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SEI QUE SOU TUA TERCEIRA PESSOA mas antes de uma pessoa verbal qualquer sou uma linguista tentando findar o enredo vindo das grades de pronomes possessivos das páginas dos livros guardados na estante.
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o sentir não falta, o desejo e o pulsar também não a vontade de realizar o que falta está há um passo de acabar em um convite, só pra sessar toda a ausência do toque, dos beijos e de nós dois.
para onde vamos?
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vê o quarto 431?
todos que ali entraram foram embora do mesmo modo: correndo. sem nem olhar pra trás. sem nem pensar muito. talvez com certo desprezo... num ato tão repentino que largaram seus calçados ao pé da cama velha; uma pena perderem suas solas... estarão eternamente trancadas num quarto imundo qualquer de cidade nenhuma.
a cidade está perigosa, trancados estão todos os quartos: ninguém deve entrar mais no meu coração.
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detesto
que entrem em meu quarto acendam ou apaguem as luzes, pulem na minha cama gelada e baguncem meu lençol branco (que amassem o colchão do meu corpo também)
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um deles amava Forfun o outro espiritismo o mais escroto me fez odiar uma banda você partiu meu coração. e o próximo já foi embora.
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classificados
CONTO HISTÓRIAS. de mim mesma em curtas linhas (ou entrelinhas?) num livro ainda não aberto verdadeiramente por ninguém.
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definições rápidas que não estão no Aurélio.
peito aquecido é sentir o efeito da sua chegada no final de um dia incoerente tendo aquela certeza de que se não fosse pela tua vinda esse dia não haveria sentido algum.
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licença poética.
alô doutor? não posso trabalhar hoje, tenho um tanto de poesia intrínseca à decifrar em poemas de sossego.
sim, não estarei hoje... tenho a tal licença poética.
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tomei meu banho no escuro e ao adentrar no meu quarto a vi sentada anunciando sua volta.
saia. não a convidei. vá embora. não é bem vinda aqui. parta daqui. não invente de me partir outra vez.
violenta, me trancou no quarto de luzes apagadas... não demorou muito para me dar um soco na boca do estômago e lançar-me deitada em um berço de ideias erradas por horas.
penetra, me fez companhia na hora do café sem apetite, tirou todos da mesa de modo grosseiro e ainda teve a coragem de levar todo o tempero que com uma pitada dá gosto de viver a vida.
abusada, me levou ao quintal e acabou com todas as cores das flores do jardim: com o pó do cimento concretou ali o que seria o retorno de um novo pior momento pra minha ridícula história de vida.
não teve alegria de criança ou carinho de idoso que me fizera enfrentar a fera que estava me acompanhando por cada cômodo. os móveis estão podres. o ar está imundo. não consigo respirar. pra que respirar?
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imperativo
gato curioso que guarda poesia de amores antes não vividos, traga-me o cachorro que latiu, pela última vez, mentiras para você.
mie com seu rugido mais feroz e corra rapidamente graças à sua destreza, mastigando o último pedaço desse filha da puta dissimulado, de a carne pobre com sangue fedendo à ilusão.
não engula à seco e não se engasgue outra vez.
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a confusão do passado sempre estará presente no sentimento de que o pretérito já passou mas acompanha-me no agora.
por que prefiro o futuro, amor?
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no calor do nosso parque
à qualquer hora do dia posso descer do escorrega e cair aos teus pés sujos de areia, desafiar a física com nossos sentimentos e transformar essa gangorra em um ponto de equilíbrio e de paz para nós dois,
ir mais de dez minutos no pula pula para ouvir atenta o pulsar e o sentir do teu coração deitada com uma das orelhas no teu peito
e mesmo que não acabe o doce da pipoca, que haja outras carrocinhas de churros ou de algodão doce para sempre mantermos a infância afetuosa do que acreditamos sentir.
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10 tragos de filtro vermelho 300mg de dimenidrinato 5 à seco arctic monkeys tove lo são insuficientes para lidar com o que não deveria ter acontecido no mês de julho há um ano atrás.
parabéns.
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tenho medo de escrever pra você e de algum modo virar a curva da rua que me leva a esquina da sua casa.
temor de passar a tarde grudada nas suas costas fumando meio maço de cigarro barato e dizendo tudo aquilo que eu deveria ter dito anos atrás.
horror às horas que poderia dar carinho e afago aos seus tormentos, os levando para bem longe do pedacinho de paz talvez perdido em você.
pavor ao tanto de histórias e teorias que poderia contar e inventar durante nossas horas livres pós aqueles dias chatos de trabalho alienado.
pânico ao destruir toda dúvida que o utópico deixou nas nossas cabeças diante o desejo de estar ao lado reciprocamente um do outro.
afinal, meu bem, quem hoje tem coragem de viver vida à dois?
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dona adelina e seu jeremias casados há não sei quantos anos viveram a história de amor que muitos criticaram não ser de verdade.
quanta bobagem, não é, meu cheiro? pois é, jeremias, mal sabem o que é o amor da liberdade...
se conheceram na barraquinha de verduras na feira de domingo do mês de julho. ele a comprou a couve flor mais bela de toda feira e ela prometeu convidá-lo para um almoço na semana seguinte.
se não fosse amor como elogiaria aquele feijão insosso e a carne mal passada? foram os melhores da sua vida, velho ingrato...
não tão jovens e já entendidos das coisas da vida, decidiram ser felizes juntos nas tardes tediosas: sem exigir nada além de uma volta na bicicleta velha com direito a beijo gelado no parque mais perigoso da cidade. sem crise de adolescente, criança pedindo colo ou choro de bebê.
hein, mulher? acho que foi o primeiro sorvete de flocos que fez a Lucinha. onde estávamos com a cabeça? todo dia era um fogo na casa diferente...
nasceu berrando a filha única do casal que hoje grita com o casal de netos de dona adelina. seu jeremias nunca acreditou na capacidade de ser pai pensou diversas vezes em ir comprar cigarro e hoje é o melhor avô do mundo com o picolé que dá para suas crianças.
fumando de novo, adelina? se é pra morrer eu me mato logo. quer um trago, é? tome, meu cheiro.
veja bem, dona adelina pode ter conhecido outros amores mas jeremias era quem a acalentava todas as noites a dizendo que ela conseguiria passar por todas a fases difíceis, desde a maternidade até os problemas do patriarcado.
já mandou o velho safado pro inferno hoje? estou parcelando o valor da lápide dele, que homem nojento.
e seu jeremias com seus traumas e vícios superou todos os problemas e comentários que poderiam tê-lo levar a desistir de um amor, ergueu com muito jogo de cintura e malemolência tudo aquilo que a sua família precisava: presença.
vamos deitar, delinha? a couve-flor estava mal cozida hoje. a de amanhã cozinho melhor, meu velho. vá pro lado direito, minhas costas doem.
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peço aos céus um fígado que suporte meu coração
duas garrafas de whisky e toda porcentagem de álcool para poder sobreviver tudo aquilo que traumaticamente vivi.
650ml de cerveja e uns tragos de Carlton pra combinar perfeitamente com o que adoeci graças à esse câncer da emotividade intensa desnecessária.
vinho branco suave em excesso pra todo sentimentalismo platônico que surge em meio segundo ao fitar qualquer idiota de feição agradável na rua.
e no pedido de misericórdia para todos os santos peço que no auge do sofrimento, na beira do alcoolismo, haja bastante corote, caninha da roça, pitu, 51 e muitas cachaças de baixo custo nesse pobre fígado que compense todo os sentimentos baratos que já vivi:
não foram poucos.
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juro que tento: procuro e remexo pesquiso e reviro 3 dicionários por dia.
pergunto aos mais velhos, busco no Google e nunca encontro qualquer definição próxima do que é esse sentir.
incomparável indestrutível incontrolável. imenso amor. b.
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