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Antigos Hábitos

É apenas mais um dia, assim como foram tantos outros dias.

Na ânsia de imprimir na pele mais um desenho eternizado no mesmo lugar, no mesmo local. Ponho-me a sentir fome, fato que ocorre com deveras constância em meu cotidiano, fome de vida. Cotidiano que se encontra memorável a partir do momento em que visito lugares do passado.

Antigos empregos, antigos restaurantes, antigas lojas, antigas ruas, antigos hábitos.

Gosto disso. Penso que se não gostasse de tamanhas recordações, só me restaria concordar que gosto ao menos de sofrer com elas, longos anos depois de vividas.

(originalmente escrito em 7 de junho de 2014)*

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Cor Incolor

Poucas datas e fatos ficam gravados na memória, principalmente pela vida agitada que a vida nos faz levar nos tempos de hoje. Mas tá aí, os dias passam, sua pele envelhece, novas situações, velhas situações. Sensação de tudo estar um caos.          Tá tudo uma bagunça. Quando você tenta fugir, escorrega no perfume da sua nova vida. A vida nova que não sabe viver. A vida nova que não foi convidado. A vida nova que, francamente, eu não quero fazer parte. E sei que o clichê te persegue, mas numa boa, eu não sei se a falta realmente faz falta ou se é puro fruto do próprio egocentrismo humano. Ah quer saber? Você faz falta. Retiro tudo que disse acima em meia dúzia de palavras impulsivas. Aliás, esse deve ser um belo defeito meu. As pessoas que vem e vâo nunca vão ser tão engraçadas como você foi, naquela época. As pessoas que vem e vão nunca vão me apoiar como você me apoiou, naquela época. As pessoas… Eu já desisti delas faz tempo, assim como desisti de você.          Um ego ferido, alguns conhecimentos chulos adquiridos, muita incerteza contida e saudades de uma infância perdida.          Parabéns. Eu tenho milhões de perguntas pra fazer, mas vou morrer abraçado com cada uma delas.

(originalmente escrito em 19 de dezembro de 2012)* tsc

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Tempo

Todo dia, um ano novo. Todo ano, uma nova sorte. Todo tempo, uma conquista. Toda hora, um início pro que se acredita.

É cantando que a gente espanta o silêncio. É chorando que a gente limpa a alma. É curando que a gente espanta a morte. É fugindo que a gente impõe a calma.

(originalmente escrito em 3 de dezembro de 2012)*

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Agora

Isso não é um teste. E nem há de ser mantra ou prece. Deus não brinca com as pessoas. As pessoas é quem brincam com as pessoas. Se algo é tão bizarro que é preciso esquecer, tente por si mesmo fazê-lo a partir do agora. Então ao invés de odiar, sentir nojo, desejar a morte, ou perguntar o porquê. Lembre-se que o clichê da vida te avisou que a vida é feita de escolhas que traçam nossa história. São como portas que usando as chaves certas nos levam a caminhos sem volta.    

E eu já nem lembro quantas vezes perdi as chaves de casa…

(originalmente escrito em 22 de novembro de 2012)*

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Velhas Amizades

Pensar e mexer nas feridas é uma das coisas mais dolorosas da vida, por isso muitas pessoas fogem dessa tarefa. No entanto, só aqueles que enfrentam seus fantasmas conseguem se libertar deles.

     Por isso, me questiono sobre velhas amizades. Canso até de lembrar.      Aquelas que você deixou ali de lado, de molho, por não saber como lidar mediante aos fatos da vida. Ou pior ainda, aquelas em que você foi deixado de molho, você quem perdeu injustamente.      Simples fatos do cotidiano.        Sentir falta de uma coisa dessas é talvez querer sentir falta de sofrer, uma vez que você se entrega por quem não se entrega por você. Uma vez que você daria seu ombro pra outra pessoa chorar mas será que por você ela choraria, ou só gostaria de receber sem ao menos dar?      Que via de mão dupla cruel eu poderia chamar de vida.      E que isso fique bem claro.

(originalmente escrito em 12 de julho de 2012)*

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Chances

Hoje acordei compreendendo que certos fatos são meras oportunidades criadas somente por si mesmo ou pelo tal destino. Coincidência é você querer driblar tal destino achando que satisfazer velhas oportunidades vão te deixar mais feliz ou apenas satisfeito.

     Apenas mais uma chance de sentir.      Apenas mais uma chance de tentar.      Apenas mais uma chance de poder.      Apenas mais uma chance pra magoar.      Apenas mais uma chance pra me iludir.      Apenas mais uma chance pra sonhar.      Chega.      Só mais uma chance não é o suficiente.

     Eu quero muitas outras chances.

(originalmente escrito em 5 de julho de 2012)*

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Bobagem

Tento sempre deixar minhas melhores virtudes de lembrança. Vou deixando minha atenção, vou deixando meu afeto, vou me deixando pra você. Quando vejo não deixei nada. Mas teu cheiro se deixou ficar, impregnado em meu casaco.

Bobagem. Afirmação sua pra tudo que eu digo. Vou começando a acreditar que realmente é bobagem. Tudo que eu falo é bobagem. Essa vida é uma bobagem. Esperar mais seriedade de você seria também, uma grande bobagem.

E quando menos se espera vem cheiro, vem pensamento, vem bobagem. Porque raios infestar minhas roupas?

     Me deito.

     Viro pro lado torcendo pra pegar no sono.

     Mais uma bobagem da minha parte.

     Ou lavo bem essa roupa ou durmo na saudade.

(originalmente escrito em 24 de maio de 2012)*

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Cedendo Verdades

É. Sou chato. É. Insisto em falar sobre isso. É. Ser chato é chato.

Mas quando se trata de ter razão, sabe o quão chato é ter que ceder a verdade que é sua por direito?

Vou envelhecendo e ficando cada vez mais chato. E você parece não querer admitir nunca os erros que comete. Orgulho não te leva a nada, já dizia a canção que toca nesse teu velho rádio.          Velho igual a mim.      Isso é o que torna tudo mais chato, ainda.

(originalmente escrito em 21 de maio de 2012)*

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Orgulho

Admita que pelo menos uma vez sentiu falta. Admita que pelo menos uma vez teve ousadia de se arrepender. Admita que pelo menos uma vez achou que os laços criados com o tempo mostravam que feliz foi quem você era e não quem você viria a ser.

         Admita orgulho ou engula tais resquícios.          Orgulho é fonte de fraquezas, fraquezas são fonte de vícios.          Orgulho nem sempre é prepotência quando usado apenas pra se valorizar.          Mas por favor, antes de agir admita que tens medo de errar!

(originalmente escrito em 14 de maio de 2012)*

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Esquecer

Vim aqui pra dizer as coisas mais previsíveis que era possível. De tão previsível, você já previa isso. Não sei como elaborar, criar, raciocinar. Juro que me esforço mas improvisar é arte pra quem aprendeu a sonhar, e de sonho se vive quem tem peito pra amar.

         Mas esse não sou eu.

         Por mais que eu tente falsear as palavras, ditas na busca de me acalmar.

         Queria improvisar e não remediar.

         Queria apenas um dia ser imprevisível a ponto de esquecer.

(originalmente escrito em 3 de maio de 2012)*

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Sem Pressa

Dia atípico, chá gelado e coisas para serem ditas. Coisas que como sempre você deixou pra cima da hora. Frases soltas que como toda ação geram reação.

Nada vai ser dito hoje, então volte pro seu chá. Pegue tuas palavras e as guarde. Outra hora há de desabafar.

      Mas isso não é bom? Senta lá. Mais dia, menos dia.

      O que é perder tempo quando você sempre gostou de agir sem pressa? (originalmente escrito em 19 de abril de 2012)*