tceron
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𝘐'𝘭𝘭 𝘵𝘦𝘭𝘭 𝘺𝘰𝘶 𝘮𝘺 𝘀𝗶𝗻𝘀 𝘢𝘯𝘥 𝘺𝘰𝘶 𝘤𝘢𝘯 𝘴𝘩𝘢𝘳𝘱𝘦𝘯 𝘺𝘰𝘶𝘳 𝘬𝘯𝘪𝘧𝘦𝘖𝘧𝘧𝘦𝘳 𝘮𝘦 𝘵𝘩𝘢𝘵 𝗱𝗲𝗮𝘁𝗵𝗹𝗲𝘀𝘀 𝘥𝘦𝘢𝘵𝘩𝘖𝘩, 𝘨𝘰𝘰𝘥 𝘎𝘰𝘥, 𝘭𝘦𝘵 𝘮𝘦 𝘨𝘪𝘷𝘦 𝘺𝘰𝘶 𝘮𝘺 𝗹𝗶𝗳𝗲.
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Taeron estava fora de casa há tempo o suficiente para saber que precisava voltar. Especialmente por uma razão: o filhote de gato que havia encontrado dias antes na Rua de Vidro, em uma de suas caminhadas noturnas. Desde então, o pequeno animal — batizado de Precious — passara a ocupar um espaço desconfortavelmente íntimo em sua rotina e em seu peito.
Naquela noite, como em tantas outras, Taeron apenas começara a andar — o corpo seguindo antes mesmo da mente decidir — até se dar conta de que seus passos o levaram direto ao Pig & Blanket. Agora, uma taça depois, já se preparava para ir embora, quando avistou uma figura conhecida. Rowena. "Normalmente me chamam de Taeron, mas vou atender por 'khajol' dessa vez." Rolou os olhos levemente, mais por hábito do que por real incômodo. A provocação não o surpreendia, e tampouco era algo que lhe tirava do sério. Respirou fundo antes de continuar. "Todos tivemos uma semana de merda." Disse com a honestidade de quem conhecia bem o gosto do caos. "Mas essa é mesmo uma boa razão pra beber até esquecer o próprio nome?"A pergunta não carregava julgamento, apenas uma sugestão embutida no tom de quem já usara o álcool como refúgio — e pagara o preço por isso.
Virou-se para o atendente com a tranquilidade de quem já sabia que não iria embora tão cedo. "Uma taça de vinho, por favor." Pediu, depositando moedas suficientes no balcão para cobrir também a bebida da outra. Precious precisaria esperar um pouco mais."Sinto muito que esteja tendo uma semana difícil, Rowena." Falou com uma sinceridade discreta. "Um almofadinha te chamou de aberração?"
with: @tceron
where: pigg & blanket
prompt: ❛ in about a minute, you'll be sorry you didn't listen to me. ❜
A revirada de olhos foi exagerada e dramática, era quase sempre assim quando estava na companhia de Taeron, se a changeling esquecia por um instante o quanto ele se considerava o dono da razão, ele logo fazia questão de lembra-la, como naquele momento. Rowena tomou a caneca que estava sobre a bancada e a levou até os lábios, virando todo o conteúdo num só gole, deixando que um pouco escorresse pelo canto dos lábios e então bateu a caneca na bancada, sinalizando que queria mais. "E se você veio aqui para me regular, então também vai sentir muito quando eu frustrar seus planos. Não pretendo obedecê-lo hoje, khajol.", replicou num tom mais seco do que costumava usar com outro. Nos dias bons, a relação entre eles era amigável, cordial e saudável. Rowena não ligava para ele ser um khajol e acreditava na reciproca, onde não fazia diferença para ele que ela fosse uma changeling. Mas não estava em um dia bom, na verdade, encontrava-se na ausência desses desde que começou a residir em Hexwood. Ardosia não combinava com tranquilidade e paz, infelizmente. Suspiro, levando a destra até a testa, a ponta dos dedos roçando sobre a pele, coçando a região. "Olha só, eu tive uma semana muito merda. Uma porra de buraco se abriu no meio do chão, um amolfadinha me chamou de aberração. Então eu decidi que vou beber até esquecer meu nome. Você pode se juntar a mim, ou voltar por onde veio.".
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TAERON HEADCANONS;
Taeron é o terceiro mais velho de seis filhos biológicos e um adotivo da tradicional família Di Medici. Em um de seus atos cuidadosamente calculados, Carmelia di Medici decidiu adotar um changeling apenas para parecer mais caridosa diante da corte e dos olhos do público. Nomeou o menino com o nome de sua cor favorita, numa tentativa de exibir compaixão sem jamais oferecer afeto genuíno.
Apesar de evitar o uso das cores da casa Di Medici em sua vestimenta e de evitar associar-se ao nome da família sempre que possível, Taeron ainda carrega consigo o anel com o brasão da linhagem — não por orgulho, mas como lembrete do peso e da responsabilidade que aquele nome carrega.
Seu passatempo favorito é a leitura. Taeron aprecia quase todos os gêneros, desde filosofia até romances de aventura, e pode facilmente passar horas mergulhado em livros. Muitas vezes, esse hábito lhe causa enxaquecas intensas por forçar demais a vista. Recentemente, começou a usar óculos para aliviar o incômodo e continuar cultivando o hábito que mais lhe traz conforto.
Houve uma época em que se importava mais com sua aparência. Durante essa fase, pintava os cabelos de preto para esconder os fios brancos que começaram a surgir ainda no início dos seus vinte e poucos anos — um traço genético comum nos Di Medici. Hoje, com uma visão mais realista sobre si mesmo, permite que os cabelos grisalhos apareçam, como sinal do tempo e da experiência que carrega.
Taeron é apaixonado por doces e sobremesas de todo tipo. Desde receitas simples até as mais refinadas, ele nunca recusa um bom doce, e aqueles que o conhecem bem sabem que é a maneira mais rápida de lhe agradar.
Todas as manhãs, acorda cedo e mantém uma rotina quase religiosa. Começa o dia com meditação, buscando equilíbrio entre corpo e mente, e segue para um treino físico rigoroso, que cumpre com disciplina antes de qualquer outra atividade. Essa rotina não é apenas hábito — é uma necessidade, uma forma de manter sua mente sob controle e o corpo pronto para qualquer adversidade.
Recentemente, durante uma de suas caminhadas pelas Ruas de Vidro, encontrou um filhote de gato abandonado. Algo naquela pequena criatura ressoou com ele. Apesar dos muitos anos de solidão e da barreira que ergueu ao redor de seus sentimentos, Taeron abriu espaço em seu coração. Levou o filhote consigo para Hexwood e lhe deu o nome de Precious. Desde então, o pequeno gato se tornou seu companheiro.
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status: fechado ( @khalkedon )
onde: residência di medici.
A casa na capital onde se encontrava, embora ainda muito luxuosa, estava distante da melhor propriedade dos di Medici. Sua mãe, Carmelia di Medici, era uma mulher de gosto refinado e bastante soberba — ter sua casa cheia de riquezas mostrava a todos os outros quem, de fato, os di Medici eram. Entretanto, quem eram de fato? O show em frente aos olhos curiosos, a família perfeita, um médico respeitado... Havia boatos de que as mãos santas de seu pai, Taeron II, eram capazes de levantar até um homem morto. Em seu pai via muitas qualidades, em contrapartida em sua mãe via pouquíssimas delas. Se perguntava o que, na mulher geniosa e perversa, poderia ter atraído alguém como seu pai. Ouviu o ranger da porta e soube exatamente quem era — provavelmente o único que conhecia ainda melhor o demônio que Carmelia de fato era do que ele. "Não foi convidado para o palácio dos di Medici ou para alguma das ilhas? Nossos pais também não estão felizes com você?"
#c#fiz bem generico pra gente poder pegar qualquer rumo#eu espero que eles já n tenham voltado pro instituto tava sumida to meio perdida
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"Agradeço... talvez aceitar ajuda seja um exercício que eu precise praticar mais." disse com um sorriso leve, quase imperceptível, mas genuíno. "Não que eu esteja indo muito bem nesse exercício." Ouviu o restante com atenção, sem interromper, olhos fixos nos dela por longos momentos, como se estivesse medindo cada palavra, cada hesitação, cada gesto — não para julgá-la, mas porque tinha o hábito cravado nos ossos de procurar verdades nas entrelinhas.
"Fugir deles é compreensível." disse por fim, com a voz baixa e compreensiva. "Presságios... por mais úteis que possam ser, também têm um preço. Carregar a possibilidade de prever algo, mesmo que vaga, é carregar um fardo. E uma culpa... ainda maior, quando se ignora." ele desviou o olhar por um segundo, como se falasse também de si mesmo. "Mas não pense que isso é sua culpa. Eu vi de perto. Aquilo não era algo que se podia parar com um aviso ou uma intuição. Foi... cruel, calculado." respirou fundo, recolhendo os próprios pensamentos antes que voltassem a assombrá-lo. Seus dedos passaram pelas bordas da mesa, distraídos. "Você está aqui agora. Está fazendo algo com isso." Disse com mais firmeza, fitando-a com um respeito silencioso. "Se cada um de nós fizer a própria parte — mesmo que pequena — podemos impedir que se repita."
❝Lamento por sua situação, imagino que não esteja sendo fácil... Mas são tempos de necessidade.❞ E toda necessidade vinha com um preço, ainda que quando comparado a situação familiar do professor, a de Deirdre parecia apenas uma reclamação trivial de uma dama entediada. Ao contrário de Taeron, ela nunca foi tão abertamente contra os pais para que enfrentasse qualquer atrito ou consequência, costumava ser diplomática ou oportunista demais para esse tipo de coisa. ❝Se desejar podemos vir aqui outras vezes para que tome um pouco de distância de tudo isso.❞ Ofertou ainda que também aquilo se alinhasse aos próprios interesses de estudar mais, contudo, uma mão lavava a outra.
❝Não nego que imaginava que algo pudesse acontecer, mas jamais poderia imaginar algo tão... Cruel.❞ E com cruel não se referia a morte em si, mas o impacto que ela causava no império e a significância política por detrás daquele ato. ❝Compreendo, não era bem um momento para preocupação, eu mesma estava distraída demais.❞ Fosse com o incomodo causado pela brincadeira de mal gosto de Sigrid, ou fosse com a parte da mente que sempre tornava a pensar em Angus e a antecipação pelo que poderiam ter feito naquela noite... Claro, se ela não tivesse terminado em assassinato. Suspirou frustrada enquanto pegava os livros ofertados por ele, observando com atenção e memorizando seus títulos caso não terminasse de os ler ali. ❝Obrigada... E bem, não tive nenhum presságio se é ao que se refere, mas eu meio que estava fugindo deles por motivos pessoais... É uma das razões por querer me dedicar mais agora, de certo modo, me sinto um pouco culpada.❞
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FLASHBACK
Taeron assentiu devagar com a cabeça ao ouvir o nome, não que o reconhecesse de imediato, mas algo na maneira como o outro se portava lhe causava uma pontada de desconfiança. Era como se a conversa tivesse sido premeditada, mas ele não podia apontar o motivo. Estendeu a mão, o gesto automático, embora contido — firme, mas breve. Não confiava com facilidade. Não mais. "Prazer, Barakat." Repetiu, os olhos agora o observando com mais atenção, como se procurasse por algo nas entrelinhas do rosto do outro, algum fragmento de intenção escondido atrás do tom casual. "Espero que esteja aproveitando sua estadia." Comentou, sem ironia.
Levantou novamente o copo de café, agora menos quente, mais fácil de engolir com as verdades que já o acompanhavam aquela manhã. Engoliu um gole antes de responder, a voz ainda baixa, ponderada. "Lamento que a celebração tenha terminado da forma que terminou. Tenho certeza que o coronel e sua esposa mereciam mais do que isso. Meu coração está partido pela família real, uma grande tragédia." Disse, sincero, embora suas palavras carregassem um certo peso, como se parte da tragédia também fosse dele.
"A arma..." Começou devagar, quase como se estivesse pensando alto. "Foi deixada para trás. E não, não parece coisa de um profissional. Mas o que me preocupa não é o profissionalismo. É a mensagem." Ele pausou, depois voltando-se novamente ao outro. "Deixar a lâmina... é simbólico. Um aviso. Um teatro. E todo teatro tem um público específico." Fez menção de tomar mais um gole, mas parou no meio do movimento. "Não acho que os riscos tenham acabado. Quando se fere uma estrutura como a família imperial, dificilmente é uma ação isolada. E se foi, então estamos lidando com alguém que queria mais do que morte... queria desordem."
FLASHBACK.
Assentiu com a cabeça ao ouvir a apresentação como se já não soubesse seu nome e sobrenome, pausando para limpar o farelo de croissant dos cantos de sua boca antes de o responder. Taeron di Medici era uma figura de relativa proeminência por motivos curiosamente relacionados ao evento onde a Imperatriz tinha sido assassinada: o professor tinha sido excomungado da sociedade khajol após se casar com uma changeling, e tinha sido aceito de volta com relutância após a morte de sua esposa. Tinham uma perda em comum, mas não podia fazer uso daquele conhecimento para o dobrar sem revelar que o encontro tinha sido por design e não por acaso – sua melhor opção era manter as cartas viradas para baixo por ora. ❛ Eu sou Tadhg Barakat. ❜ Se apresentou, deixando o lanche de lado sobre o balcão e estendendo-lhe a mão em um cumprimento educado. Parte de si estava curioso para descobrir se o nome despertaria algum reconhecimento, já que tinha péssima reputação em alguns círculos. Fionn Barakat, seu pai, tinha sido um homem respeitado entre os feéricos, e que havia morrido pelas mãos dos Colmain antes de ter a chance de segurar o próprio filho.
Colocou uma mecha espessa de cabelo atrás da orelha para responder à hipótese sobre sua participação nas aulas de Manipulação de Energias, o formato pontiagudo dissipando qualquer especulação de que pudesse ser humano. ❛ Sou um dos hóspedes de honra Imperador desde o incêndio de Wülfhere, não nos conhecemos antes. ❜ O comentário foi feito com uma dose cavalar de humor, já que Seamus não era quem estava sendo forçado em um convívio indesejado desde então. Ao menos não precisava temer que aquele khajol em particular odiasse changelings, o que o permitia um pouco mais de liberdade ao conduzir a conversa.
O subtom das palavras do khajol, sussurradas como se para si mesmo, seria dissecado e analisado mais tarde – no momento escolheu fingir não o notar. ❛ Sim, o Coronel Devet é um grande amigo, me parte o coração que a união dele e de Hannah não tenha sido celebrada. ❜ A amizade em questão incluía uma briga de bar que tinha entrado para a história da rivalidade entre montadores e infantaria, mas aquele era um detalhe dispensável. ❛ Você acha que alguém da realeza ainda tá correndo risco? Se a arma foi deixada pra trás, não parece coisa de um assassino profissional... ❜ Ali estava sua isca: qualquer um que estava no salão teve a chance de notar a adaga, mas apenas Taeron e mais um punhado de pessoas tinha estado perto o suficiente para a analisar. Oferecendo sua opinião, esperava ouvir a dele em resposta.
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FLASHBACK
Ele negou com a cabeça levemente. Nunca fora muito fã de bebidas destiladas ou das misturas que provinham delas — como um verdadeiro di Medici, seu paladar era refinado. Sua pequena adega continha mais do que a maioria ganharia em alguns anos, mesmo sem qualquer desconto, mas, claro, ele nem sempre vivera de forma modesta. Era engraçado, porque por mais que os sabores fossem diferentes, já não sentia falta alguma da vida polida que deixara para trás. "Temo em lhe desapontar. Sou fiel às minhas escolhas — vinho é o meu veneno." Disse, embora raramente bebesse mais que uma taça. Inclusive, possuía uma tolerância extremamente baixa ao álcool — mais de uma taça era o suficiente para acabar com sua sobriedade. Não podia negar: seu orgulho fora brevemente ferido.
Talvez por isso seu corpo se enrijecesse novamente, como se estivesse diante de uma ameaça. A sugestão o atingiu nos nervos — não sabia exatamente por que aquilo o incomodava tanto, mas incomodou. A ponto de dar um passo à frente, peito levemente estufado. "Então diga que não se preocupou, Aether. Não estamos velhos demais para essas picuinhas?" A frustração escapava em sua voz, difícil de conter. Fitou os olhos dela, sem medo, desafiador. "Estou esperando, Aether. Diga que eu não significo nada... se não se preocupasse, o que estaria fazendo aqui?" Bufou, antes de respirar fundo para tentar se recompor. O silêncio se fez. Bebericou o vinho em sua taça, apreciando o sabor com os olhos fechados por alguns segundos antes de responder: "O desafio não é para agora. Considere um aviso. Ao contrário do que acredita, não preciso da influência do álcool para..." Cortou a si mesmo. Talvez não fosse o melhor momento para uma provocação. Como de costume, sabia que de alguma forma acabaria por irritá-la — então, novamente, optou pelo silêncio.
Suspirou, lembrando-se da seriedade da realidade. Do pior: talvez tivesse que voltar à casa dos pais. Certamente não estava nem um pouco interessado em uma reunião familiar. Assentiu com a cabeça. "Estava pensando no mesmo... sem assuntos inacabados." Repetiu, tentando passar alguma confiança. Mas soava irônico — quando tudo entre eles parecia tão mal resolvido. Estava louco? Havia mesmo algo ali? Ou finalmente havia enlouquecido?Bebeu outro gole antes de responder, hesitante: "O que eu queria dizer?" Repetiu como um idiota. Que diabos queria dizer? Que ela fazia seu coração acelerar? Que às vezes se pegava prestando atenção nela e esquecia o resto do mundo? Que mesmo com a morte da imperatriz, era dela que não conseguia tirar os olhos, nem os pensamentos? "Eu temo que não me recordo." Mentiu. E odiou o quanto sua voz soou quase verdadeira.
⠀ ⠀ ☆ 𝒇𝒍𝒂𝒔𝒉𝒃𝒂𝒄𝒌;
os olhos dourados se estreitaram visualizando o seon, a constante lembrança da diferença entre os dois. nunca se acostumaria, mas com o tempo, esse se tornara uma denúncia de como ele se sentia. brilhava, como se algo dentro dele tivesse se intensificado com a sua chegada. esperava que naquela iluminação ela não fosse também denunciada pelo rubor que coloria suas bochechas. parecia uma adolescente, e francamente, a falta de controle sobre sua linguagem corporal a incomodava. era tão acostumada a ostentar algo diferente do discorrido em sua mente, que irritava-se em ver o quão transparente ficava na presença dele. e então, com sua fala, a cartada final: parte dele também pensara nela durante as horas discorridas. não tinha como tudo aquilo ser fruto de sua mente.
era estranho colocá-los num lugar reservado. como se criasse um eixo direto com o passado, transportando-os para a noite em que tudo acabara. a fatídica noite. a oferta de que tomassem uma taça de vinho foi muito apreciada, tanto que desviara sua atenção momentaneamente. um gosto particular seu, quem tinha qualquer tipo de relação com aether sabia de sua apreciação por bebidas. até se deslocou de onde estava, os olhos atidos a apreciar a adega em exposição. avaliava cada bebida selecionada para compor a estante e como se tentasse inferir algo sobre ele à partir dali. vinhos secos, tintos. caros, quase todos bastante envelhecidos. “não posso dizer que isso não foi completamente previsível. mas, pensei que você teria aprendido a tomar destilados com os anos.” tudo isso remetia ao dia em que ele se surrupiara em seu dormitório, dada a garrafa de vinho extremamente doce e barato dividida em copos de metal.
“quem disse que já me preocupei com você?” questionou, com um tom de irritação aflorando tão rapidamente quanto a risada. um vislumbre das interações ordinárias que costumavam ter décadas atrás, ela emburrada, e ele provocativo. ainda, era dissimulado. ela adiantou-se, para evitar seguir falando do assunto, agarrando uma das garrafas e a abrindo com a destreza de alguém que já fizera aquilo vezes o suficiente para ter memória muscular. ela só parara por conta do desafio implícito. ergueu uma das sobrancelhas, colocando a garrafa aberta sobre a superfície mais próxima. “você acha o momento propício? acho que acaba minando todo o propósito de ter vindo até aqui se eu mesma abrir alguns machucados.”
então avistou as taças, servindo o vinho que se fazia quase necessário. “quem sabe na próxima taça você consiga me convencer de que não vai levar uma surra.” e se aproximou, para entregar a que o pertencia. “eu não deveria ficar muito tempo, entretanto.” ela se pausou, lembrando-se novamente do outro motivo pelo qual acabara ali. “pode ser que passemos mais algum tempo sem nos ver, com a mudança para capital. e dessa vez eu queria ter certeza que me despediria. também que… não teríamos assuntos inacabados.” mais uma pausa, longa, em que ela evitou a todo momento encará-lo diretamente. “o que você queria dizer, no casamento? antes de ir embora?”
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FLASHBACK
Ele agradeceu mentalmente que ela não riu, porque confessar aquela insegurança em voz alta já lhe soava ridículo o suficiente. O branco de seus cabelos não vinha de fato da idade, mas sim de um traço genético da linhagem di Medici — alguns mais cedo, outros mais tarde, perdiam a coloração dos fios até que se tornassem completamente brancos. Quando se preocupava mais com sua aparência, pintava os cabelos de preto com frequência. A primeira mecha branca surgira quando tinha apenas dezoito anos. Assentiu com a cabeça, prestando atenção demais em algo que certamente não exigia tanto foco, mas ainda assim, ele o fez. "Obrigado." Agradeceu em um tom mais baixo, sentindo-se levemente melhor consigo mesmo. A opinião de Sigrid era reconfortante. Estava envelhecendo, sim, mas estava vivo — e isso era um privilégio que tentava se lembrar de valorizar.
"Não, ninguém disse nada, eu só..." Reencontrei alguém do passado que gostaria de impressionar? "Só estive pensando, nada demais." Respirou fundo, como se o ar do templo pesasse dentro de seus pulmões. A atmosfera — o casamento, o simbolismo, tudo aquilo — ainda lhe era demais. Então, pela primeira vez em muito tempo, decidiu não mentir."Estou tentando me manter feliz por eles, sabe? Claro que dói... mas o que eu posso fazer?" Ele sabia que não poderia passar a cerimônia inteira do lado de fora, sabia que eventualmente precisaria voltar, então concluiu com um tom resignado. "Estou feliz por eles." Mesmo que uma parte dele não estivesse.
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A cada passo pela Rua de Vidro, parecia fugir de algo — de um pensamento, uma lembrança, ou talvez da própria mente. Taeron sabia que andava para tentar organizar o que não podia ser dobrado ou guardado: o caos que se espalhava por sua cabeça desde aquela noite. Como um velho hábito, encontrou abrigo na padaria onde costumava ir. O cheiro de especiarias lhe trazia uma tranquilidade temporária. Cinnamon roll, café — quase como um ritual. Mastigava devagar, fingindo que sua fome era apenas física, tentando calar a ansiedade que o corroía. O sabor era doce, mas nada aplacava o amargor das responsabilidades que o aguardavam.
Precisava falar com as princesas. Precisava entender se a memória da adaga era apenas isso — uma memória — ou uma peça-chave que ainda não sabiam como encaixar. Foi puxado de seus pensamentos com o leve esbarrar de um corpo alheio. O café quase caiu, mas ele conseguiu equilibrar, ainda que a tensão em seus ombros aumentasse discretamente. "Sim, sou. Professor Taeron di Medici." A resposta veio automática, com a voz firme mas educada. Levantou os olhos para o rosto à sua frente. "E você é...?" Fez uma breve pausa, tentando encaixar o rosto em alguma de suas turmas. "Perdoe-me, não acredito que esteja em nenhuma das minhas aulas."
Levou o copo aos lábios, soprando levemente antes de beber um gole ainda quente. Ao ouvir a menção ao casamento, seus olhos escureceram por um instante. Não que fosse surpresa, claro. Todos queriam falar sobre aquilo. Ninguém queria carregar aquilo sozinho. "Acho que tragédia não engloba completamente a complexidade daquele fatídico dia." Disse sem encarar diretamente, mas com o olhar perdido em algum ponto distante da rua. "Tudo mudou... mas não como esperávamos, não é mesmo?" A última frase veio mais baixa, quase para si mesmo. Respirou fundo e olhou de volta para o estranho com olhos mais atentos. Não sabia por que aquele encontro o deixava em alerta, mas sabia que, no mundo em que viviam, coincidências demais eram raras."Você estava lá também?"
* SETTING : com @tceron na Rua de Vidro.
Desde que a noite do casamento tinha sido manchada de sangue, uma memória específica não lhe saía da cabeça. Não estava presente quando a Imperatriz foi assassinada mas, tão logo emergiu para descobrir o que se passava, se manteve longe da família Imperial para não colocar Vincent em nenhuma saia justa – não podiam arriscar que notassem que tinham vindo da mesma direção. O preço a se pagar foi que não pôde observar a cena do crime de perto, e uma curiosidade em particular o vinha corroendo devido ao ramo de sua profissão.
Mesmo a metros de distância, tinha percebido que o assassino de Meritaten havia deixado a arma do crime para trás. Qualquer um que tirasse vidas para pagar as contas saberia reconhecer aquilo como um erro de amador. Não tinha conseguido colocar os olhos na lâmina usada, mas tinha notado um dos professores khajols chegando perto o suficiente para catalogar seus detalhes antes que o objeto fosse coletado como evidência.
Professor este que, por completa coincidência, estava agora na mesma calçada que ele. Ok, talvez o tivesse seguido após descobrir seu nome e onde morava. Ser bem informado não era crime, certo?
Fez o encontro parecer casual, topando com o homem em uma padaria na Rua de Vidro, o cheiro de uma fornada fresca preenchendo o ar. ❛ Ei! Você é professor em Hexwood, não é? ❜ Perguntou, suas feições tingidas pela luz do reconhecimento. Manteve a casualidade ao morder um croissant de maneira despreocupada antes de continuar. Se falhasse no emprego dado pelo Imperador, talvez pudesse ser ator. ❛ Eu te vi no casamento de Lady Saltsburn e do Coronel Devet – que tragédia, hein? ❜ Qualquer um que o ouvisse assumiria que estava apenas de conversa fiada. Com base na resposta recebida, traçaria a melhor maneira de chegar nas respostas que queria.
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Uma das poucas vantagens de vir de uma família tão rica e prestigiada era que contavam com mais de uma casa na capital. E, após engolir seu orgulho — e anos de silêncio — Taeron pediu e sua mãe preparou prontamente uma das propriedades às pressas. Ou melhor, mandou seus milhões de criados fazerem isso por ela. "Acredite, Deidre, eu te entendo mais do que você pode imaginar. Nunca pensei que estaria debaixo do teto dos meus pais novamente." Murmurou, sabendo bem que aquela acomodação viria com um preço alto — sempre vinha. Mudar de ares parecia necessário, mas permanecer numa propriedade dos di Medici era o equivalente a vender a própria alma ao diabo.
Suspirou ao se lembrar do porquê de tudo aquilo: a morte da imperatriz. Desde quando a realidade se tornara tão bárbara? "Acho que nenhum de nós acredita, eu tento repensar tudo o que aconteceu naquela noite... e não faz sentido." Concluiu, com uma exaustão notável embutida em sua voz. Parou por um instante, refletindo. O que estava sentindo? O que de fato se permitia sentir? Teria deixado algo escapar por estar tão fiel à própria infelicidade? Porque no fim, tudo sempre parecia ser sua culpa. "É uma ótima pergunta... se for pra ser sincero, acho que não prestei atenção. Não até ser tarde demais." Estendeu para ela os livros que havia separado: três volumes com capas bem cuidadas. "Esses livros aqui são ótimos sobre o assunto... presságios." Ele a olhou com genuína curiosidade. "Você sentiu algo diferente? Algo antes da festa?"
This is a starter for @tceron
Estava querendo estudar mais sobre os presságios de Morrigan, talvez descobrir mais sobre como havia sido para os antigos hospedeiros da deusa antes dela, queria buscar uma forma de lidar com aquela magia sem enlouquecer no caminho. E bem, a companhia de Taeron era bem quista naquela empreitada e bem, era mais fácil de entrar ali com um professor que sem um. ❝Obrigada por ter concordado em me acompanhar, acho que surtaria se ficasse mais um segundo sequer encarando as cortinas verdes da residência Colmain.❞ Confidenciou já evidenciando o clima monótono de casa, claro, que sua família estive consideravelmente calma era uma surpresa. Contudo, ela não andava querendo mais brigas familiares e por isso aproveitava a calmaria, mas também não queria ficar presa dentro de casa o tempo todo. ❝Ainda nem acredito em tudo que aconteceu, acho que é por isso que resolvi me dedicar mais aos presságios...❞ Comentou enquanto observava uma longa lista de registros, atrás de algo que lhe fosse interessante. Era um pensamento quase infantil que buscasse usar os presságios como se de alguma forma pudesse impedir algum mal, não havia como mudar um destino já selado, mas de que custava tentar? Os olhos castanhos se voltaram ao professor, agora com mais curiosidade. ❝Desculpe se for uma pergunta incomoda, mas você sentiu algo estranho nas energias no dia do casamento? Ou talvez tenha reparado em algo estranho no assassino?❞
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FLASHBACK
Ele agradeceu mentalmente que ela não riu, porque confessar aquela insegurança em voz alta já lhe soava ridículo o suficiente. O branco de seus cabelos não vinha de fato da idade, mas sim de um traço genético da linhagem di Medici — alguns mais cedo, outros mais tarde, perdiam a coloração dos fios até que se tornassem completamente brancos. Quando se preocupava mais com sua aparência, pintava os cabelos de preto com frequência. A primeira mecha branca surgira quando tinha apenas dezoito anos. Assentiu com a cabeça, prestando atenção demais em algo que certamente não exigia tanto foco, mas ainda assim, ele o fez. "Obrigado." Agradeceu em um tom mais baixo, sentindo-se levemente melhor consigo mesmo. A opinião de Sigrid era reconfortante. Estava envelhecendo, sim, mas estava vivo — e isso era um privilégio que tentava se lembrar de valorizar.
"Não, ninguém disse nada, eu só..." Reencontrei alguém do passado que gostaria de impressionar? "Só estive pensando, nada demais." Respirou fundo, como se o ar do templo pesasse dentro de seus pulmões. A atmosfera — o casamento, o simbolismo, tudo aquilo — ainda lhe era demais. Então, pela primeira vez em muito tempo, decidiu não mentir."Estou tentando me manter feliz por eles, sabe? Claro que dói... mas o que eu posso fazer?" Ele sabia que não poderia passar a cerimônia inteira do lado de fora, sabia que eventualmente precisaria voltar, então concluiu com um tom resignado. "Estou feliz por eles." Mesmo que uma parte dele não estivesse.
FLASHBACK
Fora preciso muita força para não rir, mas Sigrid, por incrível que pareça, conseguiu manter neutra a sua expressão. Direcionou os olhos para os fios claros do amigo, não vendo nada de anormal por ali. "Não acho que seu cabelo está envelhecendo." Garantiu ela. "Você está envelhecendo, mas isso não é um problema. Caso contrário estaria morto. Parece normal." Não via nada de diferente, mas o questionamento provocou alguma curiosidade. Era raro que o mais velho parecesse se importar tanto com a aparência, pelo menos na opinião de Sigrid —não era sempre que falavam de vaidade. "Por que a pergunta? Algum engraçadinho disse alguma coisa?" O tom tornou-se um pouco mais irritado, perguntando-se se deveria proteger a dignidade do amigo. Não era muito grande, tampouco muito forte, mas gostava de pensar em defender aqueles que eram importantes. No entanto, a irritação cedeu ao pensar no casamento e na situação de Taeron. Ela suspirou, deixando uma carícia suave no ombro do amigo; praticamente um irmão. "Eu estava... preocupada com você." Tentou ser delicada, temendo tocar no assunto e despertar dores adormecidas. "Sabe, esse casamento, khajol e changeling..." Baixou um pouco a voz, não desejando que qualquer outra pessoa ouvisse. "Se está sendo um gatilho para você, sempre é possível se afastar um pouco, sair e respirar. Quer ir para outro lugar?" Ao longe a risada da noiva soou, um som que parecia coroar o início de uma nova era.
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FLASHBACK
E, repentinamente, tudo que ocupava sua mente mais uma vez era Aether. Seu seon parecia brilhar mais intensamente, fazendo os cabelos grisalhos reluzirem à luz, opostos aos fios negros de Aether. As íris de Taeron procuraram pelas dela, permitindo-se perder por alguns instantes nas íris douradas. Sentia os dedos formigarem levemente, cansados de lutar contra o impulso de tocar o rosto da changeling, de escanear cada centímetro de sua pele para se certificar de que não havia um arranhão sequer. A urgência em saber que ela estava bem, felizmente, fora saciada apenas com sua presença. Ele sabia que ela podia se defender, mas havia perdido o suficiente para se permitir dizer:"Que bom que está bem, Aether." E, magicamente, o mundo parecia ter menos peso sobre suas costas.
Ele respeitava a distância entre eles porque, em partes, se apavorava ao pensar no que poderia acontecer caso qualquer um dos dois desse um passo à frente. Não sabia colocar em palavras exatamente o que sentia, mas sabia que era mútuo — porque sentia a mesma energia fluindo dela. Queria ser um homem diferente, um que se permitisse fazer o que tinha vontade. Ali, distantes de todos os olhos, retornavam às suas raízes, a apenas quem eram. E ele sempre orbitava ao redor dela — não só por sua beleza, mas por sua mente, personalidade e tantas outras coisas que admirava. Engoliu em seco antes de caminhar até sua pequena adega, onde guardava os vinhos finos que bebia vez ou outra."Posso lhe servir uma taça?"
A confissão o pegou de surpresa, tanto que seus olhos brilharam com a ideia, e ele não percebeu a conclusão que fez em voz alta: "Então ainda se preocupa comigo?" Ele riu, finalmente seus músculos se descontraindo, sua expressão tornando-se cada vez mais fácil de se ler — e, simples assim, era quase um livro aberto. Um que apenas Aether tinha o privilégio de ler. Secretamente, algo na ideia de mostrar a Aether o quão bem podia se defender fazia-o se sentir mais vivo ali, naquele momento, do que se sentira em muitos anos."Só tem um jeito de eu te provar, não é mesmo? O que acha de uma revanche? Tive tempo para me preparar."
não deveria ter ido ali.
mas agora era tarde demais, não era? os olhos lentamente recaíram sobre os fios desgrenhados, as olheiras fundas, a tristeza despontando no fundo da íris. ele estava bem, não parecia ferido. os olhos dourados intensos avaliavam, verificando essa informação uma quantidade adicional de vezes antes de retornar à altura de seu olhar. num instante, não sabia o que dizer. o objetivo inicial proposto estava concluído, agora constatava: fisicamente intacto.
era verdade, ele havia dito que a procuraria. então como explicar o porquê andara até ali? um ligeiro rubor permeou sua feição, ela apenas assentiu antes de deslizar para dentro do quarto. andava devagar, a postura rígida, quase como se aplicasse esforço físico para manter alguma distância entre os dois. não queria que novamente perdesse o controle da situação.
a nova acomodação era melhor, evitava de ter de explicar posteriormente porque estava plantada na porta de um professor khajol naquele horário. como se sentia sobre ele e a possível nova relação que nutriam era uma incógnita que preferia deixar sem solução por algum tempo. mais, queria saborear ligeiramente de algo que fazia muito tempo que não sentia. o calor no pé de seu estômago, o acelerar de coração.
por fim, entreabriu os lábios, e ponderou por algum tempo antes de admitir. "para ser completamente sincera... queria ter certeza que você não havia encontrado um jeito de morrer nas últimas horas. não me passou exatamente muita confiança quando me disse que sabia se defender agora."
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Taeron pensava. Era o que mais fazia—pensava e repensava, como se a imensidão de pensamentos dentro de sua cabeça pudesse mudar algo na situação impossível em que se encontrava. Ele não percebeu a mudança na atmosfera, não registrou os risos ao seu redor, nem notou seu próprio humor azedar levemente. Tudo isso ficou em segundo plano até que os gritos começaram. Foi então que viu. Viu a imperatriz dar seu último suspiro.
E se estivesse menos distraído? Se tivesse prestado mais atenção? Será que poderia ter feito algo? Será que poderia ter poupado Delyth e Aleera da dor de perder a mãe? Essas perguntas não tinham resposta, mas isso não impedia a culpa de se instalar em seu peito como um veneno lento. Ele sabia que nada poderia mudar o que aconteceu, mas ainda assim, faria tudo ao seu alcance para ajudar a família real.
Arrumar as malas sem saber exatamente para onde ir trouxe uma estranheza incômoda ao seu estômago. Há anos não pisava no pequeno arquipélago dos Di Medici. Já não respondia às cartas de seus familiares e tampouco desejava pôr os pés na casa da capital, onde seu irmão mais velho, Baron, tornara-se um espectro constante em sua vida—um lembrete vivo de tudo o que Taeron desprezava.
Mas, como se tudo isso não fosse suficiente, sua mente não conseguia esquecer outro reencontro. Ele havia prometido que a encontraria depois, mas o caos impediria que cumprisse sua palavra. Hesitou por alguns segundos antes de vestir o sobretudo, preparando-se para sair e resolver a única coisa que ainda estava ao seu alcance: terminar a conversa com Aether. Mas, ao abrir a porta, foi surpreendido. "Aether?" Franziu o cenho, quase tentando se certificar de que não estava alucinando. "Para falar a verdade, estava indo te procurar. Eu disse que nos veríamos antes de..." A frase morreu em sua garganta. Ele não conseguiu dizer em voz alta que havia presenciado o assassinato da imperatriz. Respirou fundo e tentou recuperar a compostura. "Quer entrar? Posso te ajudar com algo?"
desde o início do baile, sentia um arrepio em sua nuca. quando ajoelhara na sala do templo, quando escrevera seu desejo na árvore. algo parecia deslocado, insistia. mas seu cérebro ocupara em procurar justificativas plausíveis: odiava casamentos, odiava eventos sociais, odiava… interações sociais que não haveria escolhido em outra situação. preferia repetir para si, como na conversa com kenai, que apenas brincava… que não estava preocupada. mas a ansiedade era refletida no olhar que vigiava as saídas, na expressão séria, no esfregar de ponta de dedos. havia apenas um momento em particular na festividade que se desprender ado sentimento, agarrando-se a outros que foram imediatamente dissolvidos com o início da cerimônia.
não se chocara quando ouvira o gritos. foram poucos segundos até entrar em ação, mas a distância que a separava da figura sombria a tornaram impotente no dia. quando avistara a grande quantidade sangue, seu instinto seguinte correra para proteger os seus, e a noite passara como um flash. restavam apenas fragmentos em vermelho, gritos, e tentativas de contenção do caos que se instalara. aether odiava saber que estava certa. era uma situação propícia demais, simbólica o suficiente.
seu pensamento passara sobre taeron. mas proibira-se de procurá-lo, de ocupar sua mente com alguém que não estivesse diretamente responsável por, enquanto trabalhava para coordenar a situação. não, empurrara a ideia em algum canto e preocupara-se de enfiar todo changeling que encontrasse de volta para hexwood, o mais rápido possível. e com o passar das curtas horas, em trânsito entre enfermaria e seu próprio escritório improvisado, finalmente encontrara aqueles breves minutos em que estava tudo parcialmente resolvido. já não havia opção senão deixar seu pensamento recair sobre ele.
se esforçara para engolir o desejo de ir lá junto com uma merecida dose de whisky. precisava processar o que acontecera, desenhar teorias, mas via o pensamento retornando insistentemente para longe do seu controle. em segundos, estava em sua porta. saber se ele está bem e ir embora. repetia o plano em sua mente, como uma estratégia difícil o suficiente para ter de ser ensaiada. ainda demorara-se em sua porta, vagando em pequenos círculos enquanto tomava a decisão. deveria bater? não deveria. fim de papo, decisão tomada, não? então deu as costas para a porta de madeira, pouco antes de ouví-la ranger. @tceron
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status: fechado (@lionesslyra )
onde: abrigo
Taeron não sabia se deveria estar ali, mas, ao mesmo tempo, não conseguia se imaginar em qualquer outro lugar. Ele jamais compreenderia a extensão da dor que Aleera e suas irmãs estavam sentindo naquele momento, mas faria qualquer coisa para tentar apaziguá-la, nem que fosse por um instante. "Ouvi dizer que pediu para me chamar..." Sua voz saiu mais suave do que o habitual, carregada de uma preocupação genuína enquanto seus olhos analisavam Lyra com atenção. Ele tentava decifrar cada pequena tensão em sua expressão, cada sombra de cansaço ou sofrimento que ela tentava esconder. "Como posso te ajudar, Lyra?" Ele não queria oferecer palavras vazias ou promessas que não poderia cumprir. Se ela precisasse de algo, qualquer coisa, ele faria o possível para dar.
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Com um suspiro, ele passou a mão pelo cabelo, ponderando se valia a pena entrar naquela disputa de teimosia. Mas já que ela havia se comprometido a usar sarcasmo como escudo, ele poderia fazer o mesmo. "Uma princesa pode ter te dito isso, mas até onde sei, não foi uma princesa que construiu este templo." Respondeu, a voz carregada de falsa seriedade antes de se sentar, sem pressa alguma, exatamente onde ela havia apontado. Ele fez uma pausa teatral, como se realmente estivesse ponderando seus desejos mais profundos. Então, ergueu os olhos para ela. "Amor eterno?" Ele riu, balançando a cabeça. "Não, obrigado. Felicidade também me parece superestimada. Mas paz... essa talvez seja uma boa escolha." Ele inclinou a cabeça levemente para o lado, estudando-a por um momento antes de acrescentar, num tom mais leve. "Mas e você, Aylara? O que exatamente está pedindo aqui? "
aylara fechou os olhos por um segundo, tentando conter sua falta de paciência. o quão difícil era conseguir ficar sozinha quando estava envolvida com pessoas de hexwood, inferno! "precisará mesmo, senhor?" usou o pronome de tratamento com uma pontada de deboche a mais, pois simplesmente detestava como eles cismavam em usar a formalidade com ela. não era aluna desses professores e não gostava de ser tratada daquela forma. "engraçado, pois antes de novamente eu ser incomodada por você, uma princesa passou aqui e disse que nada impedia que mais de uma pessoa fizesse suas orações ao mesmo tempo." não era o que aylara gostaria de fazer, mas se precisasse fingir que sim para poder continuar ali, então o estava fazendo. além disso, não havia mentido. uma khajol realmente tinha passado por ali e dito aquelas palavras para ela mais cedo. não era atoa que estivesse tão sem paciência naquele momento. "fique a vontade para fazer sua consulta com o divino." ergueu o braço e gesticulou, indicando a mesa no centro do templo. "torço para que você consiga seu amor eterno, felicidade eterna, saúde, seja lá o que estiver querendo pedir... talvez paz! você deveria pedir paz, senhor. pelo jeito, a sua também vai significar a minha e é isso que estou querendo aqui."
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O último dos desejos de Taeron era que o casamento tivesse terminado de maneira tão brutal. Seu coração se partira pelo imperador, mas também por Aleera e Delyth. Ele sabia que nenhuma palavra poderia remendar o que havia acontecido, nenhuma gentileza poderia apagar a cena terrível que agora estaria gravada para sempre em suas mentes. A impotência diante do sofrimento alheio o corroía de um jeito que ele não sabia nomear, mas já reconhecia como familiar. Ainda que seus pais estivessem vivos, Taeron entendia—metaforicamente e de formas que preferia não aprofundar—o que era perder aqueles que deveriam ser um porto seguro. A ausência de uma presença que deveria ser eterna, a sensação de que o chão havia sido arrancado sob os pés. Ele nunca soubera o que dizer para aqueles que enfrentavam esse tipo de perda. Dizer que sentia muito parecia vazio.
Ao ver a figura diante de si, o olhar treinado deslizou de cima a baixo, analisando cada detalhe, cada sinal de cansaço ou dor que pudesse indicar se ele estava de fato bem ou apenas fingindo. Então, arqueou uma sobrancelha e, com um tom de leve provocação escondido sob a formalidade da pergunta, indagou: "O cavalheiro já recebeu alta ou está apenas fugindo do leito?"
status. aberto. (0/3)
Havia conseguido escapar pela terceira vez do acampamento. As ataduras já estavam soltando de seu braço quebrado, uma fratura antiga, antes mesmo do acidente. Os pedaços de madeira mantinham seu braço mobilizado enquanto o linho cobria certas partes, mas era obvio que já estava na hora da troca, mas Derek estava longe demais para sequer pensar naquilo naquele momento, para ele, já estava até melhor. Estava reunido com seus amigos, conversando em voz alta, cercado por alguns colegas que ouviam a sua palavra como gospel.
— Mas é verdade! Não estou brincando! Se eu não tivesse com isso aqui, aquele cara não teria mesmo fugido! Na verdade de todo mundo e ninguém conseguiu pegar ele? — Ele suspirou frustrado, mexendo o braço, seu rosto formando um semblante de dor quando tocou em uma área sensível. — Eu já estou bem, Zay disse para ficar com isso por mais um tempo, mas sabe como é esses curandeiros, né?
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FLASHBACK
Por que tinha tanto apreço por Sigrid? Talvez porque, em meio ao caos que era sua família, ela tivesse sido a única a lhe oferecer apoio genuíno, mesmo quando discordava de suas escolhas. Isso—essa aceitação silenciosa—lhe parecia um dos tipos mais puros de amor, e por isso, ele a estimava mais do que a seus próprios irmãos de sangue, com quem passava mais tempo trocando farpas do que compartilhando qualquer laço verdadeiro.
Respirou fundo, como se estivesse reunindo coragem, e então inclinou-se levemente para o lado, baixando a voz para que ninguém além dela pudesse ouvir. "Você acha que meu cabelo tá me envelhecendo? É muito branco?" A pergunta escapou com um resquício de hesitação, quase como se admitir sua vaidade fosse um fardo. Era uma preocupação que não verbalizava com frequência, mas em partes, confiava na opinião dela.Desviou o olhar por um instante, pigarreando, como se quisesse desviar do próprio desconforto. "Por que tava me procurando? Aconteceu alguma coisa?"
Quando Sigrid enxergou Taeron, sabia que precisava falar com ele. Embalada nos próprios sonhos e no ambiente mágico, demorou um pouco para perceber como tudo deveria estar sendo par ele e imediatamente sentiu uma pontada de culpa atravessar o coração. Apesar dos braços cruzados, ousou tocar de leve no ombro dele, uma espécie de apoio sutil. Não diria palavras de pena ou apoio, apenas garantiria sua presença e compreensão. Por pior que tivesse sido no passado, despejando palavras ácidas para cima de todos os changelings no caminho, jamais conseguiu virar as costas a Taeron pelas escolhas feitas. Como poderia? O romantismo tinha habitado uma parte funda de seu coração, mas ainda existia. "Eu prometo não rir ou fazer piada." Garantiu de forma solene, mantendo a expressão séria. "Estou feliz por ter me encontrando, porque eu estava procurando por você também." A procura tinha durado pouco, mas tinha boas intenções. "Conte-me, qual a sua pergunta?"
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Taeron bebericava a bebida em seu copo quando engasgou. Literalmente engasgou ao ouvir a possibilidade que lhe foi apresentada. Havia começado a lecionar em Hexwood justamente para se afastar dos dramas familiares—não achava que o instituto seria grande o suficiente para ele e um de seus irmãos. Definitivamente, não se dava bem com quase nenhum deles. E Taeron tinha cinco irmãos. "Soa como o meu pior pesadelo, se vou lhe ser sincero." As palavras saíram sem qualquer tentativa de suavização, porque era simplesmente a verdade. As expectativas de sua família sempre foram um peso que ele nunca quis carregar, e a distância era a única coisa que garantia que não precisaria vivê-las. Ele estava farto de fingir. Farto da festa, da felicidade ensaiada, do peso sufocante de um casamento que só fazia com que suas feridas antigas minassem, uma a uma. Ele só queria que aquilo acabasse para, ao menos, tentar processar o que sentia. "Honestamente? Não me importo." A irritação transpareceu em sua voz, os ombros enrijecendo. "Eu não aguento mais um segundo lá dentro." havia uma aspereza no seu tom que ele não se deu ao trabalho de esconder. "E eu acho que não há nada de errado nisso. Honestamente, não entendo por que todos precisamos estar presentes." Taeron suspirou, exausto, girando o copo nas mãos antes de acrescentar. "Entendo que seja um passo importante, mas pessoalmente? Eu preferiria não estar aqui."
Angus conseguia se identificar com as palavras do outro, afinal, ele mesmo tinha questões particulares com sua família, as quais não desejava explorar para além do conhecimento geral: sua mãe não se importava com ele, então Angus decidiu não se importar de volta - grande mentira, mas é a versão que conta para o mundo. "Pense pelo lado positivo, você não corre o risco de encontrá-los quando voltar para o salão. No meu caso, Hellen deve estar em algum canto, me olhando torto a cada passo que dou.", principalmente por não estar usando as cores ou o símbolo de sua família. Deixaria isso para as irmãs, infelizmente, as futuras herdeiras do ego da viscondessa. "Acha que vão notar nossa ausência na cerimonia? Nada contra os noivos, que sejam felizes, mas eu odiaria ter de passar mais algumas horas sendo simpático com quem desconheço.".
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