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Café&Filosofia
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Cafeína e pensamentos acelerados de uma millennial
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ydata · 4 years ago
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A Sociedade Moderna e a Repulsa ao Descanso
Essa postagem é uma reflexão que se iniciou após a leitura do livro “A Felicidade é Inútil” de Clóvis de Barros Filho (jornalista e professor livre-docente na área de Ética da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo).
Quando comecei a absorver as ideias do livro não tinha como NÃO fazer associações com o que vivo agora, pois o que mais vejo é que “ser viciado em trabalho/produtividade” se tornou uma virtude, algo bem visto à sociedade. A pessoa que acorda cedo e não toma café para não correr o risco de se atrasar ao trabalho, trabalha incessantemente, estuda no horário do almoço, volta a trabalhar e entrega todas as suas tarefas (fica até mais tarde se preciso), faz exercícios físicos ouvindo podcasts para “produzir mais” (finanças, tecnologia, novos negócios), toma banho pensando e treinando discursos, vai pra casa ouvindo mais programas sobre produtividade, chega em casa e começa a fazer cursos online para postar no LinkedIn, faz stories no Instagram para mostrar que “está em casa, mas está produzindo” e junto a essa obsessão por produção vem também um sentimento de horror a tudo aquilo que é “recreativo”, tudo aquilo que “te relaxa”. Por exemplo, para quê assistir um reality show, um seriado, curtir uma música, um programa sobre reformas ou um desenho animado qualquer se eu posso ver o jornal, fazer cursos online, escrever um artigo ou até desenvolver uma nova habilidade? Para quê descansar se eu posso me esgotar sendo produtivo/útil 24 horas/7 dias por semana? É aquele “trabalhe enquanto eles descansam” para sempre, sem pensar em você verdadeiramente.
Recentemente, numa pausa para o café, escutei algo na conversa de colegas ao lado mais ou menos assim “(...) era 22h e a minha esposa estava mexendo no celular. Estava olhando coisas sobre um reality show... Se fosse ao menos algo útil tudo bem, mas uma besteira dessas? (...)”, como se fosse um crime terrível.
Já é possível ver aonde eu quero chegar? Estamos criando uma repulsa por “não fazer nada”, por apenas “descansar”, criamos uma estranheza em relação ao “luxo de ver besteiras”, besteiras inúteis. Afinal, como o título do livro do professor Clóvis diz: A Felicidade é Inútil. Serve para nos fazer bem, nos relaxar, ela não é produtiva. Não para o mercado, mas para nós... talvez produza serotonina rsrs - por exemplo: tomar um cafézinho olhando o pôr-do-sol não é útil, mas faz um bem danado rs -, a felicidade não é o fim. Ela é o meio, é o caminho. Um caminho que a gente anda, as vezes corre e como não é possível correr e andar direto para sempre, é necessário dar uma pausa, descansar, se reestabelecer para depois conseguir caminhar bem novamente. E atenção, ao se voltar integralmente para a produtividade a fim de agradar terceiros acabamos negligenciando pontos importantes como: o desenvolvimento de doenças psicológicas e físicas (burnout, ansiedade, tendinite etc.). Esse vício por ser produtivo também causa dificuldade gradativa da habilidade de criar, de sentir, de viver o agora, de estar presente entre outros pontos. Ou seja, ser produtivo 24/7 é perigoso para a nossa saúde e o nosso bem-estar e pessoas infelizes e doentes não são mais produtivas e portanto inúteis para a “sociedade workaholic”, e essa sociedade por sua vez desprezará esses indivíduos até que eles voltem a ser produtivos.
Mas essa “necessidade de ser produtivo” veio do nada? Não. Essa necessidade foi criada, construída e hoje está enraizada na população com um objetivo bem claro. Essa discussão é longa e não caberia numa postagem de tumblr. Portanto, deixo alguns materiais para estudo a fim de enriquecê-los num debate e em destaque uma matéria interessantíssima da revista acadêmica “Criar Educação” da Unesc (Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação - UNESC) chamada “A NECESSIDADE DE PRODUZIR ALIENA A PAIXÃO DE CRIAR: REFLEXÕES ACERCA DA ARTE E DA EDUCAÇÃO NO SISTEMA CAPITALISTA”, pois vale a pena a leitura (rápida e direto ao ponto).
Vamos pensar sobre o nosso “direito à preguiça”?
Referências
A Necessidade De Produzir Aliena A Paixão De Criar: Reflexões Acerca Da Arte E Da Educação No Sistema Capitalista (2019) PDF 
A Felicidade é Inútil - Clóvis de Barros Filho (2019) PDF
Direito à Preguiça - Rita Von Hunty (vídeo, 2021) YouTube
Trabalho em Marx e Serviço Social, Evaristo Colmán e Karina Dala Pola (Artigo) PDF
Obrigada!
K.R.
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ydata · 5 years ago
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“Nunca deixe que momentos ruins definam quem você é.”
— Roma, 1994. 
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ydata · 5 years ago
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Ética e Moral
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O que é Ética? O que é Moral? Como vou saber se as minhas atitudes são anti-éticas, imorais, amorais, etc.?
Ética
Para começarmos a desatar todos esses nós de perguntas, vamos começar pelo começo: a etimologia da palavra. A palavra “ética” vem do grego "ethos", que significa modo de ser, costume ou hábito. Esse termo reflete o caráter e a natureza de CADA INDIVÍDUO enquanto forma de vida adquirida ou conquistada. Então quando colocamos que “tal atitude é anti-ética”, estamos dizendo que essa atitude vai contra com meus princípios, meus valores, que isso fere o que EU acredito. Por isso devemos zelar pela nossa identidade, trabalhar todos os dias para nos conhecermos melhor e aprimorarmos como pessoas, como “indivíduos-engrenagem” que impulsionam a sociedade para um caminho melhor. Ser ético, no fim das contas, é agir bem, buscando fazer o certo, sem se desvirtuar e sem causar prejuízo a outrem.
A parte difícil está em se conhecer, se notar, saber quem é de fato “eu” no meio de tantas pessoas que seguem a “moda” que se destila fortemente pelas redes sociais. Entenda aqui que não estou dizendo para “nadarem sempre contra a correnteza”, mas digo que para sabermos até onde conseguirmos ir, para saber onde fica a nossa “linha do limite” precisamos descobrir a nossa própria identidade e assim aprender a manifesta-la. Só assim podemos seguir a moda que gostamos, sem desrespeitar o nosso próprio limite.
É comum confundirmos a Ética com a Moral, até porque a palavra Ethos tem duas variantes: êthos (caráter) e éthos (costume).
Ah, uma dica de estudante para gravar no peito a quem a Ética se refere: ética começa com “E” de “Eu”.
Moral 
O termo moral deriva da tradução latina para o termo éthos, que virou moris. A moral consiste em um código de conduta, costumes morais e hábitos de um determinado local, enquanto a ética pretende ser a racionalização dessa moral. Durkheim,  sociólogo e filósofo francês, explicava a Moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório.
Pelo raciocínio etimológico temos:
Moral: padrão de costumes, é a regra de um determinado grupo que pertence a “X” local durante um certo período/tempo ;
Imoral: contrária à moral, aos costumes vigentes em determinada época ou sociedade. É conhecer a regra e mesmo assim quebrá-la; 
Amoral: que não pauta sua conduta por princípios morais; estranho à moral. A Filosofia diz que “é naturalmente indiferente às ideias do bem e do mal, sendo, portanto, incompleto no desenvolvimento de sua consciência moral”. Ou seja, é quebrar a regra por não conhecê-la;
Ah, outra dica de estudante para gravar no peito a quem a Moral se refere: moral começa com “M” de “Mundo, multidões, macro, massa de pessoas”, portanto diz respeito a sociedade.
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Depois dessa introdução fica a reflexão: como reconhecer a própria identidade e seguir os nossos princípios norteados pelo bem numa sociedade cada vez mais doente? Qual a nossa obra para fazer do mundo um lugar um pouquinho melhor?
Referencial Teórico
O que é Ética? (texto, postagem);
O que é Ética? (texto, postagem);
Ética: origem etimológica (texto, postagem);
Café Filosófico: Ética do Cotidiano (vídeo);
Qual é a Tua Obra? (livro, link Sebo Online);
Imoral e Amoral (texto, postagem, dicionário);
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ydata · 5 years ago
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One step at a time, there's no need to rush
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ydata · 5 years ago
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“Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo.”
Confúcio (551 a.C - 479 a.C)
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ydata · 5 years ago
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Date prisa para vivir bien y piensa que cada día es, en sí mismo, una vida.
Sêneca
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ydata · 5 years ago
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ydata · 5 years ago
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ydata · 5 years ago
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“Não é porque o céu está nublado que as estrelas morreram.”
— Chico Buarque.
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ydata · 5 years ago
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Os homens não são perturbados por coisas, mas sim pela opinião que têm delas. Capturam a essência da perspectiva de que nossas ideias ou pensamentos são uma força controladora em nossa vida emocional.
Epíteto
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ydata · 6 years ago
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“Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.”
— Fernando Pessoa. (via janeladocaos)
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ydata · 6 years ago
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— Você me ama? Perguntou Alice.
— Não, não te amo! Respondeu o Coelho Branco.
Alice franziu a testa e juntou as mãos como fazia sempre que se sentia ferida.
—Vês? Retorquiu o Coelho Branco.
Agora vais começar a perguntar-te o que te torna tão imperfeita e o que fizeste de mal para que eu não consiga amar-te pelo menos um pouco.
Sabes, é por esta razão que não te posso amar. Nem sempre serás amada Alice, haverá dias em que os outros estarão cansados e aborrecidos com a vida, terão a cabeça nas nuvens e irão magoar-te.
Porque as pessoas são assim, de algum modo sempre acabam por ferir os sentimentos uns dos outros, seja por descuido, incompreensão ou conflitos consigo mesmos.
Se tu não te amares, ao menos um pouco, se não crias uma couraça de amor próprio e de felicidade ao redor do teu Coração, os débeis dissabores causados pelos outros tornar-se-ão letais e destruir-te-ão.
A primeira vez que te vi fiz um pacto comigo mesmo: "Evitarei amar-te até aprenderes a amar-te a ti mesma!"
_Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas
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ydata · 6 years ago
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A Ética para Confúcio
A Ética voltou a moda, mas de uma forma bem abstrata, ao assistir palestras ou ao acessar os incontáveis tipos de arquivos sobre o tema, vemos como é difícil entender o conceito e mais complicado ainda é colocar isso em prática. 
 Ainda bem que temos uma referência da moda para nos ajudar a entender e a praticar a ética! Bom, se é que é possível dizer que um filósofo chinês que viveu entre 551 a 479 a.C. possa voltar a moda, o ponto é que Confúcio não só explica a teoria da ética como também te ensina a praticar. Antes, acho interessante sabermos um pouquinho mais sobre nosso referencial: 
História e vida de Confúcio
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Confúcio (551- 479 a.C.), considerado um dos mais importantes filósofos da China, senão o mais importante, nasceu no Estado de Lu. Em sua infância, seu maior entretenimento foi falar com sábios e idosos. Aos dezessete anos, já ocupava uma posição no governo como funcionário público e em pouco tempo tornou-se muito conhecido. Aos 51 anos de idade ele se demitiu do cargo que ocupava no governo e criou uma escola, que era muito parecida com a academia de Platão (428 - 427 a.C.), onde selecionou a dedo alguns discípulos. A seleção era feita a partir dos seus valores, tal como honestidade, ética, disciplina entre outros. Desde então Confúcio lecionou até o fim de seus dias, falecendo aos 73 anos.
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Confúcio nunca escreveu uma obra sequer. O livro mais autêntico que temos acesso hoje se chama “Os Analectos de Confúcio” que é um compilado de diálogos entre mestre-discípulo que seus alunos escreviam.
Após pedir demissão Confúcio pega os seus discípulos e sai pelo mundo a fora para ensinar. Ele também oferecia seu conhecimento aos governantes que se interessassem de fato pela vida pública e a harmonia em sociedade. Onde quer que fosse, imploravam-no para ficar mais tempo, mas, invariavelmente, ele respondia:
“Eu estou em dívida indiscriminadamente com todos os homens, porque considero todos os que habitam a terra como membros de uma mesma família em que eu tenho a missão sagrada de instrutor.”
Confúcio fora um reformador incansável e estabeleceu uma filosofia e um modo de vida baseados em dois conceitos: justiça e fraternidade.
Ousado, Confúcio elaborou uma espécie de “graduação” para o que seria o homem, o que seria o destino do homem. Essa graduação possui três estágios, sendo eles: o sábio, o homem completo e o cavalheiro (ou o Homem-Ju). O Homem-Ju era o que ele propunha aos seus alunos. Ele ilustra e descreve todos os detalhes, mostrando que é possível alcançar esse nível.
Eis algumas passagens que ilustravam o caminho para se tornar um cavalheiro, se tornar um Homem-Ju:
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O Caminho (Tao) e sua virtude (Te)
“Não viveu em vão aquele que morre no dia em que descobriu o caminho.”
Comentário: descobri o caminho hoje, se eu morrer hoje já valeu. Um dia em que eu vi o caminho já justifica uma vida.
“Aplico meu coração no caminho, baseio-me na virtude, confio na benevolência para apoio e encontro entretenimento nas artes.”
Comentário: o Tao ou o caminho é muito semelhante a ideia do Dharma. É uma lei que laça todos os seres e os leva em direção ao seu destino, à unidade.
Agora como essa mensagem se manifesta no universo? Ela se manifesta através do “Te”. O Te é a sombra do “Tao” no mundo. E a maneira como ele se manifesta hoje é totalmente diferente do que se manifestava no Egito, ou em qualquer outro lugar. O Te, que é a  sombra do Tao no mundo, vai ter que se adaptar as possibilidades de compreensão da humanidade naquele momento. É como se fosse o Dharma e a sua sombra, ou ainda, uma ética atemporal e temporal. Ou seja, uma lei inexorável que tem um único destino e que se manifesta através do Te. A forma como o Te se manifesta se transformará num conceito que Confúcio ama demais, que é o conceito do rito.
Vale a pena citar que o interesse dele não era religioso, o interesse dele era uma ética prática, vivencial que humanizasse as pessoas. E portanto, o rito para Confúcio era qualquer coisa que você fizesse tentando plasmar o caminho no mundo, tentando fazer uma ponte entre céu e terra. Ou seja, toda vida do homem era sagrada. Muito parecido o conceito de religião, embora ele não fosse religioso.
O Céu (T’ien) e o Decreto do Céu (T’ien ming):
“O Céu é o autor da Virtude que há em mim.”
Comentário: quando tentam matá-lo, dizem que ele fala essa frase “Fulano não poderia me matar porque mataria o que em mim? A Virtude? O céu é o dono da virtude que há em mim. Quem poderia atentar contra o céu?”
“Aos cinquenta anos, eu entendi os Decretos do Céu”
Comentário: para ele os decretos do céu são essa lei que é o Dharma reduzida à máximas morais, por exemplo, o dever ser justo, o dever ser fraterno, o dever respeitar a sabedoria que se tem o dever ser coerente com as palavras que se pronuncia. Tudo isso são os decretos do céu que os homens não poderiam discutir. E os desvios dos decretos do céu vão gerar as correções do céu. É mais ou menos como a ideia do Dharma e do Karma.
Voltando ao Rito, entendemos então que Rito é o momento em que você aplica dos decretos do céu na tua vida, é o momento em que você anda pelo caminho.
Os Ritos (Li):
“Voltar-se a observância dos ritos, sobrepondo-se ao indivíduo, constitui a benevolência. Não olhe a menos que esteja de acordo com os ritos. Não escute a menos que esteja de acordo com os ritos. Não fale a menos que esteja de acordo com os ritos.”
Comentário: em outras palavras, se não for algo digno de se contar, de se compartilhar, ou ainda se não é algo que serviria como oferenda, então é sinal de que você não deveria fazer. Nesse trecho podemos pensar que Confúcio era rígido, mas muito pelo contrário, Confúcio não era nada rígido. Ele sempre via a necessidade de criar novos ritos de acordo com o momento, com o contexto, sempre com o bom senso e discernimento e percebe essa reconstrução como uma necessidade.
A benevolência é uma virtude importante para Confúcio. A benevolência é sempre uma disposição positiva em direção ao outro, mas a benevolência junto a inteligência, pois ele dizia “a benevolência sem a inteligência vira tolice.”.
O Rito (Li) e a Retidão (Yi):
“Se eu mostro um canto de um quadrado a alguém e essa pessoa não consegue encontrar os outros três, não mostro uma segunda vez.”
Comentário: é basicamente como Platão dizia “que de uma situação que dá certo, você pode abstrair uma lei geral e então você a aplica em umas cem outras situações e funciona também”. Ou seja, Confúcio queria pessoas que entendessem o rito a ponto de aplicá-lo em diversas situações e não só naquelas que os discípulos viam em aula. Confúcio não queria rígidos e nem fanáticos que só fizessem o que o rito diz ao pé da letra, mas sim pessoas que soubessem interpretar e adaptar o rito a diversas situações. 
O Cavalheiro ou Homem-Ju:
Confúcio considera que esse Cavalheiro a humanidade teria que ter como meta, teria que buscar e é o que ele ensina aos seus discípulos. Serem Cavalheiros, serem Homens-Ju.
Benevolência (Jen):
“Não imponha aos outros o que não deseja para si próprio.”
Comentário: aquilo que você deseja de mente elevada, claro.
“A prática da benevolência depende inteiramente de si, e não dos outros.”
“A prática da benevolência começa na família e se estende à sociedade: ser um bom filho faz um bom súdito, ser um bom pai faz um bom governante.”
Comentário: ele dizia que o Estado é uma família estendida onde para o príncipe toda a sociedade são seus filhos e o mesmo amor filial do príncipe para com o povo deveria ser correspondido pelo mesmo amor paternal do povo para com o príncipe, e que isso NÃO SERIA difícil. Ele dizia “o príncipe não tem que se preocupar muito em fazer com que as pessoas o estimem ou o obedeçam, basta preocupar-se em ser uma moral impecável, pois a moral impecável, mais cedo ou mais tarde tocará o coração dos homens.”
Chung (dar o melhor de si):
“Naquilo que fiz pelo bem estar do outro, falhei em ser chung?”
Comentário: Ou seja, é uma revisão diária dos seus feitos durante o dia. É perguntar-se todos os dias antes de dormir “eu dei o meu melhor? Eu fui benevolente no dia de hoje?”
“O homem sábio nunca fica indeciso;
o homem benevolente nunca fica aflito;
o homem corajoso nunca tem medo.”
Comentário: o homem sábio nunca fica indeciso, pois não existem muitos caminhos contanto que o homem seja homem. Se o homem realmente quer ser homem o caminho é claro. Quando ele tem dúvidas e deseja ser outras coisas, que não um ser humano aí surgem muitas alternativas. Para aquele que quer humanizar o seu caminho é sempre claro e um só; o homem benevolente nunca fica aflito, pois a aflição é sempre um regatear naquilo que você deveria ter dado. Algo que sobrou, pois guardou aquilo egoisticamente; o homem corajoso nunca tem medo, mas atenção, se o homem é apenas corajoso, não é benevolente, bondoso, moral ele pode virar um rebelde, um astuto, um rude. A coragem é necessária, pois não crescemos sem coragem, sem enfrentar o desconhecido. 
Sabedoria:
“Conheça os homens; promova os justos e coloque-os acima dos corrompidos”
Comentário: o sábio coloca a bondade acima do egoismo, a integridade acima da corrupção. Dentro e consequentemente fora sempre que ele pode interferir na historia da humanidade.
“Guie-o pela virtude, mantenha-o na linha com os ritos e o povo, além de ser capaz de sentir vergonha, reformará a si mesmo”
Comentário: é um apoio ao “dar o exemplo através das suas atitudes” e uma crítica as sanções, a ineficácia das sanções. Isso acontece pois Confúcio acreditava que enquanto houver sanções o povo fará, porque é obrigado. Quando não houver sanções, o povo fará qualquer coisa.
“A virtude de um Cavalheiro é como o vento; a virtude de um homem comum é como a grama. Que o vento sopre sobre a grama, e ela com certeza se dobrará.”
Comentário: quando sopra a virtude do cavalheiro, do Homem-Ju e ignorância se dobra, porque reconhece a sabedoria e se envergonha de ser tão pequeno.Esse contraste gera consciência e desperta nos homens comuns um referencial, um desejo de ser melhor. 
Curiosidade
Quando os Jesuítas chegam a China e conhecem o Confucionismo eles chegam à conclusão de que aquilo não era uma religião, mas sim um código de moral, um código de ética, uma ética prática, e que inclusive o ocidente precisava daquilo.
E para encerrar esse pequeno estudo sobre a Ética segundo Confúcio, vejamos a seguinte passagem:
“Aos quinze anos, dediquei-me de coração a aprender; aos trinta, tomei uma posição; aos quarenta, livrei-me das dúvidas; aos cinquenta, entendi o Decreto do Céu; aos sessenta, meus ouvidos foram sintonizados; aos setenta, segui o meu coração sem passar dos limites.”
Comentário: no final o “o que eu queria” e “o que eu devia” eram uma coisa só, por isso seguia o seu coração sem passar dos limites. 
Referências
Os Analectos de Confúcio, o podcast da semana da filosofia da Nova Acrópole e a palestra da professora Lucia Helena Galvão.
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ydata · 6 years ago
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ydata · 6 years ago
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“Como Não Surtar” com Marco Aurélio
E vamos de Estoicismo para compreender que não é possível alterar os eventos do mundo, portanto devemos adequar as nossas vontades até que possamos ansiar pelas coisas que dependem unicamente de nós. 
Durante o dia podemos topar com uma pessoa mal educada, outra intrometida, uma paralisação no transporte público, podemos perder as chaves, ou até esquecer o guarda-chuva em casa no verão paulistano e é aí que precisaremos entender que o clima, o trânsito, o humor ou jeito da outra pessoa são eventos que não estão sob o nosso controle, portanto não devemos nos deixar atingir. Paute sua felicidade, seu humor, apenas em coisas que estão sob o seu controle.
Esse tema está melhor e poeticamente discorrido no livro “Meditações”, de Marco Aurélio, que fora o imperador romano entre os anos de 161 e 180, o quarto imperador da dinastia dos Antoninos. Ficou conhecido como imperador-filósofo, pois cultivava ideias de justiça e bondade.
Livro: Meditações
Biografia
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