Don't wanna be here? Send us removal request.
Text
Os olhos chegaram a brilhar ao recebee o cartão, as maos palidas e longos dedos com unhas feito garras pegaram o cartao da mao alheia com delicadeza. Seus movimentos eram suaves as vezes ate mesmo comicos e exagerados na atuação.Riu ao escutar que todos o consideravam um bom "caçador".
- Hahahah, eu? Imagina! O que voces consideram "presas", elas vinham ate mim,nao era necessario caçar.
Sentou no banco cruzando as pernas, contava para ele um pouco do seu passado com tom carinho na voz e certa saudade nostalgica.
- Era um jogo de sedução e os dois guiavam como uma dança, uma valsa...Eu escolhia meu parceiro ou parceira, trocavamos olhares, algumas palavras e em pouco tempo eu estava sugando o delicioso sangue de seu pescoço e veia pulsante.
Girou o cartao nos dedos ,sorrindo com os olhos,relembrando suas melhores conquistas, saiu impune de quase todos seus assassinatos.
- Ahhh.. As vezes era mais prazeroso o jogo excitante do que a própria alimentação,tomei o sangue de jovens muito belos, era um triunfo para mim mas, chega de relembrar o passado. Eu quero conhecer la fora, sei que ninguem me daria permissao ou confiaria em mim para isso então devo agradece-lo, obrigado.
Apertaria as maos dele mas o outro nao parecia ser muito gentil e amigavel, um pequeno sorriso e aceno de cabeça foram o suficientes. Seguiu pela janela e simplesmente saltou , o pouso foi leve e altura do andar nao o prejudicou, era como se descesse o degrau de uma escada. O vento frio bagunçava os longos cabelos, o vampiro trajava roupas sociais em estilo vitoriano,estava todo de preto desde a cartola na cabeça,os tecidos da roupa e sapatos lustrosos dr mesma cor, tudo isso era um agrado de charles que mandou confeccionar realizando um mimo, nao viu problema ja que Samsonov permaneceria dentro do condomonio e suas roupas chamariam atenção so de quem convivia ali.
Samsonov caminhava em direção ao imenso portão, os dois guardas empunhavam armas de grande porte, conversavam distraidos soltando ate algumas risadas abafadas, mal notaram o vulto que se aproximava. Ele era bom em ser discreto quando queria e ocultar sua presença quase totalmente. Os homens continuavam conversando ate que notaram um cartao cair no chao, eles estranharam a açao e correram ate o cartao no chao empunhando suas armas. O condominio era muito fechado e intolerante quanto a intrusos e curiosos prontos para agir para defender o segredo que guardavam. A distração serviu para ele se aproximar como um flash agarrando a cabeça do guarda esquerdo, com um rapido e forte golpe quebrou o pescoço alheio, o guarda apontou a arma e antes que pudesse atirar Samsonov puxou pelo cano da arma acertando o rosto alheio, a força bruta fez com que o golpe quebrasse o maxilar do homem que caía ao chao e tinha o rosto desfigurado pelos proximos golpes feitos com sua propria arma. A geleia que se formiu no chao de cerebro e sangue era um recado explicito de quem fez aquilo, Samsonov pegou o cartao no chao e abriu o portao automatico saindo elegantemente enquanto limpava os respingos de sangue em sua roupa com um lencinho branco. Seguiu a pé, era dificil se cansar, metros e metros depois chegou a cidade. As luzes fortes quase o cegaram , ele passou a andar em calçadas e ruas mal iluminadas, os primeiros humanos que deparou era um grupo de jovens em um beco, riam e fumavam maconha. Eles riam e perguntaram de que teatro Samsonov saiu mas o vampiro ignorou a abordagem passando direto. Algo no fim do beco chamou sua atenção, uma conhecida presença, assim que se aproximou imaginou que fosse Dario apesar dele ainda estar oculto.
- Ora...Nao precisa me vigiar como uma babá. Ja que me ajudou a sair do condominio, porque nao me leva a lugares que costuma frequentar?
Esperou com as maos na cintura mas nao obteve resposta apesar de saber que estava sendo vigiado. Os rapazes do beco riram novamente ao ver o excentrico homem conversando sozinho.
- Esse cara ta mais doido que a gente..HAHAHAH
- Meus caros, alguem pode me informar onde consigo uma taberna ou hospedagem por aqui?
Em meio a risos, crendo que o vampiro era algum tipo de ator, apontaram para o motel fuleiro da esquina, com uma placa vermelha neon chamativa escrito "RUBI". Samsonov caminhou ate a espelunca e lembrou que nao tinha o essencial para sobreviver no mundo humano, dinheiro.
A recepcionista o encarou com uma expressao ao mesmo tempo aborrecida e entediada, ele nao era o primeiro espertinho a querer se hospedar sem pagar.
- Se voce nao tem dinheiro, é melhor cair fora.
Ele fez um beicinho decepcionado, nunca passou por esse problema na vida, afinal era um nobre dono de imensa riqueza que sempre comprou tudo e todos. Suspirou saindo do motel ,ficou parado em uma equina longe das risadas daqueles drogados do outro beco. Um carro se aproximou do vampiro, abaixou o vidro preto, era um homem de meia idade, encarou Samsonov vestido daquela forma e achou curioso e elegante. O proprio homem trajava roupas sociais e pelo carro ele aparentava ter uma boa condiçao financeira.
- Quanto é?
- Como, senhor?
- Quanto voce esta cobrando? Gosto dos exoticos.
Samsonov ergueu a sobrancelha entendendo aos poucos o que acontecia ali. Entao ele sorriu ao brotar una ideia, apontou para o motel e em poucos segundos os dois estavam la. Ele sorriu triunfante para a recepcionista quando o seu companheiro pagou pela estadia do motel. Os dois subiram para o quarto que surpreendentemente era limpo e ben arrumado, diferente da imagem que o motel transpassava. O banheiro tinha o mesmo estado apesar de algumas ferrugens, chuveiro frio e a falta de ar condicionado.
- Nao sei como nao esta suando nesse calor com essas roupas. Eu te levaria a um lugar melhor que este pardieiro mas..
- Eu não sinto calor. - Samsonov cortou a falha alheia e tirou a cartola da cabeça pousando-a no criado mudo. A cama era de casal, em cima dela havia duas toalhas e dois preservativos. O homem ao ver o ato do outro de tirar o chapeu,começou a se despir.
- Você sempre leva estranhos para o quarto? Nao tem medo do que possa te acontecer?
- Nada acontecerá com um renomado policial .Quem se burro de me machucar? Seria caçado como um animal depois pela policial e tambem eu tenho um "segurança" ali no carro que pode entrar a qualquer momento caso eu demore demais ou nao de noticias.
Cheio de si ele apontava para o celular na cintura, cintura que tambem carregava o coldre com uma arma e o distintivo da policia.Algo que intimidaria muitos mas nao aconteceu com Samsonov.
- Eu quem deveria estar fazendo perguntas. De onde voce surgiu? Eu nunca vi un prostituto daquele ponto como tal aparencia e roupas refinadas.
- Digamos que nosso patrao esta variando um pouco o cardapio.
O homem nao respondeu, se dirigiu para o banheiro e retirou as roupas para tomar banho, teve o cuidado de trancar a porta deixando claro sua postura e falta de confiança em Samsonov.
O homem demorava tanto no banho que o vampiro se entediou, nao pretendia transar com ele mas precisava do dinheiro e ate mesmo de uma conduçao para um local mais longe ou logo seria descoberto. Samsonov se aproximou da janela, os olhos procuravam o carro, queria confirmar se o policial tinha mesmo algum parceiro. Para sua surpresa um homem saia do veículo, aparencia completamente diferente do velho policial que o acompanhava. Era um homem bonito, corpulento, loiro, de expressao muito seria e aprenciva e cabelos em um corte perfeito militar. O homem parecendo perceber o olhar alheio sobre si , ergueu a cabeça e notou Samsonov na janela, o vampiro deu um tachuzinho e o homem correu depressa para dentro do motel, em poucos segundos estava arrombando a porta do quarto.
- O QUE FEZ COM ELE SEU DESGRAÇADO?!?!?!? - O jovem tambem policial fardado empunhava uma arma automatica apontada para o rosto do vampiro.O rapaz estava alarmado pois mandou varias mensagens para o parceiro e ele naonl respondeu uma se quer, ele odiava acompanhar o parceiro nessas aventuras ilegais mas era obrigado a fazer pois o policial mais velho era seu superior, corrupto e chantagista, o usava como um fantoche.Samsonov sorriu debochado e apenas apontou para o banheiro, o jovem parecia muito tenso, bateu na porta do banheiro e nenhuma resposta, ele foi obrigado a quebra-la. O corpo sem vida do velho policial jazia no chao do chuveiro, provavelmente morte causada por um infarto.
- Ele era velho...Velhos morrem o tempo todo.
O jovem parecia nao acreditar no que via, ajoelhou em frente ao corpo desligando o chuveiro, conferia os pulsos sem resposta de vida.
- SEU....!
Toda a raiva e frustraçao se revoltaram contra o vampiro, o jovem o agarrou pelo colarinho pressionando com brutalidade o corpo dele contra a parede. Samsonov o olhou fixo, suas maos pousaram sobre a dele, pressionando-as ate que as afastou do corpo usando sua força incomum que espantou o jovem. Os dois entraram em luta corporal pelo quarto, desviando dos socos e joelhadas ate Samsonov conseguir acerta-lo em cheio no nariz, tonteando o rapaz pela força, o sangue escorreu, o cheiro ferrico despertou o desejo do vampiro que o atacou imediatamente, avançando em seu pescoço, cravou as presas o mais fundo que podia sugando litros e litros de sangue em poucos segundos, sua vitima se debateu e tentou lutar contra ate o final, enfraquecendo ate nao ter força alguma e cair palido no chao.
-Ahhh...
Suspirou, limpando com o lenço o sangue que escorreu pelo queiro ate o pescoço. Se sentia muito bem, um sangue fresco direto da fonte,sangue jovem, saudavel. O gosto delicioso aguçou todos seus sentidos, estava se sentindo muito bem. Mais uma vez notou a presença de seu "perseguidor" que acreditava ser Dario.
- Gostou do show? Bem..Nao ocorreu o cortejo e seduçao como eu esperava mas digamos que ele fazia meu tipo.
Samsonov dizia enquanto ajeitava suas roupas bagunçadas pela briga, no fundo decepcionado como as coisas terminaram, ele tomou um sangue a força de alguem que nao escolheu. Acabou em um quarto de motel com mais dois corpos em sua lista, suspirou, apalpando o corpo sem vida no chao a procura de alguma carteira para pegar um dinheiro, logo faria o mesmo com as roupas do outro policial.
0 notes
Text
- Você está me chamando de selvagem..? O animal responsável por toda aquela bagunça? Já estava no quarto a algum tempo, com os braços cruzados observando o outro em um canto escuro do quarto. Ficou impressionado por ele ter notado a sua presença, Dario foi apelidado de fantasma pelos outros vampiros, pois poucos notavam quando ele chegava ou saía de algum lugar, pelo menos isso significava que ele não era tão inútil assim, pelo menos tinha um bom senso de percepção, mas ainda era uma qualidade insuficiente a ponto de fazer-lhe entender por que Charles tinha tanto interesse em um espécime ultrapassado de um século morto.
- As regras não se aplicam a mim, eu não faço parte dessa comunidade, estou aqui apenas pelo dinheiro. Enquanto eu não fizer bagunça ou me expor por aí, eles fazem vista grossa.. Bufou ao se lembrar de todas as vezes que recusou o convite de Charles para viver naquela comunidade, tinha a impressão de que quando não fosse mais útil ele simplesmente mandaria matá-lo para que não causasse mais problemas, talvez por isso tivesse revivido um vampiro milenar e o quisesse tornar um vassalo criado sobre as regras de seu teto. Ria só de imaginar tal possibilidade, ele ser bem pior. - É por isso que os vampiros cresceram fracos hoje, esse sangue gelado é o bastante apenas para sobreviver. Mas eu imagino que já deva ser difícil para quem nasce se alimentando dessas bolsas.. abrir mão do sangue fresco, assim, em um ponto tão avançado de sua existência, não vai demorar para que perca o controle.
Olhou para o sangue que ele descarregava na pia, o cheiro não era muito atraente. Era uma ótima oportunidade para testá-lo. Abriu um sorriso malicioso e lhe estendeu a mão, era o seu cartão de acesso do condomínio, que lhe permitia passar pelos portões. Claro, ele teria de lidar com os seguranças a sua maneira se quisesse sair. - Com isso poderá sair daqui, me encontre na saída do condomínio mais tarde, vamos ver se você é tão bom com caça quanto todos dizem. Saiu pela mesma janela aberta pela qual havia entrado, precisava estudar o local de caça antes de levar aquele maluco para fora, só esperava que ele não o entregasse para Charles, e que estivesse certo em seu palpite.
0 notes
Text
- É isso mesmo? Pagaram um animal para cuidar de mim? Depois eu que sou o antiquado. Ainda se debatia tentando sair, se sentia muito fraco com aquele sangue ruim correndo nas veias, se estivesse se sentindo melhor teria dado uma lição naquele merdinha arrogante, ao menos era isso que ele pensava. Era difícil ter que lidar com outros vampiros tão fortes quanto ele, séculos passado Benoitt vivia sozinho, sem outros de sua espécie, nem mesmo quem o transformou.Após os outros convencerem o arrogante a sair de cima, Benoitt se levantou, limpando a roupa e encarando o outro com desprezo.
- Tudo bem que eu me exaltei momentos atrás, porém eu tinha meus motivos, pensei que estava sendo caçado por humanos, foi um choque.. Os presentes ainda encaravam-no com certa desconfiança mas aos poucos os ânimos daquele cômodo foram abaixando. Ele teve uma longa conversa a sós com Charles Pyotr em uma sala fechada, os dois passaram uma tarde conversando, Charles se apresentou e explicou brevemente como o sistema entre vampiros funcionavam, Benoitt ficou impressionado com tanta mudança. O cômodo onde estavam era uma sala de reuniões, Charles mostrou na enorme tela fatos importantes da comunidade dos vampiros e os humanos, reportagens , retrospectivas resumidas ao longo dos séculos. Tudo passava diante de seus olhos com rapidez, era muita informação para uma tarde só, ele iria digerir tudo aos poucos, ao menos as regras básicas ele ja havia entendido, ser discreto, não matar explicitamente, usar o banco de sangue, permanecer no condomínio fechado por alguns dias. O mundo havia mudado tanto que ele nem sentia vontade de conhecer o resto da cidade,não se identificava com aquele tempo e com tudo que acontecia, o mundo não era mais o mesmo.
Suspirou em seu quarto, haviam conseguido uma casa para ele dentro da área do condomínio, ficou por dias enclausurado, os dias se tornaram semanas. Ele não saia, vivia com a casa no escuro, achava as luzes artificiais insuportáveis, recebia na porta de casa a entrega daquele sangue nojento e era diariamente vigiado por Dario, o seu cão de guarda. Era possivel ver os vultos dele de vez em quando, os dois mal trocaram uma palavra, Dario aparecia vez ou outra para se certificar de que Benoitt continuava na casa e não tentava fugir ou fazer algo estúpido que colocasse a comunidade em perigo. Estava sugando uma das bolsas de sangue,sem prazer algum naquela alimentação, sentia muita falta de extrair o sangue direto da fonte mas em dias como aquele, duvidava que poderia fazer isso, percebeu que Dario estava por perto, podia sentir a sua presença e mesmo sem vê-lo diretamente Benoitt conversou alto o bastante para que o outro ouvisse.
- Não sei como aguentam um sangue desses... - Jogou o restante da bolsa dentro do tanque da cozinha, olhando o fluido escorrer com desgosto. - Será que um selvagem como você se alimenta assim? Ou burla as regras matando uns humanos por aí? Sinceramente, eu me alimentaria ate de animais, eu so queria morder algo vivo.. - Desabafava sem saber se estava ou não sendo ouvido.
0 notes
Text
A lua cheia daquela noite, em todo seu resplendor refletia uma luz angelical na água, uma luminosidade que só competia com a fulgurante iluminação da cidade de Florença. O lugar em questão era um ponto turístico deveras popular, chamado ponte Vecchio. Um monumento construido no meio da cidade, sobre um rio profundo de águas gélidas. Ali um carro chamava a atenção, não era um veículo comum, uma limousine com uma imensa carroceria, rodas cromadas com um metal vermelho e uma cruz desenhada no centro. Até parecia pertencer a uma funerária, ninguém saia de lá por longos minutos até um homem alto, de cabelos ruivos desgrenhados, pele extremamente pálida e um corpo esguio. Ele usava um paletó preto, como se acabado de sair de uma festa de gala, mas não era essa a questão, o pouco branco de suas vestes estava manchado de vermelho, a primeira vista parecia muito com sangue. Ele descia do lugar, mas ninguém o acompanhou, então simplesmente foi até a carroceria do veículo e o empurrou com a mesma facilidade que um homem empurraria um fusca. O veículo despencou na água, até que fosse consumido pela profundidade do rio, cuja água, de tão escura agia quase como uma cortina sobre seja lá o que tivesse lá em baixo. Então assim, ele desaparecia antes que qualquer pessoa notasse, deixando a ponte com sua paz natural, como se o acontecido não tivesse relevância alguma. Talvez alguém um dia encontraria aqueles corpos no fundo do rio, mas pouco provavelmente chegariam a um culpado, já que fui a única testemunha, e bem.. coisas estranhas tem acontecido desde então, sinto que estou sendo perseguido, hoje na porta do bar, tive a impressão de que vi aquele mesmo homem me encarando no final da rua. Eu não tenho o menor interesse em como esses mafiosos descartam corpos naquela merda de rio, mas eu devo uma ameaça, por isso estou deixando essa carta de despedida para minha família, muito embora eu duvide que se importam, se eu não voltar a aparecer, por favor, investiguem a minha morte.
[ ... ]
- Humanos.. tão dramáticos.
Dario terminava de ler o e-mail que sequer havia chegado a ser enviado, não estava em seus planos matar um ser humano agora, mas não podia permitir que aqueles corpos fossem descobertos no fundo do rio, pelo menos não até se decomporem o suficiente para que não conseguissem identificar as vítimas. Terminando de ler, jogava alcool no computador e ateava fogo, jogando-o na cama junto ao corpo seco daquele ser humano, claro, aproveitou a oportunidade para se alimentar, embora o alvo estivesse longe de ser a sua definição de um pescocinho tentador. Quando fechava a porta, deixava as chamas se proliferarem, para todos os efeitos não relacionariam o incêndio a terceiros, já que sua imagem não aparecia nas câmeras do condomínio enquanto saia tranquilamente pela porta dos fundos. Quando pulou a portão para a rua sentiu uma vibração no bolso, pegou o celular e encarou de soslaio a mensagem “encontramos algo, acho que vamos precisar da sua força. Eu pago quatro vezes mais do que seu ultimo serviço e você não vai precisar matar ninguém... digo, pelo menos não é esse o objetivo.” guardou o celular no bolso e montou em uma moto que deixou estacionada na rua, acelerou o veículo e começou a percorrer a cidade, adentrando um bosque denso até uma mansão. Ao parar na entrada, se identificou como Dario na portaria eletrônica, isso fez com que as grades abrissem imediatamente e lhe dessem passagem. Ele caminhou pelo jardim até encontrar seu contratante, um vampiro chamado Charles, o homem lhe esperava ainda de roupão, como se estivesse pronto para dormir assim que encerrasse o assunto.
- Entre.. aceita uma bolsa de sangue?
- Não...
Fez uma careta de desdém só de imaginar aquele sangue gelado e envelhecido descendo pela sua garganta. Alguns vampiros escolheram não fazer mal a criaturas vivas, mas Dario simplesmente não conseguia se adaptar a essa rotina, preferia usar seu passe livre para matar vítimas, sempre com discrição e sem levantar grandes suspeitas.
- Nós encontramos um.. vampiro.
- E daí? É alguém que deseja ver morto? Aliás, é um pouco hipócrita de sua parte beber essa bolsinha de sangue enquanto nos coloca para fazer o seu trabalho sujo, isso o ajuda a fechar os olhos a noite? Besteira..
- Eu mando sim.. mas mando matar dezenas para salvar milhares. Você é muito atrevido mas não estou interessado em conflitos, pelo contrário. Não quero que mate esse vampiro, quero que fique de olho, mantendo-o na linha, pois ele não é muito apto aos nossos costumes.
- Então por que não o mata logo? Me chamou aqui para ser babá?
- Eu vou pagar muito bem, se achar que precisa matá-lo, sinta-se livre. Mas não tenho que justificar as minhas intenções, você só tem que dizer se aceita ou não o serviço, se não quiser.. procuro um candidato mais adequado.
Dario olhou com desconfiança, revirou os olhos e se jogou na poltrona do anfitrião, fazendo uma expressão de quem obviamente ficou sentido com aquelas palavras.
- Ninguém é mais adequado que eu.. dobre sua oferta e eu aceit...
Nesse momento ambos foram interrompidos por um enfermeiro que invadiu a sala, estava seriamente ferido, tentou dizer alguma coisa, mas as palavras não faziam muito sentido, já que ele segurava a própria garganta com as mãos, como se alguém a tivesse cortado. Logo atrás dele, aparecia um homem estranho de cabelos longos, era bonito, mas parecia um personagem de teatro de tão antiquada que era sua aparência, além disso a pele era mais branca que o normal, nunca tinha visto um vampiro daquele jeito.
- Ele chegou bem na hora, nem precisei apresentar vocês dois... Dario, se você matá-lo não terá pagamento.
Dario avançou o mais rápido que pode e avançou com a mão em seu pescoço, ele o empurrou com tanta força que ambos atravessaram a janela de vidro e caíram no jardim. Sentiu uma força de reação impressionante e em um momento de distração acabou levando um soco na cara. Aquilo teria feito o seu sangue ferver, ele se segurou para não arrancar a cabeça daquele palhaço de uma vez, o pegou com um mata leão e o derrubou de costas, sentou sobre ele para evitar que se mexesse enquanto imobilizava seus braços por trás das costas com uma mão, enquanto a outra segurava a sua cabeça contra o chão.
- Por favor.. continue se debatendo, me dê um motivo para arrancar essa sua cabeça nojenta de uma vez.
0 notes
Text
- 1496 - Romênia, Sighisoara. -
- Foi com láudano!
- Láudano o deixou assim desacordado? COMO conseguiu que e-ele ingerisse láudano? A camareira desviou o olhar para o cadáver recém-falecido ainda mesmo quente, caído ao chão, era o corpo de um belo jovem que fora vitima do plano dos empregados, forçaram o jovem a usar láudano e o ofertaram para o príncipe Benoitt Vlad Samsonov, o nobre era como qualquer outro, mimado, sem escrúpulos que vivia se deleitando em luxúria nefasta. O príncipe havia tomado alguns hábitos noturnos e estranhos nas ultimas décadas, estava mais frio, impiedoso e sádico. Os empregados ja não o suportavam assim como o resto da corte que so lhe serviam por conta do status que ele possuía. Dois corajosos empregados haviam recebido uma proposta perigosa digna de levá-los a forca porem a ganância falou mais alto do que o medo de morrer. Aceitaram a proposta de dois inimigos de Samsonov, sabiam que ele não resistira a um belo jovem que seria uma isca perfeita e a descoberta recentemente de que o ´príncipe era um diabo que se alimentava de sangue animal e humano fez com que todos concordasse que ele precisava ser morto.
Samsonov estava deitado desacordado no chão, nem ele soube distinguir um corpo vivo de um morto, a fome e o desejo falou mais alto na hora de cravar os dentes naquele belo pescoço. Agora estava fraco, desacordado por ter consumido um sangue morto. Foi trancafiado em um elegante caixão, bateram pregos por toda a madeira e o entregaram para um navio onde o enterraria bem longe das terras do reino, pois segundo seu próprio pai,descoberto mais tarde como o mandante da “execução”, Samsonov era uma semente do mal e não era digno de ser chamado de filho ou de ser enterrado naquelas terras sagradas.
- DIAS ATUAIS - Florença.
- Muito belo, não é mesmo?? - Uau! Onde conseguiram isso? - Em uma expedição de navios naufragados, não abrimos para nao danificar o material, as madeiras que devem estar obviamente podre foram revestidas de ferro derretido, havia umas correntes tambem presas em torno dele e do concreto, foi dificil retirar, ainda estamos pensando se vendemos aquele preço ou uma quantia maior ja que nao sabemos o que tem dentro, pode ser ouro apesar de estar bem leve. Pelo cheiro, sugeriram um cadáver. - Senhor, o comprador chegou ! Os navegadores se afastaram do possível caixão, e o comprador, um homem de aparência fina e se aproximou com cara de poucos amigos, ele pagou em dinheiro e mostrou o comprovante de deposito para o vendedor que chegou a brilhar os olhos.
- Meus homens o levarão daqui, essa compra nunca foi feita e você nunca me viu.
O homem acenou coma cabeça assim como todos que estavam ali dentro, ninguem era burro de sair por ai falando das vendas ilegais que eles mesmos faziam e lucravam muito. O caixão foi levado para um condomínio fechado da imensa metrópole, os vampiros modernos se organizavam em comunidades, uma serie de leis e regras de comportamento haviam sido impostas para os vampiros que sobreviveram após o massacre do século passado. Para conviverem em sociedade formularam suas próprias regras para a segurança, a comunidade não crescia muito pois os vampiros eram seletos e havia uma série de restrições quanto a “transformar” alguém. Os vampiros da “Comunidade Pyotr” eram elitistas, viviam muito bem, a maioria eram donos de grandes negócios,empresas,possuíam uma beleza invejável assim como suas contas bancárias ao menos essa era a características daquela comunidade de vampiros, havia muitas outras em diferentes pontos da cidade, do país e do mundo. As leis variavam de Comunidade para Comunidade mas duas eram globais, a regra restrita sobre “transformar” e “Descrição”, aquele vampiro que se expor será severamente banido e ate mesmo morto, para a segurança de todos os outros, todo mundo queria viver uma vida normal na medida do possível. Sem matar descontroladamente e se expor como criatura sobrenatural chamando atenção dos humanos como fizeram seus antepassados, uma chacina ocorreu e muitos morreram após esse fato nasceu a Nova Ordem dividindo os vampiros de cada área por Comunidades e impondo regras de convivência. Todos estavam ansiosos pela nova aquisição, há décadas não achavam novos vampiros ainda mais um como aquele de 526 anos atrás que nunca teve contato com a modernidade que se seguiu após essa data. O caixão foi aberto com todo cuidado para nao danificar, para a surpresa o cadáver caiu seco no chão com roupas apodrecidas, ele foi internado em um mini hospital particular criado dentro do condominio para atender aos vampiros daquela area, em sua internação Samsonov teve injetado em suas veias litros e litros de sangue, o cadaver saía aos poucos de seu estado de decomposição, a pele se formava novamente, cabelos, unhas, e logo sua aparência era a exata de séculos atrás. Um jovem na casa de seus vinte anos, cabelos negros longos que passavam da altura dos ombros, as unhas grandes demais e de aparência de vidro,ele era alto e não muito musculoso, a pele pálida demais. - Nossa, temos que dar um jeito nesse cara ! Parece que ele saiu de um antigo filme de terror de baixo orçamento sobre vampiros. Bem diferente da nossa aparência, nem a nossa pele sem maquiagem chega nesse tom que-
- Silêncio. Ele esta acordando, deixe-o recuperar ao menos a consciência, depois lidamos com toda a burocracia dos dias de hoje. - Respondia Charles Pyotr fundador daquela comunidade, um vampiro quase tão velho quando Samsonov, que sobreviveu as décadas muito bem sendo precavido e discreto. Ele era o matriarca, todos o respeitavam, ele era o unico que recebia instruções diretas da Nova Ordem, havia seleção ate mesmo entre os vampiros, uns comandavam mantendo o controle e o restante tinha o dever de monitorar uns aos outros denunciando qualquer quebra de sigilo e vacilo.
- Será permitido a saída dele? Pode expor a todos nós !
- Concordo!
- Ele pode não se adaptar, será um choque quando-
- Senhores e senhoras, por favor, acalmem-se, ele ficará aqui por um bom tempo ate que entenda todas nossos novos hábitos, ninguém será exposto,ok? Conto com a colaboração de vocês. O nosso querido novo integrante Benoitt Vlad Samsonov será muito bem recepcionado e terá um tutor competente ao seu lado todo o tempo. Reclamações e duvidas reportem para mim,terei o prazer em ajudar. Boa tarde.
Charles Pyotr saiu da sala junto com os demais deixando Benoitt sozinho, ele dormiu por 4 dias em total escuridão e com seu soro de sangue fresco. No quarto dia ele acordou, seus olhos cinzas entreabriram devagar, estava imerso na escuridão, por um momento pensou estar trancafiado no caixão mas ao mover os braços sentiu uma otima liberdade. Esfregou os olhos, alguns fios em seus braços o impedia de se mover, ele puxou com violência, o ato brusco fez o fio do soro de sangue se arrebentar e o sangue vazar na cama, este movimento tambem ligou o sensor de luz do corredor que iluminou parte do quarto. Ao ver a luz ele urrou, um urro estridente, animalesco, se desequilibrou com o susto caindo da cama metálica que tambem causou barulho, ele não sabia onde estava nem o que era tudo aquilo, o cômodo branco era assustador. Rasgou a camisola do hospital que vestia ficando nu.As presas estavam a amostra, eram diferentes das dos vampiros atuais, não conseguia disfarçar, alguns passaram ate por operações para diminuí-las à dentes normais.
Toda a confusão chamou atenção dos vampiros enfermeiros de plantão, cinco deles entraram no quarto, ao verem a bagunça acionaram o alarme pensando que ele havia fugido, mas Benoitt estava no teto, pronto para atacar e dilacerar aqueles malditos “humanos”.
1 note
·
View note