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você me olha como se eu fosse a melhor coisa do mundo, mesmo eu sabendo que não chego nem perto disso.

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eu só queria saber qual foi o momento exato que você decidiu que eu merecia mais seu desprezo do que seu amor

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eu sempre salvo todo mundo

mas quando eu preciso de salvação,

não tem ninguém aqui

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é porque ninguém entende como uma cicatriz pode fisiologicamente doer

como uma ferida que já cicatrizou pode fisiologicamente sangrar

tem coisas que nem a fisiologia explica

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eu ainda desejo que você tenha coragem para lutar pelos seus sonhos

a coragem que você não teve para lutar pela gente

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“Pra você ver, não existe mocinho e bandido nesse enredo. Você errou, eu errei também. Mas vai ver a gente estava tentando ser feliz, e felicidade é um patamar complicado de alcançar.”

— Gabito Nunes.  

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eu perdi o interesse em tanta coisa, que assusta eu não me importo, realmente eu tô cansada num nível que não se explica não é táctil não é físico é um desgaste emocional e mental que me faz querer fugir de mim desaparecer 

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você disse que minha escrita sempre seria reconhecida por você.

mas eu não sou mais a sua escritora preferida.

eu nunca fui.

em um milhão de rostos, você jamais reconheceria o meu.

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eu não estava aqui quando você voltou depois de ter ido embora pela centésima vez.

é por isso que você me odeia.

porque eu fiz o mesmo que você.

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sabe, seu zé, muitas pessoas conversam com você porque você sabe de muita coisa que a maioria não faz ideia. eu já falei com um milhão de terapeutas e todos eles me dizem que eu deveria sentir a felicidade que minhas veias destroçadas me permitiram ter, mas eu queria mesmo era saber o que eu faço com a dor que essas mesmas veias me trouxeram.

tanta gente gosta tanto de falar sobre como a gente deveria estar feliz, mas ninguém -e me corrija se eu estiver errada- ninguém fala sobre a dor que te faz apertar as unhas nas mãos sempre que a memória resolve lembrar.

a verdade é que a felicidade é fácil. as pessoas gostam de falar sobre as coisas fáceis.

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umas dessas conversas em um bar qualquer

eu falava para o homem que estava tomando uma lata de cristal sentado na minha frente, mas cara eu conheci o diego. eu conheci o diego de verdade, o diego que existe atrás de toda essa dor e de todo esse trauma. eu conheci o diego e amei o diego. eu amei o diego e tive que partir o coração dele e ele partiu o meu, a ordem não é relevante na história. o que importa é que algum momento o amor era real, mesmo o resto não sendo.

eu falava para ele como se ele fosse qualquer pessoa que pudesse entender o que eu estava falando até que em um certo ponto eu comecei a chorar e perguntei pra ele porque o diego que dizia me amar tanto e me querer tanto me destruía tanto, escolhia me destruir tanto. eu perguntei pra ele o porquê.

ele me disse que o amor não é algo que você consegue engolir sem vomitar e ás vezes você vomita sangue. foi o que ele me disse.

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eu te amava imensidões

e me afoguei em cada gota

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eu fiquei sabendo que você mora na capital agora e nunca te imaginei morando em qualquer lugar que não tivesse mar porque você amava tanto aquilo

mas você também me amava tanto

você amava tanto tantas coisas

quando foi que você deixou de amar?

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eu me lembro da mensagem que você me enviou em uma madrugada dessas dizendo que não podia ficar sozinho com a sua própria mente naquele dia

eu parecia ser algum tipo de salvação

mas babe, eu sempre fui muito mais do que isso

eu sempre fui destruição

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é esquecimento

ou punição?

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cê sabe onde a bomba vai cair

e mesmo assim você joga

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tomo uma taça de vinho de vez em sempre e ela sempre me diz a mesma coisa

sua dor é só tua, menina