzinho especial e vai trazê-lo pra mim. - ele riu com os olhos acesos - O colar e o amiguinho azarado. - Sem chance. Jackson apoiou as mãos nos braços da cadeira e parou o rosto bem na frente do meu, nossos narizes quase se tocavam e era assustador a frieza que seus olhos carregavam. - Não está em condições de escolher o que quer, menininha. - seu sorriso foi malicioso - Você vai achar o meu colar e vai trazê-lo pra mim, me ouviu? E vai fazer isso sem reclamar. Vai me obedecer ou vou arrancar o que preciso a força. Bem-vinda ao inferno, amorzinho! Ri em desgosto na cara dele, e como eu já imaginava, ele não gostou. Em um piscar de olhos, Jackson largou os braços da cadeira e a chutou para trás. Minhas costas chocaram-se contra as da cadeira e minha cabeça e braços no chão, me fazendo gritar. Sua risada tomou conta do lugar enquanto minha expressão de dor ficava nítida. - Boa noite, querida! - disse ele de pé ao lado da minha cabeça. Cerrei a mandíbula e praguejei na minha mente palavras que nenhuma dama deveria sequer pensar. Com a saída dele, comecei a ficar tonta. Certamente porque todo o meu sangue estava descendo para a minha cabeça. Que ótimo! Eu só queria conseguir falar com a Crystal, mas eu a chamava desesperadamente sem resposta. Bem-vinda ao inferno, amorzinho!
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Dama das Armas
Only human - Robin Loxley & Wolfgang Black
Eu deixo você sob minha pele É só você que eu preciso Eu não posso continuar me apaixonando por você Eu sou apenas humano Eu sou apenas humano
[ 2 dias depois ] Os dias que se seguiram depois da morte de James foram os piores possíveis. Depois do funeral dele, não tive notícias de Dominic, ele simplesmente resolveu ignorar todas as minhas mensagens e ligações. Eu entendia, enfrentar o luto era algo difícil, mas eu só queria saber se ele estava bem, mas se estivesse ele apareceria aqui. Aqui, as coisas continuavam em andamento. Eu e Alyssa tínhamos treinado, eu tinha passado um tempo extra com o meu irmão e o meu pai, e estava me aproximando de Vincent, o que eu realmente não esperava. Eu estava me dando muito bem com Trina, ela era uma mulher extraordinária. Lindy era sortuda, mesmo não gostando da mãe, talvez elas pudessem se acertar com a volta dela. Trina se importava de verdade com a Lindy. Eu sentia falta da minha mãe. Hoje em especial, eu estava sozinha. Will tinha saído para dar um passeio com Alyssa, Trina fora ver uns amigos para procurar aliados para nós, meu pai, Nate e Vincent também saíram a negócios, e eu... Não estava num clima tão bom e encher a cara de borboun me pareceu uma boa escapatória para sublimar minha solidão. Bebi um copo de uma vez e ouvi a porta bater. Deixei o copo de lado e me levantei, só para dar de cara com Dominic. - Dominic? - sorri com a presença dele. - Olá, Dama das Armas! - ele caminhou animado em minha direção - Sentiu minha falta? O abracei e o convidei para se juntar à minha na sala e beber. - Como você está? - indaguei assim que me sentei e ele fez o mesmo na poltrona na frente da minha. - Estou enfrentando tudo ainda, você sabe como é. - ele franziu um dos olhos e encheu seu copo - Não fiquei perto do meu telefone esses dias, por isso não te respondi ou liguei de volta. - Tudo bem. - balancei a cabeça - Só queria saber se estava tudo bem, e você... Parece ótimo. - Está sozinha hoje? - indagou ele curioso - Achei que poderia dar um oi para o Vincent. - Ele saiu com o Nate eo meu pai. - disse terminando meu copo - E o Will resolveu sair com a Alyssa, então não voltam cedo. Ele assentiu e me observou enchendo outro copo. - Crystal. - ele me encarou - É impressão minha ou está querendo passar da conta hoje? São tipo, 10 horas, e você já está bebendo. - A verdade é que hoje é meu aniversário, Dom. - admiti com a voz tênue - Mas estão todos alvoroçados ainda, eu não te contei, mas a mãe da Lindy apareceu e muita coisa está acontecendo ao mesmo tempo... Ninguém se lembrou de mim hoje, então sim, eu vou continuar enchendo a minha cara. - Não vai não. - ele pegou o copo cheio da minha mão e se levantou - É o seu aniversário, não vou deixar você ficar em casa se entupindo de álcool. - Pode me devolver só mais esse copo, então. - Está bem, mas só mais esse. - ele sorriu e me entregou. Bebi em uma golada e estendi o copo de volta para ele, que me entregou o seu também cheio. Sorri em agradecimento. - Obrigada. - agradeci. - Agora, venha. - ele estendeu a mão para mim desta vez - Você vai subir, tomar uma ducha, colocar uma roupa legal e nós vamos sair. - Não, Dominic! - reclamei. - Sim, Dominic! - ele insistiu - Vamos, mocinha. - Ah! - aceitei sua mão e fui puxada, sendo obrigada a ficar de pé. - Estou esperando. Revirei os olhos e subi com preguiça, não sabia ao certo onde Dominic queria chegar com aquilo, mas pelo menos eu não estava mais sozinha. Mesmo que fosse tentador ficar em casa, ele queria me levar para sair. Cômico, mas era verdade. Seria bom passar o dia com ele, pois assim eu poderia esquecer aquele cartão que viera com as flores. Ninguém além de Alyssa sabia daquilo e eu não tinha a intenção de contar, ainda me dava arrepios lembrar. Afastei aquele pensamento e tirei minha roupa entrando debaixo do chuveiro, a água quente lavava a minha pele, mas jamais poderia me lavar por dentro. Eu queria que ela tivesse esse poder às vezes.
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Depois de irmos a uma lanchonete, que nos serviu café e waffles, Dominic me levou para a livraria, onde comprei alguns livros novos. Paramos no Tom McCall Waterfront Park, li um pouco, eu normalmente não gostava de sair, mas com Dominic era diferente. Antes de irmos, ele comprou pipoca para nós e ouvimos The Neighbourhood durante nosso trajeto no carro de James, que agora era do neto. Nossa última parada antes de voltar para casa foi o Zoológico, um lugar que eu não ia há muito tempo. Nos jogamos no sofá. - Isso foi divertido! - disse rindo. - Foi melhor do que ficar o dia todo bebendo sozinha, não foi? - Foi sim. - assenti me aproximando de seu rosto, ali bem na frente do meu. Meu coração acelerou com nossa proximidade, ele parecia quase saltar para fora do meu corpo. Tinha algo nele que me fazia transbordar sempre que estávamos juntos. A casa ainda estava sozinha, a sensação de não ter ninguém por perto era boa, tão boa quanto a pele de Dominic contra a minha quando sua mão tocou meu braço com cuidado. Seu telefone tocou nos fazendo acordar daquela anestesia boa. Ele largou meu braço, puxou o telefone de trás de si e checou a tela. - O que foi? - indaguei. - O que acha de uma festinha? - perguntou ele com um sorriso no rosto. Sorri de volta. A última festa que eu tinha ido não fora boa, então seria bom fechar o dia com uma festa. - Vou ligar para a Arabella e dizer que nós vamos. - disse Dominic se levantando. - A festa é dela? - Sim. - respondeu ele discando o número dela - Ela gosta de dar festas e encher a casa, você vai adorar. Assenti não tão animada assim. - Vou subir e me arrumar. - avisei, mas não houve resposta, pois aparentemente ela tinha atendido o telefone. - Bella, oi. - o ouvi dizer - Sim, nós vamos. Eu sei, é aniversário dela... Não fiquei para ouvir o resto.
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Dominic entrou na minha frente, fiquei do lado de fora para atender Will. Ele tinha enfim chegado em casa e não me vira, Alyssa implorara para ele ligar. Avisei que estava com Dominic e voltaria para casa tarde, mas que não precisava se preocupar porque, bem... Eu estava com Dominic. Desliguei o telefone e entrei, ele estava recostado em uma pilastra. - Quando você disse festa grande, você quis dizer grande mesmo. - ri. - Isso não é nada, Arabella já deu festas maiores. - ele se desencostou da pilastra e partiu entre as pessoas, o segui - Aposto que ela não demora a aparecer. - Podemos procura-la, se quiser. - disse atrás dele - Tem muitas pessoas aqui, vai ser difícil encontra-la. Ele pegou uma garrafa da mão de uma das pessoas dali, enquanto caminhávamos. - E você nem está me ouvindo. - Me desculpe, mas é uma festa. Você devia estar se divertindo não falando. - disse ele bebendo da garrafa. - Eu sei, eu sou uma chata. - Achei ela. - ele apontou para alguém atrás de mim. Me virei e vi um amontoado de meninas em cima de uma mesa dançando com suas blusas colantes e calças jeans. As encarei. - Qual das gostosas é ela? - indaguei. - A loira. - respondeu ele comicamente - Você se parecem. Ri e me voltei para ele. - Eu não estou com ciúmes, mas olhe para elas. - sinalizei - Estão se divertindo como eu nunca fiz antes. - Bem, então devia começar a se divertir agora como nunca antes. Olhei para ele com um pequeno sorriso. - Você é tão bonita quanto elas então vá dançar. - Só se você me acompanhar. - peguei a garrafa de vodka e bebi. Ele sorriu... Sem graça? - É sério, Dom. - disse - Você me alegrou o dia todo e está falando sobre eu me divertir, mas eu não vi você fazer isso nas últimas 24 horas. - Eu não me dou bem com isso de me divertir, dançar, bebidas, muitas pessoas... É uma péssima combinação para mim. - Não vou deixar você perder a cabeça. - disse a ele - Eu estou aqui, vou te impedir de fazer besteira. Ele assentiu. - Certo. Me assustei quando ele me tirou do chão me colocando em seu ombro. - Dominic! - reclamei rindo. Ele riu enquanto me carregava, estava se divertindo. Quando me pôs no chão, começamos a dançar. Um flashback nosso no Majestic veio em minha cabeça e aquela dança era tão diferente, mal parecia ele ali comigo, tão solto e sorridente, nunca o tinha visto do jeito que estava agora. Naquele momento eterno eu só ouvia nossas risadas e meu coração acelerado, mal conseguia ouvir a música, ela quase desaparecia entre as pessoas, eu sentia a batida no meu peito e cada molécula do meu corpo queria se mover para perto de Dominic. Quando pensei em me aproximar, mas alguém chamando por Dominic me interrompeu. - Ei, pombinhos! - cantarolou a voz feminina. Paramos de dançar imediatamente e nos voltamos para a voz que nos chamara, era a loira que estivera dançando na mesa há poucos minutos. - Ah, Bella! Essa... - ele remexeu os ombros me apresentando - Essa é a Crystal. - Então é a famosa Argent. - ela sorriu para mim, retribui - Sou Arabella, só Bella, por favor, não sabe o prazer que é conhecer uma Armadir, vocês são tipo... Seres celestes, isso é bonito! - Dominic falou muito bem de você. - olhei dele para ela novamente - O prazer é meu, sinto por não ter tanto apreço por Rastreadoras, você é a primeira que conheço. - Tudo bem, e feliz aniversário! - ela sorriu e se voltou para Dominic - Espero que meu amigo esteja sendo um bom companheiro para você hoje. - Obrigada. - agradeci e olhei para Dominic - Ele tem sido ótimo. Houve um silêncio estranho entre nós, até Arabella quebra-lo. - Certo, se divirtam! - ela abriu um sorriso enorme para nós - Eu estarei... Por aqui se precisarem de mim, mas é claro que não vão precisar... Tchau! Dominic me puxou para perto e voltamos à nossa dança. Eu sentia meu próprio coração aquecido diante de tanta atenção e importância, Dominic tinha assumido um lugar no meu peito que eu desconhecia, ele tinha se tornado alguém muito especial pra mim. Ele fez com que os meus dias fossem menos tediosos e tristes, e eu o amava por aquilo.
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As horas passaram rápidas, mas eu sentia como se tudo passasse em minutos, tão curtos e infinitos, mas apesar de eu não sentir as horas passando, logo já era meia-noite e meia e eu precisava ir para casa, mas esse alerta interno veio externamente na forma de palavras, mas não ditas por mim. - Crystal. - era Dominic voltando com um copo de água para mim - Aqui. Temos que ir. - Eu sei. - aceitei o copo d’água. Já estava mais vazio, então não foi difícil achar Arabella. - Já vão? - indagou Arabella, que estava bêbada. - Vamos sim. - disse Dominic - Tenho que deixar a Crystal em casa, mas volto ainda hoje. Ela sorriu e nos abraçou, totalmente fora de si. - Obrigada por virem. - o hálito dela estava fedendo a cerveja - Somos amigas agora Crystal. - Somos, claro. - ajudei ela a se sentar com Dominic. - Chega de beber. - ele tirou o copo da mão dela e passou a mão pelo rosto dela - Acabe com a festa e vá tomar um banho gelado, uma xícara de chá e cama, me ouviu? - Sim, senhor! Desliguei a caixa de som e ele pôs fim à festa, as pessoas saíram deixando a sala da casa vazia. - Boa noite! - ele deu um beijo na cabeça dela e se voltou pra mim - Vamos? Assenti. Não foi demorada nossa volta para casa. Dominic e eu nos sentamos na sala de estar, desta vez sem bebidas, e começamos a conversar. - Já devem estar todos dormindo. - disse tirando meu casaco jeans e colocando um de pano fino que me deixava mais confortável - Deve ter sido um dia cansativo para eles. - Não se culpe por ter tirado um dia pra você, era seu aniversário. - Eu nunca tirei de fato um dia todo pra mim. - ri com o pensamento absurdo - Obrigada. - Só fiz o que qualquer um faria, Crystal. - ele sorriu sonolentamente - Ninguém merece passar o aniversário sozinho, ninguém merece passar um dia sequer sozinho. - Não é qualquer um que faria isso. - disse abaixando o meu olhar e levantando novamente - O Greg nunca fez. - Esqueça esse cara. - ele balançou a cabeça em desgosto em ouvir o nome - Ele não merece estar na sua cabeça. - Ele não está, acredite. - confirmei - Sabe, quando nós terminamos foi muito dolorido no começo. Eu senti como se toda a minha vida dependesse do amor dele, mas na verdade não depende, eu continuo sendo a mesma Crystal com ou sem ele e eu me sinto bem com isso, com a pessoa que eu sou sem ninguém. Passei tantos anos pensando que eu morreria sozinha depois do que houve com o Troye e do julgamento da minha família sobre mim, depois veio o Greg pra me deixar desnorteada e eu percebi que a Crystal que eu queria ser estava longe do que eu estava sendo, minha realidade tinha saído do meu controle. E então... - paralisei e olhei para o Dominic - Você. - Eu não acredito ainda que o Greg te machucou daquele jeito, o modo como ele te tratou, o que você significava para ele. - ele sorriu com uma ternura que eu desconhecia - Ele tinha a mulher mais maravilhosa do mundo e a deixou escapar pelos seus dedos, se eu tivesse jamais escaparia dos meus. Minha respiração ficou presa em minha garganta e meus olhos se fixaram nele, ali do meu lado me observando de uma forma apreciativa, como se eu fosse o mundo para ele. Sorri nervosa e foi uma questão de alguns segundos para que eu me livrasse daquele transe, mas me livrei puxando seu rosto para perto e entrelaçando nossos lábios. Uma ferocidade invadiu o céu da minha boca me impulsionando para cima dele, suas mãos percorriam todo o meu corpo e eu só me importava em manter nossos lábios unidos, enquanto eu sentia meu estômago fervilhar em excitação. Quando minhas mãos desceram para seus braços, uma das dele fizeram movimento e de encontrar a minha nuca enquanto a outra se perdia por dentro de minha blusa tocando minhas costas descendo para os meus quadris, mas ela não se demorou lá, logo subiu segurando meu rosto. Nós paramos de nos beijar momentaneamente, mas não demoramos a retornar um para o outro. Tudo em mim queria tudo nele, e mais, mais e mais; porém nos limitamos a beijos e muitos toques calorosos. O resto da noite era um borrão, eu só lembrava de nós dois nos beijando sem dizer uma palavra sequer até nos cansarmos e enfim adormecermos, mas eu também não me lembrava de quando isso tinha sido. Minha cabeça deu uma última descansada em seu peito e... Tudo acabou.
Dominic
Ela dormiu em meus braços, tão serena e calada que mal parecia a Crystal que eu conhecia. Comecei a pensar em tudo que tinha acontecido e do quanto eu tinha esperado aquele momento sem saber, mas isso também abalava o que eu era. O que eu tinha que ser. Parte de mim queria ficar e vê-la acordar, a encher de mais mil beijos e nunca mais deixá-la, mas eu a outra parte sabia que tinha que ir para casa. Eu estava sobre o mesmo teto que a família dela e eu me sentia desconfortável por estar violando o espaço que não era meu, além de claro ser um desrespeito visto que ele não tinha conhecimento do que acabara de acontecer. Não queria Crystal em apuros. Me levantei com cuidado e a deixei ali adormecida, puxei uma manta de um dos sofás e a cobri, não era a forma como eu queria que terminasse, mas eu precisava ir. Ainda era novo o que eu sentia por ela, visto que até esta noite eu não sabia dos sentimentos dela, se é que havia algum, pois mesmo que não muito, ela estava embriagada. Eu também estava, se eu estivesse delirando mais tarde eu sairia. Meu cochilo durou meia hora e qualquer um poderia ter nos visto, eu torcia para que não tivessem passado pela sala de estar hoje. Não podia arriscar mais. Vesti meu casaco que eu tinha tirado e caminhei em silêncio até a porta, mas com a minha saída dei de cara com Vincent. - Dominic? - Vincent? - franzi o cenho - O que você está fazendo aqui? - O que você está fazendo aqui? - implicou ele - Saí para tomar um ar, não estava conseguindo dormir. - Claro. - assenti - Eu já vou. - Espera. - ele me impediu - O que aconteceu? - Nada, Vincent. - disse em descaso, não queria ter que contar a ele. - Dominic. - Eu estava com a Crystal, estávamos bebendo. - disse - Aí ela pegou no sono e cá estou eu, indo pra casa. - Não me contou por que resolveu voltar pra casa dos seus pais. - disse ele - Você queria ficar. - Não é a minha casa, Vince. - Não, essa história ainda está muito estranha. - insistiu ele - Tem haver com a Crystal, não é? - Vince, meu avô morreu, meus pais estão desaparecidos e minha avó está sozinha agora, eu e Arabella estamos ajudando agora. Não posso cruzar meus braços e fingir que nada está acontecendo. Crystal é bem grandinha, não precisa de mim. - Eu já entendi tudo. - disse ele - Você está apaixonado pelo Crystal e ficar na mesma casa que ela estava te deixando nervoso, como vontade de... - Não, Vincent! - Amigo, eu convivi com você todos esses anos, eu te conheço. - disse ele tocando meu ombro - Você está apaixonado por ela? Não disse nada, apenas o observei. - Você está delirando. - Está? - ele foi duro desta vez. - Não, Vincent. - disse em alto e bom tom - Eu não estou apaixonado pela Crystal. Saí dali sentindo meu coração apertar, mas a verdade é que me sentimento por ela ainda não era bem definido, eu precisaria de tempo pra isso, e isso significava me afastar da mansão dos Argent por um tempo.
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Vencedores e perdedores
Can you hold me - NF ft. Britt Nicole
Coloque seus braços em volta de mim Deixe seu amor me cercar Estou perdido, estou perdido Se eu não tiver você aqui Se eu não tiver você, não tenho nada Você pode me segurar? Você pode me segurar? Você pode me segurar em seus braços?
Corremos para os bosques, onde fomos tomados pela escuridão total. Nate acendeu o decodificador e o entregou pra mim. A primeira flecha veio como uma abelha zunindo cortando o ar perto de mim. Aumentamos a corrida. Uma chuva de flechas voava à nossa volta, e naquele escuro somente um milagre nos faria não ser acertados por alguma. Como conseguiam nos ver ali? Eu mal conseguia ver Nate. Percebi um movimento na escuridão à nossa frente, e logo, várias lanternas e lampiões se acenderam. Conforme nos aproximávamos, a luz se tornava mais cegante, haviam muitas pessoas que eu não conhecia ali, ou pelo menos não associava rostos, mesmo com tanta luz, meus olhos não conseguiam focar em ninguém. Até ouvir a voz dos meus pais. - Lindy! - ouvi o grito de minha mãe e corri para abraça-la, meu pai se uniu ao abraço. Fechei os olhos agradecendo em silêncio por eles estarem bem. - Não acredito que estão aqui! - apertei seus ombros - Eu amo vocês! Nos afastamos, mas suas mãos permaneceram em meu rosto, eles me olhavam como se eu fosse uma joia preciosa. Meu sorriso sumiu quando notei Trina ao lado de Will, eu não esperava por ela ali. O que ela tinha ido fazer ali?! Ela tinha vindo me buscar? Não, eu não ia embora! Ignorei esse fato enquanto Crystal, próxima de Dominic, que tinha um dos braços em torno de seus ombros, vinha em minha direção acompanhada de Will. A abracei forte. - Obrigada! - agradeci aliviada. - Eu disse que íamos te achar. Ela tirou de dentro da blusa o meu colar e o pôs no meu pescoço. - Isso é seu. - ela tocou meus ombros - E com você deve ficar. - Obrigada por cuidar dele. Seu sorriso foi o que tive de cumprimento. Will se aproximou, um tanto rubro, e diferente de qualquer expressão que eu já tinha visto vir dele. - Bom termos você de volta, Lindy. - É ótimo te ver bem desse jeito, Will. - Ora! - ele me abraçou, me pegando de surpresa. Passei minhas mãos por seus ombros e relaxei meus ossos contraídos dentro de mim. De soslaio, percebi Vincent sendo o próximo na fila de abraços. Assim que soltei Will, corri para ele quase o derrubando. Meus braços pareciam sufocá-lo, mas eu estava nos braços dele, e mesmo que me desmanchando em choro, não queria sair dali nunca mais. Segurei seu rosto e o beijei com toda minha saudade e preocupação acumulados. - Me desculpe, me desculpe, me desculpe... - Pelo que está se desculpando, Vince? - balancei a cabeça. - Foi tudo culpa minha, se eu tivesse ficado com você... Não devia ter te deixado. Sozinha. - A culpa não foi sua. - toquei seu rosto - Eu te amo. Ele sorriu. - Eu também a amo. - era a primeira vez que eu o ouvia dizer. Quis beijá-lo novamente, mas havia muitas pessoas nos olhando, então apenas deixei que ele passasse os braços à minha volta enquanto nos aproximávamos de Finick para ouvi-lo. - Estamos de partida! - anunciou ele - Nossa missão foi um sucesso. Os carros nos esperam no fim do bosque. Todos se alvoroçaram e começaram a se virar para continuar o percurso para fora dali, mas nossa vitória foi interrompida por palmas, e aquelas palmas... eu reconheceria em qualquer lugar. - Isso foi emocionante! - cínico - Todo esse calor familiar... Que lindo! - Você perdeu, Jackson. - disse - Aceite isso. - Bem, vocês vieram à minha casa, entraram e sequer me cumprimentaram? Isso é extremamente desrespeitoso! - Não nos ensinam bons modos para tratar ratos, Archer. - se pronunciou Trina. - Ora, ora. - ele sorriu deliciado - Veja só se não temos uma debanda aqui, uma traidora. - Nunca fui uma aliada para você. - Garotinha malcriada! - ele a advertiu. Seus Najos apontaram suas armas para nós, fizemos o mesmo. Alyssa estendeu meu arco que estava em seu ombro e minhas flechas, e fiz questão de apontá-lo para Jackson também. - Tal mãe, tal filha. - disse ele irônico - Foi você quem a ensinou, Trina? Ele gargalhou, e de relance, voltou-se pra mim. - Ah! - suas sobrancelhas saltaram - Olhe o que temos aqui. O meu colar. - Ele é meu! - o corrigi com clareza. - Achei que tinha aprendido algo comigo, patinha. - Pare de me chamar assim, isso já está me irritando. - Oh! - ele fingiu pena - Está bravinha? Inibi minhas lágrimas. - Deixe minha filha em paz, Jackson! - Como pude me esquecer de você, Emely, e seu namoradinho. Você é uma vergonha! Quis xingá-lo e o encher de flechas, mas seus arqueiros ainda nos tinham na mira. Aproveitando sua distração, Alyssa murmurou atrás de mim, não movi nem um pouco meus olhos para que eles não percebessem. - Há um explosivo que não detonamos. - avisou ela. - Onde? - indaguei entredentes. - Está pendurado sobre a porta de entrada, dá para atirar se chegar mais perto. - Mas como vou sair sem que atirem? Me virei inevitavelmente, e contra as minhas costas, Alyssa segurava uma granada entre seus dedos. - Você... - Sorri. - Vim preparada para contratempos. Assenti e me voltei para frente. - Eu jogo, você corre. Cutuquei Crystal, que passou o aviso sem palavras para Nate e Will. Olhei para eles de soslaio e para Vincent, ao meu lado, com meu olhar alerta. Ouvi o click que a granada fez quando Alyssa levantou a trava e a lançou, imediatamente explodindo. A fumaça subiu, e puxando Vincent comigo, disparamos os seis, nos embrenhando no matagal para que não nos vissem. Nos abaixamos em um arbusto quando encontrei uma boa posição para a porta de entrada. - O que exatamente estamos fazendo aqui? - indagou Dominic. - Alyssa disse que tem um explosivo sobre a entrada. - apontei para a construção procurando pelo explosivo - Eu vou detonar ele. - Mas não pode errar. - alertou Nate. - Eu sei. - respondi finalmente o encontrando sobre uma carreira de tijolos, sua cor vermelha fez meus olhos brilharem - Me deem cobertura. Me levantei e caminhei para mais perto, posicionei o arco e a flecha. Eu não podia errar. Lembrei dos meus treinamentos com Nate e Crystal, de toda a tática de mira, eu podia ouvi-los falar na minha cabeça. Firme. Concentração. Inspirar, expirar, soltar. Arco perto do corpo, rosto na altura flecha. Firme. Concentração... Atrás de mim, ouvi alguém arfar e barulho de armas. Eu ouvia Crystal, Will, Dominic, Vincent e Nate lutando. Tinham nos achado, era agora ou nunca. Inspirar, expirar, soltar. Inspirar, expirar, soltar. Inspirar, expirar... A flecha voou certeira e o explosivo detonou. Era um explosivo inflamável, imediatamente a fachada da entrada ficou em chamas, não demorou para que o fogo se alastra-se. Houve tumulto e barulho depois disso. Senti Vincent segurar meu braço me trazendo de volta para a realidade, eu ainda não acreditava no que tinha feito, eu tinha acertado! - Vamos, Lindy! - recuamos e ao fazê-lo, percebi os corpos de 4 jovens Najos. Nos escondemos nas árvores enquanto os Najos restantes e o próprio Jackson retornavam praguejando. Eu tinha incendiado o império dele. Sorri diante de sua derrota derradeira. Voltamos para nosso grupo maior e novamente abracei meus pais. - Está tudo bem, está tudo bem. - os acalmei - Temos que ir! Me uni aos outros e corremos guiados por Finick e alguém que eu não conhecia. As árvores se fechavam à nossa volta, e eu me sentia cada vez menor ali. Quando alcançamos o campo aberto, demos de cara com caminhonetes enormes nos esperando. Carros fortes. As portas se abriram e começamos a pular para dentro dos carros. No carro destinado para mim, uma mulher de cabelo grisalho abriu a porta, puxou o capuz da cabeça, e ao fazê-lo, notei que ainda continha mechas escuras, de um cabelo negro no passado. Minha mãe e Trina se sobressaltaram atrás de mim assim que ela puxou o capuz. - Mãe?! - era a minha avó, ótimo, família reunida! - O que foi? - seu olhar severo as encontrou - Acharam que eu ia ficar de fora só porque estou velha e enferrujada? Minha mãe pareceu animada, Trina não. - Vamos, menina. - ela estendeu sua mão para me ajudar a subir. Aceitei sua mão forte e fui puxada para dentro da caminhonete. Me sentei em um dos bancos e esperei pelos outros, a maioria subia nas caçambas. Engoli em seco e olhei pela janela, a fortaleza de Jackson em chamas. Finalmente, eu tinha minha liberdade de volta.
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Fiquei na sala de estar com Vincent. Ele tinha trazido um copo d’água, e agora estávamos conversando sobre as coisas que Jackson tinha feito conosco. Contei à ele sobre a Srta. Rosamund, Cedric e Denyel. Rosamund estava morta, agora de verdade, e Cedric preso; mas ainda tinham Denyel, Giamon e Pete vivos e soltos, e ainda torturando mais três adolescentes perdidos por algum lugar em Portland, ou perdidos por outras nacionalidades. - Fico feliz que agora esteja conosco. - Eu também. - sorri deitando minha cabeça em sua mão - É bom sentir calor depois de passar dias congelando. Ele beijou nossos dedos unidos e se aproximou, soltou minha mão e ajeitou a manta sobre meus ombros, se mantendo perto. Repentinamente, Trina entrou no cômodo. - Precisam de alguma coisa? Não olhei para ela. - Tenho que ver o Dominic. - disse Vincent se levantando e arrumando a manta novamente - Já volto. Depois de um selinho, ele partiu. Trina se sentou na mesa em minha frente e fui obrigada a olhar para ela. - Oi. - disse ela singelamente. - O que está fazendo aqui? - indaguei - Como nos achou? - Tenho amigos próximos. - respondeu ela vendo a marca em minha mão - Deve ter sido um grande susto pra você. - Foi. - franzi o cenho para ela - Ninguém me avisou que eu tinha uma família amaldiçoada. - Lindy. - Depois do que fez... Não devia ter voltado. Só por que você está usando uma roupa legal, ajudou a me tirar daquele lugar e não apareceu antes para me levar pra Dublin, acha que eu vou te perdoar? - Não quero te perder de novo. Expulsei minhas lágrimas e ri. - Não vim te levar embora, filha. - Não! - a adverti - Não me chame de filha, eu não sou sua filha. Ela assentiu. - Tudo bem. - ela remexeu seus ombros - Você vai continuar morando com a Emely e o Aaron, sei que tem planos para o próximo ano, não quero atrapalhá-los. Mas eu quero ajudar. - Então me ajude em uma coisa. - disse me levantando - Fique longe de mim e da minha família de verdade. Saí sem hesitar.
Crystal
Meu pai estava em uma reunião à porta fechadas, quase parecia que a casa estava vazia, não fosse pelo número de pessoas no andar de cima. Depois de um banho para tirar o óleo do meu rosto e meu cabelo, e cuidar do meu ombro em especial, que tinha sido esmagado pelas mãos do Rajão, eu me sentia ótima, tirando a dor que ainda latejava na minha garganta e o ombro. Arrumei a barra do meu vestido, que estava dobrada e desci para a sala, esperando que ela estivesse tão vazia e silenciosa como o resto da casa. Mas não estava. - Dominic? - me aproximei do sofá onde ele estava e me sentei na poltrona de frente para ele - Achei que já tinha ido. - Eu não iria sem me despedir. - Claro. - sorri para ele. - Olha, eu sei que vou parecer apenas mais um cara querendo mérito depois de bancar o herói, mas eu quero pedir desculpa. Eu fui injusto com você. Fui cruel, egoísta por ignorar o que você sentia... Você é uma das garotas mais incríveis que eu já conheci. Peço perdão pelas vezes em que eu te tratei mal, por todas as coisas ruins que eu disse e fiz, por tudo. Eu sei que pedir perdão é a parte fácil quando você não é a pessoa ferida, mas acredite, eu realmente sinto muito. Quase te perdi essa noite, e isso me fez pensar em como eu jamais seria o mesmo sem você no mundo, assim como não sou o mesmo Dominic que conheceu na Majestic. Não precisa me perdoar, eu não mereço um pingo de perdão seu porque eu sou o maior fracassado de Portland com uma reputação péssima e uma ficha, que se a polícia visse me levaria preso na hora. E por mais que eu tenha toda essa imundice em mim, por favor, pelo menos diga que não sairá da minha vida, mesmo que me odeie pra sempre. Eu preciso de você, Crystal, mais do que eu jamais precisei de alguém na minha vida. Procurei em sua expressão qualquer vacilo, mas ele estava aberto bem ali na minha frente. Ele disse que precisava de mim, eu não sabia o por que daquilo, mas eu não podia simplesmente fechar os olhos para tudo que tinha acontecido entre nós dois. Eu tinha visto o lado bom nele antes, e estava vendo agora. - Eu não te odeio, nunca odiei. - sorri para ele - Desde que eu te conheci tenho esses sentimentos estranhos por você, Dominic, e tudo se amplificou depois que Greg e eu terminamos. Você sempre esteve ali, foi quem me mostrou que eu precisava de momentos de diversão no meio de tanto caos. Quem ouviu meus lamentos. - Você estava comigo em um dos piores momentos da minha vida, quando meu avô morreu. Era o mínimo que eu poderia fazer. - James tinha muito orgulho de você, Dom. - contei a ele - E devia ter mesmo, é um Perseguidor e Domador de Feras excelente. Seus olhos brilharam. - Talvez nós dois sejamos péssimos nisso. - franzi o nariz - Preciso de um tempo... Pra pensar em tudo isso, agora que as coisas estão mais calmas. Eu vou te perdoando aos poucos, já ganhou sua porcentagem hoje. - Não tem como eu ganhar um bônus nessa porcentagem. - Vamos ver. - sorri novamente - Ainda não estou convencida. - Eu gosto de você, Crystal. - ele tocou minha têmpora acariciando meu cabelo - E odeio não conseguir falar o que quero. Prometo trabalhar nisso. Sorri em resposta. - Pode ficar esta noite se quiser. - Eu quero. - ele assentiu tirando a mão de onde estava - Mas não posso. Falta pouco para o dia amanhecer, não vou preocupar minha avó. Mas nos veremos mais cedo do que imagina. Apenas assenti curiosa. Meu coração disparou quando ele se inclinou, fechei meus olhos, e senti o toque suave de seus lábios em minha bochecha. E então, se foi. Sorri sem palavras, ele tinha levado todas elas. Suspirei aliviada, eu estava feliz de verdade.
Lindy
Tinha largado a manta em algum lugar da casa, mas eu não me lembrava ao certo onde. Achei Nate em seu quarto depois de procurar ele na sala de armas e na biblioteca. Eu precisava falar com ele antes de ir. - Nate, posso entrar? - perguntei batendo na porta entreaberta. - Pode. - consentiu ele passando a mão pelo cabelo molhado. Aparentemente todos tinham tomado banho, menos eu. Ele se sentou na cama. Fiz o mesmo. - Eu sinto muito por tudo que aconteceu. - Não tem que sentir, Nate, não foi culpa sua. - Foi pelas minhas mãos, Lindy. - Porque o Denyel estava na sua cabeça. - insisti - Me diga como poderia ter fugido disso? Ele abriu a boca querendo palavras para àquilo, mas nada saía de seus lábios. Vi seus olhos tremerem e se encherem de água. - Ei, eu acredito em você. - me aproximei abraçando seus ombros - Só queria que tivesse me contado, não queria ver o Denyel esfregando isso na sua cara. Ele enxugou as lágrimas que estavam molhando sua calça. - Eu odeio ter feito aquilo, eu volto para aquela noite todos os dias, eu sinto tudo de novo. A angústia, a tentativa de rejeição, a faca afundando no peito daquela garota. - ele soltou o ar que estava o sufocando - Eu vejo minhas mãos lotadas de sangue, e eu olho para você, e lembro do seu desespero, seu horror, e foi minha culpa, eu... Eu estraguei sua festa, eu acabei com a sua vida, eu... Eu me odeio tanto por isso. - Ei, ei. - tentei acalmá-lo o puxando para um abraço - Está tudo bem, já passou, Nate. Só... Ponha tudo pra fora. E foi o que ele fez. - Ninguém amava a Lynor mais do que eu. - disse - E se tem alguém que merece pagar por isso, é o Denyel. Ele só limpou as mãos dele com as suas, era o que ele queria, ele a queria morta, eu ouvi ele dizendo que ela sabia demais. Mas o que? O que ela ouviu, ou viu, ou achou que fez com que ele quisesse mata-la? Nate respirou fundo e me olhou. - Se achássemos alguma coisa que incriminasse o Denyel... - me levantei e comecei a rodar pelo quarto. - Ele tem a faca, Lindy, com as minhas digitais! - Mas ainda podemos pegar ele. - disse - Estamos falando de Denyel Halder, ele sempre deixa algo para trás. - Não se meta nisso, Lindy. - pediu ele se levantando e segurando meus ombros, me trazendo de volta para o lugar que eu ocupava antes - Eu sei que quer provar que eu sou inocente e que o responsável pela morte da sua amiga foi o Denyel. Mas no fim das contas apenas provas reais podem incriminar, Lindy, e pessoas normais não acreditam em coisas sobrenaturais, por que elas não devem existir para eles. O som da sirene da polícia me fez gelar. Nate ficou pálido em minha frente, como papel. Denyel tinha feito, tinha o entregado. - Não! - praguejei me levantando novamente- Nate, você tem que fugir. - Eu não posso fugir da polícia, Lindy. - ele se levantou também. - Pode ir para outro lugar, sair do país... - segurei as mangas de sua blusa - Nate, não... - Não faça ser pior, por favor. - implorou ele. - Está me pedindo para desistir de você, e eu não vou fazer isso. - balancei a cabeça em desespero - Você não desistiu de mim. - Por que eu te amo! - gritou ele. Sequer tive a chance de dizer qualquer palavra. Os policiais já estavam subindo as escadas, eu podia ouvir suas botas batendo no chão. - Me desculpe, Lindy. Continuei paralisada enquanto ele saía do quarto já com as mãos na cabeça. Ouvi o som deles rendendo ele, e das algemas sendo fechadas em volta de seus pulsos. - Nataniel Zach Foxin, você está preso por assassinato, homicídio doloso, ocultação de provas e extorsão. Ouvi eles marcharem para o andar de baixo. Ouvi a voz de Crystal desesperada. Corri pelas escadas quase tropeçando em meus próprios pés, Nate estava parado ao lado da viatura, tentei correr até ele, mas fui impedida por minha mãe, que me segurou durante minha corrida. - Meu amor, precisamos ir embora. - Não! - reclamei - Mãe, o Nate... - Eu sinto muito, filha. - ela tocou meu rosto - Não podemos ficar aqui. Ela segurou meu pulso e me arrastou para o nosso carro, bem ao lado da viatura. Entrei contra a minha vontade, e já chorando, bati no vidro ao meu lado, chamando sua atenção. - Nate, Nate! Nate! Ele me olhou, assustado e com os olhos marejados. Eu apenas precisava abraça-lo mais uma vez, só mais uma vez. - Eu não vou desistir de você! - gritei para que ele ouvisse - Nate! Eu não vou desistir de você! Ele assentiu com os olhos fechados, vi lágrimas descerem, e então, a viatura partiu levando-o embora. Olhei para trás enquanto nosso carro ia embora também. Minha última visão foi Crystal chorando nos braços do irmão, e Finick, sentado na calçada com as mãos na cabeça. Minhas lágrimas me queimavam por dentro e aquela sensação de liberdade, não era nada perto da dor que eu sentia agora. E não estaria melhor no dia seguinte, muito menos no próximo. E assim se seguiria até que Nate fosse inocentado. Mas tudo o que eu tinha agora eram lágrimas. Mesmo com Auborne em chamas, ele tinha vencido. Mas, por Deus, não me venceria nunca mais.
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O legado dos traidores
Big guns - Ruelle
Não pode esconder-se na cova dos leões Não pode mover-se com os pés amarrados Não há descanso quando você dorme nas sombras
Dominic
Estava no segundo andar agora. Havia uma multidão de pessoas ali e o que parecia um palco, algo seria exposto. Puxei o capuz de dentro da minha jaqueta e me camuflei entre um grupo perto da entrada. No palco, havia 3 guardas de cada lado, todos armados com arco e flechas. No centro, seis cadeiras, todas já ocupadas por pessoas de rostos cobertos. Ao fundo, se posicionava uma jovem esbelta de cabelos castanhos, um homem de meia idade e... Não podia ser! Forcei os olhos a fim de me certificar de que eu estava vendo direito. Era mesmo Denyel Creepy Halder? Se era ou não, eu teria que esperar pela volta dele, pois não tinha ficado tempo suficiente ali para eu me certificar. O som de tambores soou nas laterais fora do palco. Foi então que surgiu em uma das portas, um homem de trajes alongados, pele pálida, olhos claros e cabelo platinado. Eu não o conhecia, mas algo me dizia que era o Criador. - Boa noite, meus soldados! - não sobravam dúvidas agora - Estamos aqui, no ápice da noite, para exterminar os traidores. Há muito estamos juntos, e lutando por um mundo onde nós, seres secundários, possamos ser protagonistas do nosso mundo, tanto o sobrenatural quanto o natural, temos vidas distintas em ambos. Infelizmente, não são todos os gratos pela luta que travamos, e se são nossos inimigos, merecem a morte! Ouve uma algazarra e aplausos, louvores, agraciamento. Ele era um Deus para eles. - Vamos limpar nosso legado esta noite. - entoou ele batendo suas palmas. A garota de madeixas bonitas foi para trás de um dos traidores, ao seu lado, pôs-se o homem de meia idade, seguido de dois guardas jovens, o próprio Criador e, ao retornar confirmei meu palpite, Denyel. Os rostos foram descobertos e imediatamente fiquei chocado diante de dois rostos em especial. Meu sangue gelou. Eram Carey Rosamund, a suposta diretora suicida da Harwy, e Troye Argent, o primo tão amado de Crystal. - Em nome de todos os meus ancestrais, que nosso sangue seja vingado! - ele amava cada palavra que saía de sua boca. Primeiro, foram os guardas, sem qualquer devaneio ou expressão de dor, cortando fora a cabeça dos garotos em sua frente, ambos aparentando ter entre 17 e 19 anos. Depois, foi a vez do homem de meia idade, fazendo seu trabalho com um homem perto de sua idade. A próxima foi a garota das madeixas que sequer piscou quando a lâmina da faca passou pelo pescoço de Rosamund, sua cabeça rolou para fora do palco. Denyel acabou com uma garota um tanto parecida com Lindy, mas não era ela. O último foi o Criador, cuidando do fim de Troye, ele segurou seu pescoço e a faca passou tão lisa e fácil quanto a mesma na margarina, sua cabeça rolou como a de Rosamund. - Que isto seja um aviso. - declarou o Criador - O primeiro e único. Debandadas não serão toleradas, traições não serão toleradas, traidores pagarão com a vida. Chega... Sua fala foi cortada com a explosão do primeiro explosivo de Alyssa, o que gerou uma arruaça maior ainda. Sorri com o ar da confusão. Todos os executores se afastaram, prontos para controlar o pânico. Era minha deixa. Passei por uma fila de pessoas e subi para o terceiro andar usando as escadas.
Lindy
Depois da primeira explosão, vieram mais duas. Meu coração acelerou e me sentei rapidamente. Aquilo poderia ser o escape perfeito. Forcei o arco em volta do meu pulso esquerdo, tentando dobrar os dedos e me soltar. Nada. Tentei com o outro, mas falhei também. Tinha que ter um jeito de sair dali. Olhei em volta apreensiva. Eu podia ouvir além daquelas paredes, claro! Me concentrei até ouvir vozes. - Precisamos recuar agora! - era a voz de Alyssa, eles estavam ali! - Ainda não checamos nenhuma sala. - Nate, como eu tinha sentido a falta de sua voz - Eu fico. - Não pode ficar sozinho. - Will também estava ali - Fico com você. - Nem pensar, vocês tem que ir. Will assuma o meu lugar. Qualquer coisa faço contato, não se preocupem. Sorri ao saber que ele ficaria, mas onde eu estava? Se eu gritasse, poderiam ser descobertos. Me mantive calada esperando que alguém me achasse. Precisavam saber. Crystal estaria ali? Eu tinha que tentar. Crystal? Crystal, você está aqui? Crystal? Lindy?! Ah, graças a Deus! Vocês estão bem? Ouvi as explosões. Estamos. Onde você está, Lindy, pelo amor de Deus? Eu não sei. Alertei ela Todas as salas são iguais. Mas consegui ouvir Will, Nate e Alyssa. É uma longa história para explicar, mas eu consigo ouvir o que eu quiser daqui. Como você está aí? O que fizeram com você? Tem correntes aqui, mas não ligue para o que Jackson fez, agora ele sabe que estão aqui, tomem cuidado! Nós provocamos as explosões, Lindy, o grupo da Alyssa. Estamos distraindo ele, só fique onde está. Disse algo sobre correntes, vou contatar o Nate. Vamos te achar. Sorri esperançosa, enquanto respirava fundo. Mas senti meu mundo ruir quando a porta se abriu e Denyel entrou.
Crystal
Começamos a nos mover com mais pressa, entre as pessoas ali. Tinha se iniciado um tumulto, e fomos obrigados a parar no corredor principal. Torrance dissera para não permanecermos muito tempo no centro, evita-los, então cutuquei Trina e sinalizei para que entrássemos em uma sala à direita. Nos recolhemos na sala vazia, parecia uma despensa. - Acredito que aqui estamos seguros. - contei a eles - Lindy se comunicou comigo. Ela está de fato neste prédio, ela me confirmou. Infelizmente, ela não sabe em que andar exatamente, então vamos ter que nos separar em grupos menores. O grupo de Alyssa e Vincent já se recolheram, para nossa segurança, alguns de nós devem retornar para o bosque. Assim fizeram, abrindo a porta e saindo. Restavam 22 pessoas agora. - Muito bem, separem-se. Dois grupos de 8 pessoas a saíram prontos para checar as salas. Dos que tinham ficado, incluíam Aida e Venna. - Ótimo! - suspirei e saí acompanhada deles, estava pronta para lidera-los, mas... - Crystal! - Dominic. - O que está fazendo aqui?! - o fitei irritadiça - Devia estar no bosque com o seu grupo. - Eu não estava pronto para voltar. Vão vasculhar as salas, vou com vocês. - Faça o que quiser. - disse - Só não me atrapalhe. Eu estava furiosa, meus passos duros entregavam isso. Aida e Dominic estavam no meu grupo, nada poderia ser pior. Partimos para a primeira sala. Assim que abri a porta fui surpreendida por um Rajão que meu acertou com sua mão pesada e agarrou meu braço e tentou socar meu rosto, mas consegui desviar e enfincar uma faca em seu ombro. Ele gritou, eu recuei, pegando meu machado das costas. Todos passaram por mim, preparando seus ataques contra os cinco. Olhá-los me enraivava, pois eu me lembrava do que tinha acontecido com Will. - Chega de pesadelos! - avancei no Rajão e começamos uma luta um tanto pessoal. Ele mal teve tempo para me atacar, eu o chutava, empurrava e o acertava com o meu machado, o óleo que saía de sua boca e pele perfurada respingava em meu rosto, mas eu não ligava, só desejava mata-lo, estava tão presa àquilo que não percebi outro Rajão se aproximando. Suas mãos agarraram meus ombros, enquanto o que eu enfrentava antes estava na vantagem, suas mãos estavam prontas para me estrangular. Me debati e chutei, ele arfava de dor, mas suas mãos já estavam em volta do meu pescoço. Bati nos braços que tiravam meu ar agora, mas ele só apertava mal, eu estava ficando tonta. Senti as mãos saírem do meu ombro e o óleo espirrar contra as minhas costas. O Rajão da minha frente soltou meu pescoço no momento que uma redoma da cor dourada circulou suas mãos. Quando me virei encontrei o Rajão que me segurava decapitado e Dominic. Aida estava dando conta do Rajão da frente. Uma torcida mágica em seu pescoço e eles estava no chão. - Aida! - gritei no momento em que o Rajão, mesmo com o pescoço torcido para trás, se preparava para ataca-la. Segurei meu machado com firmeza e o acertei no rosto. Óleo explodiu na parede onde seu rosto se chocou, e assim deslizou junto com o corpo até o chão. Aida ateou fogo em todos os cinco Rajões caídos, e lá ficaram queimando sem qualquer fumaça, benefícios do fogo mágico. Ainda sem ar, me segurei no ombro de Dominic. Ele pôs a mão sobre a minha, acariciando-a. O fitei assustada, apreensiva, eu poderia ter morrido se não fosse por ele ou Aida. Ele sorriu para mim, eu já tinha o visto sorrir antes, mas não com tanta suavidade. Will estava certo, ele se importava. Retribui o sorriso.
Lindy
- Veio ficar de olho em mim? - indaguei com os braços cruzados - Apenas isso? - E ver o fracasso dos seus amigos quando o Criador os decapitar como fizemos com nossos traidores hoje. - O que... Rosamund...? - Sim, está mortíssima. Dessa vez de verdade. Por mais que ela tivesse feito as coisas terríveis que fez comigo, eu jamais desejaria uma morte tão cruel. - Eu adoraria ver sua cabeça rolar entre a multidão. - Não te darei este gosto. Ele sorriu doentiamente, mas seu sorriso sumiu e ele se voltou para a porta atrás de si. Franzi o cenho enquanto ele se levantava com seu revolver carregado e apontado para a porta. Minha garganta se fechou.
Nate
Como queria, o garoto saiu aos passos de rato. - Vamos, apareça. - ordenou ele - Não tenha medo, não precisamos conversar. Vamos, Vincent, eu sei que é você. Quer sua menina? Venha pegar. - Pessoa errada. - surgi detrás de um dos armários. Ele atirou diversas vezes, fazendo os frascos de vidro vazios sobre o armário explodirem. Mais uma vez, correspondendo às minhas expectativas, ele estava sem munição. Caminhei em sua direção. - Como você mesmo disse, não precisamos conversar. - empurrei a cabeça dele contra a parede ao seu lado, apagando-o.
Lindy
Tinha ouvido muitos tiros e barulho de vidro se quebrando, uma batida também, mas eu não sabia o resultado daquilo. Depois de tanto barulho, veio o silêncio. Passos estavam se aproximando e eu esperava que não fosse Denyel. Quando a porta foi empurrada, não me contive. - Nate! - chamei por ele e sorri. Ele correu em minha direção e sem qualquer palavra me abraçou forte, agarrei seu pescoço quase o enforcando e agradeci em meu coração por ele estar aqui, fazia tempo desde que eu tinha recebido algum carinho, e quando ele me abraçou pareceu que o mundo tinha voltado ao normal, que estava tudo bem. Lágrimas desceram pelo meu rosto e quando nos afastamos, as sequei por conta própria. - Como... - comecei. - Vou te tirar daqui. - disse ele depressa tirando um decodificador do bolso. Ele soltou as correntes dos meus pulsos primeiro, depois dos meus tornozelos. Ele se levantou e segurou meus braços me ajudando a levantar. Eu podia sentir a mão dele queimando sobre a minha, que estava extremamente gelada. Ele arrancou a própria blusa e me ajudou a tirar a minha, que estava rasgada depois de tudo pelo que passei, trocando-as. Deixamos a rasgada ali e nos apressamos para sair dali. Ele segurou minha mão, e juntos saímos dali. Vi o corpo de Denyel caído perto de uma das paredes, suja de sangue. Mas não me parei, resisti à dor dos meus pés. Eu não sabia que caminho tomar, então deixei Nate me guiar. Ele abriu uma porta que revelou algo que eu nem me lembrava mais como era, o lado de fora a liberdade, o sereno da noite. Ele me levou pela mão escada abaixo, mas fomos parados na metade do caminho. O grito de Deny nos fez parar. - Aonde vão com tanta pressa, casalzinho? - o encarei, a lateral do seu rosto estava ensanguentada - Ainda não terminamos. Nate, vamos acabar logo com isso. Me voltei para Nate, que tinha soltado minha mão e sequer me olhara, seus olhos ávidos estavam presos em Deny. Sua pele estava ficando vermelha e seus dentes estavam cerrados. - Conte a ela o que foi fazer na festa de aniversário dela. Não veio nada de Nate, só raiva. - O seu protetor, Lindy, o maior devoto de todos, o santo, o garoto perfeito... Foi o responsável pela morte da Lynor. Meu rosto se encheu de dor, senti meu corpo cambalear para trás. Aquilo tinha me atingido coo uma bola de demolição. - Cale a boca! - gritou Nate dando um passo em sua direção. - Está mentindo. - balancei a cabeça - Nate... Você não... Isso é mentira, não é? Ele ainda tremia com os olhos em Deny, ele sempre me olhava. Sempre. Por que não conseguia fazê-lo agora? - Nate? - eu insisti. - Foi sobre a influenza dele. - respondeu Nate enfim, mas ainda sem me olhar - Eu não quis, mas eu não podia recusar, ele me forçou... Eu não conhecia sua amiga, eu não queria mata-la. - O que é influenza? - quis saber. - Uma manipulação mental, uma prévia do que seria o controle dos Maquinistas, ele usou isto para entrar na minha cabeça. Fechei os olhos com força segurando as lágrimas que caíram mesmo assim. - Você me disse que contaria tudo. Ele engoliu em seco. - Como você confiaria se eu contasse isso. - Como foi a morte dela?
Outubro 25, 2015
Nate
Entrei no banheiro. Havia um casal discutindo. - Tire as mãos de mim! - gritou a garota querendo se livrar das mãos do outro. - Ei! - entrei interferindo o assédio dele - Solte ela! Ele riu. - E alguém te chamou para esta conversa, amigo? - ele veio em minha direção em me empurrou dois passos para trás - Não se meta! - Pare com isso, Denyel. - pediu ela - Deixe ele em paz. - Não quer bancar o herói? - ele riu novamente - Vamos lá. Avancei nele e agarrei sua gola, o empurrei com força para trás, e com o ato, seu corpo empurrou o da menina, que caiu batendo a cabeça duramente contra a banheira. Sangue se empoçou em volta de sua cabeça. - Não! - saiu a lufada. - Olhe só o que você fez! - sua voz era fingida - Está satisfeito agora, bonitão? Ela está morta. - Não. - a peguei nos braços e sacudi seu corpo - Vamos reaja! - Confesso que me fez um favor, Nataniel. - Como sabe o meu nome? - Só olhe para os meus olhos. Franzi o cenho, mas cometi a burrice de olhar em seus olhos.
Lindy
- Ele me entregou a faca e fiz o trabalho sujo, um único golpe bem no coração... - A faca ainda está comigo, Nataniel. - ele sorriu sentindo-se vitorioso - Entregue a garota ou eu entrego você, e irá apodrecer na cadeia. - Eu fico então. - me pronunciei. - De jeito nenhum. - Nate negou - Tem pessoas preocupadas com você lá embaixo, estão te esperando. Não vou deixar que se sacrifique por mim deste jeito. - Nate, você vai ser preso. - Mas você estará bem com a sua família. - Nate. Antes de qualquer outra palavra, ele agarrou a minha mão e terminamos de descer. Eu estava confusa, mas não queria que Nate fosse preso. Ele tinha matado Lynor, mas fora Denyel quem tinha o obrigado. A sensação de tocar o solo deveria ter sido maravilhosa, mas não fora. Nate estava condenado.
#disturbia#feeling#duda#thestorie-s#historias#fanfics#texto#ta acabando :((((#linate#crystminic#crystal#lindy#dominic#nate#chega de pesadelos#o legado dos traidores
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A casa do Diabo
Weight of the world - Hurts
Eu tenho problemas na minha mente Eu vejo as rachaduras no céu aberto Eu sinto os relâmpagos iluminarem a dor interna Eu não sei o que vou encontrar lá no fundo
Lindy
O dia tinha sido movimentado, eu conseguia ouvir o barulho dos passos duros dos aliados de Jackson do lado de fora, e nem precisava me forçar para isto. Denyel não aparecia desde o dia anterior, era um alívio não ter que escutá-lo ou algo do tipo. O mesmo valia para Pete e Giamon, e a Srta. Rosamund. Jackson tinha me trazido alguns pães secos e puros para me alimentar, como um cão. Meu estômago desejava a comida da minha mãe ou a dos Argent. Fechei os olhos e me concentrei para tentar ouvir alguma conversa relevante além daquelas paredes. Meus ouvidos foram parar na conversa de Jackson com alguém que eu não reconhecia pela voz. - Estamos prestes a começar, onde Gia se meteu?! - Jackson estava irritado, e não havia novidade alguma naquilo. - Não sei senhor, vossa irmã não foi vista hoje. - Ela não é minha irmã! - interveio ele - Com ou sem ela, vamos prosseguir com o plano. - E quanto aos outros? - Pouco me importa, homem! - reclamou ele com desdém - Só quero o meu colar! - Não vai ter colar pra você hoje, leopardo. - eu podia sentir a ironia de Gia, como se ela estivesse ao meu lado - Fui procurar os Anciãos e a toca dos coelhos estava vazia. Lamento. - Lamentos não trarão meu colar, Giamon. - Ficar choramingando também não... - Não me ofenda. Não houve resposta. - Parece que o colar não vai chegar tão fácil assim. - ele bufou - Mas para onde foram estes malditos? - Talvez tenham se mudado para outra toca. - Sem avisos? - ele riu - Não, Aida não seria tola. Ela não arriscaria a vida da filha. - Pauline tem se mostrado uma ótima aliada, Jackson, não seria moral perdermos aliados assim tão fiéis. - Ah, fique em paz, Gia, não vou matar seu bichinho. Mais uma vez, o silêncio veio como resposta. - Tome mais cuidado, maninha, eu sei o que anda fazendo todas as noites. Imagine como você decepcionaria seu pai, que já é um maluco.O que ele pensaria de uma filha lésbica? Que desgosto! Aquilo tinha doído em mim, saber o quão Jackson maltratava Gia, e ela continuava ali mesmo assim o ajudando. - Me faça um favor, Archer. - o tom dela foi claro e faria qualquer um, até mesmo o Jackson tremer - Continue fazendo o seu péssimo trabalho, desonrando o seu pai e a sua família de merda, mas não mexa com a minha vida e as pessoas que estão nela. Com isso, ouvi ela se retirar. - Lee, prepare nossos prisioneiros, a hora deles está chegando. - Sim senhor. Saí daquela conversa imediatamente e meu coração acelerou. Então era isso, o dia tinha chegado. Os traidores iam ser executados.
Crystal
Estávamos seguindo por aquele bosque negro e silencioso, nos aproximando a cada passo da fortaleza de Auborne. O aglomerado de pessoas e armas, entre as árvores e arbustos. Ao meu lado, agora, estava Dominic tentando puxar conversa em sussurro. Éramos os últimos da fila de pessoas que seguiam Torrance e meu pai. - Achei que ia querer mais aliados. - disse ele. - Mandei você ficar longe de nós e fez exatamente o contrário! - rebati - Não devia estar aqui, só vá embora para sua casa e faça o que garotos fazem. - Não estou aqui por você. Vim honrar meu avô, ele ia querer que eu lutasse essa luta. - Você nem mesmo sabe o nosso plano. - Você pode me contar. - Não, eu não vou. - neguei - Você vai com o grupo do Vincent. - Não vai se livrar de mim assim. - disse ele rindo, e eu quis soca-lo por debochar de mim - Eu sei que você gosta de mim. Parei repentinamente, puxando sua jaqueta de couro, assim como a minha, no ombro. - Sério?! - o encarei - Veio para me atrapalhar na minha primeira missão? Falar que eu “gosto” de você? Ele segurou o riso novamente, continuando com o deboche. - É sua primeira missão?! - A primeira oficial. - Confesso que tenho interesse em te atrapalhar e fazer você admitir que gosta de mim. - Eu te odeio! - Eu não acredito em você. - ele se aproximou tocando nossos narizes, e em seguida recuando ao toque, mas ainda com os olhos nos meus - Você não se sentiu correspondida e apenas chorou como uma menininha. Uma novidade para você, Crystal, isso aqui é a vida real, e na vida real, 90% das pessoas não são correspondidas. Pare de chorar. O empurrei para trás com força e continuei andando, seguindo os outros que estavam quase sumindo no escuro. Ele me alcançou. - Talvez não seja a hora para isto. - Com certeza não é. - foi minha ultima resposta para ele.
Trina
Emely e Aaron iam lado a lado, à minha esquerda. Eu estava preocupada com eles, em especial com Aaron, ele não era um Gladiador treinado, ele era apenas um humano comum que nasceu em uma família comum, sem habilidades para este tipo de situação. Emely sabia disso, mas o que estavam fazendo pela minha filha, não somente eles, mas todos os outros, mas principalmente, mostrava o quão forte tinha se tornado a relação entre eles. Eu queria que Lindsey pudesse me dar a chance de me aproximar também. Torrance se encontrava ao meu lado quieto, e ao lado dele, Finick. - Fique calma. - pediu Torrance, me assustei ao ouvir sua voz, eu estava perdida demais em meus pensamentos - Logo estará com a sua filha. Soltei o ar que estava prendendo. - Eu sei. - relaxei meus músculos um pouco, a tensão estava me devorando - Mas não fui uma mãe tão boa para ela. Lindsey não vai gostar de me ver, ela acha que vou levá-la para nossa casa em Dublin. - É um belo lugar para se viver! - De fato. - assenti - Mas não vou leva-la mais, considerei recentemente, mas não quero tirar tudo isso dela. A vida que ela tem aqui, os planos que criou, os amigos que fez... Não seria justo. - Eu não sei como ajuda-la com isso, senhorita. - contou ele - Nunca tive filhos. - Sua esposa... - Não sou casado. - admitiu ele - Não mais. - Se separaram? Como aconteceu? - Eu amava a Heather, mas ela não está mais viva. Faz 11 anos desde o acontecido, e por anos eu odiei alguém que foi acusado injustamente. Minha esposa era uma marcada assim como vocês, sua irmã, sua mãe e sua filha são. O Criador da época foi o responsável, ou pelo menos um projeto do próximo, ele a estrangulou com um chicote metálico, bem na minha frente e eu não consegui fazer nada. Ele estava de capuz, não o reconheci, foi tudo muito rápido. Eu abri a porta da frente no momento certo em que ele puxou o chicote, a asfixiando, e a soltou. 2 anos depois, meu pai publicou seu livro e incriminou James Asvarc, ele não se conformava com o término do casamento com a sua mãe, mesmo isso tendo ocorrido muito antes do meu nascimento, e mais ainda do que a morte de Heather. - Isso é muito triste, Torrance. - admiti - Realmente toda essa história dos Marcados e dos Criadores é muito sangrenta. - Fui buscar ajuda com o meu pai, saí fugido de casa com medo de ser a próxima vítima. Tive sorte que ela me ensinou muito sobre táticas de luta. - Onde seu pai está agora? - Num Manicômio. - respondeu ele com um engasgo - Ele sempre foi credor do mundo sobrenatural, e resolveu revelar o que sabia em sua biografia. Foi dado como louco, e então... Não teve saída. - Claro. - assenti - Minha mãe dizia que ele sempre quisera provar algo. As pessoas não estavam prontas e provavelmente nunca estarão. - Sabia que ele mentiu na própria biografia? Ele disse que Sara era minha mãe. - Ele fez isso? - ri. - Fez. - concordou ele - Minha mãe biológica morreu durante o parto, eu sequer sei o nome dela, meu pai nunca me disse nada sobre ela, achei justo ter sua mãe como figura materna e o nome dela em meus documentos, mas eu sei a verdade. - Ela foi uma excelente para a Emely, e pelo visto para você. - forcei um sorriso - Vai ver o problema sou eu. - Não há problema algum com você, Trina. Paramos sentindo a exposição do fim do bosque. - Parece que finalmente chegou a hora. Remexi meus ombros e encarei os muros de Auborne.
Dominic
Deixei Crystal para trás com o irmão, Nate e Alyssa, e fui para o lado de Vincent, ouvir o que o Aworn tinha a dizer. - Muito bem amigos, chegamos em nosso destino. Vamos fazer nossas divisões - Finick foi para o lado de Aworn, que continuava - Trouxemos oito rádios de comunicação, quatro pessoas do grupo leste e mais quatro do oeste, peguem seus aparelhos. Mas lembrem-se, vocês serão os líderes de seus grupos. Contatem qualquer problema ou se acharem a garota. Se os locais de vasculha não forem onde a Fell está, retornem para o bosque e esperem. Não deixaremos nenhum dos nossos para trás. Vamos, andem, dividam-se. Já sabem quais são seus grupos. Fiquei com o grupo do leste, tendo Torrance como líder-mestre. Nate, Vincent e a mãe de Alyssa eram os sub-líderes. Prosseguimos carregando nossas armas, empunhando outras e preparando para tiros. Quando alcançamos a base da escadaria, fizemos um círculo com nossos corpos, e Torrance se pronunciou. - Certo, guerreiros, segunda separação. - ele tirou o rádio do bolso - Nataniel, você e seu grupo vão para a cobertura. Meu grupo, seguimos para o segundo andar. Senhorita Tunne, seu grupo vai vasculhar o primeiro andar. Vincent, os seus procurem no calabouço. Se separem em grupos menores para vasculhar as celas, sejam rápidos. Assim fizemos. O lugar era escuro e fedia. Tive que torcer meu nariz para não tossir e chamar atenção, prosseguimos evitando barulhos, mas nossas armas eram barulhentas, portanto não tinha jeito. Separamos-nos uma última vez e fomos checar as celas, houve um pequeno reboliço com nossa chegada, mas os prisioneiros logo se calaram, e por sorte não havia ninguém ali. Certamente os guardas estavam muito ocupados nos andares superiores para se preocuparem com o que estava ali embaixo. - Por que não checa aquela ali, Dominic? - Vincent apontou o queixo para a cela em minha frente. Assenti e me aproximei, mas o prisioneiro não se virou. - Lindy? - bati levemente na grade - Lindy é você? Achei que o prisioneiro não diria nada, e não disse, ele apenas correu contra a grade e me fez saltar para trás xingando. O prisioneiro era um homem barbudo cego que tinha queimaduras fortes no rosto. Ainda com o coração acelerado, recuei e fui checar outra cela. A próxima era bem maior. Antes que eu chamasse pela Lindy, liguei minha lanterna para evitar outro susto, mas foi inevitável quando vi que era um Velasque. Ele era diferente do que tinha atacado Crystal, esse não era listrado nem preto, era branco com manchas. Parecia um filhote de cachorro gigante. Seus olhos enormes e negros me olhavam com profundidade e eu podia sentir uma energia estranha. Ele parecia estar sofrendo, sentindo dor, mas não rosnou ou uivou, ele ficou parado me olhando. - Oi rapaz! - me aproximei dele - O que houve com você hein? Ele se aproximou da grade apoiando a cabeça nela, como se estivesse pedindo carinho. Estendi a mão com cuidado e toquei em sua pelagem quente, ele estava febril na certa. Velasques eram extremamente sensíveis, não era o habitat natural deles, ali era gelado, fedido e pequeno, aquele animal deveria estar ali há um bom tempo. Assim que afastei minha mão, ele desencostou a cabeça de lá e tornou a me olhar. Eu nunca tinha visto um Velasque como aquele, tão... Calmo e... Manso? - Eu venho te buscar, eu prometo. - Dominic? - me virei encontrando Vincent - O que está fazendo? - Nada. - balancei a cabeça seguindo ele. Seus olhos congelaram ao ver o Velasque do outro lado da cela, eu sentia a raiva dele queimar sua pele. Se ele tivesse a chance o teria matado. Olhar para aquele animal e lembrar-se da mãe sendo estraçalhada com certeza era uma dor que eu jamais poderia mensurar. - Vamos. - o puxei pelo braço - A Lindy não está aqui, amigo. Ele cedeu. Subimos novamente para sair dali quando, demos de cara com guardas. Antes que eles pudessem gritar, sete dos nossos, incluindo eu e Vincent, seguramos seus rostos prendendo a respiração deles até que perdessem a consciência. Os soltamos depois que todos apagaram. - Essa foi por pouco! - suspirei pegando o rádio da cintura de Vincent. - Dominic! - reclamou Vincent, mas não larguei o rádio. - Torrance! - o chamei - Torrance é o Dominic, responda. Nada. - Torrance. - Estou na linha. - respondeu ele - Nada por aqui. - Nada aqui embaixo também. - respondi de volta - Estamos subindo. - Vão para os bosques. - Eles vão. - desliguei o rádio e entreguei a Vincent enquanto subíamos. Assim que chegamos do lado de fora, me voltei para Vincent. - Vão para os bosques em segurança. - pediu ele - Você é o líder deles, Vince, fique com eles. - Aonde você pensa que vai, Dominic?! - Vincent se ouriçou. - Crystal ainda está lá dentro, eu vou atrás dela. - A Crystal pode se cuidar sozinha, cara. - reclamou ele - Venha com a gente. - Eu não vou sem ela, Vincent. - bati em seu ombro - Cuide do seu grupo. O soltei e voltei para dentro.
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Sem pesadelos
Whispers - Vancouver Sleep Clinic
Nós nunca lutamos para perder Nós não construímos para queimar isso Você não tem que carregar o peso do seu pecado Nós não nos levantamos para desmoronar Nunca partimos por segurança
Deixei meu pai no quarto com a ajuda de Torrance, e desci novamente tirando meu casaco e o estendendo no porta-chapéus perto da porta da sala de estar, foi então que percebi a presença de Will, debruçado no braço do sofá com aquele olhar irritante. - O papai dormiu? - indagou ele. - Está deitado pelo menos. - caminhei em sua direção e me sentei no sofá ao seu lado - Foi uma noite bem agitada para nós. - Com certeza. - concordou ele se sentando. - Eu estive querendo perguntar, mas minha cabeça estava tão cheia que nem tive tempo... Como as flores chegaram?- desviei do assunto - Digo, quem as trouxe? - Não tinha ninguém quando as encontrei na porta. - explicou ele - Achei que poderiam ser do Greg ou do Dominic. - Não. - balancei a cabeça levantando a mão - Não fale dele. - Eu vi como se enfrentaram lá no hospital. - questionou Will com seu tom preocupado, era a pergunta que eu temia - O que aconteceu com vocês? O que ele fez? - Nos beijamos. - confessei - Mas foi só uma noite... - Vocês...? - Não! - ressaltei querendo que ele me entendesse - Foram só beijos. - Agora são mais de um? - Não importa, Will. Não significou nada para ele e não sei por que esperava algo diferente. Dominic é igual ao Greg, agora entendo o que você e Nate aguentavam com o Greg. - Não acho que o Dominic e o Greg sejam iguais. - admitiu Will - Eu não devia, mas precisa saber de algo. No dia em que o Greg terminou com você, depois do jantar, Dominic veio me procurar no meu quarto, e perguntou se Greg tinha feito alguma coisa a você. Eu contei por alto que estava tudo acabado entre vocês, então pegamos meu carro e fomos até onde Dominic intuiu que Greg estava. Numa boate de estripers, Casa Plata. Dominic o encontrou e deu um soco no meio da cara daquele idiota, eu vi. Eu vi tudo. Ele resolveu sair e dar uma surra em um cara que brincou com você porque ele se importa... Com você. Casa Plata, uma boate estriper, era pra lá que Greg queria me levar há alguma noites, e fora Dominic quem me salvara. Sempre. Eu não conseguia pronunciar uma só palavra. - Não estou pedindo para perdoá-lo, até por que ele partiu seu coração, ele é quem devia fazê-lo. Mas ele sabe bem o que sente por você, só não tem coragem de admitir. Ainda não tinha palavras para àquilo. - Alyssa me contou algo sobre a festa na cachoeira também, nada de detalhes, não me meti, mas eu quero que saiba que mesmo se não se resolverem, e você quiser mandar ele sumir da sua vida, terá pessoas te ajudando a superar isso tudo. Não está sozinha. Sorri. - Sei que não estou. - finalmente tinha saído. - Não te culpo pelo que houve comigo. - Will segurou minha mão. - Mas eu sim. - engoli em seco - Por minha culpa agora existe um buraco negro entre nós. - Não tem buraco negro nenhum, eu ainda te amo e sempre amarei, você é minha irmã. O abracei enfim . - Odeio quando você age como irmão mais velho! Rimos. - Não precisa de nenhum namorado para sentir amor de verdade. - Eu sei. - eu já tinha ouvido aquilo de Dominic - Eu sei. - Estou oficialmente voltando para o meu quarto no andar de cima. - ele se levantou - Está na hora de trabalhar essas perninhas. Estou conseguindo subir escadas agora. - Eu percebi! - disse animada, tentando deixar meus pensamentos de lado - Quando ia me contar? - No seu aniversário! - ele sorriu - Mas fui um péssimo irmão, e me esqueci. - seus pés o levaram até a lareira, recolhendo um pequeno embrulho com estampa infantil detrás de uma foto de família. - O que é isso, Will? - Isso. - ele estendeu-o para mim - São desculpas. Na verdade, saí cedo em busca de um presente incrível no dia do seu aniversário, mas Alyssa é péssima, assim como eu. Então, preferi ser original. Não te vi depois que voltou da festa, não tive a oportunidade de entrega-lo devidamente. - Muito obrigada! - agradeci sinceramente. Ele beijou minha cabeça e se retirou. Abri com cuidado dando de cara com um catador de sonhos e um bilhete pendurado nele:
“Já chega de pesadelos para você.” - Era tudo.
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Pela primeira vez, em dias, eu tinha dormido. Tanto que me assustei com a hora quando fui checar, já estava tarde. - Bom dia, Bela Adormecida! - cantarolou Alyssa, que não tirava os olhos do notebook sobre suas pernas - Grande dia para nós. Me apoiei nos travesseiros e a fitei. - Bom dia! - passei as mãos pelos olhos - O que está fazendo? - Dando outra fuçada naqueles documentos que eu te mandei. Meus pais ainda não sabem. Venha ver isso. Me levantei e sentei ao seu lado, perto da janela. Haviam 18 abas abertas. Ela clicou em uma delas, dando zoom na imagem cheia de palavras. - Vê aqui embaixo? - ela apontou para duas inscrições sob o símbolo da empresa de carros de seu pai - Foram anotações feitas pelo meu pai. A19 e S13. - O que isso significa exatamente? - Neste documento, há as salas proibidas, onde funcionários não entram, mas estas duas, as câmeras detectaram invasão. Ian... Quer dizer, Archer, entrou nelas e levou caixas lotadas de óleo. - Rajões. - Exatamente! - concordou Alyssa - Foram vários roubos, todos associados a estas salas. Se parar para ligar os pontos, nossos combustíveis contribuíram, nós somos cúmplices. Agora faz sentido todo esse segredo, podemos ser presos, se a justiça descobre o que “acobertamos”... Não foram duas ou três caixas, foram 42, 42 litros furtados sob nossos narizes. O segurança com certeza foi subornado ou enfeitiçado para ele conseguir sumir com as caixas e não percebermos. Que escândalo, meu Deus! - Não tem como nada vir à tona, Alyssa, não enquanto apenas nós e seus pais soubermos, e provavelmente o meu pai também. - passei confiança a ela - Mais alguma coisa com que temos que nos preocupar? - Estas fotografias. 5 imagens se abriram. 3 eram noturnas, e mostravam a marcha, muito provavelmente de Holligan Werst para Auborne, do Criador seguido de seu extenso exército por ruas desertas, eram tantos que mal cabiam na foto. - Meus pais fotografaram isso, eles já sabiam há um tempo. As outras 2 fotos eram diurnas. Uma tinha o cenário caótico, onde um homem de cabelos brancos portando adagas curvas, parecia enfurecido com outros 4 indivíduos à sua volta. A última era apenas o mesmo homem grisalho, porém de aparência juvenil, procurando por algo. - Este é ele. - ela apontou para o home grisalho - E o exército que enfrentaremos. Engoli em seco, eram muitos. - Damos conta. - fui confiante, apesar de ter uma ponta solta em mim. Ela apenas me encarou. - Vou descer e ajudar. - disse ela fechando o notebook, depois de um curto momento de insegurança - Começaram a chegar mais pessoas. - Vou com você. - avisei me levantando e trocando o pijama. Descemos juntas. Todos os sacos de dormir tinham sido removidos. A sala agora era preenchida por pessoas conversando casualmente, como velhas conhecidas. Algumas tinham taças cheias de vinho até a borda. Franzi o cenho procurando por alguém que conhecêssemos, avistei Thomas, e Alyssa optou por ir falar com ele, mas eu fui para outro cômodo. Cozinha. Estava mais vazia, e pude encontrar Will, meu pai, Torrance e Trina. - Quando é que começaram a servir o álcool e porque não me chamaram? - peguei um copo do balcão e tomei uma golada. - Estamos sendo apenas receptivos, filha. - Claro. - ri - Quantas pessoas faltam chegar? Nossa casa está ficando pequena. - Os Daren ainda não chegaram, muito menos os Eligorn. - explicou Trina - Fora eles... Os Anciãos. Assenti tomando outra golada demorada. - Acha que eles virão, senhorita Fell? - indagou Will. - Aida nunca quebrou promessas, William, não creio que o fará agora. - Eu me darei o benefício da dúvida. - respondi terminando minha taça. - Confiando ou não neles, estamos com o mesmo propósito. - Os pais da Lindy não estão aqui? - indaguei. Trina quase se engasgou. - Emely e Aaron virão conosco? - Disseram que estariam aqui. - Como assim minha irmã está participando disto, senhor Argent?! - ela voltou-se para o meu pai. - Na verdade, fui eu quem pediu a ela que se unisse a nós. - respondi - Foi a primeira aliada que Nate e eu conseguimos. - Fizeram isso sem meu consentimento?! - Demos o primeiro passo. Notei um pequeno sorriso, que Trina escondeu de todos os outros. - Quero falar com a minha irmã assim que ela chegar. Meu pai consentiu. Ia tocar no assunto da noite anterior, para tentar saber algo sobre a reunião, mas a campainha tocou. - Vou atender. - me retirei dali e abri dando de cara com Ainda e seus companheiros. - Aida. - pronunciei com dificuldade, era difícil olhar para uma mulher que eu tanto confiei, e agora eu não era capaz de perceber sua franqueza. Traições eram o ponto fraco de Armadires. - Menina Argent. - ela cumprimentou enquanto os outros entravam, inclusive a menina que sempre abria as portas pra mim. - Trouxe a criança?! - franzi o cenho - Vão levar uma criança para uma missão perigosa dessas? - Venna tem 12 anos, já é entendida e madura para lidar com isso. - afirmou ela - Afinal, você com 10 enfrentou uma criatura das trevas. Apenas tirei os olhos de seu rosto e pedi para que ela entrasse. - Olhe, menina, eu sei que está com os pensamentos nervosos e não confia em nós, mas viemos ajudar. Ajudamos e fomos ajudados pelos Marcados há anos, e vocês Argent’s também. Estamos acertando contas, não atirando para o alto, sabemos que o Wilvarn vai cair, eles sempre caem. - Fiquem à vontade. - foi tudo que eu disse antes de deixa-la no saguão. Ainda conhecia o caminho. Eu iria polir minhas armas para a noite.
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Terminei meu rabo de cavalo, e com os olhos no espelho, observei a minha imagem, meu reflexo. Eu não era como aquelas garotas que se admiravam, e não o estava fazendo agora, era apenas uma encarada nesse rosto cansado e esse corpo pesado. Vesti minha jaqueta de couro e depois de uma remexida no meu penteado, saí do meu quarto rumo ao saguão. Meu pai faria um pronunciamento. Encontrei Alyssa já pronta, de pé no fim das escadas, ao lado de Vincent e Will. Também podia ver Nate não distante de nós, Trina, Ainda, a pequena Venna ao lado de sua Anciã-Mestra, e os pais nã-biológicos de Lindy. Nada do Dominic. Pus-me ao lado de Nate. - Você está bem? - perguntei assim que parei ao seu lado. - Estou preocupado. - disse ele - Só quero que Lindy volte para casa sã e salva. - E assim será. - disse confiante tomando seu braço. Meu pai surgiu no topo da escada ao lado de Torrance. - Meus amigos e amigas, hoje estamos aqui reunidos para atravessar barreiras de nossa existência que nunca foram violadas antes. Estamos indo contra o mau do Criador. Somos pais, mães, filhos, irmãos, jovens buscadores de aventura, Gladiadores, Perseguidor e Marcado, Anciãos, Armadir... Mas somos todos uma grande equipe de resgate. O que vamos enfrentar hoje é um exército, mas eu juro pelo meu sangue que darei minha vida por cada um de vocês, mas espero que possamos voltar para nossas famílias com lembranças de uma batalha vencida. Somos 160 guerreiros, fora os aliados que estarão nos esperando em carros fortes na fronteira. Devo agradecimentos a 8 jovens que fizeram disto uma possibilidade: meus filhos, Crystal e William Argent, nosso agregado Nate Foxin, Vincent Martin, Dominic Asvarc e Alyssa Tunne. Também devo agradecimentos a meus novos amigos, Torrance Aworn e Trina Fell, além de claro, Aaron e Emely Fell. Quero agradecer a todos! E lembrar que esta noite não será uma noite destinada a perdas, apesar de haver esta possibilidade, essa noite é um salvamento. Que nosso senhor esteja conosco em batalha. Vamos, meus amigos! Houve uma algazarra e palmas por todo o saguão, e então eles prosseguiram indo buscar suas armas. Esperei até que meu pai me alcançasse e abri a porta junto com Nate. No momento em que ela se abriu me deparei com a imagem que eu menos esperava. Dominic abotoando suas luvas, quando percebeu a abertura das portas ele me encarou com aquele olhar de tirar o fôlego, e por um momento agradeci por Nate e meu pai estarem ali comigo. - Espero que não se importem, mas eu estou um pouco atrasado.
#thestorie-s#fanfics#texto#historias#feeling#disturbia#capítulos finais#crystal#will#dominic#crystminic#ficou bem curtinho o capítulo#daqui pra frente é só bomba#se preparem#sem pesadelos
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28 de novembro de 2015
Eyelids - Pvris
Nossos olhos estão lutando contra a luz Mas eu não estou pronta para dizer "boa noite" Eu tento segurar firme Porque não está na hora de dizer "boa noite" Dizer "boa noite"
Um puxão me arrancou do meu sono, mas não tinha ninguém ali. Minha respiração acelerada me sufocou, pisquei rapidamente para afastar meu espanto e toquei minha têmpora, molhada de suor. Estava quase pronta para me levantar quando enfim percebi um peso extra na minha perna esquerda, puxei a coberta para cima para poder ver do que se tratava. Com o cenho transtornado, soltei um grito alto ao ver uma carcaça de um filhote de cervo.
Alyssa e Vincent foram os primeiros a chegarem e se depararem com a imagem confusa, eu não conseguia me mover pelo choque. Alyssa caminhou até a minha cama e me abraçou, enquanto eu não parava de tremer.
Vincent saiu em disparada, indo buscar meu pai, que chegou depressa com os pais de Alyssa, e Trina.
- Crystal, o que... - ele ficou tão pasmo quanto os outros - De onde veio esse animal?
- Eu não sei. - balancei a cabeça secando meu rosto - Eu... Acordei isto já estava aqui.
- Alyssa, desçam. - disse ele.
- Espere, senhor Argent. - ela apertou meus ombros - Crystal, conte a ele.
- Há 4 dias eu recebi flores e deixaram um cartão pra mim. - contei ainda tremendo - Estavam me ameaçando.
- Por que não me contou isso antes, Crystal? - indagou ele nervoso.
- E que diferença faria? - o fitei e engoli em seco - Alguém está querendo me assustar e é só isso.
- Crystal, eu não acho que isso seja “só pra assustar”. - disse Alyssa - Você já cansou de nos dizer que tem alguém atrás de você, pode ser a mesma pessoa.
Não disse nada, apenas continuei presa no choque do cervo ensanguentado em minha cama.
- Tudo bem, não adianta discutirmos sobre isso. - meu pai tentou se acalmar - Leve-a, Alyssa.
Ela me ajudou a levantar com as mãos em meus ombros e assim fomos pela escada, até encontrarmos Will angustiado no fim da escada.
- O que está acontecendo aqui? - perguntou ele confuso, tentando ligar os pontos.
- Tem pessoas atrás da sua irmã, Will. - explicou Alyssa - Ela acordou com um corpo de cervo na cama, alguém entrou aqui enquanto todos dormíamos.
Will deu quase um pulo para frente e me abraçou forte. Eu nem tinha percebido que estávamos tão afastados até aquele momento, e saber que meu irmão ainda estava ali para mim acalmava meu coração.
>>
Já tinham removido a carcaça do meu quarto, e agora, meu pai estava no telefone preso dentro do escritório, não sabia com quem, mas sabia que era sobre mim que falava. Alyssa tinha ido tomar uma ducha e Will, fora para o seu trabalho. Nate e Vincent estavam na biblioteca, algo tinha mudado entre os dois desde o sumiço de Lindy, e parte era por minha causa, pois Dominic passara mais tempo comigo do que com o melhor amigo.
Afastei o pensamento e continuei tomando meu café, e de repente, a Conjuradora estava sentada ali em minha frente inquieta.
- Conjuradora? - espantei-me quase jogando a caneca no chão, a deixei sobre a mesinha.
- Olá, criança. - ela sorriu como um fantasma - Tempos ruins pra você, não é?
- Você me avisou o que estava por vir, mas eu achei que pudesse fugir disto.
- Não se pode fugir do destino, minha querida. - seus olhos brilharam e era quase como se ela fosse real - E ainda não acabou, tem algo terrível se aproximando, algo que vai quebrá-la.
A fitei assustada.
- Mas tem algo para se preocupar agora. - disse ela friamente - O Criador vai tentar ultrapassar a barreira, mas prometo que irei protegê-la. Não quer dizer que você não vá sentir nada.
Engoli em seco.
- O que isso quer dizer?
- Você saberá quando ele começar. - explicou ela - Ele vai usar sua amiga contra você.
Mordi meu lábio inferior.
Lindy
Ouvi risadas enquanto eu despertava de uma noite que me dera dor de cabeça, abri os olhos devagar e disfarcei para não notarem. Era Denyel e Pete, eles estavam me observando? Fechei as mãos com os dedos dobrados sobre a palma e respirei lentamente esperando pela saída deles para poder me sentar e relaxar a câimbra que subia por minhas costas.
- Lindy! - chamou Denyel de forma irritante - Hey, Lindy!
- Deixe a menina, Halder. - aconselhou o outro - Não vai adiantar nada ficar cutucando-a, ela não quer falar com você.
- É uma idiota. - Denyel gritou - Ei!
- O que foi, Denyel?! - me sentei enfim o respondendo sem paciência - Será que pode me deixar dormir em paz!
Ele riu do comentário enquanto Pete, ao lado dele, se manteve sério.
- Fique tranquila, Lindy. - ele sorriu, e meu estômago se revirou - Já estava de saída.
E foi o que ele fez.
- Não fomos formalmente apresentados. - disse Pete - Pete Oregon.
- Não tem que perder seu tempo se apresentando pra mim, eu não me importo.
- Eu não tenho nada contra a senhorita, sabe. - ele cruzou os braços - Meu trabalho é com outro marcado.
- Se está machucando marcados, isso é ter algo contra mim.
Pete riu, e segundos depois, Jackson entrou acompanho dos dois guardas que sempre estavam com ele, Lee e Jake.
- Bom dia, meu marsupial de estimação! - cantarolou ele.
Revirei os olhos em descaso, não tinha a mínima vontade de tentar rebater as gracinhas de Jackson ou qualquer um hoje.
- Levante-se, menina. - ordenou ele gesticulando para que seus guardas fossem até mim - Vamos trabalhar hoje.
Eles soltaram minhas correntes e agarraram meus braços sem qualquer cuidado, soprei um fio de cabelo do meu olho e encarei Jackson confusa.
- O que? - indaguei – Que trabalho?
- Você vai nos ajudar a derrubar a Conjuradora. - disse ele pleno – A guardiã de sua amiga Armadir.
- Não, eu não...
- Shhh! - ele levou os dedos até os próprios lábios e abriu um pequeno sorriso – Será uma experiência espetacular pra você, patinha!
- Só uma informação pra sua mente débil. - meus lábios se elevaram discretamente - Patos não são marsupiais.
- Olhe se as gracinhas não voltaram. - ele riu - Você tem sorte que eu estou de bom humor hoje, menina.
Ele passou por mim e meu curto triunfo se foi, fui arrastada dali pelos guardas. Os corredores estavam cheios dessa vez, provavelmente estavam todos ouriçados pelos acontecimentos da madrugada passada, muitos ali deviam ter se aliado à Rosamund e tinham se curvado diante do “seu senhor”.
Abaixei o olhar evitando encará-los, mas eu parecia uma celebridade para eles. Seus olhos me examinavam como se eu fosse de uma espécie diferente, até de outro planeta. Eram tolos por seguirem aquele homem, mas cada um era livre para escolher seu próprio caminho.
Tinha ido parar na mesma sala onde estivera dias antes para localizar meu colar, a lembrança de Vincent deitado na cama passando os dedos pelo pingente vieram à minha cabeça como um rastro de velas sendo acesas, eu acendi naquele momento. Prendi a respiração e encarei com cuidado tudo e todos da sala.
Denyel estava do outro lado da sala com aquele sorriso irritante, ao seu lado estava a garota da noite passada, assim que pus meus olhos nela me lembrei do que me dissera, “da próxima vez que nos encontrarmos não vai ser em condições tão favoráveis assim”. Engoli em seco enquanto me largavam no centro da sala. Justin, o rastreador estava ali como da última vez, além destes, os Najos se posicionavam em forma de defesa sobre minha cabeça. Haviam mais guardas desta vez, eles circundavam o local como seguranças vestidos de preto e com os braços fortes cruzados.
Jackson bateu palmas, o que me assustou por conta dos meus pensamentos inquietos me incomodavam. Amordaçada, acorrentada, com cortes sérios no rosto e na altura do dorso, e com uma aparência muito longe da que eu conhecia, Rosamund entrou sendo carregada por mais dois guardas como eu.
- Justin, nós vamos começar.
Ele caminhou em minha direção acompanhado de Giamon no momento em que Rosamund foi empurrada parando ao meu lado, e me encarando de soslaio, seus olhos espantados me deixaram nervosa.
Como da última vez, Justin agarrou minhas mãos e meus olhos se fecharam automaticamente depois do tranco de troca de poder, eu senti o mal-estar e então o branco, e então eu estava na mansão dos Argent, na porta da frente. A abri me deparando com o salão vazio de entrada. Caminhei devagar e cautelosa, mesmo sabendo que era só na minha cabeça e ninguém poderia me ver.
Fui até a sala de estar, aparentemente vazia, mas mais alguns passos e pude ver Crystal sentada no sofá conversando com uma mulher branca com longos cabelos negros, quase parecia um espírito dos vários filmes de terror que eu já tinha visto. Continuei caminhando até ficar diante das duas. A mulher olhou em minha direção como se estivesse me vendo.
- Ela está aqui. - disse a mulher para Crystal que tentou me ver, mas tinha falhado.
- Lindy?! - me chamou ela, a mulher podia me ver. Era a Conjuradora.
- Mande ele desistir. - ordenou ela – Recue, criança. Ninguém toca na minha Armadir.
Crystal franziu os olhos, finalmente encontrando a direção certa.
- Não posso. - balancei a cabeça - Se eu o fizer, ele me mata.
- Bom, então não tenho escolha. - ela se levantou.
- O que?! - Crystal também se levantou – O que isso quer dizer?
A mulher agarrou meus ombros e os senti queimar, gritei sentindo-me em chamas, foi quando algo gelado cortou o fogo e um campo de força empurrou a Conjuradora, em um cambaleio para trás.
- O que você fez, menina?! - ela estava perturbada, seus olhos tomaram uma cor gélida.
- Eu não fiz nada, eu juro! - mas ela já estava agarrando meus braços novamente, uma mistura de gelo e fogo se fez sobre minha pele, era quase equilibrado, mas o calor dela era mais forte.
- Conjuradora, o que está fazendo?! - indagou Crystal nervosa - Não a machuque!
- Agora não, criança! - gritou ela de volta.
- Ponha as mãos as mãos nela, ande! - ouvi alguém gritar, mas não era a Conjuradora, nem Crystal, era outra pessoa. Uma voz de fora da situação.
O fiz como ela pediu e apertei seus pulsos, sentindo o calor deixar suas mãos. O olhar dela se tornou apavorante e ela tentou se soltar, mas parecia que minhas mãos tinham congelado sobre suas mãos.
Crystal, que até então estava quieta e bem, começou a se engasgar. Engasgar de forma sufocante, ela estava perdendo o ar e eu não podia ajudá-la, sequer era capaz de soltar a mulher que agora pronunciava palavras numa língua estranha.
O calor se fora, mas agora eu sentia eletricidade, como pequenos curtos de energia em meu corpo, fios desencapados fritando a minha pele. De mim emanava um bloqueio forçado, como se eu estivesse sendo blindada enquanto Crystal se debatia no chão, gritando de dor. Mas por que ninguém vinha ajudá-la? Quando enfim alguém apareceu era Nate.
- Nate! - gritei mesmo sabendo que ele não ouviria – Nate, a ajude!
Ele não se moveu.
- Nate!
- Não é o Foxin, é ele.
- Não. - gritei angustiada tentando soltar meus dedos - Não!
Os curtos pararam e eu parei de tremer. Com outro grito, quebrei a camada gelada sobre meus dedos, que eu nem sabia que estavam ali e me afastei da Conjurado me pondo contra a parede.
- Ajude ela! - gritei para ela enquanto eu lutava contra a força que me induzia para ela.
Quando Nate finalmente se moveu, Crystal tentou se pronunciar.
- Na... Nat... Pare... O que... - os dedos dele se fecharam em torno do pescoço dela.
A Conjuradora praguejou aquelas palavras estranhas tentando ajudar Crystal, mas eu já estava de volta com os braços em seu pescoço a sufocando da mesma forma que minha amiga.
- Nate! - gritei mais uma vez falhando – Nate, pare!
Ele agora tinha meu colar em mãos, mas assim que se preparou para sair Will apareceu.
- Nate? - ele o encarou com estranheza – O que...
Crystal conseguiu fôlego então para gritar pelo irmão.
- Wi... Will! - ela estava se arrastando pelo chão, como um animal - Nã... Não é ele!
Nate o socou antes que ele pudesse reagir, mas não o impediu de correr atrás dele e o pegar no corredor, não pude ver este momento pois eles tinham saído do cômodo, mas logo depois se fez um silêncio, o que significava que Nate fora apagado.
- Será que eu posso saber o que está acontecendo aqui?! - ele perguntou, mas Crystal estava voltada para a cena que Will não podia ver – Crystal!
Sorri diante de nossa vitória mesmo ainda apertando o pescoço da Conjuradora, que agora estava mais forte do que eu, e então, ela me deu uma cabeçada e fui empurrada para fora dali.
Eu estava de volta à sala de Jackson. Justin acabara de me soltar, ao meu lado esquerdo encontrava-se Gia com o cenho franzido e Denyel revoltado, ao lado do próprio Jackson que também não parecia feliz diante daquilo.
Dei um passo para trás e tropecei em Rosamund, caída aos meus pés.
- O que aconteceu?! - indaguei me virando para Giamon.
- Você... Como... Como se soltou? - ela parecia extremamente perdida – Como fez isso?!
- Eu... Eu não sei do que está falando.
- Ela está dizendo que você se livrou do controle dela. - Jackson caminhou furioso em minha direção e agarrou meus braços com muito mais força do que a Conjuradora – Como ousa desobedecer a uma ordem minha?! Eu devia mandar meus arqueiros flechá-la até a morte! Nunca mais faça isso, me ouviu, nunca mais se atreva a fazer isso, ou da próxima vez faço seu amiguinho arrancar a cabeça daquela puta loira!
- Não fale dela assim! - gritei de volta recebendo um tapa pesado no rosto, imediatamente me pus no lugar de Rosamund na noite anterior.
- Suma da minha frente!
Lee e Jake me agarraram e me tiraram dali, eu podia ter recebido um tapa dolorido, mas tinha salvado Crystal e Nate, e a Conjuradora. Agora, ele sabia que eu era uma ameça para ele.
Crystal
- O que acabou de acontecer aqui? - indagou Will assustado, agora acompanhado de meu pai.
- A Conjuradora esteve aqui, se não fosse por ela nem sei o que poderia ter acontecido. - balancei a cabeça respirando devagar e tentando amenizar dor que eu estava sentindo – Lindy... Lindy estava aqui, eu não a vi, mas a Conjuradora viu. O Criador a usou para que ela entrasse aqui e pegasse o maldito colar dela. Ele usou o Nate também... Está muito confuso aqui dentro da minha cabeça.
- Não importa agora. - Will me abraçou - O que importa é que está bem.
Fechei os olhos respirando fundo.
- Ei, Alyssa vai participar da confraternização hoje. - ele esfregou meus braços, como se estivesse me aquecendo de uma noite fria – Vai ser perto da cachoeira, todos os adolescentes da cidade vão estar lá, não quer ir?
- Não é uma boa ideia sua irmã sair hoje. - meu pai se levantou pronto para subir – Desculpe filha, mas nada de festa para você hoje. Vá tomar um banho e se deitar um pouco, tem sido um dia cheio.
Esperei que ele terminasse de subir as escadas e me voltei para Will.
- Sei que queria ir, você precisa distrair essa cabeça e ficar no quarto o dia todo dormindo não é uma boa distração.
- Eu vou. - disse decidida.
- Crystal...
- Meu pai acha que vou passar o dia dormindo, o que é ótimo. - revirei os olhos e me levantei em um pulo, quase parecia que nada tinha acontecido – Que se dane, eu vou nessa merda!
>>
A música estava animada e era uma explosão de hormônios aquele lugar. Era quase incômodo. Eu e Alyssa decidimos que era hora de encontrarmos um lugar menos “frequentado” e encher a cara, claro. Ela voltou com dois drinks, aceitei um e brindamos com os copinhos de plástico.
- Quase parecemos normais aqui. - disse após beber aquela substância gelatinosa – Tomando gelatinas batizadas de vodka. Cadê a bebida de verdade?!
- Nós somos normais, Crystal. - Alyssa já estava um pouco tonta – Somos meninas bebendo enquanto os meninos trazem um prato de churrasco para nós.
- O que?! - me virei encontrando Will e Vincent.
- Vou trazer mais. - disse ela se levantando.
- Fico feliz que tenha vindo. - disse Will com um sorriso enorme no rosto – Mas o papai vai nos matar.
- Não se ele não descobrir.
- Ele já deve saber, Crystal. - respondeu ele – Acha que foi uma boa ideia virmos sem o Nate?
- Nós sabemos que sim. - peguei uma carne de seu prato e a engolindo seca – Ele não está bem, Will, aposto uma garrafa de bourbon que ele está agora mesmo se culpando e pensando na Lindy, é o que ele faz.
- Ela está certa, Nate é um cabeça dura! - exclamou Vincent enfim.
- Crystal, eu notei o sumiço do Dominic...
Revirei os olhos diante do nome dele, mas Will me ignorou e continuou.
- Aconteceu alguma coisa?
- Por que estão todos falando isso?! - o encarei irritada - Não aconteceu nada com a gente, ele só está com família enfrentando o luto, será que agora podemos parar de falar dele.
- Tudo bem. - Will se rendeu – Finja que não falei nada.
Vincent abaixou o olhar, mas logo o levantou novamente. Aquilo fora estranho, mas eu não tinha dito nada para ele. Me voltei para Will novamente.
- Desculpe. - pedi balançando a cabeça - Eu só... Não estou com cabeça para pensar no Dominic com tudo que está acontecendo, está bem? Tem sido um inferno pra mim.
Alyssa retornou cortando nossa conversa.
- Sua bebida! - ela estendeu para mim.
Aceitei e a entornei garganta abaixo com um sorriso forçado no rosto.
- E nós, vamos buscar algo para tomarmos também. - disse Will batendo no ombro de Vincent após deixar o prato de carnes no tronco de árvore onde estávamos sentadas.
- Ele retornou suas mensagens? - indagou Alyssa.
A encarei por mais tempo do que devia até tomar coragem e soltar.
- O que você acha?
- Não fique assim. - ela tocou meu ombro me confortando – Vai ver ele trocou de telefone, não sei...
- Cansei de procurar desculpas, Alyssa. - disse desabafando – Quem é a maior perdedora do mundo? - levantei o braço.
- Não é verdade. - disse ela balançando a cabeça - Não é uma perdedora.
- Não precisa ficar aqui me bajulando enquanto o verdadeiro motivo de você estar aqui está esperando a hora certa para te dar uns amassos na cachoeira. - mordi meu lábio inferior – Quer saber? Eu não vou mais estragar o seu dia.
- Crystal, sei que está num péssimo dia, mas não precisa me tratar assim. - ela me encarou – Ou esqueceu que fui eu quem te deu apoio nos últimos dias?
- Claro, Alyssa! - me sobressaltei – Como eu me esqueceria com você me lembrando disso o tempo todo?! O que quer que eu faça? Me jogue aos seus pés e agradeça?
Me levantei e saí dali deixando Alyssa sozinha.
Havia um peso na minha consciência me exaurindo, eu tinha sido egoísta com ela, e não me orgulhava disso. Alyssa de fato tinha sido essencial nestes dias. Eu só queria ir para casa, mas não tinha a menor sobriedade para isso, tanto que nem vi Vincent e bati de frente com ele.
- Vincent, me desculpe, eu... - toquei minha testa e me virei encarando o que ele tanto olhava. Dominic estava ali, ótimo.
Abri a boca para falar algo e talvez xingá-lo com todos os palavrões baixos que eu conhecia, mas na verdade eu paralisei enquanto ele parecia completamente indiferente.
- Crystal. - foi tudo que ele disse e fez um aceno de cumprimento com a cabeça pra mim, nada mais.
- É o que tem pra dizer? - cruzei os braços.
- Te espero lá no bar. - disse Vincent.
- Não, Vincent. - dei um passo para longe de Dominic – Pode ficar com o seu amigo, eu já estava de saída.
- Estava? - Dominic ergueu a sobrancelha.
- Sim, eu estou. - bati o pé para ele.
- Certo, eu também. - Dominic deu de ombros – O Vincent te conta a novidade.
Com a saída dele, me virei para Vincent.
- Do que ele está falando? - indaguei.
- O Dominic entrou em contato com o filho do Aworn, Torrance. - contou ele – Ele aceitou ser nosso aliado.
Suavizei o olhar e me permiti ficar animada com isso.
- É uma ótima notícia. - assenti forçada.
- Sabe aquilo que você disse sobre o Nate? - ele me fitou – Talvez devesse seguir, posso te acompanhar até em casa, se quiser.
- Não. - recusei passando por ele – Ainda estou sóbria demais.
>>
Já era noite, mas eu não tinha a menor ideia de onde estavam os outros e provavelmente eles não me encontrariam, a festa já estava por um fio e a cachoeira só seria boa para me afogar.
Quando me levantei, quase de imediato, vi uma silhueta passando por entre as árvores. Assim que cheguei mais perto, percebi que era Dominic, eu deveria deixá-lo ir como mais cedo, mas fui atrás dele.
- Dominic! - o chamei e ele parou.
Ele deu mais alguns passos depois da pequena parada e eu o alcancei.
- Não, você não vai sem me ouvir! - gritei.
Parei em sua frente e te encarei.
- Você ignorou minhas ligações, minhas mensagens e pretendia simplesmente sumir e depois voltar fingindo que nada aconteceu?
- E você queria que eu fizesse o que, Crystal? - seu olha me assombrou – Queria que eu atendesse e falasse umas baboseiras pra você acreditar e ficar esperando eu dar um passo que eu nunca darei?
- Bem, devia ter pensado nisso antes de dormir comigo.
- Você sabe tanto quanto eu que estávamos bêbados e sensíveis, só estou sendo lógico, isso é para o seu bem, que bem eu posso trazer para a sua vida?
- Isso... É a maior babaquice que eu já ouvi na minha vida, eu estava bêbada sim, mas não totalmente para discernir o que eu queria, e nem você! Como você pode mentir desse jeito na minha cara? Eu confiei em você, e pra quê? Pra você vir agora e fazer a mesma canalhice que o Greg fez?
- Sim.
- Eu sei que não é verdade. - balancei a cabeça - Você não faria as coisas que fez se fosse, você não teria sido meu apoio, você não teria mostrado suas fraquezas. Mesmo que minta para si mesmo, eu sei o que eu sinto e eu vi o que você sentiu também. Você está é com medo porque nunca se sentiu assim antes, só... Não faça isso. Mas se quiser virar as costas pra mim agora, pode ir e esquecer que eu estive presente na sua vida, que eu tive qualquer importância pra você, você não é esse idiota que quer me convencer de que o que eu sinto é errado, eu sei que não é, você é uma pessoa boa, James me fez enxergar. Não posso trazer ele de volta, mas posso manter esse seu lado bom vivo. Então se você acredita nisso... Fique.
Ele me fitou e o silêncio entre nós se fez, uma parte de mim se agarrou à ideia de que ele ficaria, mas não ficou. Dominic se foi da mesma forma que chegou, mas foi diferente pra mim. Quando ele chegou, queria me livra dele, agora que tinha ido, meu coração estava partido.
Segurei minhas lágrimas. A Conjuradora disse que algo me quebraria, e eu esperava que fosse aquilo, pois eu não aguentaria outra dor como aquela. Uma única lágrima desceu e quando levantei o olhar, vi Alyssa parada não muito longe de mim me observando com sua expressão consoladora. Ergui minhas sobrancelhas em sinal de algo esperado e passei minhas mãos pelos meus cabelos, e quando me toquei de que não conseguiria mais me segurar, desabei. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, fora Alyssa quem ficara do meu lado.
#disturbia#feeling#duda#thestorie-s#28 de novembro de 2015#texto#historias#fanfics#crystminic#dominic#crystal#conjuradora#lindy
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O lado bom
Hometown - Twenty One Pilots
De onde viemos, não há sol Nossa cidade natal é no escuro De onde viemos, nós não somos ninguém Nossa cidade natal é no escuro Nossa cidade natal é no escuro
Crystal
Respirei fundo e abri meus olhos. Não tinha conseguido pregar o olho a noite toda, Vincent tinha chegado ao estado febril. Eu, Dominic e Nate cuidamos dele madrugada a dentro. Meu pai estava cansado demais e Will tinha voltado do trabalho, não sabia que ele estava trabalhando por conta de sua perna, mas ele parecia bem agora. Minhas pálpebras estavam pesadas, queria continuar deitada, mas eu tinha que começar a agir, e assim seria. Me levantei e vesti a primeira roupa que vi em minha frente, uma blusa branca e shorts. Me arrumei rápido e fui direto para o quarto de Vincent, onde encontrei Nate. - Bom dia! - disse entrando no quarto – Dormiu aqui? - Sim. - ele passos os dedos pelos olhos. - Como ele está? - Não teve mais recaídas desde as 5. - respondeu ele – Isso é muito estranho, não acha? - Como assim? - indaguei me sentando na cama ao lado de Vincent – Ele pegou uma virose, Nate. - Ele estava bem, Crystal, eu estava com ele quando aconteceu. - implicou Nate – E de repente, tem uma convulsão, febre, ânsias de vômito... - Acha que foi induzido? - perguntei abismada. - Talvez sim. - ele consentiu – O Criador pode ter feito alguma coisa. - Mas como? - questionei – Ele não pode controlá-lo, Vincent não é um Marcado. - Ele tem pessoas para fazer por ele, eu posso ter feito algo. - Não acredito nisso, o que ele iria querer com o Vincent? - remexi os ombros desconfortável - Não faz sentido. Nate permaneceu em silêncio pensando. - O colar! - ele disse em um estalo percebendo-o no pescoço dele – Emely disse para que Lindy cuidasse do colar, eu me lembro perfeitamente disso. Está com o Vincent. - Então deixe comigo. - estendi a mão desabotoando-o de seu pescoço - É melhor que fique comigo até que a Lindy volte. Para mexer comigo, ele tem que passar pela Conjuradora primeiro e duvido que ele vá querer isto. - Você está certa. - ele concordou. - Como o Dominic está? - perguntei enfim – Viu ele hoje? - Ele saiu cedo, deve ter ido para a escola. - E ia sem o Vincent? - prendi o colar no pescoço e o guardei dentro da blusa - Deve ter acontecido alguma coisa. Vou sair. - Não pode dirigir. - repreendeu Nate - Já está abusando da sorte, Crystal. - Não vou dirigir. - me levantei – Vou andando, preciso me certificar de que está tudo bem. Dominic não é de sair assim sem ninguém, inclusive tenho que ficar de olho nele. Volto o mais rápido que eu conseguir. - Vocês se aproximaram muito nas últimas semanas, não acha? - Talvez. - balancei a cabeça - Temos muito em comum, mais do que pensei que fosse possível para uma Armadir e um Perseguidor. - Só cuidado. - seus olhos carregavam preocupação - Acabou de sair de um namoro ruim, não se deixe levar por seus sentimentos agora. - Com todo respeito, Nate, não preciso de seus conselhos. - e com isso saí. Não queria falar com ele daquela forma, tão grossa, mas às vezes eu sentia que Nate e Will queriam controlar minha vida, e isso era bem chato. Eu já era bem crescida para ter pessoas me aconselhando conselhos bobos e imaturos como aquele. Apesar do péssimo golpe de Greg, eu ainda tinha controle sobre a minha vida.
>>
Liguei para Dominic enquanto me aproximava da escola, mas ele não tinha me atendido, então resolvi deixar uma mensagem de voz. - Eu não sei o que está acontecendo, mas o senhor vai ter que me explicar tudo. - suspirei – Por que não me chamou para ir com você? Quer saber, esqueça tudo, já estou na frente da escola. Encerrei a ligação e caminhei até a entrada. Todos pararam e me olharam ali de shorts parada olhando em volta, mas ele não estava ali. Parti pela multidão de pessoas, não era possível que nunca tinham visto um par de pernas nuas na vida! Prossegui e bati na sala do diretor. Uma mulher loira de óculos vermelhos foi quem me atendeu. - Pois não? - ela me encarou querendo respostas. - Me chamo Crystal. - me apresentei – Sou prima de Dominic Asvarc e queria saber que aula ele está tendo agora. - Conheço o rapaz. - comento ela – Mas ele não veio hoje, creio que tem algo haver com o último diretor. Numa média de 2 semanas, o Gabrilson foi pior do que Rosamund em 3 anos. Alguns alunos não se adaptam bem à troca de diretores. - Claro. - assenti – Eu vou ver se o encontro, obrigada. - Por nada. - ela fechou a porta com um sorriso, ela era sem dúvidas mais simpática do que Cedric. Atravessei o corredor mais uma vez e ao chegar do lado de fora, meu telefone tocou. Era Dominic. - Eu espero que tenha uma boa justificativa por ter desaparecido deste jeito. - Crystal. - sua voz estava baixa e triste – Eu não estou no clima hoje, ok? - O que aconteceu? - tomei um tom sério - Onde você está? - Estou com o meu avô, no hospital. - Hospital. - engoli em seco – Ai meu Deus! - Será que pode vir pra cá? Eu te mando o endereço. - Eu vou.
>>
Entrei no hospital com um tanto de pressa e encontrei Dominic andando em círculo na recepção. - Dominic! - disse um tanto angustiada em vê-lo impaciente – O que aconteceu? Ele passou a mão pelo rosto e me puxou para o canto da sala, perto de um bebedouro. - Foi ele, Crystal, o Criador. - disse Dominic tentando manter a calma – Meu avô viu o rosto dele, ele o viu. Ele foi até a casa dele com seus Capangas e eles acabaram com ele... Era um aviso, pra ele não abrir a boca ou da próxima... - Por Deus, eu já entendi! - toquei em seu ombro tentando reconfortá-lo, me aproximei mas meu telefone tocou imediatamente me impedindo. Levantei o dedo pra ele pedindo para que esperasse e atendi. - Alyssa? - indaguei. - Crystal, onde você está?! - sua voz era um tanto desesperadora. - Eu estou ocupada agora, fale o que houve. - sinalizei com minha cabeça para que déssemos entrada. Caminhando lado a lado, continuei ouvindo Alyssa. - Eu descobri quem é o Criador. - O que?! - Eu o conheço, Crystal! - disse ela alarmada – Estou com medo dele vir atrás da minha família. - Ele não vai, vamos atrás dele primeiro. - afirmei olhando para Dominic de soslaio – Quem é? - Se chama Archer Jackson Wilvarn, mas o conhecíamos como Ian Topaz. - explicou ela – Ele trabalhou para o meu pai, meu Deus! Já estivemos sobre o mesmo teto que aquele monstro. - Mas como descobriu isso, Alyssa? - Estive revirando as coisas do meu pai, eu senti que estavam me escondendo algo nas últimas semanas. Então eu achei uma pasta cheia de fotos e evidências, estavam investigando assim como nós, mas já estavam de olho em Auborne. - Isso é péssimo, mas é ótimo. - disse – Consegue me mandar fotos desses documentos? - Claro, eu me antecipei e fotografei tudo. - Hoje é um dia difícil, mas resolvemos isso amanhã? - Está bem, Crystal. - respondeu ela – Mas me sentiria melhor se seu pai nos acolhesse na casa de vocês. Se meus pais sabem de Jackson, não vai demorar para que ele descubra e venha atrás de nós. - Não se preocupe, Alyssa. Você e sua família já cansaram de nos ajudar, é claro que me pai vai acolher vocês. Nos falamos depois. Desliguei o telefone rapidamente e Dominic me fitou cheio de interrogações. - O que já ouviu falar de Archer Jackson Wilvarn? - Nada? - ele franziu o cenho - Então temos um nome... - O Criador, Dominic. - expliquei a ele – Ele também tem um codinome, Ian Topaz. - Não conheço nenhum dos dois nomes. - Isso fica para amanhã, quero ver seu avô, ele vai querer saber. Ele assentiu e eu o segui até o quarto de James. - Vô? - chamou ele - Você tem visita. James abriu os olhos e me fitou ali na porta ao lado do neto. - Crystal! - ele fez um esforço para se sentar. Dominic foi ajudá-lo e eu fui fechar as cortinas. Quando voltei o olhar para os dois, Dominic já estava sentado na cadeira ao lado dele. - Pegue um desses sucos na mesa ao seu lado, por favor, minha jovem. Peguei um dos copos e entreguei a ele. - Aqui. - ele sorriu pra mim - É o que tem tomado? - Os médicos disseram que é bom para os ossos e garante que nada dentro de mim piore. - Como isso aconteceu exatamente, James? - indaguei – O que fizeram com você? - Já sou um homem velho, Crystal. - respondeu ele – Eles me pegaram desprevenido. - São uns cretinos estúpidos, se quer saber! - Não importa agora, tenho uma perna quebrada, um abdômen perfurado e hematomas pelo corpo todo. Sinto muito, mas não posso ajudá-los mais, se eu fizer qualquer movimento a mais pode não só me comprometer, mas a vocês também. - Sabemos quem é o Criador, James. - contei a ele – Minha amiga Alyssa deu uma revirada no escritório dos pais e descobriu bastante sobre ele pelo que parece, por enquanto o que ela me adiantou foi o nome, Archer Jackson Wilvarn, provavelmente filho de Ryan Wilvarn. - Eu estive cara a cara com esse homem, ontem à noite, Crystal. - disse ele – Ele apontou uma arma pra mim e me mandou ficar longe. Tenham cuidado. Pouco importa se ele é filho de Ryan ou não, ele é perigoso e vai vir atrás de vocês se preciso. - Eu sei o que ele quer. - puxei o colar de dentro da blusa para mostrar – Esse é o colar da família de Lindy. Peguei do pescoço de Vincent hoje pela manhã, Nate e eu pensamos um pouco, achamos que o Criador foi o responsável pelo transtorno do amigo de Dominic, ele não vai parar até ter isso e todos os Marcados. - Proteja isso, ele não pode pôr as mãos nessa joia. - alertou ele – Nem nos Marcados. Guardei o colar novamente dentro de minha blusa. - Dom, eu gostaria de conversar com a sua amiga sozinho. - O que... Vai contar segredos pra ela agora? - Dominic, não seja teimoso. Ele saiu praguejando. - Sente-se aqui, menina. Fiz o que ele pediu, pondo-me ao seu lado. - Sei que você quer falar do Criador e da sua amiga, do quanto quer recupera-la. - disse ele forçando um sorriso – Mas ouça o que tenho a lhe dizer. Assenti em silêncio. - Eu estou velho, Crystal, e um homem velho é sensível a coisas assim. - disse ele melancolicamente – Foi muita adrenalina pra mim, não sou mais um Perseguidor ativo. Tenho algo para te mostrar. Ele recolheu de trás do travesseiro, uma pasta hospitalar. - Esse é o meu estado no momento. Abri a pasta sentindo minhas mãos temerem, fechei os olhos momentaneamente tomando coragem, e então abri. Olhei para James um tanto assustada. - Muitos órgãos meus foram atingidos. - ele engoliu em seco – Minha chance de sobreviver é quase nula, eu não contei isso ao Dominic. Quero te pedir algo, Crystal. - Peça. - segurei sua mão transmitindo meu calor para ele. - Meu neto é um bom garoto, apesar do trabalho que tem, ele não é um monstro. Você viu a bondade nele, quero que cuide dele quando eu me for. - James... - Me deixe falar, Crystal. - implorou ele – Ele vai ficar devastado quando eu morrer, preciso que me diga que não vai desistir dele, você é a única que vai ajudá-lo a superar isso. Sei que se estiver do lado dele, vai fazer meu neto muito feliz, mesmo que não sinta nada por ele, não vou te obrigar a me dizer, mas por favor, ele precisa de você na vida dele. Você foi muito boa com ele e continua sendo, ele não pode perder coisas boas, ele já perdeu demais. - Eu vou cuidar do seu neto, é uma promessa. - Você é um anjo que entrou na vida dele. - disse ele admirado - Me deixa mais tranquilo saber que meu neto não ficará sozinho quando eu me for. Obrigado. Sorri para ele com tristeza no olhar, o pouco tempo que eu tinha tido com ele, fora o suficiente para me afeiçoar a ele, e agora ele estava morrendo. Devolvi a pasta a ele e me segurei para sair dali sem derramar uma lágrima sequer. Encontrei Dominic olhando para algo que eu não era capaz de ver, só percebi o que era quando me aproximei. Era uma senhora feliz por estar saindo dali bem, ela estava acompanhada da neta que devia ter entre 6/7 anos. O olhei enquanto ele não tirava os olhos da cena. - Você acha que meu avô vai demorar para sair daqui? – perguntou ele repentinamente. Eu não soube o que dizer de imediato. - Não. – disse baixinho – Ele vai sair logo. Tive que mentir para deixá-lo mais animado. - Ei, fique feliz por eles, seu avô vai se levantar da cama bem, assim como aquela mulher. - pressionei meu cotovelo em seu braço - Por que não vamos comer alguma coisa? - Não estou no clima... Me pus em sua frente. - Olha Dominic. – soltei o ar com pesar – Pense no seu avô, acha que ele ia querer que você ficasse aqui no hospital e deixasse de viver sua vida por ele? Ele quer que você viva! Não fique sozinho nesse hospital, isso vai te deixar deprimido. Vamos fazer do meu jeito hoje. Dominic suspirou e olhou por sobre seu ombro, para a mulher ainda lá com a família. - Tudo bem. – ele forçou um sorriso e eu sorri de volta. Eu me sentia mal por não ter contado a ele de minha conversa com James, mas se ele tinha falado apenas pra mim, comigo ficaria, por mais que eu soubesse que Dominic tinha direito de saber.
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Passamos o dia rodando com Dominic pela cidade, até no museu fomos. Tinha sido um dia bom e tinha o distraído um pouco. Ele nem tinha tocado no assunto e isso me deixara mais tranquila. Mas já era noite. - Crystal, obrigado por hoje, foi bem... Divertido? Ri, ele tinha mesmo gostado de passar o dia comigo? - Podemos sair mais assim, Dominic. - Está me chamando pra sair, Dama das Armas? - Você ainda se lembra desse apelido? – ri ao ouvir, eu na verdade gostava. - É o apelido mais bonito que eu já dei a alguém. Assenti mordendo meu lábio inferior. - Estou parecendo um babão falando assim, não sei onde está minha cabeça hoje, eu... - Não precisa fingir ser algo que você não é, seu avô disse que você é bom, muito bom, e eu acredito nisso, Dom, eu errei muito quando nos conhecemos. Você não é uma pessoa odiável. Ele sorriu e segurou minha mão, prendi a respiração e o olhar em nossas mãos unidas. Sua delicadeza me arrancou um sorriso de mim inevitável. - Eu... A... – abri um sorriso maior quando nossos olhares se encontraram – Tudo bem. - Crystal, tem outra coisa. – disse ele soltando nossas mãos – Eu... Eu não vou ficar hoje, achei melhor eu ir dar suporte a minha avó, ela vai precisar de companhia agora que... Bem, você sabe. - Claro. – assenti, mas eu queria que ele ficasse – Nós cuidaremos bem do Vincent, se o Nate e eu estivermos certos, essa noite ele terá uma noite tranquila. - Amanhã cedo vou estar aqui. – disse ele – Não vai nem sentir minha falta. - Leve o tempo que precisar, amanhã estaremos resolvendo tudo com o meu pai, espero que ele entenda que saber quem é o Criador é um grande passo. - Esqueça um pouco isso, Crystal, é importante mas você também é. Paralisei por alguns segundos até processar o que ele tinha dito. - Boa noite, Crystal. - Boa noite, Dom. Finalmente entrei, deixando ele do lado de fora. Assim que entrei na sala sei de cara com um flores, em um pequeno vaso retangular. Olhei com carinho para elas e fui até lá. - De onde é que vocês vieram? - São suas. - Minhas? - Sim. - Oh! – mexi nas pétalas. - Saiu com o Dominic hoje? - era Will. Assenti. - Ele teve uns problemas com o avô, quis distraí-lo um pouco. – remexi os ombros – Tudo bem por aqui? - Sim. – respondeu ele - Por que sinto que não está tão bem assim com você? - Tenho um assunto importante para conversar com vocês, re não tem nada a ver com o Dominic - O que houve? – indagou Will preocupado. - Alyssa me ligou hoje, ela descobriu quem é o Criador. - Ela descobriu o que?! - Eu sei é loucura. – expliquei – Mas é, ela sabe quem é, e ela conhecia o homem pelo codinome, Ian Topaz, ele trabalhou para os pais dela. - Eu me lembro dele, já o vi na casa dos Tunne. – disse ele assombrado – Precisamos falar com o nosso pai. - E agora! – alertei – Alyssa nos pediu acolhimento, ela está com medo do Criador ir atrás dela e da família, e nosso pai vai nos ajudar com isso. - Vamos! – chamei Will enquanto subia a escada depressa.
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Depois de uma reunião complicada, ficou decidido que Alyssa ficaria no meu quarto e os pais dela no último quarto livre. Eu tinha ligado para ela e avisado que viesse no dia seguinte, de preferência pela manhã. Chovia lá fora agora e eu mal conseguia fechar os olhos pensando em James e torcendo para que ele sobrevivesse àquilo, mas eu sabia que a chance era baixa, quase impossível. Resolvi descer para beber um copo d’água. A casa estava escura, mas a cada relâmpago, todo andar de baixo se iluminava. Abri a geladeira e enchi o copo e antes que eu pudesse levá-lo à boca, o som de uma batida ecoou pela sala. Franzi o cenho e deixei o copo sobre a bancada, me aproximei da porta parando com a mão na maçaneta, a batida veio novamente. Tirei a chave de dentro do casaco que eu usava e abri. Do outro lado, uma mulher alta, bonita e de cabelos longos negros escorridos pelos ombros se encontrava encharcada. - É a Mansão dos Argent? - Ah... Sim. – franzi o venho procurando por sinais de reconhecimento, mas nunca tinha a visto na vida – Sou Crystal Argent. - Tenho procurado por vocês. – disse ela batendo os dentes – Posso ajudar vocês. - Nos ajudar? - Sim, ajudar a salvar sua amiga. – revelou a mulher – É um prazer conhecer uma Armadir, sou Trina Fell. Sou a mãe da Lindy.
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Ases de copas
I found - Amber Run
E se você está falando que não faz sentido Então você terá perdido sua cabeça E eu encontrei o amor onde eu não deveria encontrar Bem na minha frente, faça isso fazer sentido
Crystal
Desci as escadas com cuidado para que ninguém percebesse minha saída. Estavam todos preocupados que eu fizesse uma loucura irreversível, eu mesma estava, mas precisava de soluções para os meus limites racionais. - Onde pensa que vai? Me virei e lá estava Dominic no topo da escada apoiado no corrimão de braços cruzados. - Vou sair. - Não pode. - disse ele descendo os degraus - Não sozinha. - Agora quer me acompanhar? - franzi o cenho - Você não é uma boa companhia. - Mas é claro que sou! - ele parou diante de mim - Eu sou um ótimo entusiasta! - Da última vez que ficamos sozinhos num carro, você falou que eu era uma espécie de monstro. - o encarei - E foi hoje, por sinal. - Eu estava brincando. - Eu te odeio. - dei as costas pra ele, mas fui interrompida pela mão dele. - Não vou deixar que vá sozinha. - interveio ele - Sei que precisa de alguém para dirigir. - E desde quando começou a se importar comigo? - me livrei de sua mão - Não devia se importar com nada! - Você precisa de ajuda querendo ou não. - respondeu ele - Hoje você quase me matou, portanto é o mínimo que pode me deixar fazer. Eu salvei a sua vida... Mais de uma vez. O fitei e concordei no fim das contas. - Você vem. - respondi - Se prometer não se perder ou nos trair. - Eu prometo que não vou me perder nem trair você. Engoli em seco percebendo que estava próxima dele, mas do que me permitia ficar calma. - Crystal. - começou ele - Tive milhares de chances de deixar tudo e sair correndo, como naquele dia na floresta. Eu não vou a lugar algum. - Tem razão. - dei um passo para trás soltando o ar que eu prendia - A Aura é o que te prende aqui. Ele apenas me observou. Eu já estava nervosa com seu olhar, portanto desviei e tirei a chave do bolso entregando a ele. - Meu pai apagou na sala dele, Will dormiu também. - dei outro passo para trás - Vamos embora antes que acordem.
Lindy
O sinal indicava hora de ir pra casa! Nate estava agradecido, acho que escola não era mesmo pra ele, talvez ele devesse continuar com a sua inteligência sobrenatural mexendo com coisas sobrenaturais. A escola não tinha nada a ver com o que ele estava acostumado, pra ele era um mundo completamente diferente. Ele não se encaixava naquela vidinha normal, era normal demais para ele. Já Vincent, era incrivelmente sábio quanto aos conteúdos de todas as matérias, e vinha tentando enfia-las na cabeça de Nate, o que era fascinante pra mim já que eles não se gostavam. E restava eu, feliz por poder estar passando aqueles últimos dias na escola que eu vivi por quatro anos. Por outro lado, aquele lado escuro, tudo parecia ruir e eu não sabia o que fazer. Só hoje tive que aturar as provocações de Vanessa, fugir do diretor e dos lugares que me lembravam o Berry, me conter quando vinha aquela vontade de conversar com alguém sobre meus segredos - não que eu estivesse reclamando dos meninos, eles tinham sido ótimos comigo o dia inteiro - eu sentia falta do lado feminino grudento de Lynor, que sempre fora aflorado, não que Crystal não estivesse me ajudando a superar, só que era difícil tentar remendar a lacuna que a morte de Lynor tinha deixado no meu peito, na minha vida, e ainda restava o Deny, quem eu tanto ansiava socar depois de tudo que me dissera e fizera. Por hoje já estava feito, mas ainda não estava acabado. Neste momento, só queria a minha cama e a minha vida normal. E meus pais, bem, digamos que em meio a todas essas coisas que aconteceram hoje, eu não deixei de pensar neles. Enquanto saímos rumo ao estacionamento, algo chamou minha atenção. Câmeras. Em todos os anos em que eu havia estudado naquela escola, nunca tinha as visto ali. Mas por que o Sr. Gabrilson instalaria câmeras na escola? De qualquer jeito, não importava, não poderia ser bom. - Ei! - resolvi alertá-los - Estamos sendo vigiados. Vincent e Nate seguiram meu olhar. - Cretino! - praguejou Nate. - Fomos filmados o tempo todo. - disse Vincent - Ainda estamos sendo. - Eu não vou ficar aqui enquanto ele nos assiste como um filminho de drama. - disse dando de ombros - Vocês vão? Eles balançaram a cabeça e seguiram na frente. Eu, ficando por último, dei uma última olhada para a câmera sem qualquer interesse e segui. Mal conhecia este homem, mas já estava cansada dos joguinhos dele. Eu tinha mais com o que me preocupar, como com o Criador e os Marcados, e os meus pais. Meus amigos também.
Crystal
Durante todo o percurso, Dominic tinha se mantido contido, perguntando apenas para onde íamos e o que faríamos - o único incômodo era o plural em tudo. - Sabe como fazer isso? - perguntou ele. - Não. - respondi suspirando ao lado dele. - Vamos a pé daqui? - Sim. - respondi. - Está nervosa? Passei um olhar curioso para ele e soltei o cinto. Ele estava falando sério ou era mais uma piadinha? - Não. - engoli em seco e saí do carro. Ele veio logo atrás. - Passou o dia lendo sobre os Velasques? - indagou ele vindo atrás de mim - Sabe o motivo de eu temê-los? - Não me importo. - Já estive cara a cara com eles. - contou ele - Poderiam ter me matado, eram muito maiores que eu. Sabe por que não mataram? - Por que reconhecem sangue ruim? - indaguei. - Não! - ele me fitou - Perseguidores tem uma história com Velasques. - Que seria? - Agora quer saber? - ele riu ironicamente. - Me deixou curiosa. - Perseguidores e Velasques são companheiros de guerra. - respondeu ele - Começou há séculos atrás. "A lenda conta que um dos mais antigos Perseguidores tinha perdido a família em uma chacina e vivia solitário pela península americana do norte, nas montanhas. Então ele foi atacado, em uma noite, por um lobo que desejava sua carne, mas ele conseguiu domar o animal depois de ter quase todo seu corpo mordido. O amansou. Ele poderia ter optado por morrer ou atirar no animal, mas escolheu fazer dele seu companheiro.” “Quando retornou para a cidade natal, todos queriam o lobo morto, mas o homem protegeu ele de tudo aquilo que quisesse matá-lo. O Perseguidor era um cientista também, portanto se instalou em um depósito abandonado na cidade e criou seu laboratório. O lobo se tornou seu melhor amigo. O homem fazia experimentos com o lobo sempre do lado, e ele respondia à suas necessidades, e todas as noites ele saía para caçar, mas sempre voltava fiel ao dono. Dormiam juntos, comiam juntos, nunca se separavam por muito tempo.” “Certo dia, ele resolveu testar uma das experiências no lobo, já que desejava dar poder ao amigo, ele não era completamente são. Algo deu muito errado na experiência e o lobo se tornou uma fera arrepiante de dentes longos e pavio curto. O homem se assustou diante de sua própria criação e tentou tocá-lo para ver se ainda era seu velho amigo, mas ele tinha matado seu lado lupino, deixando apenas aquela horrenda criatura em sua frente. Ele mal teve tempo de pedir socorro, a criatura já o tinha engolido.” “E então, partiu pela cidade. Exterminou a cidade deixando milhares de mortos e desapareceu". Não havia outros como ele, mas acredita-se que a criação de outros foi possível através do acasalamento com lobos normais, mas pensar nisso é um tanto tosco! Não houveram mais casos de extermínio total, e de alguma forma foram curados da vontade de matar, segundo pesquisas, por um xamã poderoso. Mas não perderam os instintos e se forem instruídos, facilmente voltam para sua condição de retaliação original. Esse é o medo. Não disse nada, apenas remexi os ombros e continuei andando. - Isso não te assusta? - Tudo que li sobre eles indicam lendas, o que me faz pensar que posso ter sido invadida. - Como assim?! - indagou ele. - Pode ter ocorrido uma interferência de dimensões, isso também acontece. - Eles são reais. - disse Dominic determinado - E não são nada pacíficos, se quer saber. A criatura devorou a mãe de Vincent, sabemos do que são capazes. Não é fantasia. - Eu não sabia que tinha sido assim. - Não falamos disso, está bem? - pediu ele - Não na frente do Vincent, afeta ele. Continuei a caminhar. - Mas se essa criatura tem até uma lenda, como nunca ouvi falar dela? - Nunca acreditaram muito nela, nenhum Livro Praticante consta a história completa, só a parte que julgam real. - disse ele - Nós, Perseguidores, ouvíamos histórias de terror sobre eles. Desde bem pequenos aprendemos que eles podem ser controlados por nós, mas não amansados. - Realmente acha que depois de anos ainda exista algum Velasque vivo? - É uma espécie de gênio sobrenatural, não vou mesmo duvidar. Será que pode não me dar as costas? Me virei contra a minha vontade e fiquei de frente para ele. - Posso te perguntar uma coisa. - Não. - disse franzindo o cenho - Já esgotou o seu limite de perguntas e o meu de paciência para responde-las. - Por que me odeia? Nem eu sabia, simplesmente odiava a forma que ele falava, seu jeito de andar, aquele olhar convencido/pervertido, os apelidos que me dava, o som do meu nome nos lábios dele, sua extrema alto estima achando que tinha toda a liberdade do mundo para chegar perto de mim, as piadinhas cruéis, aquela maldade inevitável, tudo soava irritantemente insuportável. - Ainda vai me responder isso, mas não hoje. Revirei os olhos e continuei caminhando. E então, lá estava a construção dos Anciãos. - Espera. - pediu Dominic. - O que foi agora? - me virei pra ele novamente - Precisa de atenção? Não estou a fim... - Crystal, fica quieta! Parei de falar e o encarei enquanto ele se focava em alguma outra coisa. - Capangas! - praguejou ele nos empurrando para trás de algumas peças de madeira e pedaços de lona. Franzi o cenho diante do olhar dele. O encarei de volta tentando entender por que ele tinha feito aquilo, mas tive que desviar, pois estava evidente meu nervosismo, e eu não daria este gostinho a ele. - Precisa sempre ser tão bruto? - murmurei. - Ei! - murmurou ele de volta - O que capangas estão fazendo aqui? - Eu não sei. - respondi - Por que não dá uma olhada já que tirou o dia pra me empurrar contra coisas? Ele franziu os olhos e se virou tentando entender a conversa. Fiz o mesmo. - Nos dê o que nos prometeu, Aida. - falou um dos homens. - Não quebro minhas promessas, cavalheiros. - ela passou os olhos pelos dois - Estou com ela, mas só a entregarei se prometerem que não irão machucar minha filha. - Ele deu sua palavra. - disse o outro. - Perdão, mas não é a palavra dele que quero. - disse Aida - Quero a dela. - Sabe que ela não pode voltar enquanto ele estiver vivo. - Estou lhes confiando algo muito valioso. - disse Aida passando uma caixa de madeira a eles - Não desperdicem! - Ele ficará agradecido pela sua confraternização, Aida. - Não quero as graças daquele homem. - ela os olhou com frieza - Agora sumam daqui, não quero problemas pra mim. Os Capangas se retiraram pelo lado oposto da construção e Aida entrou. - Meu Deus! - disse estupefata - Eles são os provedores de magia!
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Nem ligava de levar bronca ou não, eu tinha essa informação coçando na minha língua. Falei tanto no caminho de volta que sentia que Dominic também me odiava agora. Will estava na sala quando apareci de supetão com Dominic atrás de mim; ele não estava com uma cara boa, era quase chorosa. - Crystal! - ele me encarou, depois ao Dominic - Onde vocês estavam? - Will. - comecei - Só... - O papai está uma fera! - disse ele - Eu estava extremamente preocupado com você, ora, pelo amor de Deus! - Sabemos quem são os provedores de magia! - O que?! - Will franziu o cenho. - Onde estão Lindy, Nate e Vincent? - Precisa saber de uma coisa, Crystal. - Não pode esperar? - praguejei me jogando no sofá ao lado dele. - É a vovó. - disse ele - Ela está no hospital. Meu coração acelerou e falei engasgada: - O que ela tem? - Os médicos não sabem ainda. - respondeu ele - Acham que ela tomou alguma coisa infecciosa. Respirei fundo e com a primeira lágrima descendo, olhei para Dominic. - Não fique aí parado como se fizesse parte disso! - passei a mão pelo rosto enchugando os rastros das lágrimas - Saia daqui! Ele abriu a boca para falar algo, mas a fechou e partiu pelo corredor. Eu me senti mal por ter sido tão grossa, mas eu não estava estável, então sim, era uma desculpa. Abracei Will e então desabei.
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Havíamos organizado uma reunião rápida para uma associação de informações, diante dos últimos acontecimentos. Depois que deixamos a sala, mandei uma mensagem para o Greg contando que não poderia ir me encontrar com ele, que minha avó estava no hospital e iria passar a noite com ela. Como eu já esperava, não tive resposta alguma. Deixei o telefone sobre o balcão da cozinha e me levantei da cadeira ao lado do mesmo. Will tinha voltado pra cama; Nate e Lindy estavam com o meu pai resolvendo alguma coisa; Vincent ficara também; Dominic havia sumido; e eu queria sumir também. Abri a porta da frente e caminhei pela calçada. Não muito longe da minha casa, um pequeno bosque adormecido era meu lugar favorito. Nele, uma cripta se embrenhava entre os galhos e arbustos. Empurrei o portão e cautelosa prossegui, estava escurecendo portanto não tinha uma visão clara das coisas. Até, para a minha surpresa, notar que não estava sozinha. Sentado de costas para mim, estava Dominic curvado para frente... Parecia exausto, acabado. Me questionei se deveria dizer algo ou simplesmente dar meia volta e deixá-lo sozinho. Optei por falar alguma coisa já que eu estava ali. - O que está fazendo aqui? - era a pergunta mais correta a se fazer naquela situação. Ele me lançou um olhar distante sobre seu ombro, mas tornou a virar a cabeça. - Não sabia que viria aqui. - respondeu ele - Só queria ficar sozinho. - Bem, eu também. - disse indo até ele - É um lugar íntimo pra mim. - Sinto ter invadido. - ele deu de ombros. - Não o culpo. - parei de pé ao seu lado, mas não muito perto - Uma cripta abandonada às vezes é bem atrativa! Ele apenas me observou enquanto me sentava ao seu lado. - Eu sei que tenho sido desagradável com você - disse lentamente - e uma tremenda ingrata, mesmo depois de ter salvado a minha vida mais vezes do que posso contar. - Não foram tantas assim! - queixou-se ele. - As pessoas não podem ter o mundo - disse - mas fazem de tudo para dominá-lo e acabam chegando a lugar nenhum, por isso são tão infelizes. Você não é nenhum super-herói, Dominic, mas se saiu bem. - Está me elogiando?! - ele ergueu as sobrancelhas surpreso. - Por mais incrível que pareça! - olhei pra ele enfim - Às vezes sou dura demais. Ser durona sempre me pareceu uma boa maneira de tapear a Crystal frágil que eu odeio. - Não devia odiá-la. - respondeu ele abaixando o olhar e o levantando de volta - Eu não odeio. Deixei um sorriso escapar, mas realmente não esperava que surgisse um pequeno tremor nos lábios de Dominic. Ele ia sorrir? Acho que nunca saberia. - Minha avó está doente, Dominic, e eu não sei o que fazer. - respirei fundo, já tinha soltado umas pontas com ele, mas chorar era exagero. - Tudo o que pode fazer é companhia a ela. - ele estava sendo tão delicado que me chocou um pouco - Devia ir. - Eu não sei se estou pronta. - engoli em seco - Me deparar com ela, uma mulher tão cheia de vida e pra cima em uma cama de hospital, eu não... A mão dele se aconchegou sobre a minha, para meu espanto. Meus olhos saltaram junto com minha pulsação e mordi meu lábio inferior contendo minhas palavras. - Ela vai ficar bem. - Agora eu estou vendo o otimista. Ele não respondeu, continuou apenas me olhando e tentando encaixar seus dedos entre os meus, mas eu recolhi minha mão ainda espantada. - O que aconteceu com aquele Dominic cruel e irritante? - Às vezes até ele se cansa, Crystal. Ironicamente, o Dominic cruel e irritante era menos intimidador que o Dominic bom e sensível.
#ases de copas#disturbia#feeling#thestorie-s#duda#texto#fanfics#histórias#crystminic#stay strong pattie#crystal
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Sistema danificado
Do I wanna know? - Arctic Monkeys
Você tem cor em suas bochechas? Você já teve aquele medo de não poder mudar O tipo que gruda como algo em seus dentes? Esconda alguns ases na sua manga Você não tem ideia de que você é minha obsessão? Eu sonhei com você quase todas as noites essa semana Quantos segredos você consegue guardar?
Crystal
Já tinha checado fileiras e mais fileiras de livros, e não havia um sinal sequer de Livros Praticantes, que nada mais eram que livros instrucionais para nós Gladiadores, o que indicava que possivelmente não haviam infiltrados, ou se havia, escondiam bem as coisas. - Crystal! Me virei de imediato, mas a biblioteca estava vazia. - Crystal! Mais uma vez nada. - Quem está aí? - perguntei com o cenho franzido - Essa brincadeira não me assusta. - Crystal, estou aqui, vire-se. Me virei e me deparei com uma mulher que eu não conhecia, mas sabia o meu nome. - Eu te conheço? - Não criança. - disse ela lentamente - Sou uma Conjuradora da Morte. - Conjuradora da Morte. - a encarei e dei um passo para trás - Como nunca li nada sobre você? - Conjuradoras são criaturas secretas, apenas Armadires podem nos ver. - respondeu ela - Se quisermos ser vistas. - O que você quer? - Você viu, não viu? - perguntou ela ansiosa - A desgraça que vem pela frente se os Marcados não impedirem aquele homem, o Criador. - Vi. - respondi singelamente - E eu quero impedir. - Criança, o que pode fazer? - perguntou ela tocando meu queixo - É uma Armadir, manipula a cabeça das pessoas, mas não tem o poder para derrotar o Criador. - E se eu mudar a cabeça dele? - a encarei - Posso mudar seus planos, mexer com seus pensamentos. - Não. - disse ela. Apenas a encarei sem saber respostas para contornar o não. - A cabeça do Criador é imutável. - respondeu ela - De nada adiantaria seus dons contra ele, e se uma Armadir falha feio sabe o que acontece. - Sei. - O que procura com tanto desespero, minha doce Armadir? - Livros Praticantes, Conjuradora. - Em uma escola? - ela sorriu - Tem certeza? - Estou seguindo a intuição de uma Marcada. - Junte-os. - pediu a Conjuradora. - O que? - a fitei confusa. - Os Marcados. Junte-os e ajude-os a usar seus poderes contra o Criador, prometa que não vai desistir deles, criança, nem você nem seus irmãos e os Perseguidores que estão ajudando. Assenti. - Mas como faço isso? - Vai descobrir. Franzi o cenho pronta para indagar mais, mas uma dor aguda subiu pelas minhas costas e me fez gritar. A Conjuradora tinha desaparecido, e algo agarrou meus braços enquanto eu gritava e tentava me livrar das coisas que queriam me envolver... Olhando bem, pareciam tentáculos? - Crystal! - uma terrível voz gritou - Ei, Crystal, fique quieta. Crystal! Fechei os olhos e o grito me deixou. Me joguei para frente e toci tão forte que parecia que meu pulmão estava saindo pela boca. - Crystal? - senti um toque em minha cabeça e ali, diante de mim, estavam Dominic e Nate. Quem tocava minha cabeça era Nate; enquanto Dominic me observava de pé assustado? - Nate. - estava tonta, mas pude perceber que me encontrava no chão - Acho que... - O que você gritou... - disse Dominic admirado, ainda com aquela expressão assustada - Eu sei o que significa. - Do que está falando? - perguntei com o cenho franzido - O que eu gritei? - Foi latim. - recitou ele - "Eles estão vindo, os Cães do Norte. Eles vão matar todos. Os Cães do Norte, eles virão". - Cães do Norte? - passei um olhar confuso de Dominic a Nate, e Dominic de novo - O que diabos são Cães do Norte? - Nunca leu nada sobre eles? Balancei a cabeça negando. - Terá tempo para ler sobre eles - disse Nate me ajudando a levantar - porque você irá para casa. - Nate, eu... - Dominic vai te levar pra casa, está bem? Assenti e peguei minha bolsa sobre uma das mesas. - Está bem. - dei de ombros. Estava tão abatida que mal liguei quando a mão de Dominic se repousou em minhas costas.
Lindy
Acabei por chamar Vincent para me acompanhar até o ginásio fechado; ele aceitou e fomos para lá. Alguns alunos estavam nos assentos superiores. Era um pouco estranho, mas ele chegou com toalhas me perguntando se eu não gostaria de nadar com ele. Por sorte, sabendo que eu teria uma aula vaga, tinha pegado um biquini das gavetas. Tirei a blusa e a calça, soltei as presilhas do meu cabelo e me sentei na borda da piscina. Vincent já tinha entrado, e se apoiava ao meu lado com o corpo dentro da água e os braços na borda. - Não vai entrar? - perguntou ele com o queixo sobre os braços - Sei que você nada bem, já te vi antes. Sorri e toquei sua têmpora afastando seus fios de lá. - Sou tão boa nadadora quanto arqueira. - disse rindo. - É o que veremos! - disse ele dando impulso pra cima e me agarrando pela cintura puxando-me para dentro da água. Meus braços foram parar em volta do seu pescoço enquanto ele me abraçava. Eu estava próxima como nunca dele. Ele beijou meu pescoço e meus olhos se fecharam de vez. Minhas mãos tocaram as laterais de seu rosto, e sorri. - Vamos nadar. - sussurrou ele no meu ouvido. Depois se afastou e quando abri os olhos ele se encontrava ao meu lado sorrindo. - Pronto? - perguntei me preparando para dar uma braçada. Ele assentiu. - Já! - disparei. Só parei quando minhas mãos alcançaram a borda do lado oposto da piscina. Eu venci. - Força nesses braços! - ri alto. Ele parou do meu lado balançando a cabeça. - Não vale, você é melhor que eu! - ele jogou um jato de água no meu rosto, o que me fez rir mais do que já estava. - Gosto de te ver rindo. - Achei que nunca te perdoaria. - meu sorriso se desfez - Eu quis fugir do que eu sentia por você te odiando, mas eu não consegui. - Por que? - perguntou ele - Te dei mil motivos pra isso. - Eu amava você. - engoli em seco - Eu amo. Ele se aproximou e tocou a lateral do meu rosto com um sorriso contagiante nos lábios. - Queria ter notado. - disse ele passando o polegar pela minha bochecha - Nos últimos dias eu tenho pensado em você, acho que uma grande parte de mim quer fazer com que tenha valido a pena. - E o que quer fazer? - Beijar você. Dei um impulso e passei um dos meus braços pelos seus ombros enquanto subia minha mão desocupada para seu maxilar.
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Outra aula tinha passado, filosofia não era tão ruim assim. Sim, se for pra falar a verdade beijar o Vincent no ginásio fechado tinha me deixado de bom humor apesar de algumas coisas não terem saído muito bem. A próxima aula seria na biblioteca, o que era ótimo. Estava com Nate agora; Vincent viria com a gente também. E Crystal e Dominic tinham ido embora. - Não sei como não fica louca. - disse Nate enquanto íamos para a biblioteca - Eu não entendi nada daquelas fórmulas infinitas e números gigantes... Ri. - Você se acostuma, cara! - disse Vincent batendo em seu ombro, aquilo foi até fofo já que Nate não gostava muito dele e não se incomodou com o modo como ele falou - Física é uma porcaria. - Por isso que eu gosto das aulas de literatura. - sorri para os dois enquanto entrávamos - Bem-vindo a biblioteca da escola, Nate! As mesas estavam começando a ficar cheias e pedi para que guardassem um lugar pra mim, que iria checar uma das sessões enquanto a Srta. Henson não chegava. O livro que eu procurava se intitulava "A Ordem das Criaturas", ele se referia à médicos que ocultavam mortes para fazerem experiências com os corpos, no mais parecia ficção, mas este citava algo que me era conhecido agora. Os corpos eram fornecidos por um povo Ereu, que segundo minhas conversas com Nate e Crystal, se tratava de seres sem humanidade emocional. Como Rajões, que poderiam ser facilmente controlados, movidos por químicos energéticos. Mobestos ou Anciãos? Esta era a grande dúvida! Recolhendo-o retornei para as mesas, onde um lugar entre Nate e Vincent estava reservado. - Acho que tem alguma coisa aqui. - pus o livro sobre a mesa para que eles vissem - Lembra-se das perguntas que vim fazendo a você enquanto vinhamos para cá? - Lembro. - Quando se referem ao povo Ereu neste livro aqui - apontei para a capa - falam deles como criaturas sem sentimentos, avivados por energia. O que isto parece pra você? - Rajões. - Exatamente! - respondi animada - E eles entregavam os corpos a médicos que ocultavam mortes para fazer experiências em corpos. O que me faz pensar que os Rajões estão levando os corpos para o Criador, o que me leva a acreditar na possibilidade de que ele seja um médico. - Mas o que ele faria com corpos? - indagou Vincent. - Isso eu não sei, mas justifica as mortes. - disse - Ele quer corpos, muitos corpos. - E não é só com isso que devemos nos preocupar agora. - disse Nate. - Como assim? - o encarei - Com o que mais? - Fora achar os Marcados, Crystal falou algo hoje... Gritou, na verdade, enquanto estava em uma espécie de transe alucinógeno. - disse Nate - Cães do Norte. Soa familiar pra você? Neguei, mas um segundo depois me ocorreu algo. - Eu os conheço. - respondeu Vincent antes de mim - Sabem da carnificina de 2009, à qual Crystal perguntou se nos envolvemos? Assenti. Nate também. - Não lutaram apenas homens contra nós, mas animais também. - disse ele - Eles eram controlados para matar. - Se o Criador quer um exército, por que não Cães? - disse Nate - Se podem ser controlados... Não os negaria. - Ele gosta de controlar as coisas. - disse irritadiça. - Os Cães do Norte são mais conhecidos como Velasques. - Velasques já me parece mais conhecido. - disse Nate - O ponto é que, segundo a tradução de Dominic, eles estão vindo prontos para matar tudo pela frente, muitos inocentes morrerão. - Eu não entendo uma coisa. - disse - Se o Criador odeia os Marcados, por que quer atacar além de nós? - Talvez ele odeie tudo, não apenas nós. - disse Nate - Talvez sejamos apenas mais uma peça no exército dele. Ele pode estar querendo ir contra toda a cidade, todo o país. Quanto mais poder melhor, certo? Ele quer se tornar invencível, não quer? Então aí está nossa resposta. É pior do que pensávamos. Meu olhar dizia tudo. Preocupação. - Alunos, bom dia! - era a Srta. Henson chegando - Perdão pelo atraso, abram o livro na página 47 e façam a leitura do texto. Vamos, hora de trabalharmos! Nate bufou. - Ei, você vai sobreviver! - disse batendo meu ombro no de Nate - Pode usar o meu livro, lemos juntos. Ele sorriu e abaixou o olhar para o livro; me inclinei para perto de Nate e li, esperava que ele estivesse fazendo o mesmo.
Crystal
Já tinha chegado em casa há um tempo e agora estava na sala estudando os Cães do Norte ou Velasques, mais precisamente. Eu precisava distrair minha cabeça depois de gritar como uma louca, o que eu sei que estava mexendo com o meu pai, apesar de eu não querer falar com ele. Depois de terminar mais uma página, fechei o livro e o pus de lado, eu estava um pouco carregada. Me levantei para ir buscar um copo d'água. - Olá irmã! Me virei e lá estava Will diante de mim, de pé, com muletas, mas... de pé! - Will? - sorri - Você está melhorando rápido. - Soube do que houve na escola. Fechei os olhos envergonhada. - Não acredito que já tenham espalhado! - disse irritada - Esse é o problema desta família, a língua. - Sabe que isso não me surpreende. - disse ele - Sabemos dos seus dons, pra quê todo esse show, Crystal? - Apenas estresse. - cruzei os braços. - Vai fazer o que você tinha pra fazer. - disse ele com peso - Ainda não consigo ficar muito tempo de pé. - Se cuida. Ele fez um sinal de paz e amor e me deixou sozinha ali. Fui tomar um copo d'água e voltei para a sala, onde tirei meu casaco e vesti um de couro. O dia não estava frio, mas por algum motivo eu não me sentia confortável. Pensei em me sentar e continuar minha leitura, mas resolvi ir até a sala de armas. Comecei a mexer nas armas. Calibrei algumas que estavam bem desalinhadas e quando pus uma delas sobre a mesa ouvi passos atrás de mim. Parei o que estava fazendo e passei a mão pela arma, me virei e Dominic estava de pé na porta. - Veio brincar? - perguntou ele vindo em minha direção. Engoli em seco com a arma em mãos. - Ei! - pediu ele levantando as mãos, que estavam lotadas de sangue - Eu brinquei um pouco também, mas não te machuquei, machuquei? - Afaste-se de mim! - apontei a arma pra ele de modo que o cano encostasse em sua barriga. - Não vai querer fazer isso. - Sim, eu quero. - respondi o empurrando para trás. Paramos no corredor. - Não confio em você. - Pare de bobagem, bonitinha, vamos brincar juntos. - Cala a boca! - Crystal, abaixa essa arma, isso não é real! - pediu ele - É a sua cabeça brincando com você. - De onde veio este sangue? - indaguei com as mãos tremendo - Você matou alguém. - Crystal, não tem sangue! - falou ele - Não é real. - Quem você matou? - perguntei tremendo - Fala! - É o que eu faço. - ele riu. - Você... O que você fez? - Nada! - ele estava nervoso - Eu não fiz nada! - Está mentindo! - Eu sou real, foque em mim. - pediu ele tocando meu rosto e o sujando de sangue... E ao mesmo tempo não - Não tem sangue, Crystal. - Não tem sangue? - balancei a cabeça. - Não. Comecei a abaixar a arma. Mas fui surpreendida quando ele correu em minha direção e agarrou meu braço tampando minha boca, o sangue tinha sumido e eu via a verdade enquanto sentia minhas costas chocarem-se contra parede e fitava com um olhar interrogativo. Seu dedo indicador subiu para seus lábios. Com a outra mão, ele pegou a arma e virou a curva da pilastra da sala já disparando. Foi então que notei que haviam dois homens no corredor que até então vinham entrando sorrateiramente, agora caídos pelos tiros certeiros de Dominic. Meu irmão e meu pai apareceram logo depois espantados. - Vocês foram invadidos, senhores. - se explicou ele. - Obrigada. Ele apenas me observou confuso e devolveu a arma ao meu pai, e então se retirou. Todos os olhares se voltaram pra mim, mas eu não sabia o que responder, ainda estava em choque.
Lindy
Eu buscava por um livro que eu já tivesse lido para que fosse maior meu interesse em anotar as prioridades impostas pela Srta. Henson. Recolhendo um dos livros, pude ver Nate do outro lado da estante. - Nenhum te interessou? - perguntei - Logo você, adorador dos livros. - Não consigo me concentrar, Lindy. - disse ele olhando para os livros. - Eu também não. - respirei fundo - Parece que não somos tão bons quanto o Vincent. Acha que o Criador quer mesmo se voltar contra a cidade, o país? - Já conheci progressistas antes. - respondeu ele em um tom claro - Não duvido que este seja apenas mais um lunático para entrar na fila de idiotas egocêntricos que tentaram dominar o mundo. Lunáticos nunca ganham. - E se estivermos errados, Nate? - indaguei - São mais especulações do que certezas. - É melhor do que ficar sentado - disse ele retirando algo das prateleiras - esperando que tudo se resolva, especulações são melhores do que nada. Assenti virando o livro em minhas mãos. - Acho que achei o meu. Levantei o olhar tentando ler as escritas na capa, mas fui cortada pela voz dele dizendo-as pra mim: - “Sentidos de Ouro”. - Eu leria algo assim. - admiti virando o meu para que ele visse a capa - Escolhi “Presa Em Meus Sonhos”, eu recomendo falando nisso. Li no primeiro trimestre deste ano. Nate apenas sorriu e partiu de volta para as mesas. Me virei pronta para segui-lo e dei de cara com Vincent. - Presa Em Meus Sonhos? - ele tocou minha mão sobre o livro gentilmente - Lemos esse no começo deste ano, não? - Sim. - “O Último Recado”, lembra deste? - Você vinha todos os dias, no primeiro ano, depois das aulas ler ele. - respondi - Sempre estava aqui no mesmo horário esperando o sinal do curso integrado. Eu vinha porque sabia que veria você, gostava de te observar lendo enquanto fingia desenhar alguma coisa no meu caderno. Nunca entendi por que não levava ele pra casa. - Digamos que meu pai não gostava muito de me ver lendo. - ele percebeu que meu olhar era confuso quanto a isso - Eu sei, é estranho, mas é. - Quando terminou o livro e deixou de aparecer, eu ficava meio desanimada. - meu sorriso desbotou - Até que a Lynor me achava e me fazia acordar pra vida. - Ei? - chamou ele. - Eu estou bem. Ele largou minha mão e fomos de volta para as mesas. Era hora de trabalhar.
>>
Quando o sinal do intervalo tocou nos apressamos. Éramos só nós três agora. Fomos em direção ao armários, mas nos interrompemos ao vermos Cedric saindo de sua sala. Puxei Nate e Vincent junto comigo para que ficássemos de costas e caminhassemos para fora de sua visão, rumo à cantina. - Essa foi por pouco! - os larguei. Pus a mão no bolso em busca do meu celular, ia aproveitar para ligar para Crystal para ver como ela estava, mas o celular não estava mais lá. - Mas que droga! - praguejei - Acho que perdi meu celular na biblioteca! - empurrei as franjas que caíam irritantemente sobre meus olhos para trás - Já alcanço vocês. - Cuidado! - aconselhou Vincent. Apenas assenti e apressadamente caminhei até a biblioteca. Alguns alunos ainda saíam com livros embaixo dos braços e suas mochilas penduradas no ombro. Não demorou para que restasse apenas eu. Olhei pelo chão, mas não havia sinal algum do celular. Me sentei por um segundo para tentar me lembrar de que outro lugar eu poderia ir para tentar acha-lo. Tinha mais três salas para checar e o ginásio fechado. Me levantei e fui em direção ao ginásio fechado, começaria por lá. Atravessei os corredores sem precisar me esconder de Cedric, ele já tinha ido. Para o meu azar, topei com Deny. Ainda envergonhada, desviei o olhar e tentei passar por ele, mas ele me impediu dando um passo para o mesmo lado. - Muita pressa no momento? - indagou ele examinando meu rosto - Aposto que pode esperar. - Eu quero passar, Deny. - disse olhando para o chão. - Não seja covarde ou orgulhosa! - ordenou ele crescendo a voz - Olhe para mim. Levantei o olhar, por dentro ainda tremendo. Ele desbloqueou a passagem e deixou que eu passasse. Nada. - Procura por isso? - indagou Deny. Me virei, e bem em sua mão estava o meu celular. - Devolva-o. - estendi a mão em sua direção. - Não! Foi um não tão intenso que me fez dar um passo para trás. Eu tinha total ciência que a cada passo para trás me deixava mais perto de cair na piscina. Se ele tivesse oportunidade, me afogaria com toda a certeza. - Você sabe. - disse ele sorrindo doentiamente - Quando aprendeu a segurar uma arma? Logo você. - Devolva-o. - tornei a dizer com mais firmeza, quase raiva. - Abaixe sua voz comigo, princesinha! - pediu ele levantando seu dedo indicador, como se eu aceitasse uma ordem - Eu posso te entregar para o Sr. Gabrilson, e sei que está fugindo do velho e não vai querer isso, vai? Imagine só, armas na escola. Poderia arruinar sua vidinha perfeita. Agindo como uma covarde mais uma vez, dei outro passo para trás e meu ombro tocou a parede. Por fim abaixei a cabeça, engolindo em seco. - Não sei do que está falando. - Sabe sim. - disse ele cerrando a mão - Bem, é a primeira Marcada que conheci. Olhei para ele exasperada com um pingo de desespero. Tentei fugir do seu olhar, mas meus olhos se voltaram para ele. - O que sabe sobre isto? - Eu tenho pena. - ele deu de ombros vindo em minha direção lentamente - Você é bonita... Andei para trás e meu pé tocou a borda da piscina, portanto parei e dei um passo para longe da beira, mas acabei por bater contra Deny. Ele agarrou meus pulsos e me segurou de modo que se me soltasse, eu certamente cairia. - Seria uma boa namorada. - ele tocou minha têmpora e se aproximou dos meus lábios - Meus pais gostariam de você. Cuspi em sua cara demonstrando meu tamanho desgosto com a ideia. Ele limpou o rosto e voltou a tocar o meu. - É teimosa também. - ele riu - Mas isso podemos concertar. Soltei um grito angustiante enquanto ele tentava me beijar. Em um tranco forte, ele foi jogado para longe de mim e antes que eu caísse dentro d'água, minha mão foi agarrada. Lá estava Vincent. Fui puxada e recebida por seus braços protetores. - Fique atrás de mim. - pediu ele. O soltei e deixei que ele caminhasse pisando duro até Deny, ainda no chão. Deny levantou as mãos pedindo para que ele não fizesse nada; mas Vincent já tinha agarrado a gola de sua blusa e o arrastado até a beira da piscina. - Lindy! - chamou ele com uma voz carregada - Pegue o celular. Ele nem relutou quando tirei o celular dele. Assim que me afastei, Vincent preparou um punho pesado e socou-o no rosto. Sim, sangue saiu de sua boca como um jato de mangueira. - Peça desculpas a ela. Deny riu e foi então que percebi seus dentes vermelhos pelo golpe de Vincent. Sem hesitação, ele o jogou na piscina diante do deboche. - Vem. - Vincent estendeu sua mão para mim - Vamos dar o fora daqui. Atrás de nós, Deny ficou apenas rindo sem falar mais nada.
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27 de novembro de 2015
Where do we go from here - Ruelle
Para onde vamos a partir daqui? Para onde vamos a partir daqui? Como vamos voar sem asas? Como você respira sem sonhos? Para onde vamos a partir daqui?
Crystal
Despertei procurando por ele, mas não o senti do meu lado. Apoiei-me em meus cotovelos e olhei em volta, eu estava sozinha e toda a sala era um silêncio total. Ainda estava com a mesma roupa da noite passada, portanto decidi que era hora de subir e tomar um banho, eu não estava com ressaca nem nada do tipo, mas eu queria me livrar do álcool no meu corpo e do cheiro que se prendia em mim. Passei as mãos pelos meus olhos, grudentos de sono e dobrei a manta que me cobria.
Subi depressa esperando não encontrar ninguém e fui direto para o chuveiro, com sorte ninguém teria me encontrado na sala apagada. Mesmo com o descuidado da minha família no meu aniversário, eu podia perdoar isto por conta dos últimos dias.
Saí do meu quarto e quase de imediato, encontrei Trina.
- Ah, bom dia, Crystal! - cumprimentou ela forçando um sorriso.
- Senhorita Fell! - coloquei uma mecha para trás da orelha - Está tudo bem?
- Está sim. - ela assentiu se aproximando - Estou saindo para ir ver uns amigos, você sabe, para conseguirmos nossos aliados.
- Claro. - lembrei-me daquilo de solavanco - Você quer... Uma companhia?
- Seria ótimo. - ela tocou meu braço de forma consoladora - Mas creio que alguém esteja querendo te ver.
- O que? - Dominic.
- Sua amiga, Alyssa. - respondeu ela - Ontem a noite ela procurou por você, mas seu irmão disse que você tinha saído com um garoto.
Ruborizei diante do comentário.
- Obrigada, vou falar com ela. - agradeci - Vá encontrar seus amigos, por favor.
Ela acenou com a cabeça e passou por mim. Me senti uma idiota por esperar que fosse o Dominic, muito provavelmente ele tinha fugido de mim, dos sentimentos que eu tinha mostrado por ele. Ótimo.
Respirei fundo e desci as escadas novamente, eu precisava comer algo.
>>
Treinar com armas de verdade era muito melhor do que com bastões, e Alyssa era tão boa quanto eu, então tinha um oponente forte e preparado. Eu e a Alyssa fomos treinadas juntas, sabíamos bem os pontos fracos uma da outra, a parte ruim foi quando ela resolveu mudar para uma escola nova e integral, acabamos perdendo nosso hábito.
Quando éramos pequenas, treinávamos com pequenas adagas e socos-ingleses, eu sempre estive envolvida com armas, desde nova, por isso eu tinha intimidade com elas e não as temia, afinal minha arma era uma das mais temidas e fazia um belo estrago, eu precisava extravasar meus sentimentos às vezes. A arma de Alyssa era uma kodachi, e ela era tão boa!
- Como foi passar o dia com o Will babando em você? - indaguei.
- Não fale assim dele, Crystal. - brincou ela avançando - Ele foi um doce comigo.
- É claro que foi. - ri, batendo meu machado em sua espada, me protegendo.
- Mas e você que sumiu noite à dentro com o Dominic?
- Não aconteceu nada, foi só uma festa. - sorri avançando, assim como ela - Ele me trouxe em casa depois... E só.
- Foi a uma festa com um perseguidor? - ela abaixou em um giro enquanto e saltava fugindo da lâmina - E não qualquer um, o seu perseguidor.
- Ele não é meu. - afirmei como se fosse óbvio.
Alyssa riu enquanto continuávamos nossos bates e rebates. O golpe final veio de mim.
- Muito bom! - Alyssa elogiou.
Sorri abaixando minha arma.
- Você por acaso teria visto o Vincent hoje? - indaguei de repente, minha vontade era socar a mim mesma.
- O minion número 2. - ela balançou a cabeça e pegou uma garrafa d’água - Não, eu não o vi, e sugiro que se quiser saber do Dominic vá direto até ele ou ligue.
- Eu não... Quero saber do Dominic.
- Eu te vi dormindo no sofá, Crystal. - ela cruzou os braços - Eu não sei o que de fato aconteceu entre vocês e nem vou te obrigar a me contar, mas se algo ficou... Confuso, fale com ele.
Apenas a encarei com cautela.
- Mas eu não vou ser a mãezona conselheira se é o que você está pensando. - reforçou ela fechando a garrafa novamente - Só estou dizendo.
Assenti ainda em silêncio.
- Vamos correr um pouco? - indagou ela prendendo o cabelo.
- Passo. - disse enfim - Por que não chama o Will?
Ela concordou saindo dali, e me deixando sozinha em meus pensamentos. Ela estava certa.
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Lindy
Ouvi passos vindos sem pressa pelo corredor. Preparei-me para o pior, Jackson poderia ter mandado qualquer pessoa para me torturar ou mexer com a minha cabeça, eu não duvidava de mais nada vindo dele. Ele era um homem doente e eu só queria ficar longe dele, ir embora dali.
Uma sombra me assustou, eu não a conhecia. A mulher, não muito mais velha do que eu, tinha a pele mais pálida que eu já tinha visto em toda a minha vida, cabelos longos em ondas castanhas, quase louros, seu vestido preto contrastava fortemente contra a sua cor natural, e meu deus, que vestido lindo era.
- Ho, ho! - ela sorriu de um jeito atrevido - Veja que Globlin adorável o Jack arranjou.
Revirei os olhos diante da ironia em sua voz.
- Ele cortou sua língua também? - ela riu - Não me surpreenderia.
- Estou guardando minha língua para momentos específicos.
Ela sorriu diante do meu comentário.
- Eu gostei de você. - ela passou os dedos pelo queixo, suas enormes unhas negras fizeram meu coração saltar, ela poderia arrancar meu coração perfurando meu peito com aquelas garras - Não é uma mosca morta como a maioria das pessoas daqui, eu juro por Deus que eu tenho vontade de arrancar todas as tripas do menino Halder toda vez que ele abre a boca. Ele é obcecado por você.
- Quem é você?! - a encarei com o cenho franzido - Jackson te mandou aqui?
- Ora que falta de educação a minha, me chamo Giamon. - ela sorriu com seus lábios rosa vibrantes - Sou a Maquinista do pequeno Max.
- Isso devia significar alguma coisa pra mim?
Seu sorriso sumiu, mas ela não deu um passo sequer em minha direção, ela não estava ali para me machucar, pelo menos não pertencia a seus planos.
- Jackson não me mandou aqui, Goblin curioso. - ela apertou os olhos com desdém - Ele está tramando coisas muito melhores, como a execução dos traidores que participaram da debandada de ontem à noite. Realmente, foram idiotas achando que Jackson não estava de olho neles, aquela Rosamund, nunca me enganou. Eu sinto o fedor de perdedores de longe, e ela parecia o próprio esgoto.
- Eu soube da fuga. - congelei, eu não ia revelar que conseguia ouvir de uma distância considerável - Jackson veio me dar uma lição de moral sobre não confiar nas pessoas próximas de mim.
- Pois não confie mesmo. - sua expressão parecia ter se vertido para ódio cego - Eles sempre nos traem.
Engoli em seco enquanto ela me olhava de cima a baixo.
- Você é bem bonita para um Goblin. - ela sorriu e finalmente se aproximou, eu estava sentada no chão com as correntes ainda me prendendo - Ouvi que Fell’s eram quentes.
Encarei-a, em pé diante de mim, curvada em minha direção. Ela riu diante do meu rosto confuso, ela estava ali para dar em cima de mim?
- Goblin tolinha! - ela afastou uma mecha do meu cabelo de meu rosto - Jackson me ensinou a dar apelidos, mas confesso que fiquei melhor do que ele, somos irmãos de criação, mas não imaginava que ele seguiria de fato o pai. Jackson é incrivelmente péssimo Criador, não espalhe. Ryan tinha mais vigor e determinação, uma pena o filho ser tão burro, infelizmente aquele palerma é a única família que tenho. Você acha comum ter um pai pirado? - ela fez um sinal de loucura próximo à sua têmpora - E uma mãe incendiária? Ela tentou pôr fogo em mim enquanto eu dormia. Meu pai não era um astro como o de Jackson, digo Archer, é o primeiro nome dele.
- E por que está me contando isso? - eu ficava cada vez mais confusa com o que estava acontecendo.
- É uma vida solitária, sabe, Fell. - ela sorriu tristemente o que me deu uma pontada de dor - Quando Jackson me falou de você, fiquei curiosa para conhecê-la, parecia uma pessoa boazinha, mas vejo seus traços de pesar, decepção e raiva, bem lá no fundo. Você é apenas o começo de algo muito maior, aproveite enquanto tem isso.
Mantive-me quieta.
- Da próxima vez que nos encontrarmos não vai ser em condições tão favoráveis assim, mas espero que você se lembre deste lado. Todo “lobo mau” tem uma segunda face.
- Afinal está a favor ou contra ele?
- A favor, é claro. - ela não apresentou uma expressão sequer de emoção - Ele é meu irmão.
Ela se foi com a mesma leveza e descaso com que chegou.
Peguei-me pensando no que ela havia dito. “Você é apenas o começo de algo muito maior”. O que ela queria dizer com isso? Eu era apenas uma Marcada qualquer, sem importância, que Jackson queria apenas eliminar. O meu algo maior era a vida além daquelas paredes, o que eu tinha lá fora? Eu não sabia ao certo mensurar o quanto ela achava que eu era importante de alguma forma. Ela dissera que o pai era um pirado e a mãe, uma incendiária, entendia como era ter uma família atípica, uma mãe tola e um pai abusivo.
Deixei meus ombros fraquejarem e me deitei sentindo o gelo do chão e do lugar, que ainda me fazia tremer, mesmo que menos do que no começo. O frio tinha se tornado parte de mim e não havia nada que eu pudesse fazer. O teto dali era como o do cômodo em que eu estivera antes, e era uma imagem até bonita se fosse desconsiderado que era uma prisão demoníaca.
Crystal
Estava na sala de estar, depois de um dia inquieto, não bebendo desta vez. Apenas pensando, com o celular em mãos, se devia ou não seguir o conselho de Alyssa e ligar para Dominic ou esperar que ele desse o primeiro passo, visto que ele era quem fora embora e me deixara sem tempo para falar sobre nossa noite.
Assustei-me com a chegada de Nate, ele tinha em mão uma pasta azul cheia de folhas. Ele largou ela ao meu lado.
- O que é isso? - quis saber.
- Abra.
O fiz por curiosidade dando de cara com uma lista de nomes, já completando a primeira folha, e assim se sucedia na seguinte, ambas completas, porém havendo muitas outras em branco.
- Que nomes são estes, Nate? - franzi o cenho.
- São os nossos aliados. - explicou ele se sentando ao meu lado - Temos 30.
- Poucos. - fechei a pasta e a larguei ao meu lado.
- Não terminamos ainda, Crystal. - continuou ele - Amanhã vamos falar com os Anciãos.
- Os traidores? - cruzei os braços - É arriscado demais.
- Tudo que estamos fazendo é arriscado demais, Crystal. - disse ele convicto - Não sabemos se podemos confiar nestas pessoas, mal a conhecemos, qualquer um pode nos delatar para o Criador e seremos massacrados antes mesmo de marcharmos até Auborne, mas a questão não é essa, estamos falando da Lindy. Ela faria o mesmo por nós.
- Eu sei que tudo que mais deseja é trazê-la de volta, eu também. - apertei sua mão, tentando lhe passar segurança - Aguentamos até aqui, estamos perto.
- Sim, estamos. - ele assentiu.
Abaixei o olhar e soltei sua mão, batendo as costas no sofá.
- Onde esteve ontem? - indagou ele.
- Vocês não se lembram, mas ontem foi meu aniversário, Nate.
Nate fechou os olhos, com intenção de se desculpar de alguma forma, ele tinha mesmo esquecido.
- Não se sinta mal por isso, ninguém lembrou. - falei arrastado - Eu pretendia passar o dia bebendo, mas Dominic apareceu e quis me levar para sair, rodamos pela cidade e de noite fomos a uma festa de uma amiga dele.
Nate estava sério.
- Sei que está preocupado comigo. - disse - Sei que não quer me ver magoada depois do que houve, e você não está errado, mas o Dominic é bom pra mim, não suportei a ideia de estar tão perto dele no começo, mas eu descobri que ele é mais do que um Perseguidor, Nate. Ele é uma pessoa normal como nós, com problemas, ressentimentos, rebeldias... Ele não é um monstro. Eu estava tão errada, todos nós estávamos. Vincent também é uma pessoa tão boa, os dois nos ajudaram e estão do nosso lado, é difícil acreditar nisso após o ocorrido com a Lindy, mas sinto que as pessoas que eles eram antes não existem mais, e se existem, acharam um jeito de serem melhores. Eu e o Dominic não somos como você imagina, eu não sou louca por ele Nate, eu gosto dele como gosto de você e do Will, como família.
- Não te julgo, mas também não acredito. - ele balançou a cabeça - O jeito que você fala dele, é como Lindy e eu, a diferença é que eu cansei de fingir que não é verdade, sim, eu estou apaixonado por ela, e não, não vou contar a ela. Lindy deve estar esperando para voltar para o Vincent, quem ela ama de verdade, é ele quem ela deseja ver acima de tudo. Eu não vou ser egoísta com ela nem com o Vincent, eles devem ficar juntos e eu não vou me meter nisso. Não minta para o seu coração, Crystal, ou vai perder sua chance. A chance de uma vida. Não seja como eu.
Senti tristeza de verdade ao ouvir as palavras de Nate, seus olhos cheios de dor, eu quase conseguia ouvir o som do seu coração se partindo. Eu já tinha visto aquele Nate “quebrado”, mas nunca me acostumei com a dor dele. Não demorou para que ele me deixasse ali sozinha, nem o impedi, deu o espaço que ele precisava.
Girei o telefone entre os meus dedos e apoiei os cotovelos em minhas pernas, queria discar os números, queria ouvir a voz dele, mas um peso nos ombros me impedia de tomar este passo. Fechei os olhos e abaixou o rosto, tocando o aparelho com minha testa.
Até decidir e discar de uma vez, deixando chamar, mas ele não atendeu. Resolvi deixar uma mensagem de voz por fim.
- Dominic, sou eu. Crystal. Você não atende o telefone então vou deixar uma mensagem de voz pra quem sabe você ouvir, ou não, você pode me ignorar e desaparecer, mas eu preciso fazer isso por mim. Eu passei o dia pensando na possibilidade de você me atender e no que falaria, mas eu liguei e só chamou. Sei que você tem os seus motivos para fugir de mim e do que nós nos tornamos, seja lá o que for, mas eu preciso de um sinal, um sinal de que você em algum momento do seu dia pensou em mim, se eu tenho estado nos seus pensamentos ou se eu não passo de uma distração do resto do mundo para promover alguma espécie de satisfação momentânea ou sei lá, eu só... Não posso sentar e esperar por qualquer coisa que me prove qualquer coisa. Me ligue quando ouvir isso.
Desliguei.
#disturbia#feeling#duda#thestorie-s#crystminic#crystal#lindy#gia#27 de novembro de 2015#texto#fanfics#historias#é um capítulo pequeno mesmo :(#o próximo vai ser maior
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24 de novembro de 2015
Dynasty - Miia
E tudo que eu te dei se foi Tremeu como se fosse pedra Achei que tínhamos construído uma dinastia que o céu não poderia abalar Achei que tínhamos construído uma dinastia, como nunca feita Achei que tínhamos construído uma dinastia que não poderia se quebrar
Estávamos todos reunidos na sala. Will, Nate, meu pai e Vincent estavam amontoados lado a lado enquanto Trina se encontrava sentada em uma poltrona com uma toalha nos ombros. Entreguei a ela roupas secas de minha mãe e uma xícara de chocolate quente. - Obrigada. - ela agradeceu enquanto eu me juntava aos outros. - Como nos achou, senhorita Fell? - quis saber meu pai. - Tenho amigos próximos que os conhecem, eles me ajudaram a achá-los. - disse ela após tomar uma golada da caneca - Anciãos. - Não! - meu pai disse como se estivesse a advertindo - Eles são traidores. Foram os responsáveis por fornecer energia aos Rajões, estão do lado de Jackson Wilvarn. - Aida me contou sobre isso. - afirmou ela - Ela não teve escolha, o Criador está com a filha dela, Pauline, ou ela o ajudava ou a menina seria morta. Ela ainda está em Auborne. - Então o Criador está mesmo em Auborne? Trina concordou. - Sei que foram traídos, mas podem confiar em mim. - pediu ela - Eu sei que estão sendo cuidadosos para que eu não faça o mesmo, mas tudo que me importa aqui é tirar minha filha daquele inferno! Eu já estive naquele maldito lugar. - Acha que a machucaram? - indagou Nate engasgado. Trina mais uma vez assentiu. - Ryan Wilvarn foi um monstro, Jackson não deve ser muito diferente disto. - disse ela enojada - Lindy tem uma vantagem, eu e Sarah a protegemos, linhagem completa. - Já sabemos disso. - disse Vincent enfim - Percebemos com a rapidez com que ela se curava. - Nossa proteção é muito mais que isso. - reforçou Trina - Podemos atravessar paredes sobrenaturais, bloqueios, ninguém é capaz de matá-la, nós não deixamos. Eu estive sentindo tudo que Lindy está sentindo e é um sentimento que queima meu peito só de lembrar, ela está mal. - Faz alguns dias desde que eu tive algo parecido. - revelei - Dominic estava comigo na biblioteca e eu apaguei de repente, eu vi Auborne por dentro e a vi acorrentada. Como isso é possível? Não sou da linhagem de vocês. - Mas é uma Armadir. - disse Trina - Armadires criam conexões fortes que permitem essas “visões”. Fiquei em silencio, querendo captar mais informações. - Tem outra coisa. - disse Nate - Vincent teve uma convulsão ontem à noite, seguido de febres, vômito e vários sintomas assim. Foi algo repentino, ele estava bem, e então estava agonizando a noite toda. Se o Criador pudesse, quisesse, ele poderia de alguma forma ter sido o responsável. - Não ele. - disse ela - Mas os Maquinistas dele sim. - Como?! - quis saber ele. - Tem alguma ideia do que ele queira neste momento? - O colar da Lindy. - disse Nate incisivo - Está com a Crystal agora. - Sei como ele fez. - ela deixou a xícara sobre a mesinha em sua frente - Ele usou a Lindy para que ela achasse o colar, é como se ela viajasse para cá, mas não estivesse aqui, apenas sua mente. Um rastreador o ajudou. Quando ela encontrou a pessoa que tinha o colar, Jackson soube o que fazer. Muito provavelmente ele ainda teve a ajuda do seu Maquinista, Nataniel. - Como... - Sei quem são todos vocês. - disse ela - Minha conexão com a Lindy me permite isso, além de claro serem bem conhecidos. - Ok, mas como sabe tanto sobre o Criador? - indagou Vincent com os olhos franzidos. - Existe uma rebelião chamada debandada.
Lindy
Ouvi uma movimentação estranha do lado de fora e vozes confusas, estavam distantes, mas eu podia ouvir. Eu estava quase adormecendo, mas aquilo me acordou. - Sejam todos bem-vindos a mais uma reunião da debandada! - era Rosamund, eu podia sentir a entonação em sua voz - Esta noite, vamos mudar nossos rumos para sempre, não iremos mais ser os cães sarnentos de nosso “dono”. Vamos pisar na horta dele e destruir tudo. Quantos aqui já se sentiram pequenos? Sentiram que estavam apenas sendo usados e nada vinha em troca? Uma moeda sequer. Hoje daremos um basta nisso e fugiremos para o norte, no final da trilha da floresta um caminhão nos espera, nos camuflaremos sob os sacos de areia e partiremos para longe, onde nem o Jackson nem ninguém nos acharão. Seremos livres. - Rosamund! - chamou alguém - Iremos para qualquer lugar no mundo? - Depois que atravessarmos a fronteira, está livre para ir para onde quiser, meu jovem. Houve um reboliço como se a estivessem adorando. - Chega de nos escondermos sob a capa daquele homem! - Não faça isso, Carey! - era Denyel. - O que foi agora? - ela estava irritada - Veio nos colocar para baixo? - Vim te implorar para desistir dessa ideia maluca de debandada. - Nós nunca desistiremos, Denyel. - E depois que fugirem? - eu podia sentir o desdém dele - Como vão se restabelecer sem nada? Vão morrer de fome no meio da viagem e serão esmagados pelos sacos de areia, sentirão falta de ar e vomitarão nos próprios corpos, o calor tomará conta de vocês... - Não ouçam ele, não é verdade. - gritou ela - Estarão seguros lá fora, aqui não, se falharem com o Jackson serão mortos! Denyel riu. - Se não vai se unir a nós por que simplesmente não vai embora, garoto? - Porque é muito mais divertido ficar aqui e ver toda a baboseira que vocês idolatram. - Meu Deus, você quer mesmo continuar sendo o cachorrinho dele! - Rosamund foi irônica, mas estava falando a verdade - Denyel Halder, você é patético! - Querem mesmo dar as costas para o homem que deu à vida de vocês algum sentido? Me escutem, se quiser. O que vocês eram antes de estarem aqui? Vagabundos, desempregados, esterco humano, alcoólatras, drogadinhos desprezíveis, criminosos... Vamos, agora vocês são os vilões. Tudo está no nosso controle, todos nos temem. Não conseguem sentir o poder disso? Não joguem isto fora. Rosamund riu em sua cara e todos a acompanharam, eu daria tudo para poder ver a cara de Deny naquele momento. - Riam mesmo, seus babacas. - disse ele irritadiço - Vão se arrepender. - Isso foi uma ameaça? - debochou Rosamund - Não temos medo de um menininho. Não houve resposta. - Peguem suas coisas! - gritou Rosamund - A debandada está marchando para fora daqui. Denyel tinha sumido, mas logo meus ouvidos captaram passos próximos seguidos de sussurros: - Eles não cederam. - a voz de Deny me fez tremer, estava perto demais - Parece que vamos jantar algumas ovelhas nas próximas semanas. - Eu sou um lobo faminto. - esse era Jackson. Meu Deus, eles iam matar todos eles!
Crystal
- Então, você fez parte da debandada? - indaguei - O que quer dizer que você era uma das Capangas dele? - Não, Crystal. - negou ela - Eu fiz parte da debandada sim, mas eu era uma infiltrada. Jackson não sabia que Lindy era minha filha, nenhum deles sabia. Depois que meu ex-marido Chris desapareceu, tive medo que ele entregasse nossa filha para o Criador, mas ele nunca mais foi visto. Nunca sequer encontrou Jackson. Eu tive medo por anos dele voltar e arruinar tudo, mas ele não voltou. Quando me infiltrei na toca dele, eu ouvia conversas, sabia dos planos dele, como as coisas funcionavam, não fui descoberta. Não estava sozinha lá dentro, havia outros. Na primeira chance que tive, entrei para a rebelião que na época era comandada por Lilia Candnova, a amante de Jackson. Ela não achou o que queria lá, então juntou seus debandos e partiu pelo esgoto com eles. Não faz tanto tempo, a última debandada foi há dois meses, quando ele ainda se instalava em Holligan Werst. Foi quando fugi e entrei em contato com os Anciãos, velhos amigos muito antes disso. Eu quis por vezes vir até aqui, mas não sabia qual seria a reação da Lindy. Quando soube que Jackson tinha a pegado, foi o momento de me aproximar. Fui até minha irmã primeiro e juntas bolamos isso, não fiquei muito tempo. Comecei a me mover com mais rapidez e aqui estou eu. - Por que a abandonou? - Crystal! - advertiu meu pai - Não seja grossa. - Não, tudo bem. - ela se voltou para mim - Chris representava um perigo para nós, ele poderia contar a todos o que sabia e comprometeria minha filha pra sempre, mas quando ele se foi achei que estava tudo resolvido. Até eu receber no dia seguinte uma ameaça de morte, se eu ficasse minha filha perderia a mãe. Pode parecer egoísta, mas eu não queria que minha filha ficasse órfã, minha irmã era a única a quem eu podia recorrer. Eu fiz de tudo para tirar os olhos dele de minha menina, mas ele a achou mesmo assim. A vi estampada em todos os jornais e na TV, soube que ali era o começo de tudo. Minha filha estava exposta para ele. Deus sabe como eu queria ter estado com ela. - Eu sinto muito. - me senti culpada por ter perguntado, eu sentia a dor de Trina. - Está tudo bem. - ela assentiu - Agora tenho a chance de consertar isso, não sei como será pra ela, mas sou uma mãe insistente. Não vou forçar nada, mas vou fazer o impossível para salva-la. - E como pretendem salvar ela? - Will que só estava absorvendo as informações, enfim falou - Como ela mesma disse, ele tem um exército, e nós estamos numa média de 10. - Nossa família... - Não, pai. - interferi - Recebemos Vale e Robert e eles só serviram para lamentos pelo filho deles. Não é deles que precisamos, precisamos de guerreiros. - Ela está certa. - disse Trina - Hora de reunirmos todos os aliados possíveis, podemos nos infiltrar na toca dele, eu sei como. É perigoso, mas se quisermos salvar ela, não tem como fazê-lo com total segurança, mas podemos... Treinar para isso. - Isso! - Tudo bem, vamos fazer do jeito de vocês. - ele voltou-se para Trina, mas como vocês, da debandada, fugiram? Não deve ser fácil passar pelos guardas. - E não é mesmo. - disse Trina - Alguns de nós ficaram para trás.
Lindy
Eu ouvia Rosamund os apressando pelos corredores. Eles estavam indo para uma emboscada e nem sabiam, eu queria avisá-los mesmo com as condições, deveria odiar Rosamund, mas não odiava. Ela queria ser livre, todos eles queriam, assim como eu. - Venham! - ela os chamava - Por aqui. Eu não podia ver nada, mas escutar já era o suficiente para me deixar angustiada. Uma parte de mim queria se juntar a eles e fugir ou morrer tentando. Porque a morte era melhor que aquele lugar. Houve um tumulto e então muita correria, eu não sabia se já tinham os emboscado ou se estavam com pressa de sair dali logo. O barulho se intensificava a cada segundo e parecia uma chuva de pedras em minha cabeça. - Não! - ouvi o grito de Rosamund - Droga! Ouvi tiros sendo disparados, gritos e uma zorra se fizeram. Pareciam animais estrebuchando antes de serem abatidos. A selvageria tomou conta e eu conseguia ouvir perfeitamente cada palavra de Jackson, até as palmas. - Bravo! - tinha certeza que aquele sorriso cínico estava estampado em seu rosto, eu sentia - Vocês acharam mesmo que eu ia deixar o mesmo erro se repetir? Como vocês podem ser tão tolos?! Denyel, Pete. - Seus traidores! - gritou Rosamund. - Eles? - ele riu - Não, vocês são os traidores. E sabem o que faço com traidores. - Não vai nos fazer nos curvar pra você. - Não? - ele riu mais uma vez - Quem se curvar aqui está perdoado, de todo e qualquer mal, continuaram na minha casa como se nada tivesse acontecido. Os que se recusarem vão para as celas e serão executados depois da primeira semana. Tudo que ouvi foram sons de armas tocando o chão, não houve um barulho sequer depois disso. - Muito bem. - ele parecia satisfeito, então deviam ter se curvado para ele - Estão perdoados, voltem para seus dormitórios já, antes que eu mude de ideia e os atirem no mar. Eles correram de volta, mas Rosamund tinha resistido junto com outros, eu podia ouvi-la choramingar. - Levem estes para o poço. - Os Marcados vão te destruir. - ela riu - Você não é nada. Ouvi um som pesado, e logo soube que Jackson tinha acertado seu rosto. - Você não é nada, sua vadia. - ele estava furioso, uma fúria que eu nunca tinha sentindo vindo de Jackson, era quase sobrenatural sua voz, como um demônio - Nunca mais se atreva a falar comigo deste jeito! Ela não disse nada. - Levem-nos agora! - ele gritou. - Troye! - a ouvi gritar - Troye, olhe para mim! Troye! Imediatamente lembrei de Crystal, ela dissera que o primo era um Najo e estava na casa do Criador, e ele estava de fato, era um dos debandos. Engoli em seco e tentei relaxar meus pensamentos ou eu não dormiria. Fechei os olhos pronta para tentar, mas a porta se abriu e Jackson entrou na sala. - Viu como sou bom com você? - seu rosto estava molhado de suor e seus lábios eram uma linha em seu rosto - Te deixo ficar aqui, quando devia estar no poço junto com toda aquela sujeira. Lembra do que eu te disse sobre a traição vir sempre de quem menos esperamos? De quem está perto de nós? Que não deve confiar em ninguém? É disso que estou falando. Tenha como seu aliado apenas você mesma. - E por que está falando isso se me odeia? - Porque não tenho a quem falar. - ele preparou-se para sair, mas parou na porta - Você tem sorte, menina, seu namoradinho deu seu colar para Armadir, mas não se engane. Ele ainda vai ser meu. Com a saída dele, eu sorri. Ele tinha mesmo os subestimado, eu nunca tive dúvidas de que eles dariam um jeito de ferrar com os planos dele. Tudo que eu queria agora era poder vê-los.
Crystal
Não dormi muito, era a segunda de noite que eu perdia e eu sentia minhas olheiras colorindo meu rosto pálido. Me levantei e vesti uma roupa depressa, Alyssa logo chegaria e eu queria estar pronta para não recebê-la de pijama. O andar de baixo estava silencioso, eu já estava acostumada com a casa vazia, mas com Trina na casa eu imaginei que teria mais movimentação, mas na verdade não. Ela tinha dormido no quarto que Lindy estava ocupando, mas eu não tinha ouvido um único som durante toda a noite. Trina tinha acendido uma esperança que já estava se apagando em mim. Com tudo o que tinha acontecido na noite anterior eu tinha me esquecido das flores que tinham chegado pra mim. Elas ainda estavam sobre a bancada. Fui até lá e abri o cartão, o recado era direto e breve. “São bonitas o suficiente para o seu funeral?” - O que?! - procurei por uma identificação, mas era anônimo como eu imaginava - Muito engraçado! Em um estalo, me lembrei da Conjuradora dizendo que estavam atrás de mim. Meu sangue gelou e quase enfartei com o toque do meu telefone. Com as mãos tremendo, atendi o número não registrado. - Olá? Não houve resposta. - Olá? Quem... - e a ligação caiu. Suspirei de forma abafada e afastei o celular da orelha, ainda tremendo. A campainha me assustou tanto quanto. Devia ser Alyssa, fui abrir. - Nova colega de quarto! - era de fato Alyssa acompanhada dos pais e muitas malas. - Alyssa! - suspirei aliviada desta vez e a abracei - Ah, graças a Deus! - Tudo bem, Crystal? - Sim, claro. - balancei a cabeça escondendo minha inquietude - Entrem. Dei espaço para eles e antes que eu fechasse a porta, lá estava Will. - William Argent! - ela sorriu - Vai vir aqui ou ficar parado aí me olhando? Ele caminhou até ela e a abraçou. - Bom ver que você está bem. - disse ele a apertando, dava para perceber. - Você está muito bem também, Will. - Senhor, senhora Tunne! - ele cumprimentou com respeito. - Ora, Will! - Adelaide o puxou para um abraço - Não seja modesto! Adelaide e Roran sempre eram muito receptivos. - Está bem mesmo, Crystal? - insistiu Alyssa. - Conversamos lá em cima. - disse a ajudando com as malas, enquanto subíamos encontrei meu pai. - Alyssa. - Finick. - ela acenou com a cabeça. Quando finalmente chegamos no meu quarto, me sentei na cama e tentei me acalmar. - O que aconteceu? - Eu recebi umas flores ontem e... - tirei o cartão do bolso e estendi pra ela - Veio com isso. Não segurei minhas lágrimas enquanto ela lia com nervosismo. - Crystal... - Eu sei pode ser uma brincadeira idiota, mas a Conjuradora me falou sobre alguém atrás de mim. - passei a mão pelo rosto - Acho que me encontraram. Alyssa se sentou do meu lado e me abraçou. - Você não está mais sozinha, Crystal. Apertei seus braços em volta dos meus ombros e chorei, eu queria não ter de fazer aquilo na frente dela, mas eu estava assustada de verdade. Alyssa estava ali, mas eu queria que o Dominic estivesse. Ele disse que viria cedo, mas não tinha vindo.
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O dia tinha sido cansativo. Não havia dito uma palavra sobre o cartão que viera com as flores para ninguém além de Alyssa, eu preferia que ninguém soubesse por agora. Existiam outras prioridades. Já era noite e Dominic não tinha aparecido, aquilo já estava me preocupando. Não tinha tido notícias dele desde a noite anterior. Queria ter ido ao hospital ver se ele estava com James mais cedo, mas Alyssa me convenceu a ficar, e então eu fui ler para encher minha cabeça, mas nem isso estava me deixando quieta. Algo tinha acontecido. Meu telefone tocou mais uma vez, meu coração disparou, mas era apenas o James. - James? - Não. - respondeu uma voz feminina - Você não me conhece. Me chamo Arabella. Arabella. A amiga Rastreadora de Dominic. - Crystal. - disse cautelosa - Amiga do James. - Eu não sei bem como te dar essa notícia... O James não teve um bom dia hoje, ele teve recaídas durante toda manhã e início da tarde, precisou de máquinas para ajuda-lo a respirar... Mas no final da tarde ele teve uma parada cardíaca e... Eu sinto muito. Tampei a boca e segurei tudo dentro de mim para não chorar desesperadamente. - O James está morto? - Sim. - ela foi incisiva - Mas te liguei por causa do Dominic. - Onde ele está? - perguntei pegando minha bolsa - E descendo as escadas. - Esse é o problema. - disse ela - Ele sumiu e não fazemos ideia de para onde foi, procuramos ele o dia todo. Ligamos para o Vincent, mas ele não atendeu. Você é amiga dele, faz ideia de pra onde ele foi? Pensei um pouco, ele poderia estar em qualquer lugar. Era o Dominic. Me lembrei do dia em que minha avó fora para o hospital, então um lugar me ocorreu. - Acho que sei onde achar ele. - larguei minha bolsa no sofá - Vou falar com ele. - Me ligue se achar ele. - Claro. - respondi - Eu levo ele pra casa.
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Ele estava exatamente onde eu imaginava, só que do lado de fora. Me sentei ao lado dele em silêncio, ele mal se assustou com a minha chegada. Não soube o que dizer, estaria disposta a ouvi-lo. - Como me achou aqui? - indagou ele sem me olhar, seus olhos estavam úmidos e a voz falha. - Arabella. - disse de pronto. - Claro que foi ela. - ele abaixou a cabeça, mas logo a levantou novamente - Mas ela não sabia que eu vinha pra cá. - Mas eu sabia. - disse decidida - Eu vim pra cá quando eu soube que minha avó estava no hospital e você estava aqui, falou que gostava daqui. Eu sabia que não haveria outro lugar que você poderia estar senão este, onde ninguém pudesse te ver chorar. - Não deu muito certo. - Dominic... - Ele se foi, Crystal. - ele permaneceu paralisado olhando para nada exatamente - Não posso fazer nada, não posso trazê-lo de volta. Faz menos de 5 horas e dói como se tivesse acabado de acontecer, e amanhã será mil vezes pior e depois... Eu já devia ter me acostumado com a dor, mas ela sempre me acerta como um soco na cara. Abaixei o olhar, não sabia como transmitir para ele meus pêsames. Eu quase conseguia sentir a dor dele, só de olhar para sua expressão tão abatida. - Eu... Ele não... - ele abaixou a cabeça e eu passei a mão por suas costas. Eu o abracei e ele apoiou a testa nos braços, despedaçando de vez. Deitei minha cabeça em seu ombro e o mantive perto. Em outra ocasião, ele tiraria sarro do meu cuidado, mas aquilo estava fazendo tão bem a ele quanto estava a mim. Eu podia ouvir seus soluços, nunca tinha o visto chorar antes e rezava para nunca mais ver. A dor que eu sentia só de olhar para ele... Eu não queria mais ver aquilo.
#duda#thestorie-s#feeling#disturbia#crystminic#james#trina fell#histórias#fanfics#texto#24 de novembro de 2015
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Pensamentos sujos
Drugs - Eden
Eu acho que estou mentindo, porque eu quero Eu acho que estou mentindo, porque eu não quero Porque eu me sinto tão cansado Assim como eu preciso de algo pra me trazer a vida
Tinha acabado de sair do banho quando meu celular tocou. A ligação caiu quando fui atender, era Greg. Como ele ousava me ligar depois da vergonha que me fizera passar? Ignorei o acontecimento e deixando o celular na mesinha fui pra cama. E lá fiquei jogada até o celular tocar de novo. Me levantei irritadiça e atendi: - O que é que você quer?! - disparei - Pare de me ligar! - Você tem quem me ajudar! - sua voz estava estranha - Tem que vir até a Broonks Portland School! - O que está fazendo na Broonks, Gregory? - Não interessa, Crystal! - gritou ele - Só vem pra cá logo e pelo amor de Deus, venha sozinha. - Greg! - respondi de volta extremamente nervosa - Me diga o que diabos está acontecendo! - Não demora! - e desligou. Coloquei o celular no bolso e tranquei a porta saindo pela janela. Fugir não era muito meu forte mas já estava virando rotina. Era frustrante saber que eu estava fugindo para encontrar meu ex-namorado - eu mesma queria me socar por aquilo. Devia ter ficado em casa, não ter saído e testado minha sorte. Tinha um velasque atrás de mim!
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A escola estava deserta. Não esperava menos, era sábado a noite. - Greg! - chamei olhando em volta - Greg! Nada. Ouvi uma porta batendo e segui o som. Por fim, parei diante da cantina. - Greg? - chamei baixinho. As luzes imediatamente se acenderam com a minha entrada e lá estavam Greg, Josh e Claude sentados em cima de uma das mesas do local. Franzi os olhos e fitei Greg irritada. - Mas que merda é essa, Greg? - fui firme - Se era pra ser engraçado, você falhou, não foi. - Ainda assim você veio. - Achei que estava em perigo! - Perigo? - ele riu, os outros o acompanharam - Eu não ligaria para uma garota se eu estivesse em perigo. Josh e Claude zombaram. - O que estou fazendo realmente aqui? - Te chamei para nos divertirmos. - respondeu ele - Achei que ia gostar. - Só pode estar brincando! Saí pela porta em que entrei pronta para ir embora e nunca mais olhar na cara de qualquer um deles, mas dei de cara com Ivan. Levei um tempo para me preparar para falar alguma coisa mas mal tive chance, pois ele me empurrou contra a porta e quando vi já estava dentro na sala de novo encarando Ivan que segurava a porta agora. - Não, não. - ele sorriu - Ainda não está na hora de ir. Já estava ficando estressada e não consegui segurar minha mão, soquei seu rosto com tudo. Sentia minha pele latejar agora, mas esse soco já estava guardado pra Ivan há um bom tempo e me deixou satisfeita ver a dor no rosto dele. Mas não foi suficiente, ele permaneceu parado entre eu e a porta. - Vadia! - ele praguejou entre dentes. Me virei para Greg e seu bando novamente. - Eis o que vai fazer: - começou ele saltando da mesa - Vai ligar para seu novo namoradinho e dizer que vai passar a noite fora na casa de uma amiga. Sem mais explicações. Se disser onde está não vai gostar do que vai acontecer. - E por que eu faria isso? - perguntei enojada. - Porque realmente não vai gostar do que vai acontecer se não fizer. - Está me ameaçando? - Faça a ligação. - Não! - soou como um grito de guerra. - Josh deixe-a escutar um pouco. Josh se levantou e um objeto preto apareceu em sua mão. Com um movimento de dedos ele acionou os alto-falantes, eles chiaram sobre nossas cabeças e vieram seguidos de conversas minhas com diversas pessoas, muitas citando o Criador, os Marcados, Armadires e o fato de eu ser uma, entre outras coisas. - Instalou escutas na minha casa?! - minha vontade foi voar em seu pescoço e estrangulá-lo - Não só na minha casa. Andou me seguindo... Por quê?! Ele fez um sinal com a cabeça e Josh interrompeu a gravação. - Estava estranha. - contou ele - Escondendo coisas de mim. Me preocupei com você, Crystal. Só não achei que as coisas fossem tão sinistras assim. As coisas que disse... São perturbadoras. Não quer que as pessoas ouçam isso, quer? Engoli em seco. - Achei que não. - Por que está fazendo isso? - o encarei ressentida - Por que está brincando comigo? O que eu fiz pra você, Greg? - Me traiu, me fez te odiar. - Não te traí! - falei engasgada. - Não? - ele riu - O que andou fazendo com o seu priminho querido? - Nada! - E o tal Dominic? - prosseguiu ele me ignorando - Sozinhos em um ferro velho deserto altas horas da noite? Sério? - Por que se preocupa tanto?! - cuspi as palavras nele tomada pela raiva - Foi você quem me abandonou na festa da casa do lago da minha família, Greg. Eu te amei e você nem ligou! - Não preciso de amor. - respondeu ele - Só os fracos amam. - Estranho, não era o que o Greg por quem me apaixonei dizia. - rebati - Ele costumava ser mais humano do que é agora. - O que sabe dos humanos, menina burra? - falou ele - Você é uma aberração. Me calei por fim, aquilo tinha cortado fundo. - Agora, faça a ligação. Não podia deixar meus segredos e o de todas as pessoas que importavam pra mim serem expostos daquela forma. Tive que fazer. Dominic atendeu no segundo toque. - Dominic? - Crystal? - sua voz estava cômica - Está tudo bem? Por que, você sabe, estamos separados por apenas algumas paredes de concreto. - Na verdade, não estamos. - disse fechando os olhos - Eu estou na casa da Alyssa. - Como é? - Só avise meus pais que vou passar a noite fora, pode fazer isso? - Saiu escondida e a pé a esta hora? - indagou ele com certa preocupação - Há um Velasque atrás de você, está doida? - Ainda não. - Está mesmo bem? - insistiu ele dificultando minha situação. - Eu estou. - afirmei - Só faça o que eu pedi. Volto de manhã. E terminei a ligação. - Muito bem, Argent! - Greg pegou o celular da minha mão, o silenciou e o guardou no bolso. - O que quer primeiro? - Tire este casaco, não precisa dele aqui dentro. O fiz em silêncio, logo depois Claude estava do meu lado com um copo do tamanho do seu polegar cheio. - O que é isso? - apontei para o copo que me fora oferecido. - Vodka. - Greg deu de ombros - Beba! - Já está bêbado, claro, agora faz sentido. - reparei - Explica o porquê de estar mais babaca que o normal. - Beba. - disse ele lentamente. Tirei o copo da mão de Claude e virei todo de uma vez, logo o copo estava cheio de novo. - Quer me embebedar. - estava reprovada a ideia pra mim. - Talvez eu prefira você bêbada. - debochou ele - Não fala tanto quando está entupida de álcool. - Isso é ridículo! - protestei - Eu não pretendo ficar bêbada esta noite. - Na verdade vai fazer o que eu quiser ou a segunda-feira dos alunos da Broonks será bem informativa. Com todo desgosto do mundo bebi mais um copo de uma vez e todo. - Foi o que eu pensei.
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Minha cabeça doía muito e meus olhos não viam direito. Me lembrava de Ivan tentando me beijar e eu desviando tentando resistir à submissão do álcool, a mão de Claude estava apoiada na minha coxa - a empurrei para fora de lá - prossegui com o jogo tosco que eles tinham me obrigado a jogar no qual tínhamos que adivinhar o que éramos. Era minha vez pelo que parecia a quinta vez ou por aí. - Ok. - revirei os olhos e apoiei o queixo na minha mão - Eu sou comestível? - Você é! - assentiu Josh loucamente. - Estou falando da placa na minha testa. - respondi olhando pra ele - Eu sou muito gostosa pra você, Josh. Ele murchou rapidamente e Ivan falou: - Essa coisa não é comestível. - ele apontou para a minha testa - É uma coisa pegajosa. - Pegajosa? - Greg segurou o rosto dele e sacudiu - É um nojo! - Ei, vocês! - estalei os dedos esperando por atenção - Prestem atenção em mim, depois vocês se pegam, por favor. Os dois me olharam imediatamente. - Sou um objeto? - É? - Josh olhou pra Claude. - É claro que não! - ele balançou a cabeça - Seria uma espécie de planta? - Planta? - pescou Ivan - Não é uma planta, seu besta, é um objeto. - Um objeto pegajoso. - concluiu Greg - Vocês são nojentos! - Onde eu normalmente sou encontrado? - Em lugares pegajosos. - concluiu Josh. - Sejam mais específicos, seus trouxas! - falei balançando a cabeça e a apoiando na mão mais uma vez. - Tenho cor definida? - perguntei quase fechando os olhos. - Não. - Claude balançou a cabeça - Você tem diversas cores. - Vocês são horríveis nesse jogo! - reclamei - Da próxima jogaremos sóbrios, ouviram? - Não jogaremos juntos outra vez. - disse Greg meio arrastado. - Por que não? - choramingou Josh agarrando o braço de Greg. - Eu não sei. - respondeu ele - Alguma coisa me diz que nós só jogaremos essa noite. Nunca mais. - Vamos todos morrer hoje a noite? - indagou Claude deitando na mesa. - Talvez. - respondeu Greg. - Olá! - chamei a atenção deles mais uma vez - Eu ainda não sei o que eu sou. - Você é uma gelatina! - gritou Greg contorcendo o rosto. - Gelatina é comestível, seus tontos, não é um objeto! - arranquei a placa da minha testa - Santo Deus! - Acabou o joguinho. - Greg esticou os braços recolhendo tudo - Vamos sair daqui. - Pra onde vamos? - quis saber Josh - Diga que iremos no McDonalds, por favor, diga que estamos indo pra lá! - Não Joshua! - respondeu Greg decididamente - Não vamos no McDonalds, ok? - Pra onde vamos então? - perguntei levantando a cabeça. - Olhem só pra vocês. - falou ele diante de nós com a caixa do jogo embaixo do braço - Precisamos animar um pouco. - Vai nos levar pra onde, cara? - ressaltou Claude confuso. - Vamos ao Casa Plata, meus filhos! - Onde? - o nome não me parecia conhecido. - Casa Plata? - Ivan cruzou os braços - Vão mesmo colocar a garota lá dentro? Ela não aguenta! - Quem liga? - Greg franziu o cenho. - O que é essa Casa Plata? - Uma boate estriper, gata. - explicou Claude. - Podem me deixar no McDonalds? - pediu Josh. - Não Joshua! - gritou Greg - Nós não vamos nesta maldita lanchonete, vamos todos para a Casa Plata. - Não. - disse ele - Todos não. - O que isso quer dizer? - Quer dizer que eu vou pra casa. - respondeu Josh pegando o chapéu do chão e pondo na cabeça - Boa noitada pra vocês, mas pra mim já deu. Vou passar no McDonalds no caminho pra casa. - Que covarde! - falou Greg passando o braço pelo meu pescoço. - Por que ele não vai com a gente? - perguntei levemente magoada. - Porque ele é virgem. - respondeu Claude - Eu amo aquele cara, mas ele é careta. - Acabou de dizer que ama o Josh? - perguntou Ivan o fitando - Você está muito chapado mesmo. - O que eu disse? - Claude se questionou para não chegar a nada no final. - Calem a boca e vamos embora. Fomos até o carro e entramos. Claude e Ivan foram atrás; Greg ficou com o volante e eu fui ao seu lado, joguei meu cabelo pra trás e prendi o cinto. - Não tão ruim para engatar o cinto? - retrucou ele. - Não tão ruim pra dirigir? - devolvi. - Eis a questão! - sua mão agarrou o tecido da minha roupa e me puxou para perto me beijando. Depois me largou e acelerou sem nenhuma palavra. Não houve qualquer som vindo de Ivan ou Claude durante o ato de Greg. Balancei a cabeça afastando a sensação dos lábios dele nos meus, de alguma forma aquilo não era certo. Greg estava tão bêbado que mal conseguia manter a cabeça levantada. Eu olhei para frente sorrindo e esperando o carro ganhar velocidade. Não correndo, mas eu estava tão animada com a sensação que liguei o rádio. Quase tudo indo bem. Greg pisou no acelerador e o carro disparou, velocidade alta. Percebi um movimento na beira da pista e então ele surgiu, um Velasque gigante na pista a poucos metros de nós. O carro começou a deslizar demasiadamente, olhei para o lado tirando os olhos do animal. Greg havia apagado. Agarrei o volante e desviei do poste, eu estava acesa como uma chama agora tentando evitar uma batida grave. O carro deve ter rodado na pista umas quatro vezes, eu podia ouvir os gritos de Claude e Ivan. Até que bateu em uma cerca e parou. Me virei para olhar pela janela de Greg para me certificar de que o Velasque não tinha nos seguido, mas ele não estava mais lá. Sacudi o ombro de Greg tentando acorda-lo, mas ele não se mexeu. - Ei, Greg! - desengatei o cinto e bati com força em seu ombro - Greg! Ivan e Claude abriram as portas prontos para sair. - Chamem ajuda! - pedi colocando mechas do meu cabelo pra trás da orelha - Vão! - Greg acorde! - me aproximei mais e segurei seus ombros o sacudindo - Greg, vamos! Ele enfim abriu os olhos e respondeu com pesar: - O que aconteceu? - Você dormiu e nós batemos. - balancei a cabeça - Não sei se isso era pra ser bom mas estamos bem. - Você nos salvou? Abri a boca para responder, mas fui interrompida pela a luz de faróis que cegaram minha visão. Me deixou mais aturdida ainda quando vi quem eram. Greg abriu a porta e saiu primeiro, minhas pernas doíam portanto me mantive dentro. Quando a porta se abriu, lá estava Dominic. - Como... - No que estava pensando? - Do que... - Está fedendo a álcool! - ele me puxou para perto e me encarou olho no olho - Por que mentiu pra mim? - Como soube onde me achar? - apoiei minhas mãos em seus braços. - Não importa agora. - respondeu ele - Vamos pra casa. Com isso, ele me levantou do banco. Mantive meus olhos cerrados e a respiração controlada enquanto Dominic me levava em seus braços para o carro de Nate, onde meu pai nos esperava. Era estranho saber que eles estavam trabalhando juntos, mais estranho ainda era eles terem me achado. Não sabia bem que rumo aquilo tomaria, mas Dominic tinha razão, eu tinha perdido a cabeça.
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Não me lembrava de muita coisa. Minha cabeça não estava bem, parecia ter levado uma pancada com um dos tacos de treino. Meus olhos doíam por conta da claridade que entrava pela janela do meu quarto. Lembrava-me de Greg me ligando e minha fuga pela janela; Ivan, Claude, Josh e Greg me cercando; a ligação que tinha feito para Dominic; beber, beber e beber; o carro de Greg batendo; Dominic aparecendo e me tirando do banco... E só. Ainda estava com a roupa da noite passada e precisava urgentemente de um banho porque o fedor de álcool já estava irritando meu nariz. Demorei mais de 10 minutos em baixo d'água, somente um banho de perfume permitiu um odor agradável. Respirei fundo e me preparei para um dia incrivelmente difícil na companhia de meus tios queridos, um pai furioso, um irmão recitando lições de moral, e Dominic e Nate, bem, certamente teria vários olhares de reprovação deles. O único que eu não sabia o que esperar era Vincent, não conseguia pensar muito nele porque pensar nele me fazia pensar na Lindy também. Não topei com ninguém nos corredores, a cozinha estava vazia assim como as salas de recepção e estar, e a sala de armas. Me restou a biblioteca, esta por sua vez não estava vazia. Dominic estava debruçado em um livro enorme lendo atentamente. - Oi. - cumprimentei-o caminhando em sua direção - Bom dia? - Vai direto ao ponto, por favor. - O que aconteceu ontem? - perguntei fechando os olhos. - Eu ia te fazer a mesma pergunta, mas pelo visto nem se lembra. - ele franziu os olhos - Vou te contar o que eu sei da noite passada. Me sentei no banco em sua frente e esperei pelas suas palavras. - Fugiu de casa para se encontrar com seu ex-namorado, eu nem quero saber o porquê, e resolveu me telefonar mentindo dizendo que estava na Alyssa... Sorte que o seu irmão tinha o número dela, ligamos, e adivinha? Você não estava lá. Tive que rodar quase a cidade inteira com o seu pai para encontrá-la em uma rodovia com o carro estrepado em uma cerca e você bêbada no assento do carona enquanto seu ex vomitava no gramado sem nem ligar pra como você estava, Crystal, foi a coisa mais irresponsável que já fez. - Não, não foi. - disse levianamente - Mas está certo eu agi mal. Ele me ligou ontem a noite pedindo ajuda, eu devia ter recusado mas... - Ainda gosta dele. - Não! - disparei - Ele parecia assustado e eu me preocupei. Qualquer um que me ligasse dizendo que precisava de ajuda parecendo urgente me faria fazer o que eu fiz. �� - Sabe que o cara é um babaca que não se importa e ainda assim você se importa! - ele me fitou - Entendeu agora? Me interrompi por um segundo. Ele estava certo. - Ele me enganou, eu já sei. - falei baixinho, meu orgulho estava sendo ferido na frente de Dominic, era isso mesmo? - Greg é sozinho, está bem? Ele vive com aqueles três tremendos idiotas, mas nenhum deles se importa com o bem estar dele. Eu era a única que se importava. Ele tem problemas com os pais... - Todo mundo tem problemas com os pais, Crystal! - respondeu Dominic com raiva - Pare de defender aquele cara. - Eu não o estou defendendo. - Ah não? - ele riu de nervoso - Ontem você jogou na cara dele que o odiava e de noite estava no carro dele, acorda! O encarei calada. Dominic estava tão certo que chegava a me irritar. - Você é uma garota legal, não merece ficar na mão daquele animal. Você se faz de superior mas sei que não é, então tente ou isso nunca vai parar. Você sempre vai se machucar. - Por que quer me ajudar? - Porque eu sou seu amigo! Olhei pra ele e refleti um pouco. Eu nunca me imaginaria amiga de Dominic Asvarc, não até ser dito oficialmente. - Hoje de tarde vamos ver a avó da Lindy. - anunciou ele - Meu avô vem nos encontrar às cinco, queria suas respostas, não queria? - Quero. - Ótimo! - consentiu ele. - O que está lendo aí? - Um livro de lendas. - Por que? - franzi o cenho - Achei que lendas não te interessassem. - Interessam quando se tratam da minha família. - Está falando dos seus pais? Ele não respondeu. - Me desculpe. - Não precisa se desculpar. - respondeu ele com relutância e desconforto - Desculpas não confortam ninguém. Me mantive quieta depois disso não quis mais tocar no assunto. Me levantei, peguei um livro qualquer e voltei para o mesmo lugar lendo-o.
Lindy
Quanto tempo tinha passado? Onde estavam Jackson e Deny? Havia alguma chance de terem me abandonado? Mas a mulher ainda voltava então não. E Vincent, será que já estava nas mãos do Jackson? E quanto a Nate, o que teria acontecido com ele? E com Crystal, Will, Dominic... Eu queria ter as respostas. A mulher corcunda vinha mais uma hora seguida com a cafeína. Eu não conseguia mais dormir direito, meus olhos piscavam em tiques desiguais... Eu estava um caos mas se Jackson continuasse sumido, eu sobreviveria. Mas ele gosta de um show, não gosta? Bem, eu faria um pra ele então. O copo tocou meus lábios e se inclinou derramando todo o conteúdo dentro da minha boca. A mulher já estava se virando quando a impedi. - Espere! - pedi - Tem me trazido café e cuidado de mim nos últimos dias... Me diga seu nome. Ela se aproximou com os olhos indiferentes, quase desinteressados. - Teresa. - Teresa. - repeti assentindo - Me perdoe por isso. Depois disso, eu imediatamente chutei suas pernas a derrubando, me arrependi, claro, era uma mulher já de idade e não era nada saudável pensar que eu teria a machucado, e usando minha força limitada, porém suficiente, quebrei a cadeira. Fui ao chão junto com ela. Me levantei depressa ainda com os punhos atados pelas cordas. Correndo pelos corredores confusos, levei a corda até meus dentes e os forcei, não consegui nada. Acabei em um lugar que parecia uma cozinha, achei uma faca e a peguei com a boca fazendo movimentos rápidos para cortar a corda. Com os pulsos livres, soltei os pedaços de corda que restaram e pulei a janela. Estava em uma área totalmente feita de mármore agora. Outro corredor, porém meus sapatos deslizavam conforme eu corria. Minha liberdade não durou. Virei a segunda curva e dei de cara com centenas de Capangas, um número grande demais até pra mim e meus cálculos. Todos apontaram suas armas pra mim e a engatilharam. Levantei meus braços em rendição. Jackson não ia gostar nada disso e eu estava ferrada! - Merda! - o que mais eu poderia falar naquela situação? Por trás de mim, meus braços foram tomados e puxados contra o peito de dois homens. Olhei de um a outro tentando reconhece-los, mas eu não sabia quem eram só sabia que não tiveram problemas em me arrastar pelos corredores.
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- É engraçado, menina Fell. - Jackson passou o polegar pela sobrancelha esquerda - Você estava se saindo bem mas eu não comentei que eu tinha um exército guardando minha fortaleza. Soou cômico também você ter agredido sua cuidadora, azar o seu, Teresa não vai voltar.
- Onde ela está? - Longe. - respondeu ele - Ela foi embora, patinha, meus parabéns! - Só isso que fará comigo? - ri - Não vai me castigar? - É claro que vou. Meu sorriso sumiu. - Mas tenho um jeito melhor de te machucar sem tocar em você. Franzi o cenho. Eu não estava em minha sala comunal, estava em outro lugar no chão gelado com correntes nos pulsos e nos tornozelos. - Ainda não coloquei meu plano de buscar pelo seu colar em prática. - respondeu ele com grandeza - Começo hoje mesmo e vou fazer com que Vincent Martin sinta a maior dor do mundo, vou fazer seu Marcado perder a cabeça, seu amigo aleijado e a loirinha vão perder tudo que amam. Vou arrancar toda a felicidade deles. Vou acabar com os seus pais falsos. Me joguei para frente querendo voar nele e o esfolar por ter ameaçado meus pais. Sentia meu rosto arder de raiva, minhas veias saltando... Ele estava me deixando irritada e era isso que ele queria. - Sabe, guarde essa raiva, vai precisar dela mais tarde. - disse ele indiferente. - O que isso quer dizer? - grunhi. - Achei que tinha te contado. - ele se deliciou com meu total desentendimento - Melhor se preparar, vai conhecer seu Maquinista hoje. Suspirei em descrença. - Espero que os últimos três dias tenham sido ótimos porque a partir de hoje não vai ter mais folgas, vou te usar até te esgotar, até não aguentar mais ficar de pé ou abrir os olhos. Vai saber que todos os que ama vão sofrer e não poderá fazer nada.
Crystal
Dominic enfim tinha fechado o livro. - Preciso te contar uma coisa. - disse - Sobre o acidente. Ele começou a se levantar mas pedi que ficasse. - Não batemos por que Greg estava bêbado. - Como é? - Tinha um Velasque na pista, eu me lembro. - Ele atravessou a pista na hora certa então. - Greg não o viu. - respondi - Ele apagou. - Pelo menos isso. - aliviou-se ele - Não ia ser fácil explicar que o que ele viu era um lobo gigante mutante. - Não estávamos sozinhos no carro, Dominic. - O que?! - Ivan e Claude estavam no banco de trás. - expliquei - Eles viram. Estavam assustados quando saíram, não apenas com a batida, havia algo a mais. Já bateram carros antes. - Isso não é bom. - E só piora. - respondi batendo os dedos na mesa - Greg tem uma gravação que me compromete. - Que tipo de gravação? - Do tipo muito ruim. - engoli em seco - Ele me seguiu por esses dias. - Que romântico! - desdenhou ele. - Pôs escutas aqui em casa... - Tem que denunciar ele. - falou ele decididamente - Isso é assédio e invasão domiciliar. - Não posso. - balancei a cabeça - Eu ouvi a gravação ontem, um pedaço, tinha conversas minhas com a Lindy, com você... Todas citando o Criador, Capangas e muitos outros. Ele vai emitir pra Boonks Portland School inteira as minhas conversas. Disse que não faria se eu fizesse tudo que ele queria, mas você me tirou de lá. Temos que impedi-lo. - Gostaria de saber porque não me disse isso antes. - disse ele se levantando. - Eu ainda estou me lembrando. - levantei também. - Vamos resolver isso agora. - disse ele caminhando em direção à saída. Minha visão ficou turva repentinamente e só senti meu corpo cair e minha cabeça bater no chão. Vi Dominic correr em minha direção, mas antes de sentir seu toque, meus olhos se fecharam. Flashes rápidos atingiram minha mente tomando conta das minhas pálpebras. Vi Lindy acorrentada no chão de algum lugar estranho e gelado, seus lábios cortados provavelmente pelo frio, o cabelo bagunçado, o rosto sujo e olheiras arroxeadas abaixo dos olhos, parecia pensativa tanto quanto desesperada. Seu coração batia forte mas eu sentia a dor dela. Ela estava com a cabeça baixa e choramingava pra ninguém ouvi-la talvez. Não parecia nada bem de certo. E então tudo se apagou de novo. Meus olhos se abriram com dificuldade e me apoiei no chão para levantar, brevemente vi correntes nos meus braços mas não tinha nada ali, era na minha cabeça. - Eu vi ela, Dominic. - olhei pra ele apavorada. Ele pôs as mãos nos meus braços e me fitou. - Quem você viu, Crystal? - A Lindy, eu vi ela. - tentei explicar procurando pelas palavras - Era um lugar tão frio... Ela estava acorrentada. Não reconheci o lugar mas ela não está bem. Não acho que ela vá aguentar muito mais tempo. - Como conseguiu ver ela? - perguntou ele - Disse que não consegue encontrá-la. - Eu não sei. Ele me ajudou a levantar e permaneceu me segurando já de pé. - Vou pegar a gravação do Greg. - disse ele com as mãos nos meus ombros - Mas vou precisar que use seus dons, tudo bem? Assenti. - E sobre isso que aconteceu agora. - ele suspirou - Deve contar ao seu pai quando ele voltar, ele precisa saber. - Sabe pra onde ele foi? Dominic passou a língua pelos lábios secos e me soltou, certamente não era um lugar que eu iria gostar.
Lindy
Levantei a cabeça cessando o choro. Não sabia o que tinha acontecido mas foi alguma coisa. Senti como se estivesse sendo observada, senti uma presença mas estava completamente sozinha. Me levantei, se tinha uma vantagem de estar acorrentada era que eu podia andar pelo cômodo, não livremente mas já era um começo. - Por que está tão inquieta? - a voz veio da porta. Olhei por cima do meu ombro e vi Deny, imediatamente virei o rosto de volta para a parede na minha frente. - Eu não quero conversar. - É claro que não. - ouvi seus passos - Acabou de ser ameaçada pelo Criador. Ele envolveu seus amigos, seus pais, seus namorados... Qualquer um se sentiria na impossibilidade de conversar com alguém. Me virei de frente pra ele. - O que veio fazer aqui? - cruzei os braços - Seja o que for, vá embora, por favor. - Eu quero ficar. - Por quê?! - contestei indignada - Se Lynor está morta hoje é por que você fez uma aliança com o Criador. A culpa é sua. - Não, não é. - ele levantou o dedo para me advertir - Já ouviu aquela frase: "A mágoa vem de quem menos esperamos, não de estranhos e sim das pessoas mais próximas de nós"? - É uma pessoa que eu amo? - Não entendi a pergunta. - replicou Deny. - A pessoa que matou a Lynor. - expliquei - É uma pessoa que eu amo? - Não sei se é amor. - respondeu ele - Não me identifico com a palavra, mas é alguém com quem conviveu nas últimas semanas. Alguém em quem confiou. Franzi o cenho. Eu tinha convivido e confiado em muitas pessoas nesse meio tempo, talvez meu erro tenha sido esse. - Soube da sua fuga. - Como vê, não deu certo. - disse começando a rodar pela sala ou pelo menos os meus limites dela, até onde eu era capaz de ir por conta das correntes - E uma mulher se machucou por minha causa. Foi embora por minha causa. - Não acredito que foi tão ingênua assim, Lindy. - debochou ele - Foi isso o que ele te contou? Que ela foi embora? E você acreditou?! Ora, por favor! - O que isso quer dizer? - o encarei novamente parando e cruzando os braços - O que ele fez com a Teresa? - Teresa está morta, Lindy. Segurei meu ar e mordi meu lábio inferior, não ia demonstrar fraqueza na frente dele. - Ele a matou? - quis saber - Como? - Flechadas. - respondeu ele - Ela sangrou até a morte. Agora sabe como é ser o motivo da morte de alguém, está sentindo a culpa? - Teresa não foi a primeira a ser morta por minha causa. - respondi me virando de costas pra ele novamente - Já senti antes, não é bom. - Você não é boa. Novamente virei-me pra ele. - Nem você. - A diferença, Lindy, é que eu não quero ser bom. - ele me fitou e caminhou em minha direção - Eu gosto de ser mau, gosto que as pessoas tremam com a minha voz - ele passou os dedos pela minha bochecha e desviei o olhar - e se arrepiem quando eu pisar no mesmo chão. - Eu não tenho medo de você. - Não? - ele tocou meus ombros e os apertou com suas mãos fortes, segurei a dor na garganta - Vamos nos ver de novo, amor. Vou ficar fora por um tempo mas eu volto pra você. Finalmente o encarei olho no olho e cuspi as palavras nele: - Vá pro inferno, Denyel! - Te espero lá.
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