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sonofthelightning · 1 year ago
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Foram dias esperando pelo dia em que o traidor seria revelado — traidores, no caso — e agora, mesmo que o mistério já houvesse sido resolvido e a fenda fechada novamente, tudo ainda parecia errado, muito diferente do que havia pensado que seria depois do fim de todas aquelas confusões, fora toda a incerteza sobre a situação daqueles que haviam sido sugados pela fenda que constantemente testavam seus limites de ansiedade. Após mais um dia de buscas e frustações, lembrou-se que precisava comer, visto que sua última refeição havia sido no almoço e se dirigiu ao pavilhão. Assim que chegou, uma figura sentada mais ao fundo, com o rosto enfiado em um livro cujo a capa ele não reconheceu, chamou sua atenção. Ian suspirou alto, sentindo a frustração do dia dar lugar a um novo sentimento: culpa. Durante todo o período envolvendo o mistério dos traidores, havia se deixado levar pela paranóia e desconfiança acerca dos filhos da magia, era como se houvesse esquecido que os deuses que costumam ser os grandes culpados por todos os problemas; pouco importava se fosse uma amizade antiga como Natalia, qualquer ligação com a deusa em questão era motivo o suficiente para tornar a pessoa não confiável. Ele havia sido extremamente injusto com Natalia e desacreditado de suas palavras, logo ela que em anos de acampamento nunca havia dado a ele motivos reais para duvidar de sua palavra. Sabia que estava errado e que precisava se desculpar, ainda que ela recusasse suas desculpas.
Um novo suspiro escapou por seus lábios antes que ele começasse a andar em direção a mesa em que a amiga estava. "Livros quase sempre são muito melhores do que as pessoas." Repetiu uma frase que havia ouvido da própria Natália a certo tempo atrás, fazendo uma imitação patética da voz da amiga. "Porque pelo menos os estresses causados por livros são por uma boa causa." Completou a frase, ainda fazendo a imitação tosca enquanto tomava o lugar à frente dela e cruzava os braços sobre a mesa. "Tenho quase certeza que vinha mais todo um discurso depois disso, mas sendo sincero eu parava de ouvir depois dessas duas frases." Ofereceu um sorriso mínimo, era notório o quanto ele lutava internamente para encontrar as palavras certas para deixar a aquela conversa um pouco menos desconfortável para os dois. "Como você está?" Disse por fim.
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nyctophiliesblog · 11 months ago
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Era no mínimo engraçado pensar na filha de Hécate de tal forma, uma vez que aos olhos de Alina, Natália aparentava já ter nascido com o domínio de atividades como aquelas que estavam fazendo ali. "Os tempos sombrios da infância, as vezes me pergunto quantas vezes Quiron já não quis jogar a gente de um penhasco." Ela mesma tinha tais impulsos vez ou outra. Balançava a cabeca em uma concordância silenciosa conforme a ouvia falar sobre Circe. Alina nunca depositou tanta fé nos deuses, ao menos não em todo o conjunto, fora a própria mãe, nutria certo afeto por mais alguns, sendo Circe parte desse grupo. "Gosto de como ela se preocupa com as filhas. Digo filhas porque, ao meu ver, é uma atitude extremamente maternal construir todo aquele resort pra, sabe, garantir que elas vão estar bem e perto dela." Os ombros se ergueram indiferentes, mas era notório o ressentimento em seus olhos. Mommy e daddy issues definitivamente eram tópicos que renderiam horas de conversas com qualquer semideus daquele lugar. O sorriso retornava a sua face conforme a alegria de Natália parecia ressurgir em seu rosto. "Eu vou ser bem sincera com você, eu não sei nem por onde começar. Queria estudar um pouco mais afundo sobre os resultados da minha poção e entender porque a cura não funcionou cem por cento..." Conforme falava, apontava para um item diferente escrito na folha do caderno que sempre levava consigo para a estufa até que seus olhos se ergueram na direção de outra, um sorriso se formando em seus lábios. "Pois eu espero que você tenha um certo tempo." Fechou o caderno e a olhou de forma brincalhona. "Bom... O meu interesse começou quando eu percebi que ela podia ser uma planta que fazia muito mais do que ficar... bem louca, sabe?" Como de costume, as mãos gesticulavam a cada palavra. "Apesar de ser um alucinógeno fortíssimo, ela consegue... como eu posso dizer, ajudar a entender a própria mente?" Ela fez uma careta, pensando em como seguir com a explicação de um jeito que não parecesse maluquice até mesmo pra ela. "É como se ela facilitasse para nós, pessoas com ligações divinas criar uma espécie de mind palace, onde invés de guardar só memórias, você consegue acessar partes mais internas suas também." Devagar, Alina retirou um frasco pequeno da bolsa que tinha consigo onde havia uma quantidade de sementes maceradas e o colocou sobre a bancada. "E quando você associa isso a algumas técnicas de meditação, que eu sei que se você tiver um terço a minha impaciência você vai achar horrível também, mas eu juro que é bom, é possível melhorar muitas coisas. Por exemplo, graças a isso que eu consegui compreender mais do meu poder e realmente desenvolver ele, fora algumas outras questões pessoais que eu já estou tagarelando demais pra falar sobre agora." Deu risada, se calando por fim.
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"Já causei muito caos por aqui. Você nem faz ideia." Nos primeiros anos como iniciante naquelas dependências, tudo era uma confusão: a paciência alheia era constantemente testada e Natalia, com seu sotaque carregado e pouca habilidade no inglês, vivia pedindo desculpas. Mesmo naquela vida agitada, aqueles foram bons tempos. Não havia tanta preocupação e, se existia, o trauma era passageiro; havia paz o suficiente para se recuperar. Ou talvez ela fosse simplista demais para perceber as coisas como realmente eram. "Ainda que Circe seja aterrorizante aos olhos de todos, ela é um amor com a gente. E quando digo 'a gente', quero dizer as mulheres. Se estivéssemos apenas nós na ilha, não duvido que ela se juntaria a nós em qualquer coisa. Ela é muito simpática. Pequena, linda, quase um amor." Certamente, sua fé nos deuses estava abalada, mas havia exceções, e a deusa da feitiçaria conseguiu escapar da irritação desmedida que Natalia sentia pelo panteão olímpico. Pelo menos até agora. "Será maravilhoso, pois sua animação está me contagiando. Agora que sou mentora, se alguma coisa explodir, ninguém vai nos olhar feio. Ter um certo cargo de liderança faz com que as pessoas pensem duas vezes antes de repreender. Pelo menos costumava ser assim..." Suspirou, sua mente voltando ao caos de tempos passados, um gatilho que ela precisava urgentemente eliminar ou controlar. Não queria voltar a ser a antiga Pavlova, especialmente se aqueles vislumbres perturbadores continuassem a assombrar sua mente. "Costumava ser assim antes." Além disso, a filha de Hécate prezava por ser uma boa companhia. Os tempos de tristeza, pessimismo e frustração haviam passado. Era hora de erguer a cabeça, lutar para manter o sorriso nos lábios e deixar o passado para trás, ainda que essa fosse uma tarefa difícil, exigindo uma energia mental que ela não tinha em abundância. "Podemos começar agora então. Evangeline está estudando alguns dos meus escritos, e o Max... bem, o Max está tirando um tempo para si. Estou livre para qualquer coisa que você quiser. Leituras, traduções de textos antigos, práticas... Você decide. Hoje, estou totalmente à sua disposição." Seu sorriso voltou, e o arco que se formava em seus lábios rosados era genuíno. Iria unir o útil ao agradável; se precisava praticar algumas das poções que havia aprendido sob a tutela de Circe, por que não fazê-lo com alguém tão estimulante ao seu lado? Aquela, com certeza, seria uma tarde proveitosa. "Vou adorar saber mais sobre a Papoula. Sou mais apegada aos meus amores," disse, estendendo o braço em direção ao pequeno armário que abrigava espécies menores de plantas e ervas, às quais ela cuidava com zelo. Se aquelas plantas morressem, Natalia perderia o ânimo completamente. "Mas estou aberta a qualquer nova-velha possibilidade. Me conte tudo, não deixe nenhum detalhe de fora."
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santoroleo · 1 year ago
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closed starter w/: @magicwithaxes chalé 17
Após a contagem e recontagem que ajudou Stevie fazer no chalé, havia passado umas boas horas checando os amigos e ajudando os irmãos com curativos mais simples e algumas de suas supostas palavras de sabedoria. Apesar do dia caótico, a maior surpresa foi ver Natalia ali, um sorriso travesso tomando conta dos lábios do filho de Nike ao se aproximar “Veio aqui perder umas rodadas de Mario Kart?” pergunta ao se sentar ao lado da outra, procurando Stevie com o olhar por saber que a irmã era quem realmente devia estar a acompanhando “as coisas tem sido difíceis recentemente né? saiba que sempre tem espaço pra filhotes perdidos por aqui.” o tom levemente mais sério é logo substituído por o brincalhão que sempre usa “principalmente pros seus irmãos solteiros, tô sempre disponível com um ombro amigo sabe...”
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stellesawyr · 1 year ago
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closed starter w/: @magicwithaxes estufa
Voltar ao dia a dia após o que aconteceu era mais difícil do que pensou que seria, apesar da boa recuperação do machucado no pescoço ainda não conseguia falar mais de algumas palavras e nem mesmo a sua magia era a mesma; os curandeiros haviam falado que poderia ser psicológico e aquilo a incomodava de formas profundas o suficiente para ficar até tarde na estufa tentando produzir poções.
Os olhos se voltaram a Natalia assim que entrou, um sorriso amarelo parecido com o de uma criança sendo pega fazendo besteira tomou conta dos lábios; a caderneta que usava para escrever as receitas foi usada para escrever algumas palavras com uma caligrafia desajeita, diferente do usual "Boa noite, já estava de saída." mostra para a outra e hesita antes de voltar a rabiscar a folha "Tudo bem com você?"
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sonofthelightning · 11 months ago
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Ian retribuiu ao aperto em sua palma, absorvendo as palavras alheias. Não tinha como negar os traços de ansiedade que sempre estiveram presentes em sua vida; crescer sabendo que era um semideus, por mais que houvesse sido esclarecedor na grande maioria das vezes, também era assustador. Mesmo tendo crescendo com uma rede de pessoas dispostas a protegê-lo, elas não podiam livra-lo dos pesadelos, que possivelmente representavam todo o início de seus problemas para dormir. Pensar sobre o assunto era desconfortável, por isso ele quase nunca o fazia, mas Natália era perspicaz o suficiente para encontrar as respostas sozinha. "Sabe o que dizem, nada que uma paulada na cabeça com força o suficiente não resolva." Os ombros se ergueram levemente e ele riu, tentando minimizar o tema o suficiente para que o assunto não se juntasse as demais questões que o perturbavam. "Pelo Olimpo, Nati, você parece uma traficante falando dessa forma. Eu deveria ficar preocupado?" As feições se moldaram em uma careta de dúvida antes de se suavizarem novamente. "Fico feliz que as pessoas tenham voltado a te pedir poções, sei que você gosta só um pouco de fazer elas." Sabia bem o quanto uma grande maioria ali havia se afastado de qualquer coisa que envolvesse os filhos da magia, logo, aquele era um bom sinal. "Mas se você me disser que vai ser um sono sem sonhos... Digamos que eu fique um pouco tentado a aceitar, já que eu quase sempre acordo por conta dos sonhos." A memória do caderno escondido em seu guarda-roupa veio a mente, mas rapidamente ele a afastou. "Deveria te chamar de Dra. Sono a partir de hoje?" Pensou por alguns instantes. "Melhor não, Hipnos pode acabar ficando com ciúmes." Como de costume, Ian usava do sarcasmo para se afastar de questões pessoais, em especial as que o incomodavam. "Certo, então. Se eu aparecer com o cabelo azul, um terceiro olho ou coisa assim, vou estar indo até o seu chalé fazer uma visita nem um pouco agradável, Dona Natália." Ele semicerrou os olhos, na tentativa de evidenciar que falava sério. Uma das sobrancelhas se ergueu com o gesto dela e ele riu. Balançando a cabeça para os lados, ele cruzous os braços sobre a mesa. "Você está certa, eu confio em você e você de fato é uma boa ouvinte e conselheira, mas você também sabe que eu no máximo sei fazer piada sobre os meus problemas e falar sobre eles não é exatamente o meu forte." Disse de modo simplista, antes das feições assumirem uma expressão ofendida. "Se eu bem me lembro, a senhorita só tem dois anos a menos que eu." Ainda fingia estar ofendido quando acertou um peteleco sem muita força na lateral do braço dela. "E eu também aposto que o meu condicionamento físico tá melhor que o seu, adolescente da Shopee."
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"Deve haver algo o perturbando..." Isso não seria nenhuma novidade. Coisas aconteciam no acampamento, e aos semideuses restava apenas lidar com elas, absorvendo antigos traumas para dar espaço a novos. Ela definitivamente concordava com uma das afirmações alheias: seguir em frente era, de fato, um lema no acampamento. "Quando nosso cérebro está ansioso para resolver algo... resta apenas o desejo de solucionar, em busca de paz." Ao ouvi-lo atentamente, Natalia pensou que talvez tivesse chegado ao âmago do incômodo de Ian. "O que aconteceu com sua ex," inclinando-se para frente, Natalia agarrou as mãos de Ian, unindo-as entre as suas, em um gesto amigável. "Os últimos eventos, ataques, surpresas e todo o resto..." Suspirou, deixando a cabeça cair lentamente para o lado. Ainda que não tivesse mais pesadelos, adormecia em um estado inerte, sem sonho algum, mas o sono havia se tornado leve, e qualquer ruído a acordava. Era irritante, obviamente. Natalia prezava por boas horas de sono, mas sentia-se privada de retornar àquele antigo costume. Por isso, as poções haviam se tornado aliadas; todas as noites, ingeria uma conhecida em gotas moderadas antes de finalmente dormir. Não era uma prática recomendável, mas a tinha ajudado bastante. Ao olhar Ian nos olhos, sentiu a necessidade de fazer o mesmo por ele. "Não tenho nada comigo agora, você chegou atrasado." Recolhendo-se à posição anterior, Natalia colocou as duas mãos sob o queixo. "Vou preparar uma poção exclusivamente para você, se me prometer, é claro, que não vai contar a ninguém." Estaria se colocando em apuros caso fosse pega ministrando valeriana sem a prescrição de um curandeiro, mas não gostava de ouvir queixas sem poder ajudar. "Algumas gotas. Duas, na verdade, e você voltará a dormir como um anjo, até conseguir resolver o que quer que seja e não precisar mais da poção. Não se preocupe, seu corpo vai rejeitar o uso muito antes de qualquer outra consequência. E o melhor: será feita por mim. Sem efeitos colaterais ou surpresas. Sei que confia em mim para isso." Sorriu, levando as mãos aos cabelos soltos e, com um gesto dramático, jogando-os para trás. "Você sabe que eu posso não ser a mais experiente no assunto, mas posso ajudar a resolver. Sou uma ótima ouvinte, e bons ouvintes são ótimos conselheiros. Quer tentar?" Sentindo a necessidade de espaço, Natalia empurrou os livros que estavam sobre a mesa para o lado. Agora, ela se deitava sobre a superfície, os olhos fixos na figura mais alta sentada à sua frente, um sorriso travesso surgindo em seus lábios. "Não, Ian, você está apenas envelhecendo. É por isso que sua visão pode estar um pouco diferente, além do formato dos olhos. Não se preocupe com outra coisa."
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nyctophiliesblog · 11 months ago
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A pergunta a deixou um tanto confusa e hesitante sobre o que havia acabado de falar. Levando em consideração os últimos acontecimentos que haviam vivido era mais do que compreensível que os efeitos da poção causassem estranhamento. Entretanto a dúvida logo se dissipou ao ver a mudança de expressão de Natália. Alina respirou aliviada. "Bom... É isso." Deu uma risada nervosa. "Não foi exatamente na beira...Foi mais... Ah, deixa pra lá." Comprimiu os lábios ao lembrar da expressão no rosto da aprendiz após ela retornar do sono causado pela poção. "Eu passei um tempão com medo da Circe resolver me transformar em algum bicho também depois de eu quase enlouquecer a aprendiz dela." Confessou, agora a lembrança a fazia querer rir, mas na hora o medo havia sido real. "E eu espero que sim, caso contrário, vou passar o resto da vida esperando o dia em que eu vou amanhecer e descobrir que eu fui amaldiçoada ou coisa assim." Ela riu. Os olhos acompanhavam a filha de Hécate conforme ela se movimentava, vez ou outra a filha de Nyx a seguia, auxiliando a pegar algumas plantas ou até mesmo vidrarias. "Eu aceito sua oferta, de verdade." Respondeu enquanto observava a poção ser cozida. Queria dizer que não sabia ao certo como seriam as coisas quando o tutor retornasse, mas preferiu deixar essa parte de lado e aproveitar o momento de distração. "Mas devo te alertar que eu faço bastante perguntas." As orbes se voltaram novamente para ela, como se já estivesse se desculpando. Assim que ouviu a fala seguinte, os lábios formaram um "o" de surpresa. "Nem a pau que foi você! Fiquei dias pensando que tipo de explosivo tinha sido fabricado pra chegar nessa altura! E eu achei um pouco grosseiro se recusarem a limpar, sabe, acidentes acontessem..." Ela mesma podia listar as inúmeras vezes em que havia deixado vidrarias caírem no chão ou até mesmo perdido poções porque as esqueceu no fogo por tempo demais. Observou com total atenção a planta retomar todo seu viço. "Juro, como você consegue? A última vez que eu tentei algo assim, eu acabei de matar a planta. Sério. Ela só faltou se desintegrar dentro do vaso." As mãos gesticulavam conforme ela falava, como se estivesse enfatizando sua indignação com a falta de aptidão em poções de cura. "É como se toda a vez que eu tentasse, o universo me lembrasse que o Caos é o meu avô. E olha que a única presença dele na minha vida é nas furadas que acontecem aqui no acampamento." Bufou, deixando os braços caírem sobre a bancada. "Eu acho ótimo! Posso te mostrar algumas coisas que eu tenho sobre a Papoula também, como eu disse, tenho um certo... Carinho por ela já tem um tempo. E a estadia na Ilha me deu material pra fechar algumas lacunas que estavam me deixando doida tem dias...Enfim! Quando quiser, podemos começar!"
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Natalia piscou freneticamente, confusa ao mesmo tempo em que tentava processar o que acabara de ouvir. Seus problemas e neuras, que a preocupavam minutos atrás, pareceram insignificantes. Alina tinha fornecido o "antídoto" perfeito para distraí-la. "Você fez o quê?" Imaginava que algo assim, nos domínios da deusa da feitiçaria, era surpreendente. Por um momento, Natalia desejou ter visto a expressão de Circe ao descobrir o que acontecera em sua ilha. Seus conhecimentos em poções eram fruto de anos de estudo. Quando não podia contar com a magia ativa, detestando como ela absorvia tudo, a filha de Hécate passava o tempo lendo interminavelmente e praticando tudo o que aprendia. A prática a levou à perfeição, embora se considerasse um pouco amadora nessa tarefa. Concluía bons trabalhos, geralmente acompanhada, principalmente por pessoas que se esforçavam ao seu lado. Era uma conexão mútua que rendia frutos. "Você deixou alguém à beira do histerismo? Por favor, repita tudo o que fez. Poções e venenos devem ser criados com atenção, respeitando as quantidades exatas. Nem um grão a mais ou a menos. Caso contrário..." As mãos de Natalia começaram a mexer automaticamente em recipientes, e, através do uso constante, seu cérebro treinado começou a misturar diversos ingredientes. Quando percebeu, estava cozinhando em chama baixa uma poção para recuperação, algo mais suave, relacionado a plantas. "Não se preocupe. Se não foi com poções, Circe desfez o efeito com magia." De repente, Natalia sentiu vontade de rir. Os pensamentos a conduziram à possibilidade de reverter a situação, como se pudesse materializar uma melhora na cobaia que havia ficado com sequelas após o teste feito pela filha de Nyx. Materializar. A ação havia se tornado importante para Natalia. Desde o fechamento da fenda, ela nutria novos ímpetos. Desejava criar, mesmo sem saber como. Talvez o pequeno acidente de tempos atrás tivesse a ver com o que estava sentindo. Não era a primeira vez em dias recentes que algo assim acontecia. Natalia suspirou, afastando-se do balcão e indo em direção à estante com plantas menores. "Você vai pegar o jeito." Disse otimista. "Não sou sua tutora, mas sinta-se à vontade para aproveitar o que eu sei. Na verdade, eu insisto. Será bom colocar as mãos de volta nas obras depois de um tempo. Pode observar e ler meus escritos, prestar atenção aos pequenos detalhes e depois testá-los. Você sairá daqui sabendo fazer qualquer coisa." Ao observar a jovem, Natalia ofereceu um sorriso e agarrou um pequeno jarro de cacto. "Quando comecei com as poções, também fui um desastre. Se você olhar para cima, verá manchas. Explosões, na verdade. Alguém poderia ter consertado, mas deixaram como lembrança das minhas peripécias. Se não fosse assim, não seria eu." Deixando o jarro sobre a bancada, Natalia pegou uma pequena panela e molhou a planta com o líquido morno, analisando o comportamento que se desenrolava diante delas. O cacto, que estava quase amarelado, voltou à sua aparência vistosa, com o verde vibrante e espinhos que pareciam ter o mesmo efeito. "Viu só? Podemos começar com algo pequeno. Papoula é um bom começo. Uma ótima recomendação, aliás. Podemos pensar em algo mais brando para iniciar. Deixemos os líquidos mais fortes para depois. O que me diz?"
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sonofthelightning · 11 months ago
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Balançava a cabeça devagar, concordando silenciosamente com ela. Claro que aquilo fez com que ele se sentisse ainda mais babaca, mas no fim, era o que havia sido, e restava ele ficar feliz que ela o estivesse perdoando. "Ignorar algumas coisas acaba sendo o principal item de sobrevivência por aqui." Respondeu entre risos. "Ainda arrisco dizer que seguir em frente devia ser o slogan do acampamento." Até porque se todos os campistas se atessem a ressentimentos, o cenário ali dentro seria similar ao de uma guerra civil. Escutava com atenção, concordando brevemente. "Eu não faço idéia da sensação de lançar um feitiço em conjunto igual vocês estavam fazendo, mas acho que entendi o ponto." Ele deu risada. "Só existem duas coisas que aquele-que-não-deve-ser-nomeado pode oferecer: poder e problemas." Ele suspirou, de forma dramática. "Saudades do mundo normal, onde eu fingia ser uma criança comum enquanto tinha um sátiro no meu pé falando sobre criaturas que provavelmente estariam apostando entre si pra ver qual delas iria me fazer de janta primeiro. Bons tempos, tempos tranquilos." Deu um suspiro triste antes de rir. Naquele ponto, a postura do semideus já estava visivelmente mais relaxada e ele conseguia expressar igual entusiasmo em suas respostas. "Falar com você também está sendo o ponto alto do meu dia. Falar tanto com o Raynar já estava começando a me fazer mal em um ponto de eu achar normal conversar resmungando ou bufando feito um boi bravo. Se bem que as conversas que vocês tem devem ser diferentes." Claro que não iria obriga-la a falar sobre nada porém não podia ignorar o que sabia e também o quanto estava feliz pela novidade. "Mas você sabe que pode contar quando quiser os acontecimentos da sua pacata vida, gosto de escutar." Ergueu levemente os ombros. Inclinou-se na direção dela, assumindo uma postura quase conspiratória. "Segredo nosso? Mas eu estou é pensando se eu não fui secretamente amaldiçoado pra virar uma coruja. Por isso meus olhos estão se tornando menores, é pra ter a visão de coruja." Confidenciou em tom jocoso, e fez um sinal com o indicador sobre os lábios, como se dissesse para ela guardar segredo antes de retornar a postura normal. "Venho dormindo algumas horas, umas quatro ou cinco. As vezes acordo no meio do processo. Talvez uma mistura de ervas e água seja o que esteja me faltando mesmo." Admitiu. Ainda haviam os pesadelos, mas essa parte já não era bem uma novidade. O sorriso se desfez um pouco. "Não sei até onde posso contar sem ser um boca de sacola. Mas em resumo, eu fui falar com ela e a encontrei machucada. Levei ela pra enfermaria e tudo. Só que desde então não consigo parar de pensar em como tudo isso afetou ela e também no fato de ela não me contar." Suspirou. "Sei que é meio egoísta minha parte se chatear com isso, mas não é como se nós tivéssemos terminado brigados." Ergueu as mãos, balançando-as levemente antes de as deixar cair novamente sobre a mesa. "Não consigo parar de pensar na Melis desaparecida. Enfim, uma bela merda. Mas estou sobrevivendo por enquanto."
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"Tudo bem...", disse em meio a um suspiro. "Não o culpo por ter feito aquilo, apesar de ter me magoado. Depois de um tempo, aprendi a enxergar o que estava acontecendo de outra maneira. A mágoa passou e eu esperei o momento em que pudesse voltar a falar com você." O sorriso, que já era largo, se alargou ainda mais nos lábios. Aquele episódio já havia passado, mais um capítulo encerrado, que, embora inesquecível no sentido ruim da palavra, Natalia tentaria não dar tanta atenção. Desde que retomasse o contato com as pessoas que lhe eram realmente importantes, nada poderia afetá-la. Ter Ian parado em sua frente gerava alívio. Era o primeiro contato dos dois depois da bagunça dos últimos dias, e, de todos os semideuses, até mesmo os mais difíceis, ela não esperava precisar ficar distante por tanto tempo. Entretanto, se estavam fazendo as pazes agora, então nada estava perdido. "Não se preocupe, de verdade. Deixemos no passado. É o que fazemos de melhor." Rindo, ela hesitou nos movimentos, segurando a vontade de abraçá-lo. Provavelmente faria uma pequena cena, jogando-se nos braços do outro como uma criança animada. Esperaria o momento certo para aquele tipo de contato. "Sou a bruxa das poções, então foi algo inédito. Estranho, muito esquisito, mas, ao mesmo tempo, eu me senti poderosa por estar fazendo aquilo. Consegue me compreender? Acho que sabe. Você é filho de 'você sabe quem'. Poder e superioridade, mesmo que inconscientes, são uma rotina na vida de vocês." Tornou a tocar no assunto, mas em tom de piada, de uma forma que ela sabia que ele compreenderia e não se irritaria. "Mas estava tudo normal... Até que percebemos que havia desaparecidos." A forma como manteve a mão estendida em direção à fenda e como a energia a atraía de forma viciante ocupou seus pensamentos em flashes e, por um segundo, ela achou sentir a mesma coisa, mas em uma intensidade diferente — leve, mas palpável. "O importante é que você está aqui. Está sendo o ponto alto do meu dia, lyev! Não há nada para compartilhar, além de que estou bem." O sorriso não desapareceu dos lábios, mas diminuiu, ainda sem deixar de expressar a felicidade em revê-lo. "Você sabe como minha vida é monótona. Você e o Aidan sabem muito bem disso. Nada demais... na vidinha chata e pacata de Natalia." Tinha muito a contar, mas como era ruim em expressar em palavras, ficaria no mistério por enquanto. Ouvi-lo ainda era uma opção melhor. "Se desaprendeu a dormir, então não precisa mais se preocupar. Com que frequência e por quanto tempo consegue fechar os olhos e 'dormir'?" Assumindo uma postura mais séria e preocupada, Natalia inclinou-se sobre a mesa, atenta a qualquer movimento do outro. "Esqueceu que sua amiga consegue fazer milagres com algumas ervas e água? Vamos lá, eu posso te preparar algo que vai ajudá-lo a regular o sono. Deve ser por isso que os olhos são tão pequeninos... Sempre semicerrados como se estivesse em dúvida." Mais uma piada, tentativa de fazê-lo rir. "Agora, sobre a ex-namorada... Elabore mais sobre isso. Você tem muito mais a contar!"
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nyctophiliesblog · 11 months ago
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O tom de voz um pouco elevado a fez arquear as sobrancelhas, levemente surpresa. Até onde Alina tinha conhecimento, resquícios de magia interfeririam na fisiologia de organismos, na atmosfera, não iriam manipular um vidro, no entanto optou por apenas assentir, uma vez que a filha de Hécate não pareceu ter ficado feliz com a possibilidade de ser a responsável pelo frasco. "Claro, foi usado muita magia na fenda. Faz sentido." O tom categórico não evidenciava nenhum tipo de sarcasmo, ainda que tivesse uma opinião completamente oposta do que a dada. Os olhos esverdeados acompanharam por um breve segundo o frasco ser arremessado antes de ela se voltar novamente para Natália, cujo o semblante transparecia dúvidas. "A última coisa de cor estranha que entrou na minha boca foi veneno de Hidra, por isso de hoje em diante vou estar preferindo beber só as coisas mais comuns, tipo água, café, vinhos..." Mudou o assunto, afim de deixá-la um pouco mais tranquila e então soprou uma risada curta; quanto mais minimizava o ataque, mais fácil parecia assimilar seus resultados. Imitou os gestos de Natália, deixando duas gotas pingarem sobre a mancha escura, sorrindo ao vê-la desaparecer. "Bom... Na Ilha eu criei uma poção. Eu não tinha um objetivo prévio, sabe? Queria criar algo que pudesse ser útil na hora de eliminar algum perigo, porque... Bom." Suspirou alto e ergueu as mãos em um movimento que deixava explícito ao que ela se referia. "Eu fiz uma poção do morto-vivo e adicionei acônito, sementes de papoula maceradas, e, bom, um pouco do meus poderes. Em resumo, a pessoa que experimentou entrou praticamente em coma no mesmo minuto e as veias dos braços começaram a ficar pretas, como a noite. O antídoto foi ministrado mas ainda assim ela estava ficando histérica, e sendo franca, eu não sei se aquilo era reversível, porque quando eu fiz o antídoto, eu me certifiquei de que tivesse tudo necessário pra combater os efeitos e ainda assim..." A última frase foi acompanhada de uma expressão claramente frustada; ela seguia se culpando por não ter atingido a totalidade de reversão com o antídoto e também preocupada com a aprendiz de Circe. "Da última vez que eu tentei fazer uma poção para relaxar e ajudar na meditação, eu relaxei TANTO" deu ênfase na palavra "que a minha meditação durou uma semana completa. As pessoas tinham achado que eu morri." Um novo suspiro deixou seus lábios. "O ponto é: ou eu sou horrível em criar poções, sabe, boas, ou eu estou predestinada a mexer apenas com venenos e demais coisas potencialmente perigosas." Concluiu enquanto calçava o par de luvas que havia separado previamente. "Em resumo, meu principal objetivo é criar poções, porque eu gosto e acgo super interessante. E sobre as ervas que eu havia dito, a Papoula é uma delas. Eu mexo com ela tem um tempo e já consegui ter um dimensionamento legal de como ela age."
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"Não!" Natalia foi categórica, balançando os braços freneticamente, enfatizando ainda mais sua negativa. Ela não poderia ter feito aquilo, não possuía esse tipo de magia. "Talvez ainda haja algum resquício de magia no ar, não sei." O nervosismo transparecia em sua fala. Como aquilo havia acontecido? Rapidamente, ela girou o corpo, procurando quem pudesse estar provocando aquilo. Algum de seus irmãos estaria no recinto? Ao perceber que não, um tremor violento percorreu seu corpo, e, para se manter firme, Natalia agarrou a borda da bancada que, de maneira estranha, também tremeu levemente. Refletindo sobre o que acabara de ocorrer, ela se pegou lembrando do rápido desejo de que aquilo não tivesse acontecido, de que o recipiente não tivesse se quebrado. Poderia haver alguma ligação? Deuses, ela pensaria sobre isso pelo resto do dia. Por fim, ela agarrou o recém-reconstruído frasco e o lançou em um recipiente maior, destinado ao descarte. O som do vidro se estilhaçando ecoou pela estufa, e Natalia se certificou, olhando repetidamente para o fundo da lixeira, que os cacos permaneciam ali. Na quarta verificação, sentiu-se aliviada — não haveria mais garrafinhas surgindo magicamente. Voltando sua atenção para Alina, a filha de Hécate sorriu, enquanto limpava apressadamente as mãos no avental florido e surrado. "Vamos voltar ao que importa. Essa manchinha pode ficar aí para sempre, se quiser. Logo ao seu lado, está a poção que vai ajudá-la a se livrar disso." Inclinando-se, Natalia pegou mais um frasco, o líquido também de cor esverdeada, mas diferente do anterior; este era para queimaduras de baixa complexidade, o que precisavam para remover as manchas. "Prefere beber ou aplicar na pele? Qualquer uma das opções funciona, mas se você aplicar," ao derramar o líquido sobre os dedos afetados, Natalia sorriu ao ver a coloração normal deles voltar ao estado natural, "o efeito será mais rápido." Deixando o frasco sobre a superfície para o uso de Alina, Natalia pegou um par de luvas de borracha deixado de lado por alguém, e as vestiu nas mãos. "A que tipo de poções destrutivas você está se referindo?" Venenos ou aquelas destinadas a causar dano; Natalia tinha um ótimo conhecimento sobre a maioria, e se fosse do desejo da filha de Nyx, ela se disporia a compartilhar o que sabia... Mas primeiro, precisava garantir que não passaria pelo mesmo episódio novamente. Embora não houvesse semideuses culpados, a sensação de que algo poderia acontecer ainda era forte. Não haveria mais erros desta vez. "Vou adorar sugestões de novas ervas. Sempre estou aberta a novas experiências. Mas primeiro, de que tipo de poções destrutivas estamos falando? E com que propósito... da sua parte?"
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sonofthelightning · 1 year ago
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Sentiu boa parte da tensão dissipar assim que a viu sorrir; era como se houvesse recebido a confirmação de que ainda tinha a amizade de Natália, mesmo após ter agido como um imbecil com ela. "Imagino, fechar uma fenda deve ser só mais uma tarde comum para vocês bruxas." Respondeu em tom similar. "Eu sei, eles preferem ficar na mesa onde o contato com outras pessoas é mais fácil. Dá pra acreditar?" A testa se franziu, como se a idéia de estar perto de um grupo grande de pessoas fosse algo impossível de compreender. A fala seguinte arrancou uma pequena risada do semideus, que por sua vez arregalou os olhos na direção dela. "Quem tem olhos pequenos aqui?" Questionou antes de rir novamente. "Acontece que eu preciso sim. Independentemente da situação ser complicada e quase impossível de saber em quem confiar, eu não precisava ter falado da forma que eu falei." O sorriso se desfez e os olhos baixaram em direção a mesa. Ele suspirou, voltando a olhar para ela. "Você precisava de um amigo, não de mais gente apontando o dedo na sua cara, e eu realmente peço desculpas por ter falhado nisso." A fala seguinte, no entanto, fez com que o sorriso retornasse ao seu rosto. "É, nós - deu uma ênfase desnecessária na palavra nós, erguendo ambas as sobrancelhas logo após - filhos de daquele deus." Ian dificilmente se referia a si mesmo como filho de Zeus, chegando até mesmo considerar um insulto que algumas pessoas o chamassem daquela forma. O rubor nas bochechas dela arrancaram uma risada mais alta. " Tentando esconder o óbvio, Natália? Fala sério." Provocou assim que viu as mãos dela cobrindo as bochechas. "Na verdade, eles me ignoraram por completo lá. Achei até um pouco desrespeitoso." O tom animado aos poucos foi substituído por um suspiro desanimado. "Minha vida? Bom, uma das poucas pessoas que eu realmente me importo desceu fenda abaixo e eu não faço a menor idéia de como tirar ela de lá. Encontrei a minha ex namorada quase desmaiada no quarto dela e tive que correr pra enfermaria pra garantir que ela estava bem e garantir que eu não fosse infartar. Desaprendi a dormir, mas pelo menos ganhei uma adaga nova bonita." Fingiu pensar por alguns instantes antes de erguer os ombros como quem diz que já não sabe mais o que falar. "Até o momento seria isso. Mas e você? O que eu perdi da sua vida nos últimos tempos?" A expressão maliciosa em seu rosto deixava claro que ele esperava que um assunto específico estivesse incluído em sua resposta.
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Pega de surpresa, o livro deixou de ser interessante em questão de segundos. Depois de tanto tempo, Ian voltou a falar, mostrando-se amigável. Ela jamais o culparia pela forma como havia reagido, atribuindo a responsabilidade por algo que afetava não só a ela, mas também aos outros irmãos. Aquele momento em sua vida foi um aprendizado, mesmo que forçado. A semideusa aprendeu a relevar, não deixando espaço para mágoas ou ressentimentos. Seria errado julgar os outros pela maneira como lidaram com a situação, especialmente considerando que, em tempos passados, ela havia agido de forma semelhante com Petrus. O sorriso que surgiu em seus lábios foi amplo, revelando a animação por tê-lo novamente em sua vida. Ian era o único filho de Zeus com quem ela tinha uma ligação, e agora desejava abrir espaço para o outro irmão ainda mais imponente do semideus. "Estou bem. Muito bem. Talvez até melhor agora," disse ela, em tom jocoso, refletindo seu atual estado de espírito. "Por favor, sente-se. O pessoal evita essa mesa por ser mais afastada, então não haverá terceiros por aqui. Nunca entendi isso também, aqui é tão fresquinho, você não acha?" Deixando o livro de lado, e talvez também o lanche que mal havia tocado, Natalia manteve seus grandes olhos azuis focados unicamente no amigo. O coração se aquecia ao vê-lo tentar recuperar a amizade de antigamente. "Livros são ótimos amigos, mas amigos de carne e osso são ainda melhores. E antes que você comece, não precisa se desculpar. Consigo ver isso nesses olhinhos pequenos que você tem." Suas mãos inquietas estavam dispostas sobre a mesa, com os dedos batendo freneticamente contra a superfície de madeira. "Já passou. Aquilo já passou," disse ela, por fim, dando de ombros. Não havia mais problemas, e ela reiteraria isso, se necessário. "E você, está bem? Sem machucados? Claro, você provavelmente não tem nenhum. Vocês, filhos de Zeus..." A risada escapou, desta vez, um pouco envergonhada, e ela levou a mão ao rosto, numa tentativa falha de esconder o breve rubor que dominou suas bochechas. "Atualize-me sobre tudo na sua vida. Não me poupe de detalhes, lyev (leão)."
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nyctophiliesblog · 1 year ago
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Fora o observatório, a estufa era o lugar onde Alina se sentia mais confortável no Acampamento. Estar em meio as plantas, na maioria das vezes, era bem mais interessante do que em meio a um monte de pessoas. Ela observava Natália com os lábios levemente contraídos; não que achasse graça do que era dito, mas sim de ela estar segurando a Dragônia sem luvas, coisas que a própria Alina havia feito não muito tempo atrás. Com um riso soprado, ela ergueu levemente a mão, de modo que a lateral escurecida do dedo indicador ficasse à mostra. "Está tudo bem, fiz algo parecido antes... E quase encostei meu nariz nela." Fez uma careta. Estava prestes a dizer que aceitava quando a memória sobre o mentor a fez se calar. Ainda era estranho pensar que a mesma pessoa que a ajudava em suas pesquisas sobre poções também estava por trás de tudo de ruim que estava acontecendo nos últimos tempos. "Eu aceito sim! Estou tentando melhorar um pouco nas poçõoes menos... Sabe... Destrutivas." Verdade seja dita, o interesse de Alina por poções de cura só havia surgido após deixar uma das aprendizes de Circe permanentemente histérica na ilha. "Eu passei por ele... Na enfermaria... É estranho." Deixou a frase morrer ali, afinal, se era estranho para ela pensar em Hektor como traidor, provavelmente era muito pior para ela, já que ele era seu irmão. A animação de Natália a fez sorrir, sabia bem como os filhos de Hécate haviam sido perseguidos com a história do traidor, só lhe restava imaginar o que poderia ter acontecido com ela nesse período. "Se precisar de ajuda... Conheço algumas ervas menos usuais que talvez possam ser úteis." Moveu levemente os ombros para cima poucos antes de se assustar com o barulho do frasco quebrando. "Talvez..." Começou a falar mas logo se calou ao ver o frasco se reconstruindo bem na sua frente. "Que porra é essa..." Murmurou antes de virar-se em sua direção, a expressão tão confusa quanto. "Não... Meus poderes são diferentes." Fez com que um frasco idêntico surgisse, mas ao invés de vidro era feito de pó de estrelas e o desfez com um aceno simples. "Não foi você...?"
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estufa coletiva:ㅤㅤervas, alguns vidrinhos quebrados e paciência.
"Se você adicionar um pouquinho mais desta aqui," arrancou uma pétala avermelhada de uma flor, estendendo-a para a semideusa apenas observar. "teremos um grande problema! É Dragônia, e manuseá-la pode causar queimaduras não muito graves, mas nada atraentes, como o escurecimento da pele, por exemplo." Ao perceber que não estava usando luvas e que o contato com a planta era direto com a pele, Natalia sorriu sem graça, largando a pétala sobre o balcão, notando o tom acinzentado na ponta dos dedos, mas nada que uma outra poção não pudesse resolver. "Tenho uma cópia do grimório que fiz… algum tempo atrás." Ainda era difícil mencionar o nome daquele que havia considerado um amigo e a quem, por engano, havia feito acusações que poderiam arruinar para sempre a relação entre os dois, se já não estivesse comprometida. "Posso emprestar para você, já que seu mentor, meu irmão, ficará um pouco ausente. Ele está… descansando." Sua atenção voltou para os frascos espalhados por toda a superfície, organizando-os por cor. Pelo menos, isso parecia ajudá-la. "Preciso fazer mais poções que auxiliem no relaxamento. Alguns semideuses até já fizeram pedidos… Nunca imaginei que receberia pedidos, na verdade." Apesar de tudo, isso era motivo suficiente para animação. Já que não tinha disposição para treinamentos físicos, usar o tempo para fazer algo que adorava parecia o pretexto perfeito para se manter ocupada… Talvez até demais. Subitamente, um dos frascos, contendo uma poção de crescimento que seria descartada, explodiu. Os cacos pareciam querer voltar à forma original do recipiente, e se não fosse pela presença de @nyctophiliesblog, Natalia teria duvidado de sua própria visão. "Isso não deve ser nada, certo?" Alguém estava tentando pregar uma peça? Não tinha a menor graça. "Isso deve acontecer o tempo todo porque…" Antes que pudesse terminar a explicação, o pequeno frasco estava diante das duas, intacto como novo e novamente cheio com o líquido verde de antes. "Foi você?"
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santoroleo · 11 months ago
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Não consegue deixar de abrir um sorriso com sua animação, tinha que admitir que nunca pensou que teriam um momento assim "Tenho whisky, vodka e limoncello" conta nos dedos as bebidas que tinha escondidas no chalé, seguindo até um dos armários perto para pegar as garrafas "Não sou de beber muito também, a vida de atleta de alta performance não te permite construir uma tolerância grande de álcool..." admite com uma risada leve por lembrar das festas que ia com os amigos onde não podia tomar uma gota das bebidas pois tinha qualificações no dia seguinte. Foi pego de surpresa com suua pergunta, Leo não tinha doces como uma de suas preferencias mas Veronica mantinha alguns em seu chalé para comer depois "eu acredito que sim, só um segundo." fala antes de ir para o próprio quarto buscar alguns doces que ainda tinha ali, os entregando para Natalia até um pouco alegre de se livrar deles. A gargalhada do italiano ressoou pelo chalé com sua sugestão de jogos, logo dando de ombros "Eu sou péssimo em palavras cruzadas..." procura nas lembranças jogos em que não era bom, claramente se esforçando para conseguir achar algum "os que envolvem muita estratégia também perco a paciência meio rápido porque tudo se torna meio previsível..."
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"Não, não. Sem apostas!" disse, rindo e animada para entrar em mais uma competição com o filho de Niké. A relação entre os dois ainda era recente. Já se conheciam, é claro, mas, antes, uma amizade parecia improvável. Natalia riu ainda mais com esse pensamento. "Mas acho que posso aceitar a parte dos shots com você. O que tem em mente?" Beber não seria tão ruim, imaginou. Tinha passado por tanta coisa que, talvez, um pouco de bebida alcoólica ajudasse a intensificar a boa sensação que estava sentindo. "Não beberemos muito, é claro. Costumo perder os sentidos quando fico... leve demais." A última vez que se entregou aos efeitos do álcool, Natalia falou demais, pensou demais e, se não fosse pelo sono, teria feito algo que poderia resultar em uma punição por parte do chalé de Ares. No ritmo em que estava, não era prudente chegar a esse ponto novamente. "Vocês têm doces? Podemos jogar com doces. Eu adoro doces!" disse rapidamente, buscando mudar as possibilidades. "Será mais prudente. Assim, não irritamos a conselheira, sua irmã, e eu não perco um lugar para passar a noite." Natalia ainda não tinha planos de quando sairia do chalé. Sua teimosia quanto ao assunto era crescente, e ela buscava outro lugar para ficar depois dali. "Vamos jogar Mario Kart novamente? Que isso, Leo! Esse seu desejo de me ver passando raiva... Não tem nenhum jogo em que você seja ruim? Podemos apelar para algo mais simples. Que tal adedonha? Conhece? Papel, palavras e conhecimento. Talvez eu tenha uma chance..."
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santoroleo · 11 months ago
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"Bom eu tenho um probleminha raro que a maioria das coisas não me pegam de surpresa mas realmente esse acampamento tem testado os limites da paciência que nem mesmo tenho..." resmunga e se joga na cama quase como uma criança birrenta, odiava tudo o que esses dias no acampamento proporcionavam mas a maior irritação era o fato de que tirava tudo que já teve certeza em sua vida. As probabilidades de seu poder sempre o prepararam para o pior mas a cada dia que passava ali, o pior não parecia ser o suficiente e se tornava cada vez mais insuportável de lidar. Abriu um dos olhos com sua proposta e se sentou na cama claramente animado com a ideia "Certo, se é assim que deseja" solta uma risada leve e a observa para demonstrar que estava ouvindo o que falava "oh, eu tive que aprender inglês meio cedo por causa do meu trabalho lá fora..." faz uma careta para demonstrar seu desgosto sobre isso "mas me recusei a falar muito por aqui no primeiro ano, não foi lá nas melhores circunstâncias que vim parar aqui." explica um pouco da situação e da de ombros "as vezes chegam a me corrigir, mas não é como se eu me importasse muito com essa língua mesmo então..." solta uma risada leve e volta a atenção para a semideusa novamente "você sente falta da sua cultura? eu sinto o tempo todo aqui..."
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"Costumava beber para me divertir, quando acreditava que nada disso poderia me pegar de surpresa." Apesar de tentar evitar tais assuntos, mais cedo ou mais tarde, eles surgiam, surpreendendo-a e mudando completamente o tom da conversa que antes era descontraída. Se bebia, era entre amigos, onde se sentia segura. Já era desastrada sóbria, mas sob o efeito de algo que alterava seus sentidos, era ainda pior. Natalia perdia o controle de si mesma e, como de costume, acabava sempre no chão. No entanto, ela já não sentia mais vontade de passar por isso. Tinha tentado de forma irresponsável. Antes, ouvira que o álcool poderia ajudar a esquecer ou curar feridas. Por horas, ela se via agarrada a uma garrafa, mas sempre desistia. Não queria dar trabalho nem causar mais preocupações a ninguém. Para espantar esses pensamentos, ela balançou a cabeça de um lado para o outro e manteve o sorriso nos lábios. "Quando tudo estiver propício, podemos marcar para bebermos até cair e disputar quem vai ao chão primeiro. Para isso, vamos encomendar algumas garrafas da mais pura vodka russa aos filhos de Hermes. Essa é a minha condição." Riu, animando-se um pouco com a ideia. "Às vezes, esqueço que você é italiano e, como eu, é um estrangeiro por essas terras. Passei quase dois anos me comunicando por meio de gestos e grunhidos. Tenho quase certeza de que ainda não falo direito, mas alguns de vocês deixam passar por serem gentis demais."
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santoroleo · 11 months ago
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"Ah Nat, não seria a primeira vez! Eu já perdi algumas vezes..." uma expressão pensativa toma conta do italiano que pensa nas vezes que perdeu, poderia contar nos dedos as vezes que admitiria que perdeu na vida após ter os poderes acordados de alguma forma mas ainda assim eram existentes; a expressão de Leo não mudou muito após a semideusa expressar sua vontade de vencer mas um brilho diferente tomou conta dos olhos em clara demonstração de quão entretido estava com a ideia "Mesmo? Estou esperando sua participação na minha queda então." A distração daquele momento era um pouco necessária para afastar os sentimentos que estavam invadindo sua mente nos últimos dias, poderia até deixar a outra ganhar simplesmente por sua ajuda aquele dia. Começou a preparar o jogo antes de a entregar o controle, soltando uma risada leve com sua pergunta "Geralmente quando bebo é pra me derrubar mesmo, sabe? Mas levarei sua sugestão em conta da próxima vez." da de ombros, servindo ambos os shots enquanto esperava que a outra escolhesse seu personagem "Valendo. Talvez eu melhore meus conhecimentos de inglês após alguns shots, nunca se sabe."
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Agradecendo pelos doces com um rápido aceno de cabeça, o sorriso em seus lábios se alargou ainda mais. Era engraçado imaginar-se ganhando de um descendente de Niké. Levando um doce recém-desembalado à boca, Natalia mastigou a bala, semicerrando os olhos em direção ao rapaz. "Você quer perder pela primeira vez?" O tom audacioso contrastava com a postura imperativa que ela assumia aos poucos. Tudo em prol do entretenimento. "Porque eu quero muito ganhar de vocês. De você." Apontou dramaticamente para ele. "Você tem uma reputação por aqui, Leo. E eu vou abalá-la." O sorriso tornou-se travesso, a malícia evidente em suas palavras. Definitivamente, estar no chalé dos amigos estava ajudando. Se estava preocupada, estressada ou algo do tipo, ali, ela não sentia nada. Ainda que precisasse ser cuidadosa quanto às novas manifestações de poder, Natalia evitava esses pequenos empecilhos, que surgiam na maioria das vezes à noite, mudando de assunto, conquistando e distraindo os semideuses residentes. Seria uma pena não poder ficar ali por mais tempo. "Se é tão 'fraco' para esse tipo de coisa, por que tem whisky guardado? E por que não vodka? Vodka russa, vodka de verdade." Amassando a embalagem vazia, Natalia a lançou contra o semideus, caindo na gargalhada em seguida. "Mas tudo bem, vamos fazer assim: Jogamos Mario Kart, você provavelmente ganha, mas a revanche que eu proponho será nas palavras. Valendo?"
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stellesawyr · 11 months ago
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Estelle já havia passado anos a procura de uma resposta que nem mesmo após perguntar diretamente para sua mãe alguns dias havia conseguido uma resposta, a realidade de que não passavam de apenas peões emocionais na visão dos deuses era tão bruta que a negação era a resposta primaria para os mortais. Talvez fosse a decepção no olhar de Natalia ou seu arrependimento, ou só por ter se visto um pouco na garota que sabia que tinham poucas similaridades mas a situação fez com que levantasse a mão em um sinal de que não precisava de seus pedidos de desculpa. A encarou com o olhar vazio por alguns minutos antes de finalmente conseguir pensar em algumas palavras que pudesse escrever naquele momento "Eu entendo a dor da decepção, perda. Apenas indico que não gaste anos preciosos de sua vida pensando em algo que ela esquecerá em segundos, deuses só tem boa memória quando se trata do ressentimento." A roupa que usava cobria praticamente toda a pele de seu corpo tirando o rosto, passou o olhar de forma demorada nas costas das mãos cobertas antes de resolver ignorar a pergunta por a achar desnecessária; a deusa havia deixado tantas marcas ali, todas em qual preferia deixar não citadas "Você é uma boa pessoa, espero que consiga ficar bem após isso tudo."
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"Eu não sei." Ela disse, entregando-se a um longo e notável suspiro. Não sabia por onde começar, nem como finalizar. Tinha consciência da inocência de todos, mas a curiosidade tornava-se cruel, ansiosa por informações, alimentando perguntas que por tanto tempo ficaram sem resposta. "Desculpe, eu sei o quanto isso te afeta mais do que o normal. Eu entendo. Ah, deuses, como eu entendo!" Aumentou o tom de voz, espalmando as mãos nas laterais do corpo, o choque criando um som que ecoou por toda a estufa. Por que não deixar aquilo para trás? Natalia se questionava isso constantemente. Antes, quando tudo era incerto, imaginava-se odiando, desejando o pior para o traidor – sentia isso em relação a Maxime, e hoje, se arrependia profundamente. Mas, embora houvesse algum sentido nisso, após tudo ser esclarecido, ela só queria entender as pontas soltas daquele caos. Se Hécate estava no controle de tudo, poderia ter deixado pistas, algo escondido na mente traumatizada de suas vítimas. Estelle havia aparecido, e aquilo parecia oportuno. No entanto, ao vê-la naquela condição, a sede por respostas desapareceu rapidamente. Sua intenção nunca foi deixá-la desconfortável, e Natalia percebia a sinceridade em suas palavras. "Desculpe." Disse, por fim, encostando-se em uma das bancadas ao lado, cruzando os braços junto ao corpo, com os olhos voltados para o chão. "Não... Vamos deixar isso para lá. Eu só sofri demais e talvez tenha dificuldade em deixar isso ir tão rápido. Fico feliz que esteja bem. Você também tinha a marca daquela desgraçada, certo?" Insultar a deusa era natural para ela, e não dava muita importância. Poderia temer qualquer outro deus, mas Hécate... Não havia nada além de desprezo. "Para ela, isso vai ser apenas mais uma memória, e para nós, mais um trauma na coleção." Riu, um pouco amarga, frustrada. "Desculpe." Falou novamente, agora, observando-a atentamente.
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santoroleo · 1 year ago
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Abriu a boca em uma expressão de falsa de surpresa ao ouvir sobre o que a irmã tinha falado sobre ele "E ela fala isso de mim sendo que é tão competitiva quanto? As coisas que tenho que aguentar sendo irmão mais velho..." solta um suspiro pesado em puro drama "e sinto muito, mas está falando com o maior campeão de mario kart do chalé por 5 anos consecutivos ok?" volta ao sua postura de pura arrogância, já pulando em pé para ir pegar o console "quem perder bebe um shot? geralmente aqui é assim que funciona." oferece a proposta para a outra, um sorriso sincero nos lábios. Assim que ouve seu agradecimento nega com a cabeça levemente, claramente nem perto de estar incomodado com a presença da filha de Hécate ali "Não precisa se preocupar com isso, sei muito bem como é necessário fugir da realidade as vezes e é melhor fazer isso com companhia, sério." apesar de sempre reclamar daquele lugar, o chalé era um dos seus lugares favoritos para fugir de tudo e a ideia de que poderia fazer o mesmo para pessoas de até outros chalés o agradava "só evita apostar qualquer coisa aqui, esses garotos estão prontinhos pra trapacear em qualquer jogo que tiver em mente." a fala era claramente verdadeira dessa vez, sabia muito bem o que aqueles monstrinhos conseguiam fazer já que ele mesmo tinha ensinado.
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Após algumas horas de sono profundo, Natalia despertou, sentindo a presença de alguém por perto. Ao se sentar na cama de forma repentina, suspirou aliviada ao perceber quem estava ali. Sorriu, um tanto constrangida, e levou as mãos aos cabelos soltos e desgrenhados, depois ao rosto, como se pudesse ajustar as marcas de cansaço e os olhos inchados de tanto chorar em silêncio antes de adormecer. Esperava que ele não notasse, ou pelo menos, que não desse muita importância. "Chamar isso de difícil é um eufemismo, mas, de certa forma, apropriado para o momento. Mais uma vez vai passar. Sempre passa." Suspirou, deixando que os ombros relaxassem. "Mas adoraria jogar um pouco com você. Steve me contou sobre o seu espírito competitivo e sobre como é tão... engraçado. Sim, ela disse isso. Você é engraçado quando tenta ganhar alguma coisa. Mas saiba que eu tenho um recorde a zelar no Mario Kart. Você pode ser filho de uma deusa, mas pode acabar perdendo, hein." Seria uma ótima distração. Rir um pouco, deixar que a mente se ocupasse com coisas menos sérias, se divertir... Leo parecia ter a solução para seus problemas na palma das mãos. "Você, Stevie... Mais uma vez, obrigada por me deixarem ficar aqui um pouco. Não estou em condições de lidar com a realidade..." Outro sorriso, desta vez, triste. Como odiava sentir-se tão incomodada e desgastada a ponto de não conseguir lidar com a própria família. "Não sei se tenho irmãos solteiros e dispostos a querer receber ajuda, mas acho que você deveria tentar. Nunca se sabe. Não sei."
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stellesawyr · 11 months ago
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Apesar do tom usado por Natalia ao fazer a primeira pergunta, afirmou com a cabeça algumas vezes um tanto tímida antes de começar a arrumar a bancada que tinha bagunçado com suas tentativas falhas de sucesso; as mãos parando no ar com sua primeira pergunta. Havia evitado o máximo possível falar sobre aquele assunto com os filhos da magia por saber a carga emocional que trazia, principalmente para ela mesma. Se manteve parada até que terminasse suas perguntas, uma expressão severa tomando conta do rosto antes que voltasse a escrever; a escrita certeira demonstrando o quanto havia pensado naquilo antes de colocar em palavras "Não a sentia até ela ir embora, agora sei que não está aqui mais." não se da o trabalho de levantar a folha para a mostrar antes de escrever mais "O único momento que senti a manipulação foi no ritual, antes disso só uma confusão de como tinha parado em lugares vez ou outra antes e após os ataques mas considerando tudo achei que fosse normal." solta um suspiro cansado, claramente querendo evitar aquele assunto a máximo possível mas se rendendo a ansiedade da outra semideusa. Por fim, a encarou nos olhos por alguns segundos antes de virar a página da caderneta e começar em uma folha vazia "O que procura, Natalia?"
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Surpresa com a presença inesperada, Natalia bloqueou a única porta da estufa com o corpo. Seus olhos estavam fixos na figura à sua frente, encarando-a sem qualquer inibição. No entanto, a curiosidade a dominava, como se Estelle fosse uma espécie rara, alguém que ela precisava desesperadamente conhecer... mais. "Não, tudo bem. Pode ficar." Ignorou o objeto mostrado, apenas assentindo com a cabeça. "Boa noite." Tentou sorrir, embora seu corpo permanecesse imóvel, preso ao mesmo lugar. "Você está bem?" Perguntou em voz alta. Contudo, a frase saiu mais como uma afirmação do que uma dúvida. Havia tantas perguntas que alimentavam sua imaginação. Finalmente, movendo-se de onde estava, Natalia deu alguns passos à frente, aproximando-se da filha de Circe. "Você conseguia senti-la?" Referiu-se a Hécate. As palavras escaparam antes que pudesse filtrá-las. Mas, já que havia começado, decidiu continuar. "Sentia ela a manipulando?" Quando percebeu, estava a meros três passos da semideusa. "Não me entenda mal, não é isso. Mas... Eu ainda tenho perguntas que precisam de resposta." A forma como havia interrogado Maxime também era um motivo de sua inquietação. Antes, sem saber que era plena culpa da deusa e movida pela raiva daquele momento, Natalia dissera coisas que jamais imaginou dizer. Com Estelle, seria mais passiva, branda, mas sem perder de vista onde queria chegar. "Se você puder contar qualquer coisa... Vai ajudar bastante. Eu entenderei se não puder."
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