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As palavras rudes pegaram a mulher um pouco de surpresa, talvez mais ainda porque pareciam embargadas... alguém que acabara de chorar, Angel conseguia distinguir com facilidade porque era o mesmo tom que ouvira tantas vezes sua mãe usar depois de falar com o seu genitor ao telefone. Lembrar daquilo fazia com que o sangue da mulher esquentasse, mas não demonstraria aquilo para a antiga colega de fraternidade.

Ainda que a Park não fosse uma pessoa que verdadeiramente se importaria com alguém com que não tivesse tanta intimidade, acabou sentindo-se na obrigação de saber o que estava acontecendo. Pena? Sororidade feminina? Curiosidade? Ela não tinha como dizer, mas se aproximou mesmo assim, os saltos batendo suavemente no piso de mármore e parou ao lado da outra. - Não foi uma piada. Eu não sabia que estava chorando até você falar... sua voz denuncia o que aconteceu, antes que pergunte. - disse calma e gentilmente, os olhos escuros analisando o que conseguia distinguir com a pouca luz que tinha na varanda. - Quis fugir um pouco de assuntos tediosos e que se repetem sempre que ricos se encontram. Parece que você teve a ideia bem antes de mim. - tentou soltar em um tom divertido, em uma forma de fazer a outra se sentir um pouco melhor e quem saber rir. - Nunca é uma noite fácil. Somos mulheres em um mundo de merda. - soltou em um tom mais sério, virando o corpo na direção de Hana, os olhos repletos de compreensão. - Quer desabafar o que aconteceu? Se não quiser, não faço perguntas e jogo conversa fora enquanto conserto sua maquiagem para que ninguém saiba o que aconteceu.

O silêncio era um terceiro passageiro no banco de trás do carro, ocupando o assento entre Hana e Jin, que ignoravam completamente a presença um do outro. Como poderia ser diferente quando os dois disseram tudo o que havia para ser dito em uma discussão momentos antes de saírem de casa? Agora ela encarava a janela do automóvel vendo a paisagem urbana passar, o pensamento resgatando todas as escolhas idiotas que a levaram a estar naquela situação: atada a um homem que ela não conseguia corresponder as expectativas e rumando a um evento que não queria estar naquela noite - ou qualquer outra, a bem da verdade. Hana se esforçou muito para não chorar, afinal estragar a maquiagem só causaria mais atrito com o homem, e ela estava cansada demais para brigar outra vez.

A distância do casal se tornou inexistente no momento que saíram do automóvel e entraram no importante evento. Hana reuniu o que sobrava de suas energias para desempenhar o papel de esposa sorridente que Jin poderia exibir para os parceiros de negócios e os políticos que ali se encontravam. Por sorte, os convidados engajavam em conversas que ela não precisava tomar parte, a não ser por vez ou outra soltar um comentário afirmativo ou uma risada forçada, fingindo encontrar compartilhar do humor deles.

Após o jantar ser servido e as pessoas começarem a andar pelo salão para trocar palavras com os convidados de outras mesas, Hana aproveitou a oportunidade para pedir licença e sumir para um local vazio, pegando sorrateiramente uma garrafa fechada em uma das mesas no caminho. Estando sozinha em uma varanda, com os braços apoiados na balaustrada, Hana, que já havia entornado algumas taças durante o jantar - o suficiente para receber um olhar reprovador discreto de Jin -, aumentava o teor de álcool em seu corpo ao levar vodca pura a boca. Agora, o autocontrole que se apegava não conseguia conter o choro que reprimira. Lágrimas silenciosas escorreram os olhos castanhos, que observavam o céu estrelado. Por mais deprimente que fosse a cena, Hana se sentia aliviada pela primeira vez naquela noite. Isto é, até ouvir passos atrás de si.

Hana depositou a garrafa no apoio à sua frente e secou as lágrimas rapidamente, a voz feminina conhecida soou e fez com que retesasse os músculos. " — O quê..? " murmurou ela, tentando assimilar quem era e o que ela estava dizendo. Virando o rosto para o lado, a mulher pode ter a visão da sua antiga colega de fraternidade, tecendo-lhe um elogio, no qual ela tinha dúvidas sobre o quão sincero poderia ser. Hana estava totalmente ciente que não exibia a sua melhor versão depois de se debulhar em lágrimas, porém, não havia como afirmar ao certo quanto Angélique conseguia distinguir naquela varanda, cuja a única fonte de luz provinha da porta aberta atrás das duas. Além disso, tinha a vaga lembrança de alguém na época da faculdade lhe alertando para tomar cuidado com a outra. " — Isso é algum tipo de piada de mau gosto? " indagou, um pouco ressentida, a voz embargada seguida por riso amargurado. " — Porque se você me dissesse isso antes eu até acreditaria, mas no momento é um pouco difícil, sabe?. " voltou a rir sem humor, com um revirar de olhos. " — Quanto a companhia, tanto faz. Você já está aqui de qualquer forma. E, falando nisso... o que está fazendo aqui? " franziu o cenho ao se dar conta de que não era um encontro comum. Por mais que seu questionamento pudesse soar ríspido ou até mesmo desdenhoso, ela só estava surpresa e um pouco desconfiada, pois há anos que não encontrava outra colega da fraternidade além de Vivienne e Julieta, que nunca presenciaram Hana em uma situação parecida com a qual se encontrava agora. " — Desculpe, eu não quis dizer dessa forma, é só... " soltou um suspiro, abaixando o olhar para a garrafa diante de si. Por mais que desconhecesse a verdadeira natureza de Angélique, e não pudesse ter certeza se encontro das duas não passava de uma infeliz coincidência, Hana optava por evitar possíveis mal entendidos. Não era uma escolha incomum da sua parte, havia desenvolvido o hábito de pedir desculpas por qualquer coisa nos últimos anos. Era o jeito mais fácil de se esquivar de tudo. " — Drama o suficiente no presente para ter o passado me assombrando outra vez. Você entende, não é? E, se você está aqui evitando os outros, imagino que não está sendo uma noite fácil para você também. "

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Pov TASK 01: OS INTERROGATÓRIOS

As costas de Angélique apoiavam-se no encosto da cadeira gelada da sala de interrogatórios, um suspiro baixo escapando pelos lábios rosados conforme aguardava o delegado Baptiste entrar para começar com aquela chatice logo de uma vez. Em um primeiro momento, dispensara a ideia de seu chefe de ter um advogado presente, quem não tinha nada a esconder, não precisava daquelas coisas, não é mesmo? E por isso, a Park estava tão tranquila e até mesmo entediada conforme batia levemente as unhas longas no tampo da mesa que separava-a de uma cadeira vazia - que logo estaria ocupada.

O som da porta se abrindo foi o suficiente para que a mulher virasse a cabeça na direção da mesma, um sorriso gentil sendo dirigido ao delegado - que não retribuiu em um primeiro momento, mas pareceu relaxar a postura o suficiente. Aparentemente não viera sozinho... interessante, mas o motivo era desconhecido por Angel, afinal, que tipo de ameaça poderia apresentar, quando era muito menor que o homem agora sentado a sua frente? No entanto, a mente ágil inclinava-se para a ideia de que era mais como uma ajuda, para que não pensassem que o delegado estava sendo influenciado por N fatores durante os interrogatórios. É, fazia bem mais sentido.

Bom dia, senhorita Park. - a voz grave ecoou pela sala, causando uma leve dor de cabeça em Angel, dor essa que ignorou completamente enquanto respondia a saudação. - Chamamos a senhorita aqui apenas para poder fazer algumas perguntas, espero que não tenha problema. - um jogo, ele estava vendo se ela ficaria irritada com o chamado, qualquer pessoa suspeita ficaria um pouco incomodada, mas não Angélique Park, ela não era qualquer pessoa.

O sorriso delicado moldou os lábios, os olhos permanecendo fixos no rosto masculino a sua frente. - Bom, além de ter tido que remarcar minha manicure, não é problema algum, delegado. É sempre um prazer ajudar. - diz calmamente, a parte de ter tido de desmarcar a manicure sendo recebida por uma risadinha por ambos os policiais presentes... ótimo, pensou a mulher, as mãos sendo apoiadas no colo, esperando que ele começasse a fazer aquelas perguntas idiotas para que pudesse ir logo embora.

Bom, senhorita, vamos começar com as perguntas. - o delegado pigarreou, aparentemente tirando algo irritante da garganta antes de soltar a primeira pergunta - completamente idiota. - Onde você estava na data da morte de Victor?

O sorriso foi substituído pela expressão pensativa, parecendo tentar se lembrar exatamente do que tinha feito no dia da morte de Victor - embora se lembrasse perfeitamente. - Durante a manhã fiquei no hotel ajeitando a agenda do candidato Mazarin. Almocei com ele e alguns outros políticos no restaurante do Hotel. Passei a tarde em reuniões e quando foi a noite tivemos um jantar de negócios. Depois disso, fui dormir. - o tom de voz permanecendo calmo e controlado, a destra erguendo-se apenas para que afastasse algumas mechas do cabelo sedoso que caíam em frente ao seu rosto.

Apenas um aceno de concordância foi dado pelo delegado, acompanhado de uma pequena anotação antes de lançar um rápido olhar para o policial que o acompanhava, como se perguntando se ele tinha algo mais a perguntar e diante do silêncio, o mais velho simplesmente prosseguiu para a pergunta seguinte. - Você o conhecia? Como era a relação de vocês?

Dessa vez, Angel demorou um pouco mais de tempo para responder, o cenho franzido indicando que tentava puxar memórias antigas da época de faculdade. O delegado parecia esperar pacientemente. - Não éramos muito próximos na faculdade. Mas eu me lembro dele pela fraternidade, parecia ser alguém bem legal... depois que nos formamos, não soube mais dele, nem mesmo pelas redes sociais. - disse em um tom nostálgico, um tanto quanto triste, talvez lamentando que tivesse tido pouco contato com o rapaz.

Novamente, um aceno de cabeça em confirmação e uma anotação no caderninho que tinha consigo. Antiquado, poderia ter usado um Ipad. - Você sabia que Victor estava investigando a vida das pessoas que integravam a Kappa Phi na data do acidente de Fiona? Alguma vez foi procurado por ele?

Dessa vez, as sobrancelhas erguidas foram a reação de Angel, uma clara surpresa com a pergunta o corpo sendo levado levemente para trás antes de responder. - Mon Dieu... Eu não fazia ideia de que ele estava investigando o acidente com a Fiona... Não, eu nunca fui procurada por ele... mon Dieu - ainda estava surpresa o suficiente para que o delegado levasse alguns minutos antes de dizer que faria a pergunta seguinte.

Você sabe o que aconteceu no dia do acidente de Fiona? Acha que foi apenas um acidente? - a cabeça do homem foi inclinada, talvez analisando a reação de Angel.

Pergunta insuportável, já a respondera antes... nove anos atrás quando foi levada para aquela delegacia de merda. - Não, eu não estava na hora do acidente. Havia saído da casa para comprar alguma coisa para comer em uma loja de conveniência com algumas amigas... - a voz falhou, os olhos novamente enchendo de lágrimas como anos atrás antes de respirar fundo. Falar da ex-namorada era complicado para a jovem. - Desculpe... eu gostava bastante de Fiona, sempre acabo ficando emocionada quando lembro dela. Mesmo tendo sido sua namorada, ainda éramos amigas. - a destra se ergueu com delicadeza para secar algumas lágrimas que tinham corrido pelo rosto. Verdadeiras? Não saberiam nunca dizer. - Eu sinceramente não sei dizer se foi um acidente... foi o que me disseram quando cheguei novamente na casa. Que tinha acontecido um acidente e depois foi o que a polícia me disse. Por que? Descobriram que não foi? - a voz tornando-se mais urgente, o corpo sendo curvado sob a mesa enquanto olhava para os dois como se implorando por respostas.

Não foi isso que dissemos, senhorita Park, sei que se preocupava com ela, mas por favor, fique calma. - o policial ao lado do delegado disse, a voz suave, tranquila para que Angel se tranquilizasse também. Um pedido de desculpa foi dito pela mulher antes de respirar fundo e recobrar a postura.

Vamos continuar, senhorita Park. Se quiser uma água, por favor, nos diga. - o delegado diz antes de prosseguir com aquela encheção de saco. - Acha que Victor tinha motivos para desconfiar que alguém tinha causado o acidente?

Sinceramente, não faço ideia. Como disse, não éramos muito próximos e não conversávamos muito. - sua voz estava novamente controlada, ainda que parecesse um pouco atingida pelas lembranças de Fiona.

A anotação dessa vez foi curta, algo que incomodou Angélique, mas estava falando a verdade - ou não - então permaneceu com a postura ereta, as mãos novamente apoiadas no colo em um sinal de confiança e tranquilidade, sem desviar os olhos do delegado e seu parceiro.

Qual motivo ele tinha para achar que você estava envolvida? - a pergunta foi tão idiota que Angélique precisou de todo o autocontrole para não dar risada.

Talvez por eu ser a ex-namorada dela... os namorados e ex's são sempre suspeitos, pelo menos é o que me dizem. - encolheu brevemente os ombros, não tinha realmente como saber os motivos de Victor, uma vez que não falava com ele a anos.

Mais uma anotação e dessa vez um pouco mais longa, antes de prosseguir para a pergunta seguinte. - Você foi procurado por Victor nos últimos anos?

Não senhor, eu não fui procurada por ele. Nem mesmo um telefonema ou mensagem e confesso que ficaria feliz se tivesse sido, pois gosto de manter contato com meus ex-colegas, me lembra de tempos mais tranquilos. - novamente o sorriso gentil e caloroso curvou os lábios femininos, fazendo com que o delegado acabasse mostrando a sombra de um também.

Mais uma olhada para seu colega antes de se levantar e o delegado Baptiste disse que ela podia ir embora. Com um sorriso de despedida, Angel elegantemente se levantou. - Estou a disposição para quando quiserem, senhores. Podem me contatar. - diz prestativa antes de pegar a bolsa de grife e sair calmamente porta a fora. Finalmente livre para pensar em todas aquelas perguntas insuportáveis que foram feitas e principalmente: o que Victor sabia sobre o acidente de Fiona que o fizera voltar a reviver o caso nove anos depois?

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Angélique não tinha como expressar em palavras o quão feliz ficou quando Vivi pediu sua ajuda para escolher um vestido, amava ajudar a amiga com suas roupas, sem contar que estava com saudades do tempo que passavam juntas. Parecia que nunca tinham um tempo quando estavam na casa da fraternidade, porque cada uma ia falar com seu respectivo grupinho e quando Angel virava para enfim procurar pela amiga de infância, ela tinha sumido. - Ei, não é tão verdade. Sempre procuro você no intervalo das aulas, mas nunca te encontro. Você se esconde de mim? - a pergunta foi acompanhada de um falso tremor na voz, deixando evidente que estava apenas sendo dramática. - Sempre vai ter um espaço na minha agenda e no meu coração. - fez um coração com as mãos para a loira que estava lhe observando, sentada na cama alheia com as pernas cruzadas uma embaixo da outra. - Agora me conte mais sobre esse jantar que você vai. É com algum garoto? Ou garota?

― @devilindisguisc  said: ❛ i wish we had more time together. ❜ in 2015

Vivienne finalmente tinha conseguido roubar um pouquinho do tempo de Angélique para si. Havia convocado a amiga para a missão de ajudá-la escolher um vestido para um jantar. As memórias da infância de quando elas podiam passar a tarde brincando em uma pracinha qualquer pareciam muito distantes agora. Já era de se esperar, afinal, ambas estavam ocupadas no universo acadêmico, cada uma com suas respectivas responsabilidades e não tinha mais o mesmo tempo livre e inocência de outrora. "Eu também, Angel, mas você está tão ocupada andando com as meninas populares da fraternidade" apoiou o rosto nos braços cruzados, focalizando sua visão na amiga. "Precisa colocar um espaço para mim na sua agenda." Não seria Vivienne falando se não houvesse uma pontinha de drama.

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Os olhos de Angel pousaram na amiga por alguns segundos, ficando em silêncio antes de responder com um sorriso divertido. - Só desculpo porque amo você, mon amour. - diz fazendo um biquinho dramático e voltando a atenção para o espelho para ajeitar novamente o delineado. Se fosse qualquer outra pessoa, a Park provavelmente teria tido um surto de raiva e drama, fazendo com que o culpado se sentisse pior ainda - talvez rolassem algumas lágrimas - mas como era Rosie, ela não via problema algum em aceitar as desculpas. Era uma de suas melhores amigas, claro que desculparia do que quer que fosse. - Quem você acabou de ver? - os olhos rapidamente retornaram para a outra, interessada na fofoca que claramente estava por vir. A boca se abriu em uma clara expressão de surpresa, ficando talvez por um minuto em silêncio para digerir o que havia sido dito pela amiga. Fiona? Com alguém? Aquilo era realmente interessante, porque se lembrava que a caloura dissera que não queria nada com alguém ainda... mentirosa e Angel odiava que mentisse para si. - Que eu me lembre ele tem mesmo. E a Fiona tinha me dito que não estava querendo se envolver com ninguém por enquanto, que estranho não é? - indagou como quem não queria nada, as mãos pousando nos quadris enquanto ficava pensando na situação. Então além de mentirosa, aquela caloura burra era talarica, pelo menos o fato movimentaria um pouco o campus. - Será que ele terminou com a namorada e ninguém ficou sabendo? Tem essa possibilidade também.

　　ʚ﹕　a  última  coisa  que  rosie  desejava  era  ter  feito  a  amiga  borrar  a  maquiagem,  mas  não  conteve  a  empolgação  quando  a  avistou.  se  aproximou  rápido  demais,  fazendo  gestos  expansivos  enquanto  chamava  sua  atenção  e,  por  falta  de  cuidado,  esbarrou  no  braço  alheio  ❝  angie  ❞  sua  voz  agora  era  mais  baixa,  seus  lábios  formaram  um  biquinho  similar  ao  da  outra  ❝  perdão,  mon  amour,  não  foi  minha  intenção,  eu  só  fiquei  feliz  de  te  ver  ❞  choramingou  as  desculpas,  puxando  a  garota  para  um  abraço.  às  vezes,  angel  não  correspondia  aos  seus  carinhos,  mas  rosamarie  não  se  importava.  soltou-a  e  o  sorriso  logo  voltou  aos  seus  lábios  ❝  é  o  que  eu  estava  tentando  te  falar,  você  não  vai  acreditar  no  que  eu  acabei  de  ver  ❞  dramatizou,  mas  só  um  pouco,  antes  de  continuar  ❝  sabe  o  louis?  aquele  bonitão  de  fisioterapia?  aquele  que,  sabe-se  lá  porque,  parece  que  sempre  usa  a  mesma  roupa?  ele  estava  fazendo  uma  massagem  numa  garota,  eu  não  vi  direito  o  rosto  dela,  mas  parecia  a  fiona  ❞  ela  sussurrou  o  nome  da  colega  ❝  a  questão  é  que  não  era  qualquer  massagem...  não  acho  que  usem  a  boca  no  curso  de  fisioterapia...  ele  não  tem  namorada?  ❞

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Um sorriso formara-se nos lábios de Angélique quando escutou o pai de Aron falando sobre ele na faculdade, não podia negar que era realmente verdade. O rapaz era extremamente tímido, sendo visto em qualquer atividade em companhia de Damien, se Damien não estava no lugar, Aron também não estaria isso era algo que todos tinham pleno conhecimento. - Ele era tímido, mas era uma companhia bem agradável. - disse calmamente ao genitor do antigo colega, o sorriso gentil e doce permanecendo nos lábios antes de aproveitar para passar o braço pelo que lhe era oferecido, podendo finalmente caminhar para um local um pouco mais tranquilo.

Em passos calmos, sem qualquer tipo de pressa para que chegassem logo a sala, a mulher virou o rosto na direção do maior, os olhos escuros pousando na face masculina. - Confesso que também fico. É bom ver um rosto conhecido, que não seja desagradavelmente arrogante nesses jantares. - comentou fazendo uma leve careta ao lembrar-se de que se fossem precisar de um local para caber o ego de todos eles juntos, precisariam fazer o jantar nas ruas de Paris ao invés de em um salão. - Nunca o achei chato. Acredito que todos tenhamos nossas personalidades, você era alguém legal com quem conversar, apenas era quieto. Me surpreendia bastante que Damien conseguisse arrastá-lo para as festas e que você conseguisse tirar ele de frente de um computador. - o tom descontraído deixava evidente que estava realmente confortável de ter alguém conhecido para conversar de outras coisas que não fosse dinheiro, política e poder. Por mais que Angel tivesse cuidadosamente pensado em como as coisas andariam para si, tinha que admitir que conseguiam ser um pouco monótonas e tediosas. - Obrigada pelo elogio. Por esse horário costumo dizer que o encanto já está passando, porque ficamos tanto tempo em um salão cheio que a maquiagem começa a derreter. - brincou com ele, o sorriso aumentando antes de fechar os olhos por um segundo e respirar aliviada por estar em um lugar mais tranquilo. - Acredito que até a próxima semana. Isso se não surgir nenhum imprevisto que nos faça voltar para Paris antes da hora ou que nos faça permanecer mais tempo na cidade. - contou calmamente, encontrando uma poltrona para poder enfim descansar os pés.

Estava curiosa para saber como andavam as coisas na cidade desde que saíra, uma vez que os únicos momentos que tinha notícias do lugar era quando buscava por ele na internet ou quando saía alguma coisa sobre o mesmo em algum jornal. - Como andam as coisas pela cidade? E com você? Fico curiosa de saber como está, visto que passaram tantos anos desde que nos vimos da última vez. - piscou os olhos em um jeito pidão, antes de indicar com um aceno delicado da mão a poltrona ao lado da sua para que ele pudesse se sentar. - Conte-me as novidades. Sou uma pessoa curiosa e digamos que agora uma turista.

⠀⠀⠀⠀ㅤㅤ⊱ㅤㅤseis  meses  se  passaram  desde  que  yoon  comunicara  que  não  trabalharia  mais  no  hospital,  e  seu  pai  ainda  nutria  a  esperança  de  que  aquilo  fosse  uma  fase  rebelde  tardia,  uma  que  ele  não  tivera  durante  a  adolescência.  como  uma  punição  silenciosa,  seu  pai  o  obrigava  a  comparecer  a  todos  os  jantares  de  negócios  e  reuniões  com  velhos  amigos.  na  verdade,  yoon  não  precisaria  estar  ali.  ele  tinha  seu  próprio  dinheiro  e  era  completamente  capaz  de  bancar  uma  briga  com  o  pai,  dizendo  que  aquilo  era  ridículo,  que  ele  não  tinha  mais  17  anos  para  ser  obrigado  a  fazer  o  que  não  queria.  mas  ele  não  queria  brigar.  sempre  que  pensava  em  recusar,  sua  mente  calculava  quanto  tempo  ainda  teria  para  viver  normalmente.  primeiro,  quanto  tempo  teria  sua  cognição  intacta;  segundo,  quanto  tempo  teria  até  que  fosse  incapaz  de  esconder  seu  tratamento  e  a  progressão  da  doença.  ele  não  queria  ser  tratado  de  forma  diferente.  então,  ele  estava  aproveitando  cada  segundo  que  tinha,  cada  oportunidade  para  ficar  perto  da  família  e  dos  amigos.  a  presença  forçada  nesses  eventos  se  tornara  uma  maneira  de  manter  uma  aparência  de  normalidade,  de  prolongar  a  ilusão  de  uma  vida  sem  a  sombra  da  doença. 

⠀⠀⠀⠀ㅤㅤㅤㅤ❝  quem  é  esse  mesmo?  ❞,  perguntou  aron  discretamente  ao  pai.  apesar  da  expressão  dura,  o  sr.  kim  informou  e  o  repreendeu  por  não  lembrar,  mencionando  que  estiveram  no  baile  beneficente  do  futuro  primeiro-ministro  no  ano  anterior.  aron  apenas  assentiu  e,  quando  chegou  a  hora,  cumprimentou  o  homem  com  um  sorriso  agradável.  quando  ouviu  uma  voz  doce  chamando  seu  nome,  seus  olhos  encontraram  os  dela.  ela  não  precisava  de  introdução;  aron  sabia  quem  era.  angelique  era  alguns  anos  mais  nova  que  ele,  mas  ele  sempre  havia  admirado  sua  beleza  e  inteligência.  houve  apenas  uma  sutil  surpresa  quando  ela  mencionou  que  eles  eram  próximos,  mas  nada  que  fizesse  alguém  suspeitar  da  pequena  mentira.  o  pai,  surpreso,  começou  a  falar  sobre  como  aron  costumava  ser  tímido.  ele  sorriu  e  concordou  em  acompanhá-la,  gentilmente  oferecendo  o  braço  para  que  ela  segurasse  enquanto  se  dirigiam  a  outra  sala.

⠀⠀⠀⠀ㅤㅤㅤㅤ❝  digo  o  mesmo,  angelique.  fico  feliz  de  ter  desistido  de  fugir  do  jantar  ❞  disse  ele,  evitando  chamá-la  pelo  apelido,  embora  sempre  tenha  achado  que  lhe  caía  muito  bem.  quando  ela  comentou  que  ele  não  havia  mudado,  ele  soltou  uma  risada  sincera  ❝  já  que  é  um  elogio,  muito  obrigado,  mas  eu  espero  ter  mudado.  sempre  diziam  que  eu  era  o  chato  da  turma  e  a  última  coisa  que  desejo  é  ser  uma  má  companhia  para  a  senhorita  ❞  embora  ainda  fosse  um  nerd  introvertido,  aron  não  era  mais  tímido  e  conseguia  ser  simpático  —  e  até  charmoso  —   quando  queria  se  esforçava  ❝  você  continua  tão  deslumbrante  quanto  antes  ❞  ele  lembrava  de  tê-la  elogiado  uma  vez  e  ficado  vermelho  como  um  pimentão,  numa  festa  para  a  qual  damien  o  havia  arrastado  e  convencido  a  beber.  dessa  vez,  não  havia  vergonha  nem  insegurança;  seu  semblante  estava  relaxado  ❝  quanto  tempo  vocês  pretendem  ficar  em  des  moines?  ❞  perguntou,  sua  voz  suave  e  interessada.

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Os olhos escuros analisaram cuidadosamente o rosto da antiga colega - internamente tentando se lembrar do nome da mesma, já que não se lembrava tão bem de todos com que tivera contato na universidade - mas quem a visse, pensaria que estava checando se estava tudo bem a mulher a sua frente, o que era uma grande mentira, visto que não se importava com ela o suficiente para isso. - Celeste? Uau, por um segundo eu não a reconheci. Está bem mais bonita do que na época na faculdade. - elogiou prontamente, não dando muito tempo para que ela dissesse algo antes de se sentar ao lado da mulher e cruzar elegantemente as pernas. - Eu deveria mesmo ter feito isso, mas teria sujado meus saltos. - apontou para os saltos Yves Saint Laurent que estava usando com um aceno de cabeça. - Só tenho pena do cachorro ter um dono babaca como aquele. - suspirou dramaticamente antes de voltar a olhar para Celeste. - Está tudo bem? Eu não queria me intrometer, mas você parece preocupada. - o tom de voz saiu um pouco mais baixo de modo que somente ela lhe escutasse, passando confiança de que poderia se abrir consigo - algo que queria que acontecesse, já que era bom saber o que os outros pensavam.

(2024) - enquanto folheava o jornal, celeste ergueu o olhar e viu a pequena discussão de angélique com o homem desconhecido. o cenário ao seu redor era típico de uma tarde na cidade: pessoas passavam apressadas pelas ruas e o som dos carros ao longe formava um zumbido irritante. ela tentava se concentrar na leitura, mas a notícia sobre o incidente com victor a perturbava. as palavras pareciam dançar na página, desconexas, enquanto sua mente se perdia nas razões por trás daquela morte repentina. por que aquilo a abalava tanto? eles mal se conheciam, mas a sensação de desconforto era inegável. perdida nesses pensamentos, celeste não percebeu que estava olhando fixamente para angélique, até que a voz feminina a trouxe de volta à realidade. "infelizmente, sim" - respondeu fechando o jornal e olhando sem graça para a mulher à sua frente. - "não adianta quanto tempo passe, sempre vai existir um desses que acham que somos uma coisa qualquer. devia ter chutado o saco dele." forçou um sorriso, uma clara tentativa de quebrar o gelo.

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É um opção, mas acho que não é muito provável. Talvez o dono tenha se descuidado e ele escapou da coleira e saiu correndo atrás de alguma coisa. - sugeriu um tanto quanto pensativa. Era triste pensar que alguém poderia ter coragem de abandonar um animalzinho tão fofinho ali na frente do campus, por isso, acreditava que Hana estava cogitando que ele tivesse escapado por ser uma ideia mais confortável e otimista. - É claro que Billie sugeriu o pet mais estranho, combina com ela, mas tenho que admitir que ratinhos são adoráveis. Por que não temos os dois? - indagou divertida, batendo as mãos em animação. Angélique podia não ser uma boa pessoa, mas amava animais e a ideia de ter mais um pet te deixava extremamente empolgada. - Nunca teve um animalzinho antes? Sério? - a pergunta foi genuína, a expressão de surpresa deixando claro o quanto falava sério. - Tive um coelho quando estava entrando na adolescência, o nome dele era Chocolate, porque era um coelhinho marrom. Minha mãe me deu ele, porque eu ficava bastante tempo sozinha em casa e achou que uma companhia seria legal. - contou carinhosamente, lembrando-se de que o coelho até mesmo dormia consigo, de tão apegados que era um ao outro.

" — Não faço ideia, talvez o dono soltou a guia por um instante e cachorrinho assustou com algum barulho na rua. Aqui é muito movimentado e barulhento. " ponderou ela, com um dar de ombros, compartilhando um dos cenários que podia imaginar. Hana acariciava o pelo do animal, parte de si desejando que fosse qualquer outro caso que resultasse em o dono nunca aparecer e obrigasse a fraternidade a ficar com o bichinho. A outra parte, a pequena, se esforçava para não deixar o egoísmo levar o melhor de si. " — Somos três votos, então. Iris também concordou em ter um mascote. Por outro lado, Billie disse que cachorro é um pet batido e sugeriu comprar um rato, acredita? Penso nas inúmeras formas que isso poderia dar errado. " riu soprado, balançando a cabeça. " — E eu gostaria que meu primeiro animalzinho de estimação fosse convencional, mesmo que não dê certo e esse tenha que voltar para o dono. Você já teve um, Angélique? Digo, um pet - convencional ou não. "

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Alguma coisa no rapaz deixara Angélique levemente incomodada, talvez o fato dele não ter se mostrado tão receptivo a ela - algo que era realmente estranho uma vez que sempre cativava as pessoas, mas o jovem, Édouard, não parecia uma daquelas pessoas e isso começava a irritar a jovem, embora não tivesse demonstrado ou esboçado nada. - Você é gentil, claro que demorei. - piscou divertida para ele, não deixando transparecer a irritação para com ele, afinal, tinha uma reputação para manter e não deixaria que um novato burro acabasse manchando ela. - As meninas não te contaram? - voltou a atenção para as amigas, confusa que não tivessem dito para onde iriam e apenas tivessem chamado o rapaz para ir com elas. - Vamos para uma festa de outra fraternidade. Ainda é aqui no Campus, vai ser bem divertido. - abriu um sorriso animado, fazendo com que o rosto angelical se iluminasse com a animação aparente de uma jovem querendo apenas se divertir. - Você bebe, Édouard? Tem algum apelido? - as duas perguntas vieram uma atrás da outra, demonstrando que estava querendo fazer o rapaz se sentir mais confortável - mas na verdade, somente queria que ele se abrisse um pouco mais para que tivesse algo para usar quando precisasse, como fazia com todas as pessoas, mas também, estava curiosa para saber mais, ele parecia muito reservado e pessoas assim sempre acabavam sendo bem interessantes.

Kappa Phi . 2014

Édouard acabara de ingressar na kappa phi, uma das últimas e mais tardias admissões daquele semestre. Conhecia pouquíssimas pessoas ainda, então uma colega havia o convidado para sair e conhecer algumas de suas amigas dentro da kappa na expectativa de ajudar Edu a se enturmar. O rapaz, curioso com o novo universo em que estava, topou. Da forma que estava vestido acompanhou o coletivo até a sala de estar do térreo, esperaram próximos ao banheiro, o rapaz em silêncio, as demais colegas conversando sobre a docência e demais amenidades.

Com a saída de Angel do banheiro, Edu pode perceber que um súbito silêncio se instaurou. Aquela jovem era, definitivamente, alguém importante naquela fraternidade, pensou. - O prazer é meu...- disse apertando a mão de Angélique.

Socialmente deslocado como era não retribuiu o sorriso, tão pouco esboçou graça com a piada da outra colega; Edouard sabia identificar um sorriso verdadeiro e aquele não era um, não que fosse problema, afinal aquela pessoa importante provavelmente estava acostumada a sorrir daquela maneira porque era assim que as pessoas importantes eram ensinadas, pensou novamente.

- Eu me chamo Édouard e... não se preocupe, não demorou! - disse passando a mão no rosto tirando as mechas de cabelo bagunçadas que cresciam para todas as direções. - Mas então, para onde estamos indo mesmo? - dava-se conta que as demais meninas estavam muito bem vestidas e alinhadas enquanto ele sustentava uma aparência bastante informal.

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໒꒰ྀི ˶• ༝ •˶ ꒱ྀི১ ♡

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Fazia um tempo que Angel não via muitos antigos colegas da faculdade, por isso não se lembrava como muitos estavam e talvez por isso tivesse parado encarando Valentin por um tempo antes de finalmente reconhecer quem era. - Valentin? Obrigada pelo elogio. - agradeceu com um pequeno sorriso, deixando de lado a irritação que estava sentido e a vontade de jogar aquele babaca com quem tinha trombado no meio da rua para ser atropelado. - Quase não reconheci você.

( II; 2024 ) mesmo não sofrendo de nenhuma necessidade quase patológica de salvar donzelas em perigo, a cabeça virou para a direção da voz masculina quando esta optou por xingar park. mas apenas observou-a lidar com a situação enquanto se mantinha em silêncio. ❛ alguns realmente podiam usar de mais educação, é verdade. ❜ não entendia como alguns podiam agir daquela maneira e não perceber que mereciam um bom soco na boca. ❛ você lidou bem com a situação. ❜

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Angel sempre notara como Iris conseguia ser extremamente observadora, algo que valoriza bastante, mas também acabava sendo bem mais cuidadosa em seus gestos e falas para que não acabasse dando algum deslizasse que fizesse a amiga desconfiar de sua personalidade. - Claro que conheço, não é atoa que éramos as melhores juntas. - piscou divertida para a antiga amiga, sentindo já uma genuína felicidade acendendo dentro de si, relembrando os bons momentos que tiveram juntas e como haviam se divertido. - Provavelmente um novo trauma para que ele levasse para o psicólogo. Ou melhor, que ele começaria a frequentar um psicólogo porque com aquela personalidade horrenda, duvido que vá em algum. - voltou a cruzar os braços, os olhos virando em um claro desgosto de ter de pensar novamente no babaca com que tivera o desprazer de tocar e que estragara sua manhã - que já não estava lá aquelas coisas. - Que bom que aceita! Fiquei preocupada que estivesse ocupada. - comentou com sinceridade, o sorriso aumentando nos lábios, ignorando o toque sempre vigilante nas palavras da morena, uma vez que estava acostumada a detectar subtextos nas frases das pessoas. Viver cercada de políticos tinha alguma vantagem. - Com toda a certeza temos. Estou animada para saber como andam as coisas. - o tom de voz calmo era mantido, mas claro que com um toque de curiosidade. Estava acostumada com o jeito de Iris, lidava com pessoas parecidas o tempo todo então manter a pose era relativamente fácil. - Vamos juntas, podemos ir conversando conforme caminhamos. - sugere estendendo o braço para a amiga, de modo que pudessem caminhar lado a lado sem qualquer problema. Não havia segunda intenção, aparente, no convite de Angélique além de uma mulher querendo conversar com uma antiga amiga de faculdade. - Não acontecem mesmo. Ainda mais sobre circunstâncias tão curiosas quanto as que estão acontecendo recentemente. - ajeitou com a mão livre, alguns fios dos cabelos sedoso que lhe caiam pelo rosto, começando a caminhar calmamente pela praça da cidade em direção ao café próximo que ali havia. Por mais que ficar longe de Des Moines fosse algo que Angélique sempre ansiara e quando conseguira, agradecera, não podia negar que sentiu um pouco de saudades daquele lugar.

iris  permitiu-se  uma  risada  suave,  seu  olhar  nunca  se  afastando  do  rosto  de  angélique.  a  conexão  que  haviam  compartilhado  na  faculdade  sempre  fora  algo  especial,  uma  combinação  de  admiração  e  uma  química  subjacente  que  nunca  havia  sido  explorada  totalmente.  ao  ouvir  as  palavras  de  angélique,  iris  sentiu  um  calor  nostálgico  misturado  com  uma  curiosidade  renovada.  "  você  me  conhece  bem,  angélique.  "  respondeu,  o  sorriso  nos  lábios  se  expandindo  ligeiramente.  "  eu  certamente  teria  dado  a  ele  algo  para  lembrar.  mas  você  lidou  com  isso  com  a  mesma  graça  que  eu  esperava.  "  seus  olhos  cintilaram  com  uma  mistura  de  sinceridade  e  algo  mais  difícil  de  decifrar.  "   faz  realmente  muito  tempo.  "  disse  iris,  sua  voz  suavizando  com  um  toque  de  nostalgia.  "  é  claro  que  tenho  um  tempo  para  você.  tomar  algo  e  conversar  parece  uma  ótima  ideia.  "  havia  um  brilho  nos  olhos  dela  que  sugeria  uma  mistura  de  prazer  genuíno  e  a  eterna  vigilância  de  alguém  acostumado  a  jogos  de  poder.  "  vamos  a  um  lugar  mais  tranquilo.  "  sugeriu,  inclinando  a  cabeça  levemente.  "  tenho  certeza  de  que  temos  muitas  histórias  para  compartilhar,  e  talvez  alguns  segredos  para  desenterrar.  "  a  última  frase  foi  dita  com  um  tom  enigmático,  típico  de  iris,  sempre  deixando  algo  não  dito,  sempre  mantendo  as  pessoas  ligeiramente  desequilibradas.  estendendo  o  braço,  ela  indicou  a  direção  de  um  café  próximo,  um  lugar  que  conhecia  por  sua  privacidade.  "  depois  de  você,  angélique.  "  disse,  o  sorriso  agora  mais  caloroso,  mas  os  olhos  ainda  atentos.  "  vamos  relembrar  os  velhos  tempos  e  talvez  criar  novas  memórias.  afinal,  reencontros  como  este  não  acontecem  todos  os  dias.  "

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Starter fechado com @edouardlermite Flashaback Kappa Phi - 2014

Era o primeiro ano de Angélique na faculdade, conseguira escapar dos trotes que pareciam assombrar todos os calouros apenas usando a aparência angelical, algumas piscadas de olho e gentileza que eram sua marca registrada. Agora, ajeitando-se para sair com algumas amigas, a jovem assentava alguns fios de cabelo no lugar, parando alguns segundos para se admirar mais uma vez antes de caminhar para fora do banheiro.

Em passos suaves e delicados, ela cumprimentava as pessoas por quem passava, até se aproximar das amigas e estas lhe apresentarem alguém que também parecia ser um calouro. Um rapaz, que em um primeiro momento a Park considerou bem bonito, antes de erguer a guarda e abrir um sorriso cuidadosamente para ele. - É um prazer, eu sou a Angélique. - estendeu a mão na direção dele, o sorriso permanecendo no rosto. Sorriso esse que não chegava realmente aos olhos, fazendo com que as iris escuras permanecessem atentas. Uma risada baixa e sem jeito foi dada por Angel quando uma amiga apresentou-a como a bonequinha da casa - uma risada pensada, é claro. - Como é seu nome? Se as meninas tivessem me dito que mais alguém iria eu não teria me atrasado.

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Starter fechado com @eclipsinstar Flashback - Paris 2022 Jantar de políticos e empresários - The Peninsula Paris

Almejar o topo do mundo muitas vezes era uma prova de paciência e de sanidade e naquele momento Angélique estava provando isso. Faziam anos que trabalhava com políticos - especialmente com um futuro candidato a primeiro ministro - mas acabava sempre se surpreendendo o quão irritantes aquelas pessoas poderiam ser e como o dinheiro fazia com que pensassem que tinham passe livre para tudo, inclusive para serem entediantes.

Mas como vivia de máscaras, continuar fazendo seu papel de doce assessora era bem tranquilo, exceto quando estava levemente cansada de conversas chatas. Por isso, para que não acabasse dando um passo em falso e entregasse que o candidato com quem trabalhava era uma mosca morta, sendo que todas as decisões aparentemente importantes que ele tomara, foram feitas por Angélique, a mulher pediu licença para tomar um ar e foi para a primeira varanda vazia que encontrou por ali. Ou melhor, que acreditou estar vazia, mas aparentemente outra mulher tivera a mesma ideia que ela. - Espero que não se incomode de ter companhia. Está um pouco sufocante lá dentro. - começou a falar, os saltos caros batendo com elegância no mármore conforme aproximava-se e finalmente reconhecia a figura feminina ali.

Angel e Hana nunca foram muito próximas na faculdade, não tinha absolutamente nada contra a outra mulher, apenas não eram próximas o suficientes para que pudessem ser chamadas de amigas. Porém, parecia que o destino resolvera mudar um pouco as coisas - algo que irritava a Park, que vivia a vida cuidadosamente planejada. - Hana? Quanto tempo... se me permite dizer, está ainda mais linda do que na época da faculdade.

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Starter fechado com @yoonwonk Flashback: Paris - 2023

Jantares políticos eram um verdadeiro teste de paciência - e muitas vezes Angélique se perguntava se eles não seriam seu karma, porque aturar um bando homens ricos não era para qualquer pessoa - e naquela dia parecia verdadeiramente insuportável estar na presença de tantas pessoas influentes. No entanto, lá estava Angélique Park, fazendo seu papel de assessora exemplar do futuro primeiro ministro de Paris, enquanto ele conversava com um amigo aparentemente de longa data.

Angélique não prestara muita atenção na conversa, pelo menos não até escutar o sobrenome alheio e uma voz mais jovem levemente familiar. Os olhos escuros ergueram-se da tela do aparelho celular, onde digitava algumas mensagens aos repórteres querendo marcar entrevistas para o dia seguinte. A expressão de surpresa passou como um raio pelo rosto feminino, antes de voltar a ficar leve e um pequeno sorriso formou-se nos lábios. - Aron? - indagou, fazendo o chefe e o amigo dele virarem o rosto para si. - Estudamos juntos em Des Moines. - explicou brevemente, pedindo licença com delicadeza e levantando-se da mesa depois de chamar o antigo colega para ir consigo. - Com licença, senhores, vamos colocar os assuntos em dia. Faz tempo que não nos falamos e éramos próximos. - a última parte era uma mentira, Aron nunca foi muito sociável, mas isso não significava que ele e Angel não tivessem uma relação tranquila. - Não esperava te encontrar por aqui. É uma surpresa agradável. - virou o corpo suave e elegantemente na direção do maior, o sorriso ainda presente iluminando o rosto delicado. - Não mudou muito desde a faculdade. E isso é um elogio.

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Iris sempre fora alguém por quem Angélique tivera uma queda - nunca contou isso para a antiga amiga - e eram próximas quando estavam na faculdade, sendo praticamente imbatíveis juntas uma vez que a confiança da morena sempre fora algo incrível. No entanto, depois de se formarem, acabaram perdendo um pouco de contato apenas mandando mensagens ocasionais e padrão para saber se a outra estava viva e nada mais do que isso, talvez tivessem feito errado, mas ao ver da Park elas apenas seguiram suas vidas e caminhos diferentes. Em todo aquele tempo, não pensou que fosse encontrar a mulher novamente, mas ali estavam... naquela mesmo cidade abominável e pelo mesmo motivo, não podia ser só uma coincidência. - Bom quando se trata de homens, eu nunca espero muita coisa. - comentou dando levemente de ombros, um sorrisinho simpático curvando os lábios, resolvendo ignorar o subtexto irônico na frase da antiga colega. - Acredito que você teria feito algo muito melhor do que eu, ele provavelmente estaria chorando agora. Pobre do cachorro por ter um lixo daquele como tutor. - cruzou os braços na frente do peito depois de ajeitar levemente os fios de cabelo para que voltassem a ficar no lugar. Perfeição. Era isso que Angel gostava de mostrar. - Mas quanto tempo, Iris! Nunca conversamos muito, porque estamos ocupadas... tem um tempinho livre agora? Gostaria de comer ou tomar alguma coisa? - indagou, a voz carregada de animação - talvez fosse verdade ou talvez não fosse, mas quem iria diferenciar quando ela exercia seu papel tão bem? - Podemos conversar um pouco e colocar as coisas em dia. O que acha?

estava  voltando  para  casa  após  uma  manhã  igualmente  estressante.  os  dias  em  des  moines  haviam  se  tornado  uma  mescla  de  superficialidade  e  lembranças  perturbadoras.  ela  pensava  em  como  a  vida  havia  mudado  desde  os  dias  na  université  di  l'orangerie,  onde  as  festas  e  os  jogos  de  poder  da  kappa  phi  eram  sua  rotina.  caminhando  pelas  ruas  movimentadas,  iris  avistou  angélique  park,  uma  figura  que  conhecia  bem  do  passado.  observou  a  breve  interação  entre  angélique  e  um  homem  qualquer,  o  rosto  endurecendo  ao  perceber  que  ele  havia  dito  algo  inadequado.  a  mudança  repentina  na  expressão  de  angélique,  de  fúria  para  uma  acolhedora  simpatia,  não  passou  despercebida.  aproximando-se  com  uma  confiança  fria,  iris  permitiu  que  um  sorriso  controlado  surgisse  em  seu  rosto.  seus  olhos,  que  mantinham  uma  serenidade  calculada,  analisavam  cada  movimento  de  angélique.  "  parece  que  o  respeito  é  algo  em  extinção  por  aqui.  "  comentou,  sua  voz  suave,  porém  carregada  de  um  subtexto  de  ironia.  “  é  sempre  um  prazer  encontrar  uma  alma  conhecida  nas  ruas  de  des  moines,  especialmente  quando  essas  almas  sabem  lidar  com  os  homens  que  insistem  em  subestimar-nos.  ”  inclinou  levemente  a  cabeça,  sua  postura  impecável  como  sempre,  a  elegância  transparecendo  até  nos  menores  gestos. 

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Escolha um e elimine o outro

Starter aberto Kappa Phi - 2015

Parada na frente do espelho da fraternidade, Angélique terminava de se ajeitar para poder sair para a aula quando muse acabou tirando sua concentração da maquiagem que estava fazendo. Muitas vezes, a Park acreditava que devia ter um prêmio de paciência, porque controlar sua irritação para manter a imagem de frágil era algo que precisava muito dessa virtude. - Caramba! Acabei de errar o delineado que estava fazendo. Não precisava ter me empurrado, chéri. - virou o rosto, fazendo um biquinho triste para amolecer o coração de muse e fazê-lo se sentir culpade - embora elu fosse mesmo já que não estava olhando por onde andava. - Por que está com tanta pressa?

Starter aberto Des Moines - 2024

Uma pausa nas ligações do dia, era isso que Angélique Park estava precisando, ainda mais depois de passar a manhã toda conversando com políticos burros e tendo que mostrar um sorriso. Cansada, era assim que a mulher estava se sentindo, especialmente com toda aquela dor de cabeça de estarem falando sobre a morte de Victor - que ela nem mesmo ligava, não tinha nada com aquilo e não se importava como ele tinha morrido ou porque, não era alguém que valesse a pena para ela. Perdida em seus pensamentos, não escutou quando um homem lhe xingou por estar demorando para dar um passo para o lado para que ele passasse com seu cachorro. - Pode repetir o que disse? - o tom de voz saiu baixo, os olhos fixando-se no rosto masculino e ficando quase que totalmente negros. Aquilo parece ter assustado o babaca que murmurou algo e apenas apressou o passo para sair dali. - Idiota. Homens sempre pensam que podem falar o que quiserem para as mulheres, não é mesmo? - o tom de voz mudou completamente para amigável quando notou muse passando.