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O pop sensual de Tei Shi em Crawl Space.

De muitos debuts que esperava para este ano, o debut da venezuelana Valerie Teicher conhecida como Tei Shi, foi um dos que mais me causaram expectativa desde o lançamento do primeiro single do álbum.

Com seu tímido EP de estreia Saudade (2013), Tei Shi nos apresentou um RnB com ambientações eletrônicas levemente climáticas  lembrando uma Lana Del Rey mais ‘’empoeirada” e eletrônica, chamando na época modestamente a atenção por parte da critica, mostrando um atrativo cardápio de estreia. 

Com a chegada de seu segundo EP Verde (2015), Tei Shi rompeu sua timidez inicial, misturou RnB com um toque eletrônico dos anos 80 (lembrando uma versão mais etérea e minimalista do Chairlift em Something).Com o lançamento do single arrasa-quarteirões Bassically, Tei Shi conseguiria captar de vez toda a atenção do público e critica para si, trazendo elogios para sua proeminente carreira. 

Agora passados dois anos desde seu ultimo EP, vamos ao lançamento de Crawl Space (2017, Interscope Records), vemos a essência musical da cantora sendo elevada a níveis excelentes. Soando como um perfeito cruzamento entre a sonoridade anos 80 e sensual de Jessy Lanza em Pull My Hair Back com o RnB sensual de Jessie Ware em Devotion, vemos uma completo amadurecimento por parte de Tei Shi.

Iniciando o disco com a interlude Way To Record mostrando uma gravação caseira da própria cantora na infância, mostrando o tom pessoal que o disco carrega. 

Seguindo com o disco temos a faixa Keep Running um dos lead singles do álbum, uma baladinha anos 80 em que Tei Shi fala sobre aproveitar o tempo (If uou want my love, now you better start running). 

Ouça Keep Running.

Em Creep temos um soul eletrônico sensual, assim como a faiza que a sucede Baby uma baladinha soul costurada pela voz envolvente de Tei Shi, ambas as faixas lembrando o trabalho de Sade no clássico Love Deluxe de 92.

How Far, segundo lead single do álbum, Tei Shi tece outra faixa envolvente com o auxilio de um baixo muito bem colocado. Seguindo temos outra interlude dessa vez Bad Singer com a pequena Tei Shi se declarando uma péssima cantora.                                                               

Na faixa Say You Do, faixa menos “calma”do disco, um pop com batidas bem marcadas e uma letra que dá vontade de gritar aos quatro ventos (You don't know me like /you say you do, You see it too/no, no, no, baby)

Em Justify temos a faixa mais curiosa de Crawl Space, um instrumental marcante que faz um contraponto interessante com a faixa Bad Singer no qual se diz uma péssima cantora, aqui temos Tei Shi utilizando toda sua habilidade vocal com pequenos gritos no refrão. 

Ouça Justify.

Seguindo com as palminhas de Lift Me assim como Year 3K uma das faixas mais acessíveis do álbum, e indo para Como Sí, única cantada em espanhol língua natal de Tei Shi, com instrumental etéro balanceia bem o clima do álbum até aqui.

Crawl a segunda faixa onde Tei Shi utiliza bem seus vocais sobressaindo no instrumental da faixa. Year 3K volta com a parte mais dançante do álbum se distanciando um pouco da sonoridade anos 80 que tanto marca o álbum. 

Agora temos as duas faixas finais Your World e Sleepy faixas que dão um toque de leveza ao álbum e fechando ele muito bem. Ambas as faixas mostram como a cantora consegue fazer faixas extremamente atrativas sem precisar ir para arranjos mais marcados.

Em Crawl Space vemos uma Tei Shi madura e preparada, apresentando um dos melhores álbuns na musica pop este ano e mostrando que a espera valeu a pena.