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. 𝐚 𝒃𝒐𝒚𝒊𝒔𝒉 𝐠𝐫𝐢𝐧 ❜
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𝐛𝐲 𝑏𝑎𝑟𝑏𝑖𝑒 𝐟𝐨𝐫 𝐠𝐥𝐨𝐫𝐲𝐚𝐧𝐝𝐠𝐨𝐫𝐞𝐡𝐪.
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crvants · 1 year ago
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✶ 𝗪𝗘   𝗗𝗢𝗡'𝗧   𝗧𝗔𝗟𝗞   𝗔𝗕𝗢𝗨𝗧   𝗘𝗩𝗔   𝗟𝗨𝗡𝗔         ❜   task   001   .   
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apesar  das  enormes  janelas  e  do  belíssimo  dia  que  acontecia  lá  fora  ,  o  primogênito  mantinha-se  no  computador  ,  enfurnado  na  biblioteca  de  sua  casa  .  até  os  melhores  livros  dentre  os  milhares  que  haviam  ali  ,  eram  incapazes  de  roubar  sua  atenção  .  e  ,  bem  ,  vicente  era  um  ávido  leitor  —  quando  a  leitura  era  de  seu  interesse  ,  é  claro  .  ler  artigos  publicados  por  seus  professores  não  era  bem  sua  praia  .  porém  ,  a  notícia  sobre  a  morte  de  uma  tal  de  eva  luna  cativou  toda  sua  atenção  .  o  quê  mais  o  surpreendeu  foi  a  similaridade  entre  ela  e  o  falecimento  de  sua  namorada  ,  linnet  .  ambos  os  corpos  encontrados  no  mar  de  mallorca  ,  altos  índices  de  álcool  e  substâncias  no  sangue  .  talvez  ,  mallorca  fosse  um  lugar  amaldiçoado  ,  especialmente  a  água  extremamente  azul  .  preferia  acreditar  que  era  uma  circunstância  de  exagerada  coincidência  ,  do  quê  algo  sobrenatural  .  a  convivência  com  saavedra  estava  cegando  um  pouco  seu  raciocínio  lógico  .  há  onze  anos  atrás  ainda  era  um  adolescente  e  sequer  lembrava  de  ter  visto  qualquer  coisa  relacionada  à  eva  luna  .  
a  única  coisa  que  o  fez  desviar  atenção  da  tela  brilhante  foi  o  ranger  da  porta  ,  então  ele  girou  a  cabeça  para  flagrar  quem  o  incomodava  .  se  fosse  a  irmã  ,  ela  certamente  escutaria  horrores  .  mas  ,  para  a  sorte  dela  ,  eram  apenas  os  pais  .  sua  mãe  ,  elegante  como  sempre  ,  caminhou  em  sua  direção  ,  os  saltos  ecoando  contra  o  chão  de  madeira  .  ‘  meu  filho  ,  você  precisa  desfazer  as  suas  bagagens  .  sabe  que  não  temos  mais  a  empregada  para  fazê-lo  por  você  .  ’  disse  ,  colocando  ambas  as  mãos  sobre  os  ombros  de  vicente  e  dando  uma  leve  apertada  .  com  os  gastos  do  pai  ,  que  se  mantinha  escorado  no  vão  da  porta  ,  foi  necessário  cortar  alguns  gastos  .  e  ,  por  causa  dele  ,  viviam  como  se  fossem  pobres  coitados  .  ‘  certo  ,  mãe  .  assim  que  eu  acabar  aqui  ,  farei  isso  .  ’  a  assegurou  ,  oferecendo  um  pequeno  e  desgostoso  sorriso  .  ela  estava  prestes  a  deixá-lo  ,  quando  ,  de  repente  ,  o  filho  a  fez  uma  pergunta  que  quase  foi  capaz  de  arrepiar  os  pelos  de  sua  nuca  .  ‘  vocês  chegaram  a  conhecer  essa  tal  de  eva  luna  ,  certo?  a  morte  dela  está  em  todos  os  jornais  .  ’  interrogou  ,  curioso  .  a  progenitora  foi  incapaz  de  esconder  o  imediato  desconforto  ,  respondendo-o  com  um  sorriso  amarelo  .  ‘  sim  ,  meu  filho  .  costumávamos  frequentar  alguns  eventos  juntos  ,  mas    já  faz  muito  tempo  que  isso  aconteceu  ,  não  a  conhecíamos  muito  bem  .  ’  por  mais  que  a  voz  fosse  assertiva  ,  ele  soube  que  aquela  não  era  a  verdade  .  pois  bem  ,  assim  como  os  pais  ,  também  era  um  mentiroso  nato  .  
‘  e  você  ,  pai?  ’  vicente  perguntou  ,  encarando  o  homem  distante  dele  .  fora  uma  pergunta  o  tanto  quanto  provocadora  .  o  jovem  e  o  pai  não  estavam  em  bons  termos  há  muito  tempo  ,  desde  que  recebera  a  notícia  sobre  os  maus  hábitos  alheios  .  então  ,  apertá-lo  ,  naquele  momento  ,  pareceu  a  decisão  correta  apesar  de  não  gerar  nenhum  fruto  .  ‘  bem  .  .  .  ’  a  frase  foi  interrompida  por  um  pigarro  ,  quase  como  se  precisasse  daquela  interrupção  para  formar  um  raciocínio  coerente  .  espalmou  as  mãos  na  calça  ,  secando  o  suor  .  ‘  é  como  sua  mãe  disse  ,  não  a  conhecíamos  muito  bem  .  ’  confirmou  a  versão  da  esposa  .  ‘  o  almoço  já  estava  quase  pronto  .  estamos  te  esperando  para  podermos  almoçar  .  ’  disse  ,  por  fim  .  com  a  sua  partida  ,  a  mulher  entendeu  que  também  deveria  ,  seguindo  o  marido  .  almoço  em  família  é  uma  ova  ,  pensou  vicente  .  estavam  ,  mais  uma  vez  ,  escondendo  algo  dele  e  era  só  questão  de  tempo  até  isso  explodir  em  suas  faces  .   
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crvants · 1 year ago
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é  claro  que  ele  estaria  em  uma  festa  —  vic  era  bastante  popular  e  ,  por  isso  ,  nunca  lhe  faltavam  convites  .  então  ,  quando  um  colega  de  classe  o  chamou  para  uma  festa  que  aconteceria  na  sua  casa  ,  não  pode  recusar  .  afogar  as  frustrações  em  álcool  e  droga  já  estava  virando  um  hábito  .  mas  ,  veja  bem  ,  terminou  um  namoro  para  entrar  em  um  outro  namoro  ,  não  esquecendo  o  pequeno  detalhe  de  que  sua  atual  namorada  estava  o  chantageando  .  ah  ,  que  alegria  .  se  tivesse  com  sorte  ,  cairia  da  sacada  e  morreria  .  do  contrário  ,  passaria  mais  um  dia  em  sofrimento  profundo  .  a  música  alta  e  de  má  qualidade  ,  além  de  aparecer  sempre  alguém  para  falar  com  ele  ,  o  forçaram  a  se  isolar  .  a  bateria  social  estava  prestes  a  se  esgotar  .  então  ,  após  deixar  o  sofá  ,  o  jovem  caminha  até  a  varanda  do  cômodo  ,  finalmente  sendo  abraçado  pela  brisa  fresca  .  de  costas  para  a  porta  ,  ele  começa  a  sua  arte  .  por  questões  de  praticidade  ,  sempre  sai  de  casa  com  a  erva  já  picada  ,  assim  ele  só  precisa  depositá-la  na  seda  ,  ajeitando-a  delicadamente  com  as  pontas  dos  dedos  .  vicente  é  completamente  contra  o  vape  ,  a  não  ser  quando  está  muito  bêbado  e  alguém  o  ofereça   ,  do  contrário  ,  prefere  confeccionar  o  próprio  fumo  .  concentrado  em  bolar  ,  não  escuta  os  passos  atrás  de  si  ,  mas  definitivamente  sente  a  unha  afiada  na  nuca  ,  o  que  faz  com  que  arrepios  percorram  seu  corpo  .    ‘  valencia  .  ’    cumprimenta  ,  oferecendo  um  sorriso  meio  de  canto  .  não  se  opõem  a  companhia  ,  embora  tivesse  ido  lá  para  evitar  as  pessoas  .    ‘  eu  nunca  perco  uma  festa  .  ’    faz  uma  pausa  no  raciocínio  ,  levando  a  seda  até  a  ponta  da  língua  ,  umedecendo-a  .  ‘  além  do  mais  ,  acaba  que  eu  recebo  muitos  convites  .  ’  enrolou  perfeitamente  o  baseado  ,  pois  bem  ,  era  quase  um  rei  na  arte  de  bolar  .  buscou  o  isqueiro  dentro  do  bolso  e  ,  como  sempre  ,  ali  ele  estava  ,  seu  fiel  companheiro  .    ‘  minha  dona  ,  hm?  ’  perguntou  com  humor  .  linnet  gostava  de  controlá-lo  ,  assim  como  fazia  com  tudo  que  era  seu  .  e  ,  bem  ,  querendo  ou  não  ,  ele  havia  se  tornado  dela  .  acendeu  a  ponta  do  baseado  ,  dando  um  bom  trago  ,  antes  de  soprar  a  pouca  fumaça  restante  na  direção  dela  .  ‘  sem  desculpas  ,  ela  sabe  que  eu  estou  aqui  .  e  isso  não  a  impede  de  planejar  o  nosso  mêsversário  de  namoro  .  ’  respondeu  no  mesmo  tom  de  sarcasmo  .    ‘  acho  que  esse  mês  vai  ser  em  paris  .  você  sabe  ,  a  cidade  do  amor  .  ’  estendeu  o  baseado  para  ela  .  ‘  e  você?  finalmente  saiu  do  seu  buraco  . ’
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Flashback
Por mais que Cass gostasse de música o ambiente das festas conseguia, em algumas horas, tornar o som insuportável. Não estava tocando aquela noite, mas sim fazendo companhia a alguns colegas de turma. Fingira ter sido convencida a ir, quando na verdade tinha ansiado por companhia aquela noite. Mesmo que parecesse ser uma "loba" solitária ela gostava de estar com outras pessoas. Não queria ficar sozinha. E por isso se sujeitava a estar ali, na casa de um estranho qualquer, buscando um lugar para escapar do remix terrível que tocava no andar debaixo. Ao abrir uma das várias portas seus olhos escanearam o ambiente mais uma vez, até achar a figura loira familiar. Não estava esperando o encontrar ali. Ainda sim, perfeito! Precisava mesmo de alguém para conversar - e provocar -, e adoraria entender a motivação por trás das movimentações virtuais de @crvants que tinha observado. Passou por um grupo, que estava fumando alguma coisa no quarto, até chegar a sacada. Se aproximou de forma silenciosa, em passos quase predatórios, até estar perto o suficiente para ser ouvida ao sussurrar: "Vi-ceeen-te." Soprou cada sílaba para ele enquanto passava a ponta da unha afiada do indicador pela nuca exposta antes de se afastar, apenas para se apoiar no balcão ao lado dele. "Que surpresa. Não achei que fosse te ver em uma festa tão cedo." Virou a cabeça levemente para o lado, um sorrisinho começando a aparecer no rosto. "Sua dona te deixou sair? Ou você inventou uma desculpa qualquer pra escapar do planejamento de mêsversário de namoro?"
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crvants · 1 year ago
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o  clima  era  agradável  ,  porém  ,  ainda  não  amenizava  o  fato  de  vicente  estar  preocupado  demais  sobre  tudo  —  talvez  fosse  um  sinal  de  que havia  fumado  maconha  de  menos  .  levantou  os  óculos  de  sol  ,  fazendo  com  que  eles  empurrassem  os  cabelos  para  trás  ,  acomodando-se  sobre  a  sua  cabeça  .  sabia  que  podia  contar  com  gabriel  para  escutar  as  suas  lamúrias  ,  o  contrário  também  acontecia  .  ‘  não  é  como  se  eu  achasse  que  angelina  foi  propositalmente  intoxicada  .  ’  confessou  .  percebeu  que  aquele  não  foi  o  melhor  momento  para  tal  questionamento  ,  então  optou  por  seguir  a  linha  mais  racional  .  imitou  o  amigo  ,  dando  um  gole  em  sua  bebida  .  se  fossem  conversar  sobre  ,  que  fosse  sob  o  efeito  inebriante  do  álcool  .  ‘  também  penso  muito  nisso  .  se  eu  tivesse  escutado  a  galiano  e  ido  atrás  da  linnet  ,  será  que  ela  estaria  viva?  ’  mais  um  gole  para  ajudar  a  engolir  a  dúvida  mortal  .  ‘  mas  ,  essa  não  é  a  realidade  .  não  gosto  de  ficar  pensando  no  que  poderia  ter  acontecido  diferente  .  ’  se  não  ,  passaria  o  resto  da  vida  com  uma  culpa  gigantesca  ,  pois  ,  no  fundo  do  coração  ,  sabe  que  deveria  ter  ido  atrás  da  namorada  .  se  tivesse  zelado  por  ela  ,  talvez  não  estivesse  morta  .  bem  ,  só  que  linnet  estava  mortinha  da  silva  e  não  tinha  mais  o  que  fazer  .  ‘  deus  me  livre  .  ’  respondeu  automaticamente  .  vicente  nem  era  religioso  ,  acha  que  tão  pouco  acreditava  em  deus  ,  só  que  o  nome  do  todo  poderoso  saiu  com  naturalidade  ,  para  se  confirmar  que  repudiava  aquela  hipótese  .  ‘  se  ela  estiver  se  vingando  de  nós  ,  teria  angelina  feito  algo  muito  ruim  para  linnet?  porque  ,  supostamente  ,  ela  foi  a  primeira  a  quase  morrer  .  ’  virou  o  rosto  para  fitar  saavedra  ao  seu  lado  ,  curioso  .  
starter fechado com @crvants residência dos saavedra em mallorca, à tarde. cervantes disse: do you think we're gonna survive this?
Gabriel detestava não ter uma resposta para aquela pergunta. Enquanto estavam ali, aproveitando mais um dia agradável de verão à beira da piscina, era quase como se o tempo tivesse parado e o acontecimento dos últimos dias não fosse mais do que um sonho ruim. Ou, talvez, ele só estivesse se esforçando para se convencer disso quando a fala de Vicente o trouxe cruelmente de volta para a realidade. "Tenho me perguntado a mesma coisa," compartilhou, oferecendo um olhar compreensivo para o amigo. Sua mão rapidamente alcançou o drink que ele havia deixado próximo às toalhas na mesinha ao lado. Involuntariamente, contraiu as sobrancelhas em um sinal de inquietação. "Já faz um ano e eu não consigo deixar de pensar se a gente poderia ter feito algo para mudar o que aconteceu," admitiu. "Eu sei que não é um pensamento muito produtivo, mas..." ele deu de ombros. Não era a pessoa mais habilidosa quando se tratava de controlar os próprios pensamentos e emoções. "Vai ver ela só está buscando uma maneira de se vingar da gente," ele sorriu fraco com a própria tentativa de fazer uma piada, mas era claro que não estava confortável o suficiente para achar graça daquilo. Optou, então, por ficar quieto e se ocupar com um gole do seu drink.
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crvants · 1 year ago
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um  sorriso  cafajeste  foi  crescendo  lentamente  nos  lábios  de  vicente  .    ‘  de  você?  ’  deixou  o  olhar  sem  vergonha  percorrê-la  por  inteiro  ,  antes  de  se  fixar  ,  mais  uma  vez  ,  em  seu  rosto  bonito  .  ‘  não  quero  nada  .  ’    constatou  após  a  analisar  .  era  uma  mentira  ,  é  claro  .  no  entanto  ,  provocar  elena  era  divertidíssimo  e  ,  dessa  maneira  ,  a  viu  como  uma  ótima  oportunidade  de  agitar  um  pouco  mais  a  sua  noite  .  a  conhecia  bem  ,  ao  ponto  de  saber  que  elena  nunca  ignoraria  uma  provocação  .  e  ,  quando  o  sussurro  foi  retribuído  ,  cervantes  conteve  o  contentamento  .  aproveitou  da  aproximação  para  enrolar  o  dedo  indicador  em  uma  das  mechas  loiras  e  compridas  ,  algo  que  costumava  fazer  quando  namoravam  .  ‘  é?  devo  tomar  cuidado ,  então?  ’  perguntou  ,  inclinando  levemente  a  cabeça  para  o  lado  esquerdo  .  elena  conseguia  ser  mirabolante  e  ,  antes  ,  vicente  se  divertia  com  os  planos  maléficos  da  outra  .  bem  ,  até  tentarem  fazer  linnet  de  vítima  —  o  tiro  saiu  pela  culatra  e  fez  várias  vítimas  pelo  caminho  .  ‘  eu  me  acho?  ’  colocou  a  mão  sobre  o  peito  ,  fingindo  uma  expressão  de  pobre  coitado  ofendido  .  ‘  não  .  é  você  quem  me  procura  ,  lena  .  ’  debochou  ,  no  entanto  ,  a  feição  nublou  perante  a  menção  a  viuvez  .  ‘  bem  ,  acho  que  eu  mereço  um  pouco  de  alegria  depois  desse  ano  de  merda  .  ’  tragou  mais  uma  vez  do  cigarro  ,  soprando  a  fumaça  densa  na  direção  contrária  a  ela  .  ‘  diferente  de  você  ,  elena  .  só  não  dançou  em  cima  do  caixão  de  linnet  porque  não  deixariam  .  ciúmes  ,  talvez?  ’
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foi inocente em achar que vicente pudesse deixar para lá aquele encontrão. na verdade, se fosse o contrário, ela com certeza não ia deixar passar uma alfinetada em direção ao ex-namorado. ❝eu pedi desculpas. quer o que? uma carta, um presente?❞, reforçou, a irritação recente já tão indisfarçável. a aproximação do cervantes a deixou tensa, da forma que só uma interação com ele poderia. ainda assim, sabia como ele funcionava melhor do que ninguém. sabia como lidar com ele. não que fosse de forma saudável, mas sabia. e ela definitivamente não iria sair perdendo nessa situação. não de novo. ❝cariño...❞, devolveu o sussurro, o corpo se virando em direção a ele. ❝se eu estivesse te stalkeando, você não descobriria dessa forma tosca. acho que você sabe melhor do que ninguém que eu tenho um pouquinho mais de criatividade do que isso❞, completou, com um sorriso enigmático. ela tinha muitos defeitos, mas ser básica não era um deles. se ela quisesse trombar com vicente por aí e forjar alguma coisa, seria muito diferente. e pode ter certeza de que as coisas sairiam da forma que ela gostaria. ❝além do mais, você se acha. deve ser um desejo inconsciente seu. saudades? a viuvez não deve ser fácil mesmo❞, provocou novamente, em tom irônico. "seria tão mais fácil dar as costas e encerrar tudo isso, elena", qualquer pessoa sã lhe aconselharia. mais fácil, mas menos divertido.
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crvants · 1 year ago
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cervantes  precisou  conter  o  enorme  e  crescente  impulso  de  revirar  os  olhos  —  algo  que  ,  para  alguém  impulsivo  como  ele  ,  era  extremamente  difícil  .  a  paciência  estava  se  esvaindo  .  logo  se  arrependeu  de  visitá-la  ,  deveria  ter  mandado  só  uma  breve  mensagem  e  um  buquê  genérico  de  emoji  .  bufou  ,  passando  uma  das  mãos  sobre  o  cabelo  louro  com  certa  impaciência  .  ‘  tá  bom,  angelina  .    ’  os  músculos  da  mandíbula  se  contraíram  .    olhou  para  a  porta  e  considerou  levantar  da  poltrona  ,  dar-lhe  as  costas  e  só  ir  embora  .  vicente  e  sua  irmã  nunca  foram  muito  próximos  ,  principalmente  pela  diferença  discrepante  de  personalidade  .  porém  ,  agora  com  a  desgraça  assolando  o  bolso  da  família  ,  a  conexão  entre  os  irmãos  vinha  crescendo  .   ‘  o  que  você  sabe  sobre  amor  ,  hm?  ’  semicerrou  os  olhos  ,  cheio  de  frustração  .  ‘  amor  não  põe  mesa  .  talvez  um  dia  você  entenda  isso  .  ’  não  iria  se  prolongar  mais  sobre  a  sua  relação  com  elena  ,  ainda  mais  com  a  sombra  da  ex-namorada  .   ‘  como  você  quiser  .  ’  concordou  de  maneira  dura  ,  contudo  ,  colocando  um  sorriso  nada  bem  humorado  nos  lábios  .  angelina  havia  acabado  com  seu  humor  .  ‘  entendi  .  ’  foi  uma  resposta  seca  ,  já  que  considerou  a  visita  como  um  erro  .  manteve  uma  expressão  impassível  ,  engolindo  o  desaforo  com  muito  contragosto  .  ‘  não  faço  ideia  .  ’  deu  de  ombros  .  ‘  eles  estão  estranhos  desde  a  morte  de  linnet  .  mas  ,  bem  ,  como  não  estariam?  tendo  em  vista  as  circunstâncias  em  que  ela  veio  a  falecer  .    ’  falar  sobre  a  morte  de  linnet  era  agridoce  .  era  como  se  vicente  tivesse  desenvolvido  amor  por  sua  carcereira  ,  uma  síndrome  de  estocolmo  .  mesmo  morta  ,  não  parou  de  o  assombrar  .  linnet  isso  ,  linnet  aquilo  .  linnet  ,  linnet  ,  linnet  .  com  ou  sem  ela  ,  sua  vida  estava  fodida  .  se  não  tivesse  ignorado  as  suas  mensagens  ,  será  que  linnet  ainda  estaria  morta?  essa  era  uma  questão  que  o  comia  vivo  ,  todo  santo  dia  .  
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𝒻𝓁𝒶𝓈𝒽𝒷𝒶𝒸𝓀
୨୧ ࣪ lili nunca havia tido um relacionamento oficial, apenas affairs aqui e ali, mas desde sempre tinha uma certeza: quando um homem dizia que era um dia ensolarado, valia a pena olhar pela janela para constatar que não estava de noite. vicente deveria pensar que ela era estúpida como linnet e elena foram, que cairia em seu charme. aquela reflexão fez com que angelina começasse a se sentir irritada e teve de se segurar para não revirar os olhos e bufar. no final das contas ela ainda estava hospitalizada e não podia se dar ao luxo de irritar-se com cervantes. " eu sei o suficiente, cervantes. você ainda não entendeu que para mim não existem "problemas da elena"? " ela o questionou de maneira retórica. " existem os nossos problemas. todos problemas da minha irmã são meus também. não importa com quem eles sejam. " angelina jamais deixaria de brigar pela irmã mais velha, sempre havia sido assim. desde pequena havia sido estimulada pelos pais a ser fiel a sua família, ser leal aos seus e angelina levava o ensinamento a risca. " como você quer que eu acredite que você se importa comigo quando teve coragem de fazer o que fez com a mulher que você diz ter amado? " se havia algo que lili odiava era a infidelidade, em qualquer esfera de relacionamento. a loira respirou profundamente sentindo sua face já aquecida, certamente toda revolta reprimida estava a fazendo ficar enrubescida. " eu realmente não quero brigar com você hoje, podemos parar de falar nisso? prefiro falar sobre a minha quase morte. " lili se conhecia bem o suficiente para saber que equilíbrio emocional não estava entre suas qualidades, aquela conversa provavelmente terminaria em animosidade. mirou o rapaz com atenção, estudando suas palavras. será que o rapaz estava de fato tão sentido com a morte de linnet como fazia questão de demostrar? angelina tinha certas dúvidas, mas ele sequer pareceu conseguir pronunciar o nome da falecida. se conteve para não questionar ao outro se ele sentia falta dela e como estava se sentindo naquele dia. talvez ele estivesse revisitando sensações de um ano atrás. " lena disse que contrataram um novato e ele cometeu um engano. parece que a tia georgina e o tio enrique já resolveram isso e meu pai já queimou o cara para a espanha toda. " contou ao rapaz a versão que haviam lhe contado sobre o acidente, cujo lili ainda possuía algumas dúvidas. " você que é mais próximo deles, sabe porque colocaram aquele tanto de câmera pela casa? "
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crvants · 1 year ago
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era  um  pobre  e  coitado  viúvo?  sim  .  mas  ,  quer  dizer  ,  viúvos  também  precisam  se  divertir  um  pouco  .  e  ,  exatamente  por  isso  ,  ele  estava  ali  .  nunca  negaria  a  oportunidade  de  encher  a  cara  e  esquecer  os  milhões  de  problemas  que  tinha  .  após  boas  cervejas  ,  vicente  já  estava  com  alguns  botões  da  camisa  abertos  ,  os  cabelos  louros  charmosamente  bagunçados  e  o  rosto  com  alguns  resquícios  do  que  parecia  ser  glitter  ,  provavelmente  deixado  ali  pela  garota  que  havia  beijado  minutos  atrás  .  as  luzes  coloridas  e  o  som  o  permitiam  escapar  ,  o  álcool  também  ajudava  ,  é  claro  .  um  gole  na  cerveja  ,  uma  tragada  no  cigarro  .  a  êxtase  foi  interrompida  por  um  pisão  em  seu  pé  e  ,  no  entanto  ,  tão  pouco  incomodou-se  .  ‘  sem problema  .  ’  disse  em  resposta  a  desculpa  ,  quase  que  automaticamente  .  quando  ela  se  virou  ,  vicente  teve  uma  bela  de  uma  surpresa  .  com  o  cigarro  pendurado  no  canto  dos  lábios  ,  ele  disse  .  ‘  e  por  ser  eu  ,  não  mereço  um  pedido  de  desculpas?  ’  logo  transformou  a  surpresa  em  provocação  ,  sorriso  arrogante  tomando  conta  da  feição  .  ‘  eu  sei  que  a  nossa  relação  foi  intensa  .  . . ’  aproximou-se  dela  ,  optando  por  falar  perto  de  seu  ouvido  .  ‘  mas  ,  me  stalkear?  não  sabia  que  tinha  isso  em  você  ,  lena  .  ’  
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quando: 25 de julho, à noite
onde: social
quem: elena & @crvants
depois daqueles dias caóticos, ainda pensativa sobre o que tinha significado o incidente com a irmã, elena estava ficando à deriva e positivamente paranoica. deixava as férias de verão escorrerem por entre os dedos. quando recebeu um convite para ir ao social, de algumas amigas do curso que estavam na ilha para o fim de semana, pensou um pouco, mas decidiu aceitar. seria bom dar uma espairecida. melhor ainda se não fosse com o mesmo grupo de sempre, os Marcados Por Linnet, porque ainda precisava pensar no assunto antes de chegar de fato às conclusões que seu cérebro vinha fazendo.
se sentindo um pouco mais livre, a de bellefort se soltou no clube. sabia que podia encontrar seus conhecidos por ali, era bem provável, mas naquela noite parecia ter escolhido o dia correto para se soltar. ela só precisava disso, uma noite sem pensar. depois de alguns drinks na corrente sanguínea, ela curtia o som na pista de dança, quando pisa sem querer no pé de alguém atrás de si. ❝nossa, desculpa!❞, exclamou, virando para trás. mas, ao avistar vicente, o sangue gelou. ou melhor, esquentou. de todas as pessoas, a última que ela gostaria de ver, perdendo apenas para linnet de borbón, ressuscitada. teve plena consciência de que o sorriso afrouxou. ❝ah, é você❞, disse simplesmente. tinha medo do que podia resultar dessa interação ali, então ante melhor juízo, decidiu não adicionar mais nada, esperando para ver qual seria a reação dele.
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crvants · 1 year ago
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achando  graça  ,  o  cervantes  riu  da  ofensa  ,  embora  fosse  um  excelente  mentiroso  ,  não  a  refutaria  .  de  maneira  óbvia  ,  angelina  havia  tomado  as  dores  da  irmã  ,  jamais  a  culparia  por  isso  .  no  entanto  ,  ela  não  sabia  que  elena  também  era  igualmente  safada  e  sem  coração  .  mas  ,  bem  ,  aparentemente  só  um  deles  servia  como  vilão  .  a  graça  morreu  assim  que  angelina  deu  sequência  às  suas  ideias  —  para  um  safado  sem  coração  ,  ele  bem  que  o  sentia  doendo  .  queria  dizer  que  só  fez  o  quê  fez  porque  necessitou;  porque  ,  caso  agisse  de  outra  maneira  ,  teria  a  vida  arruinada  .  nenhuma  confissão  foi  feita  .  não  se  mostraria  vulnerável  .  ‘  eu  .  .  .  ’  por  mais  que  fosse  um  rapaz  comunicativo  ,  as  palavras  pareceram  fugir  de  si  .  ‘  angelina  ,  nunca  deixei  de  me  importar  com  você  .  ’  suspirou  .  ‘  você  não  sabe  exatamente  o  que  aconteceu  entre  eu  e  sua  irmã  .  eu  a  amei  ,  de  verdade  .  ’  só  ele  sabe  como  foi  transar  com  linnet  pensando  em  elena  .  ‘  e  que  meu  problema  nunca  foi  com  você  ,  sempre  com  ela  .  não  teria  como  não  me  importar  com  o  seu  bem-estar  .  ’  deu  de  ombros  .  ‘  mas  ,  não  tem  como  demonstrar  algo  por  alguém  que  constantemente  demonstra  seu  desprezo  por  mim  .  ’  e  ,  com  isso  ,  vic  deu  um  sorriso  curto  e  sem  qualquer  humor  .  ‘  é  ,  foi  uma  situação  e  tanta  .  ’  era  difícil  esquecer  aquela  merda  de  jantar  .  quer  dizer  ,  jantar  foi  uma  palavra  forte  .  sequer  conseguiram  aproveitar  muito  antes  da  desgraça  acontecer  .  ‘  então  logo  mais  você  estará  livre  .  ’  concluiu  ,  felizmente  .  aquele  quarto  branco  e  gélido  não  combinava  nadinha  com  angelina  .  ‘  já  não  tem  clima  desde  ,  bem  ,  você  sabe  .  ’  não  quis  falar  a  morte  de  linnet  ,  desde  então  ,  a  vida  do  grupo  de  amigos  se  resolvia  entorno  dela  .  ‘  mas  ,  com  aquele  tanto  de  câmera  ,  tenho  certeza  que  logo  logo  devem  esclarecer  o  que  aconteceu  .  ’  não  acreditava  que  a  reação  alérgica  de  angelina  havia  sido  estrategicamente  planejada  por  alguém  .  para  eles  ,  como  um  todo  ,  era  muito  mais  confortável  pensar  em  um  mero  e  quase  letal  acidente  .
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୨୧ ࣪ as flores fizeram angelina dar um meio sorriso, ela ainda era uma garota de coração extremamente mole e flores sempre haviam sido um fraco seu. a resposta do rapaz era definitivamente o que angelina esperava, tão debochada o quanto havia sido a indagação dela. aquilo não incomodava, ao menos não completamente. era bom poder falar com vicente sem sentir a urgência em ofendê-lo a cada quinze segundos, e também era ruim, pois era um lembrete de como ela costumava adorar o rapaz. aquele sentimento agridoce tomou ainda mais forma com a fala seguinte de cervantes, que a fez arquear as sobrancelhas e assumir uma postura um pouco mais defensiva. " eu nunca disse que te acho um desgraçado sem coração, sempre falei que acho você um safado sem coração. são coisas diferentes. " fez questão de destacar o adjetivo negativo que costumava a vincular a cervantes. havia sido terrível toda aquela situação de linnet, elena e vicente. angelina sempre estaria ao lado de elena, estando a mesma certa ou errada, e naquele triângulo amoroso ela ocupava ambos os papéis. " é muito esquisito te ver aqui e falar com você e você não pode me culpar por me sentir assim. por não acreditar que você se importa comigo. eu te via como mais que um simples namorado da elena, te via quase como parte da família. " os de bellefort não eram conhecidos por se resguardarem quando o assunto era sentimentos e angelina poderia ser um pouco mais equilibrada que elena, mas ainda assim era passional até o fim. " eu continuo um pouco estranha, me encheram de antialérgico e ainda teve a adrenalina. preciso ficar em observação até amanhã a noite, pelo menos. " lili não via a hora de ir daquele hospital, embora soubesse que não iria se sentir tranquila tão cedo. " vai ficar tudo bem, eu só acho que ninguém mais vai se sentir confortável de ir na casa da tia georgina e do tio enrique. não tem mais clima. " pensou em cutucar o rapaz ao citar os "sogros" deste, porém optou pelo caminho mais brando e pacífico.
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crvants · 1 year ago
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@canceriananata
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Spinning Out  |  1x03 - “Proceed with Caution”
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crvants · 1 year ago
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crvants · 1 year ago
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cervantes  revirou  os  olhos  perante  a  calorosa  recepção  de  angelina  .  mas  tudo  bem  ,  ela  havia  quase  morrido  ,  então  seguraria  a  língua  e  deixaria  passar  .  colocou  o  buquê  ,  com  as  as  flores  favoritas  da  garota  ,  em  cima  de  uma  das  mesas  ali  .    diante  daquele  quarto  frio  e  branco  ,  a  cor  das  pétalas  era  como  um  respiro  .  ‘  não  .  achei  sem  graça  ,  feio  e  muito  branco  .  ’  respondeu  ,  arqueando  a  sobrancelha  ,  como  se  a  desafiasse  .  já  era  esperado  que  aquela  fosse  a  sua  reação  perante  vicente  ,  a  situação  com  elena  havia  fodido  a  relação  deles  ,  porém  ,  a  entendia  .  suspirou  ,  sentando  na  poltrona  .  ‘  é  porque  você  acha  que  eu  sou  um  desgraçado  sem  coração  ,  angelina  .  ’  ajeitou-se  no  assento  ,  achando  uma  postura  mais  confortável  .  ‘  mas  eu  me  importo  com  você  ,  mesmo  você  achando  que  não  .  ’  foi  sincero  em  suas  palavras  .  durante  o  namoro  com  elena  ,  ele  e  angelina  tinham  uma  ótima  relação  ,  mas  ,  com  o  término  ,  a  relação  foi  pro  ralo  .  contudo  ,  ainda  assim  ,  não  havia  deixado  de  se  importar  .  ‘    como  você  está?  sua  irmã  falou  algumas  coisas  no  grupo  ,  mas  eu  quis  te  ver  .  ’  
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quem: angelina && @crvants
onde: hospital general de mallorca
quando: momentos após a internação de lili
୨୧ ࣪ quando anunciaram que vicente cervantes queria entrar em seu quarto, angelina torceu o nariz. ela havia quase morrido, mas ainda não havia perdido a memória. ao mesmo tempo, a quase morte havia lhe deixado um pouco menos rancorosa que o costume e por isso decidiu permitir a entrada do rapaz. junto de tudo isso, ainda tinha o seu mais novo medo de ficar só e sofrer uma nova tentativa de assassinato. " e aí, vicente cervantes. gostou do meu novo quarto? " o questionou em um tom para lá de debochado, tentava mascarar o pânico que vinha sentindo durante aquela noite infernal e ainda era orgulhosa demais para desmanchar-se na frente do rapaz. " não é muito luxuoso e é branco demais, mas dá pro gasto. " prosseguiu com a fala jocosa, embora não possuísse muito humor em seu tom de voz. ela o mirou por alguns segundos, analisando toda a postura alheia e decidiu baixar a guarda. " obrigada por vir... não esperava sua visita. " angelina ainda estava decepcionada com vincente, entretanto, uma parte de si ainda nutria sentimentos positivos pelo rapaz e esta parte havia se enchido naquele momento.
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crvants · 1 year ago
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embora  a  noite  tivesse  começado  com  um  ar  esquisito  ,  ele  não  esperava  que  fosse  terminar  com  alguém  hospitalizado  .  triscou  na  comida  e  ,  de  repente  ,  angelina  ,  do  outro  lado  da  mesa  ,  quase  morrera  .  preferia  acreditar  que  haviam  cometido  um  erro  ,  crasso  ,  mas  ainda  assim  um  erro  —  era  isso  ou  acreditar  que  o  espírito  maligno  da  ex-namorada  estava  a  solta  e  doido  por  vingança  .  mandaria  uma  mensagem  para  saavedra  depois  .  minutos  após  o  caos  ,  quando  a  ambulância  já  há  alguns  quilômetros  de  distância  ,  ouviu  o  estômago  reclamar  de  fome  .  porém  ,  não  comeria  nada;  optou  ,  nesse  caso  ,  por  beber  mais  uma  taça  de  champanhe  .  por  via  das  dúvidas  ,  a  comida  estava  fora  de  questão  e  ,  bem  ,  havia  bebido  mais  cedo  e  até  ,  então  ,  estava  vivo  .  o  quê  não  mata  ,  engorda  .  estava  prestes  a  levar  a  taça  até  os  lábios  ,  quando  ,  abruptamente  ,  a  mão  de  cassandrea  a  levou  de  si  ,  respingando  um  pouco  do  líquido  no  chão  .  ‘  não  estou  comendo  .  estou  bebendo  .  ’  a  corrigiu  ,  um  tom  levemente  sarcástico  na  voz  .  ‘  não  vamos  tratar  isso  como  se  fosse  uma  tentativa  de  assassinato  ,  cass  .  tenho  certeza  que  foi  um  erro  da  cozinha  .  ’  não  tinha  certeza  alguma  .  suspirou  ,  passando  a  mão  pelos  cabelos  louros  .  estava  com  fome  ,  levemente  mal-humorado  e  preocupado  com  angelina  .  ‘  que  merda  de  noite  .  ’  resmungou  baixinho  .  levantou  o  olhar  ,  observando  cassandrea  mexer  com  vontade  em  sua  bolsa  e  ,  obviamente  ,  presumiu  que  ela  ou  procurava  o  maço  de  cigarro  ou  o  isqueiro  ,  de  qualquer  maneira  ,  ele  tinha  ambos  .  enfiou  a  mão  no  bolso  e  jogou  ,  de  maneira  leve  ,  o  isqueiro  em  sua  direção  .  ‘  acende  e  me  dá  um  trago  .  ’  aquela  situação  pedia  por  um  cigarro  .  ‘  eu  mataria  por  uma  batata  frita  grande  do  mc  donalds  agora  .  ’  confessou  .  aquela  festa  tinha  se  tornado  um  enterro  e  vicente  estava  com  fome  .  
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Cada momento que Cassandrea passava naquele lugar após o incidente só a deixava mais inquieta. Tinha passado a noite inteira suspeitando daquelas câmeras, tentando investigá-las de forma discreta. Se estivesse pensando de forma um pouco mais racional, e não estivesse com tanto medo de seu próprio segredo ser descoberto, talvez ela não ligaria tanto para aquilo. Mas depois de ver Angelina quase sufocar na sua frente fez com que os poucos fios de racionalidade que restavam em sua consciência se desfizessem. A falta de controle, de poder sobre sua própria situação a irritavam profundamente. Até que pudessem ir embora Cass se manteria distante da mesa de jantar. Estava caminhando para o lado de fora da mansão com um cigarro nos lábios, tateando o fundo da própria bolsa em busca do isqueiro personalizado que levara consigo até ver @crvants a sua frente. Os olhos passaram dele para o que parecia algum tipo de bebida ou comida em suas mãos, e fora questão de segundos até que ela se aproximasse e arrancasse aquilo das mãos dele. "Você acha mesmo que é uma boa ideia comer qualquer coisa que saiu daquela cozinha? Mesmo depois de ver a Lina ir pro hospital?" O tom rude na pergunta poderia até esconder um tipo de preocupação por ele. Ainda sim, mesmo que fosse verdade, Cass não admitiria o sentimento tão facilmente. Sem nem ver onde, apenas jogou o que ele segurava na grama. "Enquanto a gente não descobrir se isso foi um acidente ou não, é melhor manter sua boca fechada. Literalmente." Continuou procurando dentro o isqueiro dentro da bolsa pequena - que naquele momento parecia ter engolido o objeto. Precisava acalmar a tempestade de pensamentos que crescia por conta de sua ansiedade. Mais um pouco e estaria ligando seu carro e dando o fora dali.
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crvants · 1 year ago
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olhando  nos  olhos  de  dorsey  ,  vicente  soube  que  gostaria  de  estar  tão  chapado  quanto  .  em  um  outro  momento  ,  com  um  baseado  entre  os  dedos  ,  certamente  embarcaria  naquele  papo  profundo  ,  se  deixaria  divagar  sobre  a  efemeridade  da  vida  e  o  quão  minúsculos  realmente  eram  .  no  entanto  ,  ali  estava  ,  mais  sóbrio  do  que  realmente  gostaria  .  concordou  levemente  com  a  cabeça  ,  palavras  não  foram  necessárias  .  sim  ,  era  uma  tortura  .  sentia  linnet  em  cada  canto  daquela  residência  —  mesmo  após  a  morte  ,  ela  ainda  mexia  com  ele  .  mas  ,  bem  ,  não  seria  diferente  .  estavam  em  sua  casa  ,  festejando  sabe-se  lá  o  quê  ,  embora  o  clima  mais  parecesse  como  o  de  seu  velório  .  contemplativo  ,  sentou  sobre  o  resguardo  da  varanda  .  o  cervantes  não  sabia  discernir  os  sentimentos  em  relação  à  falecida  namorada;  gostava  dela?  sim  .  sentiu-se  aliviado  com  a  sua  morte?  sim  ,  também  .  e  ,  para  piorar  ,  no  fundo  do  coração  ,  temia  ter  sido  o  causador  da  tragédia  .  suspirou  ,  deixando  com  que  o  amigo  preenchesse  o  ambiente  mais  uma  vez  .   um  sorriso  sincero  tomou  forma  nos  lábios  do  rapaz  ,  lembrando-se  da  agradável  viagem  que  ambos  tinham  feito;  mesmo  com  nenhuma  ou  pouca  experiência  ,  eles  pescaram  um  peixe  esdrúxulo  e  tão  pequeno  que  era  extremamente  cômico  .  como  dois  homens  ,  devia-se  esperar  que  pescassem  um  peixe  de  respeito  e  ,  como  conquista  ,  tirassem  uma  foto  o  segurando  ,  um  prêmio  .  a  foto  aconteceu  ,  é  claro  ,  eles  segurando  a  linha  de  pesca  e  ,  na  ponta  ,  aquele  peixinho  .  vicente  riu    pela  primeira  vez  naquela  noite  .    ‘  nós  somos  patéticos  ,  dorsy  .    ’  e  tudo  bem  ,  afinal  ,  pesca  não  era  o  forte  de  nenhum  dos  dois  .  o  sorriso  se  abria  cada  vez  mais  ao  tempo  em  que  repassava  as  boas  memórias  na  cabeça  ,  acompanhando  a  narração  do  amigo  .  se  fechasse  os  olhos  ,  sabia  que  seria  teletransportado  para  o  momento  ,  talvez  até  fosse  capaz  de  ver  as  exatas  constelações  que  os  agraciaram  naquele  dia  .  a  brisa  bateu  mais  uma  vez  em  seu  rosto  e  ,  por  um  segundo  ,  ele  se esqueceu  de onde  estava  .   ‘  você  tem  o  dom  das  palavras  .  já  te  disse  isso ?    ’  perguntou  ,  aproximando-se  para  roubar  o  cigarro  dos  dedos  alheios  .  o  levou  até  os  lábios  ,  dando  uma  longa  tragada  .  ‘  confesso  que  estar  aqui  me  impede  um  pouco  de  ter  pensamentos  otimistas  ,  principalmente  vendo  o  estado  de  enrique  e  georgina  .   ’  a  fumaça  saiu  com  as  palavras  .  bateu  o  cigarro  ,  livrando-se  das  cinzas  e  vendo-as  cair  aos  seus  pés  .  mais  um  tragada  .  ‘  com  palavras  tão  sábias  ,  acho  que  devo  confiar  então  .  ’  riu  .  ‘  quem  é  que  precisa  de  terapia  quando  se  pode  tem  você?  pronto  ,  já  estou  cem  por  cento  terapeutizado  .  acabou  a  depressão  ,  ansiedade  ,  tudo  !  ’  ah  ,  quem  dera  .  ‘  acho  que  nós  precisamos  fazer  outra  viagem  .  mas  ,  desta  vez  ,  quero  ver  a  aurora  boreal  .    ’
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observou vicente com um olhar de compreensão profunda, uma tristeza partilhada refletida em seus olhos. ele sabia que aquela mansão, com suas sombras e memórias, exalava uma dor insuportável para todos os presentes, especialmente para vicente, que tinha um vínculo tão íntimo com linnet. "vicente," começou dorsey, sua voz suave e compassiva, "a dor que carregamos nesta noite é quase palpável, como o ar denso que nos envolve. sei que estar aqui, nesta casa que guarda tantas lembranças de linnet, é uma tortura para você, assim como é para mim." ele deu um passo mais perto, seu olhar fixo nos olhos de vicente, transmitindo uma compreensão sincera. dorsey aceitou o cigarro de volta, tragando profundamente antes de deixar a fumaça escapar em uma nuvem etérea. "não, meu amigo, não estava falando de linnet especificamente. mas este lugar, com suas histórias e segredos antigos, parece estar carregado de presenças que nos fazem sentir a dor da perda de maneira ainda mais aguda." ele fez uma pausa, considerando suas próximas palavras com cuidado.
um sorriso suave tocou seus lábios ao lembrar de um momento alegre que compartilhou com vicente, um momento livre da sombra da tragédia. "lembra-se daquela viagem que fizemos para as montanhas?" dorsey perguntou, sua voz adquirindo um tom nostálgico. "foi no final do outono, e as árvores estavam explodindo em cores vibrantes. nós dois decidimos escapar por um fim de semana, longe de tudo e de todos." ele riu, um som suave e cheio de carinho. "eu insisti em pescar, mesmo sem termos o equipamento adequado. você tentou me dissuadir, dizendo que seria impossível, mas acabamos improvisando com o que tínhamos. incrivelmente, conseguimos pegar um peixe pequeno. rimos tanto daquele peixe, foi um momento tão bobo, mas tão puro."
dorsey olhou para vicente, seus olhos brilhando com a lembrança. "e então, naquela noite, fizemos uma fogueira e nos sentamos ao redor dela, compartilhando histórias antigas e piadas. o céu estava tão claro, cheio de estrelas, e por um momento, parecia que o mundo inteiro se reduzia àquele pequeno círculo de luz e calor. foi uma sensação de liberdade, de paz, que raramente encontramos na vida cotidiana." ele colocou a mão no ombro de vicente, seu toque carregado de empatia e solidariedade. "precisamos de algo assim agora, vicente. um momento de fuga, de lembrança dos tempos felizes que compartilhamos. vamos sair daqui, deixar para trás estas sombras sufocantes e encontrar um lugar onde possamos respirar novamente." dorsey sorriu, um sorriso que oferecia esperança em meio à tristeza. "confie em mim, meu amigo. esta noite ainda pode nos trazer algum conforto. vamos encontrar um lugar onde as memórias dolorosas não nos alcancem, onde possamos ser nós mesmos e redescobrir a alegria que ainda existe em nossos corações."
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crvants · 1 year ago
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aproveitava  a  solitude  ,  embora  pudesse  sentir  a  presença  da  câmera  atrás  de  si  .  era  quase  impossível  não  percebê-las  ,  mesmo  que  fossem  de  um  formato  singelo  ,  nada  fora  do  comum  .  o  soar  de  seu  nome  ,  há  alguns  metros  de  distância  ,  o  fez  despertar  dos  próprios  devaneios  .  sorriu  para  lola  ,  mostrando  os  dentes  perfeitos  .   ‘    lola !    ’  imitou  a  entonação  .  sem  apresentar  quaisquer  resistências  ,  vicente  só  aceitou  o  entrelaçar  de  braços  ,  sincronizando  as  passadas  .  ‘    sim  ,  senhorita  .  ’  por  pouco  não  a  reverenciou  .  quando  a  brisa  noturna  bateu  contra  o  rosto  ,  foi  como  se  pudesse  respirar  pela  primeira  vez  .  aquele  jantar  estava  sendo  uma  experiência  pouco  agradável  .  ‘    somos  dois  .    ’  riu  sem  humor  .  ‘  mais  parece  uma  sessão  de  tortura  .    ’  e  mesmo  assim  ,  quando  foi  convidado  para  o  jantar  ,  era  esperado  que  fosse  servido  a  mais  gostosa  torta  de  climão  .  e  bem  ,  dela  ,  eles  já  estavam  fartos  —  apesar  do  estômago  roncar  de  fome  .  ‘  sempre  .    ’  respondeu  ,  lançando-lhe  uma  piscadela  .  puxou  do  bolso  de  sua  calça  o  maço  e  em  seguida  batendo-o  contra  a  palma  da  mão  para  distribuir  o  tabaco  de  maneira  mais  uniforme  .  ‘  gostou  da  decoração ?    ’  gesticulou  para  as  câmeras  ali  dispostas  .  ‘  talvez  estejam  morrendo  de  medo  de  serem  roubados  ,  ou  .  .  .  ’  não  terminou  o  raciocínio  ,  levando  um  dos  cigarros  até  a  boca  e  acendendo-o  com  seu  isqueiro  .  vicente  tragou  e  logo  pode  sentir  os  músculos  relaxando  .  ‘  o  quê  é  meu  é  seu  .    ’  brincou  ,  estendendo  o  maço  e  o  isqueiro  na  direção  de  lola  .  
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quem: lola de la vega & vicente cervantes (@crvants)
quando: 24 de julho de 2024, cerca de 20:00
onde: jardim da mansão dos borbón
                   quando o estômago de lola roncou pela terceira vez em cinco minutos, ela decidiu que era o suficiente.     entregando sua taça de champanhe vazia para um dos garçons que passava por perto, a loira se levantou de sua cadeira e saiu em direção à porta dos fundos, que sabia que a levaria até o jardim.     no meio do trajeto, no entanto, se deparou com vicente.          ❝     vic!     ❞          chamou, acenando rapidamente para capturar a atenção do amigo.     sem perder o ritmo de suas passadas, a loira entrelaçou um de seus braços pelo de vicente e continuou a caminhar até a porta.          ❝     eu preciso tomar um ar, e você vai comigo.     ❞          disse em um tom que não dava abertura alguma para argumentos.     lola empurrou a porta e respirou fundo assim que a brisa fresca noturna bagunçou o seu cabelo.          ❝     sem exagero, acho que se eu ficasse mais cinco minutos lá dentro, ia ter um colapso nervoso.     ❞          a jovem comentou, indo na direção de um banco de pedra embaixo de uma árvore.          ❝     me diz que você tem um cigarro aí, por favor.     minha bolsa é muito pequena, precisei escolher entre ele e o meu batom, e você pode imaginar qual foi o vencedor...     ❞          lola fez um biquinho para o amigo antes de rir.
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crvants · 1 year ago
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CRIMINAL MINDS 2.08 'Empty Planet'
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crvants · 1 year ago
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a  primeira  coisa  que  notou  foi  o  vestido  vermelho  sangue  .  em  outro  momento  ,  teria  rido  da  ousadia  alheia  ,  pois  bem  ,  elena  nunca  foi  muito  boa  em  seguir  o  convencional  .    ‘  eu  falei  alguma  coisa?  ’  retrucou  com  uma  leve  ironia  na  voz  .  vermelho  certamente  era  sua  cor  ,  mas  não  a  diria  .  ‘  talvez precisasse  que  fosse  desenhado  ,  elena  .  ’  deixou  o  olhar  a  percorrer  por  uma  última  vez  antes  de  se  acomodarem  em  sua  feição  .  os  lábios  formaram  um  sorriso  de  canto  perante  a  provocação  .  vicente  a  conhecia  bem  ,  bem  até  demais  ,  para  saber  exatamente  o  quê  a  estratégia  por  trás   do  detalhe dourado  dos  sapatos  significava  .  elena  de  bellefort  conseguia  ser  uma  megera  quando  queria  .  a  imitando  ,  tomou  um  grande  gole  do  champanhe  ,  mas  não  o  bastante  para  aniquilá-lo  .  ‘  um  brinde  à  vida  .  ’  disse  à  ela  ,  baixo  ,  de  maneira  com  que  somente  eles  pudessem  escutar;  do  contrário  ,  seria  de  um  extremo  mau  gosto  .  provocou-a  ,  então  ,  levando  a  taça  de  cristal  a  frente  ,  para  que  a  ex-namorada  pudesse  encostar  a  sua  na  dela  ,  iriam  brindar  à  linnet  por  ter  os  fodido  .    
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onde: mansão dos de borbón em mallorca
quando: 22 de julho de 2024, 19h30 (mais ou menos).
quem: elena & @gngstarters
❝o que foi?❞, perguntou quando percebeu que muse olhava sua vestimenta. ❝ninguém disse que era pra vir de preto...❞, deu de ombros, parecendo despreocupada. ❝ah, é, aquela coisa idiota do dourado. bom, meu manolo blahnik é dourado, mais ou menos. tá vendo ali nos detalhes da alça?❞ questionou, apontando os saltos nos pés, com as tiras douradas. ela quase teve vontade de rir: "aos meus pés, linnet, tome sua homenagem". ajeitou a postura e voltou a olhar para muse. ❝enfim, é isso. afinal, um jantar para comemorar a morte de alguém me parece sombrio. a vida já é bem sombria, vamos viver!❞, disse, tomando um grande gole da sua taça de champanhe. deuses, odiava tudo sobre aquela noite e queria que acabasse logo.
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crvants · 1 year ago
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aquela  mansão  ainda  lhe  causava  arrepios  .  mesmo  após  a  morte  da  namorada  ,  vicente  manteve  as  visitas  à  residência  dos  de  bórbon  ,  desta  vez  ,  mais  esporádicas  .  não  havia  o  porque  vê-los  com  tanta  frequência  como  antes  ,  entretanto  ,  sabia  do  apreço  e  carinho  que  o  casal  nutria  por  ele  .  oras  ,  fora  o  último  namorado  de  sua  filha  e  ,  ao  contrário  do  restante  ,  o  cervantes  era  jovem  carismático  e  naturalmente  agradável  .  e  ,  bem  ,  eles  eram  um  casal  abastado  e  especialmente  fragilizados  .  se  fosse  uma  boa  pessoa  ,  não  estaria  ali  .  não  pelos  reais  motivos  pelos  quais  estava  ali  .  se  olhasse  o  bastante  para  a  enorme  e  luxuosa  escada  que  dava  acesso  ao  quarto  de  linnet  ,  talvez  conseguisse  visualizá-la  ali  —  descendo-a  elegantemente  ,  o  salto  soando  contra  o  mármore  caro  .  e  ele  ,  aos  pés  da  escada  ,  esperando  impacientemente.  por  isso  ,  o  olhar  sequer  triscou  em  direção  a  escada  .  desabotoou  o  primeiro  botão  da  camisa   ,  livrando  o  pescoço  daquela  prisão  .  pegou  uma  taça  de  champanhe  quando  um  garçom  passou  por  ele  ,  tomando  um  grande  gole  da  bebida  assim  que  os  dedos  pegaram  no  cristal  .  só  precisaria  de  mais  quinze  daquele  e  tudo  ficaria  bem  .  
respirou  fundo  e  retirou-se  do  salão  ,  optando  pelo  ar  fresco  e  solitude  .  o  ar  era  pesado  ,  quase  palpável  .  a  voz  de  dorsey  cortou  o  silêncio  da  varanda  ,  pegando-no  de  surpresa  .  vicente  colocou  uma  mão  sobre  o  peito  ,  que  disparou  com  a  aparição  .  ‘  ¡ puta  madre !  ’  deixou  escapar  .  em  outro  momento  ,  não  teria  estranhado  a  natureza  já  estranha  do  amigo  .  a  profecia  não  passou  despercebida  ,  porém  ,  o  cervantes  optou  por  desconversar  .  ‘  saavedra  ,  você  sabe  como  eu  te  adoro  ,  mas  agora  não  é  o  momento  para  você  falar  sobre  morte  .  ’  não  enquanto  ele  estivesse  na  casa  da  sua  ex-namorada  morta  .  sentiu  o  sangue  gelar  quando  a  mão  do  amigo  apontou  para  as  sombras  pouco  passos  atrás  de  si  e  ,  rapidamente  ,  vicente  deu  um  grande  passo  para  frente  ,  deixando  seja  lá  quem  fosse  ela  longe  .    ‘  é  claro  que  eu  quero  .  ’  tomou  o  cigarro  do  outro  ,  automaticamente  levando-o  até  a  boca  .  é  ,  agora  precisava  de  quinze  taças  de  champanhe  e  sete  cigarros  para  relaxar  .  tragou  ,  deixando  a  fumaça  esfriar  na  boca  antes  de  levá-la  para  os  pulmões  .    ‘  mais  tarde  ,  talvez  .  ’    falou  em  resposta  a  oferta  de  algo  mais  forte  .  os  pais  de  linnet  não  poderiam  vê-lo  chapado  .    ‘  você  não  estava  falando  de  linnet  ,  certo?  quer  dizer  ,  essa  mansão  deve  ser  antiga  pra  caralho  ,  sabe-se  lá  o  que  aconteceu  nessas  terras  ,  cara  .  ’  deu  mais  uma  tragada  e  estendeu  o  cigarro  de  volta  para  dorsey  . 
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OPEN    STARTER     ━━  ft. seu muse !! @gngstarters
adentrou a grandiosa mansão dos de borbón com um ar de desconforto palpável, trajando um elegante conjunto preto adornado com um discreto, porém significativo, detalhe dourado, feito especialmente para a ocasião. a dor de cabeça que o atormentava parecia intensificar-se a cada passo, os vultos e sombras dançando na periferia de sua visão, sugerindo a presença inquietante de linnet. ele moveu-se entre os convidados como um fantasma, cada sorriso e cumprimento um esforço monumental. as vozes ao redor soavam distantes e abafadas, como se ele estivesse submerso em um mar de lembranças e arrependimentos. com um murmúrio de desculpas, ele finalmente escapou para a varanda, buscando o frescor da noite para acalmar sua mente atormentada.
o ar fresco da noite de mallorca trouxe um alívio temporário, e dorsey tirou dois comprimidos de oxicodona do bolso, engolindo-os com a destreza de quem já está habituado ao ritual. ele acendeu o terceiro cigarro da noite, tragando profundamente, enquanto observava as sombras sinuosas das árvores sob a luz da lua. no silêncio da varanda, ele não estava sozinho. a figura de um antigo amigo de linnet se destacava na penumbra. dorsey aproximou-se lentamente, seu olhar fixo na silhueta que oscilava ao seu lado.
"você sabe," dorsey começou, a fumaça do cigarro escapando de seus lábios como um suspiro, "às vezes, as sombras têm mais a dizer do que os vivos. talvez sejam os segredos que não ousamos confessar em vida que nos perseguem na morte." sua voz carregava um tom enigmático, ecoando na escuridão como uma profecia sussurrada. de repente, ele parou, os olhos arregalados fixos em algo atrás de sua companhia. um vulto indistinto, uma sombra que parecia mais densa que as outras, movia-se silenciosamente.
"você vê?" dorsey murmurou, apontando com um leve tremor na mão. "ela está aqui. as sombras... elas não mentem." após um momento de silêncio carregado de tensão, dorsey voltou o olhar para seu companheiro na varanda e, com um sorriso cansado, ofereceu o cigarro que segurava. "quer um trago?" ele perguntou, sua voz suave, quase íntima. "ou talvez algo mais forte?" ele puxou um frasco de opioides do bolso, balançando-o levemente. "tenho mais desses, se precisar. às vezes, é a única maneira de calar as vozes e as sombras."
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crvants · 1 year ago
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