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Lagrya
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23 Anos, Cancêr, Ele.Escrevo uns imagine pra baitola, igual eu. S/N sempre vai ser bottom vey, só aceitem. Não sei se alguém vai ler essas merdas aí, mas eu aceito pedidos também...Bjss
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lagrya · 6 days ago
Note
Comecei a seguir vc aqui tbm cachinhos ❤️❤️
ASS: Soraki❤️
obg xuxu ahhahahaha, te adorooo
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lagrya · 7 days ago
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Imagine Kai
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O som da batida ecoava alto pela sala de ensaios, reverberando nas paredes espelhadas. No centro, os cinco integrantes do Climyth seguiam concentrados — ou ao menos tentavam.
— Droga! — reclamou S/N, tropeçando no próprio pé, quase caindo. — De novo!
— Você parece ter duas pernas esquerdas, garoto — Leo zombou, cruzando os braços, rindo. — Kai hyung, tem certeza que ele não precisa de uma aula particular?
Kai respirou fundo, tentando manter a postura profissional, embora a visão de S/N meio torto, tentando se equilibrar, com aquela camiseta larga subindo e deixando à mostra pedaços de pele macia, estivesse mexendo com cada parte do seu corpo de um jeito que ele preferia ignorar.
— Ele só precisa soltar mais o quadril — respondeu, caminhando até S/N. — Vem cá, deixa eu mostrar. — Colocou as mãos na cintura dele, apertando de leve, guiando o movimento. — Não é força, é jeito. Assim.
Os dedos deslizaram pela linha da cintura, pressionando de leve o quadril, ajustando a posição. A palma de sua mão encontrava uma pele quente, absurdamente lisa, e o cheiro de S/N, uma mistura de shampoo, suor doce e aquele aroma natural da pele, fez seu corpo inteiro reagir.
Inferno... concentra, Kai. Foco no trabalho.
— Aí vamos nós de novo — resmungou Riku, recostado na parede, observando a cena com uma sobrancelha arqueada. — Engraçado... ele só tem que ajustar o S/N. Com a gente nunca precisa.
Hajoon segurou o riso, apoiando-se no espelho.
— É verdade... S/N é tipo... defeituoso? Ou tem alguma configuração secreta que só Kai hyung consegue destravar?
Minho, sempre mais fofo, fingiu pensar.
— Talvez seja tipo um bônus de estágio. “Ajuste manual incluso”.
Leo gargalhou, alto, escandaloso.
— Ou talvez ele esteja só aproveitando pra pegar nessa cinturinha safada, né? Quem pode culpá-lo? Eu também pegaria, fácil.
— Vão todos pro inferno! — S/N disparou, empurrando os amigos, vermelho até a raiz dos cabelos. — Eu não sou defeituoso, seus idiotas!
Kai, por sua vez, manteve a mão onde estava, apertando um pouco mais do que o necessário. Deixou escapar uma risada, disfarçando.
— Menos, pessoal. É só correção técnica.
É isso... finge que não te afeta. Finge que não dá vontade de jogar ele nessa parede e mostrar que o problema não é a dança, é esse corpo delicioso que ele tem...
— Correção técnica, claro — Riku zombou. — Nesse caso, acho que S/N precisa de mais umas cinquenta correções por ensaio.
— Dá pra vocês morrerem? — S/N retrucou, cruzando os braços, bufando. — Vão se danar.
Hajoon sorriu, inocente — ou fingindo ser.
— Mas é verdade, hyung. É sempre a mesma coisa. S/N erra, Kai aparece, segura pela cintura, ajeita daqui, puxa dali... Se eu não soubesse que você é profissional, ia achar que está querendo outra coisa.
— Isso! — Leo estalou os dedos. — Outra coisa bem mais interessante, tipo... — E fez um gesto com a mão, movendo o quadril pra frente num movimento sugestivo. — Se é que vocês me entendem.
— Leo, seu desgraçado! — S/N arremessou a garrafa de água nele, que desviou rindo. — Vai se foder!
Kai segurou o riso, mordendo o lábio inferior, voltando a endireitar S/N, passando a mão dos quadris até a lombar. Cada centímetro de pele que tocava parecia mais quente, mais macio, mais perfeito. A camisa subia um pouco mais, revelando uma curva tentadora da cintura, uma linha sutil que desaparecia dentro da calça de moletom.
Droga... que pele linda... macia demais. Será que ele é assim inteiro? Será que é assim por dentro também...?
— Concentração — disse, limpando a garganta, tentando soar firme, embora sua voz saísse um pouco rouca. — Solta mais. Assim.
Apertou o quadril, guiando o movimento, fazendo S/N balançar os quadris para um lado, depois pro outro, de forma mais solta.
— Viu? Isso. Continua.
S/N segurou o próprio rosto com as mãos, escondendo metade dele.
— Eu vou matar vocês, juro... — murmurou, sem saber onde enfiar a cara. — Ficam inventando coisa.
— Ninguém tá inventando nada — Riku cantarolou. — A química tá mais na cara que a nossa falta de fôlego aqui.
— Chega, vamos continuar — Kai cortou, mais pra se proteger do que pra encerrar a conversa. — Desde o começo.
Os meninos se alinharam de novo. A música subiu, e os corpos começaram a se mover. S/N tentava se concentrar, mas a lembrança do toque firme na cintura, dos dedos quentes na pele, fazia seu coração bater tão rápido que parecia estar dançando só dentro do peito.
E Kai... bom, Kai seguia fingindo ser o profissional exemplar. Corrigia Riku aqui, ajeitava Minho ali, mas era inevitável — seus olhos sempre voltavam pro mesmo lugar. Pro mesmo corpo. Pro mesmo sorriso.
— Quadril... — chamou. — Mais solto, S/N.
— Eu juro... — bufou, corando. — Eu vou jogar você pela janela, Kai hyung.
— Promessas, promessas... — Leo comentou, rindo. — Mas quem sabe quem vai te jogar em algum lugar é ele.
— Leo! — S/N disparou, jogando a toalha nele. — Cala essa boca imunda!
Riku gargalhou alto.
— É sério, hyung, só vocês não perceberam ainda. Ou estão fingindo muito bem.
Kai respirou fundo, limpou o suor da testa, e fingiu que não ouviu. Porque se ele desse trela, ia acabar largando tudo, trancando aquela sala e fazendo exatamente o que seu corpo implorava há semanas.
Puxar aquele garoto lindo pela nuca, prensá-lo contra o espelho, ouvir sua voz falhando de tanto gemer, ver aquelas pernas trêmulas segurando-se nele enquanto marcava cada pedaço daquela pele perfeita...
Mas, por ora, era só dança.
Por ora.
O som da porta se abrindo ecoou pelo dormitório. Kai entrou arrastando os pés, camiseta encharcada de suor, boné jogado pra trás, cabelo grudando na testa.
Cansado. Exausto. Frustrado.
E, claro, completamente excitado.
Maldito S/N... aquele corpinho... aquela pele macia, aquela boca rindo, aqueles olhinhos brilhando...
— Olha só quem chegou — Baekhyun foi o primeiro a perceber, jogado no sofá com um pote de pipoca. — E com cara de quem... — Fez uma pausa, avaliando Kai de cima a baixo, mordendo os lábios num sorriso sacana. — ...ou tá prestes a matar alguém ou a meter em alguém.
— Eita... — Chanyeol apareceu da cozinha, rindo. — Pela cara, aposto na segunda opção.
Kai jogou a mochila num canto e caiu no sofá, cobrindo o rosto com as mãos.
— Calem a boca...
— Hummm... — Sehun se jogou do outro lado, rindo. — Deixa eu adivinhar. Adivinhação fácil. Treino com os meninos do Climyth hoje, né?
— Aham — confirmou Baekhyun, metendo a mão na pipoca. — E... aposto vinte mil won que isso tem nome e sobrenome: S/N.
Kai apertou mais o rosto, quase esmagando.
— Vocês são insuportáveis.
— E você é burro — Chanyeol disparou, jogando uma almofada nele. — Pelo amor de Deus, Kai... tá na cara! Na cara! Você olha pra aquele garoto como quem quer rasgar a roupa dele no meio do estúdio.
— Cala a boca, idiota. — Kai respondeu, sem nem tirar as mãos do rosto. — Ele não me vê assim... nunca me veria assim.
Baekhyun gargalhou.
— Ah, claro. Porque ele é cego, surdo e vive em outra dimensão.
Sehun cruzou os braços, sorrindo.
— Eu vou ser sincero... você tem uma paciência que eu não sei de onde tira. Porque se fosse eu, aquele moleque já tinha saído do estúdio sem andar.
— Fácil — Chanyeol confirmou, dando risada. — Encostou, gemeu, tremeu... puxava pela cintura, prensava na parede do espelho e pronto. Resolvemos o problema da dança, da tensão e do estresse.
Baekhyun levantou a mão.
— Apoio! Inclusive, deixo registrado aqui que quando eu dava suporte pro grupo Novyx, rolou sim uns... encontros extracurriculares. — Deu aquela risada debochada, olhando pras unhas como quem não quer nada. — E olha... trainee novo é uma coisa... deliciosa. Tão... molinho.
— Macio — Sehun completou. — E impressionável. Você faz um elogio e eles já tão querendo pagar com o corpo.
— Vocês são nojentos — Kai respondeu, finalmente abaixando as mãos, mas com o rosto absurdamente vermelho, segurando o próprio joelho como se aquilo fosse impedir o pau dele de latejar tanto.
— E você é hipócrita — Baekhyun rebateu, rindo. — Porque a gente sabe que a única coisa que te impede de fazer exatamente o que quer... é essa sua mania irritante de achar que ele não te quer.
Kai respirou fundo, passando a mão pelos cabelos, jogando-os pra trás.
— Ele não me quer. Ele me vê como um hyung, um mentor... talvez até um irmão mais velho.
Chanyeol se levantou, foi até a cozinha, pegou uma cerveja e jogou pra ele.
— Toma isso e para de falar merda.
— Eu to falando sério — Kai segurou a lata, mas nem abriu. — Ele é... diferente. Ele não vê malícia em nada. É só... carinho. É só o jeito dele.
Baekhyun gargalhou tão alto que quase engasgou na pipoca.
— “É só carinho”, diz o desgraçado que passou meia hora hoje segurando aquele quadril perfeito, apertando aquela cinturinha, guiando aquele rebolado com uma mão que eu aposto que tremia inteira.
— Eu não tremia! — Kai respondeu, indignado.
— Tremia sim — Sehun jogou, rindo. — Dá pra ver no vídeo.
— Que vídeo?! — Kai arregalou os olhos.
Baekhyun levantou o celular, mostrando a tela.
— Câmera de segurança da sala de ensaio, meu amor. Você acha que não monitoramos nossos colegas de empresa?
— Vocês são doentes.
— E você é um punheteiro frustrado — Chanyeol completou. — Aposto que vai pro banho agora, se tranca lá e fica pensando nele com aquela cara de bobo, de boca aberta, suando, gemendo seu nome...
Kai apertou os olhos, levando a mão ao rosto de novo.
— Pelo amor de Deus, para.
Sehun apoiou o queixo na mão, olhando pra ele com aquele sorriso malicioso.
— Só fala uma coisa, Kai... Você já imaginou? Já parou pra pensar... nele, de joelhos, olhando pra você com aqueles olhinhos pidões? A boquinha aberta, língua pra fora, esperando só você botar o pau na boca dele?
— Chega! — Kai praticamente gritou, jogando a almofada em Sehun, que desviou rindo. — Vocês são insuportáveis!
Baekhyun se jogou no sofá, segurando a barriga de tanto rir.
— E você... é um idiota apaixonado.
Kai respirou fundo, deixando a cabeça pender pra trás, olhando pro teto.
Ele não me vê assim... nunca. E, se visse, jamais seria do jeito que eu quero...
O problema é que Kai queria. Queria muito mais do que devia. Queria aquele corpo tremendo debaixo do seu. Queria ouvir aquela voz falhando, gemendo seu nome. Queria sentir aquelas pernas se apertando nele, aquele rostinho fofo se contorcendo de prazer.
Mas não. Por enquanto, só restava ele, sua mão e a memória de cada toque, cada sorriso, cada rebolado desajeitado...
— Hyung... posso ficar aqui um pouquinho? — S/N perguntou, olhando pra Kai com aqueles olhos grandes, pidões, mordendo de leve o lábio inferior.
— C-claro — Kai respondeu, quase engasgando na própria saliva, sentindo o coração disparar mais uma vez.
O garoto, sem cerimônia, se ajeitou no sofá da sala de ensaio, deitando-se com a cabeça no colo dele, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.
De novo, de novo, de novo... Por que você faz isso comigo...?
O peso leve da cabeça de S/N pressionava exatamente onde não devia — bem ali, na coxa, quase roçando na virilha. Kai respirou fundo, tentando desesperadamente pensar em qualquer coisa: contas a pagar, a agenda da semana, o pagamento do seguro do carro... Qualquer coisa que não envolvesse um pau ficando duro debaixo do trainee que você gosta, Kai!
— Hyung, faz carinho? — pediu, se encolhendo todo, abraçando as pernas de Kai, manhoso, como se ele fosse um filhote de gato carente.
Eu te faço carinho, te faço gemer, te faço gozar, te faço de tudo, amor...
— Claro... — respondeu, passando a mão devagar pelos cabelos dele, engolindo em seco.
Mas S/N não parava. Não era só aquilo. Era a forma como dançava perto, como ria e segurava nas mãos dele quando se desequilibrava. Como, às vezes, no meio de uma brincadeira, subia nas costas dele ou se jogava no colo como se Kai fosse uma poltrona feita só pra ele.
E tinha aquele dia. Aquele dia maldito.
Estavam os dois, sozinhos, depois do horário, S/N pediu ajuda extra pra aperfeiçoar um passo de coreografia. E no meio dos movimentos, desequilibrou, caiu... e o rosto dele roçou exatamente, exatamente, no pau de Kai.
— Ai! — S/N riu, inocente, levantando rápido. — Nossa, bati a cara na sua... cintura.
— É... é... isso mesmo... cintura... — Kai respondeu, branco, pálido, suando frio, o pau latejando tão duro que parecia que ia rasgar a calça.
Aquilo não é cintura, amor... é um problema muito maior.
A cada ensaio, a sanidade de Kai escorria pelo ralo. E, pior: S/N, com toda sua pureza estúpida, fazia questão de cutucar exatamente onde não devia.
— Hyung, posso te abraçar?
— Hyung, me dá colo.
— Hyung, dança comigo? Me guia.
— Hyung, me ajuda de novo, por favor? Só você me faz entender.
Me faz entender... Pois se eu te faço entender do jeito que eu quero, você não anda amanhã, garoto.
E assim seguiam os dias, Kai indo pro inferno e voltando. Ou melhor... não voltando. Porque, no fim do dia, quando ele chegava no dormitório...
— Ahn... aah... mais... mais... S/N... — gemia alto, sem vergonha nenhuma, socando a mão no pau, deitado na própria cama, as pernas abertas, os quadris subindo no ritmo desesperado das fantasias.
— De novo, não... — Sehun resmungava, puxando o travesseiro pra cobrir a cabeça. — Cara, não dá mais... Ele vai arrancar o próprio pau fora qualquer dia desses.
— Eu vou arrancar é os meus ouvidos! — reclamou Chanyeol, jogando o controle do videogame no chão. — Alguém interna esse desgraçado.
Baekhyun ria, filmando escondido.
— Não vou mentir... é impressionante a resistência desse homem. Ele tá desde que chegou, olha o horário! Já foram três... não, quatro gozadas.
— E o pior — Sehun completou, — é que é sempre a mesma coisa. Só dá S/N, S/N, S/N... Tá parecendo mantra.
Kai não ligava. Não ouvia, não via, não existia mais nada. Só ele, sua mão, e a imagem daquele garoto, sorrindo, manhoso, com aquele jeitinho pidão, a boca entreaberta, as mãos segurando na camiseta dele, como fazia sempre que queria alguma coisa.
��� Ahn... mais... S/N... você é meu... meu... meu, caralho! — gemeu alto, arqueando as costas, gozando de novo, respingos subindo até o peito, sujando tudo.
Chanyeol se levantou, passou a mão no rosto, indignado.
— Chega. Chega! Isso acabou. Eu me recuso.
Baekhyun cruzou os braços.
— Concordo. Isso aqui tá insustentável.
— E a solução, gênios? — Sehun perguntou, bocejando. — Porque esse aí não tem mais salvação.
Chanyeol sorriu, malicioso.
— Simples. A gente resolve na raiz.
— Ahn? — Kai piscou, ofegante, limpando o peito com uma toalha.
Baekhyun entendeu na hora.
— Aaaaaah... você quer dizer...
— Isso mesmo — Chanyeol confirmou, pegando o celular. — Vamos ter uma conversinha séria com os membros do Climyth.
Sehun se sentou, animado.
— Gênio. Absolutamente genial.
— Se esse garoto é tão burro que não percebe que o Kai quer ele, a gente vai fazer ele perceber. Nem que seja enfiando a verdade na cara dele.
— Ou em outro lugar — Baekhyun completou, rindo. — Dependendo de como a conversa andar.
Kai arregalou os olhos, sentando na cama.
— Vocês não vão fazer isso... não vão...
— Vamos sim — Chanyeol respondeu, discando no celular. — E sabe por quê? Porque ninguém aguenta mais suas punhetas barulhentas, Kai. E, mais que isso... você merece ser feliz, seu idiota.
— Merece um namorado gostoso — Baekhyun acrescentou, sorrindo. — Que te chame de hyung, que sente no seu colo... que te chupe todinho sempre que pedir ajuda.
Sehun gargalhou.
— E, honestamente, eu quero ver esse moleque manhoso tremendo na cama, gemendo pro Kai. Só por diversão.
Kai colocou as mãos no rosto, completamente desesperado.
— Isso vai dar muito errado...
Mas, lá no fundo... uma parte dele queria muito que desse certo.
Porque não era só sobre querer foder S/N. Era sobre querer aquele garoto inteiro. Pra si. Só pra si.
E, dessa vez, seus amigos estavam dispostos a garantir que isso acontecesse.
Nem que precisassem destruir toda a inocência de S/N no processo.
— Então... alguém pode me explicar de novo por que estamos todos reunidos aqui? — Leo perguntou, cruzando os braços, encarando a mesa lotada no refeitório da empresa.
— Porque é caso de vida ou morte — respondeu Baekhyun, muito sério, batendo na mesa. — O Kai vai morrer.
— Sozinho. Seco. — completou Chanyeol, segurando o riso.
— E punheteiro — Sehun arrematou, fazendo todos rirem, menos Kai, que só abaixou a cabeça, envergonhado, escondendo metade do rosto nas mãos.
— Gente... pelo amor de Deus... — resmungou ele, respirando fundo, parecendo querer cavar um buraco e se enfiar dentro.
Do outro lado da mesa, sentados estavam os quatro membros do Climyth: Leo, Riku, Hajoon e Minho, todos com cara de quem não sabia se levava aquilo a sério ou se gargalhava até não poder mais.
— Ok, vamos lá — começou Suho, assumindo a postura de líder responsável, mesmo segurando o riso. — Estamos aqui porque... — olhou diretamente para os garotos do Climyth. — É evidente para qualquer pessoa com olhos que o Kai está completamente apaixonado pelo S/N.
— Completamente mesmo — completou Baekhyun. — O que inclui tesão, loucura e uma vontade absurda de sequestrar esse garoto pra nunca mais devolver.
— Sim, sim, isso todo mundo já percebeu — Minho balançou a cabeça, dando risada. — Na verdade, só o S/N que não percebeu.
— Pois é exatamente esse o problema — Sehun disse, cruzando os braços. — Ele é cego. Cego, surdo e burro emocional.
Leo soltou uma gargalhada.
— Confirmo. Assino embaixo. Ele realmente não percebe absolutamente nada.
— E é por isso — Chanyeol interveio, se inclinando pra frente, os olhos brilhando como se estivesse tramando um golpe — que estamos aqui para bolar um plano.
— E o plano número um é simples — Suho retomou. — Um encontro.
— Um... encontro? — Riku arqueou a sobrancelha, olhando para os outros.
— Isso. Um date. Só os dois. — Baekhyun sorriu, diabólico. — O Kai tem que convidar S/N pra sair. Passeio. Comida. Algo fofo. Romântico.
— Bem romântico — Chanyeol enfatizou, batendo de leve a mão na mesa. — O mais romântico possível.
Os meninos do Climyth se entreolharam... e caíram na gargalhada.
— Boa sorte com isso — Hajoon falou, segurando o estômago de tanto rir. — Vocês sabem que S/N... num lugar cheio de coisas pra fazer, comida pra experimentar, brinquedos, música, cores... ele simplesmente... vira uma criança, não sabem?
— Uma criança com overdose de açúcar — Minho completou, rindo. — E com um radar absurdo pra qualquer coisa brilhante ou divertida.
— Eu juro que já vi ele esquecer que estava comendo só porque viu um cachorro passando — Leo contou, balançando a cabeça, divertido. — E, do nada, ele largou tudo e foi correr atrás do cachorro.
— Não estou surpreso — Sehun rolou os olhos. — Isso tem muito a cara dele.
— A questão é... — Riku respirou fundo, tentando se acalmar — se Kai realmente quer sair com ele... vai precisar de um nível de paciência que eu nem sei se existe no planeta Terra.
— E muita energia — Minho assentiu. — Porque esse garoto não anda. Ele corre, pula, gira, se pendura...
— Parece um esquilo hipercafeinado — Hajoon completou, arrancando risadas de todos.
Kai, que até então estava encolhido, completamente envergonhado, levantou o rosto, ajeitou o boné na cabeça e respirou fundo, reunindo toda sua dignidade.
— Eu aguento. — falou, decidido. — Não me importa se ele se comporta como uma criança. Eu... eu só quero estar com ele.
Baekhyun deu um tapinha teatral no peito.
— Isso foi... lindo.
— Poético até — Sehun concordou, segurando o riso.
— Então está decidido — Suho sorriu. — Kai convida S/N pra sair.
— E, pelo amor de Deus — Chanyeol apontou — seja o mais romântico possível. Flores, elogios, mãozinha dada, essas coisas.
— Mãozinha dada? — Kai arregalou os olhos. — Vocês querem me matar.
— É justamente o contrário, querido — Baekhyun respondeu, sorrindo. — Queremos te salvar.
— E te dar um namorado. — completou Sehun, debochado.
Leo cruzou os braços, olhando diretamente para Kai. — Mas prepare-se, hyung. Porque, sinceramente... sair com o S/N é o mesmo que levar uma criança de cinco anos pra Disney. Se tiver uma loja de pelúcias no caminho... — abriu um sorriso malicioso. — Bem, boa sorte tentando ser romântico enquanto ele abraça um Pikachu de dois metros e sai correndo pra tirar foto com um foodtruck fofo.
Riku riu.
— E cuidado... se ele vir um patinete elétrico, você perde ele na mesma hora.
Minho confirmou, balançando a cabeça.
— Ou se encontrar um lugar que vende algodão-doce colorido.
Hajoon se inclinou, sério, segurando o riso.
— Isso tudo pra dizer que, se o plano é fazer esse encontro ser romântico... Kai vai ter que ser mais encantador que todos os brinquedos, comidas, e luzinhas que aparecerem pela frente.
— Eu consigo — respondeu, firme, apertando os próprios punhos. — Por ele, eu faço qualquer coisa.
— Awnnnn — os quatro do Climyth disseram juntos, segurando risadas e se abraçando teatralmente.
— Ok, então — Suho se levantou, olhando para todos. — Primeira etapa: o encontro. Segunda etapa... bem, vamos falar disso depois que a primeira funcionar.
— Isso se não for necessário pular direto pra terceira etapa: jogar o S/N dentro de um quarto com o Kai e trancar a porta — Baekhyun comentou, dando de ombros.
— Eu apoio — Chanyeol levantou a mão, sorrindo.
Sehun riu.
— Eu também.
Os quatro do Climyth trocaram olhares cúmplices e sorriram.
— Talvez vocês não estejam tão errados assim — comentou Leo, piscando.
Kai fechou os olhos, respirou fundo, e pensou... Que Deus me ajude. Ou não. Porque, sinceramente... se for pra ter ele... eu nem quero ajuda.
— S/N... — Kai ajeitou o boné na cabeça, pigarreou e respirou fundo, encarando o garoto que estava sentado no chão do estúdio, de pernas cruzadas, mastigando um pacote de biscoitos como se fosse a coisa mais importante do universo. — Você... é...
— Hum? — S/N olhou pra ele, piscando, com farelo de biscoito nos lábios. — Que foi, hyung?
O sorriso torto de Kai escapou antes que ele pudesse impedir. Era sempre assim. O garoto parecia que tinha sido feito sob medida pra deixar ele desarmado, mole, completamente rendido.
— Eu... tava pensando... — pigarreou de novo, passando a mão na nuca. — Já que vocês estão com uma folga no fim de semana... e... bom... — Fala, desgraça! — Que tal a gente sair? Você... eu... fazer alguma coisa divertida, sabe? Comer, passear...
S/N arregalou os olhos e pulou do chão como se tivesse levado um choque.
— SÉRIO?!
Kai piscou, meio atordoado com a reação imediata e escandalosamente fofa.
— É... sério.
— EU QUERO! — E, antes que Kai pudesse reagir, S/N pulou nele, abraçando o pescoço do mais velho, que quase caiu pra trás de tanto susto. — Ai, hyung, isso vai ser incrível! A gente pode comer um monte de coisa, ir no parque, na feirinha, na loja de pelúcias, no arcade...
— Calma, calma, calma — Kai segurou a cintura dele, rindo, tentando equilibrar os dois. — Uma coisa de cada vez, por favor...
— Tá, tá, tá, tá! — S/N pulava no lugar, segurando as mãos de Kai, apertando, todo elétrico. — Ai, que legal! Eu vou escolher uma roupa bem bonita!
Ferrou. Kai quase gemeu mentalmente. Se ele aparecer bonito, eu não respondo por mim.
— Te pego na frente do dormitório às dez? — perguntou, tentando soar casual, como se o coração não estivesse batendo mais forte do que em qualquer stage da carreira.
— DEZ! Perfeito! — S/N sorriu tão largo que Kai achou que fosse explodir em purpurina. — Hyung, vai ser incrível!
— Vai sim... — ele respondeu, quase num sussurro, olhando praquele sorriso como quem olha pra própria perdição.
O problema, descobriu Kai, é que convidar foi mesmo a parte fácil.
Quando ele chegou na porta do dormitório do Climyth, exatamente às dez em ponto, quase teve um colapso.
S/N abriu a porta correndo, quase tropeçando, e apareceu...
— Meu Deus.
Camisa larga de um tecido azul meio fofo, uma calça cargo cheia de bolsos, e tênis branquíssimos. O cabelo bagunçadinho, uma argolinha pequena na orelha, uma pulseirinha colorida no pulso e uma mochilinha nas costas, Kai nem conseguiu identificar porque estava ocupado demais lutando contra a própria sanidade.
E aquele sorriso. Aquele sorriso largo, radiante, que fazia os olhos se fecharem em meia lua.
— Hyung!!! — S/N abriu os braços, pulando nele sem a menor cerimônia, como se não tivesse noção do que isso fazia com o pobre Kai. — Vamos, vamos, vamos!
Kai segurou ele pela cintura, automaticamente, rindo, mas era um riso nervoso, desgraçado, porque o cheiro dele invadiu tudo — doce, fresco, absurdo.
— Você... tá... — Lindo. Perfeito. Uma tentação. Um convite pro inferno. — Muito fofo — foi tudo que conseguiu dizer, sorrindo.
S/N riu, ajeitando a mochila.
— Ai, hyung, você também tá bonito! Vamos?
Ele segurou na mão de Kai, como se fosse a coisa mais natural do mundo, e puxou.
— Vamos, vamos, anda, eu quero comer morango com chocolate, depois ir no fliperama e... e... e... — já estava planejando cinquenta coisas antes mesmo de saírem da porta.
Kai apertou mais forte a mão de S/N na sua, respirando fundo. Ok, controle. Controle. Você consegue. Você ama ele. Foca nisso.
— Calma, bebê, temos o dia todo — escapou sem querer, e Kai só percebeu depois.
S/N piscou, meio vermelho.
— B-bebê?
Kai fingiu que não percebeu, apenas deu aquele sorriso mole, absolutamente rendido, e apertou mais a mão dele.
— Uhum.
Primeira parada: a feirinha.
— Hyung, olha, morango coberto de chocolate! — E lá ia S/N, praticamente arrastando Kai até a barraca.
— Dois, por favor — Kai pediu, já sacando a carteira, enquanto olhava S/N praticamente se derretendo só de ver os morangos no palito.
Ele pegou um e estendeu pro mais novo.
— Aqui, abre a boca.
— O quê?! — S/N ficou vermelho na mesma hora. — Eu... eu posso pegar, hyung...
— Não, abre a boca — Kai sorriu, aquele sorriso safado e fofo ao mesmo tempo, e levantou o palito. — Vai, faz ah...
S/N escondeu metade do rosto nas mãos, rindo, envergonhado, mas obedeceu, abrindo a boca e mordendo o morango.
Kai olhou, encantado, fascinado. Aquela boquinha vermelha, molhada... ele jurava que era uma visão feita pra torturá-lo.
— Tá sujinho... — ele comentou, passando o polegar no cantinho da boca de S/N, limpando o chocolate — e, sem pensar, levou o próprio dedo na boca, chupando devagar.
S/N arregalou os olhos.
— H-hyung...
— Hm? — Kai fingiu não perceber, sorrindo largamente. — Tá uma delícia, né?
O garoto só conseguiu acenar, todo vermelho, mastigando o resto do morango sem olhar diretamente pra ele.
Kai riu, mais bobo do que nunca, e passou o braço pelos ombros dele.
— Anda, bebê, ainda temos muito o que ver.
— V-você tá me chamando de bebê... de novo... — resmungou, segurando a risada, escondendo o rosto na manga da própria blusa.
— E vou continuar chamando — respondeu, segurando ele mais pertinho. — Porque você é.
Segunda parada: loja de pelúcias.
— HYUNG, OLHA ESSE!!! — S/N praticamente gritou, abraçando um urso de um metro e meio, todo felpudo, com laço rosa no pescoço.
— Meu Deus... ele é maior que você.
— Não exagera que eu sou quase da sua altura, hyung.
— Você sempre vai ser o baixinho pra mim — Kai riu, pegando o celular e, sem pedir permissão, puxou S/N pela cintura, encaixando ele na frente, bem pertinho, e abriu a câmera. — Olha aqui, vamos tirar uma foto.
S/N arregalou os olhos, mas obedeceu, meio sem saber o que fazer com as mãos, apertando a pelúcia e sorrindo sem jeito.
Kai, por outro lado, segurou a cintura dele, colando o corpo dos dois, rosto quase encostado no dele.
Click.
— Ficou perfeita — Kai olhou a foto, sorrindo todo apaixonado. — Manda pra mim depois, tá?
S/N tentou pegar o celular dele, desesperado.
— Me mostra! Eu quero ver, aposto que saí feio!
— Tá lindo. — Kai respondeu, sério, segurando o celular fora do alcance dele. — Você é lindo.
O garoto parou na hora, piscando, completamente sem saber como reagir.
— V-você... — gaguejou, apertando mais ainda a pelúcia, escondendo metade do rosto nela. — P-para...
Kai só riu, passou a mão no topo da cabeça dele e puxou de novo pela mão.
— Vamos, bebê, tem um arcade esperando por nós.
E lá ia S/N, todo manhoso, de mãos dadas, fingindo que não estava morrendo de vergonha... enquanto Kai sorria como quem tinha acabado de ganhar o prêmio mais precioso do mundo.
Terceira parada: o fliperama.
— HYUNG, OLHA ESSE JOGO! — S/N praticamente correu até o simulador de dança, segurando forte a mão de Kai, que ia atrás rindo, absolutamente rendido. — Me ajuda, eu quero ganhar!
Kai colocou as fichas na máquina, olhando o garoto subir nas plataformas com aquele sorriso absurdo, empolgado, ajeitando a mochila nas costas, parecendo uma criança prestes a ganhar o mundo.
— Tá pronto? — perguntou, sorrindo, posicionando-se ao lado.
— SEMPRE! — S/N bateu palmas e logo se preparou, os olhinhos brilhando.
Quando a música começou, Kai percebeu exatamente por que estava ali. Não era só pra dançar. Não era só pra curtir. Era pra ficar babando no corpinho lindo do S/N pulando, rebolando, se mexendo de um jeito que não tinha a menor consciência do que fazia com ele.
— ISSO, ISSO! — S/N gritava, errando alguns passos, rindo alto. — Hyung, ajuda!
Kai, claro, foi pra trás dele, segurou na cintura — que encaixava perfeitamente nas mãos dele, por sinal — e guiou os movimentos.
— Assim, bebê. Aqui, ó. Vem comigo. — As mãos dele seguravam firme, apertavam, guiavam, e cada vez que sentia o quadril do garoto esbarrando no seu, a cabeça dava tilt.
Se eu empurrar mais um pouco essa cintura... se eu só...
— Tá, tá, tá, consegui! — S/N gritou, rindo, e se jogou pra trás, caindo diretamente nos braços de Kai, que segurou como se fosse algo natural, como se aquele corpo pertencesse ali.
— Viu? Eu disse que você conseguia — sorriu, olhando aquele rostinho corado, suado e risonho, absolutamente perfeito.
S/N respirava rápido, ainda no colo dele, segurando nos braços fortes de Kai, que não fazia o menor esforço pra soltar.
— Hyung... eu... tô com fome de novo — murmurou, rindo, com os olhos brilhando.
— Então vamos comer — respondeu imediatamente, ajeitando ele no colo antes de colocá-lo no chão, mas segurando a mão dele o tempo inteiro.
Quarta parada: praça de alimentação.
— EU QUERO TUDO. — S/N se escorou no balcão, olhando os cardápios como se fosse escolher o destino da vida. — Hot dog, batata frita, bolinho, dango, crepe...
Kai nem pensou.
— Pode escolher, eu pago.
— Sério? — os olhos do garoto brilharam como duas estrelas. — Ai, hyung, você é perfeito!
Se você soubesse o que eu faria por você... Kai pensou, sorrindo.
Pediram uma bandeja gigantesca, com praticamente tudo o que S/N queria. E, claro, Kai não resistiu.
Quando o mais novo pegou o bolinho de arroz e deu a primeira mordida, Kai segurou no queixo dele.
— Sujou de novo, bebê... — sussurrou, passando o polegar no cantinho da boca, com um olhar que beirava o criminoso.
— H-Hyung... — S/N ficou todo vermelho, segurando a bandeja, com os olhinhos arregalados. — P-para com isso...
— Não posso deixar você sujinho — respondeu, levando o dedo na própria boca, chupando devagar, encarando ele.
S/N se encolheu todo, escondendo metade do rosto atrás do copo de refrigerante, parecendo que ia morrer de vergonha.
— Você faz isso de propósito... — resmungou, mordendo o bolinho, evitando o olhar dele.
Kai só riu, balançando a cabeça, e pegou uma batata, levando direto na boquinha do mais novo.
— Abre...
— H-Hyung... — S/N reclamou, mas abriu, mordendo a batata, rindo sem conseguir evitar. — Ai, meu Deus... você é muito bobo.
E você é meu, só não percebe ainda.
Quinta parada: parque.
S/N corria de um lado pro outro, querendo ir no carrossel, depois na roda-gigante, depois nos carrinhos de bate-bate.
— Hyung, vamos no carrinho, vem, vem, vem! — puxava ele pela mão, completamente elétrico, sem deixar Kai nem respirar.
— Se é isso que você quer, é isso que vamos fazer — respondeu, sorrindo feito um completo bobo apaixonado.
Entraram no carrinho. E claro, S/N fez questão de pular no colo dele pra não "bater tanto".
— Assim dói menos, hyung! — justificou, sentando no colo dele, segurando no volante do carrinho.
Dói pra você, né... porque pra mim, o problema tá sendo outro aqui embaixo.
Kai segurou ele pela cintura, rindo, com a cabeça encostada no ombro do mais novo, sentindo aquele cheiro viciante, e jurando que nunca, nunca na vida, ia superar aquele dia.
— Segura firme, bebê... — sussurrou no ouvido dele, só pra ver a reação.
S/N se encolheu todo, rindo nervoso, apertando mais o volante.
— Você... você tem que parar de me chamar assim...
— Nunca. — Kai respondeu, apertando mais a cintura dele, beijando de leve o topo da cabeça.
E lá foram eles, dando risada, batendo nos outros carrinhos, gritando, rindo, vivendo como se o mundo lá fora não existisse.
Saíram do carrinho e, claro, S/N achou uma barraquinha de algodão doce.
— Hyung. — Ele praticamente pulou no balcão. — Eu quero esse!
Kai riu, balançando a cabeça.
— Claro que quer.
Enquanto o vendedor preparava, Kai olhou aquele sorriso, aquela energia caótica, aquele jeito doce, meigo, lindo... e percebeu.
Eu tô fodido. Eu tô completamente, irremediavelmente, perdido por você.
E ele nem queria se salvar.
— Aqui, bebê — entregou o algodão doce, sorrindo. — Pra você.
S/N segurou, rindo, se inclinou um pouco e na ponta dos pés, deu um beijinho no rosto de Kai.
— Obrigado, hyung...
Kai parou. Congelou. Travou.
E sorriu, tão largo, tão feliz, que parecia que ia derreter ali mesmo.
— De nada, bebê... de nada...
O caminho de volta foi… tortura.
Tortura deliciosa, porém tortura.
— Hum... — S/N deu uma lambida generosa no sorvete de casquinha, segurando com as duas mãos, encarando aquilo como se fosse a coisa mais importante do universo. — Esse é muito bom, hyung. Experimenta. — Ele estendeu o sorvete pra boca de Kai, sorrindo todo bobo.
Kai, por dentro, gritando. Por fora, fingindo normalidade.
— Hm... parece mesmo bom — respondeu, inclinando-se pra frente e dando uma lambida leve, mas a boca quase encostando nos dedos de S/N.
— Ai, você babou no meu dedo, hyung! — riu, limpando na própria calça, como se aquilo não fosse nada.
Kai quis morrer. Ou comer aquele sorvete. Ou aquele dedo. Ou aquele garoto inteiro.
Seguiram andando pela rua, S/N encarando cada loja, cada café, calda lugar com admiração, enquanto o sorvete começava a derreter, escorrendo levemente pela casquinha.
— Ah, tá escorrendo... — S/N reclamou, levando a boca de novo, passando a língua bem na base da casquinha, lambendo tudo, fazendo um barulhinho indecente. — Ai, que meleca...
Kai parou. Literalmente parou no meio da calçada.
Meu Deus... Meu Deus do céu. O que eu fiz pra merecer isso?
Assistiu aquela linguinha rosada passar pela casquinha, pelo sorvete, pelos dedinhos dele, e imaginou. Imaginou tanto que até doeu.
Essa boquinha… Meu Deus… Essa boca no meu pau… O jeito que ele lambe, o jeito que ele chupa... Se ele fizer assim comigo, eu gozo em dois minutos.
— Hyung? — S/N olhou pra trás, piscando, alheio. — Tá tudo bem?
Kai respirou fundo, ajeitou a gola da camiseta, disfarçando a ereção que começava a se formar só de olhar.
— T-Tudo... tudo ótimo, bebê — respondeu, tentando não parecer um completo pervertido.
Mentira. Eu sou um completo pervertido. Por sua culpa.
Seguiram andando, e S/N, claro, continuou lambendo o sorvete com aquele barulhinho irritantemente fofo e, ao mesmo tempo, eroticamente destrutivo.
— Ahn... Ai, hyung... caiu no meu dedo de novo... — E lá ia ele, passando a língua no próprio dedo, limpando o sorvete com aquele biquinho perfeito.
Kai teve que tossir, olhar pro céu, pra qualquer lugar que não fosse aquela cena, senão ele ia, honestamente, jogar S/N contra a parede mais próxima e beijar ele até esquecerem os próprios nomes.
— Você faz isso de propósito, né? — perguntou, rindo, meio desesperado, meio sedento.
S/N arregalou os olhinhos, segurando o sorvete.
— Fazer o quê? — perguntou, genuinamente confuso. — Comer?
Não, meu anjo, o problema não é comer... é COMO você tá comendo.
Kai só balançou a cabeça, segurou ele pela cintura, puxando de leve pra perto, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Vem cá, anda do meu lado — disse, voz mais grave que o normal. — Tá muito movimentado...
— Tá bom... — S/N sorriu, ajeitou a mochila nas costas e, sem nem pensar, segurou na mão de Kai de novo, entrelaçando os dedos. — Assim tá melhor, né?
Porra... melhor e pior ao mesmo tempo. Porque agora eu só consigo imaginar esses dedinhos segurando meu pau...
Kai apertou mais a mão dele, respirando fundo, olhando aquele rostinho lindo, distraído, chupando o sorvete e sorrindo como se fosse a criatura mais pura do planeta.
— Você é muito fofo, sabia? — sussurrou, do nada, olhando pra ele.
S/N corou, segurando o sorvete com as duas mãos, desviando o olhar.
— A-Ah... hyung... para com isso... — resmungou, escondendo o rosto no ombro de Kai.
Kai riu, apertou ele mais forte pela cintura, segurando contra si, andando coladinho.
— Mas é verdade... Você é perfeito, sabia?
— Hyung...! — O tom manhoso dele fez Kai sorrir mais ainda.
E lá foram eles, andando juntinhos, de mão dada, S/N chupando o sorvete até o fim — pra total tortura de Kai — e os dois rindo, se provocando, vivendo o momento mais adorável (e mais torturante) da vida de Kai.
Quando chegaram na frente do dormitório do Climyth, S/N se virou, sorrindo largo.
— Hyung... eu amei hoje... muito, muito mesmo.
Kai segurou no queixo dele, puxando de leve pra perto, olhando aquela boquinha suja de sorvete.
— Eu também, bebê... muito mais do que você imagina.
Por um segundo... só um segundo... Kai pensou em beijar. Pensou sério. Mas... se controlou. Soltou devagar, sorrindo.
— Vai descansar, tá? A gente se vê amanhã.
— Tá bom... boa noite, hyung... — S/N sorriu, deu um beijinho na bochecha dele e correu pra dentro, rindo.
Kai ficou parado, olhando ele sumir pela porta, sorrindo feito um idiota apaixonado... e completamente, absolutamente, desesperado de amor, desejo e tudo junto.
Assim que S/N entrou no dormitório, foi atacado. Literalmente.
— AGORA! AGORA! AGORA! — Riku praticamente se jogou nele, segurando pelos ombros e balançando. — CONTA TUDO, AGORA!
— VOCÊ DEMOROU UMA VIDA! — Minho completou, se jogando por cima do encosto do sofá, encarando S/N como um predador faminto. — Isso foi um encontro ou uma lua de mel?!
Hajoon cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha, aquele típico sorrisinho debochado no rosto.
— Anda, S/N. Solta logo. Se enrolar, eu vou amarrar você na cadeira.
Leo, do outro lado da sala, segurava uma caneca e fingia estar calmo. Fingindo, porque claramente o músculo da bochecha tremia de pura ansiedade.
— Conta logo antes que eu enfie essa caneca inteira na sua boca.
— Ai, gente, calma! — S/N levou as mãos pra frente, rindo. — Foi... muito legal!
— LEGAL COMO?! — gritaram os quatro juntos.
S/N segurou o riso, ajeitou o cabelo, as bochechas coradas de tanto sorrir.
— A gente comeu muuuita coisa boa... sério, parecia que a gente tava numa missão gastronômica!
— … — Quatro pares de olhos atentos.
— E ele até deu comida na minha boca algumas vezes... — soltou, rindo, inocente. — Eu quase engasguei, mas ele ficava tipo... ‘abre a boquinha, vai, mais um’... hahahaha!
— … — Todos piscando.
— E ele segurou minha mão o tempo inteiro... acho que era pra eu não me perder, né? — completou, balançando os pés. — Porque vocês sabem como eu sou, né? Me distraio com qualquer coisa!
— … — O silêncio estava começando a se tornar perigoso.
— E sempre que eu sujava a boca, ele limpava. Sério, parecia que eu tava comendo que nem um porquinho, HAHAHA! — gargalhou, batendo palminhas. — Ele limpava até com o dedo às vezes, acredita?
— … — Minho apertou as têmporas com tanta força que parecia que ia arrancar a própria cabeça.
— Ah, e na hora de tirar foto, ele segurou na minha cintura. — disse, inocente, como se tivesse acabado de falar sobre previsão do tempo. — Achei fofo, né? Ele disse que queria que eu ficasse bem na foto.
— FOFO. — Leo repetiu, travando a mandíbula.
— Aham! — S/N confirmou, sorrindo largamente. — E no caminho de volta eu comprei um sorvete. Aí ele ficou meio estranho... acho que tava com dor nas costas ou sei lá, ele parou umas vezes e ficou meio... travado, mas depois melhorou.
Hajoon puxou o ar tão fundo que parecia que ia desmaiar.
— Meu... Deus...
— Esse menino não é normal. — Riku sentou no chão, passando as mãos no rosto. — Eu juro... isso não é normal. Isso não é possível.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! — Minho gritou, jogando uma almofada na cara de S/N. — PELO AMOR DE DEUS!
— AI! — S/N riu, segurando a almofada. — QUE FOI?!
— O QUE FOI?! — Leo praticamente berrou, andando de um lado pro outro. — ISSO FOI UM ENCONTRO, CARALHO! UM. EN. CON. TRO!
— Encontro? — S/N piscou, franzindo a testa. — Não... não foi não.
— NÃO FOI?! — Os quatro gritaram em desespero.
— A gente só saiu pra comer umas coisas, passear, tirar fotos... — respondeu, completamente perdido. — Isso é um encontro?
Silêncio.
— Isso... isso é uma piada. — Hajoon disse, segurando as têmporas, quase tremendo.
— Ele tá zoando a gente. — Minho balançava a cabeça, com o olhar perdido. — Só pode.
— S/N... — Riku ajoelhou na frente dele, segurando o rosto dele com as duas mãos, olhando bem nos olhos. — Quando um cara segura sua mão, limpa sua boca, te dá comida na boca, te puxa pela cintura pra foto, fica o tempo inteiro sorrindo feito um idiota apaixonado... O QUE VOCÊ ACHA QUE ISSO SIGNIFICA?!
— … Que ele é muito fofo e cuidadoso? — respondeu, piscando, sorrindo de canto.
Todos gritaram em uníssono:
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!
Leo bateu as mãos na própria cara.
— Não, não... isso não é real. Isso não é possível. Isso não pode ser possível.
— Eu me recuso. — Hajoon jogou uma almofada no chão. — Me recuso a acreditar que ele é desse jeito.
— É muita burrice. — Riku se jogou no tapete. — É... é praticamente criminoso ser assim tão tapado.
— E olha que o Kai não podia ter sido mais claro. — Minho bufou. — FOI UM ENCONTRO, SEU ENERGÚMENO!
— Mas... — S/N puxou os joelhos, claramente começando a perceber que talvez, só talvez, ele tivesse perdido algum detalhe importante. — Mas ele não falou que era um encontro...
— AH PRONTO. — Leo bateu na mesa. — SE TIVESSE FALADO, VOCÊ IA SAIR CORRENDO, NÉ?!
— E se ele tatuasse NA SUA TESTA: ‘TÔ APAIXONADO EM VOCÊ’, você ia achar que era propaganda da empresa?! — Riku gritou, indignado.
— ... — S/N coçou a cabeça, olhando pro nada, processando. — Gente... vocês acham... que ele... tá gostando de mim...?
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! — todos gritaram, jogando almofadas, tênis, livros, qualquer coisa que estava pela sala.
Minutos depois…
— Chama os EXO. — Leo disse, respirando fundo. — Isso virou emergência internacional.
— Concordo. — Hajoon pegou o celular, discando. — Isso não dá mais.
E assim, menos de uma hora depois, estavam EXO e Climyth reunidos no refeitório da empresa.
Kai, sentado, parecia uma mistura de ansiedade, esperança e amor escorrendo pelos poros, enquanto sorria feito bobo, mexendo nos próprios dedos, esperando os relatos do pós-encontro.
— Então? — Baekhyun perguntou, batendo na mesa. — Conta.
Leo respirou fundo, cruzando os braços.
— Gente... é sério... o caso é grave.
— Quão grave? — Suho arqueou uma sobrancelha.
— Nível... ele não sabia que era um encontro. — respondeu, seco.
— … COMO É?! — Chanyeol arregalou os olhos.
— Ele achou que era só um passeio de amigos. — Hajoon completou, bufando. — Com direito a segurar na mão, alimentar na boca, limpar boquinha com o dedo... tudo... amizade.
— Não. — Chen colocou a mão na boca, chocado. — Não é possível.
Kai… murchou. Murchou como uma flor esquecida no deserto. A expressão dele foi se desmontando na frente de todo mundo.
— Ele... ele não sabia...? — a voz dele saiu pequena, fraca, quebrada.
— Não, cara... — Riku respondeu, sério. — Não sabia.
— Eu... — Kai baixou a cabeça, apertando as mãos. — Eu nunca... ele nunca vai olhar pra mim desse jeito... nunca.
— Ei, ei! — Sehun segurou no ombro dele. — Nada de desistir.
— Exato. — Suho concordou. — A gente já previa que isso podia acontecer. Por isso... temos o plano dois.
Todos sorriram. Maliciosos. Cúmplices.
— Fazer ele sentir ciúmes. — Leo disse, com aquele olhar de vilão de dorama.
— Isso. — Riku bateu na mesa. — Se ele não entende quando você é fofo... então ele vai entender quando ver você sendo fofo com outra pessoa.
— Você quer esse garoto ou não quer? — Chanyeol perguntou, sério, encarando Kai.
— Quero. — Kai respondeu, sem nem pensar.
— Então bora, porra. — Baekhyun completou, sorrindo.
Missão dois pra quebrar a ignorância, a inocência e a burrice afetiva chamada S/N. Porque dessa vez... ele ia entender. Nem que fosse na marra.
A primeira fase do plano dois começou discretamente… Kai estava diferente. Diferente de um jeito que todo mundo — principalmente S/N — percebeu.
Nos ensaios, por exemplo…
— Riku, vem cá, deixa eu te mostrar um jeito mais fácil de fazer essa transição. — Kai chamou, segurando no braço de Riku com aquele sorrisinho tão doce, que dava até diabetes. — Assim, ó... — e girou Riku pela cintura, colocando a mão nas costas dele, guiando o movimento com uma paciência que... sinceramente? Nunca teve com mais ninguém.
S/N, no canto da sala, fingia alongar. Fingindo muito mal, por sinal.
— Que coisa mais forçada... — resmungou, cruzando os braços e apertando os próprios joelhos. — Ai, que vontade de vomitar... — apertou os olhos, fingindo nojo, mas o maxilar trincado e o pé batendo no chão denunciavam a crise interna.
Riku sorria, agradecendo.
— Nossa, assim ficou muito mais fácil. Obrigado, Kai-hyung!
— Imagina, você é muito bom, só precisa destravar um pouquinho. — respondeu, sorrindo largamente, apertando de leve a cintura dele antes de soltar.
S/N arregalou os olhos.
— ELE APERTOU A CINTURA DELE?! — gritou só na própria mente, segurando o grito na garganta. — Calma... calma... não é da minha conta... dane-se!
Mas não estava nada calmo. Nem um pouco.
Minutos depois...
— Leo, tenta essa sequência aqui, eu acho que vai encaixar melhor na parte do rap. — Kai se abaixou ao lado de Leo, puxando o tablet pra mostrar a contagem dos tempos. — E, se quiser, posso te ajudar a ajustar a base pra ficar mais clean, tá?
Leo, sempre sério, sorriu.
— Pô, valeu, Kai. Assim facilita muito.
Kai colocou a mão no ombro dele, aquele toque meio demorado, meio... carinhoso demais.
— Claro, qualquer coisa me chama, tá?
S/N assistindo de longe: olhos arregalados, testa franzida, boca semiaberta.
— Ai, vai tomar no cu, sério. Desde quando ele é professor particular exclusivo de todo mundo agora?!
E nem parou por aí.
No almoço, Kai foi visto saindo do prédio com Minho. Assim, saindo mesmo. Juntos. Só os dois.
S/N colou na janela do estúdio, de braços cruzados, encarando eles lá embaixo.
— Ai, gente... só faltou darem as mãos... olha... olha aquilo! — bufava, batendo o pé no chão. — RIDÍCULO. Patético. Vergonhoso.
No meio da rua, Minho ria de algo que Kai falou. Kai, por sua vez, colocou a mão nas costas dele enquanto atravessavam. Riram, falaram, se empurraram brincando.
S/N apertou os próprios braços.
— Que vontade de jogar um vaso na cabeça dos dois...
E como se o universo estivesse conspirando contra ele, na volta, ainda encontrou Kai no lounge da empresa, de pernas cruzadas, no chão, jogando videogame com Hajoon.
Mas não era só jogando. Era jogando encostadinho. Tipo, literalmente ombro colado.
— Anda, Hajoon, só mais um combo e eu fecho! — Kai riu, batendo no ombro dele, todo carinhoso, todo fofo, todo sorridente.
Hajoon gargalhava.
— Você só tá ganhando porque tá roubando na minha concentração com esse sorriso, hyung.
— Awnnn, que bobinho. — Kai riu, apertando a bochecha dele. — Fofo demais!
S/N explodiu.
— FOFO É O CARALHO! — gritou... na própria cabeça, porque se falasse em voz alta, provavelmente seria processado por escândalo público.
Bateu no próprio joelho.
— Ai, que vontade de esganar alguém... que vontade de socar esse videogame na cara dos dois...
Voltou pro dormitório emburrado. E não era só emburrado... era o caos ambulante.
— O que foi, docinho? — Leo perguntou, segurando o riso, claramente fingindo inocência.
— NADA. — respondeu, seco, jogando a mochila no sofá com força. — Absolutamente nada. Tá tudo ótimo. Maravilhoso. Perfeito.
Minho cruzou os braços, sorrindo de canto.
— Tem certeza? Você parece... sei lá... meio... incomodado.
S/N virou o pescoço tão rápido que quase deslocou.
— INCOMODADO COM O QUÊ?!
— Ai, não sei, né... — Hajoon se jogou no sofá, mordendo o lábio pra não rir. — Talvez... alguém que ficou o dia inteiro... sorrindo... segurando na cintura dos outros... saindo pra comer... jogando videogame... — cantarolou, malicioso.
Riku fingiu pensar.
— Ai, será que alguém... tá com ciúmes?
S/N praticamente explodiu.
— MAS VÃO TOMAR NO CU DE VOCÊS, VAI TODO MUNDO PRO INFERNO! — berrou, jogando a almofada em qualquer direção, vermelho até a raiz dos cabelos. — EU? CIÚMES? EU TENHO CARA DE QUEM TEM CIÚMES? EU SOU MUITO MELHOR QUE ISSO!
Leo arqueou a sobrancelha.
— Tem sim.
— C-A-L-A A B-O-C-A! — S/N gritou, cruzando os braços, inflando as bochechas, com a cara mais emburrada, arrogante e mimada do planeta. — Eu não tô nem aí pra aquele idiota.
Minho deu risada.
— Idiota... interessante. Até ontem era 'meu Kai hyung'.
— VÃO SE FODER TODO MUNDO. — S/N levantou, marchando pro quarto, batendo o pé igual uma criança birrenta, bufando e praguejando.
A porta bateu.
Silêncio.
E todos do Climyth, em sincronia, sorriram.
— Funcionou. — Leo disse, cruzando os braços, vitorioso.
— Funcionou MUITO. — Hajoon gargalhou, batendo palmas.
— Ele vai surtar. — Minho riu, jogando a cabeça pra trás. — Ele já tá surtando, na real.
No dia seguinte o golpe foi baixo. Bem baixo. Quase criminoso.
O plano consistia basicamente em: usar o maknae do Climyth como isca. O mais fofo, o mais meigo, o mais "ai, hyung, me ajuda", o mais perfeito pra fingir um flerte descarado com Kai.
E assim fizeram.
No ensaio, sob olhares discretos — mentira, todo mundo estava praticamente babando na cena — o maknae se aproximou de Kai, segurou no braço dele e soltou a bomba:
— Hyung... você pode me ajudar nessa parte? — perguntou, se encostando demais, arrastando a voz doce, os olhinhos meio pidões, mordeu o lábio inferior. — Eu não consigo fazer esse giro... você pode... me segurar? Aqui, ó... — e colocou a mão de Kai na própria cintura.
Kai, obviamente, entrou no jogo.
— Claro, bebê. Assim? — respondeu, segurando a cintura do maknae, ajeitando a mão dele na posição certa, e então, propositalmente, ficou meio próximo. — Vira pra mim... assim...
A distância dos rostos? Risível. Ridícula. Um sopro e as bocas se encostariam.
— Isso, agora gira... — Kai sussurrou, segurando o queixo do maknae pra direcionar o olhar. — Vê se assim fica mais fácil...
S/N, que observava de longe, sentiu o corpo inteiro entrar em curto-circuito.
O estômago revirou. O peito travou. A visão ficou embaçada.
— NÃO! — o grito saiu no mesmo segundo. — NÃO! NÃO! — atravessou a sala feito um foguete, agarrou o braço de Kai, puxou com tanta força que quase arrancou o ombro dele. — VEM COMIGO AGORA!
— S/N, espera... — Kai tentou falar, mas foi arrastado sem chance de reação. — S/N!
Ignorou. Nem olhou na cara de ninguém. Só atravessou os corredores feito um furacão, abriu a primeira sala vazia que achou, empurrou Kai lá pra dentro e bateu a porta com tanta força que o som ecoou pela empresa inteira.
— Ai, meu Deus... — Kai começou, sem entender. — O que foi...
— CA-LA A BO-CA! — S/N berrou, segurando nos ombros dele, apertando com força, as mãos tremendo. — Cala a boca! Cala...!
— S/N... — tentou novamente, mas congelou no instante seguinte.
Porque os olhos de S/N estavam marejados. Vermelhos. A respiração dele vinha curta, entrecortada, desesperada.
— Por que você fez isso? — perguntou, com a voz trêmula, quase um sussurro, apertando mais forte o peito de Kai, batendo de leve com o punho fechado. — Por quê?
— S/N... — Kai engoliu seco, as mãos subindo devagar pras mãos dele. — Do que você tá falando?
S/N fechou os olhos, bateu o punho no peito de Kai de novo, sem força, só no impulso.
— Eu... eu não... eu não sei o que é isso... — arfava, tremendo, as palavras saindo atropeladas. — Eu... eu senti... ai, caralho... que merda é essa que eu tô sentindo?!
Kai prendeu a respiração.
— O quê...?
— Eu quis matar ele! — explodiu, a voz falhando no meio. — Eu... eu vi você... você... quase... quase beijando ele... e... e... — apertou mais forte o peito de Kai, batendo de novo, e de novo, e de novo, até que os punhos amoleceram e ele simplesmente afundou o rosto no peito do mais velho. — E eu achei que... eu achei que meu coração ia parar...
Kai ficou imóvel por alguns segundos. O coração batendo tão forte que parecia que ia rasgar o peito.
S/N tremia. Tremia tanto que parecia que ia desmontar ali.
— Que merda é essa? Por que eu tô assim? Por que dói tanto? — fungou, apertando mais forte, se agarrando nele. — Eu não quero ver você... com ninguém... eu não quero, eu não consigo... ai, caralho, Kai, eu não consigo!
Kai finalmente fechou os braços em volta dele, apertando com força, apertando como se aquilo fosse o que ele tivesse sonhado a vida inteira.
— Então olha pra mim... — pediu, com a voz rouca, arrastada, segurando o queixo de S/N, fazendo ele erguer o rosto. — Olha pra mim e fala... que merda você acha que isso é, hein?
S/N piscava rápido, tentando conter as lágrimas, tentando respirar, tentando entender o próprio colapso.
— Eu... eu não sei...
— Sabe sim. — Kai se inclinou, quase roçando os lábios nos dele, segurando forte na cintura, no rosto, nos braços, em tudo. — Sabe sim... olha no meu olho e fala.
S/N apertou os olhos, bateu de leve no peito dele de novo, como se fosse se proteger de alguma coisa que nem sabia o que era.
— É que... ai, porra... — respirou fundo, arfando. — É que eu... eu gosto de você! — explodiu, praticamente gritando, sentindo o corpo inteiro estremecer. — E eu nem percebi antes, e eu sou muito idiota, e agora eu tô surtando, e... e... e eu odeio quando você faz essas coisas! Eu odeio! Eu odeio! Eu odeio! — batia no peito de Kai a cada "odeio", fungando, tremendo.
Kai apertou mais forte a cintura dele, segurou com uma mão na nuca e a outra no quadril.
— Você não odeia, amor... você tá com ciúmes. — sorriu, aquele sorriso largo, lindo, apaixonado, enquanto a testa encostava na dele. — E você me ama.
S/N fechou os olhos com força, os lábios tremendo.
— Cala a boca... cala a boca... cala a boca... — repetia, escondendo o rosto no pescoço dele, apertando tanto, mas tanto, que parecia que ia se fundir ao corpo do outro. — Eu sou muito burro...
Kai riu, beijando a têmpora dele, a bochecha, a testa, qualquer pedaço que conseguia alcançar.
— É sim. Mas agora é meu. — apertou mais ainda, sorrindo como se o mundo inteiro tivesse explodido em fogos de artifício só pra ele. — Você é tão... tão lindo assim, surtando por mim. — sussurrou, segurando o rosto de S/N com as duas mãos, os polegares acariciando as bochechas quentes dele.
— Cala a boca, Kai... — respondeu, manhoso, apertando forte na camisa dele, afundando os dedos no tecido como se aquilo fosse impedir seu coração de explodir. — Você me deixa louco.
— Ótimo. — Kai sorriu. — Porque você me deixou louco desde o primeiro dia.
E sem aguentar mais, sem conseguir segurar nem por mais um segundo, ele segurou com mais firmeza o rostinho de S/N e puxou pra si.
Os lábios se encontraram num choque quente, úmido e desesperado.
S/N arfou, as mãos apertando ainda mais os ombros de Kai, e gemeu baixinho contra a boca dele, porque era muito, era tudo, era mais do que ele achou que fosse sentir na vida.
Kai beijava como quem precisava, como quem tinha esperado tempo demais por aquilo. Apertava a cintura dele, uma mão subiu pra nuca, segurando com força, e a outra desceu pras costas, puxando, colando, grudando os dois como se quisesse fundir seus corpos.
A boca de S/N era tão macia, tão quentinha, tão perfeita… Kai gemeu baixo, aprofundando o beijo, passando a língua devagar pelos lábios dele, pedindo passagem — que foi cedida no mesmo segundo, sem resistência.
As línguas se encontraram num roçar lento, molhado, delicioso. S/N segurava no cabelo dele agora, puxando, gemendo contra a boca dele, sentindo o corpo inteiro arrepiar, tremer, quase desabar.
Quando se separaram, os dois estavam ofegantes, respirando pela boca, as testas encostadas, os olhos fechados, as mãos trêmulas apertando onde conseguiam.
— Eu te amo. — Kai deixou escapar, tão baixo, tão sincero, que parecia uma confissão arrancada do fundo da alma. — Eu… caralho… eu te amo tanto.
S/N arregalou os olhos, o peito disparou.
— Você… — piscou rápido. — Você tá falando sério?
— Eu nunca falei tão sério na vida. — respondeu, apertando o rosto dele, dando mais um selinho, depois outro, e outro, como se não conseguisse mais parar. — Eu te amo desde que você entrou naquela sala de ensaio, com aquele sorriso idiota, aquele cabelo bagunçado e essa sua boca linda falando sem parar.
S/N sentiu o coração derreter inteiro. Fechou os olhos, segurou no rosto dele também e puxou pra mais um beijo, mais lento, mais doce, mais carregado de tudo que ficou entalado por tanto tempo.
— Eu… — mordeu o lábio inferior dele, sorrindo, arfando. — Eu também te amo, Kai. Eu também… caralho… — riu, nervoso, escondendo o rosto no pescoço dele. — Eu sou muito burro, né?
Kai riu, abraçando forte, passando a mão pelas costas dele, pela cintura, segurando com tanta força que parecia que ia quebrar.
— É. — beijou o topo da cabeça dele. — Mas agora é meu. Só meu. E eu não divido.
— Nem eu. — respondeu, apertando mais ainda, fungando no pescoço dele. — Você é meu agora, e se encostar em outro, eu mato.
— Deus, como eu te amo. — sorriu, beijando de novo, e de novo, e de novo, como se quisesse tatuar aquele gosto na boca pra sempre.
E ficaram ali, no meio daquela sala, grudados, se beijando, se apertando, trocando carícias, selinhos, risadas e declarações que pareciam não ter fim.
A sala de festas da SM estava lotada. Membros do EXO, do Climyth, staff, alguns dançarinos, produtores, todos estavam ali. O motivo? Simples. O anúncio oficial — e completamente informal — do novo casal da empresa: Kai e S/N.
Havia balões, docinhos, bebidas, e no centro, Kai segurava S/N pela cintura, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. E, sinceramente, era.
S/N estava corado, sorrindo, meio sem saber onde enfiar a cara com tanta gente olhando, comentando, rindo, parabenizando, abraçando os dois como se fosse casamento.
— Não acredito que isso finalmente aconteceu. — comentou Baekhyun, enchendo uma taça de champanhe. — Sério… foi uma luta.
— Luta, sim. — Minho gargalhou, batendo na mesa. — Mas valeu a pena.
— Ainda bem que rolou aquele plano todo, né? — Riku comentou, dando de ombros, bebendo refrigerante.
S/N piscou, olhando devagar pra ele.
— Plano...?
— Ih... — Hajoon arregalou os olhos, segurando a boca. — Riku...
— O quê? — ele franziu a testa, confuso. — Ele não sabia...?
— Espera. — S/N se afastou um pouco de Kai, segurando o peito, olhos arregalados. — Como assim… plano?
O silêncio foi imediato. Todos os olhares se cruzaram, tentando se comunicar mentalmente, mas era tarde.
— Riku… — Leo levou a mão à testa. — Seu imbecil…
— Plano de quê? — S/N cruzou os braços, encarando todos, a boca meio aberta, o olho começando a tremer. — Fala logo!
Kai tentou segurar pela cintura, dando aquele sorrisinho nervoso.
— Amor… não é bem assim…
— Kai, cala a boca. — soltou, se livrando do abraço dele. — Fala. Agora.
— Bom... — Baekhyun pigarreou, fingindo ajeitar a roupa. — Talvez… só talvez… tenha acontecido uma pequena, mínima, quase imperceptível conspiração coletiva pra fazer você perceber que o Kai estava apaixonado por você.
— O quê?! — S/N quase gritou, as mãos tremendo. — Vocês fizeram o quê?!
— É… — Chanyeol riu, levando a mão na nuca. — Todo aquele rolê… encontros planejados, ciúmes forçados, situações de quase beijo… hum… não foram coincidência.
— Filhos da puta! — S/N olhou pra todos, os olhos arregalados, a boca trêmula. — Todos vocês! Até você, Kai?!
— Amor… — Kai tentou segurar, rindo nervoso, segurando os braços dele. — Calma, calma, eu… eu não queria, mas... era isso ou enlouquecer, você não percebia nunca, caralho!
— EU NÃO ACREDITO EM VOCÊS! — esbravejou, dando tapas no peito de Kai, que segurava e ria, completamente apaixonado. — Vocês são todos doentes!
— E você é burro. — Hajoon gritou lá do canto, rindo. — Era óbvio!
— Você quase morreu vendo Kai de mãos dadas com Minho, seu tapado. — Leo complementou. — E mesmo assim achava que era “amizade”.
— Vocês são insuportáveis. — S/N bufava, vermelho, passando as mãos no rosto. — Eu odeio todos vocês.
— Menos eu, né? — Kai sorriu, segurando ele pela cintura de novo, colando os corpos.
S/N mordeu o lábio, apertando o maxilar.
— Estou considerando te odiar também...
— Ah… então é assim. — Kai puxou, colando testas, segurando firme na cintura. — Então acho que vou ter que te fazer lembrar hoje à noite por que você não consegue me odiar, amor.
O silêncio foi substituído por gritos, assovios, risadas, vaias e palmas.
— ELE DISSE É HOJE! — gritou Baekhyun.
— Bota pra mamar, Kai! — completou Sehun, gargalhando.
— EU ESTOU AQUI, PORRA! — S/N gritou, escondendo o rosto no peito de Kai, que só ria, segurando apertado e beijando o topo da cabeça dele.
— E você vai estar aqui, no meu colo, mais tarde também. — sussurrou no ouvido dele, voz rouca, mão apertando mais forte na cintura. — De quatro, de frente, como você quiser, amor.
S/N se arrepiou inteiro, as pernas bambearam, e ele só conseguiu apertar mais o peito de Kai, escondendo o rosto, porque se olhasse pra ele naquele momento, desmaiava.
A porta do dormitório bateu assim que entrou. Kai mal teve tempo de ligar a luz — e nem ia precisar, porque a única coisa que ele queria acender agora… era o fogo que aquele corpo acendia nele há tanto tempo.
— Vem cá. — rosnou, segurando S/N pela cintura, puxando pra cima, fazendo o menor quase subir no colo dele, as pernas se enrolando automaticamente na cintura do mais velho.
Kai o prensou contra a parede, as mãos segurando com força as coxas, apertando como se quisesse marcar cada pedacinho dele.
— Acha que vai me provocar, me fazer de otário esse tempo todo e sair impune, amor? — sussurrou, mordendo o queixo dele, descendo pra linha do maxilar, chupando forte, sentindo S/N se contorcer no colo, gemendo baixinho, ofegante. — Vai ter que pagar tudo agora.
S/N segurava nos ombros largos dele, olhos arregalados, completamente entregue, sem entender como foi parar ali daquele jeito tão rápido, tão bruto, tão… delicioso.
— K-Kai... — gemeu baixinho, a voz falhando quando a mão dele subiu, agarrou o cabelo na nuca e puxou a cabeça pra trás, expondo aquele pescocinho que ele sempre quis devorar.
— Shh… — Kai sorriu contra a pele dele, descendo beijos e chupões até a clavícula, empurrando a camisa pra cima com pressa. — Abre essa boca, amor.
Ele soltou uma das mãos, levando até o queixo de S/N, segurando firme, forçando-o a olhar nos olhos dele. Kai estava com os olhos escuros, dilatados, as pupilas devorando.
— Abre. — repetiu, mais firme, passando o polegar pelos lábios dele.
S/N, com o coração disparado, abriu devagar, arfando, a língua encostando sem querer na ponta do dedo dele.
— Assim… isso… — Kai gemeu rouco, deslizando o polegar pra dentro, até encostar na língua dele, lambuzando, fazendo movimentos de vai e vem. — Vai treinando essa boquinha… porque é nela que você vai mamar agora, amor.
Puxou com força pela nuca, colando as bocas num beijo selvagem, língua, dentes, saliva, gemidos baixos, os dois quase tremendo.
Kai andou até a cama, jogou S/N em cima, rasgando a camisa dele no meio, nem se importando, enquanto já abria o próprio cinto com a outra mão, apressado, ofegante, olhos queimando de tesão.
— De joelhos. — ordenou, passando a mão pelos fios bagunçados de S/N, segurando com firmeza. — Vai, amor. Mostra como essa boquinha é boa pra mim.
S/N deslizou, ofegante, as bochechas queimando, o coração batendo tão rápido que parecia que ia explodir. Se ajoelhou na frente dele, olhando pra cima, com aquele olharzinho inocente e perdido que só fazia Kai perder o juízo mais ainda.
— Isso… — Kai abriu o jeans, abaixou a cueca, libertando o pau já latejando, grosso, veias saltadas, a ponta brilhando de tanto pré-gozo. — Abre bem essa boca… e mama, amor. Mama tudo.
S/N engoliu seco, mordendo o lábio, e então segurou na base, sentindo o calor, o peso, passando a língua na ponta, lambendo devagar, provocando, olhando pra cima, vendo Kai jogar a cabeça pra trás, gemendo baixo.
— Caralho… — Kai segurou no cabelo dele com força, arfando. — Isso… assim...
Quando S/N abriu mais a boca e deixou entrar, sentindo a glande passando nos lábios, na língua, preenchendo, Kai quase perdeu as forças nas pernas.
— Isso, amor… mais fundo… isso… engole pra mim…
O som molhado, o barulho da boquinha de S/N sugando, a língua passando, as bochechas fundando, tudo fazia Kai soltar gemidos roucos, desesperados, segurando firme, puxando mais, fazendo ele engolir cada centímetro, até bater no fundo da garganta.
— Porra... — arfou, olhando pra baixo, vendo aquela cena que ele sonhou tantas vezes. — Que boquinha perfeita... nasceu pra isso, amor... nasceu pra mim...
Os olhos marejados de S/N, a saliva escorrendo, o som indecente dos lábios batendo na base, tudo deixava Kai no limite.
— Fica assim, amor... fica... — segurou mais forte, movimentando o quadril, começando a foder a boquinha dele, devagar, depois mais forte, cada estocada fazendo um ploc molhado, mais gemidos abafados, mais lágrimas escorrendo, mais pré-gozo lambuzando tudo.
— Isso... mama pra mim... mama esse pau bem gostoso... olha como você fica lindo assim... — arfou, jogando a cabeça pra trás, os músculos todos contraindo, o abdômen trincando, os gemidos ficando mais altos, mais desesperados.
E quando Kai segurou a cabeça dele com força, entendeu que ele ia até o fim.
— Vai, amor... engole tudo... — arfou, os quadris tremendo. — Porra — Gemeu, jogando a cabeça pra trás, todo o corpo tenso, sentindo o gozo subir com força, quente, forte, descarregando inteiro na garganta de S/N, que engolia tudo, tentando acompanhar, os olhos fechando, sentindo cada jato, cada tremor dele.
Quando soltou, Kai respirou fundo, arfando, os joelhos quase bambeando, segurando no queixo dele, puxando pra cima.
— Vem cá… — puxou, colando as bocas de novo, beijando com força, gemendo contra os lábios dele. — Agora é sua vez, amor… eu vou te foder tanto… mas tanto... que nunca mais vai querer desgrudar de mim.
Kai agarrou a cintura de S/N com força, os dedos cravando na pele macia, como se quisesse marcar, tatuar cada pedacinho daquele corpo como dele — só dele.
O mais novo estava completamente entregue, deitado de barriga pra baixo, com as bochechas vermelhas, mordendo o lábio inferior, as mãos apertando os lençóis, enquanto olhava por cima do ombro, os olhos marejados, brilhando.
— Porra… olha isso… — Kai arfava, segurando na própria base, deslizando a glande pela entrada sensível, já tão molhada, aberta, latejando só pra ele. — Tá todo aberto pra mim, amor… todo… prontinho…
Empurrou devagar, sentindo a cabeça passar, a resistência ceder, fazendo aquele corpinho se abrir pra ele. E a visão... a visão era de enlouquecer qualquer homem.
— Ah... caralho... — gemeu rouco, apertando mais forte a cintura dele, descendo os olhos pro próprio pau, assistindo, hipnotizado, a forma como ia sumindo, entrando, sumindo mais, a pele de S/N se moldando perfeitamente em volta dele. — Olha isso, amor... olha como você me engole tão bem...
S/N arqueou as costas, soltando um gemido alto, os olhos apertados, sentindo cada centímetro ser preenchido, cada estocada lenta levando ele mais fundo, até Kai estar inteiro lá dentro, colado, encaixado como se aquele lugar tivesse sido feito só pra ele.
— Kai... — gemeu manhoso, as unhas arranhando os lençóis. — É tão... tão grande...
— E é todo seu, amor... — rosnou, segurando com força, começando a movimentar, lento no começo, só pra sentir, só pra aproveitar o quão apertadinho ele estava. — Porra... você me aperta tanto... tá me esmagando... tão quente... tão molhado...
O som dos quadris se chocando começou baixo, ploc... ploc..., até Kai perder completamente a sanidade, aumentando o ritmo, cada estocada mais forte, mais funda, mais precisa, fazendo aquele barulho molhado, indecente, ecoar pelo quarto.
— Olha... olha como meu pau desaparece dentro de você... — gemeu, descendo uma das mãos pra afastar uma das bochechas, abrindo mais, vendo perfeitamente o pau dele sumindo e reaparecendo, coberto, lambuzado, entrando até o final. — Você nasceu pra isso, amor... pra me receber assim... todinho...
— Ah... ah... Kai... — S/N gemia alto, a voz falhando, as pernas tremendo, o corpo inteiro cedendo, se moldando a cada estocada. — Mais... mais... não para... não para, por favor...
Kai se debruçou sobre ele, colando o peito nas costas, segurando pelas mãos, entrelaçando os dedos.
— Nunca mais vou parar, amor... — sussurrou contra a orelha dele, mordendo de leve. — Nunca mais... você é meu... só meu... pra sempre...
E começou a socar mais fundo, mais forte, mais rápido, até os gemidos de S/N se misturarem aos dele, até o som dos corpos batendo se tornar a trilha perfeita daquela cena, até que nenhum dos dois aguentasse mais, tremendo, ofegantes, completamente destruídos, completamente apaixonados, completamente viciados um no outro.
— Vem comigo, amor... — arfou, deslizando a mão pra frente, segurando no membro do menor, começando a masturbar no mesmo ritmo das estocadas. — Goza pra mim... goza sentindo meu pau lá dentro...
S/N apertou os olhos, gritou o nome dele, e se desfez inteiro, melando as mãos de Kai, o próprio abdômen, tremendo, se contraindo, e esse aperto repentino levou Kai direto pro limite.
— Ah... caralho... porra... — rosnou, enterrando até o final, segurando a cintura dele com força, despejando tudo lá dentro, sentindo cada jato quente sendo sugado, sendo engolido, até não ter mais nada pra dar, só o som dos dois ofegando, colados, suados, destruídos.
Kai caiu pro lado, puxando S/N junto, abraçando, colando os peitos, beijando a testa dele, completamente entregue, passando os dedos pelos fios bagunçados.
— Eu te amo. — sussurrou, beijando de novo, sorrindo como um bobo. — Tanto... tanto que chega dói.
S/N sorriu, os olhos fechados, manhoso, se aconchegando mais ainda no peito dele.
— Também te amo, bobo...
— Eu só queria entender… — Sehun jogou o travesseiro na cara, bufando. — De onde veio a ideia de que juntar esses dois seria bom pra nossa sanidade mental.
— Mano... — Chanyeol tava sentado na beira da cama, encarando o chão como se repensasse todas as escolhas da vida. — Eu juro... juro que, por Deus, que isso era pra ser fofo... pra ser romântico... pra eles namorarem... saírem de mãos dadas... sei lá...
— Romântico? — Baekhyun bateu a mão na testa, irritado. — Isso aqui virou um pornô, isso sim!
Do outro lado da parede, o som nada discreto de gemidos altos, gemidos manhosos, gritos e aquele barulho molhado e indecente de corpos se chocando não dava um segundo de paz.
— Kai... Kai... mais... mais... — S/N gritava, seguido do estalo forte dos quadris batendo. — Ah... ah... mais fundo... mais... não para...
— Segura assim, amor... isso... abre mais... porra... — a voz rouca de Kai arrepiava até quem não queria ouvir. — Tão apertado... tão molhadinho pra mim... me deixa foder você todinho...
— EU NÃO AGUENTO MAIS! — Xiumin levantou, andando em círculos. — Antes... antes ele só se matava na punheta... fazia aquele som irritante... e ficava gemendo o nome do S/N... AGORA... AGORA ELE TEM O PRÓPRIO S/N GEMENDO DE VERDADE!
— E alto pra caralho! — Jongdae gritou, enfiando a cabeça no travesseiro. — Esses gemidos... cara... esses gemidos são o som do inferno pra mim agora.
PLAP PLAP PLAP PLAP
O som da estocada pesada, crua, ritmada, rápida, sem pausa, invadia cada canto do dormitório.
— Ai... ai... Kai... mais... mais... não para... não para... me enche... isso... porra... — e lá estava S/N, gemendo como se a vida dependesse daquilo.
— Vira... isso, amor... de quatro pra mim... — Kai rosnava. — Quero ver essa bundinha bater na minha pelvis... olha só como engole... tá vendo, amor? Como some todinho?
PLAP PLAP PLAP PLAP PLAP
— EU QUERO MORRER! — Sehun gritou, jogando o travesseiro no chão. — QUEM FOI O GÊNIO? QUEM?
— A gente. — Chanyeol respondeu, segurando a cabeça entre as mãos. — A gente fez isso.
— E eles transam... — Baekhyun gesticulava, desesperado. — Transam de manhã... depois do café... antes do almoço... depois do almoço... no meio da tarde... ANTES do jantar... e ADIVINHA? Depois do jantar também!
— Eu só queria dormir. — suspirou Jongin, já rendido, deitado, encarando o teto, ouvindo claramente a voz manhosa de S/N. — Isso... Kai... ai... mais... me enche...
— E transam em todas as posições conhecidas pela humanidade. — Xiumin completou, andando pra lá e pra cá. — Missionário... de quatro... em pé... sentando... cavalgando... de ladinho... ELES INVENTARAM POSIÇÕES NOVAS!
— E o pior... — Baekhyun rolou na cama, batendo o pé no colchão. — Aquele gemidinho do S/N... bem manhoso... bem... ai... — imitou, levando a mão ao peito. — E o Kai? O Kai rosnando... falando putaria... dizendo como aquele corpinho é só dele...
PLAP PLAP PLAP PLAP PLAP
— Vem, amor... isso... senta... rebola pra mim... — a voz rouca, quase desumana de Kai. — Isso... olha... como engole tudo... que coisa linda...
— AAAAAAAA EU NÃO AGUENTO MAIS! — Sehun gritou. — VOU EMBORA DESSE DORMITÓRIO!
— Porra, nem punheta a gente escuta mais... — Jongdae reclamou. — Agora é isso... gemidos... gemidos... gemidos... cama batendo... som molhado... e Kai destruindo aquele garoto como se fosse a última coisa que ele fosse fazer na vida!
— Arrependido. — Chanyeol levantou a mão. — Extremamente arrependido.
— A gente criou um monstro. — Xiumin balançou a cabeça. — Dois, na verdade.
E do outro lado...
— Isso, amor... fica assim... bem quietinho... deixa eu enfiar tudo de uma vez... — Kai rosnava, segurando forte na cintura de S/N, que gritava, jogando a cabeça pra trás. — Isso... ah, porra... olha como tá me apertando... tão perfeito... tão meu...
PLAP PLAP PLAP PLAP PLAP
E assim seguiram... noites sem dormir... dias sem paz... tudo porque acharam que formar aquele casal seria... romântico.
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lagrya · 9 days ago
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Imagine Chris Evans
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Desde que começou a namorar Chris Evans, S/N nunca teve qualquer ataque de ciúmes. Ele sabia onde estava pisando. Chris era uma lenda de Hollywood, um dos rostos mais conhecidos do planeta. O eterno Capitão América. Bonito, talentoso, respeitado, cercado de fãs enlouquecidas e enlouquecidos. Um ícone.
Já S/N, por mais que estivesse em ascensão, por mais que seu talento fosse inegável e os convites para papéis importantes não parassem de chegar, ainda não carregava o peso de uma fama consolidada como a de Chris.
A mídia, porém, amava o casal. Quando Chris o assumiu publicamente, levando-o de mãos dadas ao Emmy no ano anterior, onde S/N concorria como Melhor Ator, o mundo inteiro pareceu parar. E quando o prêmio foi anunciado, quando o nome de S/N ecoou pelo auditório e ele, emocionado, virou-se para beijar Chris nos lábios antes de subir ao palco, foi como se Hollywood inteira gritasse de euforia. Não apenas pela coragem de Chris em expor sua bissexualidade com tanta naturalidade, mas porque, apesar da diferença de idade, de carreira, de experiência, os dois juntos pareciam funcionar de forma absurda. Como peças que nasceram para se encaixar.
Desde então, as aparições públicas sempre foram tranquilas. S/N não era ingênuo, claro. Sabia que olhares seriam lançados sobre Chris. Ele era desejado. Mas confiava nele. Sempre confiou. Até aquela noite.
O evento era uma daquelas festas absurdamente luxuosas que reuniam tudo e todos: atores, cantores, diretores, roteiristas, empresários, modelos. Luxo por todos os lados. Joias, ternos impecáveis, vestidos brilhantes e taças de champanhe servidas como água.
Chris e S/N chegaram juntos, como sempre. E como sempre, atraíram todos os flashes.
— Está lindo — Chris sussurrou no ouvido dele enquanto posavam para as fotos.
— Você também não está mal — respondeu S/N com um sorriso discreto.
Chris o puxou pela cintura, selando um beijo leve, aproveitando o estouro sincronizado dos flashes. Aquela era a parte fácil. A parte confortável.
Conforme a noite avançava, no entanto, S/N começou a perceber algo diferente no ar. Chris parecia mais… inquieto. Bebia um pouco mais rápido que o normal. Conversava com todo mundo, como sempre foi seu jeito, mas havia algo na forma como seus olhos buscavam algo — ou alguém — no salão que o deixava em alerta.
— Quer que a gente vá para um canto mais tranquilo? — S/N perguntou em certo momento, já um pouco incomodado.
— Estou bem, amor. Fica à vontade. Quero circular um pouco, rever algumas pessoas.
— Juntos? — tentou sugerir.
— Pode ficar aqui um pouco. Prometo não demorar. — E sorriu daquele jeito charmoso, que normalmente o desarmava.
Mas não naquela noite.
S/N ficou ali, disfarçando o desconforto, enquanto Chris sumia entre os convidados. Conversou com alguns conhecidos, riu de piadas superficiais, mas seus olhos varriam o salão constantemente, à procura do namorado.
Foi quando viu Elize Remion entrar.
Atriz badalada. Vencedora de vários prêmios. Jovem, bonita de forma quase agressiva, com um vestido vermelho colado ao corpo, decote profundo e um olhar que exalava autoconfiança. Todos sabiam que ela tinha fama de ser… direta. E de não respeitar muito as relações alheias.
S/N tentou não pensar demais. Era só mais uma convidada.
Mas quando, minutos depois, percebeu Elize atravessar o salão na direção em que Chris havia ido, seu estômago deu um salto desconfortável.
Forçou um sorriso enquanto continuava cumprimentando pessoas, mas não conseguiu mais relaxar. Quando finalmente se livrou da conversa, decidiu procurar Chris.
Andou por entre os grupos, passou perto da mesa de buffet, verificou a área próxima da varanda. Nada.
O salão era amplo, com algumas áreas internas mais afastadas, incluindo o bar, mais reservado.
E foi lá que encontrou a cena.
Chris estava encostado no balcão de mármore negro. À sua frente, Elize sorria, jogando os cabelos para o lado com um movimento estudado. Sua mão tocava suavemente o braço de Chris enquanto ela falava algo próximo demais do seu ouvido.
Chris sorria. Não aquele sorriso que dava para fãs ou para jornalistas. Era um sorriso baixo, contido, quase cúmplice.
S/N parou na entrada do bar, o sangue gelando nas veias. Eles estavam tão próximos. E Chris… não parecia exatamente incomodado.
Elize riu de algo que disse, baixando a mão lentamente até a altura do peito de Chris, em um toque que definitivamente não parecia casual.
S/N cerrou os dentes. Sua respiração estava pesada. E Chris não notou sua presença.
Viu quando Elize inclinou o rosto um pouco mais, os lábios quase roçando a orelha de Chris. O movimento do ombro dele indicou um leve encolhimento de riso.
S/N respirou fundo e caminhou até eles, cada passo pesado, firme, decidido.
— Amor. — sua voz soou seca, educada, mas dura, enquanto encostava a mão na cintura de Chris. — Estava te procurando.
Chris se virou um pouco surpreso, mas disfarçou com um sorriso.
— Estava aqui conversando com Elize. Já conhece, não?
— Nos vimos algumas vezes — respondeu S/N, sem estender a mão, mantendo o sorriso gelado no rosto.
Elize manteve o ar confiante.
— Estava parabenizando Chris pelo novo projeto. O diretor é um amigo meu antigo. Apenas coincidência maravilhosa nos reunirmos aqui.
— Imagino. — S/N respondeu com um tom controlado. — A coincidência foi realmente… conveniente.
Chris percebeu a tensão, mas tentou manter o clima leve.
— Estávamos mesmo finalizando a conversa. Não é, Elize?
— Claro. — Ela sorriu, mas o olhar carregava uma pitada de desafio na direção de S/N. — Foi ótimo te ver, Chris. Espero que a gente se encontre em Los Angeles.
— Vamos ver — respondeu Chris, com uma polidez forçada.
Elize se afastou, lançando um último olhar antes de desaparecer no salão.
S/N manteve-se em silêncio por alguns segundos, ainda com a mão na cintura de Chris. Apenas olhou nos olhos dele.
— Conversa agradável? — perguntou finalmente, num tom seco.
Chris suspirou.
— Não comece, amor. Foi só uma conversa.
— Só uma conversa? — S/N riu de forma seca. — Ela estava praticamente roçando o peito em você. E você não fez nada.
— Eu não ia causar uma cena no meio do evento.
— Não precisava causar cena. Bastava manter distância. Bastava me chamar. Bastava lembrar que não está sozinho aqui.
Chris esfregou o rosto, irritado.
— S/N… eu não fiz nada. Não tem motivo para você se incomodar assim.
— Não tem? — O tom dele subiu um pouco. — Porque, para mim, ver minha porra de namorado recebendo carícias no peito e sorrisos de segunda intenção enquanto flerta com uma mulher no bar não é exatamente a definição de tranquilidade.
Alguns olhares curiosos começaram a se virar na direção deles, percebendo o clima tenso.
— Vamos sair daqui — Chris disse entre os dentes. — Agora.
Sem esperar resposta, puxou S/N delicadamente pelo braço e o levou para uma área mais reservada do salão, perto do jardim iluminado.
— Olha, amor… — começou, tentando controlar o próprio estresse — Eu entendo que você não gostou, mas, honestamente, não houve nada. Eu não a incentivei, não flertei, não retribuí. Apenas fui educado.
S/N cruzou os braços, firme.
— Educado? Chris, há um limite entre educação e passividade. Ela não foi sutil. Ela sabia o que estava fazendo. E você deixou acontecer.
— Porque sou uma porra de figura pública, S/N! Eu não posso simplesmente empurrar uma mulher que vem falar comigo num evento desses.
— Claro que não. Mas podia, no mínimo, manter a distância física, sinalizar o desconforto, ou até mesmo me chamar para a conversa. Me incluir. Me respeitar, porra!
Chris suspirou novamente, passando a mão pelos cabelos.
— Eu não queria transformar isso em um escândalo. Você sabe como as coisas são.
— Eu sei exatamente como as coisas são. — S/N o cortou. — E sei que você acabou de dar um prato cheio para especulações idiotas.
Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, respirando pesadamente.
— Acho melhor encerrarmos a noite — disse S/N enfim. — Divirta-se com os fotógrafos. Eu vou para o hotel.
Sem dar chance de resposta, virou-se e saiu, deixando Chris parado, sentindo o peso do erro começar a se formar como uma pedra no estômago.
Chris entrou no hotel pouco mais de quarenta minutos depois de S/N sair do evento. A suíte era ampla, luxuosa, o tipo de lugar onde normalmente os dois passariam horas enrolados na cama, na banheira, ou no sofá, se provocando e transando até o amanhecer. Mas não naquela noite.
Assim que abriu a porta, deu de cara com S/N sentado na poltrona, com os braços cruzados e o olhar firme, esperando.
Chris fechou a porta atrás de si e tentou quebrar o clima com um sorriso leve.
— Oi, amor.
S/N ergueu o olhar de forma lenta, controlada, o rosto visivelmente emburrado, com o biquinho involuntário que sempre surgia quando ele estava irritado. Chris quase achou fofo demais para ser levado a sério, mas o frio no estômago não permitiu que brincasse com isso.
— Já chegou? — S/N perguntou com ironia suave, a voz baixa e controlada.
Chris caminhou lentamente até ele, tirando o paletó.
— Sim. Não consegui ficar lá muito tempo depois de você sair daquele jeito.
S/N apenas assentiu com a cabeça, sem mover o corpo.
— Hum.
Chris, então, tirou a gravata devagar, como já fizera tantas vezes só para provocar o namorado, sabendo o efeito que tinha sobre ele. Deixou a gravata cair sobre a poltrona ao lado e deu um passo mais próximo, encarando S/N com aquele olhar quente e sorriso meio sacana.
— Você está tão bonito mesmo emburrado. Sabe disso, não sabe?
S/N revirou os olhos, desviando o rosto.
— Não me provoca, Chris.
Chris aproveitou o movimento para se agachar, ficando na altura dele, com as mãos apoiadas nos braços da poltrona, cercando-o.
— Me deixa pelo menos tentar compensar essa noite péssima — sussurrou, inclinando o rosto e roçando os lábios no pescoço de S/N. — Não quero dormir brigado com você. Quero dormir... colado em você. Ou... nem dormir.
As mãos deslizaram suavemente pela cintura de S/N, tentando puxá-lo no colo.
Mas S/N foi rápido. Levantou-se da poltrona, obrigando Chris a recuar e quase tropeçar.
— Eu vou tomar banho. Sozinho.
Chris piscou, confuso. Sozinho?
Os dois não tomavam banho separados. Nunca. Mesmo se um já estivesse no chuveiro, o outro entrava junto, nem que fosse só para abraçar, beijar, ou acabar transando encostados na parede. Era quase uma regra não dita entre eles. E agora…
Chris ficou parado, observando o namorado atravessar o quarto e sumir no banheiro, fechando a porta atrás de si.
Aquilo doeu.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, ouvindo a água começar a cair. Depois soltou um longo suspiro, passou as mãos pelo cabelo e murmurou sozinho:
— Fodeu.
Sentou-se na beira da cama, encarando o nada. O fato de S/N sequer querer tomar banho junto com ele era o sinal claro de que a situação não era apenas um “ciúme bobo” como ele tinha tentado racionalizar no evento.
Ali, com a camisa ainda meio aberta e o paletó largado no chão, Chris começou a entender o quanto havia passado do limite naquela noite. E o quanto aquela “educação” dele tinha sido, sim, desrespeitosa para o homem que mais amava.
Minutos depois, ouviu a porta do banheiro se abrir. S/N saiu, de roupão branco, ainda com o cabelo úmido, e nem olhou para Chris. Caminhou até a cama, sentou-se na ponta e começou a mexer no celular, como se ele não estivesse ali.
Chris se levantou, caminhando devagar até o namorado, ajoelhando-se na frente dele.
— Amor... por favor — sussurrou, com a voz mais baixa e vulnerável dessa vez. — Não quero terminar a noite assim. Eu errei. Eu sei que você tem razão. Mas não me deixa assim, de fora. Não me ignora.
S/N olhou para ele finalmente, mas o olhar ainda estava duro.
— E o que você esperava, Chris? Que eu sorrisse enquanto assistia uma atriz se esfregando em você? Que eu ficasse no canto como um figurante da sua vida enquanto você deixa qualquer uma flertar contigo em público?
Chris abaixou a cabeça, encostando a testa nas pernas do namorado.
— Não. Eu fui um idiota. Achei que estava sendo polido, discreto… e acabei sendo desrespeitoso com você. Não vou tentar justificar. Só quero que você me perdoe.
S/N permaneceu em silêncio por alguns segundos, apenas observando-o ali ajoelhado. Era quase impossível resistir àquela cena: o grande Chris Evans, rendido, vulnerável, o orgulho colocado de lado, tudo por ele.
Mesmo assim, não podia ceder tão fácil. Não ainda.
— Vai demorar um pouco, Chris.
A resposta foi firme, mas a voz saiu um pouco embargada, e o biquinho que voltou a surgir nos lábios de S/N deixava claro o quanto ele estava dividido entre a raiva e a vontade de simplesmente puxá-lo para perto.
Chris ergueu o olhar, um sorriso pequeno e triste nos lábios.
— Eu espero o tempo que for, amor. Mas não esquece que eu te amo.
S/N respirou fundo, mordendo levemente o lábio inferior.
— Vai dormir na sua parte da cama hoje.
Chris assentiu, resignado.
— Vou.
Levantou-se e deu um beijo leve na testa de S/N antes de recuar, respeitando o espaço dele.
S/N, mesmo emburrado, acompanhou o movimento com os olhos, o coração já começando a amolecer, mas ainda decidido a mantê-lo no castigo um pouco mais.
Dois dias depois
Chris entrou no apartamento bufando. O peso das portas de vidro da cobertura quase bateu com força quando ele as empurrou. Estava tenso, com o maxilar travado, os ombros duros. O dia inteiro tinha sido um caos. Gravação atrasada, cenas refeitas dez vezes, diretor impaciente, colegas de cena dispersos. O estresse acumulado se transformava em uma bola de fogo latejando entre as pernas.
Tudo o que ele queria — tudo o que pensou o dia inteiro — era voltar para casa, jogar S/N na cama e fodê-lo até não sobrar força em nenhum dos dois.
Não era só tesão. Era uma fome primitiva. Dois dias sem poder tocar no namorado direito e a abstinência já o deixava maluco.
Jogou a mochila num canto, tirou o boné e caminhou direto para a sala, onde encontrou S/N deitado no sofá, com o notebook no colo, concentrado, provavelmente revisando algum roteiro.
Aquela imagem só piorou tudo. As pernas cruzadas, os cabelos caindo um pouco sobre a testa, o olhar atento. Chris parou por um segundo, mordendo o lábio. Só a ideia de vê-lo naquela posição, agora, com aquela expressão inocente…
O pau dele pulsou com força dentro da calça.
Caminhou até o sofá, abaixou-se e tirou o notebook do colo de S/N, com um sorriso enviesado.
— Já chega de trabalho, amor. Agora é minha vez.
S/N ergueu o olhar, desconfiado, mas não disse nada. Apenas observou Chris se ajoelhar entre suas pernas e subir as mãos pelas coxas.
— Amor... eu não aguento mais — sussurrou, a voz rouca e pesada de desejo. — Eu quero você. Agora. Aqui.
Começou a subir o robe que S/N usava, deixando suas coxas expostas. Os dedos firmes já encontravam a pele quente, subindo perigosamente.
— Chris... — S/N começou, a voz tensa.
Chris não parou. Inclinou-se, beijando a parte interna da coxa, subindo devagar até chegar perto da virilha.
— Me deixa... — sussurrou com urgência, a respiração pesada. — Me deixa te chupar. Me deixa meter. Me deixa enfiar tudo, amor. Eu quero te foder até você chorar hoje. Até transbordar com meu gozo.
S/N estremeceu com as palavras, mas rapidamente o afastou com as mãos no ombro.
— Não, Chris.
Chris piscou, paralisado.
— Não?
— Ainda não.
— Porra, S/N — Chris recuou um pouco, passando a mão pelo cabelo, já completamente irritado. — Já faz dois dias! Dois!
— E vai continuar se eu quiser — respondeu firme, cruzando os braços.
Chris levantou-se, andando pela sala como um animal preso.
— Eu estou ficando maluco — resmungou entre os dentes. — Eu não penso em outra coisa. Eu olho pra você e só quero meter. Eu sonhei com isso ontem à noite, acordei gozando sozinho, porra! Eu preciso sentir seu cuzinho me apertando, preciso te ouvir gemendo pra mim.
S/N não respondeu, apenas o observou. O biquinho emburrado estava de volta, mas a decisão continuava firme no olhar.
Chris se aproximou de novo, dessa vez com um brilho quase desesperado nos olhos.
— Olha pra mim, amor. Eu quero tanto você... — sussurrou, encostando a testa na de S/N. — Você não tem ideia. Eu quero foder sua bunda gostosa até não sobrar força nas minhas pernas. Quero gozar dentro de você até seu cu não conseguir segurar mais.
— E eu sei disso — respondeu S/N, com um sorriso levemente provocador. — Por isso é tão divertido te ver assim.
Chris gemeu frustrado, fechando os olhos.
— Isso é tortura psicológica.
— Não — S/N rebateu, deslizando os dedos lentamente pelo peito de Chris, provocando. — Isso é você aprendendo que certas coisas têm consequências.
Chris segurou a mão dele, os olhos suplicantes.
— Me diz o que eu tenho que fazer. Me ajoelho, imploro, faço qualquer porra. Só me deixa comer essa bunda.
S/N riu baixinho, acariciando o queixo dele.
— Ainda não. Vou tomar banho.
Chris arregalou os olhos.
— Sozinho?
— Sozinho.
E saiu caminhando tranquilamente para o banheiro, deixando Chris parado no meio da sala, com o pau duro latejando de raiva, desejo e frustração.
— Porra... — murmurou baixinho, esfregando o rosto com as duas mãos. — Eu vou morrer antes dessa greve acabar.
Deitou-se no sofá, encarando o teto, o corpo inteiro pulsando. Sabia que estava pagando o preço do que fez, mas não conseguia suportar o castigo com aquele garoto andando pela casa com aquele robe, com aquele olhar, com aquele biquinho emburrado e fofo, sabendo exatamente o efeito que causava nele.
A única coisa que podia fazer, por enquanto, era esperar. E se torturar.
Mas no fundo, ele sabia... quando S/N decidisse acabar com a greve, ia fazê-lo pagar por toda aquela ansiedade. E Chris já imaginava o quanto seria delicioso.
Uma semana.
Sete dias completos.
Sete dias sem sexo. Sem banho juntos. Sem sentir aquele cuzinho apertado envolvendo seu pau.
Chris estava no limite.
Ele andava pela casa como uma fera enjaulada. O corpo doía, latejava de tesão. Já não dormia direito. Bastava deitar e o cheiro de S/N impregnado nos lençóis fazia seu pau endurecer de imediato.
O pior não era nem a falta de sexo em si. Era o jogo psicológico. Porque S/N não o ignorava por completo. Não. Ele o deixava chegar perto. Permitira carinhos, abraços, alguns beijos. Mas toda vez que Chris tentava algo a mais, quando suas mãos começavam a deslizar por debaixo das roupas, era imediatamente afastado.
Como agora.
S/N estava deitado no sofá, com a cabeça apoiada no colo de Chris, os dois assistindo um filme qualquer. Chris passava os dedos pelos cabelos do namorado, numa carícia lenta, tentando manter o autocontrole. Mas o toque leve, o calor do corpo de S/N sobre as coxas dele, a proximidade... tudo era um inferno delicioso.
Aos poucos, seus dedos desceram para a nuca, para o pescoço, acariciando a pele macia.
— Amor... — sussurrou rouco, inclinando-se até roçar os lábios na orelha de S/N. — Me deixa, por favor...
Os dedos desceram mais, até o peito, massageando lentamente. A outra mão já começava a subir pela coxa dele, quase num pedido desesperado.
S/N apenas fechou os olhos, relaxando, como se não estivesse entendendo as intenções claras de Chris.
— Você está tão fofo carente — provocou com um sorriso preguiçoso. — Quase dá vontade de ceder.
Chris gemeu baixinho, apertando um pouco a coxa dele.
— Então cede, porra... eu não aguento mais. Estou ficando insano. Só penso em te foder.
S/N ergueu o olhar e, com um movimento rápido, afastou as mãos de Chris.
— Eu disse "quase".
Chris soltou um longo suspiro frustrado e jogou a cabeça para trás, encarando o teto.
— Você está me matando, sabia?
S/N riu baixo, esticando-se preguiçosamente no sofá.
— Eu? Só estou esperando você entender direitinho as consequências dos seus atos, amor.
— Eu já entendi, porra! Faz dias!
— Mas eu ainda não estou convencido.
Chris fechou os olhos, respirando fundo, tentando manter a sanidade.
A verdade é que ele se recusava a se aliviar sozinho. Podia muito bem ir para o banheiro e se masturbar, claro. Mas não.
Aquela gozada — todas as gozada acumuladas daquela semana inteira — ele queria dar dentro de S/N. Queria enfiar tudo naquela bundinha deliciosa, meter fundo até ouvir S/N gemer manhoso, até sentir o buraquinho apertado engolindo cada jato quente de porra.
Ia guardar cada gota para aquele momento. Ia foder S/N tanto, tão forte, que ambos desabariam depois, completamente exaustos.
Mas a cada negativa, cada afastamento, cada banho tomado sozinho... o desespero só aumentava.
Naquela noite, Chris ainda tentou mais uma vez. Quando S/N levantou para ir ao quarto, Chris o seguiu. Viu o namorado tirar a camiseta devagar, como se estivesse provocando ainda mais, e sorriu, aproximando-se por trás, abraçando-o.
Beijou o pescoço, pressionou seu corpo contra o dele.
— Amor... eu estou com tanto tesão que mal consigo andar — sussurrou com a voz grave. — Me deixa te foder. Deixa eu meter agora. Você sente, não sente? Meu pau duro te cutucando. Está pulsando por você.
S/N suspirou, fechando os olhos, quase derretendo com o sussurro. Mas logo recobrou a firmeza.
Virou-se de frente e colocou as mãos no peito de Chris, empurrando-o suavemente para trás.
— Ainda não, amor.
Chris fechou os olhos, frustrado, mordendo o lábio.
— Porra, S/N… eu vou explodir.
S/N riu baixinho, pegando uma toalha e indo calmamente para o banheiro.
Chris ficou parado, vendo a porta se fechar de novo.
Banho sozinho. Outra vez.
Esfregou o rosto com as duas mãos, os músculos do pescoço rígidos de tensão. Sentou-se na beira da cama, respirando fundo.
O volume dentro da calça incomodava, pressionava. Ele estava constantemente duro, como um adolescente desesperado.
Mas não. Não ia bater punheta.
— Vai ser tudo dentro de você — murmurou sozinho. — Cada gota. Você vai engolir tudo quando finalmente me deixar meter.
Só o pensamento já fez seu pau latejar dolorosamente.
Chris sabia: quando o momento chegasse, não seria apenas sexo. Seria punição, vingança, prazer e desespero acumulado.
E quando finalmente entrasse naquela bunda, ia foder tanto que S/N ia implorar para parar.
Mas até lá... ele seguia agonizando.
Na manhã seguinte, Chris quase não acreditou no que ouviu.
— Duas semanas? — a voz saiu meio rouca, quase engasgada, enquanto ele encarava S/N no meio da cozinha. — Você está brincando comigo.
S/N, com a maior naturalidade do mundo, colocava os pratos na mesa.
— Não estou brincando. É um projeto ótimo, amor. Um diretor incrível. É um papel que pode me render muito.
Chris apertou a borda da mesa, a mandíbula tensa. O coração disparado.
— Você vai viajar por duas semanas. E eu não posso ir.
— Exato — respondeu com um sorriso calmo, quase inocente. — Suas gravações não permitem.
Chris passou a mão pelos cabelos, visivelmente à beira do surto.
— S/N... eu já estou há uma semana… uma semana inteira, porra, sem meter em você. Sem gozar dentro de você. E agora você vai sumir por mais duas semanas?
S/N deu de ombros, servindo café como se o mundo não estivesse desabando sobre Chris naquele momento.
— Que bom que está guardando tudo para mim, então. Vai ter muito o que me dar quando eu voltar.
Chris sentiu o pau endurecer só de ouvir aquela frase. Engoliu seco.
— Você está se divertindo com isso.
— Talvez um pouco — respondeu com aquele sorriso fofo, mas perigosamente safado.
Chris caminhou até ele, parando atrás de S/N e o agarrando pela cintura, colando o corpo no dele.
— Amor… — sussurrou no ouvido, o tom rouco, carregado de tesão acumulado — Eu vou ficar doente, caralho. Você tem noção do que está fazendo comigo? Eu acordo duro. Passo o dia duro. Eu vejo você andando de robe por essa casa e preciso de força sobre-humana para não te jogar no chão e te comer até você gritar.
As mãos dele já deslizavam lentamente pelo quadril de S/N, apertando.
— Só de pensar que vou passar mais duas semanas sem sentir esse cuzinho me apertando, sem meter fundo em você, me dá vontade de te amarrar nessa casa e não deixar você sair.
S/N mordeu o lábio, com o rosto corado, mas segurando firme a pose.
— Mas você não faria isso, porque você é um bom namorado.
Chris encostou a testa na nuca de S/N, respirando pesado, com o pau latejando já completamente duro contra a bunda dele.
— Eu sou um namorado desesperado. É diferente.
Tentou subir a mão por dentro da camiseta, já desesperado, começando a beijar o pescoço com intensidade.
S/N gemeu baixo com o toque, mas logo virou o corpo e, com um empurrãozinho firme no peito de Chris, o afastou.
— Não vai funcionar.
Chris o encarou, com os olhos ardendo de desejo e frustração.
— Eu vou explodir, S/N.
— Vai segurar.
Chris se jogou para trás, encostando na bancada com um gemido frustrado. Passou as duas mãos pelo rosto, arfando.
— Quando você voltar… — começou, a voz baixa, ameaçadora de tão carregada de tesão — Eu vou te foder tanto, mas tanto, que você não vai conseguir andar por uma semana.
S/N corou ainda mais, os olhos arregalando levemente pela promessa suja, mas manteve o sorriso malicioso.
— Estou contando com isso, amor.
Chris gemeu alto de frustração, fechando os olhos.
— Porra… você é cruel.
— Eu só quero que você me sinta ainda mais seu.
— Você já é meu, porra. Meu. Essa bunda é minha. Esse cuzinho é meu. — Chris foi se aproximando de novo, quase tremendo de desejo — Me deixa marcar, S/N... me deixa gozar dentro de você antes dessa viagem.
S/N tocou o peito dele com o dedo indicador, impedindo-o de avançar mais.
— Vai ter que esperar.
— Eu vou enlouquecer, amor…
— Aguente firme. Vai valer a pena — sussurrou com um sorriso provocador, dando um selinho leve nele, e depois se afastando calmamente.
Chris ficou ali, com a ereção pulsando dolorosamente, vendo o namorado se afastar com aquele andar provocante e sabendo, no fundo, que estava sendo torturado da forma mais cruel e deliciosamente planejada possível.
Mais duas semanas.
Sem sexo.
Sem banho juntos.
Sem alívio.
Cinco dias de viagem.
Chris já não era mais o grande, confiante e dominante Capitão América. Não. Ele estava à beira do colapso. Virou uma cadelinha desesperada por qualquer migalha de atenção de S/N.
Ele ligava o tempo todo. Mandava mensagem a cada intervalo nas gravações. Chamava para videochamada antes de dormir. Precisava ver o rosto de S/N. Precisava ouvir sua voz. Precisava de qualquer coisa para não enlouquecer de tesão e saudade.
— Amor... — a voz dele saía manhosa, num tom que S/N nunca tinha ouvido antes. — Volta logo. Por favor. Eu sinto tanto a sua falta.
S/N, do outro lado da chamada, ria com a expressão carinhosa e ligeiramente maldosa.
— Ainda falta mais de uma semana, amor. Aguente firme.
Chris gemeu, quase se arrastando na cama do hotel onde estava hospedado.
— Eu não estou aguentando firme! Eu estou um lixo. Estou morrendo de tesão. Meu pau dói o dia inteiro, amor... o dia inteiro! Ele fica duro só de ouvir sua voz, porra.
S/N sorriu, passando a língua pelos lábios.
— E vai continuar assim. Eu quero você no limite quando eu voltar.
Chris mordeu o lábio com força, o rosto já vermelho.
Mas naquela noite, a carência transbordou de vez.
Ele ligou para S/N, ainda mais carente do que nos outros dias. Assim que a chamada de vídeo foi aceita, S/N viu algo que o fez arregalar os olhos.
Chris estava completamente pelado.
Deitado de barriga para cima na cama, o corpo musculoso em total evidência. Peitoral largo, abdômen definido, coxas grossas abertas e, entre elas, o pau completamente duro, grosso, pulsante, com as veias marcadas, a glande brilhando já melada de tanto líquido pré-gozo acumulado.
As bolas estavam pesadas, cheias, latejantes.
Chris mordeu o lábio inferior, com um gemido abafado, os olhos úmidos de desespero.
— Amor... — sussurrou manhoso, a voz embargada de tesão e vergonha — Olha como você me deixa. Olha isso.
S/N respirou fundo, sentindo o calor subir no corpo. O pau dele endureceu imediatamente dentro da calça só com aquela cena.
— Chris…
Chris começou a acariciar devagar as próprias bolas, gemendo.
— Eu não gozo há quase duas semanas, amor... Eu estou cheio por você. Olha quanto tem aqui.
A outra mão subiu, segurando o pau grosso e latejante. Ele o exibiu na câmera, mostrando de perto para S/N.
— Eu quero tudo dentro de você. Quero gozar tanto dentro do seu cuzinho, amor… tanto… você não tem ideia de como eu vou meter em você quando voltar.
S/N mordeu o lábio, estremecendo com a cena, mas mantendo o controle, mesmo com a respiração já pesada.
— Não vai se tocar.
Chris gemeu alto, revirando os olhos, se contorcendo na cama.
— Eu sei, amor… eu não vou. Só estou mostrando pra você o quanto eu estou pronto. O quanto eu estou guardando.
A câmera tremia um pouco com a respiração pesada dele. O pau dele pulsava forte na mão.
— Eu preciso de você. Por favor, volta logo. Me deixa te foder. Me deixa gozar tanto dentro de você que vai escorrer pelos seus olhos, amor...
S/N gemeu baixo, sentindo o próprio pau implorar dentro da calça, mas manteve a postura.
— Quando eu voltar, amor… você vai me mostrar o quanto acumulou. Eu quero sentir cada gota sua dentro de mim. Mas até lá, vai guardar tudo.
Chris fechou os olhos, gemeu manhoso e mordeu o dorso da mão, quase chorando de frustração.
— Eu te amo tanto, porra… Eu vou guardar, eu juro. Mas me deixa te ver na cama agora. Só de cueca. Me deixa ver você, amor, por favor… me dá só isso hoje.
S/N sorriu, mordendo o lábio e balançando a cabeça.
— Não hoje.
Chris gemeu, jogando a cabeça para trás, os músculos tensionados de pura frustração e tesão.
— Porra... você é cruel, amor. Cruel demais.
— Eu só estou preparando o terreno para quando eu voltar, Chris. — a voz de S/N ficou mais baixa e provocadora — E quando eu voltar… você vai me foder como se tivesse esperado uma vida inteira por isso.
Chris quase gozou só com a promessa.
— Eu vou acabar com você na cama, amor. Vou destruir esse cuzinho.
S/N desligou a chamada, deixando Chris lá, desesperado, duro, as bolas pesadas, com a respiração descompassada.
Faltavam quatro dias.
Só quatro.
Mas Chris não aguentou.
Ele acordou de madrugada, duro, o corpo inteiro latejando. Olhou para o teto, para o lado vazio da cama, e sabia que não tinha mais forças. Estava doente, literalmente. O tesão acumulado o deixava febril, irritadiço, sem concentração.
Mandou uma mensagem para o set, avisando que estava indisposto, febre, dores — não era nem tanto mentira.
Horas depois, estava dentro de um avião, o pau pulsando dentro da calça durante o voo inteiro, só de imaginar o que faria quando finalmente tivesse S/N debaixo dele.
Quando chegou no hotel, não quis esperar. Subiu direto para o quarto onde S/N estava hospedado. A mão tremia ao bater na porta.
Poucos segundos depois, S/N abriu, ainda sonolento, de camiseta larga e cueca, os olhos se arregalando ao ver Chris ali, ofegante, com as malas ainda na mão.
— Chris?! O que você...
Chris largou as malas no corredor e entrou, empurrando S/N delicadamente para dentro com o corpo, fechando a porta com o pé.
— Eu não aguento mais — sussurrou rouco, os olhos famintos. — Acabou.
Antes que S/N pudesse dizer qualquer coisa, Chris o agarrou pela cintura, colando os corpos. A boca tomou a dele num beijo desesperado, quente, selvagem, misturando o sabor de saudade, frustração e desejo bruto.
S/N gemeu contra os lábios dele, as pernas ficando moles com a intensidade. Chris o ergueu no colo com facilidade, andando pelo quarto até jogá-lo na cama com o corpo inteiro.
— Você não faz ideia... — a voz dele saía entrecortada, os olhos brilhando de loucura — ...do que você me fez passar essas semanas.
Tirou a própria camiseta, os músculos tensos, a respiração pesada, o pau já marcando a calça de forma obscena.
— Eu sonhei com esse momento todas as noites, porra — continuou, enquanto arrancava a calça rapidamente. — Pensava em como seria meter fundo em você, encher esse cuzinho com toda a porra que eu guardei.
S/N, com as bochechas coradas e o coração disparado, apenas abriu as pernas, já sentindo o próprio pau duro e latejando.
— Então faz.
Foi tudo o que precisou.
Chris praticamente arrancou a cueca dele, ajoelhando-se entre as coxas, lambendo os lábios como se estivesse diante da refeição que esperou a vida inteira.
— Eu vou destruir essa bunda, amor. Vou fazer você gozar chorando.
Sem perder tempo, baixou o rosto e começou a chupar o cuzinho com fome, a língua invadindo com força, molhando, abrindo, preparando. S/N arqueou as costas, gemendo alto, os dedos enroscando nos lençóis.
Chris gemeu contra a pele dele, ensopando, lambendo, babando, sugando com avidez.
— Eu sonhava com esse gosto, porra… tão quentinho… tão apertado… meu.
Subiu rapidamente, o corpo inteiro tremendo de tanto tesão acumulado, o pau duro e brilhando na ponta, pesado, desesperado.
— Não tem preliminares hoje, amor. Eu preciso meter. Agora.
S/N apenas assentiu, ofegante, já delirando de desejo.
Chris se alinhou e, com um único movimento, empurrou fundo o pau grosso e latejante dentro do cuzinho apertado.
Ambos gritaram juntos.
— FODAAA... — Chris gemeu, os olhos quase revirando com o calor e o aperto. — Porra, amor… está me engolindo.
Começou a meter com força desde o primeiro segundo, segurando as pernas de S/N no alto, abrindo o máximo, encaixando fundo, repetidas vezes, com estocadas violentas, cada vez mais profundas.
O som dos corpos se chocando ecoava pelo quarto.
— Toma, amor… toma tudo que eu guardei pra você… — gemia entre as estocadas — uma semana, duas, porra... QUASE TRÊS SEM GOZAR.
S/N já chorava de prazer, gemendo alto, o corpo inteiro tremendo com cada estocada brutal.
— Chris… Chris... amor...
— Isso, chora pra mim… — sussurrou Chris, o rosto suado, o abdômen contraindo com a força dos movimentos. — Eu vou gozar tanto dentro desse cuzinho, amor, tanto...
Os gemidos aumentavam, os estalos das estocadas ecoavam no quarto abafado, o cheiro de suor e sexo já impregnado no ar.
Chris sentia as bolas inchadas, duras, prestes a explodir.
— Toma tudo, amor... tudo...
De repente, com um grunhido profundo, ele cravou-se até o limite e começou a gozar violentamente dentro de S/N.
— AAAH… PORRA!
Os jatos quentes preenchiam o buraquinho pulsante, jorrando sem controle, como se o corpo inteiro tivesse guardado cada gota só para aquele momento.
S/N gritava e gemia, sentindo o calor preenchê-lo por dentro, tremendo de prazer com o corpo inteiro suado, as pernas bambas.
Mas Chris não estava satisfeito.
Nem de longe.
Aquela primeira gozada tinha sido o início. Mas o instinto primitivo que o dominava durante as semanas de tortura não se dissipou com um simples alívio. Ao contrário, parecia ter despertado algo ainda mais selvagem dentro dele.
Nos três dias seguintes, tudo o que existia no mundo de Chris era aquele cuzinho quente, apertado e manhoso de S/N.
A agenda de ambos? Cancelada.
As reuniões? Ignoradas.
Os compromissos? Abandonados.
Chris trancou o quarto de hotel como se fosse o único lugar do planeta. Nada mais importava além de foder o namorado até que cada centímetro daquele buraquinho estivesse completamente moldado ao formato do seu pau.
Acordava duro e já montava em cima de S/N, metendo devagar no início, apenas para sentir o quentinho o envolvendo logo cedo, gemendo baixinho contra o pescoço do namorado.
— Bom dia, amor… — sussurrava rouco, começando a bombear fundo enquanto S/N ainda acordava gemendo, manhoso, com o rosto enterrado no travesseiro. — Vamos começar o dia direito.
E a cada gozada, parecia ainda mais faminto.
Fodia de todas as formas que sabia que S/N amava:
De bruços, com as mãos segurando as costas dele, empurrando o quadril para baixo e metendo com força, até ouvir os gemidinhos abafados e o choramingo manhoso de dor e prazer misturados.
De quatro, com as mãos firmes nas laterais da cintura, puxando para trás com estocadas longas e profundas, tão violentas que as bolas batiam contra o cuzinho já vermelho e latejando.
Montado por baixo, vendo S/N sentar no pau inchado, descendo e subindo, chorando com o rosto vermelho, as lágrimas escorrendo pelas bochechas coradas.
— Assim, amor… isso… me deixa ver… sente tudo dentro… — Chris gemia, arfando, segurando a cintura dele com força. — Desce inteiro, porra. Quero ver esse cuzinho engolir meu pau inteiro.
Cada vez que enchia S/N de gozo, o buraquinho espremia, tentando conter a quantidade absurda de porra que jorrava dentro.
— Olha isso, amor… — Chris sussurrava suado, observando o esperma escorrer pelas coxas dele — Transbordando… eu ainda não acabei.
S/N já soluçava de tão manhoso, com o corpo exausto, tremendo inteiro, mas nunca dizia para parar.
— Chriiiiis… dói… — choramingava, com a voz arrastada, os olhos vermelhos.
— Eu sei, amorzinho — Chris dizia enquanto beijava as lágrimas. — Mas você aguenta. Está tão lindo todo fodido, gemendo para mim.
E seguia, entrando de novo, mais fundo, mais bruto, sentindo o cuzinho cada vez mais alargado, mais aberto, como se o corpo de S/N estivesse implorando por ainda mais.
Nas poucas pausas, Chris o alimentava na cama, dando água, comida, beijando o corpo inteiro com carinho possessivo.
— Você é meu, amor. Só meu. Esse cuzinho é só meu.
À noite, o quarto inteiro já cheirava a sexo. Lençóis encharcados, travesseiros suados, o colchão com manchas de esperma. Chris fodia com a mesma fome, levantando as pernas de S/N sobre os ombros, metendo tão fundo que as bolas batiam ruidosas contra a entrada já aberta e brilhante de tanto gozo acumulado.
— Assim… isso… porra… olha como engole tudo… — Chris gemia, os olhos febris. — Eu podia ficar dentro desse cuzinho pro resto da vida.
S/N chorava baixinho, manhoso, agarrando os braços dele, a cabeça tombando para trás enquanto o orgasmo rasgava o corpo, mesmo exausto.
Chris gozava de novo, jorrando tanto dentro dele que o barulho da porra sendo empurrada para dentro com as estocadas seguintes soava obsceno.
— Mais… ainda tem mais, amor… ainda não acabou… — Chris dizia com a voz rouca, continuando a bombear mesmo gozando, sem dar descanso, sentindo o buraquinho espremendo o esperma quente.
E assim foram os três dias.
Sem parar.
Sem trégua.
Sem piedade.
S/N já estava completamente entregue, fodido, com o cuzinho latejando tanto que nem conseguia mais fechar direito as pernas. As coxas tremiam mesmo quando não estavam transando. O corpo inteiro marcado pelas mãos fortes de Chris.
Mas nunca disse "para".
Nunca recusou.
Nunca quis que terminasse.
Porque, no fundo, S/N também esperava por aquele momento: ser completamente tomado pelo namorado desesperado, sentindo o amor doentio, possessivo e sujo que só Chris sabia dar.
Até que, na manhã do quarto dia, depois de mais uma foda insana, Chris finalmente caiu sobre ele, suado, exausto, com a respiração descompassada.
Beijou o ombro de S/N, que arfava, de olhos fechados, todo mole de tanto ser fodido.
— Agora sim… — sussurrou manhoso — Agora estou completo.
S/N sorriu preguiçoso, com a voz fraquinha:
— Seu doentinho...
Chris mordeu de leve o pescoço dele.
— Doentinho só por você, amor. Só por você.
E adormeceu com o pau ainda semi-duro dentro daquela bunda completamente fodida, inchada e transbordando.
Depois de três dias inteiros trancados no quarto, quando finalmente saíram para retomar suas agendas, agiram como se absolutamente nada tivesse acontecido.
As broncas vieram. Dos diretores. Dos produtores. Dos assistentes de cena.
Chris apenas ouvia tudo com aquele sorrisinho satisfeito no canto dos lábios, ainda com a mente suja de cada estocada, de cada gozada jorrada dentro de S/N.
S/N, por sua vez, mal conseguia disfarçar o andar levemente torto, as coxas ainda bambas, o corpo todo dolorido, mas o rosto iluminado, o sorriso manhoso e relaxado estampado nos lábios.
Ambos sabiam o que tinham feito. E adoravam cada lembrança suja que piscava na cabeça durante as reuniões, as entrevistas, os sets.
Quando a viagem acabou e finalmente voltaram para casa, o clima entre os dois estava quase tranquilo. Quase.
Assim que fecharam a porta da cobertura, Chris puxou S/N pela mão, os olhos queimando de desejo fresco, como se nunca tivesse sido saciado de verdade.
— Banho — sussurrou com a voz rouca. — Agora.
Entraram no banheiro às pressas, se despindo no meio do caminho, as roupas sendo largadas pelo chão até o chuveiro. A água quente começou a cair enquanto Chris prensava S/N contra o azulejo, os corpos colados, o pau já duro, latejando entre as coxas do namorado.
— Porra, amor… eu não canso nunca de você — arfou, lambendo o pescoço de S/N, sentindo o corpo já amolecendo na palma de suas mãos. — Esse cuzinho me vicia cada dia mais.
Com facilidade, ergueu S/N no colo, as pernas se enrolando na cintura dele, as costas pressionadas contra a parede molhada. O pau grosso encaixou no buraquinho já relaxado, e num único movimento, penetrou fundo, fazendo ambos gemerem alto, a água do chuveiro escorrendo pelos corpos colados.
— Aaaah… — S/N arfou, o corpo inteiro se contraindo, as unhas cravando nos ombros largos de Chris. — Porra, Chris…
Chris gemia no ouvido dele, arfando como um animal em cio, sentindo o cuzinho quente engolir tudo de novo, mesmo depois de dias sendo fodido brutalmente.
— Olha só… ainda tão apertadinho… me recebendo tão bem… — mordia o lóbulo da orelha enquanto metia fundo, cada estocada fazendo S/N bater as costas contra a parede com força. — Você nasceu pra isso, amor. Pra ser fodido por mim.
S/N gemeu manhoso, a cabeça tombando para trás, o corpo inteiro tremendo, até que mordeu o ombro de Chris com força, gemendo alto com o pau dele roçando direto na próstata a cada estocada brutal.
Chris grunhia de prazer, excitado com a mordida, com o desespero do namorado.
— Isso… morde mesmo, amor… marca... me mostra o quanto você gosta.
O ritmo aumentava, o som molhado dos corpos batendo ecoando no banheiro. A água quente não era nada comparada ao calor dos dois.
— Eu vou gozar dentro de você de novo, amor… eu nunca vou me cansar de encher esse cuzinho… — gemia Chris, cada estocada ficando ainda mais profunda, sentindo as bolas pesadas baterem forte.
S/N apenas soluçava de prazer, revirando os olhos, sentindo o corpo ser dominado pelo gozo inevitável.
Chris gozou forte dentro dele mais uma vez, o corpo inteiro tremendo, o esperma quente invadindo o buraquinho já cheio, vazando devagar enquanto ele continuava a bombear, prolongando cada jato.
Depois, quando finalmente saíram do banho, S/N parecia prestes a desabar de cansaço — mas Chris ainda não tinha terminado.
— Vem cá — sussurrou puxando-o pela mão, levando-o para a cama. — Agora eu quero te ver. Quero ver como você fica cavalgando meu pau.
Deitou-se com as costas na cama, os músculos brilhando de suor, o pau já voltando a endurecer mesmo depois de gozar minutos atrás.
S/N subiu devagar, já manhoso, com o corpo cansado, mas o olhar brilhando. Montou sobre Chris, segurando o pau grosso na base e se encaixando devagar, gemendo quando o sentiu deslizar inteiro para dentro de si outra vez.
Chris arfou, segurando firme as coxas dele.
— Olha isso… — murmurou com os olhos fixos na visão suja — Meu pau sumindo dentro desse cuzinho… porra, amor… você nasceu pra isso.
S/N começou a subir e descer devagar, gemendo baixinho, os olhos semicerrados, a boca entreaberta.
Cada movimento fazia o pau de Chris roçar fundo, arrancando gemidos manhosos e soluços carregados de prazer.
Chris apertava as coxas dele, ajudando no ritmo, com a voz rouca e manhosa.
— Assim, amorzinho… quica pra mim… me mostra como você gosta…
S/N cavalgava com os olhos brilhando, a boca entreaberta, a cabeça tombando para trás, gemendo como se estivesse em transe.
Chris apenas assistia, hipnotizado, sentindo o pau ser sugado com força, as paredes internas apertando, massageando, como se o cuzinho tentasse engolir ainda mais.
— Porra… você fica tão lindo cavalgando, amor… tão meu… tão perfeito…
O ritmo aumentou, as estocadas ficando mais rápidas, até S/N gritar, o corpo inteiro tremendo em um orgasmo intenso, gozo espirrando sobre o abdômen de Chris enquanto ainda montava.
Chris gemeu alto, perdendo o controle de vez, e gozou de novo dentro dele, segurando forte as coxas, o corpo inteiro se contraindo em espasmos de prazer absoluto.
Ambos ficaram ali, suados, grudados, ofegantes, a respiração pesada, até S/N cair desabado sobre o peito dele, completamente exausto.
Chris o abraçou com força, beijando sua cabeça com um sorriso bobo e possessivo.
— Pronto, amor… agora sim... — sussurrou. — Agora você está oficialmente fodido o suficiente pra compensar cada segundo que me deixou esperando.
S/N riu manhoso, escondendo o rosto no pescoço dele.
— Eu acho que passei do meu próprio limite dessa vez…
Chris mordeu o lóbulo da orelha dele e sussurrou rouco, ainda com o pau semi-duro dentro daquela bundinha mole e cheia de gozo:
— Sorte a minha que o seu limite é sempre mais longe do que você imagina.
Meses depois, mais um evento de gala. Red carpet, flashes, entrevistas. O típico mundo de Hollywood.
Chris e S/N chegaram juntos, impecáveis. Ele de smoking clássico, elegante e másculo como sempre, e S/N num terno sob medida, charmoso, atraindo olhares — não só por causa da beleza óbvia, mas pelo brilho possessivo e satisfeito no olhar.
O casal do ano, como a mídia gostava de rotular.
E como sempre, os sussurros, as fotos, os comentários sussurrados quando passavam. Mas naquele evento específico… lá estava ela.
Elize Remion.
A atriz famosa, linda, provocadora, e claramente incapaz de entender limites.
S/N a viu primeiro. Observava de longe com a taça de champanhe na mão, discreto, o corpo relaxado, o olhar atento.
Chris estava no bar, cercado de colegas, sorrisos educados, conversas formais.
Foi quando Elize se aproximou.
O vestido dela era indecente de tão justo, decotado, a fenda da saia praticamente até a virilha. Ela se aproximou com aquele sorriso insinuante, o olhar brilhando de intenção.
— Chris… sempre um prazer te ver. Você está irresistível esta noite.
S/N, de longe, já reconhecia o tom de voz, o olhar, a proximidade. Bebeu um gole do champanhe, mantendo o sorriso satisfeito nos lábios.
Chris, por sua vez, manteve a postura, mas a tensão nos ombros era visível.
— Boa noite, Elize. Como vai?
— Melhor agora, te vendo — ela deslizou a mão pelo antebraço dele, num toque claramente sugestivo. — Está sozinho?
Chris sorriu educado, mas já deu um passo discreto para trás, afastando o braço.
— Não. Vim com meu namorado.
— Ah, claro… o famoso S/N — respondeu com aquele sorriso artificial. — Pena ele não estar aqui agora.
Chris respirou fundo, tentando se manter calmo.
— Ele está logo ali. Observando tudo. — disse num tom educado, mas com um toque sutil de aviso. — E francamente, Elize, acho que todos já entenderam os limites.
Elize riu, forçando charme:
— Só conversamos, Chris… você sabe que a mídia adora inventar.
Chris manteve o sorriso, mas seu olhar agora era frio, controlado.
— Exatamente por isso que prefiro manter as coisas absolutamente claras, para não haver margem para invenções.
S/N, de longe, quase gargalhou ao ver o sorrisinho nervoso dela murchando.
Chris estava impecável.
Controlado.
Respeitoso.
Mas absolutamente firme.
Elize, percebendo que não conseguiria nada, logo se afastou, fingindo casualidade.
Chris respirou fundo e, sem perder tempo, cruzou o salão, indo direto para S/N.
Quando se aproximou, o olhar de S/N era delicioso. Satisfeito, divertido, quase vitorioso.
— Estava observando? — Chris perguntou num sussurro manhoso, colando-se de leve ao corpo de S/N enquanto posavam para mais algumas fotos.
— Do começo ao fim — respondeu com um sorriso malicioso. — E devo dizer… muito orgulhoso de você.
Chris riu baixinho, a mão deslizando discretamente pela cintura de S/N.
— Amor… eu juro… eu prefiro morrer a passar por outra greve de sexo na minha vida.
S/N riu, mordendo o lábio, se inclinando de leve para sussurrar no ouvido dele:
— Bom garoto.
Chris estremeceu só de ouvir aquele tom manhoso de provocação.
— Depois dessa noite... — sussurrou de volta, com a voz baixa e carregada — ...eu vou te mostrar o quanto eu mereço ser recompensado.
S/N sorriu, os olhos brilhando com aquela promessa suja que ele conhecia tão bem.
E sabiam que, assim que o evento terminasse, a verdadeira diversão começaria.
Porque agora… Chris era completamente, desesperadamente, viciado naquela bunda.
E jamais arriscaria perder o direito de fodê-la.
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lagrya · 9 days ago
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Imagine Aizawa
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O amor parecia um luxo que não cabia na sua rotina exaustiva de herói e professor. Dormir já era difícil, comer em paz era um privilégio. Amar? Aquilo era simplesmente impossível. Ou pelo menos, foi… até S/N aparecer.
S/N surgiu como uma tempestade de luz, literalmente. Um herói em ascensão com a peculiaridade de manipular a luz ao redor do próprio corpo, criando feixes, lâminas, escudos e até formas sólidas de energia radiante. Mas não foi só seu poder que chamou a atenção de todos – foi a presença. A energia vibrante. A voz incessante. A alegria escancarada no sorriso largo que não parecia saber se calar.
A primeira vez que Aizawa viu S/N foi durante uma apresentação na sede da Agência de Heróis, em uma reunião entre profissionais veteranos e novos talentos. Ele estava ali apenas como observador. O diretor da U.A. tinha insistido para que ele acompanhasse a reunião, talvez buscando potenciais novos professores ou colaboradores. Aizawa foi de má vontade. O café estava amargo, o terno incomodava e ele planejava sair no meio.
Mas então, a porta se abriu de forma quase teatral, e lá estava ele.
— Oi, oi, oi! Desculpem o atraso, o metrô estava insuportável hoje! — disse o recém-chegado, ofegante, com um sorriso enorme nos lábios. — Mas estou aqui! Inteiro! Brilhante! Animado! Literalmente brilhante, aliás, olhem só — e, com um estalar de dedos, uma pequena esfera de luz flutuou acima de sua mão.
Alguns riram. Outros pareceram entediados. Aizawa ergueu uma sobrancelha.
— Este é o S/N — anunciou um dos líderes da reunião. — Herói novato com índice de resgate acima da média, atua majoritariamente em áreas urbanas e já salvou mais de cinquenta civis em situações de risco extremo. Peculiaridade: Manipulação Avançada de Luz.
— Gosto de dizer que sou uma lanterna de bolso super evoluída — comentou S/N, fazendo outra esfera surgir e girar entre os dedos. — Mas prometo que sou mais útil que isso.
Risos. Mais sorrisos. Mas não de Aizawa.
Ele observava.
O contraste entre aquele garoto falante e o ambiente sério da sala era quase cômico. Todos ali usavam tons neutros, falavam com contenção. S/N vestia um uniforme branco perolado, com detalhes dourados que pareciam refletir luz real. Ele se sentou logo à frente, e em poucos minutos já estava murmurando piadas com o colega ao lado, gesticulando, balançando os pés. Radiante.
Aizawa não queria admitir… mas havia algo hipnotizante naquilo.
Ao fim da reunião, os veteranos foram liberados, mas S/N se aproximou dele antes que pudesse sair.
— Professor Aizawa, certo?
A voz era inconfundível. Quente. Intensa.
Aizawa virou o rosto devagar, encarando-o de cima a baixo.
— Sim.
— Nossa, eu não esperava que você estivesse aqui hoje. Eu sou muito fã do seu trabalho! Tipo… mesmo! Quando entrei na academia, assisti todos os vídeos das suas missões. Aquela com os vilões encurralando os estudantes, você foi incrível. E sua peculiaridade? Genial. Anulação de individualidades. Tática pura. E aquele jeito sério de lidar com tudo? Super eficaz, acho que eu teria surtado — falou tudo em um único fôlego, os olhos brilhando como se estivesse diante de uma celebridade.
Aizawa piscou, levemente surpreso.
— Você fala muito.
S/N arregalou os olhos, colocando as mãos sobre a boca.
— Desculpe! Eu… eu falo mesmo. Sempre fui assim. Minha mãe dizia que eu devia ter nascido com o dom da fala, não da luz. É que eu fico nervoso, e quando fico nervoso, eu falo. Muito. Mas é só porque… enfim, você é incrível.
— Eu entendi — respondeu Aizawa, e houve um leve... muito leve... levantar de canto de boca.
S/N corou.
— Espera... entendeu tudo que eu disse?
— Sim.
— Normalmente as pessoas pedem para eu repetir.
— Eu escuto bem. E memorizo rápido.
— Uau… isso é meio intimidador.
— Hm.
S/N riu, coçando a nuca.
— Enfim… você vai embora agora?
— Sim. Isso aqui não é exatamente o tipo de evento que me interessa.
— Ah, entendi. Mesmo com tantos talentos novos?
— Muitos talentos. Pouca disciplina.
— Uau. Isso foi frio. Mas… não exatamente errado.
Aizawa virou-se, caminhando devagar pelo corredor. Por algum motivo que nem ele compreendeu, parou no meio do caminho e virou o rosto por cima do ombro.
— Está me seguindo?
S/N já estava atrás dele, com um sorriso meio sem graça.
— Talvez? É que… bom… você tem planos agora?
Aizawa ergueu uma sobrancelha.
— Isso é uma cantada?
— Não! — S/N levantou as mãos, rindo. — Ok, talvez. Só um pouco. É que… você me intriga. Eu sou luz, você é sombra. Literalmente. Eu me exponho demais, você se esconde. Eu falo demais, você… bem, quase não fala. E ainda assim, você entendeu tudo que eu disse. Tem noção de como isso é raro?
— Você idealizou demais.
— Talvez. Mas… posso tentar conhecer o homem real por trás do herói? Só um café? Eu pago. E prometo tentar falar menos. Talvez.
Aizawa encarou aqueles olhos por longos segundos. Tinha algo ali. Uma energia estranha. Um calor desconcertante. O tipo de coisa que ele evitava.
Mas, pela primeira vez em anos, ele estava curioso.
— Um café — murmurou. — E se me arrepender, vamos fingir que nunca aconteceu.
S/N abriu um sorriso tão largo que iluminou todo o corredor.
— Fechado!
O café era pequeno, de esquina, com paredes revestidas de madeira e pouca luz. O tipo de lugar ideal para Aizawa. E, surpreendentemente, S/N se adaptou.
— Sabe… achei que você fosse embora no meio da reunião. Você parecia entediado.
— Eu estava.
— O que te fez ficar?
— Curiosidade.
— Sobre mim?
Aizawa assentiu, bebendo devagar.
— Você é barulhento. Irritante. Inquieto.
— Uau. Isso tudo são elogios?
— …Mas é genuíno. Você não força isso. Só é assim. Luz demais. Para alguém como eu… isso chama atenção.
S/N sorriu, tocando a própria xícara com carinho.
— Eu costumo afastar as pessoas com isso.
— Talvez esteja se aproximando da errada, então.
— Ou da certa.
Silêncio. Mas um silêncio confortável.
Aizawa observava cada gesto. Os dedos inquietos, a perna que balançava, os olhos que nunca paravam de brilhar. Ele era, de fato, o oposto de tudo que Aizawa conhecia. Mas havia algo... magnético. Não era apenas beleza. Era vida. E por algum motivo, ele queria sentir aquilo mais de perto.
— Você treina onde?
— Na agência Setor 4, próxima à estação central. Temos uma ala só para combate simulado. É bem divertida. E você? Continua dando aula?
— Sim. U.A. tempo integral. Treinamento prático. E tática.
— Uau. Ser seu aluno deve ser uma experiência intensa.
— Eles reclamam.
— Porque não sabem o que têm nas mãos. Aposto que você é o tipo de professor que vê potencial onde ninguém vê. O tipo que protege sem fazer alarde.
Aizawa o olhou fixamente.
— Como você sabe?
— Intuição — respondeu S/N, com um sorriso de canto.
— Hm.
— Eu tenho muitas dessas. Às vezes me meto em confusão por confiar demais nelas. Mas… esta me parece certa.
— Qual?
— Que você entrou na minha vida por um motivo. E que eu ainda vou descobrir o que exatamente é esse motivo.
Aizawa ficou em silêncio. Mas, internamente, alguma coisa já começava a mudar.
Na semana seguinte, Aizawa voltou ao mesmo café, sozinho. Esperava esquecer o encontro. Mas quando viu S/N passando pela rua do outro lado, parou o gole no meio.
S/N também o viu. Acenou. E atravessou correndo, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.
— De novo aqui? Eu sabia! Você gostou!
— Hm.
— Se quiser companhia, estou disponível.
— Já sentou.
— Perceptivo, como sempre — disse S/N, puxando a cadeira e sorrindo.
E assim começou. Um café virou dois. Um encontro virou três. Uma conversa virou uma noite. Depois outra. Até o dia em que S/N, entre beijos, sussurros e luzes flutuantes, perguntou com os lábios roçando o ouvido de Aizawa:
— Posso te tocar?
Aizawa respondeu puxando-o pela cintura e o deitando com firmeza no sofá. As luzes estouraram como fogos ao redor deles. S/N gemia baixinho, e Aizawa finalmente entendeu que o contraste entre sombra e luz não era uma ameaça. Era a perfeição de dois extremos que, juntos, criavam equilíbrio.
E tudo começou ali, naquele corredor.
Com uma tempestade de luz…
E um homem que, pela primeira vez, quis deixar a escuridão para trás.
Demorou para que qualquer definição surgisse entre os dois. Na verdade, durante meses, o que tinham era algo como um acordo tácito — uma frequência de encontros, mensagens, toques demorados, olhares longos… e sexo. Muito sexo.
No início, era apenas o impulso físico. Ou, pelo menos, era isso que Aizawa tentava acreditar.
S/N era uma criatura insaciável. Apesar da fofura evidente, das covinhas nas bochechas e dos olhos vibrantes que pareciam sorrir o tempo todo, havia nele um desejo carnal que contrastava com qualquer expectativa. E Aizawa, silencioso, atento, descobriu logo que não havia como resistir.
— Está chovendo — disse S/N certa noite, encolhido no sofá da casa de Aizawa com uma manta sobre as pernas. — Podemos ver aquele filme?
Aizawa apenas assentiu, sentando-se ao lado. Mas antes da metade do filme, S/N já estava em seu colo, rebolando devagar, provocando com um sorriso malicioso.
— Não vai fazer nada? — sussurrou contra o pescoço dele.
Aizawa o empurrou contra o sofá com um rosnado baixo, e o resto da noite se perdeu entre gemidos abafados, estalos de pele e a manta no chão. S/N acabou de quatro, a voz falha pedindo mais enquanto o pau de Aizawa entrava com força naquele cuzinho quente e receptivo, já acostumado com cada centímetro dele.
E assim acontecia, sempre. Um filme. Uma desculpa. Uma visita. E acabava com S/N arqueado, as mãos espalmadas contra qualquer superfície, enquanto Aizawa segurava firme em sua cintura e o fodia com força.
No sofá.
Na cozinha.
No banheiro.
No escritório de Aizawa, onde S/N quase derrubou uma pilha de documentos.
No corredor.
Na varanda.
Na casa de S/N, contra a parede do chuveiro.
Até mesmo na despensa, durante uma tempestade, com as luzes apagadas e o corpo de Aizawa colado contra o dele, sussurrando no ouvido:
— Essa bunda é minha.
S/N adorava ouvir isso.
— Então pega… pega até eu não conseguir andar amanhã…
E Aizawa pegava. Dava tudo. Sem reservas.
Mas, entre os lençóis amarrotados e os orgasmos arrasadores, havia o silêncio. Nunca falaram sobre o que eram. Nunca disseram “namorados”. Nunca houve a pergunta. Nunca houve resposta.
Só os corpos dizendo tudo o que a boca temia.
— Aconteceu uma coisa engraçada hoje — disse S/N, jogando-se no sofá da casa de Aizawa, enquanto ele terminava de organizar uns relatórios.
— Hm?
— Um cara novo lá da agência puxou conversa. Disse que eu tenho um sorriso “viciante”.
Aizawa não reagiu de imediato. Continuou digitando por alguns segundos. Depois parou.
— E você respondeu o quê?
S/N riu, abrindo uma garrafa d'água.
— Que já sou comprometido. Mesmo que… bom, oficialmente não, né?
O silêncio que se seguiu foi mais pesado do que o esperado.
S/N mordeu o lábio.
— Ei, não vai dizer nada?
— Ele colocou as mãos em você?
A pergunta veio seca. Cortante.
— Não — respondeu S/N, franzindo a testa. — Foi só um comentário bobo.
— Alguém que acha que pode tocar o que é meu… não parece muito bobo.
S/N o encarou, confuso.
— Espera. Você está com ciúmes?
— Estou. E não vejo por que esconder isso.
Aizawa se levantou, cruzando os braços, o semblante mais fechado que o normal.
— Ninguém dá em cima do meu namorado.
S/N piscou. O cérebro travou. A água que estava prestes a beber ficou esquecida na mão.
— …O quê?
Aizawa franziu o cenho, mas seus olhos denunciaram o que ele mesmo só então percebia.
— Eu disse… — repetiu, a voz agora mais baixa — ninguém dá em cima do meu namorado.
— Você me chamou de namorado.
— Chamei.
S/N sentou-se devagar, como se o mundo tivesse girado rápido demais.
— A gente nunca falou sobre isso…
— Porque achei que estava claro.
— Você... você acha que eu sou seu namorado?
— Você está quase todo fim de semana na minha casa. Dorme na minha cama. Eu sei o gosto do seu café, o lado da cama que prefere, onde morde quando está para gozar. Conheço cada gemido seu, S/N. Cada suspiro. — Aizawa deu um passo à frente. — Não existe parte da sua pele que eu não tenha tocado. Onde mais você acha que eu ando metendo meu coração e o meu pau?
S/N engoliu seco. O rosto vermelho. O coração pulando descontrolado no peito.
— Você nunca disse nada. Nunca… nomeou nada.
— Porque palavras, para mim, são fáceis de quebrar. Eu prefiro mostrar.
— E eu sou uma bagunça de palavras — disse S/N, sorrindo pequeno. — Achei que precisava delas para você entender…
— Não preciso. Eu só preciso de você aqui. Comigo. E quero que todo mundo saiba. Quero que saibam que você é meu. Que não tem espaço para mais ninguém.
S/N riu, a voz um pouco trêmula.
— Ciúmes fica sexy em você.
— Fica perigoso — corrigiu Aizawa, se aproximando ainda mais. — Especialmente quando penso em outro tentando colocar as mãos na minha luz.
E então o beijo aconteceu. Um beijo forte, cheio de tensão, de desejo, de sentimento reprimido. Aizawa o empurrou contra a parede, as mãos deslizando pela cintura, pelas coxas, já abrindo o botão da calça.
S/N riu contra os lábios dele.
— Vai me foder por causa de um cara aleatório?
— Vou te foder porque você é meu. E hoje você vai gemer isso até não aguentar mais.
S/N gemeu ao sentir os dedos já o preparando ali mesmo, de pé, contra a parede da sala. O corpo tremia em antecipação.
— Então me mostra… me mostra que eu sou só seu…
E Aizawa mostrou. Com força. Com prazer. Com posse.
Enterrou-se dentro dele sem piedade, as mãos firmes nas coxas erguidas, fazendo S/N se agarrar aos ombros dele para não cair.
A respiração dele era ofegante, os gemidos escapavam descontrolados.
— Mais... mais forte, Shouta…
— Fala de novo. O que você é?
— Seu... sou seu, caralho, só seu...
Aizawa gemeu baixo, as estocadas se intensificando. O som das pelves se chocando ecoava pela casa. S/N já estava com os olhos revirando, a boca entreaberta, sentindo-se completamente dominado e amando cada segundo.
Quando Aizawa gozou, o fez dentro dele, segurando firme, como se estivesse selando algo. Como se, naquele momento, o mundo inteiro se resumisse ao calor entre os dois.
Depois, deitados no sofá, S/N com as pernas entrelaçadas nas dele, o corpo ainda mole e suado, Aizawa passou os dedos pelos cabelos úmidos dele e murmurou:
— De agora em diante, vamos deixar isso claro. Você é meu namorado.
S/N sorriu, sonolento, completamente rendido.
— Seu namorado safado, sedento e muito apaixonado.
— Perfeito — disse Aizawa, puxando-o para mais perto.
E ali, no silêncio confortável depois da tempestade, S/N percebeu que aquele homem sério, reservado e metódico tinha se tornado, de forma inevitável… o amor da sua vida.
Trabalhar juntos foi uma decisão natural. Depois que a palavra “namorado” deixou de ser um tabu, o passo seguinte foi inevitável: começar a atuar como dupla nas missões oficiais.
S/N adorava a ideia. Aizawa era o oposto dele em tudo, e essa diferença, segundo suas próprias palavras, era o “ponto de equilíbrio perfeito”.
— Comigo indo na frente iluminando tudo, e você vindo logo atrás apagando as individualidades de quem sobrar… quem poderia contra nós?
Aizawa apenas resmungava, mas aceitava.
E por um tempo, a dinâmica funcionou de forma surpreendente.
A combinação era poderosa. S/N usava sua luz para cegar, confundir, criar plataformas e barreiras em segundos. Era um espetáculo. Aizawa, mais reservado, sempre operava nas sombras, apagando individualidades no momento certo, neutralizando inimigos com precisão cirúrgica.
Mas não demorou muito para Aizawa perceber o padrão.
S/N sempre ia na frente. Sempre se jogava primeiro. Sempre fazia a linha de frente sozinho até o último segundo.
Mesmo quando havia reforço.
Mesmo quando ele não precisava.
— Ele destruiu parte do beco para evitar que o vilão escapasse — comentou um dos heróis após uma missão. — Mas teve que absorver boa parte da explosão de volta, para evitar danos civis.
Aizawa franziu o cenho, apertando o maxilar.
S/N, sentado na beira da ambulância, sorria com o rosto manchado de fuligem, duas costelas machucadas e um corte na testa.
— Ei, estou bem — disse ele, ao notar o olhar dele se aproximando e sussurro: — Nada que um banho quente e sua boca entre as minhas pernas não cure.
Aizawa não riu.
— Você deveria ter recuado. Eu estava a menos de trinta metros. Poderíamos ter atacado juntos.
— Mas a brecha surgiu ali, foi instintivo. Eu...
— Instinto não é desculpa para se machucar.
S/N ficou em silêncio, o sorriso diminuindo um pouco. Mas logo disfarçou.
— É parte do meu trabalho. Da minha natureza. Eu brilho para proteger, lembra?
— E o que acontece quando você se apaga?
S/N desviou o olhar. Mas Aizawa não insistiu.
A segunda missão foi pior.
Um grupo de vilões tinha sequestrado um comboio de civis em plena área urbana. Era uma situação delicada, e Aizawa traçou um plano rápido: ele apagaria as individualidades dos vilões com visão direta, enquanto S/N entraria com barreiras de luz para proteger os civis e desorientar os inimigos. Simples. Preciso. E seguro.
Mas S/N entrou antes da hora.
Sozinho.
A luz explodiu pelas janelas do galpão onde os reféns estavam. Gritos. Uma onda de calor percorreu a rua inteira. Aizawa correu, ignorando tudo ao redor. Quando o encontrou, S/N estava ofegante, com o uniforme parcialmente queimado e um dos braços imobilizado por uma fratura.
— Consegui salvar todos — disse ele, com um sorriso trêmulo.
Aizawa não respondeu. Apenas o encarou. O sangue. As mãos tremendo. O peito arfando.
Ele estava furioso.
— Você acha que é invencível? — perguntou ele naquela noite, já de volta ao apartamento. A raiva ainda quente. — Você não é. Eu vi seu braço. Você não conseguia nem levantar.
S/N estava em pé, sem camisa, tentando tirar a faixa do torso.
— Eu só... calculei errado o tempo da explosão. E não queria colocar os civis em risco. Aquele vilão podia detonar tudo...
— E se você tivesse morrido?
— Mas eu não morri.
Aizawa se aproximou em dois passos, agarrando o rosto dele com firmeza.
— Pare de falar como se isso fosse normal. Você não precisa se jogar no fogo sempre.
— Mas se ninguém fizer isso, quem vai proteger as pessoas?
— Eu. Eu estou ao seu lado agora. Você não está mais sozinho, S/N. Então por que age como se estivesse?
S/N desviou os olhos.
— Porque estou acostumado a ser assim. A proteger sem esperar por ninguém. Sempre fui minha própria linha de defesa.
— E agora você não é mais. Agora você é minha responsabilidade também.
S/N piscou. E então sorriu de leve.
— Está com medo de me perder?
— Estou apavorado — confessou Aizawa, a voz rouca. — Porque você brilha tanto... e queima rápido demais.
O beijo veio logo depois.
Aizawa o empurrou contra a parede da sala, os dedos cravando na cintura dele. O corpo de S/N se moldava ao dele com uma naturalidade assustadora. Já conheciam cada espaço, cada gemido, cada movimento.
— Vai me punir, então? — sussurrou S/N com um sorriso atrevido, mesmo ofegante. — Vai me ensinar a não ser imprudente?
— Vou te lembrar do seu lugar — rosnou Aizawa.
E fez. Jogou S/N no sofá, ajoelhou-se atrás dele e, mesmo com os machucados, o fez gemer alto ao ser penetrado devagar, com força, com fome.
S/N se segurava nas almofadas, o corpo inteiro em chamas, e ainda assim sorria.
— Isso... me mostra que sou seu...
Aizawa o fodeu com força, uma mão firme na cintura, a outra puxando seus cabelos para trás.
Mais missões vieram. Mais sucesso. Mais corpos suados contra as paredes, os colchões, as pias. Mas o padrão se repetia. E cada nova imprudência de S/N fazia o estômago de Aizawa apertar.
Ele o amava. E não sabia como salvar alguém que não se salvava.
A missão daquela vez não parecia perigosa à primeira vista.
Um grupo radical estava ameaçando explodir um laboratório farmacêutico clandestino, com dezenas de civis ainda presos nos andares inferiores. O objetivo era claro: entrar, desativar os explosivos, salvar os reféns.
Aizawa havia montado o plano com precisão cirúrgica, como sempre. Equipes de entrada, escudos estratégicos, linha de contenção. E S/N seria o ponto de dispersão — criando barreiras de luz para proteger os técnicos enquanto os civis eram evacuados.
Simples. Segura.
Ou deveria ter sido.
Mas em algum momento — como sempre — S/N viu uma brecha. Uma criança em perigo. Um vilão se aproximando com uma carga instável.
E ele correu.
Correu antes da equipe estar pronta. Correu como sempre fazia. Como se não houvesse amanhã.
O alerta vermelho soou nos comunicadores.
— Explosão no subsolo! Equipe 4, baixas confirmadas!
Aizawa correu pelo corredor em meio à fumaça, os olhos ardendo, o estômago afundando.
Tudo dentro dele gritava o nome de S/N.
— Relatório de localização da Unidade Luz! — gritou ele no rádio.
— Sem sinal vital estável… última detecção térmica... nível quatro, setor leste... zona de detonação.
Aizawa parou. O sangue saiu do rosto.
Zona de detonação.
Encontrá-lo foi como assistir a um pesadelo em tempo real.
S/N estava deitado sobre uma estrutura de aço retorcida, o corpo coberto de sangue e poeira, o uniforme em farrapos, os olhos fechados. A perna direita em um ângulo completamente errado. A clavícula quebrada. Costelas visivelmente afundadas. O braço esquerdo, rasgado.
Mas o pior foi o silêncio. S/N, sempre tão vivo, agora imóvel.
— S/N... — Aizawa caiu de joelhos, a voz falhando.
Não houve resposta. Apenas um gemido leve, fraco, abafado.
Ele ainda respirava.
Mas por quanto tempo?
O hospital aceitou a transferência de emergência com prioridade máxima. Aizawa não saiu do lado dele nem por um segundo. Mesmo entubado, mesmo inconsciente, mesmo com os médicos explicando que havia risco neurológico, risco motor, risco de morte.
— Ele entrou em coma induzido — explicou a doutora. — Para evitar sobrecarga. O corpo dele está tentando se manter vivo. Fizemos o que podíamos. Agora é com ele.
Aizawa ficou em silêncio.
Do lado de fora, os heróis comentavam o que todos já sabiam: que S/N tinha salvado a criança. Que tinha protegido quatro civis com o próprio corpo. Que absorvera parte da explosão em um campo de luz que se dissipou segundos depois. Que, mais uma vez, se jogou como escudo.
Aizawa ouvia tudo.
Mas dentro dele, só havia uma frase martelando:
“E se ele não acordar?”
O coma durou seis dias.
Seis dias de silêncio.
Seis dias sentado ao lado da cama, com as mãos nos lençóis, esperando qualquer sinal.
Seis dias revendo mentalmente cada momento — cada vez que o avisou. Cada vez que o puxou para trás. Cada vez que implorou para que ele cuidasse de si mesmo.
Cada vez que S/N sorriu e respondeu:
— Eu estou bem. Eu aguento.
Aizawa queria gritar.
Queria voltar no tempo.
Queria estar no lugar dele.
E então, na manhã do sétimo dia, S/N abriu os olhos com dificuldade. A luz do teto incomodava, mas o rosto ao lado da cama trouxe alívio imediato.
— Shouta… — murmurou, a garganta arranhando, a voz falha. — Você tá aqui…
Aizawa não respondeu de imediato. Apenas o observava, os olhos vermelhos de noites em claro. Os punhos cerrados sobre os joelhos. O maxilar travado.
— Eu tô... — respondeu por fim, num tom contido, quase gelado. — Mas você quase não voltou.
S/N tentou se mover, mas um gemido agudo de dor o impediu. Sentiu os tubos, o gesso, a pressão.
— Os civis... eles ficaram bem? — perguntou, ofegante.
Foi a gota.
A cadeira arrastou bruscamente para trás, e Aizawa se levantou como se não aguentasse mais ficar parado.
— Você quase morreu e tá preocupado com os civis? — cuspiu as palavras, a voz alta e tensa. — O seu pulmão colapsou, a perna quebrou em três partes, você perdeu quase dois litros de sangue! Dois litros, S/N!
— Eu fiz meu trabalho… — respondeu ele, mais baixo.
— Seu trabalho não é se jogar na frente de uma bomba! Seu trabalho não é ser mártir, porra!
— E o que você queria que eu fizesse? — A voz de S/N falhou, os olhos começando a encher. — Virar as costas pra uma criança? Pra inocentes? Fingir que não sou capaz de protegê-los?
Aizawa bufou, passando a mão pelos cabelos como se estivesse no limite da sanidade.
— Eu não posso amar alguém que se comporta como um suicida! — disparou.
O silêncio que seguiu foi brutal.
S/N o encarou, paralisado. O peito doía mais do que todas as fraturas.
— O quê...? — sussurrou, a voz embargada. — É isso que você acha de mim? Que sou um suicida?
Aizawa hesitou. Mas não recuou.
— Eu acho que você tem um vício em se sacrificar. E que um dia eu vou receber uma ligação dizendo que você morreu salvando mais alguém... e nem vou conseguir sentir raiva. Porque no fundo, vou saber que você quis isso.
— Você é um covarde — S/N cuspiu, a raiva explodindo junto com as lágrimas. — Um covarde que prefere me chamar de suicida a admitir que tem medo de amar alguém como eu. Alguém que faz o que é certo.
— O que você faz é burrice! É imprudência, é ego! Você não é o único herói nessa porra de cidade!
— E você não é o único que sofre, Shouta! — gritou S/N, chorando agora. — Você me ama quando é conveniente. Quando eu tô rindo, gemendo debaixo de você, com tudo controlado. Mas não me ama o suficiente pra entender que o que eu faço é tudo que eu sou. Eu sou isso! Eu ainda sou jovem, ainda erro, mas eu tô tentando! E você? Vai embora agora que tá difícil?
Aizawa recuou um passo, como se tivesse levado um soco no estômago..
S/N encarou ele com os olhos cheios de mágoa e lágrimas, o peito arfando.
— Você não entende o que é ser visto como símbolo. Ser amado, mas descartável. Eu tive que me fazer forte demais pra sobreviver... e você, de todas as pessoas, era quem devia me entender. Me respeitar. Me acolher.
— S/N...
— Vai embora, Aizawa. — a voz dele quebrou. — Agora.
— Não faz isso…
— Sai da porra do meu quarto! — gritou ele, as lágrimas escorrendo. — Sai!
Aizawa não se moveu por um segundo. Mas o olhar no rosto de S/N… não havia mais espaço ali. Só dor.
Então ele virou de costas.
Saiu sem olhar para trás.
A porta se fechou.
S/N virou o rosto para o travesseiro e chorou. Um choro feio, desesperado, abafado pela dor física e emocional. Gritou. Sozinho. Sentindo o gosto amargo da decepção.
Aizawa desceu as escadas do hospital com os punhos cerrados, os olhos marejando, e algo afundado no peito: culpa.
Porque no fundo, sabia.
Sabia que ele não amava um suicida.
Ele amava alguém que só conhecia uma forma de existir: lutando até o fim.
E ele… ele tinha acabado de destruir isso.
Os dias após a separação foram caóticos por fora… e devastadores por dentro.
S/N voltou para casa depois da alta do hospital, com o corpo coberto de cicatrizes novas e a alma ainda sangrando. O apartamento parecia grande demais, frio demais. A luz natural entrava pelas janelas, mas não aquecia nada. Ele se afundou no sofá, encarando o teto, esperando — quem sabe — que a porta fosse se abrir. Que Aizawa voltasse. Que engolisse o orgulho. Mas os dias passaram e nada aconteceu.
Na primeira semana, S/N chorava toda noite.
Na segunda, parou de chorar. E começou a treinar.
Forçava o corpo além do necessário, mesmo com dor, com os ossos mal curados, com os músculos protestando. Era sua forma de calar o grito interno. De provar — para si mesmo, talvez — que não era fraco, que não precisava que ele voltasse.
Mas era mentira. Precisava.
Do outro lado da cidade, Aizawa afundava no trabalho. Multiplicou turnos, missões, relatórios, tudo que o mantivesse em pé e longe dos próprios pensamentos. Tentava não ouvir quando os colegas perguntavam de S/N, quando jornalistas queriam saber sobre o “casal mais improvável e poderoso do momento”.
— Não estamos mais juntos — dizia seco, olhando por cima dos papéis.
À noite, chegava em casa e encarava a cadeira onde S/N costumava se jogar. Lembrava de como ele ria alto demais, comia besteiras demais, falava durante o filme inteiro. E de como se encaixava nos braços dele como se tivessem nascido para aquilo.
Era insuportável o silêncio.
Dois meses depois, S/N voltou oficialmente às missões. Ainda não no ritmo frenético de antes, mas já operando. Mais sério, mais contido. Profissional ao extremo. Os fãs notaram a mudança, os colegas também. Ele sorria menos, falava menos. Alguns diziam que ele tinha amadurecido.
Mas a verdade era que ele estava… quebrado.
No fundo, S/N sabia que Aizawa tinha razão. Ele precisava se cuidar. Sua vida não era menos valiosa que a dos civis. Era um herói, sim, mas era humano. E já não podia agir como se fosse descartável.
Mas também sabia que ele estava tentando mudar. E que Aizawa devia ter confiado mais nele. Ter ficado. Ter lutado com ele, não contra ele.
E aquilo doía.
Aizawa também pensava sobre isso. Em cada noite solitária. Em cada turno encerrado, quando entrava no apartamento escuro, ainda com a sensação de que ouviria S/N rindo da cozinha. Às vezes sonhava com ele. Com a risada, com os olhos brilhantes, com a voz rápida demais.
— Shouta, você entendeu tudo que eu falei? — S/N perguntava no sonho, tagarela, os braços em volta do pescoço dele.
E ele sempre respondia:
— Sempre entendo.
Acordava suado. Sozinho.
Três meses.
Ninguém falava no assunto. Não em voz alta.
Midnight já tinha perguntado discretamente, e ganhou uma resposta curta. Hawks chegou a comentar num relatório em tom de piada que “não via mais o sol e a sombra atuando juntos”. E Present Mic deixou claro que estava torcendo para eles voltarem, mesmo que fingisse que não estava se intrometendo.
S/N fingia não ouvir.
Aizawa fingia que não ligava.
Quatro meses.
A dor já não era gritante. Mas era constante. Um latejar interno, um incômodo que não passava. Como uma música que toca o tempo todo no fundo da cabeça, e que você não consegue desligar.
S/N agora sorria de novo. Mas era um sorriso cansado.
Aizawa dormia melhor. Mas acordava no meio da madrugada, procurando um corpo que não estava mais ali.
Ambos sabiam: o outro também estava certo.
Aizawa devia ter confiado mais. Ter apoiado com firmeza, não com julgamento.
S/N devia ter se cuidado. Devia ter ouvido, não só reagido.
Mas nenhum dos dois cedia. Nenhum ligava. Nenhum aparecia na porta do outro.
Porque Aizawa era cabeça dura.
E S/N era um emburradinho orgulhoso.
Às vezes, eles se esbarravam em missões conjuntas, mas trocavam apenas o necessário. Um olhar. Um aceno com a cabeça. Um “bom trabalho” murmurado. Um “cuidado” solto no ar.
Nada além disso.
Mas os olhos entregavam o que a boca não dizia.
Aizawa ainda o amava.
S/N também.
E os dois sabiam que tinham fodido tudo.
Mas ainda não sabiam como consertar.
S/N caiu no banco da cobertura onde Hawks o esperava com dois cafés e um saco de pães doces. O vento daquela altura bagunçava seus cabelos, e o sol poente pintava a cidade de dourado.
— Olha só quem chegou, o herói mais fofo e mais cabeça dura da agência — Hawks disse com um sorrisinho.
S/N bufou, pegando um café e se enrolando na jaqueta que usava aberta, visivelmente abatido. Hawks já estava acostumado com aquele comportamento desde… bem, desde o término.
— Tá tudo bem, Docinho? — perguntou, mordendo uma das rosquinhas.
S/N suspirou longo, olhando o horizonte antes de finalmente admitir:
— Eu sinto falta dele.
Hawks parou a mastigação no meio.
— Do Aizawa? — perguntou com a boca cheia. — Do Aizawa?
S/N assentiu devagar, os olhos meio marejados.
— Não queria. Mas sinto. E eu sei que ele também… Sei lá. Talvez sinta. Mas também não é como se eu fosse... ligar, né?
Hawks o encarou.
— Claro que não. Seria o fim do mundo se você colocasse o orgulho de lado, né?
S/N fez um biquinho emburrado, se afundando ainda mais no moletom.
— Ele que mandou eu ir embora. Me chamou de suicida. E eu não sou! Eu só faço meu trabalho… do meu jeito.
— Quase morreu, S/N.
— E os civis ficaram vivos — rebateu, cruzando os braços.
Hawks ergueu as sobrancelhas. S/N parecia um gato molhado e bravo, frustrado, irritado… e triste. Estava tão claro que ele queria voltar, mas não sabia como.
— Não vou correr atrás dele — S/N disse, firme, mas a voz falhou no fim.
— Não mesmo? — Hawks sorriu de canto.
— Claro que não! — respondeu, inflando as bochechas. — Ele que se dane. Cabelo desgrenhado, cara fechada, todo certinho, todo rabugento… lindo do caralho, cheiroso, pauzudo, mas… insuportável.
Hawks precisou se segurar para não rir alto.
— Tá. Beleza. Então você não vai atrás dele… — levantou, batendo o pó de açúcar da calça. — Ótimo. Ótimo. Mas alguém vai.
— O quê?
— Não aguento mais vocês dois se olhando igual cachorro arrependido. Tô de saco cheio. Vou resolver essa merda agora.
— Hawks, não!
— Hawks, sim! — ele já voava. — E você vai me agradecer depois!
— Keigo, eu te mato!
Mas ele já tinha sumido no céu.
S/N ficou ali, emburrado e desesperado, afundado no banco, segurando o copo de café como se pudesse impedir o inevitável.
E lá no fundo…
Ele queria que Hawks conseguisse.
Aizawa estava saindo da sala de aula tarde, como sempre. A luz alaranjada do entardecer cortava as janelas de U.A., mas ele mal notava. Os olhos cansados, os ombros pesados. Aquele dia tinha sido… como todos os outros nos últimos meses. Longo, vazio, silencioso demais.
E então, quando pensava que poderia pelo menos tomar um café em paz na sala dos professores, Hawks surgiu na janela como uma maldita águia de moral elevada.
— Shouta. — pousou no parapeito, braços cruzados, asas recolhidas. — Temos que conversar.
Aizawa ergueu uma sobrancelha, nem surpreso.
— Se veio me recrutar pra missão de última hora, esquece. Já passei da cota de drama por hoje.
— Não. É pessoal.
Aizawa cruzou os braços, parando à porta.
— Isso tem a ver com S/N?
Hawks inclinou a cabeça, o sorriso afiado.
— Bingo. E antes que você diga qualquer coisa… eu não vim pedir nada.
— Ótimo. Porque não teria o que ouvir.
Houve uma pausa. O clima entre eles era quase divertido, se não fosse carregado de tensão passiva-agressiva.
Hawks deu alguns passos pra dentro, devagar, os olhos analisando Aizawa com um misto de julgamento e provocação.
— Eu só vim deixar algo claro.
— Estou ouvindo — respondeu Aizawa, entediado.
— S/N é meu amigo. Meu amigo de verdade. E ele está sofrendo pra caralho por sua causa.
— Ele também me fez sofrer — respondeu Aizawa, simples.
— Sei disso. E vocês dois são um desastre juntos, mas... funcionam. Quando querem.
Aizawa respirou fundo, os olhos estreitando. Hawks deu mais um passo.
— Mas se você — a voz ficou um tom mais grave — machucar ele de novo… emocionalmente ou fisicamente… eu juro que arranco seus olhos secos com minhas próprias mãos e enfio goela abaixo.
Aizawa arqueou as sobrancelhas. Depois, devagar, um sorriso pequeno se formou nos lábios.
— Gostaria de ver você tentar.
— Você ficaria surpreso.
Eles ficaram se encarando por um segundo que pareceu eterno.
Dois homens teimosos. Orgulhosos. Cada um protegendo quem ama à sua maneira estúpida.
Mas então, como se estivessem de volta a algum tipo de código silencioso entre veteranos, ambos deram um sorrisinho torto ao mesmo tempo.
— Ele sente sua falta, idiota — Hawks disse, quebrando o silêncio.
— Eu sei.
— Então por que não faz nada?
— Porque ele também não faz. — Aizawa desviou o olhar, encarando a luz do fim de tarde pela janela. — E talvez… porque eu achei que era melhor assim.
Hawks bufou, cruzando os braços outra vez.
— Você acha tanta coisa errada. Não custa tentar pensar diferente pela primeira vez na vida.
— E se eu machucar ele de novo?
— E se ele morrer numa missão porque você não estava lá pra puxar a coleira dele?
Aizawa ficou em silêncio.
— Além do mais — Hawks continuou, já impaciente —, ninguém mais aguenta aquele biquinho emburrado dele. Você sabe do que eu tô falando, né? Aquele lábio inferior enfiado pra frente, murmurando “Shouta pra cá, Aizawa pra lá…” igual um gato manhoso. É insuportável. Ele tá um porre.
Aizawa baixou o olhar por um momento, como se pudesse visualizar S/N ali, emburradinho, choramingando de saudade... e sentiu o coração apertar.
— Ele ainda fala de mim assim?
— Toda hora. — Hawks revirou os olhos. — É patético. E... nojento.
— Nojento?
Hawks suspirou, fazendo uma careta.
— Um dia desses, cheguei na casa dele pra gente revisar uns relatórios e — ele fez uma pausa dramática, os olhos arregalando com falsa indignação — ele tava dormindo. Ou eu achava que tava. E do quarto, eu juro, juro por todas as penas que eu ouvi ele gemendo o seu nome.
Aizawa arregalou um pouco os olhos, visivelmente chocado.
— O quê?
— É. “Shouta... mmm... mais fundo, vai...” — Hawks imitou de forma exagerada, quase teatral, e depois fez uma cara de nojo. — Me traumatizou. Fui embora na hora. Não sou pago pra ouvir essas coisas.
Aizawa levou a mão à boca, disfarçando um riso que quase não conseguiu conter. Os olhos dele, no entanto, estavam vidrados em algum lugar distante. Aquela imagem, a voz gemida de S/N… era como um soco e um beijo ao mesmo tempo.
— Ele ainda... — Aizawa pigarreou, a voz rouca. — Ele ainda pensa em mim assim?
Hawks deu um sorriso lateral.
— O tempo todo. E se você disser que não sente o mesmo, eu vou te chamar de mentiroso na cara dura.
Aizawa ficou em silêncio.
Hawks se virou, caminhando de volta pra janela.
— A decisão é sua, velho. Mas só queria que soubesse… ele ainda olha pro celular esperando uma mensagem. Toda porra de dia.
E então, num bater de asas, ele se foi.
Aizawa ficou parado ali. Quieto. O coração batendo num ritmo estranho. Nem rápido, nem devagar. Só… pesado.
Olhou pro celular.
Olhou pro céu.
É..., estava na hora...
O dia estava escuro, abafado. Uma tempestade prestes a cair, como se o céu também carregasse tudo que S/N sentia.
Ele estava de moletom largo, cabelo bagunçado, sem grandes expectativas para as próximas horas. Hawks tinha saído dali fazia pouco, deixando uma pilha de provocações e olhares significativos para trás. S/N fingiu que não se importava. Mas o peito doía.
Foi quando a campainha tocou.
Ele franziu a testa. Não estava esperando ninguém. Caminhou até a porta lentamente, descalço, esperando um entregador, talvez o zelador. Mas assim que girou a maçaneta e a porta se abriu…
— …!
Seus olhos se arregalaram.
Ali estava ele.
Aizawa.
De pé, sob a luz fria do corredor. A expressão carregada, o olhar preso no seu como se nem soubesse como chegou até ali. Como se estivesse lutando contra tudo dentro de si — e perdido.
Mas S/N não teve tempo de falar nada.
Porque em um único passo, Aizawa avançou e o puxou pela nuca com uma firmeza intensa, urgente, e o beijou.
A boca colou na dele com força, língua e calor, gosto de saudade e arrependimento. S/N tropeçou um passo pra trás, os dedos apertando a camisa de Aizawa sem pensar, o coração explodindo no peito. Beijava de volta com fome, com raiva, com alívio. Como se fosse morrer se parasse.
A porta ficou escancarada atrás deles, esquecida.
— …Shouta… — sussurrou contra a boca dele quando finalmente teve ar.
Mas Aizawa não respondeu.
Apenas encostou a testa na dele, os olhos fechados. Respirando fundo. Os dedos ainda segurando o rosto de S/N como se ele pudesse desaparecer a qualquer segundo.
— Eu não conseguia mais… — murmurou Aizawa, finalmente. — Não conseguir te ver. Não conseguir não te ver.
S/N sorriu um pouco, os olhos marejando sem aviso.
— Você tá aqui mesmo?
— Tô. — A voz dele saiu baixa, quase falhando. — E se você me mandar embora, vou ficar sentado do lado de fora até mudar de ideia.
S/N riu, mesmo com a garganta apertada.
— Idiota.
— Teimoso.
— Babaca.
— Meu.
Os olhos de S/N tremeram com a palavra.
A chuva começou a cair lá fora, pesada, forte. Como se o mundo tivesse esperado aquele momento pra desabar também.
E Aizawa o beijou de novo.
Dessa vez mais devagar. Mais doído. Como se estivesse pedindo perdão com a língua, com os lábios, com cada suspiro. E S/N deixou. Porque a saudade já tinha doído demais pra ser ignorada. Porque o amor que sentia — mesmo machucado — ainda morava ali. Latejando no peito, pedindo pra ser cuidado.
A porta foi fechada atrás deles. E o apartamento se encheu de silêncio. Daquele tipo de silêncio bom.
Do tipo que antecede o recomeço.
O som da chuva batendo contra as janelas era o único ruído constante no apartamento além dos beijos úmidos e entrecortados que preenchiam o ar entre eles. S/N agora estava montado no colo de Aizawa no sofá, as pernas enroscadas na cintura dele, os dedos agarrando o cabelo escuro com certa fúria — como se temesse que ele sumisse de novo.
Aizawa o beijava com o mesmo desespero contido, as mãos segurando sua cintura, o polegar acariciando de leve ali sob a blusa larga, como se quisesse memorizar cada detalhe outra vez.
Eles se afastaram por um segundo, ofegantes, as testas coladas. S/N ainda tinha os lábios entreabertos, os olhos molhados, mas firmes nos de Aizawa.
— A gente precisa falar, né? — murmurou ele.
Aizawa assentiu, os dedos apertando mais o quadril de S/N, como se relutasse em soltar. Mas ele também sabia.
— Eu quase te perdi. — começou, a voz baixa, rouca. — Quando te vi naquele hospital… porra, S/N. Eu não conseguia respirar. Eu achei que… achei que tinha acabado.
S/N desviou o olhar por um momento, engolindo em seco. Mas voltou.
— Eu sei. Eu também achei.
— Então por que você faz isso com você? — Aizawa continuou, um pouco mais firme, ainda controlado, mas com dor na voz. — Por que se joga assim nas coisas? Como se sua vida valesse menos do que a missão?
— Não é isso… — S/N respirou fundo, sentindo o coração bater contra o peito do outro. — Eu… fui treinado pra proteger. Pra priorizar os civis, pra correr se precisar. É isso que me ensinaram. Eu não sabia fazer diferente, Aizawa.
— Sabia sim. — a voz dele quebrou um pouco. — Sabia que eu ia ficar te esperando. Que eu… porra, eu te amo, S/N. Como você acha que eu ia viver com a ideia de te enterrar porque você quis bancar o herói perfeito?
S/N tremeu nos braços dele. As palavras bateram forte.
— E você? — rebateu, a voz embargada. — Acha que foi fácil ouvir de você que não podia me amar porque eu arrisquei minha vida? Eu sou um herói também, Shouta. Eu não sou só o seu… namorado. Eu sou o que eu sou. E eu precisava de alguém que confiasse em mim.
Aizawa fechou os olhos por um segundo, inspirando fundo, como se as palavras doessem — porque doíam.
— Eu confio em você. Mas não confio no mundo. E você é impulsivo. Você é jovem… e você se joga como se fosse imortal.
— E você me trata como se eu fosse frágil. — S/N rebateu, os olhos brilhando. — Como se eu não soubesse o que estou fazendo. Mas eu sei. Eu erro, mas eu aprendo. Eu sou muito mais do que um projeto quebrado esperando seu julgamento.
Silêncio.
Longo. Denso. Mas Aizawa não desviou os olhos dele. Em vez disso, os braços o puxaram mais pra perto, como se mesmo com a dor, ele não conseguisse se afastar.
— Eu só… — ele sussurrou. — Eu só fiquei com medo. E quando eu tenho medo… eu viro um idiota. Eu sei disso.
S/N riu fraco, encostando o nariz no dele.
— Eu também. Eu sou um idiota orgulhoso que não sabe pedir desculpas.
— A gente é uma dupla de idiotas, então. — Aizawa murmurou com um meio sorriso cansado.
— Mas a gente se ama. — S/N disse. — Mesmo com tudo isso.
— É. E isso é um problema. — Aizawa apertou o quadril dele, levantando a sobrancelha. — Porque agora que você tá aqui de novo, eu não sei como te deixar ir.
S/N sorriu, triste e apaixonado, os dedos acariciando a barba dele com carinho.
— Então não deixa.
E eles se beijaram de novo. Os beijos, antes cheios de saudade e dor, começaram a mudar de tom. A intensidade se transformou em desejo, em necessidade acumulada por meses. As mãos de Aizawa deslizavam sob a blusa de S/N, sentindo o calor da pele, os músculos tensos, o corpo tão familiar e ao mesmo tempo mais desejado do que nunca.
S/N arfava entre um beijo e outro, soltando pequenos gemidos manhosos contra a boca de Aizawa sempre que ele roçava os dedos nos pontos certos — ali, bem na cintura, ou quando subia e roçava a unha no mamilo sensível por baixo do tecido. O toque experiente, a calma no movimento e a fome nos olhos... Aizawa conhecia cada reação dele e estava tirando proveito de cada uma.
— Você é cruel, — S/N sussurrou, rebolando no colo dele, sentindo o volume duro sob ele. — Tá me deixando maluco...
— Eu? — Aizawa riu rouco, os olhos quase fechados, controlando-se com esforço. — Você que tá esfregando esse rebolado em mim como se quisesse que eu te jogasse contra a parede.
— Talvez eu queira.
Aizawa soltou um gemido baixo, apertando ainda mais o quadril de S/N contra o seu. Eles estavam duros, os dois. As calças não disfarçavam mais nada. E o calor que se formava entre os corpos era quase insuportável.
— S/N... — Aizawa murmurou, com a voz arrastada. — Eu tô louco pra te foder de novo. Você não tem ideia do quanto eu imaginei isso.
S/N riu, corando até as orelhas, mas ainda provocador. Ele mordeu o lábio inferior, as mãos passeando pelo peito de Aizawa antes de deslizar até o pescoço e puxá-lo pra mais um beijo, agora profundo, cheio de língua e salivas misturadas. O quadril dele não parava, friccionando, brincando com o limite da sanidade do outro.
Mas então, no meio de um beijo, ele parou.
Se afastou devagar, ainda no colo de Aizawa, com os olhos brilhando e a respiração pesada. As bochechas coradas, os lábios inchados e um sorriso safado tentando surgir.
— Tem uma coisa... — ele disse, quase envergonhado.
Aizawa franziu as sobrancelhas.
— O quê?
S/N abaixou o olhar, rindo de leve, tímido.
— Eu tive um sonho. Um bem... divertido. — ele levantou os olhos de novo, agora mais firme, mas ainda provocante. — E... queria testar.
Aizawa arqueou uma sobrancelha, desconfiado.
— Que tipo de sonho?
S/N mordeu o lábio e, com uma coragem quase atrevida, se inclinou e sussurrou bem no ouvido dele:
— No sonho... eu te comia.
Silêncio.
O tempo pareceu parar por um segundo.
Aizawa piscou. O cérebro dele processando devagar. O calor subiu pelas costas. O corpo inteiro ficou tenso. O pau endureceu ainda mais debaixo de S/N e, por um instante, ele não respondeu.
S/N o encarava, esperando a reação, meio envergonhado, meio desafiador.
— Você... — Aizawa finalmente murmurou. — Tá falando sério?
— Aham. — S/N mordeu o sorriso. — Mas se não quiser, tudo bem. Só... pensei que seria... divertido.
Aizawa olhou pra ele por alguns segundos a mais, em silêncio. O olhar escuro, indecifrável.
E então, finalmente, um sorriso torto surgiu nos lábios dele.
— Você quer mesmo me foder, pirralho?
— Quero.
— E o que faz você achar que vai aguentar me ver gemendo seu nome?
S/N arqueou uma sobrancelha, a voz saindo baixa, firme e quente:
— Eu tô contando com isso.
Aizawa soltou um riso, rouco, surpreso, afetado.
— Você é um desgraçado...
— Mas você me ama. — S/N respondeu, deslizando a mão entre eles até apertar o pau dele por cima da calça. — E eu... tô pronto pra te fazer gozar como nunca antes.
O silêncio do quarto de S/N era preenchido apenas pelas respirações pesadas e o som úmido dos dedos dele se movendo lenta, cuidadosamente, entre as nádegas de Aizawa.
Aizawa estava deitado de quatro, o rosto afundado no travesseiro, cabelos espalhados como tinta preta sobre os lençóis brancos, e as coxas abertas, uma perna levemente erguida para dar espaço ao toque de S/N. As mãos dele agarravam o lençol com força, os dentes cerrados em pura resistência.
— Relaxa, — S/N murmurou, com um tom quase carinhoso, enquanto empurrava mais um dedo devagar. — Você tá tão tenso...
— Eu tô relaxado, porra, — Aizawa rosnou entre dentes, mesmo que o gemido que escapou em seguida o denunciasse. — Só não tô acostumado com... isso.
S/N riu, baixo, mas não zombava. Ele entendia. Aizawa era o tipo que sempre estava no controle. Sempre firme, sempre o pilar. Era estranho vê-lo vulnerável, arfando e com as bochechas coradas, suando, tentando fingir que não estava gostando.
Mas ele estava.
S/N sabia. Os músculos dele contraíam ao redor dos dedos, como se quisessem prender o toque. E os gemidos abafados estavam ficando mais frequentes.
— Você fica lindo assim, sabia? — sussurrou S/N, beijando o ombro dele, sentindo a pele quente. — Todo resmungão na minha cama... Quase dói ver você se segurando tanto.
— Cala a boca.
S/N sorriu contra a pele dele, e então fez algo mais ousado: curvou os dedos lá dentro, achando exatamente o ponto que arrancou de Aizawa um gemido grave, surpreso, que ele tentou abafar mordendo o punho.
— Ah... merda... — Aizawa ofegou, o quadril se movendo involuntariamente.
— Achei.
S/N começou a trabalhar aquele ponto, devagar, sem pressa. Apertava, massageava, sentindo a forma como o corpo dele reagia. A respiração de Aizawa ficou irregular. Ele agora arqueava levemente as costas, entregando-se sem perceber.
— Você vai se acostumar, — murmurou S/N. — Eu vou te ensinar. Vai ver como é bom... me sentir te preenchendo por inteiro.
Aizawa não respondeu — ou talvez não conseguisse. Seu corpo estava quente demais, a pele em brasas, e o orgulho ferido pelo prazer inesperado. Ele odiava como estava começando a implorar por mais, ainda que em silêncio.
S/N retirou os dedos devagar, massageando as nádegas dele com carinho, como se estivesse admirando uma obra rara. Então, inclinou-se e beijou bem ali, entre elas, fazendo Aizawa estremecer.
— Você é meu agora, Zawa, — sussurrou contra a pele. — Deixa eu cuidar de você.
A resposta foi um rosnado rouco e uma rebolada involuntária.
S/N riu.
Era tudo que ele precisava ouvir.
S/N se posicinou, os dedos apertando com firmeza aquelas nádegas que ele tanto adorava. O pau dele já estava escorregadio de lubrificante e da própria excitação, roçando ali na entrada sensível e agora receptiva do outro homem.
— Você tem certeza...? — murmurou S/N, mesmo sabendo a resposta.
— Cala a boca e mete, porra.
S/N sorriu.
— Como quiser.
Com calma, pressionou a ponta contra o cuzinho de Aizawa e começou a entrar. A pele quente, o anel apertado, o calor... A sensação era quase insuportável de tão boa.
Aizawa gemeu rouco, as unhas cravando no lençol, o corpo todo tenso, mas não por dor — por desejo. Ele arfava, a cada centímetro que sentia sendo empurrado pra dentro. S/N soltava suspiros curtos, sentindo o aperto que parecia querer sugar ele todo.
— Tão apertado... — ele murmurou. — Você vai me matar assim, Zawa...
— Cala a... a porra da boca... — Aizawa conseguiu resmungar, mesmo que a voz saísse trêmula, gemida.
Quando S/N finalmente entrou todo, até a base, teve que parar. Precisava respirar. O calor, o aperto, a visão de Aizawa com as costas arqueadas de prazer... tudo aquilo era demais.
— Tá tudo bem?
Aizawa assentiu com a cabeça, mas sem conseguir falar.
Então S/N começou a se mover.
Devagar no começo, ritmado, saboreando cada estocada, cada vez que sentia Aizawa se abrir um pouco mais pra ele. As nádegas dele batiam contra a pélvis de S/N a cada movimento, e o som das estocadas molhadas preenchia o quarto junto dos gemidos contidos.
— Você fica tão lindo assim... — S/N murmurou, inclinando-se sobre ele, roçando os lábios contra sua nuca. — Derretido no meu pau, rebolando sem nem perceber...
Aizawa soltou um gemido mais alto quando S/N afundou mais fundo, atingindo aquele ponto de novo. O corpo dele deu um espasmo, e ele deixou escapar um som que mais parecia um grunhido manhoso.
— M-merda... S/N... ah...
— Fala meu nome de novo, — S/N pediu, metendo mais forte.
— S/N... porra...
O ritmo aumentou. Aizawa gemia mais alto agora, os quadris jogando-se contra o movimento quase sem querer. Ele queria mais, precisava mais, mesmo que não dissesse. E S/N estava amando cada segundo — amando ter aquele homem forte, duro, fechado... todo fodido pra ele.
— Você é meu, — S/N sussurrou, estocando mais forte. — Todo meu, Zawa...
A resposta veio em gemidos, em um rebolado involuntário que denunciava tudo.
Ele amava o controle. Amava fazer Aizawa perder o dele. E naquela noite, ainda havia muito o que ele planejava ensinar ao seu professor preferido...
Aizawa estava arqueado, com os braços quase falhando em segurá-lo, a respiração irregular e a boca entreaberta soltando sons que ele jamais teria coragem de emitir em voz alta — se estivesse em plena consciência.
Mas ele não estava mais.
S/N tinha feito questão de levá-lo até aquele limite, onde o corpo dominava tudo, onde o orgulho desmoronava, e só o prazer gritava.
— Olha só pra você, — S/N murmurou, os dedos deslizando pela cintura suada de Aizawa enquanto metia mais fundo. — Que coisinha mais linda gemendo no meu pau...
Aizawa mal conseguia responder. Seu rosto estava vermelho, os olhos úmidos, entreabertos, focando em nada. Ele arfava como se estivesse prestes a explodir.
S/N sorriu e então deslizou uma das mãos por baixo do corpo dele — direto até o pau duro e pulsante de Aizawa.
— Vamos deixar isso ainda melhor, né?
Aizawa gemeu alto quando sentiu a mão fechando-se ao redor dele.
— A-aah... p-porra...
S/N começou a masturbar ele, com firmeza, o ritmo dos dedos sincronizado com as estocadas. A cada movimento, o pau de Aizawa era puxado pra trás e o cuzinho dele preenchido até o fim. Um ciclo perfeito. Um gozo que vinha de todos os lados.
Aizawa quase desabou.
— Tão sensível, Zawa... — S/N sussurrou em seu ouvido. — Tá derretendo todinho por mim. Fala. Você gosta, né?
— M-m-merda... — Aizawa gaguejou, os olhos revirando. — Tá... demais... eu... n-não...
— Não o quê? — S/N mordeu o lóbulo da orelha dele. — Vai gozar? Vai gozar enquanto eu meto em você?
Aizawa gemeu como se tivesse sido atingido por uma onda de prazer. As pernas dele tremiam. O corpo todo arqueava para trás, querendo mais, querendo tudo.
— Não... p-pára... eu vou...
— Vai gozar pra mim? — S/N insistiu, a voz quente, suja, deliciosa.
A mão em seu pau apertava na medida exata. O movimento era perfeito. Ele estava sendo fodido e masturbado ao mesmo tempo, e o mundo parecia girar.
Foi quando Aizawa viu estrelas.
Literalmente.
O orgasmo o atingiu com tanta força que ele arfou como se estivesse sem ar. Os olhos se fecharam com força, o corpo se contorceu, o pau explodindo jatos quentes entre os lençóis e a mão de S/N, a mente completamente em branco.
S/N não parou.
Continuou metendo, sentindo o cuzinho dele contrair forte, descontrolado, ao redor do pau.
— Isso, porra... goza no meu pau, goza pra mim...
Aizawa caiu com o peito nos lençóis, gemendo ainda, o corpo suado, desabando completamente. As mãos agarraram o travesseiro, o rosto enfiado ali, tentando se recuperar... mas não havia mais volta.
S/N ainda não tinha gozado — e ele sabia. Sabia que aquele domínio não tinha acabado. Que ele ainda seria fodido até o fim. Até S/N gozar dentro dele e selar ali que, gostasse ou não... Aizawa era dele agora.
E ele estava completamente grogue, perdido, suado, com o corpo latejando e o cuzinho ainda contraindo no pau de S/N.
E mesmo assim, mesmo exausto... queria mais.
Precisava mais.
Precisava dele.
— M-mete... — ele murmurou, rouco, quase sem ar. — C-continua... não para...
S/N sorriu, vitorioso.
— Eu não ia mesmo.
E começou a estocar mais forte outra vez.
Porque Aizawa tinha gozado.
Mas ele ainda não.
S/N passou a mão pelas costas suadas dele, descendo até apertar sua cintura com firmeza.
— Depois de tudo que a gente passou... você acha mesmo que eu não ia encher essa sua bunda até não sobrar espaço pra mais nada?
Aizawa soltou um som rouco, entre um gemido e um grunhido.
Ele não respondia — porque não conseguia.
E S/N gostava disso.
— Vou gozar dentro de você, Zawa... — murmurou em seu ouvido. — Vai ficar com meu gozo escorrendo por horas. E vai gostar.
Ele aumentou o ritmo, estocando mais fundo, mais rápido. O som das estocadas molhadas ecoava no quarto abafado, misturado aos gemidos manhosos e sujos de Aizawa, que já nem fingia resistir.
A bunda dele empinava involuntariamente, o corpo pedindo mais mesmo sem força, mesmo grogue, mesmo rendido.
— Caralho... seu cu é perfeito, — S/N gemeu, os dedos fincando na pele da cintura alheia. — Tá apertando meu pau como se não quisesse me deixar sair nunca mais...
A respiração dele ficou irregular. O prazer começou a subir, incontrolável, quente, consumindo tudo. O corpo inteiro de S/N se tensionou, os músculos das costas se contraíram, e ele soube — era agora.
— Ah… caralho…
Com um gemido arrastado e tremido, ele enterrou tudo até a base. Ficou ali, afundado no corpo de Aizawa, tremendo enquanto gozos intensos jorravam dentro dele, quentes, lentos, preenchendo completamente aquele cuzinho que latejava.
Aizawa sentiu cada jato quente entrando.
— Nnh... S-S/N... — ele murmurou, arqueando o corpo como se quisesse fugir — mas o quadril dele se empurrava contra o de S/N ao mesmo tempo, como se implorasse por cada gota.
S/N arfava, gemia baixinho, mordendo a nuca dele enquanto gozava, os quadris ainda se movendo em pequenas estocadas involuntárias.
— Isso… fica assim… — ele sussurrou. — Guarda tudo aí dentro pra mim…
O silêncio que veio depois foi apenas preenchido pela respiração pesada dos dois.
Aizawa ainda estava com o rosto no travesseiro, olhos fechados, completamente entregue. Suado, tremendo, fodido.
E cheio.
Muito cheio.
S/N ficou lá, abraçado a ele por trás, o pau ainda enterrado, os dedos traçando linhas suaves nas costas do ex-namorado. Agora não mais ex.
— A gente é mesmo uma bagunça... — ele murmurou contra a pele quente de Aizawa.
Aizawa apenas soltou um suspiro cansado, virando o rosto de lado, a voz rouca e carregada de rendição:
— Uma bagunça que só funciona assim, né?
S/N sorriu..
— É. Mas pelo menos agora a gente tá todo sujo junto.
E mesmo exausto, mesmo grogue, mesmo fodido até o fundo, Aizawa riu baixo.
Porque estava de volta nos braços que nunca quis deixar.
Passaram-se semanas desde a noite em que S/N e Aizawa se reencontraram. Noites de redenção, de corpos entrelaçados, de conversas sinceras entre beijos e silêncio. Dessa vez, não era só sexo. Não era só saudade. Era amor — o tipo de amor que sobrevive mesmo aos piores dias, mesmo quando tudo parece desmoronar.
Aos poucos, eles voltaram a ser o que sempre foram: uma duplinha imbatível. Aizawa, com seu olhar afiado e raciocínio estratégico. S/N, com seu brilho incansável e impulsividade agora mais contida. Tinham aprendido. Tinham amadurecido.
Aizawa começou a confiar mais.
Não que deixasse de se preocupar — jamais deixaria. Mas ele passou a ver S/N como igual. Um herói tão competente quanto ele. Um homem que, apesar dos erros, merecia ser respeitado em sua dor, em suas decisões. E que não precisava carregar tudo sozinho, nunca mais.
— Você não precisa se machucar pra salvar o mundo, — ele disse, uma vez, enquanto cuidava de um corte pequeno no ombro de S/N. — Você tem a mim agora.
S/N sorriu. Um daqueles sorrisos verdadeiros, mesmo cheio de hematomas.
— E você não precisa me proteger de mim mesmo. Só… fica do meu lado.
Aizawa ficou.
Todos notaram a diferença. No campo de batalha, eram imparáveis. Na sala dos professores, cochichavam feito adolescentes. Em casa, dormiam enroscados como se o tempo não existisse.
E claro, Hawks notou também.
— Olha só, o meu Luzinha todo bem-comportado, — ele disse, debochado, aparecendo de surpresa na sala dos dois. — Nada de pulos de prédios ou explodir vilões sozinho?
S/N revirou os olhos, abraçado nas costas de Aizawa no sofá.
— Você fala como se eu fosse impulsivo...
— "Fosse"? — Hawks gargalhou. — Moleque, você quase me fez ter um AVC aquela vez! Mas olha, tô orgulhoso. Você tá brilhando, mas sem se queimar. Finalmente entendeu que não precisa morrer pra provar nada.
S/N ficou quieto por um momento, depois olhou de canto para Aizawa e sorriu pequeno.
— É. Ele me ajudou a entender isso.
Hawks arqueou uma sobrancelha.
— E você, Eraser? Se fizer meu Luzinha chorar de novo, eu arranco seus braços. Com licença.
Aizawa cruzou os braços, impassível.
— Tenta. Vai ser divertido.
Ambos se encaram por alguns segundos… e então sorriram.
Tinha algo bonito naquela tensão brincalhona. Na verdade, era a primeira vez que Hawks via Aizawa sorrir com os olhos. Algo nele tinha mudado. Estava mais leve, mais... presente.
S/N se jogou entre os dois, como sempre dramático.
— Chega, chega! Meu namorado! Meu melhor amigo! Sem brigas por mim!
— Eu jamais brigaria pelo Eraser, — Hawks zombou. — Só te protejo, Luzinha.
Aizawa suspirou, puxando S/N de volta pro colo.
— Vai embora, pássaro.
— Com prazer. Já vi o suficiente. — Hawks se virou para sair, mas ainda jogou por cima do ombro: — Mas se ouvir você chorando de novo, S/N, eu volto com um porrete.
— Te amo também, — respondeu S/N, rindo.
Quando ficaram sozinhos, o apartamento voltou a seu silêncio confortável. S/N se aninhou de novo no colo de Aizawa, a cabeça no peito dele, escutando os batimentos calmos.
— Você acha que a gente ainda vai errar de novo? — murmurou.
Aizawa passou os dedos pelos fios de cabelo de S/N, com uma paciência quase irônica.
— Com certeza.
S/N riu.
— Acha que a gente vai brigar?
— Absolutamente.
— Então por que ficar?
Aizawa abaixou o olhar, sério — mas com aquele traço de afeto escondido que só S/N sabia ver.
— Porque você é minha luz, mesmo sendo caótico. E agora… eu não tenho mais medo de andar no escuro.
S/N o olhou com olhos marejados, mas cheios de amor.
E pela primeira vez em muito tempo… ele sentiu que estava exatamente onde devia estar.
Nos braços dele.
Onde, no fundo, sempre foi o seu lugar.
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lagrya · 9 days ago
Note
Cacete cara, eu só precisava dizer que estou completa e profundamente viciado na sua escrita. Porra😭 Melhor exemplo possível de “porn with plot”
ahhhh, obrigado xuxu, fico feliz que tenha gostadooooo :3
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lagrya · 10 days ago
Text
Imagine Saja Boys
Tumblr media
A primeira vez que os Saja Boys viram S/N no Reino dos Demônios, perceberam que havia algo errado. Não no sentido físico — pelo contrário. Ele era atraente demais para inspirar apenas ódio. O problema era o sorriso.
Aquele sorriso… era feito para destruir egos.
Desde então, S/N parecia viver para testar até onde a paciência deles podia ir. E cada nova provocação era como empurrar um tijolo para fora da borda de um precipício — mais cedo ou mais tarde, alguém ia cair.
Jinu estava encostado no corrimão, mexendo no celular, quando S/N se aproximou com aquele olhar preguiçoso de quem estava prestes a soltar veneno.
— E então, líderzinho… — disse, cruzando os braços. — Como está o moral do grupo depois da última apresentação? Ah, é verdade… não tem moral para levantar.
Jinu ergueu os olhos, irritado.
— Você está procurando briga, não é?
— Briga? — S/N sorriu. — Eu só estava comentando como foi constrangedor ver você errar a entrada da música. Aliás, parabéns, Jinu, conseguiu provar que até um demônio pode ter falta de ritmo. Isso é quase um talento.
O maxilar de Jinu se contraiu. Ele sabia que responder só pioraria, mas o jeito que S/N inclinava a cabeça, esperando, era um convite perigoso.
— Vai embora, S/N — rosnou.
— Claro… mas antes, só mais uma coisa: já pensou em pedir para as Huntrix te darem aula de presença de palco? Pode ser que com o tempo você aprenda a não parecer um estagiário perdido.
Jinu respirou fundo, virando-se antes que perdesse o controle. S/N apenas riu baixo, satisfeito.
Em seu outro alvo, Baby Saja treinava passos de coreografia sozinho. Concentrado, repetia o mesmo movimento, buscando precisão. S/N encostou na parede, observando por alguns segundos antes de se pronunciar.
— Eu estava pensando… será que você não tem vergonha de continuar usando esse apelido? “Baby”? Faz parecer que você é um mascote de grupo escolar, não um idol, muito menos um demônio.
Baby Saja suspirou.
— Não é o momento, S/N.
— Ah, mas para mim sempre é o momento. — Ele se afastou da parede e começou a imitar de forma grotesca os passos da coreografia, exagerando nos movimentos e errando de propósito. — Olha só… acho que eu faria mais sucesso que você, mesmo sem ensaio.
— Para de me irritar.
— Mas eu mal comecei. — S/N deu um sorriso inocente. — E, sinceramente, com aquele erro na última música, achei que você estava tentando criar uma coreografia nova. Foi genial. Chamemos de… “O Passo do Desespero”.
Baby Saja apertou os punhos, respirando fundo.
— Sai daqui, S/N.
— Tudo bem, mas lembra de sorrir para as fãs… elas adoram ver quando você finge que não está frustrado.
E foi embora como se nada tivesse acontecido, deixando o demônio com vontade de arremessar a garrafa d’água.
Mistery era calado, mas S/N conseguia extrair dele reações que ninguém mais conseguia. Ele estava no canto, afinando a guitarra, quando sentiu a presença incômoda se aproximar.
— Mistery, Mistery… ainda tentando parecer o cara sombrio e profundo?
Ele não respondeu, apenas continuou mexendo nas cordas.
— Você sabe que as fãs acham que você é misterioso, mas na verdade é só antissocial, certo?
Mistery fechou os olhos, inspirando lentamente.
— Ignorar você é o único jeito de manter minha sanidade.
— Então você admite que eu sou irresistível. — S/N sorriu, se inclinando para olhar as cordas. — Olha só… pelo menos a guitarra é afinada. Já é mais do que posso dizer da sua voz.
Mistery abriu os olhos e fixou nele um olhar frio.
— Você é patético.
— E você é previsível. — S/N deu de ombros. — Agora, se me der licença, vou achar alguém mais divertido para irritar.
E saiu, deixando Mistery com os dedos apertados no braço da guitarra.
Abby estava no camarim, passando um pano no rosto após o treino, quando S/N entrou sem bater.
— E aí, estrela — começou, sentando-se na bancada. — Gostou da sua última entrevista? Foi impressionante como você conseguiu não dizer absolutamente nada interessante.
Abby jogou a toalha na cadeira.
— Você não cansa?
— Eu? Nunca. — S/N apoiou o queixo na mão. — Mas você deveria. Cansa ver um demônio tentando se passar por carismático e falhando.
— Pelo menos eu não preciso destruir os outros para me sentir melhor.
— Não… você prefere se destruir sozinho. Mais poético, de certa forma. — S/N riu, levantando-se. — Ah, e manda um beijo para aquela fã que te deu a pulseira. Você fez uma cara de nojo tão sutil que quase ninguém percebeu. Quase.
Abby fechou os olhos, controlando-se. Quando abriu, S/N já tinha ido embora.
Romance... ah, querido e doce... Romance...
Romance estava sentado no banco do pátio, escrevendo algo no caderno. O sol batia no rosto dele, deixando-o ainda mais corado do que o normal. S/N se aproximou como uma sombra.
— Que bonitinho… escrevendo cartas de amor? Aposto que é para uma fã desesperada.
Romance fechou o caderno, sério.
— Não é da sua conta.
— Tudo é da minha conta quando é divertido. — S/N se sentou ao lado, olhando-o de cima a baixo. — Você já pensou em como deve ser triste para elas? Ficam gritando seu nome, jogando presentes… e você aqui, com essa carinha de santo que não engana ninguém.
— Você não sabe de nada sobre mim.
— Sei o suficiente. — S/N inclinou-se, próximo ao ouvido dele. — Você cora tão fácil que deve ser um inferno quando tenta mentir.
Romance apertou o caderno, sem encarar.
— Sai.
— Claro… mas não se preocupe, querido. Vou deixar que termine sua poesia antes de contar para todos que é sobre mim.
Romance olhou para o lado, mas S/N já se afastava, sorrindo como se tivesse ganhado mais uma partida.
A verdade era que S/N tinha um talento especial para aparecer nos momentos mais inoportunos. Ensaios, entrevistas, reuniões. Sempre com um comentário ácido pronto para cortar qualquer clima.
Mas não era só com eles. As fãs dos Saja Boys também estavam na mira.
Certa vez, ao sair de um evento, S/N parou na frente de um grupo que gritava nomes, segurando cartazes.
— Vocês realmente acham que eles valem todo esse esforço? — perguntou, com um sorriso falso. — Eles são bonitos, claro… mas talento? Bom, talvez se talento fossem parecer tão... patéticos...
O silêncio constrangido das fãs foi quebrado por um riso abafado dele, que simplesmente seguiu andando.
Até as Huntrix, as infames caçadoras de demônios, assistiam a isso com certo desconforto. Não porque gostassem dos Saja Boys — afinal, eram seus inimigos — mas porque ver outro demônio destruir a autoestima de cinco ao mesmo tempo tinha um sabor amargo.
Zoey chegou a comentar:
— Ele é cruel demais até para nós.
E não estava errada. S/N parecia ter um prazer genuíno em envenenar cada pequeno momento, como se seu papel no mundo fosse lembrar a todos que não importava o quanto se esforçassem, ele sempre estaria acima.
A paciência dos Saja Boys já estava no limite. E a cada provocação, a certeza crescia: cedo ou tarde, alguém ia devolver o golpe.
O que não demorou muito.
O calor das luzes ainda queimava na pele quando eles saíram do palco, mas não era suor que colava na testa — era raiva.
S/N tinha feito de novo.
Pior, tinha feito ao vivo, diante de todos, e com uma precisão cruel que só ele parecia dominar.
O show tinha começado normalmente, com a energia alta, coreografias ensaiadas até o exaustivo, e o público gritando cada refrão. Tudo estava no lugar… até S/N aparecer.
Ele não veio sozinho.
Sentado nas primeiras fileiras, rodeado por um grupo de demônios tão chamativos quanto perigosos, cruzava as pernas como quem assistia a uma peça medíocre. Os amigos riam, comentavam, e de vez em quando apontavam para o palco — mais precisamente, para os erros dos Saja Boys.
E S/N… ah, S/N estava no centro disso. Não dizia nada que pudesse ser ouvido, mas o sorriso bastava. Para cada pequeno deslize — um passo atrasado, um olhar perdido, um microfone mal posicionado — ele se inclinava, sussurrava algo, e o grupo explodia em gargalhadas.
Romance foi o primeiro a sentir o sangue ferver. Durante um giro, pegou S/N olhando diretamente para ele, com aquele sorriso de canto que dizia você é patético. A concentração vacilou, e o pé esquerdo quase tropeçou no direito.
Baby Saja, ao notar, se desconcentrou também, e a cadeia de erros começou. Um atraso no tempo, uma entrada errada na ponte, e em segundos o palco já não parecia coordenado.
Jinu, na frente, tentou segurar o grupo, mas quando olhou para baixo, viu S/N imitando a coreografia de forma exagerada, fazendo os amigos rirem ainda mais. Era impossível não sentir a fúria subir pelo estômago.
Abby, que raramente errava, percebeu que o público não sabia se olhava para o palco ou para o grupo de demônios na plateia. Mistery, no fundo, te tava se esforçar, como se cada movimento fosse uma forma de não sair dali e voar no pescoço de S/N.
O pior, porém, eram os olhos. Os olhos de S/N, cheios de escárnio, encontravam os deles um por um, como se cada contato visual fosse uma flecha envenenada. Ele não precisava falar alto — estava destruindo-os de dentro.
Quando o show terminou, não houve o costumeiro aceno sorridente para a plateia. Eles saíram direto, atravessando o corredor para o camarim, cada passo um estalo de tensão.
Jinu entrou primeiro, jogando o microfone no sofá.
— Aquele filho da puta… — começou, a voz já rouca de raiva. — Aquele maldito filho da puta!
Baby Saja entrou logo atrás, puxando a camiseta pela gola como se estivesse sufocando.
— Ele fez de propósito, Jinu. Ele veio só para isso.
— Claro que fez de propósito! — Jinu deu um soco na mesa, fazendo as garrafas de água chacoalharem. — Ele não se contenta em nos irritar nos bastidores, agora quer destruir a gente em frente a todo mundo.
Mistery se jogou no sofá do canto com mais força do que o necessário.
— Conseguiu. Eu errei duas vezes porque não parava de ver aquele sorriso desgraçado.
Romance entrou por último, os olhos ainda vermelhos, mas não de choro — de ódio contido.
— Vocês viram como ele apontava? Como se estivesse nos catalogando, um por um… como se estivesse colecionando nossos erros.
— E conseguiu, não duvido que ele saiba cada um — Abby disse, se sentando e apoiando os cotovelos nos joelhos. — Ele estava nos estudando.
Jinu bufou, passando a mão pelos cabelos molhados de suor.
— Estudando ou não, ele conseguiu o que queria. O público pode não ter percebido todos os erros, mas nós sabemos. E agora isso vai ficar na nossa cabeça.
— Na minha já está — Baby Saja respondeu, a voz mais baixa mas igualmente carregada de raiva. — Não sei como não pulei na plateia.
Romance fechou os punhos.
— Ele estava com outros demônios. Se a gente tentasse algo ali, ia virar um massacre.
— E você acha que ele não sabia disso? — Jinu retrucou, o tom ácido. — Ele planejou. Não foi coincidência.
O silêncio que se seguiu não era calmo — era pesado, denso, como se o ar estivesse saturado de umidade antes de uma tempestade.
Jinu começou a andar de um lado para o outro, incapaz de ficar parado.
— Eu juro… se eu pegar aquele desgraçado sozinho, eu vou…
— Você vai o quê? — Abby perguntou, o tom quase provocador. — Vai tentar bater nele? Ele é mais forte do que todos nós juntos, Jinu.
— Então eu vou arrancar a língua dele. — Jinu encarou Abby, sério. — Pelo menos assim ele não fala mais.
Baby Saja riu, mas foi um riso amargo.
— Você acha que ele precisa da língua para destruir a gente? Um olhar dele já fez o Romance errar no palco.
— Não fui só eu — Romance respondeu, erguendo o queixo. — Ele olhou para todos nós.
Mistery apoiou-se na parede, os braços cruzados.
— Não é só sobre hoje. Isso está acumulando. Ele já fazia isso antes, mas agora… agora ele quer nos quebrar.
— Ele gosta de ver a gente perder o controle — Abby concluiu. — E pior… ele é bom nisso. É como se fosse a especialidade dele.
Jinu parou no meio do camarim, olhando para cada um.
— Nós não podemos deixar isso continuar.
— E o que sugere? — Mistery ergueu uma sobrancelha. — Ir até ele e pedir para parar? Você sabe que ele só vai rir na nossa cara.
— Não estou falando em pedir nada — Jinu respondeu. — Estou falando em fazer algo.
Baby Saja se inclinou para frente, os olhos brilhando de curiosidade e raiva.
— Algo… como o quê?
Jinu não respondeu de imediato, como se estivesse mastigando a própria raiva até ela ter forma.
— Não sei ainda — disse por fim. — Mas sei que não vou dormir enquanto não pensar em algo.
Romance olhou para os outros, sentindo uma estranha unidade ali.
— Ele mexeu com todos nós. Isso não é só ego ferido… é guerra.
— Então que seja — Abby disse, seco. — Se é guerra que ele quer, é guerra que vai ter.
Mistery puxou a cadeira e se sentou, batendo a mão no encosto.
— Cinco minutos. Vamos pensar. Não importa se não decidirmos nada hoje, mas precisamos começar agora.
Jinu assentiu.
— Certo. Reunião em cinco minutos.
Eles não precisaram de cronômetro — o clima no camarim era suficiente para cravar a contagem no peito. As garrafas de água ficaram esquecidas, as toalhas jogadas no chão.
Baby Saja estava encostado na parede, batucando com os dedos, como se o ritmo pudesse acelerar a chegada de uma ideia. Romance mordia o lábio, os olhos fixos no chão. Abby, de braços cruzados, parecia repassar cada momento do show na mente. Mistery, calado, só observava.
E Jinu… Jinu olhava para o nada, mas em sua cabeça, S/N sorria. E aquele sorriso precisava desaparecer.
A porta estava trancada. Lá fora, a equipe se perguntava por que o clima estava tão carregado. Lá dentro, cinco demônios já não pensavam em como lidar com o próximo show. Pensavam em como lidar com S/N.
Cinco minutos.
Foi o que Jinu disse.
Mas cinco minutos viraram dez. Depois, trinta. E, quando perceberam, já tinham se passado horas dentro daquele camarim abafado, trancados, com a raiva inicial transformando-se em algo mais estranho.
Ninguém queria admitir, mas o problema de S/N não era apenas o veneno que cuspia em palavras. Era o jeito como ele fazia isso.
— Ele é insuportável… — Jinu murmurou, quase para si mesmo.
E, como se a frase fosse uma faísca, cada um começou a lembrar.
Para Jinu, era impossível não pensar no dia no shopping.
Ele só queria um pouco de paz, caminhar anônimo, talvez comprar algo para si. Mas S/N apareceu do nada, colando-se ao seu lado, enlaçando o braço no seu como um namorado apaixonado.
— Jinu, compra isso para mim… por favor? — dizia, com um tom doce que ele nunca usava.
E as pessoas ao redor suspiravam, comentando o quanto eles eram “um casal lindo”.
Jinu sentia o sangue ferver, mas não podia empurrá-lo sem parecer um monstro.
O pior foi quando S/N se encostou nele, como se fosse um gesto carinhoso, e murmurou no ouvido:
— Adoro como todos acreditam. Aposto que você também está gostando… pelo menos um pouco.
Jinu odiava admitir, mas… sim. Por alguns segundos, gostou. E isso o irritava mais do que qualquer provocação verbal.
Baby Saja lembrava da água. Um dia de treino com S/N perturbando o tempo todo, todos suados e exaustos. Ele, no impulso, pegou a garrafa e despejou sobre S/N, esperando vê-lo furioso, ensopado e humilhado.
Mas S/N apenas sorriu, o cabelo escorrendo, a blusa colada no corpo magro e definido.
— Fico lindo assim, não acha? Até molhadinho.
O “molhadinho” veio com um olhar direto, quase desafiador.
Baby desviou rápido, sentindo o rosto esquentar. Agora, no camarim, lembrava da curva da cintura, da linha que levava para dentro da calça, e odiava o fato de lembrar tão claramente.
Romance não conseguia apagar da memória a vez que S/N se sentou no seu colo.
Foi rápido, sem aviso. Ele estava distraído, conversando com outro, quando S/N se encaixou sobre suas pernas, curvando-se até seus lábios quase roçarem seu ouvido.
— Eu te chuparia tão gostoso… — disse, baixo, só para ele. — Engoliria tudo, faria você gozar tanto… se você saísse dos Saja Boys...
Romance ficou paralisado. Sabia que era provocação, mas o tom, a respiração quente contra a pele, o leve roçar de quadris… tudo gravou na sua mente.
E agora, ao pensar, sentia a mesma tensão no corpo.
Abby lembrava de algo tão absurdo que ainda se perguntava por que não havia expulsado S/N naquele momento.
Estava na academia, fazendo flexões, concentrado. No meio da série, percebeu um vulto no chão. S/N estava deitado ali, olhando-o de baixo para cima, o queixo apoiado nas mãos, um sorriso preguiçoso nos lábios.
— Continue… adoro ver você se esforçando.
Abby tentou ignorar, mas cada descida o aproximava daquele olhar fixo.
E, sem querer, imaginou outra cena — ele por cima, e S/N embaixo, olhando do mesmo jeito só que sem outra situação com mais gemidos e ofegos.
Saiu da academia naquela noite direto para casa, onde precisou aliviar a tensão sozinho, odiando o motivo.
Para Mistery, era mais difícil. S/N não o provocava da mesma forma. Pelo contrário — houve uma noite em que conversaram. Sem sarcasmo, sem insultos. Falaram sobre dilemas demoníacos, sobre escolhas, sobre destino.
No fim, S/N disse:
— Você é o meu preferido, Mistery.
Mistery nunca contou a ninguém, mas aquilo ficou preso dentro dele. Não era só provocação física… era como se S/N tivesse atravessado uma barreira. E isso o deixava inquieto, porque preferidos são perigosos.
As horas passavam.
No começo, era só raiva, cada um relembrando insultos e humilhações. Mas, aos poucos, esses insultos vinham acompanhados de imagens — o sorriso malicioso, as piscadelas, a cintura fina, a pele molhada, o calor de um corpo sobre o outro.
Romance estava encostado no sofá, o olhar perdido. Baby Saja mexia no próprio anel, inquieto. Abby passava a mão no cabelo, e Mistery observava todos em silêncio.
Jinu, por fim, falou:
— Ele mexe com a gente de um jeito que não é normal.
— Ele provoca — Abby disse. — Mas não é só na cabeça… é no corpo.
Baby Saja soltou um riso baixo.
— É… ele sabe que é bonito. Sabe que a gente olha.
Romance, ainda encarando o chão, murmurou:
— Talvez… seja por isso que ele faz. Para ver até onde vamos aguentar antes de…
— Antes de quê? — Jinu perguntou.
Romance levantou os olhos, sério.
— Antes de querer mais do que odiá-lo.
O silêncio caiu pesado.
Eles se entreolharam, e ninguém precisou dizer que entendia. Todos já tinham sentido algo além da raiva.
— Então… o que vamos fazer com ele? — Abby quebrou o silêncio.
Jinu olhou para cada um, como se buscasse confirmar que pensavam o mesmo.
E encontrou nos olhos deles a resposta.
— Punir — disse, simples. — Punir como ele merece.
Baby Saja inclinou-se para frente.
— Juntos. Todos nós.
O ar no camarim pareceu mudar. Não era mais só fúria, era algo mais denso, mais quente, mais urgente.
Romance falou o que todos pensavam, mas ninguém ousava dizer em voz alta:
— Vamos foder o S/N até ele implorar.
E, no silêncio que se seguiu, ninguém discordou.
O corredor estreito e silencioso contrastava com o caos que normalmente reinava nos bastidores. As luzes fracas piscavam de vez em quando, e cada passo ecoava como se fosse calculado. S/N, de braços cruzados e um sorriso preguiçoso no rosto, seguia, sem se importar, o chamado curioso que recebera.
— Se for mais uma reuniãozinha idiota, eu juro que vou... — murmurou para si mesmo, sem real interesse em terminar a frase.
Chegou diante da porta entreaberta do camarim. Dentro, o ar parecia mais denso, quase sufocante. Ele entrou, curioso, e antes que pudesse sequer perguntar o que estava acontecendo, sentiu mãos firmes o empurrando para dentro. O baque surdo de seu corpo contra a parede fez seu sorriso se ampliar.
— Oi? Que é isso, meninos? — ironizou, mas não teve tempo de reagir.
Uma venda preta foi deslizada sobre seus olhos com precisão. S/N podia, sem esforço, se livrar daquilo. Seus poderes demoníacos tornariam aquela cena ridícula e curta, mas... qual seria a graça? O coração batia com uma excitação incômoda, e a respiração denunciava o quanto ele queria ver onde aquilo ia parar.
As mãos que seguravam seus braços não eram hesitantes. Movimentos rápidos, quase coreografados, amarraram seus pulsos com firmeza, prendendo-os atrás do corpo. O tecido da corda arranhava levemente sua pele, quente pelo contato recente.
— Vocês estão se metendo em terreno perigoso... — avisou, ainda com o tom debochado.
Foi erguido e empurrado até sentir o colchão ceder sob o seu peso. O leve cheiro de lençóis limpos misturado ao suor ambiente preencheu seus sentidos. As cordas o mantinham estável, mas vulnerável. Vulnerável... mas por escolha própria.
A venda foi retirada, e o clarão inicial deu lugar a uma visão que o fez prender o ar no peito.
Cinco corpos.
Cinco corpos masculinos, jovens, definidos, todos completamente nus diante dele. A pele brilhava sob a luz baixa, e cada respiração deles parecia mais profunda, carregada de algo não dito. Cinco pares de olhos fixos nele, como predadores que finalmente encurralaram a presa.
E, oh, como eram bonitos.
Os músculos bem delineados, o brilho úmido nas pontas dos membros já rígidos, a tensão evidente nas veias que pulsavam nos braços. Eles não tentavam esconder nada — pelo contrário. As expressões variavam entre o deboche e uma fome crua que S/N conhecia muito bem.
Seu corpo reagiu antes mesmo que pudesse processar. Um leve calor subiu-lhe pelas bochechas, mas ele tentou mascarar com um arqueamento de sobrancelha.
— Então... esse é o novo show dos Saja Boys? — riu, mas sua voz saiu um pouco mais grave do que queria. — Meio explícito para as fãs mais jovens, não acham?
Jinu, sempre o mais impaciente, deu um passo à frente, o sorriso cínico estampado no rosto.
— Você sempre provocou... agora vai aprender as consequências.
Baby se aproximou pelo outro lado, a postura relaxada, mas os olhos denunciando o quanto estava aproveitando aquilo.
— Surpreso, S/N? — perguntou, mas não esperava resposta.
Romance manteve-se mais ao fundo, observando, mordendo levemente o lábio inferior. Abby girava os ombros como se se aquecesse para algo físico, enquanto Mistery... Mistery só mantinha o olhar fixo, como se lesse cada reação dele.
S/N piscou lentamente, absorvendo cada detalhe. O formato dos ombros largos, a forma como os quadris de cada um se moviam minimamente, o contraste entre a pele pálida e o calor que irradiavam.
Era insuportável admitir, mas era exatamente esse tipo de reação que ele buscava nas provocações — não o ódio puro, mas o ódio misturado com algo proibido. Algo que se transformava em desejo.
Os cinco avançaram em sincronia lenta, como se saboreassem o momento. S/N notou como os olhares percorriam seu corpo amarrado. Mesmo vestido, sentia-se despido sob aquele exame silencioso.
— Estão todos tão sérios... — comentou, tentando recuperar o controle.
Jinu inclinou-se, apoiando as mãos na cama, ficando próximo o suficiente para que S/N sentisse o calor de sua pele.
— Não vamos mais dar palco para o seu joguinho.
S/N mordeu o interior da bochecha para não sorrir. Ah, mas ele queria sorrir. O coração batia forte, não de medo, mas de antecipação.
Baby deixou escapar uma risada curta.
— Aposto que ele já sabe que não vai sair daqui do mesmo jeito.
Abby cruzou os braços, mas o membro ereto e firme o traía, balançando levemente com o movimento.
— Ele quer isso. Sempre quis — disse com a voz grave.
Romance deu um passo à frente, curvando-se levemente para olhar nos olhos dele.
— Olha pra nós, S/N... já conseguimos sua atenção.
Mistery, que permanecia mais quieto, finalmente falou, a voz baixa e controlada.
— Você podia quebrar essas cordas, mas não vai.
O silêncio que se seguiu foi pesado. S/N inspirou profundamente, sentindo o cheiro deles misturado ao seu próprio. O corpo esquentava, a respiração acelerava. Ele não tinha mais como negar para si mesmo.
— E se eu disser que estou curioso? — murmurou, a voz arranhada.
Um sorriso coletivo se espalhou entre eles, cada um com seu toque pessoal de cinismo e promessa.
Baby foi o primeiro a se mover. O corpo dele avançou com a confiança de quem já sabia exatamente o efeito que teria. S/N sentiu o peso de sua presença antes mesmo de perceber que o rosto dele já estava a centímetros do seu.
O toque veio rápido — lábios contra lábios, uma pressão firme que não deixava espaço para recuo. Preso pelas mãos, S/N não pôde controlar a intensidade; Baby guiava o movimento, mergulhando fundo a língua contra a de S/N, forçando-o a ceder. Havia uma mistura de calor e desafio no beijo, como se cada mordida leve fosse uma provocação, cada sucção um aviso de que ele não tinha mais o controle.
O som abafado da respiração deles se misturava ao silêncio denso do quarto, apenas quebrado por um roçar de tecido e o bater ritmado do próprio coração de S/N nos ouvidos.
Foi então que um calor diferente se aproximou por trás. Abby, sem pressa, deslizou os braços fortes ao redor da cintura de S/N, puxando-o para si como se fosse algo dele por direito. O queixo encostou no ombro exposto, e um murmúrio grave roçou-lhe a pele do pescoço.
— Você é mesmo uma putinha faminta por pau, era só pedir, meu amor… — disse, a voz baixa, carregada de um peso quase perigoso puxando a camiseta de S/N e a tirando num só movimento. — Teria sido mais fácil… e menos estressante.
Abby não se apressou. Com S/N firmemente preso entre o corpo dele e o de Baby à frente, inclinou o rosto até que seus lábios roçassem a pele exposta do pescoço. O primeiro toque foi leve, quase um teste, como se quisesse sentir a temperatura e o ritmo da pulsação ali.
S/N prendeu a respiração, mas Abby apenas sorriu contra sua pele. Então veio o segundo toque — um beijo mais firme, quente, que deixava claro que ele não estava ali para ser delicado. O som abafado da sucção começou baixo, e junto com ele, o calor úmido que se espalhava pela área.
Abby alternava entre beijos longos e mordidas sutis, criando um contraste que fazia S/N se encolher involuntariamente. Cada vez que a boca dele se fechava mais forte sobre a pele, ele sentia o ar quente sendo liberado logo depois, como uma carícia lenta que não dava tempo para se recuperar.
Os dedos de Abby exploravam a linha da cintura, puxando-o para mais perto esfregando o pau nas costas de S/N sentindo o líquido escorrer de seu pau contra aquela pele perfeita, como se quisesse moldar os dois corpos. O som suave de lábios se desprendendo da pele ecoava junto com um murmúrio baixo e rouco.
— Esse lugar… vai ficar marcado.
Romance tinha acabado de puxar a calça de S/N para baixo, expondo completamente o corpo corado e vulnerável. Seus olhos não conseguiram desviar do pequeno membro de S/N que se revelava, rosado e aparentemente delicado, contrastando com a aura poderosa e dominadora que S/N sempre transmitira.
— Que fofo, não imaginei que fosse tão... patético — murmurou Romance, o tom carregado de um deboche mordaz que fazia o coração de S/N bater mais rápido, mesmo com toda a sua fachada de superioridade.
— Vai se foder... — S/N disse quebrando o beijo com Baby que atacou seu pescoço junto de Abby. S/N franziu o cenho, tentando fechar as pernas numa tentativa de esconder, mas Romance não estava disposto a deixar espaço para resistência. Com uma mão firme, ele afastou as coxas de S/N, abrindo-as suavemente, dominando com a calma e a certeza de quem sabe o que quer.
— Vai ficar assim para mim, putinha do caralho... — ordenou, enquanto a palma da mão de Romance deslizou do quadril de S/N até seu membro, envolvendo-o com força, mas.
S/N sentiu a pele arrepiar sob o toque, uma mistura de constrangimento e desejo que ele tentava negar com um olhar de desafio.
— Não espere que eu seja gentil — provocou Romance, seus olhos brilhando com um prazer cruel. — Você é um pouco mais manhoso do que pensei, sabe?
Um sorriso torto se formou nos lábios de S/N, apesar do rubor que começava a subir pelas bochechas.
— Eu não sou tão fraco e você sabe disso — rebateu, tentando manter a postura, mesmo quando os dedos de Romance começaram a deslizar em movimentos lentos, ritmados, envolvendo o membro com cuidado quase perverso.
O corpo de S/N respondeu involuntariamente, um arrepio que começou no centro do peito e desceu pela espinha. Ele tentou puxar as pernas para perto, tentando controlar o avanço de sua excitação, mas Romance segurou com mais firmeza, ampliando o espaço entre as coxas, como se fosse um segredo que só ele tinha o direito de desvendar.
— Tão bonitinho tentando se esconder— continuou Romance, um riso baixo escapando enquanto masturbava S/N com mais intensidade.
S/N tentou respirar fundo, lutando contra aquela sensação que começava a consumi-lo. O deboche de Romance era uma faca de dois gumes, cortando e provocando, fazendo-o desejar ao mesmo tempo resistir e ceder.
— Engraçado... você sempre foi o mais gentil do grupo — murmurou S/N, com uma ponta de incredulidade.
— Acho que você não me conhece muito bem... — Romance diz antes de descer a cabeça a abocanhar o membro de S/N o que o fez revirar os olhos instantaneamente.
Mistery se aproximou devagar, os olhos fixos em S/N com uma intensidade que fazia o ar ao redor parecer mais denso. Suas mãos tocaram a pele exposta do peito de S/N, deslizando com delicadeza até alcançarem os mamilos sensíveis. Com um leve beliscão, ele arrancou um suspiro surpreso, seguido de um arrepio que percorreu todo o corpo do demônio amarrado.
Para não perder o ritmo, Mistery inclinou-se mais perto e levou a boca aos mamilos de S/N, sugando com uma pressão gostosa, explorando com a língua cada centímetro daquela pele. S/N fechou os olhos por um instante, sentindo sensações vindas de todas as partes — mamilos, pau, pescoço, clavícula...
Enquanto Mistery continuava seu ataque sutil e sensual, Jinu permaneceu de pé, observando tudo com uma expressão quase impassível, mas não sem uma tensão clara marcada em seu rosto. Seu próprio membro pulsava, endurecido demais para ignorar, uma dor deliciosa que o fazia ansiar por sua vez. Ele respirava fundo, tentando manter o controle, mas a cena diante de si era tão carregada de luxúria que qualquer resistência parecia inútil.
Jinu acompanhava cada gesto de Mistery, Abby, Romance e Baby, o modo como as bocas deles trabalhavam com habilidade e cuidado, como os dedos de Abby exploravam os contornos do corpo de S/N, preparando-o para o que viria a seguir. O coração acelerado, a excitação crescente — tudo isso fazia dele um predador paciente, esperando o momento perfeito para atacar.
S/N, por sua vez, não conseguia desviar o olhar, mesmo com as cordas apertando seus pulsos e o corpo exposto a tantos toques. Era um jogo de poder, uma dança silenciosa onde cada movimento carregava uma promessa e uma provocação. A boca de Baby sugou uma mancha em seu pescoço, Abby continuava a sugar o outro lado, a boca de Romance era um paraíso molhado e delicioso, e S/N sentia a tensão se acumular, quase insuportável quando Mistery mordiscou o mamilo esquerdo com um pouco mais de força.
O silêncio no ambiente era preenchido apenas pelo som da respiração ofegante e dos suspiros contidos, criando uma atmosfera carregada de desejo e expectativa. Jinu, ainda observando, começou a se mover lentamente, aproximando-se, os olhos brilhando com a intensidade daquele momento. Ele sabia que em breve seria a sua vez, e a espera só aumentava seu próprio desejo.
A cena se desenrolava como um prelúdio perfeito, cada gesto uma promessa, cada toque uma declaração. Mistery continuava a explorar, e Jinu, com o pau doendo de tão duro, aguardava pacientemente sua vez, o corpo tenso, pronto para finalmente tomar o que desejava.
— Está quase na sua hora, S/N — murmurou Jinu, com um sorriso que misturava ternura e desafio.
S/N respondeu com um suspiro, consciente de que o jogo havia mudado, que agora ele estava nas mãos deles, e que não havia mais espaço para resistências. A excitação era total, a entrega iminente, e ali, naquele camarim silencioso, a luxúria reinava absoluta.
— Parem. — Sua voz saiu firme depois de mais algum tempo, carregada de autoridade.
Baby e Abby levantaram a cabeça lentamente, ainda com o olhar faminto sobre S/N, mas recuaram alguns centímetros. Romance largou o pau de S/N com um estalo molhado e Mistery com um sorriso raro. Todos trocaram olhares breves, como se entendessem que algo importante estava prestes a acontecer.
Jinu aproximou-se, o corpo alto projetando sombra sobre S/N. Seu olhar desceu devagar, examinando cada detalhe daquele rosto corado e da respiração acelerada. Ele inclinou-se um pouco, apoiando uma das mãos no queixo de S/N, obrigando-o a erguer o rosto.
— Quero ver… do que essa boca é capaz. — A frase veio baixa, quase um sussurro, mas carregada de promessa.
O coração de S/N bateu mais rápido. Ele sabia exatamente o que Jinu queria dizer, e o modo como seus lábios se curvaram num meio sorriso deixava claro que não havia espaço para recusas. Jinu se aproximou mais, o olhar preso nos lábios entreabertos de S/N, como se estivesse prestes a reivindicar algo que vinha esperando há muito tempo.
Sem tirar os olhos de S/N, Jinu se deitou conta a cabeceira da cama abrindo as pernas com um descaramento que fez Baby engolir seco. Ele levou a mão até o próprio pau, grosso e latejante, começando a se masturbar devagar. O som molhado dos movimentos ecoava pelo ambiente, e cada deslizar da mão só deixava a cabeça exposta ainda mais brilhante, pronta.
S/N não hesitou. Se moveu de quatro, aproximando-se até ficar exatamente entre as pernas dele. Passou a língua pelos próprios lábios, um sorriso carregado de malícia surgindo. Abby desviou o olhar por um segundo, mordendo o lábio, mas logo voltou a encarar, como se quisesse guardar cada detalhe para se lembrar depois.
— Que visão… — murmurou Mistery, quase para si mesmo.
S/N inclinou a cabeça e observou aquele pau de perto, analisando cada veia, cada pulsar, como um joalheiro inspecionando uma peça rara. Então, devagar, aproximou os lábios e deu a primeira lambida na base, um toque rápido, só para provocar. Jinu respirou fundo, mas o sorriso de canto entregava que ele queria muito mais.
A língua de S/N subiu pelo comprimento todo, lenta, deixando um rastro quente e molhado. Parou na glande, circulando-a com movimentos preguiçosos, como se estivesse provando o gosto antes de decidir devorar de vez.
Baby soltou um suspiro quase imperceptível, mas Mistery percebeu e soltou uma risadinha sarcástica, sem tirar os olhos da cena. Romance, por outro lado, parecia paralisado, o maxilar tenso, como se estivesse brigando consigo mesmo para não se aproximar.
— Mais fundo… — Jinu pediu, a voz um pouco mais rouca.
S/N obedeceu. Abriu bem a boca e engoliu metade do pau de uma vez, sentindo o peso e o calor invadirem sua garganta. A mão esquerda segurou a base, enquanto a direita apertou de leve a coxa de Jinu, cravando as unhas.
O som de sucção preencheu o ambiente. Abby cruzou as pernas, apertando-as, tentando disfarçar a reação, mas seus olhos não saíam do movimento hipnótico da cabeça de S/N subindo e descendo.
Jinu afundou uma das mãos nos cabelos de S/N, guiando-o com um ritmo firme. A cada estocada, S/N deixava escapar um gemido abafado, que vibrava no pau de Jinu, arrancando dele um arquejo.
— Caralho… essa boquinha é um pecado — Jinu murmurou, apertando ainda mais a nuca de S/N.
S/N, como se quisesse provar o ponto, relaxou a garganta e engoliu tudo, até o fundo. O nariz encostou na pele quente de Jinu, e ele manteve-se ali, respirando pelo nariz, os olhos lacrimejando levemente, mas com aquele sorriso malicioso ainda escondido.
— Porra… — Jinu gemeu, jogando a cabeça para trás.
Os outros observavam, quase hipnotizados. Baby mordeu o dedo, Mistery apertou o próprio, e Romance soltou um suspiro frustrado.
S/N subiu devagar, fazendo a língua deslizar por toda a extensão, como se não quisesse deixar um centímetro sem atenção. Parou na ponta, sugando-a com força, e em seguida rodou a língua ao redor, sem pressa.
A saliva escorria pelos cantos da boca dele, descendo pelo pau de Jinu, tornando-o ainda mais brilhante e escorregadio. S/N espalhou com a mão, masturbando ao mesmo tempo que chupava, alternando entre movimentos rápidos e lentos, intensos e suaves.
O corpo de Jinu reagia a cada mudança — as coxas contraíam, o abdômen enrijecia, e as mãos dele ora puxavam os cabelos de S/N, ora relaxavam, como se estivessem à beira de perder o controle.
— Isso… continua… — ele disse, com a respiração pesada.
S/N aumentou o ritmo, deixando o som das sucções mais alto de propósito. Ele sabia que os outros estavam assistindo, e isso só aumentava sua vontade de mostrar tudo o que sabia fazer. Olhou rapidamente para eles, e o brilho provocador nos olhos fez Mistery morder o lábio e Abby corar ainda mais.
Sem avisar, S/N tirou a boca e começou a lamber as bolas de Jinu, massageando-as com a língua, enquanto a mão não parava de bombear o pau. Jinu soltou um gemido baixo, e uma das pernas dele tremeu.
— Filha da… — ele murmurou, quase rindo, mas sem conseguir terminar a frase.
S/N voltou a engolir tudo, dessa vez mantendo um movimento constante, profundo, como se estivesse sugando a alma de Jinu. As reações vinham rápidas: os gemidos abafados, o corpo arqueando, os dedos apertando com força o cabelo de S/N.
A tensão no ar era palpável. Abby e Baby trocavam olhares de pura inveja, enquanto Mistery parecia à beira de intervir só para sentir também.
Quando S/N percebeu que Jinu estava perto, diminuiu o ritmo de propósito, quase parando. Jinu abriu os olhos e o encarou, arfando.
— Não brinca comigo… — avisou, a voz carregada de desejo e ameaça.
S/N sorriu e voltou a acelerar, dessa vez sem piedade. Engolia até o fundo, sugava forte, torcia a língua em volta da glande, e alternava com movimentos rápidos de mão. O som de sucção misturado aos gemidos de Jinu enchia o quarto, e os outros pareciam presos na cena, incapazes de desviar o olhar.
A respiração de Jinu ficou irregular. Ele tentou falar, mas só conseguiu gemer alto, avisando sem palavras que estava no limite. S/N aumentou ainda mais a intensidade, mantendo o olhar fixo nele.
E então, Jinu não aguentou. Um gemido rouco escapou, o corpo dele estremeceu, e ele gozou forte na boca de S/N, com jatos quentes que S/N engoliu sem desviar o olhar, como se fosse um desafio cumprido.
Ao se afastar, S/N limpou a boca com o dorso da mão, ainda sorrindo. Olhou para os outros e disse:
— Algum de vocês… vai querer uma vez também?
A cama já não parecia mais um lugar para dormir — era um campo de batalha erótica, tomada por corpos, gemidos e suor. Lençóis amassados, travesseiros jogados para o chão, e no centro de tudo, S/N, agora ajoelhado entre Abby e Baby, com um pau em cada mão e a boca se alternando entre eles.
Abby estava à esquerda, Baby à direita, e os dois trocavam olhares carregados de inveja e desejo sempre que a boca de S/N se afastava de um para engolir o outro. S/N não parecia cansar; ao contrário, cada vez que trocava de pau, aumentava a intensidade, sugando mais fundo, lambendo mais devagar, fazendo-os perder o fôlego.
— Caralho… — Abby gemeu quando sentiu a língua de S/N circulando a glande, enquanto a outra mão bombeava o pau de Baby num ritmo perfeito.
— Ele sabe o que faz… — Baby respondeu, a voz trêmula, os quadris se movendo instintivamente para encontrar mais da boca quente de S/N.
Mas S/N não estava sozinho nessa. Atrás dele, Mistery e Jinu dividiam a atenção em seu cuzinho. Mistery, com dedos longos e habilidosos, explorava devagar, espalhando lubrificante e entrando com dois dedos, girando-os lá dentro para arrancar gemidos abafados pela boca ocupada. Jinu, mais impaciente, massageava as nádegas, abrindo-as com força e às vezes inclinando-se para dar lambidas rápidas, só para ver o corpo de S/N tremer.
— Relaxa… vai precisar estar bem aberto para o que vem depois — Jinu murmurou com um sorriso perverso, enquanto Mistery aumentava o ritmo dos dedos.
O gemido abafado que S/N soltou vibrou direto no pau de Abby, que gemeu alto em resposta.
A mão esquerda de S/N não parava — agora apertava e massageava o pau de Baby com um cuidado quase carinhoso, enquanto a mão direita se movia para trás, sem nem olhar, encontrando o pau de Romance. Ele estava sentado um pouco mais afastado, observando tudo, mas ao sentir a mão quente de S/N fechando-se em volta dele, perdeu qualquer tentativa de manter a compostura.
— Porra… — Romance deixou escapar, inclinando-se um pouco para frente, os olhos fixos na visão de S/N engolindo Abby até a base.
A coordenação de S/N era quase sobre-humana. Ele alternava a boca entre Abby e Baby, nunca deixando nenhum dos dois esfriar, enquanto o cuzinho era trabalhado por Mistery e Jinu, e ainda assim mantinha o ritmo firme na masturbação de Romance.
— Ele nasceu pra isso… — Mistery disse baixinho, quase como um comentário para si mesmo, mas Abby ouviu e soltou uma risada rápida, logo interrompida por um gemido quando S/N sugou forte.
A boca de S/N estava quente, molhada, acolhendo cada investida com um som lascivo. Abby empurrava o quadril para frente, afundando-se mais fundo na garganta dele, enquanto Baby segurava os cabelos de S/N, guiando-o para um movimento mais rápido.
— Quero ver até onde essa garganta aguenta — Baby provocou, e S/N, como se aceitasse o desafio, abriu mais a boca e engoliu-o por completo, sentindo a ponta bater no fundo, os olhos lacrimejando levemente.
Atrás dele, Mistery já tinha três dedos dentro, fazendo movimentos firmes e curvos, enquanto Jinu, agachado, passava a língua pelo períneo e pelas bordas do cuzinho, ora lambendo, ora sugando, deixando-o ainda mais sensível.
— Ele vai gozar só com isso… — Jinu comentou, notando os espasmos involuntários de S/N.
S/N respondeu com um gemido abafado e apertou mais forte o pau de Romance, acelerando os movimentos. O som molhado do boquete, misturado aos gemidos de todos, criava uma sinfonia suja que preenchia o quarto.
Abby segurou o rosto de S/N com as duas mãos, forçando-o a focar nele por alguns segundos. Ele começou a foder a boca de S/N, empurrando devagar no início, depois mais rápido, enquanto Baby observava, mordendo o lábio, esperando sua vez novamente.
— Isso… engole tudo… — Abby sussurrou com a voz arrastada.
Quando S/N puxou a boca para fora, fios de saliva ligavam seus lábios à glande de Abby. Ele não perdeu tempo e imediatamente se virou para Baby, engolindo-o de uma vez, arrancando um palavrão dele.
— Foda-se… você é perfeito… — Baby gemeu, segurando firme na nuca de S/N.
Atrás, Mistery e Jinu trocaram olhares cúmplices e começaram a sincronizar os movimentos: enquanto Mistery penetrava o cuzinho com os dedos, Jinu massageava e apertava as nádegas, dava tapas que deixavam a pele rosada e vermelha, mordiscava, estimulando ainda mais. A cada movimento lá atrás, S/N gemia na boca de Baby, fazendo-o estremecer.
Romance estava ficando sem ar. A mão de S/N o masturbava num ritmo constante, firme, com pequenas torções no pulso que o deixavam à beira do orgasmo. Ele segurava o braço de S/N, tentando pedir mais sem nem conseguir falar direito.
— Vai… mais rápido… — foi tudo que conseguiu soltar, e S/N obedeceu, aumentando a pressão e a velocidade.
O clima na cama era quase caótico: Abby e Baby alternando a garganta de S/N, Mistery e Jinu abrindo e preparando o cuzinho dele, e Romance sendo levado à beira por aquela mão quente e habilidosa.
— Quero ver todo mundo gozando junto — Jinu disse, a voz carregada de comando.
Baby gemeu alto, sentindo o calor da garganta de S/N e o olhar provocador que ele lançava de baixo. Abby já estava tremendo, e Romance soltava gemidos baixos e rápidos, um sinal claro de que não ia aguentar muito mais.
S/N, como maestro daquela cena, aumentou a intensidade em todos os lados: chupou Baby com força, a mão em Abby bombeando rápido, a outra apertou mais o pau de Romance, e rebolou de leve contra os dedos de Mistery, arrancando um gemido dele também.
O quarto virou um coro de gemidos, palavrões e respirações descompassadas. Baby foi o primeiro a perder o controle, gozando fundo na garganta de S/N, que engoliu sem hesitar. Logo depois, Abby segurou a nuca dele e também gozou, espalhando calor e prazer pela boca já cheia de S/N.
Romance não resistiu — com um gemido longo, gozou na mão dele, que continuou a masturbá-lo até o último espasmo.
S/N, ofegante, se afastou, lambendo os lábios e olhando para trás, com um sorriso malicioso.
— E vocês dois… — disse para Mistery e Jinu, sentindo ainda os dedos dentro de si — … agora é a vez de me comerem.
Jinu se recostou contra a cabeceira novamente, o pau latejando e brilhando com a excitação, enquanto S/N se posicionava sobre ele. Mistery estava logo atrás, segurando firme a cintura de S/N, alinhando-se para entrar ao mesmo tempo.
O primeiro contato foi um choque de prazer: a glande de Jinu forçando a entrada, fazendo S/N soltar um gemido agudo, e, antes mesmo de ele se acomodar, Mistery começou a pressionar junto
— Porra… — S/N arfou, sentindo-se esticar de um jeito delicioso, os músculos se contraindo instintivamente.
— Relaxa… você vai aguentar nós dois — Mistery murmurou contra sua nuca, a voz carregada de desejo.
Com um movimento lento e coordenado, Jinu entrou por completo, enterrando-se até a base, enquanto Mistery empurrava, sentindo cada centímetro ser engolido. S/N jogou a cabeça para trás, os lábios entreabertos, gemendo alto, o corpo inteiro tremendo.
— Olha só ele… todo aberto pra gente — Jinu comentou, passando as mãos pelas coxas de S/N e puxando-o mais para baixo, até sentir-se completamente envolvido.
Quando Mistery também estava totalmente dentro, o quarto pareceu ficar mais quente. Era muito — a sensação de dois paus o preenchendo ao mesmo tempo deixava S/N quase sem ar.
— Caralho… — ele sussurrou, rebolando devagar, experimentando o atrito interno que fazia ondas de prazer subirem pela espinha.
Mistery começou a se mover primeiro, saindo quase todo e entrando de novo, enquanto Jinu segurava firme na cintura de S/N para que ele se movesse contra seu próprio pau. Os movimentos se encontravam em um ritmo quase hipnótico: quando Mistery empurrava, Jinu recebia; quando Jinu subia o quadril, Mistery afundava.
— Isso… usa a gente… — Jinu rosnou, os dedos marcando a pele da cintura de S/N.
Ao redor, Abby, Baby e Romance, ainda ofegantes do orgasmo anterior, já observavam com olhos famintos. Os paus, que minutos atrás estavam flácidos, agora se erguiam de novo, endurecendo só de ver a cena.
— Porra, eu quero ele de novo… — Abby disse, já começando a se tocar, o olhar fixo no movimento duplo dentro de S/N.
— A gente vai ter que revezar… mas não vou esperar muito — Baby completou, passando a língua pelos lábios.
Romance, mais silencioso, já se levantava, andando lentamente até o lado da cama, a mão acariciando o próprio pau enquanto observava cada detalhe — a forma como S/N arfava, o balanço das coxas, o barulho molhado e ritmado das estocadas.
Mistery aumentou a velocidade, e Jinu acompanhou, transformando a cadência lenta em um ataque coordenado. O corpo de S/N reagia com espasmos involuntários, as mãos apoiadas no peito de Jinu para manter o equilíbrio.
— Vai gozar só com a gente dentro… — Mistery provocou, mordendo a orelha de S/N.
E pelo jeito, não era mentira. O pau de S/N estava duro, latejando, roçando contra o abdômen de Jinu a cada movimento. Abby e Baby se aproximaram mais, ficando um de cada lado, suas mãos acariciando o rosto e os cabelos de S/N, preparando-se para quando chegasse a vez deles novamente.
O corpo de S/N já tremia, os gemidos saindo entrecortados enquanto Mistery e Jinu o preenchiam sem piedade. O calor subia pelo rosto, deixando-o corado, os olhos marejados de prazer. Ele virou o rosto para o lado, encontrando Romance ali, de pé, o pau grosso e latejando diante dele.
— Romance… — a voz saiu manhosa, quase um sussurro implorante. — Põe na minha boca… por favor…
A reação foi imediata: Romance soltou um riso baixo, satisfeito, e segurou o queixo de S/N com firmeza.
— Um pedido desses… é ordem. — E, sem demora, aproximou-se até encostar a glande nos lábios trêmulos dele.
S/N abriu a boca com um gemido abafado, engolindo a ponta, a língua passando lenta e provocante, mesmo enquanto seu corpo era sacudido pelas estocadas combinadas de Mistery e Jinu.
— Olha isso… três ao mesmo tempo… — Mistery rosnou, aumentando a força dos movimentos, batendo contra ele até o som molhado ecoar pelo quarto.
— Engole, vai… — Romance empurrou mais fundo, sentindo a garganta quente e apertada recebê-lo.
Baby e Abby, sentados ao lado, já se masturbavam de novo, olhando a cena com olhares famintos. As mãos rápidas nos próprios paus, a respiração acelerada, como se competissem para ver quem ia gozar primeiro só de assistir.
S/N se sentia no paraíso — ou talvez no inferno mais prazeroso possível. Dois o fodendo por trás e por baixo, um ocupando completamente sua boca, e o som pesado da masturbação dos outros dois preenchendo o ar. Cada investida de Mistery e Jinu parecia encontrar o ponto exato, deixando-o arqueado, gemendo em torno do pau de Romance.
O ritmo se intensificou. Mistery segurava sua cintura com força quase dolorosa, enterrando-se até o limite, enquanto Jinu subia o quadril para receber cada descida com impacto.
— Aguenta… vamos gozar juntos… — Jinu murmurou, a voz carregada de tensão.
O corpo de S/N estava no limite, cada nervo aceso, o prazer tão intenso que era quase insuportável. Mistery foi o primeiro a perder o controle, afundando-se todo e gemendo contra a nuca dele, derramando-se fundo. Jinu o seguiu segundos depois, enterrando-se até a base e gozando com força, o calor se espalhando dentro de S/N.
Romance manteve-se firme, ainda na boca dele, a respiração pesada e o olhar fixo, como se esperasse sua vez para transbordar também.
Assim que Jinu se afastou, ofegante e satisfeito, Romance não perdeu tempo. Ele puxou S/N para mais perto, virando-o de costas e encaixando-se sem hesitação. A glande roçou a entrada ainda latejante e quente, e S/N soltou um gemido fraco, os joelhos cedendo.
— Calma… agora é a minha vez — Romance murmurou, segurando firme nos quadris dele.
Com um empurrão lento, mas firme, ele entrou por completo, sentindo o cuzinho apertado o engolir, ainda molhado e pulsante da dupla gozada anterior. O gemido de S/N foi tão alto que fez Abby e Baby rirem baixinho de pura excitação.
— Olha como ele aperta… — Romance comentou, começando um movimento ritmado, cada investida fazendo o corpo de S/N balançar.
Uma das mãos dele desceu, pegando o pau de S/N e começando a masturbá-lo no mesmo compasso. Era uma sincronia cruel: cada estocada vinha acompanhada de um aperto e deslizar na haste já sensível, arrancando soluços do demônio.
— Você tá todo molinho… nem pensa mais, né? — Romance provocou, inclinando-se para morder a nuca dele.
S/N não conseguiu responder. Os olhos estavam semicerrados, a boca entreaberta, apenas deixando escapar gemidos e respirações entrecortadas. O prazer o dominava, a mente embaralhada, como se todo o cérebro tivesse derretido e escorrido para fora junto com o suor.
Romance aproveitou a docilidade para acelerar. Ele o puxava pelos quadris, fazendo S/N literalmente pular no pau, cada descida encontrando o encaixe perfeito. O barulho das peles se chocando ecoava pelo quarto, misturado ao som molhado do pau sendo masturbado.
— Isso… senta gostoso pra mim… — ele murmurou, sentindo-se cada vez mais próximo do próprio limite, mas segurando só para prolongar aquela visão perfeita: S/N entregue, suado, com o rosto marcado pelo prazer bruto.
Mas Baby, que observava de perto, não tinha paciência para esperar. O pau dele estava duro, latejando, e o ciúme por ver Romance aproveitando sozinho o cuzinho de S/N queimava no peito.
— Sai daí, eu vou junto — ele avisou, já se posicionando atrás.
Romance soltou uma risada curta.
— Vem, então. Ele aguenta.
S/N abriu os olhos arregalados ao sentir a glande de Baby pressionando a mesma entrada já ocupada.
— E-espera… — ele tentou dizer, mas o corpo já o traía, se ajustando para receber.
Com um impulso impaciente, Baby forçou a entrada junto de Romance. A sensação foi intensa, quase sufocante: o alongamento repentino, o calor dobrado, o atrito interno em duas direções.
— Porra… ele tá me esmagando — Baby gemeu, enterrando-se até a base, colando o corpo ao de S/N.
Romance começou a se mover primeiro, e Baby acompanhou, criando um vai-e-vem alternado que fazia S/N tremer por completo. A cada investida dupla, ele sentia que ia desmanchar, a voz presa na garganta.
— Olha pra ele… todo aberto, todo nosso — Romance disse, aumentando o ritmo.
Baby, tomado pela urgência, passou um braço pela cintura de S/N e o puxou contra si, acelerando até os dois estarem quase batendo um no outro dentro dele. A cada segundo, as estocadas se tornavam mais intensas, mais profundas, até o quarto inteiro parecer vibrar com o som da carne se chocando.
— Não vou aguentar muito… — Baby rosnou, enterrando-se fundo.
— Então vamos juntos — Romance respondeu, e ambos sincronizaram os últimos movimentos, empurrando com força total.
O clímax veio rápido. Primeiro Baby, gozando com um gemido grave, enchendo S/N com jatos quentes; Romance seguiu logo depois, pressionando-o contra Baby para enterrar cada gota bem fundo.
S/N arfava, o corpo mole, as pernas tremendo, completamente cheio, a respiração pesada e a mente vazia.
E, no canto, Abby se erguia devagar, olhando a cena com um sorriso faminto.
— Agora… é a minha vez.
Abby não perdeu tempo. Ele agarrou S/N, puxando-o para mais perto, deitando-o na cama e segurando suas coxas, pressionando-as firmemente contra seus ombros. O corpo de S/N, ainda mole e sensível das penetrações anteriores, estremeceu completamente ao sentir a pressão e o peso de Abby encaixado com perfeição.
— Meu pau é todo seu, S/N — Abby murmurou, inclinando-se para capturar os lábios de S/N em um beijo profundo, misturando saliva, gemidos e língua com uma intensidade que fez S/N esquecer de tudo, ao sentir Abby se alinhar e enfiar tudo de uma vez.
Enquanto o beijava, Abby começou a se mover, lentamente no começo, sentindo cada contorção e tremor de S/N. A cada impulso, S/N sentia ondas de prazer percorrerem seu corpo, desde o pau ainda latejante até o cu totalmente preenchido. O beijo de Abby não era apenas físico; era possessivo, misturando dominação e desejo puro, fazendo S/N se perder de vez na sensação.
— Abby… eu… não aguento — S/N gemia, tentando articular palavras, mas a respiração falhando, os olhos semicerrados de prazer.
Abby respondeu com uma risada baixa, mordendo o lábio de S/N antes de acelerar os movimentos, mantendo as coxas firmes contra seus ombros para maximizar cada estocada. S/N pulava e arqueava o corpo, o cérebro derretendo de tanto prazer acumulado. A sensação de finalmente ser preenchido completamente por Abby, depois de todos os outros, era avassaladora.
O corpo de S/N não conseguiu segurar por mais tempo. Com um gemido que escapou da garganta, ele finalmente gozou, a explosão de prazer percorrendo cada músculo, cada nervo. Abby, sentindo a liberação dele, continuou firme, como se quisesse gravar cada detalhe da reação de S/N em sua própria memória.
Não demorou muito para que Abby também alcançasse seu clímax, preenchendo S/N com força e intensidade. A combinação de beijos, estocadas e aperto das coxas criava um turbilhão de sensações que fazia S/N se sentir ao mesmo tempo quebrado e completamente satisfeito.
Quando finalmente pararam, S/N estava exausto, mole, a respiração irregular, o corpo ainda tremendo de prazer. Abby o segurou próximo, acariciando suas costas e rosto, os dedos ainda deslizando pelos cabelos e pela pele quente.
S/N abriu os olhos, ainda ofegante, e apenas conseguiu sorrir fraco, corado e satisfeito. A vingança estava completa. Cada impulso, cada gemido, cada prazer compartilhado ou roubado havia culminado naquele momento de pura rendição. Ele finalmente sentia que tudo havia sido resolvido — ele havia sido o centro do desejo de todos, experimentando cada atenção, cada toque, cada penetração, e agora podia descansar, exausto e satisfeito.
O quarto estava silencioso, exceto pelos gemidos suaves que ainda escapavam ocasionalmente, mas o peso do prazer compartilhado pairava no ar. A “vingança” estava feita, e S/N, embora completamente esgotado, sentia-se no auge do êxtase, finalmente satisfeito, pleno e entregue.
S/N abriu os olhos devagar, a luz da manhã invadindo o quarto e queimando suavemente suas pálpebras inchadas. A cabeça latejava levemente, mas era o tipo de dor agradável, lembrando cada toque, cada estocada, cada gemido da noite anterior. Ele piscou, tentando se situar, e então percebeu: os corpos ainda estavam entrelaçados, alguns dormindo profundamente, outros respirando lentamente, recuperando-se da intensidade da noite.
Olhou ao redor e engoliu em seco. A cama estava uma bagunça completa — lençóis amassados, corpos suados e cansados, mas cheios de satisfação. Um sorriso tímido e corado surgiu em seu rosto enquanto a memória da noite explodiu em sua mente. Cada momento de prazer compartilhado, cada pau dentro dele, cada mão, cada beijo, tudo voltava com força total.
E então a realidade caiu sobre ele como um choque delicioso: ele não era mais apenas um demônio provocante ou alguém que podia provocar. Não. Ele era agora o brinquedo pessoal dos Saja Boys. Seu corpo não era mais apenas seu — era alvo, objeto de desejo e prazer, o cuzinho perfeito que todos queriam explorar, manipular e possuir. A provocação agora tinha sido invertida: ele não comandava mais, não brincava mais; ele era o receptáculo do prazer deles, o ponto central de cada atenção lasciva.
S/N sentiu um arrepio percorrer toda a espinha só de pensar na ideia. Cada membro dos Saja Boys podia, a qualquer momento, tomá-lo, explorar seu corpo, fazê-lo gemer, suar e se contorcer sob o peso de seus desejos. Ele estava completamente à mercê deles, e a excitação dessa perda de controle o fez tremer ainda mais.
Um suspiro escapou de seus lábios quando percebeu que seu cérebro ainda estava parcialmente derretido pelo prazer da noite passada, mas agora, com a clareza da manhã, a expectativa se misturava ao prazer: ele seria explorado, usado e desejado sem limites. A ideia de ser o “brinquedo pessoal” deles, de ter seu cuzinho desejado e ocupado, não só o assustava, mas o excitava como nunca antes.
Enquanto S/N se ajustava entre os corpos quentes, ainda cansados, um sorriso travesso e envergonhado surgiu.
A manhã prometia que não haveria descanso. Cada toque, cada atenção deles, cada penetração e exploração seria sua nova realidade. S/N, completamente entregue, deitou-se de lado, mordendo o lábio e esperando ansioso pelo próximo toque, o próximo pau, o próximo instante em que seu corpo seria novamente tomado. Ele finalmente entendia: não era mais brincadeira, era a sua vida agora — ser o brinquedo deles, completamente, sem reservas, e ele adorava cada segundo disso.
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lagrya · 17 days ago
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Imagine Joohyuk
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Nam Joohyuk sempre soube que havia algo de viciante em S/N. No início era aquele sorriso bobo, o jeito como ele parecia sempre pronto a ajudar, como segurava a xícara de café com as duas mãos e inclinava levemente a cabeça quando ouvia algo interessante. Era doce. Tão doce que beirava o irritante. Mas para Joohyuk, era um veneno viciante. E uma vez provado, ele não soube mais viver sem.
Quatro anos haviam passado desde o primeiro beijo, e nada — absolutamente nada — havia mudado. Eles estavam colados, grudados, como se o universo tivesse enlaçado seus corpos com um laço invisível e dito: não se desgrudem.
Joohyuk fazia questão disso. Quando os trabalhos como ator começaram a engolir sua agenda e o arrastar de um set a outro, ele encontrou uma solução simples. Contratou S/N como seu assistente pessoal. Oficialmente, claro. Extraoficialmente, era a desculpa perfeita para manter o namorado sempre ao seu lado. Não importava se era uma gravação em uma floresta no interior ou em um prédio abandonado no centro da cidade. S/N estava lá. Sentado com uma prancheta, mexendo no celular, revisando cronogramas... e com o rostinho sempre disposto a mais.
— Amor... — Joohyuk o puxava discretamente para um dos camarins enquanto a equipe fazia pausa. — Tá muito frio aqui. Vem me esquentar um pouco.
S/N sabia o que aquilo significava. Ele sorria com aquela expressão leve, como se Joohyuk tivesse pedido um gole d’água. Entrava no camarim, trancava a porta e já começava a tirar o próprio casaco.
Joohyuk o beijava com fome. Não havia mais espaço para timidez entre eles. S/N apertava o peito largo do namorado com as mãos, deixava-se ser erguido facilmente, encaixava as pernas ao redor da cintura dele e, entre beijos e sorrisos manhosos, sussurrava contra a boca dele:
— Você sente tanta saudade assim mesmo depois de três cenas seguidas?
Joohyuk só o empurrava contra a parede, respondendo com a língua, com o quadril duro pressionando a bunda de S/N, com a respiração acelerada de quem estava doente de vontade.
— Você não faz ideia... Você é meu vício, S/N. Não consigo mais funcionar sem isso.
S/N gemia baixo, já abrindo o zíper da calça alheia enquanto Joohyuk lhe puxava a cueca para baixo. Não havia tempo para muitos jogos. O pau de Joohyuk estava latejando, quente, e S/N rebolava lentamente sobre ele mesmo antes da penetração, esfregando-se com olhos úmidos de tesão.
— Vai com calma... ainda dói um pouco da última vez...
Joohyuk sorria torto. A mão deslizando pelas coxas, segurando firme.
— Mas é você quem me pede pra ir fundo. Você sabe que não tem volta quando me implora daquele jeito.
— Eu não imploro...
— Implora sim — ele o beijava no pescoço, lambia até o lóbulo da orelha e mordia —... de um jeito que me deixa louco.
A entrada de S/N era apertada, quente, molhada, preparada. Joohyuk sempre se surpreendia com o quanto ele era delicioso por dentro. Um corpo feito sob medida para ele. A primeira estocada o fazia gemer e cerrar os olhos, a segunda já fazia S/N morder o ombro do namorado para conter os sons, e a terceira arrancava dele aquele gemido engasgado, aquele que Joohyuk mais amava, porque significava que ele estava no fundo.
— Isso... assim... mais...
Joohyuk gemia entre os dentes, as mãos marcando as coxas do parceiro, a testa encostada na parede.
— Você é tão bom... tão perfeito... tão meu.
Aquela era a regra silenciosa entre eles. Não importa o lugar. Se Joohyuk tinha vontade, ele tomava. E S/N aceitava com a devoção de quem amava ser possuído. Seja em um banheiro de hotel cinco estrelas, no banco de trás de um carro com vidro fumê, ou mesmo nos bastidores de uma premiação — como naquela vez em que Joohyuk o arrastou para o banheiro reservado dos artistas e fez S/N se ajoelhar em frente ao espelho.
— Olha pra você mesmo, meu amor. Olha como fica lindo com meu pau na sua boca.
S/N estava de olhos marejados, com saliva escorrendo do canto dos lábios, a boca aberta em torno do pau grosso e pulsante de Joohyuk. A respiração descompassada, as bochechas coradas. Mas mesmo assim, ele mantinha as mãos nas coxas do namorado, chupando como se aquilo fosse parte do trabalho.
Joohyuk amava ver o contraste. Aquela criatura tão doce, tão gentil com todos, virando uma vadia obediente só para ele. Isso o deixava mais obcecado a cada dia. Ele se via incapaz de ficar longe. Quando acordava, precisava da pele de S/N junto da sua. Quando saía para o trabalho, queria que ele estivesse ao alcance dos olhos. E ao fim do dia, precisava estar dentro dele.
Às vezes, acordava no meio da madrugada já com o pau duro e o corpo inquieto. Puxava S/N ainda dormindo, virava o corpinho de lado e encaixava, beijando seus ombros enquanto penetrava devagar.
— Hm... Joohyuk... — a voz manhosa, arrastada pelo sono e pelo tesão —... tá com vontade?
— Sempre tô com vontade de você.
E fazia amor ali mesmo, com lentidão e urgência ao mesmo tempo. Gemidos abafados no travesseiro. Beijos longos nas costas nuas. Gozo profundo, suado, íntimo.
— Você é meu... só meu... nunca mais vai sair de perto de mim...
Às vezes, repetia isso como um mantra enquanto gozada dentro. Outras vezes, dizia enquanto passava a mão nos fios de cabelo de S/N após o banho, quando o via dormindo no sofá, ou mesmo quando o pegava sorrindo para alguém da equipe.
— Amor, por que você tá rindo desse figurante? Tá engraçado?
— É só simpatia, Joohyuk... eu rio pra todo mundo.
— Não precisa. Fica sério. Só sorri pra mim.
S/N dava uma risadinha, beijava sua bochecha e dizia que ele estava sendo bobo.
Mas Joohyuk não achava que era bobeira. Aquilo tudo era uma construção cuidadosa. Um castelo erguido com zelo e desejo, e não havia espaço para rachaduras.
Eles tinham uma rotina perfeita. S/N cuidava de tudo — compromissos, alimentação, figurino, horários. E ainda por cima, o fazia sorrindo. À noite, cuidava de Joohyuk na cama. Sempre se oferecia. Sempre abria as pernas com a mesma doçura com que oferecia uma xícara de chá.
— Quer que eu sente em você? — perguntava baixinho, deitado sobre o peito largo do namorado.
— Quero que sente... e rebola bem devagar.
S/N montava com maestria. As mãos no peito firme, o quadril se movimentando em círculos. Seus olhos se fechavam, o rosto se contorcia, e a boca se entreabria quando a glande de Joohyuk raspava no ponto mais fundo.
— Tá doendo, meu amor?
— Tá gostoso demais... eu amo sentir você assim...
Joohyuk o segurava pela cintura e o puxava para baixo com força. Fazia o corpo inteiro de S/N descer até o fim, até ele gemer alto e grudar no corpo do namorado como se fosse explodir. E então, assumia o controle. Virava-o de costas, levantava sua bunda arrebitada e enfiava com força, com vontade, como se fosse a última vez.
— Eu te amo... porra, te amo tanto...
E S/N, tão doce, tão obediente, tão entregue, rebolava contra ele com o corpo tremendo de prazer, as lágrimas escorrendo no travesseiro e a voz rouca de tanto gemer seu nome.
Então...
— Amor... eu estava pensando em tirar duas semanas de folga.
S/N disse aquilo com a voz mansa de sempre, enquanto secava os cabelos com a toalha, saindo do banho. Joohyuk estava deitado na cama, rolando distraidamente pelo celular, mas levantou os olhos imediatamente.
— Duas semanas?
— É. Eu queria visitar meus pais. Já faz mais de um ano, e minha mãe está gripada. Nada grave, mas queria estar lá, dar um apoio, sabe? E... estou com saudade deles.
Joohyuk sentou na cama, o celular esquecido ao lado. Observou o namorado, ainda com gotas de água escorrendo pelos ombros, a toalha enrolada na cintura, a expressão leve de quem não via problema algum naquela ideia. E ele, por fora, manteve a mesma leveza.
— Claro, meu amor. Vai fazer bem. Eles vão adorar te ver.
S/N sorriu, aliviado.
— Achei que você fosse ficar meio triste.
— Eu fico triste até quando você vai na farmácia sem mim — Joohyuk respondeu, abrindo os braços para que ele se deitasse sobre seu peito. — Mas é sua família. E eu quero que você vá com o coração tranquilo.
Ele o abraçou com força, os dedos deslizando pelas costas úmidas de S/N. Mas o sorriso que deu foi o mesmo que se dá em enterro. Dois minutos depois, já estava com o rosto escondido nos cabelos do namorado, tentando disfarçar o aperto no peito.
Porque por dentro, Joohyuk estava entrando em colapso.
Duas semanas. Quatorze dias. Trezentos e trinta e seis horas. O tempo parecia engolir o que existia entre eles. Só de imaginar o apartamento sem a presença constante de S/N, o silêncio à noite sem os suspiros depois do sexo, as manhãs sem os beijinhos de bom dia, os intervalos sem a mãozinha quente acariciando sua coxa debaixo da mesa de reunião... era demais.
Ele não dizia nada, apenas o abraçava mais forte. S/N continuava falando animado sobre a possibilidade de pegar um voo em horário tranquilo, sobre a comida que a mãe fazia, sobre os sobrinhos, os vizinhos. Joohyuk só ouvia. Ou fingia que ouvia.
Na teoria, ele sabia que estava fazendo o certo. Deixar o namorado ir. Ser compreensivo. Não ser aquele namorado pegajoso e possessivo. Mas por dentro, ele já estava desmoronando.
Nos dias que se seguiram, Joohyuk se tornou uma versão ainda mais perfeita de si mesmo. Mais atencioso. Mais gentil. Mandava café do lugar preferido de S/N para o trabalho. Fazia questão de buscá-lo nos compromissos, mesmo quando tinha equipe pra isso. Toda noite, o arrastava para a cama mais cedo, fazia amor com calma, com carinho, como se cada transa fosse uma despedida silenciosa.
— Está me tratando tão bem esses dias — comentou S/N uma noite, rindo, depois de uma sessão de sexo lenta, cheia de beijos e olhos fechados. — Parece até que vai me pedir em casamento.
Joohyuk beijou sua testa, deslizando os dedos por suas costas nuas.
— Estou só aproveitando enquanto você ainda está aqui comigo.
S/N suspirou, aninhando-se em seu peito.
— Vai ser só um pouquinho, meu amor. Você nem vai perceber. Vai estar tão ocupado gravando que quando notar eu já estarei de volta.
Joohyuk não respondeu. Apenas o abraçou mais forte. Queria dizer que sim, que estaria ocupado, que o tempo passaria voando. Mas era mentira. Ele já sentia falta só de pensar.
E o pior era a maneira como o corpo de S/N se encaixava no seu como se tivesse sido moldado. Aquela bunda pequena, firme, aquela pele quente, aquela forma doce de gemer quando ele penetrava fundo, com carinho, com força. Joohyuk já estava com saudade de foder o namorado mesmo que ele estivesse ali, do lado.
Era como se o tempo tivesse começado a passar mais rápido de propósito. E Joohyuk se viu cada vez mais perdido entre dois sentimentos. O amor imenso que sentia por S/N, capaz de permitir que ele fosse, que tivesse esse tempo com a família. E a necessidade sufocante de mantê-lo por perto, de sentir seu cheiro, de ouvir sua voz, de estar dentro dele.
— Você está pensativo ultimamente — comentou S/N em um jantar, depois de Joohyuk passar dez minutos encarando o prato sem tocá-lo.
— Estou só cansado, eu acho.
Mentira. Ele não conseguia dormir direito. Tinha sonhos esquisitos, onde procurava S/N pela casa e não o encontrava. Acordava suado, com o coração acelerado. E às vezes, com o pau duro, porque até nos sonhos sentia falta de estar dentro dele.
Aquela noite, não conseguiu se controlar.
Puxou S/N para o colo, beijou com intensidade, arrancou as roupas com pressa e o penetrou no chão da sala, de quatro, com as mãos agarradas na cintura dele como se tentasse marcar propriedade. Estocou fundo, com força, sentindo o corpo dele se abrir em torno de si com o mesmo conforto de sempre.
— Joohyuk... devagar...
— Não consigo... estou com muita saudade... mesmo com você aqui.
S/N gemeu alto, a testa encostada no tapete, os dedos se agarrando nas fibras.
— Vai me deixar com isso preso por duas semanas?
Joohyuk não sabia se falava do corpo de S/N ou do tesão engasgado na garganta. Mas era verdade. Ele gozou fundo, com um gemido rouco, e continuou metendo até o corpo não aguentar mais.
Depois, ficaram deitados no chão, ofegantes, suados.
— Você está mesmo lidando bem com isso, não está?
— O que me resta fazer? É sua família. Eu te amo. Eu quero que vá.
S/N o beijou no peito, suave.
— Eu também te amo. Vai dar tudo certo.
Mas não era assim que o coração de Joohyuk funcionava. Ele vivia para aquele relacionamento. Para aquele corpo. Para aquele sorriso depois de gozar. Ele vivia para S/N. E duas semanas parecia uma eternidade.
Na última noite antes da viagem, ele o tomou com calma. Banho juntos, massagens, carícias. S/N estava deitado de bruços, e Joohyuk o penetrou devagar, se enterrando com cuidado, os dois gemendo como se nunca tivessem feito aquilo antes. O quarto ficou cheio de suspiros, gemidos contidos, promessas silenciosas.
— Eu vou contar os segundos até você voltar.
— Eu vou te ligar todos os dias.
— Não é a mesma coisa... eu preciso sentir você... o seu cheiro... sua pele... sua boca.
— Só duas semanas, meu amor. Só duas.
Joohyuk enterrou o rosto no pescoço de S/N enquanto o enchia com seu gozo, como se pudesse deixar parte de si dentro dele, como se pudesse marcar território, gravar no corpo do namorado o quanto era insuportável pensar em ficar longe.
Mesmo que por amor, por apoio, por compreensão.
Ele faria. Ele deixaria. Mas o mundo, para ele, ia parar no minuto em que S/N cruzasse o portão de embarque.
O aeroporto parecia mais frio do que o normal naquela noite. Joohyuk estava parado próximo à entrada do embarque internacional com as mãos nos bolsos do casaco, tentando manter a postura tranquila que havia ensaiado no espelho nas últimas horas. S/N ao seu lado falava animadamente sobre os parentes, os planos para os próximos dias, os presentes que levaria.
Joohyuk ouvia, ou fingia ouvir. Sua cabeça estava longe, já presa no vazio que se formava no exato momento em que S/N se afastaria.
— Vou te mandar mensagem assim que pousar — disse S/N, segurando sua mão. — E te ligo por vídeo amanhã de manhã, tá?
— Claro — respondeu Joohyuk, forçando um sorriso. — Vou estar esperando.
— Duas semanas passam rápido.
Joohyuk assentiu. S/N se aproximou e o abraçou apertado. Joohyuk segurou seu corpo com força, como se aquilo fosse o último momento de estabilidade do mundo.
— Vai dar tudo certo, amor. Fica bem — S/N sussurrou.
— Fica mais cinco minutos — Joohyuk murmurou, apertando o abraço, o rosto enterrado no pescoço dele. — Só cinco.
S/N riu baixinho.
— Já chamaram meu embarque.
— Eu sei.
Eles se afastaram com relutância. Joohyuk o viu caminhar em direção ao portão, olhar para trás, sorrir, e acenar. Quando sumiu da vista, Joohyuk deu um passo atrás, como se o chão tivesse vacilado. A sensação era essa: um abismo se abrindo, gelado e silencioso.
Voltou para casa dirigindo devagar. As ruas pareciam mais vazias. As luzes da cidade não tinham o mesmo brilho. Quando estacionou, permaneceu sentado por alguns minutos dentro do carro, com as mãos no volante e a cabeça encostada. Estava tentando convencer a si mesmo de que aquilo era temporário. Que ele era adulto. Que era só um período. Que tudo ia ficar bem.
Mas a verdade doía.
Quando entrou no apartamento, o silêncio o recebeu como um soco no estômago. Tirou os sapatos na entrada, pendurou o casaco, passou pela sala sem acender a luz. Tudo estava no mesmo lugar, mas ao mesmo tempo, tudo parecia diferente. S/N não estava deitado no sofá com uma manta. Não havia a voz dele vindo da cozinha. Nenhum cheirinho de chá. Nenhuma luz do abajur acesa. Nenhum corpo quentinho esperando um beijo de boa noite.
Joohyuk sentou-se na beirada da cama. O lençol ainda estava amassado do último sexo. As marcas dos joelhos de S/N, talvez, ainda estivessem lá. Passou a mão pela superfície, sentindo a ausência física e brutal de quem amava.
Olhou o travesseiro do namorado, ainda com a fronha azul clara que ele gostava. Levantou-se, foi até a cômoda e abriu a gaveta onde ficavam os pijamas de S/N. Pegou um — um de algodão cinza com estampa mínima de estrelas — e o levou até o travesseiro. Vestiu o travesseiro com a camiseta, ajeitou com cuidado, e deitou-se abraçado a ele.
Enfiou o rosto no pano, fechando os olhos, inspirando fundo.
O cheiro estava ali. A mistura exata de sabonete, shampoo e pele. Um cheiro que dizia lar, conforto, paz. Um cheiro que acalmava até a ansiedade mais cruel.
Ele não chorou. Não gemeu. Não disse uma palavra. Apenas ficou ali, com o rosto afundado no travesseiro vestido de saudade. Os braços apertando o que restava. O corpo tenso. O coração apertado. E aos poucos, vencido pelo cansaço e pelo cheiro do amor da sua vida, Joohyuk finalmente adormeceu.
Não bem. Não em paz.
Mas pelo menos, abraçado ao que mais importava.
Na manhã seguinte, Joohyuk acordou devagar, os olhos pesados, o corpo enroscado no travesseiro vestido com a camiseta de S/N. Durante a madrugada, havia apertado aquele travesseiro como se fosse o próprio namorado, os dedos afundados no tecido, o rosto enterrado na gola da camiseta já meio úmida pelo calor de sua respiração.
O quarto estava silencioso demais.
Ele ficou ali, imóvel, encarando o teto. O sol entrava em faixas tênues pela cortina semiaberta, iluminando o quarto com uma melancolia matinal que ele nunca tinha notado antes. E talvez fosse isso — o silêncio, a falta de presença, a ausência gritante — que fazia tudo parecer tão pesado.
Joohyuk não tinha pressa em levantar. Passou quase uma hora ali, imóvel, os olhos fixos no vazio, sentindo-se como um animal abandonado. A cama estava grande demais. Fria demais. E principalmente, vazia demais.
Era nessas horas que ele percebia o quanto S/N preenchia tudo.
Mesmo quando acordava cedo demais. Mesmo quando fazia barulho com as gavetas procurando uma meia ou deixava cair a tampa da cafeteira. Mesmo quando cantarolava baixinho alguma música irritante enquanto arrumava a mesa para o café. Joohyuk, por hábito, murmurava algo como “Amor, menos barulho”, mas no fundo... adorava tudo aquilo. Era presença. Era calor. Era vida.
E agora, não tinha nada disso. Apenas o som distante do trânsito, o tic-tac do relógio, e a ausência de S/N pairando por todos os cantos do apartamento.
Foi só perto das dez da manhã que o celular vibrou sobre a mesinha de cabeceira.
Joohyuk sentou na cama como se o aparelho tivesse gritado. Pegou com pressa. Na tela, a notificação que queria: Chamada de vídeo – S/N.
Atendeu com um sorriso que se espalhou pelo rosto todo antes mesmo de ver a imagem.
— Amor...
S/N apareceu na tela com o rosto ainda inchado de sono, os cabelos bagunçados e o pijama listrado azul e branco que ele usava sempre que queria dormir mais confortável. Estava sentado em uma poltrona, a luz do sol de manhã batendo no rosto, destacando o brilho suave da pele limpa.
— Bom dia — disse com a voz arrastada. — Dormiu bem?
Joohyuk o encarou em silêncio por alguns segundos, como se quisesse memorizar cada detalhe. A expressão sonolenta. A sobrancelha levemente erguida. O bocejo contido. Aquilo era tudo que ele precisava.
— Dormi... mais ou menos — ele respondeu. — Faltava você.
S/N sorriu com doçura.
— Eu também senti falta. Mas eu cheguei bem, viu? A viagem foi tranquila, o avião saiu no horário, minha mala não sumiu, minha mãe já tá me mimando e eu já comi demais pra quem acabou de chegar.
Joohyuk riu, apoiando o cotovelo no joelho, o celular na frente do rosto.
— E ainda assim você tá mais lindo do que tudo.
— Você sempre fala isso quando eu tô com essa cara de quem foi atropelado pelo próprio sono.
— Porque é verdade. Você acordado é lindo. Você dormindo é lindo. Você bocejando é lindo. Você roncando é...
— Eu não ronco!
— Raramente — Joohyuk provocou com um sorrisinho — mas quando ronca é fofo.
S/N deu um sorrisinho emburrado, coçando os olhos.
— Ei, eu liguei pra te lembrar da sua agenda. Você tem sessão de fotos às 13h. E depois reunião com a produção do novo drama às 16h, lembra?
— Você vai fazer isso mesmo de longe?
— Claro. Só porque estou em outro país não significa que vou te deixar solto, senhor Nam.
Joohyuk balançou a cabeça, sorrindo feito idiota. Era esse tipo de cuidado que o fazia se apaixonar todos os dias. S/N era feito de carinho, zelo, atenção. E mesmo com o fuso horário, mesmo recém-acordado, ainda pensava primeiro nele.
— Você não tem ideia do quanto eu amo você.
— Tenho sim. Eu também te amo.
O silêncio que seguiu foi confortável. Joohyuk apenas observava o namorado, sem pressa, sem filtro. S/N estava mexendo no cabelo, ajeitando o ângulo da câmera, os olhos já mais vivos.
— Vai dar tudo certo aí. E vai passar rápido. Só duas semanas.
Joohyuk assentiu. Mas o peito já pesava com a antecipação da despedida.
— Me liga mais tarde?
— Sempre.
— E manda foto. Qualquer uma. Até da comida.
— Combinado.
Sorriram um para o outro. E então S/N levou os dedos aos lábios, mandou um beijinho e disse com a voz ainda suave:
— Vai trabalhar, amor. Te amo.
— Também te amo. Muito.
A chamada caiu. E o silêncio voltou.
Sem aquele rostinho na tela. Sem aquela voz doce no ouvido. Apenas o quarto frio. A luz do sol pela metade. E o coração pesado.
Joohyuk ficou com o celular nas mãos por alguns minutos. O polegar passando devagar pela tela preta. Como se pudesse puxar de volta aquela presença.
Mas era só o vazio.
Silêncio.
De novo.
Os cinco dias que se seguiram foram um borrão. Joohyuk se jogou de cabeça no trabalho com uma intensidade quase doentia. Dormia pouco, comia mal, gravava o que precisasse, lia roteiros no carro, repassava falas nos corredores, dizia "bom dia" a todo mundo sem olhar nos olhos. Era como se tivesse entrado no modo automático.
Exceto por uma coisa.
Ou melhor, por uma pessoa.
S/N.
As ligações e chamadas de vídeo eram o único momento do dia em que Joohyuk realmente parava. Não importava onde estivesse. No camarim, no carro, no intervalo entre cenas — se o celular tocava e o nome de S/N aparecia na tela, ele atendia no mesmo segundo.
— Oi, amor — dizia a voz dele, sempre doce, sempre tão familiar.
Joohyuk sorria, e o mundo fazia sentido de novo.
Às vezes, conversavam por horas. S/N mostrava a vista da varanda, os jardins da casa dos pais, o quintal com o cachorro velho que ele sempre mencionava. Falava da comida, da tia que gritava demais, dos primos bagunceiros. E sempre terminava com:
— Mas estou morrendo de saudade de você.
Outras vezes, era só uma chamada rápida.
— Só liguei pra te ver um pouquinho.
E bastava. Um pouquinho de S/N era suficiente para Joohyuk respirar melhor.
Mas então, surgiu o novo problema.
O tesão.
Joohyuk sentia saudade do cheiro, da pele, da voz, dos beijos... mas agora o corpo também começava a doer. Não um cansaço físico, mas um incômodo interno, urgente. Um calor crescente. Um vazio entre as pernas que não passava.
Ele acordava no meio da madrugada com o pau duro, latejando. Sonhava com S/N montando nele, a bunda redonda rebolando em sua direção, os gemidos abafados, a carinha molhada de suor. E acordava arfando, as mãos suando, os lençóis enrolados nas pernas.
Tentou se masturbar no segundo dia.
Sentou-se na cama, ligou o abajur com pouca luz, fechou os olhos e tentou lembrar do último boquete — S/N ajoelhado, os olhos molhados, a boca inchada. Se concentrou em cada detalhe: a temperatura da língua, o jeito que ele gemia com o pau entalado na garganta.
Mas ao tocar em si, a ereção murchou. O corpo não respondeu.
Era como se o próprio corpo dissesse: Isso aqui não é real. Cadê ele?
Joohyuk riu nervoso, frustrado, e chutou os lençóis.
— Que merda...
Tentou de novo no dia seguinte, depois de uma chamada especialmente quente, em que S/N apareceu com a camiseta fina do pijama e disse, baixinho, com um sorrisinho:
— Sonhei com você hoje. Você me segurava pelos pulsos e dizia que ia me deixar de cama...
Joohyuk quase gozou só de ouvir aquilo. Mas na hora de tocar o próprio pau, nada.
Era como se o tesão existisse, mas a fonte estivesse trancada a sete chaves — e a chave tivesse ido visitar os pais por duas semanas.
Foi ficando pior.
O pau dele parecia ter um sistema exclusivo: prazo de validade — S/N. Qualquer estímulo que não fosse a voz, o toque, o corpo real do namorado, não funcionava. Ele já não sabia se era carência emocional, sexual ou espiritual. Talvez as três.
No quarto dia, teve que gravar uma cena de beijo com uma atriz. Estava tudo bem, tudo profissional, até ela encostar os lábios nos dele e a imagem de S/N completamente nu, de quatro na cama deles, implorando por mais, atravessar a mente como um raio.
Cortaram a cena. Joohyuk teve que pedir desculpas. Estava ofegante, tenso, o pau começando a enrijecer de forma inconveniente. Trancou-se no banheiro e jogou água fria no rosto, no pescoço, até se acalmar.
— Eu vou enlouquecer...
Naquela noite, ele ligou para S/N antes mesmo de chegar em casa. O celular foi atendido no segundo toque, e o rosto dele apareceu, iluminado pela luz quente do quarto onde dormia.
— Joohyuk?
— Amor, desculpa. Eu só queria te ver.
S/N sorriu, com os olhos cansados.
— Eu tava quase dormindo.
— Não precisava dizer nada. Só... fica me olhando. Só isso.
S/N obedeceu. Se ajeitou melhor no travesseiro, puxou a manta até o queixo e ficou encarando a câmera. Os olhos piscando lentamente. A respiração leve.
Joohyuk sentou no sofá da sala escura, com a imagem dele no celular como única fonte de luz.
— Você é tão bonito — ele sussurrou.
— Você está com essa cara de carente de novo — disse S/N, rindo baixinho.
— Eu estou carente. Eu sou carente. Sem você... nada funciona. Nem o meu corpo.
S/N mordeu o lábio inferior, com um olhar misto de ternura e malícia.
— Não está conseguindo se tocar?
Joohyuk fechou os olhos e soltou o ar com força.
— Nem por um segundo. Meu corpo só responde a você. Parece ridículo, mas é verdade.
— Não é ridículo. É fofo. E... um pouquinho sexy.
— Um pouquinho?
— Tá. Muito sexy.
Joohyuk queria atravessar a tela. Queria puxá-lo para cima de si. Queria beijar aquela boca com gosto de saudade, abrir as pernas dele e sentir o calor do seu corpo. Queria ouvir os gemidos em tempo real, não só da memória.
Mas tudo o que tinha era a tela do celular.
— Eu amo você — disse ele, a voz baixa, embargada.
— Eu também amo você. Logo eu volto, meu amor.
— Está longe demais.
— Mas logo ali. Feche os olhos e imagine que eu estou deitado com você.
— Já imaginei isso por noites inteiras. O problema é que meu corpo não se engana tão fácil.
S/N sorriu com doçura.
— Então pense em mim... pense no quanto eu também estou com saudade do seu toque. No quanto eu queria estar deitado aí com você... com suas mãos nas minhas coxas... com sua respiração no meu pescoço...
Joohyuk passou a mão pelos cabelos, tenso.
— Não faz isso. Não provoca. Eu estou me segurando com tudo.
S/N riu, aquela risada baixinha, aconchegante.
— Você aguenta, amor.
— Eu não sei.
A chamada durou mais alguns minutos. Trocaram juras de amor, sorrisos apaixonados, e um último "te amo" antes de S/N desligar.
E o silêncio voltou.
E o vazio, também.
Joohyuk ficou ali, no sofá, sozinho, o celular ainda quente na mão.
Com o coração cheio. Com o corpo em chamas.
E com o pau duro, pulsando, sem esperança.
O relógio do quarto marcava 23h52 quando o celular de Joohyuk vibrou sobre a mesa de cabeceira. Ele já estava deitado, de cueca, virado de lado na cama, abraçado — mais uma vez — ao travesseiro vestido com a camiseta de S/N, os olhos semicerrados pela exaustão e pelo desejo acumulado que não dava trégua.
Quando viu o nome de S/N na tela, seus dedos tremeram. Chamada de vídeo.
Atendeu no mesmo instante, sentando-se na cama com o coração disparado.
— Amor...? — disse, a voz rouca.
A imagem carregou. E então, lá estava ele. S/N, completamente nu.
Sentado na cama do quarto de infância, as costas contra a cabeceira de madeira branca, as bochechas ruborizadas, os olhos semicerrados de culpa e tesão. A câmera tremia um pouco nas mãos dele, mas a imagem era clara: o corpo magro, a pele lisa, o pau pequeno e ereto em uma das mãos, os dedos da outra já lambidos, prontos para descer entre as coxas.
— Joohyuk... eu sei que é errado... estou na casa dos meus pais, mas... não aguento mais.
Joohyuk ficou em silêncio por um segundo. Engoliu seco, a respiração travada. Seus olhos percorreram o corpo do namorado na tela, o ventre já contraído, o mamilo duro, o brilho do suor na clavícula.
— Porra, amor... — ele murmurou, levando a mão até o pau duro por dentro da cueca —... você quer me matar.
S/N mordeu o lábio inferior, os olhos baixos, a voz um pouco trêmula.
— Estou com tanta saudade de você dentro de mim... do seu gosto... do seu cheiro. Hoje... hoje eu quase gozei só de lembrar da sua língua.
Joohyuk puxou a cueca para baixo com violência. O pau pulou, duro, latejante, já melado na ponta. Ele posicionou o celular contra o travesseiro e o apoiou de modo que S/N o visse bem.
— Se toca pra mim — pediu com a voz baixa, intensa, enquanto envolvia o próprio pau com a mão — Quero ver você se abrir todo, amor. Mostra pra mim o quanto está carente.
S/N gemeu baixinho, timidamente, e deslizou os dedos até a entrada. Joohyuk ficou sem fôlego quando viu os dedinhos sumindo devagar dentro dele, a expressão de prazer e tensão no rosto do namorado.
— Está tão apertado, amor... — sussurrou ele, gemendo —... queria tanto seu pau aqui.
Joohyuk começou a se masturbar devagar, com movimentos longos, intensos. Os olhos presos naquela imagem divina: S/N todo exposto, rebolando nos próprios dedos, enquanto com a outra mão acariciava o pauzinho duro com gemidos contidos.
— Você é a coisa mais deliciosa que eu já vi — disse Joohyuk, a voz já falhando de desejo. — Olha pra você... se fodendo na cama onde você cresceu... pensando em mim.
S/N mordeu o lábio, os dedos indo mais fundo. Seus olhos estavam cheios de lágrimas de prazer.
— Eu queria que fosse você... queria que você me jogasse contra a parede e me fodesse como naquela noite no estúdio... lembra?
— Claro que lembro. Você chorava de tão fundo que eu entrava. E mesmo assim... me implorava pra não parar.
S/N gemeu alto, a voz rouca:
— Eu estou chorando agora... meu corpo está pedindo o seu... eu preciso de você, amor...
Joohyuk acelerou a masturbação. Os gemidos de S/N pareciam ecoar no quarto, e a imagem dele se contorcendo na tela era demais para sua mente já em frangalhos.
— Você sabe o que eu faria se estivesse aí agora? — Joohyuk rosnou entre os dentes — Eu te colocaria de quatro nessa cama, colocaria minha mão na sua boca pra te calar, e meteria até você gozar sem nem tocar no pau. Você aguenta?
S/N balançou a cabeça, os dedos entrando e saindo com mais rapidez.
— Eu aguento... eu quero isso... eu quero você... por favor...
— Então goza pra mim. Goza mostrando que esse corpinho é meu. Esse cuzinho é meu. Esse pauzinho é meu. Você é todinho meu, não é?
— Eu sou seu... — S/N gemeu, o corpo arqueando —... só seu...
O orgasmo veio como uma explosão.
S/N gemeu alto, desesperado, o corpo tremendo inteiro quando o gozo saiu em jatos quentes sobre sua barriga. Joohyuk gozou junto, gemendo o nome dele, a mão apertando o pau com força, espalhando o esperma pelo ventre, o peito arfando, os olhos marejados.
Silêncio.
Ambos ficaram ali, respirando pesadamente, as imagens tremendo por causa das mãos trêmulas.
— Eu... — começou S/N, com a voz suave —... estava precisando disso tanto quanto você.
Joohyuk passou a mão pelo rosto, sorrindo, ainda ofegante.
— Eu vou te foder tanto quando você voltar... você não tem ideia.
S/N riu, baixinho, os olhos brilhando.
— Eu espero por isso... meu amor.
E desligaram, cada um mergulhado no próprio alívio.
Pela primeira vez em dias, Joohyuk dormiu com o corpo leve.
Mas com ainda mais fome.
O nono dia chegou com um céu cinzento e uma chuva fina batendo contra as janelas do apartamento. Joohyuk nem notou. Estava sentado no sofá da sala, os cotovelos apoiados nos joelhos, o rosto enterrado nas mãos. O celular em silêncio sobre a mesinha, sem nenhuma notificação nova.
S/N não havia conseguido ligar naquela manhã.
Nem à tarde.
Nem à noite.
E por mais que ele soubesse que era por causa da correria, da diferença de horário, da rotina familiar... a ausência do contato o destruía por dentro.
Na agência, Joohyuk parecia um zumbi. Os olhos fundos, o humor instável, o corpo presente, mas a mente longe — perdida em algum lugar entre a última ligação com S/N e a próxima que talvez nem acontecesse. Errava falas, esquecia compromissos, até sua equipe mais próxima começou a andar em volta dele com mais cuidado. Ninguém ousava perguntar o que havia.
Na madrugada do décimo dia, Joohyuk levantou da cama sem sono. Andou descalço pela sala escura, abriu a geladeira e a fechou sem pegar nada. Caminhou até o banheiro, lavou o rosto. Sentou no chão do corredor. Levantou. Deitou no sofá. Sentou de novo.
A casa estava cheia do cheiro de S/N. E cheia do vazio que ele deixou.
Em um momento de colapso, encostado na porta do quarto, Joohyuk sentiu o peito apertar de um jeito diferente. Uma dor física. Uma saudade sufocante. E antes que percebesse, os olhos estavam marejados. Uma lágrima escorreu pela bochecha. Depois outra. E quando se deu conta, estava chorando em silêncio, com o punho pressionado contra a boca, tentando conter os soluços.
— Eu só quero ele de volta...
Parecia ridículo. Mas não conseguia evitar. A falta de S/N o deixava fraco. Desamparado. Como se tivesse perdido a própria âncora no mundo.
No décimo primeiro dia, a situação não melhorou. Mais um dia sem contato. Algumas mensagens trocadas pela manhã, mas nenhuma ligação, nenhuma chamada de vídeo. Joohyuk lia e relia os textos curtos com uma avidez infantil.
"Amanhã te ligo com calma, tá? Te amo muito."
"Hoje foi uma loucura, mas estou morrendo de saudade."
"Pensei em você o dia todo, amor."
Ele respondia com coração, com promessas de amor, com frases que nem sabia mais como escrever sem repetir o mesmo sentimento: Volta logo.
Quando o décimo segundo dia amanheceu, Joohyuk estava em frangalhos.
Mas à noite, finalmente, o celular vibrou.
Chamada de vídeo — S/N.
Ele atendeu com tanta rapidez que derrubou o celular no chão antes. Pegou de volta com pressa, e quando a imagem se formou, quase chorou de novo.
S/N estava deitado na cama, com o rosto colado ao travesseiro, o cabelo bagunçado, os olhos visivelmente cansados, mas sorrindo. Um sorrisinho gentil, como se pedisse desculpas sem dizer nada.
— Oi, meu amor...
Joohyuk não respondeu de imediato. Apenas olhou.
Olhou como se estivesse vendo algo sagrado.
Como se estivesse renascendo.
— Eu estava... — sua voz falhou —... eu estava tão mal.
S/N mordeu o lábio, os olhos úmidos.
— Eu também, Joohyuk... me perdoa por esses dias. Não consegui fazer nada sem pensar em você. Cada quarto que entrei, cada rua... tudo me lembrava de você. Mas foi uma correria, e... e eu te amo tanto.
Joohyuk não conseguia responder. Apenas deixou a cabeça cair contra o travesseiro. Estava exausto. Emocionalmente exaurido. Mas com o coração finalmente aquecido.
— Dorme comigo hoje — ele pediu, baixinho.
— Claro que sim — S/N respondeu, ajeitando o celular. — Deixa ele aí no travesseiro, quero ouvir você respirar.
Joohyuk fez exatamente isso. Deitou de lado, a tela voltada para o travesseiro. E ficou em silêncio. Ouvindo o som da respiração do namorado do outro lado da linha. Suave. Constante. Reconfortante.
Foi a melhor noite de sono que teve desde que ele partira.
Quando acordou na manhã seguinte, a chamada ainda estava ativa. A tela escura, mas o timer indicava que estavam conectados há mais de seis horas.
Dois dias.
Dois malditos dias.
Dois dias para S/N voltar.
Dois dias para seu mundo voltar ao eixo.
E naquela manhã, enquanto tomava café sozinho e olhava para a cadeira vazia em frente à sua, Joohyuk murmurou para si mesmo:
— Nunca mais deixo você viajar sozinho.
Talvez ele começasse a ajustar a agenda de compromissos.
Talvez fizesse de tudo pra ir junto da próxima vez.
Ou talvez simplesmente não deixasse.
Porque ficar sem S/N...
Era ficar sem ele mesmo.
O décimo terceiro dia amanheceu arrastado, pesado, como se o tempo decidisse fazer pirraça e desacelerar os segundos só para provocar Joohyuk. Faltavam menos de vinte e quatro horas para S/N voltar, e mesmo assim, a ansiedade parecia mais aguda, mais insuportável. Era como correr os últimos metros de uma maratona com as pernas em chamas e o coração quase explodindo no peito.
— Vamos sair hoje — dissera um dos amigos, em uma tentativa nobre de distraí-lo —, beber um pouco, mudar de ares. Você está branco feito papel.
Joohyuk hesitou, mas acabou cedendo. Não por vontade real, mas porque ficar mais uma noite naquele apartamento impregnado do cheiro de S/N sem fazer nada poderia quebrá-lo de vez.
E foi assim que, já de noite, ele se encontrou sentado em um bar moderno e ruidoso, rodeado por dois amigos e muitos rostos desconhecidos. Luzes fracas, música ambiente, risadas, o tilintar de copos. Mas nada ali parecia real. Nada era suficientemente vivo sem o brilho do olhar de S/N.
Ele tentava acompanhar a conversa, ria sem ouvir, olhava o celular a cada dois minutos mesmo sabendo que não havia novas mensagens. Contava os minutos. Os malditos minutos.
Foi no meio desse vazio fingido que ela apareceu.
Uma mulher bonita, bem vestida, de sorriso fácil e voz treinada.
Ela se aproximou com naturalidade, puxando assunto sobre qualquer coisa fútil. Joohyuk respondeu por educação, seco, com sorrisos curtos que mais pareciam uma placa de "ocupado".
Mas ela não entendeu o recado. Ou decidiu ignorar.
O toque no braço, o elogio à camisa, o comentário sobre como ele parecia mais interessante que os outros caras daquele lugar.
Foi ali que o humor de Joohyuk despencou.
— Desculpa — disse, firme, encarando a mulher com os olhos duros —, mas você está perdendo seu tempo.
Ela sorriu, confusa.
— Só estou sendo simpática...
— Simpatia não é colocar a mão no meu braço nem se insinuar. Eu tenho alguém. O amor da minha vida. E... — ele se interrompeu, os olhos faiscando com raiva e frustração —... só de você achar que eu seria capaz de trair ele... me dá nojo.
A mulher arregalou os olhos, ofendida. Os amigos tentaram suavizar a tensão, mas Joohyuk já estava de pé.
— Eu vou embora.
Saiu do bar com passos duros, os punhos fechados, o coração disparado. Aquela situação mexera com ele mais do que imaginava.
Trair S/N?
Ele mal conseguia existir sem ele.
Ficara quatorze dias quebrado, vazio, sem chão.
E alguém achava que ele seria capaz de arriscar perder o único ser no mundo que fazia seu coração bater daquele jeito?
Se eu perdesse S/N, eu morreria.
Ele tinha certeza. Não era uma metáfora.
De volta ao apartamento, tudo parecia ainda mais silencioso — como se o universo dissesse: "faltam horas agora".
Joohyuk entrou direto no quarto, ligou o abajur de luz morna, e se ajoelhou ao lado da cama. Pegou o travesseiro que usava todas as noites, ainda com a camiseta velha de pijama que S/N usava. O cheiro estava mais fraco agora, mas ainda presente. Ainda suficiente para aquecê-lo.
Deitou-se com aquele travesseiro como se fosse o próprio namorado. Passou a mão pela gola do tecido, suspirou fundo e fechou os olhos.
— Falta tão pouco agora... — sussurrou, e adormeceu abraçado ao travesseiro como quem se agarra à última centelha de sanidade.
Quando os primeiros raios de sol atravessaram a janela, Joohyuk acordou com um pulo.
O coração já batia acelerado.
Hoje era o dia.
O décimo quarto dia.
O dia em que o mundo voltaria a ser completo.
Sentou-se na cama com um sorriso idiota se formando no rosto. Um sorriso bobo, apaixonado, leve como o ar de primavera. A ansiedade tinha mudado de forma. Agora era antecipação, alegria, uma corrente elétrica suave sob a pele.
Tomou banho cantarolando. Escolheu a roupa com cuidado. Passou perfume. Tomou café sorrindo para o nada.
Faltavam poucas horas.
Poucas malditas horas para ter S/N em seus braços de novo.
Para sentir o cheiro real de sua pele.
Para beijar aquela boca com gosto de lar.
Para dizer eu te amo no ouvido dele com a certeza de que o teria ali, quente, entregue, vivo.
Joohyuk estava radiante.
Era hoje.
Era finalmente hoje.
O saguão do aeroporto fervilhava de gente e de vozes sobrepostas, malas arrastadas, anúncios nos alto-falantes, despedidas e reencontros. Mas para Joohyuk, tudo parecia uma massa borrada de cores e sons indistintos. Seus olhos estavam fixos na porta de desembarque internacional, e seu coração batia como se fosse atravessar o peito a qualquer segundo.
As mãos suavam, os joelhos estavam inquietos, e ele olhava o relógio a cada trinta segundos. Já tinha olhado as telas com os voos quatro vezes. O avião tinha pousado. Estava chegando. Está chegando.
Ele se pôs de pé na ponta dos pés, tentando enxergar melhor. E foi então que viu.
S/N apareceu entre a multidão, arrastando uma mala preta, o corpo leve sob a camiseta branca e jeans claros, o cabelo meio bagunçado, os olhos cintilando com aquele sorrisinho de quem reencontra o mundo.
Aquele era o seu mundo.
— S/N! — Joohyuk gritou, a voz falhando de pura emoção.
Ele não pensou.
Não hesitou.
Simplesmente correu.
As pessoas abriram espaço instintivamente ao ver o homem alto e bonito, completamente descontrolado de alegria, disparando em direção ao garoto sorridente que agora deixava a mala cair no chão ao ver quem vinha.
— Amor...! — S/N mal teve tempo de dizer qualquer coisa antes de ser engolido pelo abraço mais apertado que já tinha recebido na vida.
Joohyuk o levantou do chão com facilidade, os braços ao redor da cintura, girando com ele no ar. S/N ria alto, os braços envoltos no pescoço dele, sentindo o cheiro, o calor, a saudade de tantos dias evaporando naquele instante.
— Você voltou, você voltou... caralho, você voltou — Joohyuk murmurava contra o pescoço dele, beijando a pele com devoção. — Meu amor, minha vida... eu esperei tanto, tanto...
Ele o colocou de volta no chão, mas não soltou. O rosto de Joohyuk estava completamente derretido num sorriso emocionado. Ele começou a distribuir beijos por todo o rosto de S/N — nas bochechas, na testa, no nariz, no queixo.
— Amor... para, estão olhando! — S/N sussurrou entre risos, envergonhado, embora com os olhos cheios de lágrimas e felicidade.
Mas Joohyuk não ligava.
— Que olhem. Que invejem. Você voltou pra mim. E agora nada mais importa.
Então ele segurou o rosto de S/N entre as mãos e finalmente o beijou na boca. Foi um beijo carregado. De saudade, de amor, de promessa. Um beijo de quem sobreviveu à ausência e finalmente podia respirar.
— Eu te amo — ele sussurrou contra os lábios dele — Eu te amo, porra, tanto... nunca mais me deixa por duas semanas. Eu quase morri.
S/N soltou uma risadinha trêmula, emocionado, os dedos deslizando pela nuca dele.
— Eu também te amo... e agora estou aqui.
Ao redor, havia gente parada observando. Alguns sorriam com ternura, outros reviravam os olhos, como quem não suportava ver o amor escancarado assim. Mas Joohyuk não via ninguém. Só via S/N. O rosto dele. A pele quente. Os olhos brilhando de volta nos seus.
A mala ficou caída no chão. O mundo, em câmera lenta.
Nada importava.
Nada mesmo.
S/N estava de volta.
E agora sim, a vida de Joohyuk fazia sentido.
O carro deslizava pela avenida principal rumo ao apartamento, a cidade passando pelos vidros como um borrão irrelevante. Joohyuk estava ao volante, uma das mãos firmemente pousada na coxa de S/N — como se não quisesse soltá-lo por mais nenhum segundo, como se precisasse daquilo para continuar respirando.
S/N falava animadamente, os olhos brilhando, as mãos gesticulando no ar enquanto contava as histórias da viagem.
— E aí minha mãe insistiu pra eu comer mais, você sabe como ela é, e meu tio apareceu do nada, bêbado às dez da manhã, acredita? — ele riu alto, todo empolgado — Eu quase morri de vergonha! Ah, e você precisa ver como arrumaram o jardim da casa, ficou lindo, colocaram até umas luzes...
Joohyuk tentava sorrir, tentava reagir, mas a verdade era que... ele mal estava ouvindo.
Não era desinteresse. De forma alguma.
Era S/N.
Falando daquele jeito todo fofo, animado, expressivo, com a voz suave que ele tanto amava. Mas a cada palavra, a cada risada, a cada movimento... o pau de Joohyuk pulsava mais forte dentro da calça.
O olhar dele deslizava para o perfil delicado do namorado, para a boca que se mexia em frases encantadoras, para o pescoço à mostra, para o jeitinho como o cinto marcava a cintura.
Meu Deus... ele voltou. Ele tá aqui.
Joohyuk apertou a coxa de S/N com mais força, os dedos afundando um pouco mais no jeans. S/N olhou rápido para ele, sorrindo.
— Amor? Está tudo bem? Você tá meio quieto.
— Estou bem — ele respondeu, a voz grave, baixa. — Estou só... absorvendo você.
S/N corou um pouco, mas riu e voltou a falar. Agora contava algo sobre o primo pequeno que destruiu uma caixa de brinquedos, e Joohyuk apenas assentia de vez em quando, o maxilar apertado, o suor subindo pela nuca.
Preciso chegar em casa. Preciso dele agora.
O cheiro de S/N preenchia o carro, mesmo com a janela ligeiramente aberta. Aquele perfume suave misturado ao próprio aroma da pele dele. A lembrança das últimas noites se contorcendo na cama, com o travesseiro vestido de saudade, agora colidia com a visão real do namorado ali, sorrindo, falando, respirando do lado dele.
A fome era insuportável.
Joohyuk queria sentir S/N tremendo sob ele, gemendo com os olhos revirados, implorando por mais. Queria abrir aquelas pernas lindas, empurrar fundo dentro dele e não parar até ouvir o choramingo mais doce do mundo: o de S/N gozando enquanto perdia as forças.
Dois passos dentro de casa. É só isso que falta.
Ele já imaginava: a porta fechando, a mala esquecida no corredor, a boca grudada na dele, o corpo de S/N prensado contra a parede da entrada, as mãos abaixando a calça, os dedos puxando a cueca, aquele cuzinho quente e apertado só esperando por ele.
— Joohyuk?
A voz de S/N o puxou de volta. Ele piscou, respirou fundo.
— Sim?
— Você quase passou o prédio — disse rindo, apontando para a entrada.
Joohyuk praguejou baixinho e virou rápido. Estacionou no subsolo quase arrancando o volante. Desceu com a pressa de quem fugia da própria sanidade, rodeou o carro e abriu a porta para S/N com urgência demais para disfarçar.
S/N olhou para ele, meio surpreso, meio encantado.
— Nossa, que cavalheirismo...
Joohyuk o puxou pela mão com firmeza, colando os corpos por um segundo. Seus olhos estavam intensos, o olhar escuro de desejo fervente.
— Você não faz ideia do que vai acontecer com você agora.
— Joohyuk...
— Calado. Só anda.
S/N sentiu o arrepio na espinha. A mala ficou ali mesmo.
Joohyuk o guiou até o elevador com passos rápidos. E o silêncio entre eles não era desconfortável. Era tenso. Denso. Erótico.
S/N mordia o lábio inferior, o rosto esquentando. O olhar faminto de Joohyuk o despia sem pressa nenhuma.
A porta do elevador se fechou.
E a respiração de Joohyuk já pesava.
— Você tem noção do que é passar quatorze dias... querendo o seu gosto?
— Amor...
— Eu vou te foder em todas as paredes dessa casa. E quando você achar que acabou, eu vou te virar de novo. Hoje você vai entender o que é saudade de verdade.
S/N riu baixinho, o rosto todo corado, já sentindo o próprio pau se animar dentro da calça.
— Então não perde tempo, amor.
A porta se abriu no andar deles.
E a fome não seria contida por mais um minuto.
A porta do apartamento mal havia se fechado atrás deles e logo a sala já se tornava cenário de uma tempestade de desejo acumulado. As bocas se encontraram com urgência, os corpos se chocando, os gemidos abafados pela intensidade do beijo. Joohyuk puxou S/N no colo, erguendo-o com facilidade, os braços fortes sustentando aquele corpo leve que tanto sonhou por quatorze noites seguidas.
Enquanto caminhava às cegas até o sofá, o pau de Joohyuk pressionava com força contra o de S/N, ambos duros, latejantes, separados apenas por camadas inúteis de roupa. A fricção era enlouquecedora. S/N gemeu contra os lábios dele, se esfregando, rebolando já em pequenos movimentos, enquanto os dois arfavam e se agarravam com desespero.
Joohyuk se sentou no sofá com S/N ainda montado no colo, as mãos deslizando para a cintura do namorado e subindo sob a camiseta com pressa. Puxou a peça de uma vez, revelando o peito nu, as costelas marcadas, a barriguinha lisa, os mamilos já endurecidos. A visão que alimentava seus sonhos e punhetas frustradas agora estava ali, real, quente, ofegante sobre ele.
— Você é perfeito — rosnou Joohyuk, apertando a cintura como se quisesse marcar os dedos ali —, tudo em você é meu.
S/N sorriu, manhoso, e enlaçou os braços no pescoço do namorado, rebolando com mais firmeza agora, sentindo o volume cruel por baixo do jeans grosso.
— Eu sou todo seu, amor... e senti tanto a sua falta... do seu toque... do seu gosto...
Joohyuk se inclinou, levando a boca direto a um dos mamilos, chupando com força e língua, sugando como se quisesse extrair daquilo toda a saudade acumulada. S/N arqueou as costas, gemeu alto, rebolando mais rápido, os quadris pressionando contra o pau duro do namorado que pulsava desesperado dentro da calça.
— Você vai me matar... — Joohyuk arfou, as mãos apertando com mais força —... meu pau está doendo tanto. Por favor... me chupa. Eu imploro.
S/N ergueu o olhar, aquele sorriso safado, malicioso nos lábios já vermelhos de tanto beijo. Desceu lentamente do colo dele, com os dedos percorrendo o peito do namorado, o abdômen trincado, até se ajoelhar entre as pernas abertas de Joohyuk.
A visão era insuportavelmente erótica. S/N, nu da cintura pra cima, com o cabelo bagunçado, os lábios entreabertos e os olhos vidrados no volume latejante por baixo do jeans. Um verdadeiro quadro de luxúria.
— Olha como ele está duro... — sussurrou S/N, as mãos abrindo o cinto com pressa, os dedos trêmulos —... será que ele sentiu tanta falta de mim quanto eu dele?
Joohyuk mordeu o lábio com força, os músculos tensos, o corpo trêmulo. Aquela imagem já era suficiente para fazê-lo gozar. Mas ele queria resistir. Ele queria saborear cada segundo.
S/N finalmente desabotoou a calça, puxando o zíper com um gemidinho ansioso. Enfiou a mão por dentro da cueca e tirou o pau dele para fora, e os olhos brilharam de desejo ao rever o membro grosso, firme, pulsante, com a glande já melada.
— Meu Deus... — sussurrou, segurando o pau com ambas as mãos, como se fosse algo sagrado —... eu sonhei com ele todas as noites. Senti tanta falta do gosto, da pressão na minha garganta...
— Então mata essa saudade — Joohyuk disse com a voz rouca, os olhos baixos e famintos — Anda, amorzinho... mostra pra mim o que essa boquinha sabe fazer.
S/N não respondeu. Apenas sorriu, e lambeu devagar a base do pau, subindo com a língua até a cabeça, deixando um rastro quente e úmido. Joohyuk jogou a cabeça pra trás com um gemido profundo, os dedos enfiando-se no cabelo do namorado, já tremendo.
Então S/N o engoliu de uma vez.
Com a fome de quem esteve em abstinência.
Com a devoção de quem adora.
A boca era quente, apertada, perfeita. O som dos gemidos molhados preenchia a sala. Joohyuk arfava, xingava baixo, os quadris tremendo, a mão guiando o ritmo enquanto S/N se entregava por completo, os olhos cheios de lágrimas, o queixo lambuzado.
S/N chupava o pau de Joohyuk como se aquele fosse seu propósito de vida. Havia uma luxúria quase indecente na forma como ele se movia, os lábios rosados escorregando com perfeição pela extensão do membro duro, a língua circulando a glande com precisão e fome, enquanto as mãos macias e ágeis masturbavam o restante do pau com uma coordenação impecável.
Era como se estivesse saboreando o doce mais precioso do mundo. Como se o pau de Joohyuk fosse o seu pirulito favorito — e ele estivesse determinado a aproveitá-lo até a última gota.
Joohyuk não conseguia parar de gemer.
— Caralho, amorzinho...
S/N apenas sorriu com os olhos, intensos, provocantes, e afundou ainda mais, até o som molhado da garganta engolindo o pau tomar conta da sala. Joohyuk gemeu alto, arqueando o corpo, as mãos indo instintivamente para o cabelo do namorado.
— Porra... isso, amor, isso... — grunhiu, apertando os punhos nos fios e empurrando, mantendo S/N com a garganta cheia por alguns segundos, a cabeça dele imóvel contra o ventre, enquanto sentia a pressão perfeita e o calor devastador.
A boquinha de S/N era um inferno e um paraíso ao mesmo tempo.
Ele fazia pequenos sons abafados, babava o pau todo, deixava a pele escorregadia, molhada, deliciosa. Quando se afastava um pouco, era só para lamber com adoração, beijar a glande, sussurrar algo safado como:
— Ele ainda tem o mesmo gosto... meu favorito...
Joohyuk estava alucinado. A cabeça girava, o corpo tremia. O prazer estava tão intenso que os dedos dos pés se contraíam. E quando sentiu aquela pressão subir, o orgasmo queimando a espinha como uma labareda incontrolável, ele puxou S/N com força pelos cabelos.
— Para. Agora.
Com um estalo molhado, S/N se afastou, ofegante, a saliva escorrendo da boca para o queixo, um fio grosso ainda ligando a ponta do pau à boquinha entreaberta e brilhante. Os olhos vidrados, o rosto corado, a expressão do mais puro tesão.
— Joohyuk...? — sussurrou, entre confuso e excitado.
— Eu não vou gozar na sua boca — ele disse, se levantando com fúria controlada. — Eu vou gozar dentro de você. Dentro desse cuzinho apertado que é só meu.
S/N mordeu o lábio inferior, já trêmulo de expectativa.
Joohyuk despiu-se completamente, tirando o restante das roupas com pressa, como um predador se libertando das amarras. A ereção estava ainda mais inchada, vermelha, pulsante.
Ele se abaixou, pegou S/N no colo como se não pesasse nada, e o levou para o quarto sem dizer mais uma palavra.
O corpo inteiro dele gritava por aquilo.
Entraram no quarto, e Joohyuk jogou o namorado na cama como um presente que finalmente era aberto. Subiu sobre ele, beijando com voracidade, enquanto as mãos já desciam para puxar o restante das roupas de S/N — cueca, calça, tudo para fora, até que aquele corpinho perfeito estivesse nu e entregue sob ele.
— Eu vou te foder em todas as posições possíveis até o amanhecer — rosnou, os olhos escurecidos pelo desejo. — Você vai gozar tantas vezes que vai implorar pra eu parar.
— Eu nunca vou implorar pra parar... — sussurrou S/N, as pernas já se abrindo.
Joohyuk sorriu, voraz, e desceu a boca para o pescoço dele, para os mamilos, para cada pedacinho que sentia falta de beijar, morder, lamber. Aquela noite não teria descanso.
Só gemidos.
E amor.
E prazer selvagem.
O quarto estava mergulhado em uma penumbra suave, o lençol bagunçado sob os corpos nus, a respiração pesada preenchendo o ar quente de desejo. Joohyuk estava ajoelhado entre as pernas de S/N, as mãos acariciando com devoção aquelas coxas macias, os olhos fixos na visão mais bonita que já conhecera: seu amorzinho todo nu, deitado de pernas abertas, o pau duro apontando para o abdômen, os mamilos rosados ainda sensíveis das lambidas anteriores, e a entrada apertada... contraindo-se de forma provocante como se pedisse.
Meu prato principal..., pensou, sentindo o pau pulsar.
Mas fazia tempo desde a última vez que a fodia daquele jeito. Tempo suficiente para saber que não poderia se apressar. S/N era sensível — adorável e manhoso, e ele odiava sentir dor quando Joohyuk era bruto demais no começo. Por mais que gostasse do peso, do volume, da brutalidade que às vezes acontecia, o início precisava ser suave, cuidadoso, com amor.
Joohyuk inclinou-se, passando o polegar com carinho pela bochecha do namorado.
— Chupa meus dedos pra mim, amor?
S/N abriu um sorriso pequeno, os olhos semicerrados de tesão e afeto. Sem dizer uma palavra, segurou o pulso dele com as duas mãos e levou os dedos à boca. Um por um, ele chupou com a língua dançando entre os sulcos, umedecendo devagar, com um cuidado provocante. Envolvia os dedos até a base, a boca quente e molhada fazendo Joohyuk arrepiar.
— Isso... isso mesmo, meu amor... — ele sussurrou, os olhos vidrados naquela boquinha perfeita fazendo seu trabalho com tanto capricho.
Quando estavam bem lubrificados, Joohyuk tirou devagar os dedos da boca dele, a saliva escorrendo num fio lento até o queixo de S/N, e então guiou com precisão até a entrada dele.
Aquela abertura rosada, linda, estava se contraindo com ansiedade, como se soubesse exatamente o que viria. Joohyuk passou as pontas dos dedos ali, massageando com cuidado, pressionando devagar.
S/N soltou um gemido baixo e manhoso.
— Joohyuk... vai devagar...
— Eu sei, amor... eu sei... relaxa pra mim... deixa eu te preparar direitinho... não quero que sinta nada além de prazer.
Com todo carinho do mundo, Joohyuk foi introduzindo o primeiro dedo. Devagar, sem pressa, massageando por dentro enquanto a outra mão acariciava a coxa, o quadril, o abdômen, distraindo, confortando.
Logo um segundo dedo se juntou ao primeiro, e a entrada de S/N já estava mais maleável, aceitando a invasão com mais facilidade. Ele suspirava, se contorcia levemente, os olhos fechados, os lábios entreabertos.
Joohyuk se inclinou, e enquanto os dedos continuavam o trabalho de abertura, ele desceu a boca até o pau de S/N. Aquele pauzinho duro, sensível, pulsando entre os suspiros, esperando atenção. Ele o envolveu com a língua, com a boca quente e faminta, chupando com carinho enquanto os dedos se moviam dentro do namorado com precisão.
S/N gemeu mais alto, a mão agarrando o lençol.
— Joohyuk... amor... tá... tá muito bom...
— Relaxa, continua relaxando... — Joohyuk murmurou contra a glande, lambendo a ponta com a língua enquanto os dedos se curvavam para dentro, tocando aquele ponto que fazia o corpo de S/N tremer inteiro.
Ele revezava entre movimentos lentos com a boca e pequenos estocares com os dedos, sentindo como o corpo do namorado reagia, como o cuzinho começava a se abrir melhor, a aceitar, a pedir por mais. Ele estava ficando tão molhado por dentro... tão pronto...
E então, do nada, o corpo de S/N enrijeceu.
— Joohyuk...! — ele gemeu alto, arfando — Ah... eu vou... vou gozar...!
Joohyuk tentou puxar a boca para trás, mas era tarde.
S/N gozou.
Veio em espasmos doces e intensos, os quadris tremendo, os dedos cravando no colchão. O gozo quente jorrou direto na boca de Joohyuk, que recebeu tudo com um gemido abafado, surpreso, mas profundamente excitado. Ele engoliu sem hesitar, lambeu a glande com carinho, sugando os últimos espasmos como se fosse mel.
— Meu Deus... — S/N gemeu, todo trêmulo — Eu não consegui segurar...
Joohyuk ergueu o rosto, os lábios molhados, os olhos ardentes.
— Não tem problema, amor... isso só me deixou ainda mais louco. Agora que te preparei... agora que te vi gozar...
Ele se deitou por cima devagar, o pau já roçando a entrada bem lubrificada, e sussurrou no ouvido do namorado, com a voz mais grave e quente que já usara:
— ...agora é minha vez. E eu vou te foder até você esquecer que passou um dia longe de mim.
Joohyuk se posicionou entre as pernas de S/N, já bem abertas, já trêmulas de antecipação. Os dedos continuavam acariciando a pele macia das coxas, como uma promessa silenciosa de que tudo seria com carinho, com paciência — mas também com a fome acumulada de duas semanas sem tocar o que mais amava.
Segurou o pau com firmeza, grosso, pulsando, brilhando com a mistura de desejo e saliva. E com a outra mão, direcionou a ponta para a entrada de S/N, agora aberta, molhada, preparada com tanto cuidado.
— Vou entrar, amor... me avisa, tá? Qualquer coisa, só fala.
S/N assentiu com os olhos úmidos e as bochechas rosadas. As pernas se moveram, os calcanhares pousando nas costas de Joohyuk, e ele mordeu os lábios quando sentiu a cabeça do pau empurrando devagar.
Joohyuk foi entrando.
Centímetro por centímetro.
Com o máximo de calma que seu corpo aguentava.
Mas por dentro, ele tremia. Aquela sensação — apertada, quente, viva — o envolvia como um vício.
O cuzinho de S/N o reconhecia. Era como voltar pra casa.
— Ai... para um pouco... — S/N sussurrou, o rosto virado de lado contra o travesseiro, os olhos cerrados.
Joohyuk parou na hora. Não empurrou nem um milímetro a mais. Deitou-se mais por cima, colando os peitos, o abdômen, até que o corpo deles estivesse completamente unido. Beijou o rosto do namorado com ternura, as mãos acariciando o cabelo, os ombros, o quadril.
— Está tudo bem... respira comigo...
Ele ficou ali. Imóvel. Enterrado até metade, apenas sentindo o calor e o pulso involuntário da entrada apertada tentando se ajustar. S/N arfava, segurando nos ombros dele com mais força, o corpo tremendo embaixo dele. As pernas apertavam suas costas de leve, como se dissessem: fica, não solta, não vai ainda.
— Pode ir... mais um pouco — S/N sussurrou, depois de alguns segundos.
Joohyuk obedeceu. Mais um pouco. E então, quando já estavam quase no limite...
— Vai... tudo... eu quero você inteiro.
E Joohyuk empurrou o resto com um gemido rouco.
A sensação de estar totalmente enterrado dentro do amor da vida dele, com o cuzinho de S/N apertando cada centímetro do seu pau como se fosse moldado para ele... era simplesmente indescritível.
S/N envolveu Joohyuk com as pernas e os braços, colando os corpos ainda mais. Joohyuk deitou o peso por cima dele, respirando fundo contra o pescoço do namorado, ambos suando, os corações acelerados, as peles coladas.
— Vamos ficar assim só um pouco... — S/N pediu, ofegante.
Joohyuk não se moveu. Apenas beijou o ombro dele, o pescoço, acariciou as costas. Estava dentro. Completamente. E pela primeira vez em quatorze dias, se sentia inteiro.
— Eu amo você — ele sussurrou.
S/N sorriu contra a bochecha dele, os olhos semicerrados. E depois de um tempo... os gemidinhos manhosos pararam. A respiração dele ficou mais estável.
— Pode se mover agora... por favor... — sussurrou.
Não houve volta.
Joohyuk começou devagar, com estocadas curtas, sentindo a pressão, o calor, a forma perfeita como o corpo de S/N o engolia. Mas logo percebeu: o cuzinho já o reconhecia. Já estava acostumado com aquele tamanho, aquele formato. Estava tão molhado, tão preparado, que não demorou até o próprio corpo de Joohyuk tomar o controle.
O quadril começou a bater com mais força.
Para cima. Para baixo.
Rápido. Firme. Profundo.
— Ah... Joohyuk...! — S/N gemia, os olhos revirando, as mãos cravadas nas costas dele.
Joohyuk estocava com maestria, a ponta do pau roçando a próstata a cada investida. E S/N arqueava o corpo, tremia, gemia alto. Em um movimento de puro reflexo, ele mordeu o ombro de Joohyuk — forte, os dentes cravando na pele — para conter o grito desesperado de prazer.
Joohyuk rosnou com a mordida e meteu mais forte.
— Isso, amorzinho... morde mesmo... sente tudo... esse pau é seu... só seu... e eu vou te dar ele a noite toda.
Os corpos se moviam como um só. Joohyuk estocava fundo, rítmico, com força e precisão. Cada investida fazia a cama ranger, fazia o corpo de S/N deslizar alguns centímetros pelos lençóis amarrotados, fazia o pau dele pressionar contra o abdômen firme do namorado em fricções deliciosamente perigosas.
— Ah... Joohyuk... porra... mais fundo... — S/N gemia, a voz entrecortada, o corpo inteiro tenso, as unhas cravadas nas costas largas de Joohyuk.
E ele obedecia. Empurrava tudo de volta. Com vontade.
Ele já sentia o gozo subindo pelo ventre como lava. O cuzinho de S/N estava apertando mais, sugando seu pau com tanta força que era quase impossível segurar.
— Você vai me fazer gozar, amor... seu cuzinho tá me sugando todinho... — rosnou contra o pescoço do namorado, lambendo o suor salgado da pele com fome.
S/N choramingou um “goza...” quase em súplica, e foi a última coisa que Joohyuk precisava ouvir. Com um gemido rouco, abafado contra a garganta de S/N, ele empurrou fundo, ficando todo dentro, e gozou. O corpo dele tremeu com a descarga, o quadril pressionado até o fim, enquanto jatos quentes de prazer enchiam o interior do amor da vida dele.
Mas a maior surpresa veio no segundo seguinte.
— Aahh...! — S/N gritou baixinho, a voz embargada. O corpo todo se retesou, o pauzinho dele explodindo entre eles, melando os abdomens com uma nova carga de gozo.
Joohyuk ergueu o rosto, os olhos arregalados e ao mesmo tempo cheios de adoração.
— Você gozou de novo?
S/N arfava, o rosto virado de lado, os olhos marejados e o sorriso bobo nos lábios.
— Eu... eu sou sensível... você sabe...
Joohyuk riu entre dentes, ofegante, e beijou a bochecha suada dele.
— Eu amo isso em você. Amo poder te fazer gozar assim... sem nem precisar tocar.
Eles ficaram assim por alguns instantes, respirando juntos, sentindo os corpos ainda colados, os corações acelerados tentando retomar o ritmo. Joohyuk ainda estava dentro dele, sentia seu pau sendo espremido com tanta doçura, mesmo amolecendo lentamente.
Mas... aquilo não era o fim.
Nunca era.
Ele saiu de dentro com cuidado, lambendo os lábios e observando com deleite a mistura branca que começava a escorrer da entrada inchada de S/N. Apertou de leve uma das nádegas e viu o anelzinho reagir com espasmos involuntários.
— Isso aqui ainda não terminou, amorzinho...
— O quê...?
Antes que S/N pudesse entender, Joohyuk o virou com firmeza, deixando-o de bruços. Ele sabia que o corpo do namorado ainda estava tremendo, que mal havia terminado de gozar, mas também sabia o quanto ele amava o jeito que ele cuidava — e dominava — depois da primeira transa.
— De quatro — ele disse, a voz rouca, os dedos já guiando os quadris do namorado — Me mostra esse cuzinho de novo. Eu não terminei com você.
S/N obedeceu, meio mole, mas sorrindo com malícia, apoiando os braços e erguendo a bunda que Joohyuk tanto amava. A pele ainda vermelha das estocadas anteriores, brilhando com o gozo que havia por dentro.
— Ele ainda tá cheio do seu leite... — disse com um gemido baixo — E já quer mais.
Joohyuk rosnou baixinho, o pau começando a endurecer de novo com rapidez.
— Então vem. Eu vou te dar.
Joohyuk não perdeu tempo. Se alinhou, segurou o ombro com uma mão firme e a cintura com a outra, e empurrou tudo de uma vez. A entrada já escorregadia o engoliu com facilidade, mas mesmo assim S/N arfou alto, os braços tremendo, o rosto se enterrando no travesseiro.
Joohyuk começou a estocar com força, os quadris batendo com estalos secos contra a bunda já vermelha de tanto uso. Ele segurava firme, dominando o ritmo, enfiando fundo, arrastando pra trás e depois mergulhando tudo de novo.
— Isso, meu amorzinho... olha só como você tá levando direitinho... esse cuzinho é meu, só meu... — murmurava com os dentes cerrados, enquanto a mão que segurava a cintura descia de repente, estalando um tapa na bunda de S/N.
PAH.
S/N gritou de prazer, o corpo inteiro tremendo.
— Porra... mais...
Joohyuk bateu de novo. E de novo. Cada tapa fazia o pau dele vibrar mais fundo dentro de S/N, que gemia, gemia alto, suado, perdido, fodido, deliciosamente entregue. E Joohyuk não cansava de ver aquilo — ver o amor da vida dele sendo tomado, dominado, devorado até não restar nada além de prazer.
Mas ele queria mais. Sempre queria.
Mudou de posição, puxando S/N de lado, colando os corpos, o pau nunca saindo de dentro. Ali, com as pernas entrelaçadas, começou a foder num ritmo mais lento, mais íntimo, e levou a mão até o pau de S/N. Começou a masturbar com carinho, com firmeza, acompanhando o ritmo das estocadas.
— Goza pra mim de novo, amor... — ele sussurrou contra a orelha de S/N — Quero te ver tremendo de novo... porra, você é tão sensível, tão perfeito...
S/N gemeu alto, quase choroso, e gozou. De novo.
Jorrando contra a própria barriga, a mão de Joohyuk ainda envolvendo o pau dele mesmo depois do orgasmo.
O corpo de S/N estava mole, os olhos marejados, o peito subindo e descendo com força.
— Ainda aguenta? — Joohyuk perguntou, a respiração também irregular.
S/N apenas assentiu com a cabeça. E então, com um sorriso suado, deslizou para cima dele, montando em seu colo.
Joohyuk encostou-se à cabeceira, as coxas abertas, e segurou firme os quadris do namorado enquanto ele, com as pernas tremendo, se encaixava mais uma vez. O pau já duro de novo deslizou todo pra dentro daquele corpo quente, e a imagem foi demais pra ele.
— Isso... isso... porra... — Joohyuk gemeu, os olhos arregalados, o abdômen contraído.
S/N começou a quicar.
Pra cima e pra baixo.
O cuzinho se abrindo e se fechando, engolindo o pau até a base, com estalos molhados e gemidos manhosos.
Joohyuk olhava pra aquilo como se fosse uma visão sagrada.
O amor da vida dele, sentando em seu pau como se fosse viciado na sensação, como se só ali se sentisse vivo.
As mãos de Joohyuk agarravam as coxas, os quadris, tentando acompanhar, mas era tanto prazer que ele mal conseguia pensar. Só sentia. Sentia o pau ser sugado, apertado, engolido, repetidamente, até a dor nas coxas dele se tornar algo quase distante.
Não importava. Nada importava além daquilo.
E então ele gozou.
Mais uma vez.
— Caralho... porra, amor... — Joohyuk arfou, o corpo inteiro tremendo, gozando fundo dentro de S/N, que gemeu alto sentindo cada jato quente preencher seu interior de novo.
Três e meia da manhã.
Depois do sexo mais intenso, apaixonado e longo que já haviam tido desde que se conheceram, Joohyuk levou S/N até o banheiro. Os dois exaustos, os corpos moídos de prazer, mas ainda assim sorrindo como bobos apaixonados. O banho foi lento, quente, cheio de beijos suaves, toques carinhosos e sorrisos pequenos trocados entre a espuma.
Joohyuk lavou o corpo do namorado com uma reverência muda. Tocava cada parte como se estivesse se reconectando, como se aquela separação de duas semanas tivesse deixado uma marca que só agora começava a se apagar.
Dormiram colados, sem dizer muito mais, porque o amor já estava nos toques, no entrelaçar de pernas, na respiração sincronizada. Joohyuk dormiu como não dormia desde o dia em que S/N entrou no avião.
Mas na manhã seguinte, quando abriu os olhos com dificuldade, a luz suave entrando pelas frestas da cortina, o outro lado da cama estava vazio.
O coração dele deu um pulo.
Por um segundo — um único segundo — o pânico o assolou como uma sombra: foi tudo um sonho? Ele ainda está longe de mim?
Mas a dor latejante no quadril, a ardência deliciosa no pau inchado e sensível, os lençóis ainda bagunçados e manchados de uma madrugada inteira de prazer desmentiam qualquer pesadelo. Ele havia fodido S/N até ele gozar seis vezes. Aquilo era real.
E então ele ouviu.
A voz doce de S/N vindo da cozinha. Um "sim" abafado, quase cantado, provavelmente falando sozinho enquanto se concentrava em alguma coisa.
Joohyuk se levantou devagar, os músculos reclamando com uma dor deliciosa, foi cambaleando até o corredor e parou na porta da cozinha.
E ali, quase caiu de joelhos com a visão.
S/N estava de costas, completamente nu, exceto por um avental fino amarrado na cintura. Os cabelos bagunçados, a pele com marcas roxas do amor noturno, e o quadril perfeito exposto, balançando levemente enquanto ele cuidava da cafeteira e arrumava a mesa.
— Não, não, isso é covardia... — Joohyuk murmurou com a voz rouca.
S/N se virou, surpreso, e sorriu.
— Bom dia, dorminhoco... Eu estava preparando café da manhã.
Mas Joohyuk já atravessava a cozinha, os olhos fixos naquele corpinho, naquele avental, naquela bunda perfeita que balançava a cada passo.
— Você acha mesmo... que pode aparecer desse jeito... e eu não vou te foder?
— Joohyuk! O café vai queimar! — ele riu, tentando se afastar, mas as mãos grandes já o seguravam pela cintura.
Joohyuk o virou contra a bancada, ergueu o avental com brutalidade contida e roçou o pau, já duro de novo, na entrada ainda sensível e marcada de S/N.
— Dane-se o café. Quero o meu café da manhã aqui mesmo.
S/N ia protestar, talvez ameaçar, mas antes que qualquer palavra saísse de sua boca, Joohyuk o penetrou com força, em uma única estocada profunda que fez o corpo todo do menor se curvar sobre a pia.
— Ah! Porra, Joohyuk! De novo?!
— De novo. Sempre. Toda manhã, se vier pelado desse jeito.
S/N gemeu alto, as mãos batendo na bancada, os quadris sendo segurados com firmeza.
— O café... vai queimar...
— Então deixa queimar.
E ele começou a estocar, com ritmo firme, rápido, sem dó, dominando a manhã do mesmo jeito que havia dominado a noite: com amor, com tesão, com fome. Os gemidos preenchiam a cozinha, abafando o som da cafeteira que de fato começava a ferver demais. A colher caiu da bancada. S/N praguejou, mas foi calado com mais uma estocada poderosa.
— Para de falar e sente — Joohyuk murmurou no ouvido dele.
Eles gozaram juntos ali mesmo. O cheiro de café queimado misturado ao cheiro de sexo preenchia o ambiente, mas nenhum dos dois se importava.
Depois, rindo, S/N deu um tapa fraco no peito de Joohyuk, ofegante.
— Você é impossível.
Joohyuk colou a testa na dele, ainda dentro, sorrindo como o homem mais completo do mundo.
— E você é meu. Agora e sempre.
S/N suspirou, o sorriso bobo nos lábios, enquanto as mãos envolviam o pescoço do namorado.
— Nunca mais vou te deixar por duas semanas.
Joohyuk beijou-o ali mesmo, quente e doce.
— Nem por dois dias. Eu vou com você pra onde for. E dessa vez… nada vai nos separar.
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lagrya · 30 days ago
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nunca pare de escrever pfvvv eu amei isso aq ❤️
não pretendo xuxu ahhahaha 💞
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lagrya · 1 month ago
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Imagine Kim Seokjin
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Kim Seokjin respirou fundo ao entrar em sua sala. O blazer escuro sobre os ombros largos, a gravata perfeitamente ajustada, o relógio suíço piscando no pulso. Era sete e trinta e dois da manhã. Dois minutos atrasado, o que, em sua linguagem, significava caos iminente.
— Onde está o café? — sua voz cortou o ar como navalha.
Ele olhou em volta, esperando encontrar o antigo secretário, Park Minjae, sentado à sua mesa habitual, como fazia todos os dias nos últimos três anos. Mas a cadeira estava ocupada por outro corpo. Um mais delicado. Magro. Postura tensa, dedos tremendo sobre o teclado. Quando levantou os olhos, Seokjin sentiu algo entalar na garganta — e não era surpresa. Era irritação.
— Com licença? — disse o novo funcionário, a voz suave, quase infantil.
Seokjin estreitou os olhos.
— Quem é você?
O garoto levantou, apressado, a pasta apertada contra o peito. Usava um cardigã bege por cima da camisa branca e uma gravata frouxa. Os sapatos pareciam novos demais. E o cheiro… droga, o cheiro.
Ele estava usando supressor, mas não era o bastante. Seokjin sentiu o leve toque adocicado no ar, quase imperceptível, que só um alfa experiente saberia distinguir. Ele sentiu raiva. Ardeu.
— Eu sou S/N. Comecei hoje. O RH disse que o senhor precisava de um novo assistente e...
— Por que não me avisaram? — interrompeu, já tirando o celular do bolso. Digitou furiosamente. Ligou. — Minji, por que eu estou com um ômega na minha porta?
Do outro lado da linha, a chefe de RH gaguejou algo que ele ignorou.
S/N se encolheu ao ouvir a palavra. Ômega. Como se ela fosse uma ofensa. Talvez, vinda dele, fosse mesmo.
Seokjin desligou antes da resposta terminar. O olhar voltou-se frio e afiado para o garoto à sua frente.
— Você não vai durar uma semana.
— Desculpe…? — S/N piscou, confuso.
— Eu não trabalho com ômegas. Eles distraem, choram, e não sabem obedecer. A única razão pela qual você ainda está aqui é porque eu preciso da papelada da fusão até as dez. E porque nenhum outro idiota apareceu no seu lugar.
S/N respirou fundo, os olhos brilhando. Não era raiva. Era vontade de chorar. Mas não chorou. Seokjin viu o esforço ali e, por um segundo, aquilo o irritou ainda mais.
— Entendi, senhor Kim — o ômega respondeu baixinho. — O café está em cima da sua mesa. Dois sachês de adoçante, sem açúcar, como indicava a ficha de preferências do senhor.
Seokjin olhou para a xícara. Não tinha percebido. O café fumegava, na temperatura certa. Mesmo com a mão tremendo, S/N acertara tudo.
Irritante.
— O senhor também tem uma reunião com o presidente da YoonTech às oito e quinze, e sua mãe ligou ontem à noite. Disse que espera o senhor no jantar de sábado. — Os olhos de S/N piscaram rápidos para a tela do tablet. — Também há uma solicitação de entrevista com a Forbes para a edição de CEOs mais influentes da Ásia, e o redator pediu confirmação até hoje às...
— Chega — Seokjin cortou, caminhando até sua mesa. Sentou-se. Pegou o café. Bebeu um gole. Estava... bom. Maldito fosse aquele ômega por saber a proporção perfeita.
S/N se abaixou, recolheu a prancheta, e tentou não tropeçar nos próprios cadarços. Seokjin observou, mesmo sem querer. As mãos pequenas. As orelhas ruborizadas. O jeito como o peito subia e descia quando ele se esforçava para manter a postura. Quando o menino esbarrou de leve na borda da mesa, soltando um gritinho abafado, Seokjin virou o rosto.
— Se for derrubar alguma coisa, derrube longe de mim.
— Desculpe, senhor...
— E pare de pedir desculpas. Parece um rato.
— Sim... digo, certo. Certo.
Seokjin respirou fundo, pressionando os dedos contra as têmporas.
— Você tem noção do tipo de empresa em que está trabalhando?
— A JinCorp. Segunda maior do setor tecnológico mundial. Fundada em 2012 por Kim Seokjin, hoje avaliada em quase trezentos bilhões de dólares. — S/N engoliu em seco. — A cultura interna é rígida, com foco em resultados, e a taxa de demissão é de 42% nos primeiros três meses por pressão psicológica e excesso de carga horária.
Seokjin ergueu uma sobrancelha.
— Estudou antes de vir?
— Eu... sempre gosto de estar preparado — ele disse, sorrindo de leve.
Um sorriso. Pequeno. Tímido. Como se tentasse quebrar o gelo.
Seokjin não respondeu. Não permitia esse tipo de abertura. O silêncio foi frio, desconfortável. S/N voltou a sentar à mesa de apoio, digitando devagar. Os dedos ainda tremiam.
Seokjin olhou de esguelha. Tão pequeno. O uniforme parecia grande demais. Os olhos arregalados quando ele passava perto. E, de vez em quando, o cheiro adocicado que escapava mesmo com o supressor. Um cheiro quente. Confortável.
Irritante.
Ele voltou ao trabalho. Precisava focar. Mas os olhos fugiam. Sempre fugiam. Quando S/N se esticava para pegar um documento, quando mordia o lábio lendo alguma instrução complicada. Quando suspirava sem perceber.
Ao meio-dia, Seokjin estava com três reuniões concluídas, dois contratos revisados, e uma pilha de pastas assinadas. Tudo com auxílio do pequeno ômega, que corria de um lado para o outro tentando atender a cada solicitação, anotando tudo com pressa e — para sua surpresa — precisão. Mesmo atrapalhado, ele era competente.
E isso era mais perigoso do que incompetência.
— Pare de correr — ele disse quando S/N quase escorregou com os sapatos lustrados demais. — Vai acabar quebrando o pescoço.
— Sim, senhor! — ele respondeu, ofegante. — Eu só queria entregar os papéis antes da próxima reunião.
— Eles não vão fugir — Seokjin resmungou, tomando o contrato das mãos dele. Seus dedos se encostaram, por um segundo. Um toque leve. Quente. S/N arregalou os olhos. O coração disparou. Seokjin percebeu. Sentiu o tremor. Sentiu o cheiro mudar. Quase... doce demais.
Cio?
Não. Supressor vencido. Talvez muito fraco.
Droga.
— Você trocou o supressor recentemente?
S/N congelou.
— S-sim, senhor. Há dois dias. Eu... eu comprei uma marca nova. Estava em promoção.
Seokjin ficou em silêncio por longos segundos. Os olhos escuros fixos nos dele.
— Troque de novo. Hoje. Se entrar em cio nesse escritório, juro que demito você na hora.
— Sim... claro... desculpe...
— Pare de pedir desculpas.
— D-desculpa.
Seokjin bufou e voltou à sua mesa.
Mas o olhar dele continuava voltando. Como se cada movimento daquele pequeno ômega irritante, inseguro e doce demais o chamasse. Como se o próprio corpo estivesse traindo a mente racional que o lembrava todos os dias: ômegas não servem para o mundo corporativo.
As semanas passaram com velocidade inquietante.
S/N já conhecia os gostos de Seokjin nos mínimos detalhes: café sem açúcar, com dois sachês de adoçante; relatórios sempre encadernados à esquerda; reuniões marcadas com quinze minutos de distância entre uma e outra — tempo necessário para o CEO reorganizar os próprios pensamentos e digerir qualquer possível irritação. Ou, como S/N aprendera na prática, o tempo necessário para que ele não destruísse o primeiro funcionário que respirasse mais alto depois de uma proposta ruim.
S/N também aprendeu a não chorar. Bom, quase.
Ainda engasgava algumas vezes, principalmente quando o chefe reclamava de forma mais áspera, mas era sempre acolhido por colegas que o tratavam com um carinho que ele jamais imaginou encontrar num ambiente como aquele. A gerente de marketing vivia trazendo doces para sua mesa. O estagiário do setor jurídico sempre deixava post-its com mensagens de incentivo colados no monitor dele. E até o segurança do saguão o chamava de "anjo".
S/N virou o mascotinho da empresa. Desajeitado, fofo, com bochechas sempre coradas e uma gentileza tão absurda que parecia saída de um conto de fadas. Todos o adoravam.
Todos, menos Seokjin.
Ou, pelo menos, era o que ele gostava de fingir.
Seokjin o observava em silêncio. Vez ou outra corrigia sua postura. Dava broncas secas por erros mínimos. Dizia que ele falava demais, ria demais, se desculpava demais.
Mas nunca mandava ele embora.
E isso dizia muito.
Naquela manhã, ele o chamou para a sala mais cedo do que o habitual. S/N entrou equilibrando a prancheta nos braços, como sempre, e derrubou a tampa da caneta no carpete logo ao cruzar a porta.
— Droga... desculpe, senhor... — ele se abaixou para pegar.
Seokjin o olhou de cima, braços cruzados, expressão indecifrável.
— Sente-se.
— Sim, senhor — respondeu, tentando não tropeçar nos próprios pés.
Sentou-se na poltrona diante da mesa de vidro. As mãos espalmadas sobre o colo. Estava acostumado com reuniões rápidas, ordens diretas, planilhas. Mas havia algo no tom do chefe que lhe pareceu diferente. Quase... pessoal.
— Preciso conversar com você sobre... um assunto fisiológico — Seokjin começou, a voz baixa, mas firme.
S/N piscou, confuso.
— Fisiológico?
— Sim. Sobre os seus ciclos. Seu cio.
O sangue pareceu evaporar do corpo de S/N.
— M-meu... cio?
Ele imediatamente encolheu os ombros, os olhos arregalados. Seokjin não desviou o olhar. Continuava firme, encarando-o como se estivessem falando sobre números e não sobre hormônios, desejo, calor e instintos.
— É um assunto necessário, S/N. Você é ômega. Trabalha em ambiente corporativo, fechado. Se entrar em cio aqui dentro, pode causar distrações graves. Não só a mim, mas a qualquer outro alfa. E eu não posso permitir esse tipo de... vulnerabilidade afetando a produtividade da equipe.
— E-eu entendo... mas... — ele se mexeu desconfortável na cadeira — eu estou tomando os supressores corretamente, senhor. Eu...
— Suas taxas hormonais estão reguladas? — cortou, direto.
S/N arregalou os olhos.
— E-eu acho que sim... digo, faz dois meses que troquei de marca, como o senhor recomendou, e... não tive nenhum sintoma desde então.
Seokjin apoiou os cotovelos na mesa, os dedos entrelaçados.
— Você tem um alfa fixo? — perguntou, a voz ainda mais grave, impassível.
S/N quase engasgou com o próprio ar.
— O quê?
— Um alfa. Alguém que cuide do seu cio caso o supressor falhe. Um parceiro. Um... recurso de emergência.
— Eu... n-não... não tenho ninguém... — ele murmurou, quase sussurrando.
O silêncio que se seguiu foi espesso. Seokjin o observava como se calculasse riscos. Como se medisse a bomba-relógio que era ter um ômega desprotegido sob seu teto.
— Então, a partir de agora, está liberado para solicitar licença médica assim que sentir os primeiros sinais. Quero o pedido assinado com pelo menos vinte e quatro horas de antecedência.
— M-mas senhor... às vezes... os sintomas vêm de repente...
— Então preste atenção. Não me importa se vai precisar sair correndo no meio de uma reunião, desde que saia. Não quero ômegas em cio neste andar. Não quero o cheiro. Não quero o ambiente afetado.
S/N mordeu o lábio, o rosto todo vermelho.
— Sim, senhor...
Seokjin soltou um suspiro impaciente.
— E pare de ficar com essa cara. Não é como se eu estivesse invadindo sua intimidade. É uma questão de logística empresarial.
— Claro... eu só... é estranho falar disso no meio do escritório... — ele desviou os olhos, as bochechas ardendo.
— É estranho se você quiser que seja estranho — Seokjin rebateu, levantando-se. — Você não é uma criança. É um funcionário. Tem obrigações hormonais específicas. O RH devia ter abordado isso antes, mas como sempre, são incompetentes.
S/N permaneceu quieto.
Seokjin deu a volta na mesa, parando ao lado da cadeira dele. A presença era intensa. O cheiro de menta e madeira — típico dele — invadia tudo.
— Você parece mais vulnerável ultimamente. Está mais... sensível ao ambiente. Sabe o que isso pode significar?
S/N balançou a cabeça.
— Que talvez o supressor não esteja agindo corretamente — Seokjin completou. — E isso é perigoso.
— Eu não quero causar problemas, senhor...
— Então se antecipe a eles.
S/N assentiu, os olhos marejando, mas sem chorar.
Seokjin o observou por um segundo a mais. O suficiente para perceber o tremor nos dedos, o aperto que ele fazia no tecido da calça. Era evidente que a conversa o deixara desconfortável. Mas era necessário.
Ele se afastou, pegando um envelope sobre a mesa.
— Sua credencial para a conferência da Federação de Inovação. Vai viajar comigo na sexta-feira.
— E-eu? Viajar?
— Preciso de alguém que saiba minhas rotinas. Já que você está aprendendo rápido, vai vir. E espero que seja discreto.
— Claro, senhor...
— O hotel já foi reservado. Dois quartos, como sempre. Você receberá o itinerário ainda hoje. E, por favor — ele o olhou por cima do ombro —, certifique-se de que sua condição está sob controle antes de viajarmos. Não quero surpresas.
S/N sentiu a garganta fechar.
— Eu vou fazer isso... prometo.
Seokjin assentiu, voltando à mesa.
— Pode voltar ao trabalho.
S/N se levantou rápido demais, quase derrubando a cadeira.
— D-desculpe...
— S/N.
— S-sim?
Seokjin ergueu os olhos.
— Mais uma coisa. Essa sua reação... essa vergonha... você costuma ser assim com qualquer alfa?
— O quê...? N-não... quer dizer... eu só fico nervoso. Com o senhor.
— Hum.
Ele voltou a olhar os papéis.
S/N saiu da sala com o rosto pegando fogo, as mãos suando, o coração batendo tão forte que parecia ecoar nos corredores. Aquela tinha sido a conversa mais constrangedora da sua vida.
A cidade era uma vitrine de luzes refletidas nos prédios altos. Os carros passavam como vultos brilhantes, e o céu começava a se apagar em tons de cinza-azulado quando o carro da JinCorp estacionou em frente ao hotel cinco estrelas onde aconteceria a Conferência Internacional de Inovação Empresarial.
S/N desceu com a pasta apertada contra o peito, os olhos arregalados ao encarar o saguão grandioso. Lustres de cristal, perfume sofisticado no ar, e alfas de todas as partes do mundo vestindo ternos perfeitamente alinhados — alguns até já o observando, mesmo antes de ele abrir a boca.
— Senhor Seokjin, por aqui — anunciou o recepcionista, com um leve sorriso. — Houve um pequeno erro na reserva, mas conseguimos...
— Um erro? — Seokjin interrompeu, já endurecendo a postura.
— Sim, senhor. Por algum motivo, o sistema registrou apenas um quarto.
S/N sentiu o estômago despencar.
— Nós providenciaremos outro assim que possível, mas no momento... só há um disponível. Com cama king.
Seokjin permaneceu em silêncio por longos segundos. O tipo de silêncio que fazia o ambiente gelar. O recepcionista engoliu em seco. E S/N, corado até as orelhas, balançou as mãos rapidamente.
— N-não precisa se preocupar, eu posso dormir no sofá, ou... ou pedir um hotel mais simples aqui perto! Eu não quero incomodar, senhor...
— Fique quieto — Seokjin ordenou, pegando a chave e girando nos calcanhares. — Vamos subir. Agora.
O ômega o seguiu em silêncio, praticamente se arrastando atrás do alfa dominante e raivoso, sentindo cada célula do corpo gritar em vergonha antecipada.
No quarto, que mais parecia uma suíte presidencial, Seokjin ignorou a cama enorme e foi direto para a bancada de mármore, onde deixou o celular e os documentos. S/N ficou parado na entrada, olhando ao redor como se estivesse prestes a cometer um crime apenas por pisar no carpete caro demais para sua existência.
— Tire essa expressão — Seokjin murmurou. — É só uma cama.
— M-mas é uma cama de casal...
— E eu não vou te comer, se é isso que está com medo.
— O quê?
— Nada. Vá se trocar. A primeira reunião começa em quarenta minutos. Camisa preta, gravata fina. Você vai sentar ao meu lado e tomar nota de tudo.
— S-sim, senhor...
A conferência ocupava os três andares superiores do hotel. Salas envidraçadas, repletas de painéis com gráficos e apresentações, onde CEOs de empresas multinacionais se empilhavam com seus assistentes, investidores e seguranças. Era o coração pulsante da economia global por três dias. E S/N se sentia como um peixinho dourado jogado num tanque de tubarões.
Ainda assim, se esforçava.
Sentado ao lado de Seokjin, num cantinho reservado da sala de conferência principal, ele mantinha as pernas juntas, as mãos sobre o colo e o tablet ligado, anotando cada fala, cada dado, cada mínima reação do chefe. O alfa ao lado parecia uma escultura de granito: impassível, firme, olhos atentos a tudo.
Mas, de tempos em tempos, S/N sentia o olhar dele desviar. O calor que subia pelas costas. A sensação de que estava sendo vigiado — e não por profissionais interessados em números.
Os outros alfas também o notavam.
Entre um painel e outro, ele era abordado por estranhos bem vestidos, com sorrisos afiados e olhos brilhando de interesse.
— Você não é de nenhuma das grandes companhias, é? — disse um italiano com blazer azul-marinho, inclinando-se para falar no ouvido de S/N durante o coquetel entre as sessões.
— N-não... sou assistente da JinCorp...
— JinCorp? — o tom mudou. O sorriso desapareceu. — De Kim Seokjin?
— Sim...
— Entendi. Desculpe, então. Não quis incomodar.
E se afastou imediatamente.
Aquilo se repetiu outras vezes. Um espanhol alto lhe ofereceu uma taça de vinho — e devolveu à bandeja ao ouvir "JinCorp". Um francês tentou lhe entregar um cartão, mas se calou ao ver Seokjin se aproximando.
Era como se Seokjin estivesse colando um aviso invisível em suas costas: PROPRIEDADE PERIGOSA – NÃO MEXA.
E S/N, no fundo, se sentia... aliviado.
Sentar ao lado dele, ainda que encolhido, era estranhamente confortável. O alfa exalava uma segurança quase instintiva, mesmo quando não dizia nada. Era um tipo de proteção que S/N não sabia que precisava — mas que o fazia respirar melhor quando estava por perto.
— Concentre-se na tela — Seokjin murmurou, num dos painéis.
S/N deu um leve pulo, voltando a digitar.
— S-sim, senhor...
Mais tarde, em outra sala menor, durante uma reunião privada com executivos asiáticos, S/N permaneceu em pé atrás da cadeira de Seokjin, como uma sombra tímida. Mas mesmo assim, chamava atenção.
Um dos alfas mais velhos, da empresa rival, o observou abertamente. O olhar foi tão demorado que Seokjin pausou no meio da fala.
— Há algo errado com meu assistente? — ele perguntou, direto, olhando para o homem.
— Não... ele é apenas... muito expressivo. Não vejo ômegas nesse tipo de evento com frequência. É uma distração curiosa.
— Distração nenhuma. Se ele estiver atrapalhando, posso removê-lo. Mas duvido que ele seja menos produtivo do que metade dos seus estagiários.
O homem tossiu, sem graça.
S/N abaixou os olhos, sentindo o rosto queimar.
Depois da reunião, no elevador, o silêncio reinava.
Até que Seokjin falou, sem olhar para ele:
— Quando eu mandar você se afastar, faça isso. Não se exponha a essas pessoas. Aqui não é seu escritório com post-its e cupcakes.
— Eu... não fiz nada, senhor...
— Exato. Você não fez. E mesmo assim chamou atenção demais. Isso é perigoso. Ômegas como você...
Ele parou.
— Como eu?
— São fáceis de machucar.
O elevador apitou.
— Se vista bem para o jantar de hoje. Terno completo. Nada que chame atenção demais. Você está comigo.
— Sim, senhor.
O restaurante era sofisticado, com janelas amplas e uma vista panorâmica da cidade iluminada. O teto alto refletia a luz suave dos lustres de vidro, e cada mesa era decorada com arranjos discretos de flores brancas. S/N ajeitava a gravata pela quinta vez quando entrou ao lado de Seokjin, os passos contidos, a pasta em mãos e o olhar perdido no chão de mármore.
Foram conduzidos até uma mesa reservada, onde o anfitrião da noite — Min Kangho, CEO da MNS Technologies — já os esperava ao lado da esposa, uma ômega pequena, de olhos sorridentes e vestido esmeralda. Ela se levantou com um entusiasmo caloroso.
— Kim Seokjin! Finalmente conseguimos nos encontrar fora dos escritórios de vidro e reuniões monótonas — ela brincou, abraçando brevemente o alfa. — E este aqui... deve ser o seu novo assistente.
S/N sorriu, inclinando-se educadamente.
— Sou S/N. É um prazer conhecê-la, senhora Min.
— Por favor, me chame de Yura. Nada de formalidades esta noite. Somos todos pessoas normais tentando parecer importantes com taças de vinho na mão.
Ela piscou para ele e indicou os lugares à mesa. Seokjin sentou-se à frente de Kangho. S/N, hesitante, ocupou a cadeira ao lado de Yura.
— Ele é adorável, Seokjin — comentou ela, com o queixo apoiado na mão, analisando S/N com um sorriso malicioso. — Tem certeza que contratou como assistente e não como amuleto da sorte?
— Ele é competente — Seokjin respondeu, seco.
— Oh, eu não duvido. Mas é que ele tem... aquele jeitinho — ela riu, olhando para S/N. — O tipo que faz qualquer um querer protegê-lo. Você já notou?
S/N, que até então sorria educadamente, sentiu o rosto esquentar.
— E-eu só tento ser útil... — murmurou, os dedos apertando o guardanapo no colo.
Yura inclinou-se, cúmplice:
— Aposto que é daqueles que derrubam café e pedem desculpa umas vinte vezes.
S/N assentiu, tão vermelho que parecia febril. Seokjin manteve o olhar fixo na taça de vinho, mas algo em sua mandíbula ficou mais relaxado.
— Ele combina com você, sabia? — Yura continuou, animada. — Eu sei que você vive dizendo que não precisa de ninguém, que ômegas são dramáticos demais... mas olha esse menino, Seokjin. É impossível ser dramático com um bichinho desses ao lado.
Kangho riu do outro lado.
— Yura, você não tem filtro algum.
— Claro que tenho. Só desligo quando vejo um alfa rabugento e um ômega fofo se encarando como se estivessem num dorama.
— Nós não nos encaramos — Seokjin disse, em voz baixa.
— Tem certeza? — Yura o desafiou, divertida. — Porque eu vi o jeito como você olhou para ele quando ele puxou a cadeira para mim.
S/N mordeu o lábio inferior e baixou os olhos para o prato vazio. A respiração trêmula.
— Senhorita Yura, eu não queria causar... desconforto.
— Desconforto nenhum, meu bem — ela disse, acariciando a mão dele sobre a mesa. — Eu só acho que, se um dia você quiser um alfa que preste, poderia começar com esse aqui.
Ela apontou com a cabeça para Seokjin, que respirou fundo e tomou um gole do vinho como se precisasse de forças divinas para continuar sentado ali.
Depois disso, as piadas diminuíram, e a conversa se voltou aos negócios. S/N ficou em silêncio por longos momentos, observando as trocas de informações entre os dois alfas, anotando mentalmente os tópicos mais importantes. De vez em quando, Yura puxava um assunto mais leve com ele.
— Você sempre quis trabalhar com empresas? — ela perguntou.
— Na verdade, eu gostava de organização. Papéis, horários... listas. É reconfortante ter um sistema. Mesmo que às vezes eu... me atrapalhe.
— Eu também era assim. E fui secretária antes de conhecer Kangho. Só que no meu caso, eu tropeçava tanto que virei esposa dele pra não ser demitida.
S/N riu, tímido.
— Espero não precisar casar com o senhor Seokjin para manter meu emprego...
Yura soltou uma gargalhada, e até Kangho riu baixinho. Seokjin ergueu os olhos para ele, uma expressão indecifrável no rosto. Um traço de algo mais... suave.
— Ele é mais esperto do que parece — comentou o CEO rival. — Você tem um bom instinto para escolher pessoas, Seokjin.
— Foi um erro do RH — Seokjin respondeu, mas olhou rapidamente para S/N.
Yura sorriu de lado.
— Então talvez o universo tenha corrigido um erro seu.
Horas depois, quando os pratos já haviam sido levados, e o café servido, os quatro se levantaram. S/N agradeceu repetidamente pela refeição, os olhos brilhando pelo ambiente, pela conversa leve e, principalmente, pela forma como Yura o tratou — como alguém que pertencia àquele mundo, mesmo sendo pequeno demais, desajeitado demais, e fofo demais para aquele universo de tubarões.
Enquanto esperavam o elevador, Seokjin digitava algo no celular. S/N se aproximou, ainda com as bochechas levemente coradas.
— Eles foram muito gentis, senhor...
— Hum.
— A esposa do senhor Kangho... ela é muito doce. E engraçada. Parece saber muito sobre alfas.
— Ômegas experientes costumam saber.
— Ela me lembrou minha... tia. Ela também falava demais. Dizia que se eu continuasse sendo fofo assim, ia acabar dormindo com um alfa sem nem perceber.
Seokjin travou os dedos sobre o celular.
— Isso seria bem irresponsável.
— Eu sei...
— Principalmente se o alfa em questão já estiver sonhando em te foder há semanas.
— Q-quê?
— Nada.
O elevador chegou. O silêncio os acompanhou até o saguão.
Na recepção, Seokjin se aproximou da funcionária, a expressão impassível.
— Alguma atualização sobre o quarto que solicitamos?
— Infelizmente, senhor Kim, o sistema ainda está com um problema. Mas estamos tentando resolver...
— Não tem mais nenhum disponível?
— Não. O hotel está completamente lotado por conta da conferência.
S/N engoliu seco, já puxando o celular para procurar algo nos arredores.
— Eu posso procurar um outro hotel por perto... talvez um mais simples, só para passar a noite. Amanhã eles podem...
— Pare com isso — Seokjin interrompeu, suspirando. — Você vai dormir no quarto comigo.
— Mas senhor, eu...
— Não estou discutindo. Eu estou cansado. E você parece prestes a desmaiar.
— Eu só... fico nervoso. Com tudo isso. Dormir no mesmo ambiente... quero dizer, somos alfa e ômega... e—
— E você está de terno desde as oito da manhã, comendo ansiedade no lugar da sobremesa. Entra no elevador.
S/N obedeceu em silêncio.
Mas dentro do elevador, com o espelho refletindo os dois lado a lado — o alfa alto, elegante, cansado mas ainda imponente; e o ômega miúdo, inquieto, corado —, algo mudou no ar.
Uma eletricidade silenciosa.
E quando a porta se fechou atrás deles, Seokjin murmurou, quase para si mesmo:
— Pelo menos hoje à noite, se alguém tentar te cheirar, eu vou estar por perto.
S/N apertou as mãos contra o peito.
E sorriu.
— Pode tomar banho primeiro — disse Seokjin, colocando o celular sobre a mesinha de cabeceira e começando a abrir os botões da camisa com gestos mecânicos.
— Tem certeza, senhor? Posso esperar. Não me importo — respondeu S/N, já encolhido perto da poltrona, segurando a maletinha com as roupas.
— Eu pedi, não sugeri.
— C-certo.
O ômega correu para o banheiro com o pijama nos braços, a maletinha ainda meio aberta, e quase tropeçou no tapete perto da porta. Seokjin fechou os olhos por um segundo, contando até dez. Precisava manter o controle. Era só mais uma noite. Só mais uma viagem. Só mais um maldito erro de reserva.
Mas o que entrou naquele banheiro não foi o que saiu.
S/N apareceu minutos depois, os cabelos ainda úmidos, gotas escorrendo pelo pescoço, e o pijaminha... Deus. Aquele pijama. Azul claro com estrelinhas minúsculas, tecido fino e largo nos lugares errados, justo demais nos lugares perigosos. A blusa escorregava por um dos ombros e o short mal cobria as coxas.
— Tem toalhas a mais — disse o ômega, tímido, olhando para os pés. — E... shampoo também, se quiser usar.
— Ótimo — murmurou Seokjin, passando por ele rápido demais.
Assim que a porta do banheiro se fechou atrás de si, Seokjin apoiou as mãos na pia de mármore e encarou o próprio reflexo.
— Controle, Kim Seokjin. Você é um alfa racional. Não é um animal guiado por instinto. Não vai subir em cima dele por causa de uma camiseta curta e um cheiro doce.
Ele se despiu e entrou no chuveiro, deixando a água quente cair sobre os ombros tensos. Ficou mais tempo do que o necessário, tentando ignorar o cheiro que havia grudado em suas narinas — floral, adocicado, suave... e perigosamente viciante.
Quando saiu, vestindo apenas uma calça de moletom cinza e uma regata preta, o quarto estava com a luz baixa. S/N estava deitado de lado, encolhido na metade da cama, com uma expressão de desconforto no rosto.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntou Seokjin, parando ao lado da cama.
— Ah... só... uma cólica chata. Não deve ser nada. Talvez por causa da comida. Estou bem. Já vou dormir.
Seokjin franziu o cenho. Abriu a necessaire na mala e pegou um comprimido.
— Toma. É relaxante muscular. Vai te ajudar a descansar.
— M-muito obrigado, senhor.
— Só Seokjin está bom.
O ômega corou, mas tomou o comprimido com a água oferecida e deitou-se novamente. Seokjin apagou a luz e se deitou na outra metade da cama, virado de costas.
Silêncio.
Por alguns minutos, tudo era paz. O som do ar-condicionado, a respiração leve. Seokjin estava começando a relaxar, quando algo mudou.
Ele acordou com um calor estranho no ambiente.
Não era o tipo de calor físico, de temperatura. Era algo mais... denso. Mais primal. O ar parecia carregado, pesado, doce demais.
E então veio o som.
Um gemido abafado.
Quase um sussurro.
Seokjin virou o rosto devagar. Os olhos se adaptando à escuridão. E ali, no mesmo lugar, mas em um mundo completamente diferente, estava S/N.
O pequeno corpo se contorcia sob os lençóis. As pernas pressionadas, as mãos agarradas ao travesseiro, a respiração entrecortada. O pijama torcido, subindo perigosamente pelas coxas.
— Nnh... não... aah...
Outro gemido. Mais alto. Mais desesperado.
Seokjin arregalou os olhos.
Feromônios. Fortes. Intensos. Adoçados como mel.
Cio.
— Merda...
Seu corpo reagiu antes da mente. O cheiro invadiu seu nariz, percorreu cada centímetro de seu corpo e pousou direto entre suas pernas. O pau endureceu como pedra. Forte. Dolorido. Implacável.
— Nnh... Seok... jin... mmm...
O alfa se sentou na cama, os músculos rígidos, tentando pensar, raciocinar, fazer qualquer coisa além de pular em cima daquele corpo quente e entregue.
— S/N — chamou, a voz rouca. — Você está...
O ômega se virou lentamente, os olhos semiabertos e vidrados de calor. As bochechas coradas, o lábio inferior mordido. Uma das mãos escorregava por debaixo do short, enquanto a outra ainda agarrava o travesseiro.
— Me... desculpe — murmurou. — Eu... achei que... só ia começar semana que vem...
Seokjin grunhiu baixinho. O cheiro estava ficando mais forte. O lençol entre eles já não parecia suficiente para impedir o corpo de querer avançar.
— Eu... estou... tentando... segurar — gemeu S/N, os olhos brilhando de lágrimas. — Eu juro que não queria... senhor...
Seokjin se levantou da cama num pulo, caminhou até a janela, abriu um pouco para tentar respirar. O vento da madrugada não ajudava. O quarto parecia selado, uma prisão feita de instinto e desejo.
O alfa agarrou a moldura da janela com força.
Ele não podia.
Ele não deveria.
Mas atrás de si, o som aumentava. Gemidos entrecortados. O leve som de tecidos se movendo. A pele de S/N começava a brilhar com suor. As pernas se entreabrindo inconscientemente. O calor emanando como ondas.
E o nome.
— Seokjin...
Seu nome.
Sussurrado. Implorado.
O pau de Seokjin pulsava sob o tecido da calça. O cheiro o deixava tonto. Ele trincou os dentes.
Virou-se.
E viu o ômega olhando para ele com olhos marejados, dilatados, implorando sem uma palavra sequer.
Seokjin deu um passo.
Depois outro.
O próximo... ele não sabia mais se voltaria atrás.
— Você precisa... me dizer... para parar.
— Eu não consigo — sussurrou S/N, tremendo. — Por favor...
S/N estava ofegante, com o pijama já torcido, o short empapado de lubrificação natural e o olhar perdido em lágrimas de desejo. A pele brilhava de suor e o peito subia e descia rápido, gemendo o nome dele com a voz mais doce e erótica que Seokjin já tinha ouvido.
Ele se aproximou da cama em silêncio, olhos cravados naquele corpo pequeno e entregue.
— Você tem certeza? — sussurrou Jin, mesmo que tudo dentro dele já estivesse decidido.
— Por favor... eu preciso... eu não aguento mais, Seokjin...
O alfa soltou um som baixo no fundo da garganta, um ronronar rouco e faminto. Subiu na cama devagar, como um predador que finalmente alcançava a presa que desejava — e adorava.
Beijou S/N com força.
Nada suave, nada educado. Um beijo cheio de fome, de frustração acumulada, de paixão reprimida. A língua invadiu a boca do ômega e o som que ele fez, um gemidinho submisso e doce, fez o pau de Seokjin latejar dolorosamente sob a calça de moletom.
As mãos dele deslizaram pela cintura fina, empurrando o pijama pra cima. O corpo de S/N tremia, sensível demais, e cada toque arrancava mais arfares.
— Você é tão fofo... — murmurou Jin contra os lábios dele, mordendo o inferior antes de descer os beijos pelo queixo, pescoço, clavícula.
O pijama caiu no chão com um puxão e, quando S/N tentou se cobrir com as mãos, envergonhado, Jin rosnou.
— Não esconde nada. Você é perfeito.
Desceu até a barriga, onde beijou e lambeu cada pedacinho, até chegar entre as pernas dele. S/N já estava escorrendo, o cheiro doce e provocante impregnando o ar.
— Tão molhadinho assim, só com a minha presença? — provocou ele, espalhando com os dedos o líquido que escorria da entrada do ômega.
S/N gemeu, jogando a cabeça pra trás, o quadril se contorcendo como se buscasse mais contato.
Seokjin abriu as pernas dele com calma, firmeza e reverência. E então, sem mais palavras, se deitou entre elas.
Passou a língua ali. Bem ali.
Um gemido alto ecoou pelo quarto, quase um grito abafado. S/N se contorceu, as mãos agarrando os lençóis, o corpo inteiro tremendo.
A língua de Seokjin era quente, firme, molhada. Deslizava devagar pela entrada do ômega, lambendo como se estivesse saboreando o prato favorito. Ele gemia contra a pele, sentindo a musculatura de S/N se contrair a cada nova investida.
— Você é delicioso... tão sensível... tão meu — sussurrava, entre uma lambida e outra, enquanto massageava as coxas do ômega com as mãos grandes.
E então veio o dedo.
Entrou devagar, ao mesmo tempo em que a língua não parava. S/N gritou, as costas arqueando, o corpo inteiro implorando por mais.
— Me dá mais... Jin... mais... por favor...
— Calma, pequeno. Eu vou te preparar direito. Vou deixar você prontinho, tão relaxado e molhadinho que vai me implorar pra te preencher.
Dois dedos. Três.
A língua acompanhando cada estocada dos dedos, enquanto ele lambia e sugava a pele sensível ao redor. S/N tremia, arfava, se perdia entre lágrimas e gemidos, já escorrendo de prazer.
— Eu não aguento... eu... estou... perto...
Jin sorriu contra a pele sensível e deu uma última lambida lenta, profunda, sentindo o gosto doce e quente do ômega completamente entregue.
— Você vai aguentar sim — rosnou. — Porque eu ainda nem comecei a te foder de verdade.
E os olhos de S/N se arregalaram em expectativa, enquanto o corpo inteiro tremia, aberto, pronto, gemendo e pedindo por mais.
Seokjin não estava mais pensando. Seu corpo comandava cada gesto, cada movimento.
Subiu pelo colchão, olhos fixos nos de S/N, que ainda respirava rápido, as bochechas coradas, o peito nu subindo e descendo num ritmo frenético.
— Olha pra mim — sussurrou Jin, roçando o nariz no dele, os corpos já colados, peles quentes. — Eu quero ver seu rostinho quando eu te preencher.
S/N gemeu baixinho, envergonhado, e Jin segurou seu quadril com firmeza, encaixando-se entre as pernas dele. O pau dele, duro, quente e pulsante, roçou devagar na entrada do ômega, que estava tão molhadinha, tão aberta e receptiva, que era quase um convite desesperado.
— Eu vou entrar devagar — murmurou Jin. — Mas vou te foder até sua cabecinha esquecer o próprio nome.
O gemido que escapou da garganta de S/N não parecia humano.
Quando Seokjin finalmente começou a se empurrar para dentro, o mundo pareceu parar por alguns segundos. A respiração de S/N falhou, as unhas se cravaram nos ombros do alfa, e o corpo todo dele se curvou, como se o prazer fosse demais pra suportar.
— Isso... isso... tão cheio... — soluçava, tentando conter o choro de puro prazer.
Jin soltou um palavrão baixo e enterrou mais fundo, até o fim, com um gemido rouco preso na garganta.
— Você me aperta tanto... parece feito pra mim.
Movimentou o quadril devagar no começo, cada estocada profunda e ritmada. Mas S/N era tão apertado, tão quente, e estava tão sensível, que gemia alto a cada movimento, implorando por mais, por mais rápido, por mais fundo.
— Me fode... Seokjin... por favor... mais... me enche...
O pedido fez Jin perder o controle.
Segurou firme os quadris do ômega e aumentou o ritmo. As estocadas agora eram rápidas, intensas, batendo fundo, cada uma acompanhada de um gemido abafado, de gemidos doces e chorosos, de corpos se chocando sem vergonha, sem pausa.
O som de pele contra pele, de gemidos entrecortados, da cama rangendo, preenchia o quarto abafado.
— Tão gostoso... tão perfeito... me deixa gozar dentro de você... encher essa sua barriguinha fofa de porra... — arfou Jin, inclinando-se sobre o corpo dele.
S/N agarrou seus ombros, os olhos já marejados de novo, balançando a cabeça em um sim desesperado.
— Por favor... me enche... quero tudo... só seu...
Jin segurou firme a cintura dele, deu uma última estocada funda e então gozou com força, os músculos do corpo se contraindo, os dentes apertando o lábio inferior. O jato quente preencheu o ômega, que gozou logo em seguida, gemendo alto, se desfazendo entre os braços do alfa.
O corpo de S/N caiu mole contra os lençóis, tremendo, arrepiado, os olhos se fechando devagar.
— Jin... eu... não... consigo...
— Shhh — Jin murmurou, ainda dentro dele, puxando-o para perto. — Está tudo bem. Você foi perfeito.
S/N desmaiou com um suspiro pequeno, o corpo ainda marcado pelos beijos, mordidas e o cheiro forte do cio satisfeito.
E Kim Seokjin...
Permaneceu ali. Dentro dele.
O braço em volta da cintura fina, o nariz afundado no pescoço suado de S/N, sentindo o cheiro doce, único... dele.
E antes de adormecer, sussurrou contra sua pele:
— Meu.
Mas é claro que o que aconteceu no dia seguinte não foi nada disso...
Três semanas.
Era esse o tempo exato desde aquela noite — a mais intensa, quente, suja e íntima que Kim Seokjin já tinha vivido. Três semanas desde que tinha fodido S/N até ele desmaiar, com os olhos marejados, o corpo tremendo e a barriga recebendo cada jato quente da gozada mais possessiva da vida de um alfa.
E também, três semanas de silêncio absoluto.
Desde o voo de volta, os dois haviam se evitado com perfeição desconfortável. Nenhuma troca de olhares mais demorada, nenhuma menção ao que havia acontecido. Jin seguia fechado, soturno, irritado demais com tudo e todos. E S/N… bom, S/N parecia ainda mais atrapalhado, mais envergonhado, mais fofo. E mais distante.
O que só piorava tudo. Porque quanto mais o ômega fugia, mais Seokjin queria correr atrás e... fazer de novo.
Mas não podia.
Ele era o CEO daJinCorp.
E S/N era um ômega. Um funcionário. Um erro.
Um erro que ele não conseguia tirar da cabeça nem batendo punheta toda noite.
Mas naquela manhã, tudo mudou.
E, na verdade, o sinal já vinha aparecendo há dias.
S/N andava estranho. Mais distraído que o normal. Derrubava canecas, esquecia compromissos na agenda, suava frio nas reuniões mesmo quando o ar-condicionado estava no máximo. Jin achava irritante no começo — depois, começou a achar preocupante.
Até que vieram os enjoos.
A primeira vez foi num café da manhã com investidores. S/N correu até o banheiro com a mão na boca antes de tocar no croissant que tinha no prato. Saiu de lá pálido, os olhos marejados de vergonha, sussurrando mil desculpas.
A segunda foi mais intensa: desmaiou por segundos ao subir a escada de emergência, tentando evitar o elevador lotado.
— Você está bem? — perguntaram dois funcionários.
— Só uma tontura... deve ser pressão baixa... — sorriu ele, forçando um ar animado.
Mas não estava bem.
Naquela noite, com o estômago revirando e os mamilos sensíveis demais para um toque qualquer, decidiu ir ao hospital. Sem contar a ninguém. Queria evitar fofoca, perguntas e, acima de tudo... evitar Jin.
Fez alguns exames. O médico fez perguntas que o deixaram ainda mais nervoso. Perguntou sobre sua última fase de cio. Sobre se havia... “acontecido algo”.
S/N só corou violentamente, desviou o olhar e disse que não sabia. Que provavelmente era estresse. Que queria apenas algum remédio e ir embora.
O médico assentiu, pediu para aguardarem os resultados em casa — seriam enviados à empresa pelo convênio.
E S/N foi embora com o coração acelerado e uma estranha sensação no peito.
Algo estava errado.
Algo estava... diferente.
Mas ele não queria pensar. Não podia.
Três dias depois, estava na JinCorp como sempre.
Tentando fingir normalidade.
Tentando não chorar por qualquer coisa.
Tentando conter o enjoo constante que parecia piorar com o cheiro dos corredores ou o perfume muito forte de algum alfa.
E então…
Na sala do último andar.
Kim Seokjin estava sentado à sua mesa impecável, com a pasta preta dos documentos médicos dos funcionários aberta — algo que ele analisava religiosamente. Gostava de saber quem faltava por qualquer besteira. Controle. Ordem. Domínio.
Mas ao abrir a última ficha, ele congelou.
Nome: S/N
Classificação: ômega
Resultado do beta-hCG: positivo
Observações: gravidez de 3 a 4 semanas confirmada. Repetir exame para acompanhamento.
O mundo parou.
Seokjin leu três vezes. Depois uma quarta. Os olhos estavam fixos naquela palavra, como se ela queimasse o papel:
Gravidez.
Sentiu o estômago revirar. O sangue fugir do rosto. O pau enrijecer por impulso e depois murchar diante da realidade.
— Não… não pode ser...
Jogou o papel sobre a mesa, levantou-se bruscamente, andou até a janela. Respirava rápido. O peito subia e descia, e o coração batia desgovernado.
S/N estava grávido.
Grávido.
E ele nem sabia.
Seokjin passou as mãos pelo rosto, depois nos cabelos. Deu um soco na parede ao lado da estante.
— Porra.
Como tinha deixado aquilo acontecer?
Ele, o homem que desprezava ômegas. O CEO que não suportava envolvimento emocional, que dizia a todos que não havia espaço para sentimentos no mundo dos negócios.
E agora...
Um filho? Com aquele ômega fofo, estabanado, que mal conseguia andar sem tropeçar nos próprios pés?
Ele tentou pensar com lógica, racionalidade. Procurou onde tinha errado, como aquilo escapara do controle. Mas a resposta era simples:
S/N era diferente.
S/N tinha mexido com ele desde o primeiro tropeço no tapete da recepção.
E agora, estava com um bebê dentro da barriga.
O bebê dele.
Sentou-se de volta, os olhos ainda fixos na ficha. Os dedos tremiam, mas ele não deixaria ninguém ver. Jamais.
O que faria agora?
Não podia fingir que não sabia. Não com aquele papel sobre a mesa. Não com o cheiro doce de S/N que ainda parecia impregnar a memória olfativa do cio.
E o pior... era que ele não sentia só choque.
Sentia algo perigoso, algo que detestava admitir:
Excitação.
Queria ver S/N barrigudinho.
Queria morder a nuca dele.
Queria manter ele ali, perto. Preso. Como só dele.
Levantou-se, pegou a ficha e saiu da sala com passos firmes.
Não havia mais como ignorar.
Ele ia resolver isso do jeito dele.
Mesmo que precisasse puxar S/N pelo braço na frente de todos, trancar os dois numa sala de reunião e fazê-lo repetir com aquela vozinha doce e embargada:
— O bebê é seu, Seokjin...
E o pior é que Jin…
Queria ouvir isso.
O silêncio no corredor do 47º andar era típico, mas naquela manhã carregava algo denso, quase palpável. S/N caminhava devagar, segurando a prancheta com as anotações da manhã e um copo de chá — por recomendação da médica, pra aliviar os enjoos insistentes que vinham desde a semana passada. Ele ainda não sabia o que era. Não tinha recebido os resultados dos exames, a clínica disse que os encaminharia à empresa, já que o plano era corporativo.
— Que burocracia — murmurou baixinho, tentando esconder mais um bocejo, as olheiras denunciando as noites mal dormidas e a falta de apetite.
Mal notou o olhar atravessado da recepcionista, nem o nervosismo da secretária de RH ao lado dela. Mas percebeu, sim, quando a porta do escritório de Seokjin se abriu com força, e a figura do alfa apareceu ali com os olhos escuros cravados nele.
— S/N. Agora. — a voz era baixa, autoritária. Inquestionável.
— A-a reunião das dez… — tentou protestar, levantando a prancheta, mas Jin já havia voltado para dentro da sala, deixando a porta aberta.
O coração de S/N disparou.
Respirou fundo, tentando manter a compostura. Ainda não entendia por que Seokjin estava mais estranho que o normal desde que voltaram da viagem. Nem por que o evitava tanto… Ou por que o próprio corpo parecia estranho, mais sensível, os enjoos, a tontura constante. Não fazia ideia de que ao cruzar aquela porta, tudo mudaria.
Entrou devagar, fechou atrás de si. Jin estava em pé, de costas pra ele, mãos apoiadas na borda da mesa, ombros tensos.
— Senhor Kim...? — arriscou com a voz baixa.
Silêncio. Por um segundo, S/N achou que talvez estivesse sendo dramático, mas então Jin se virou.
E nos olhos dele, havia algo diferente.
Algo... perigoso.
— Você já viu seus exames? — ele perguntou sem rodeios, jogando uma folha sobre a mesa.
S/N piscou, confuso, e se aproximou.
— Meus... exames? Ainda não. A clínica disse que... que mandaria pra cá. — seus olhos correram pela folha, e então pararam.
Teste beta-hCG: positivo. Gravidez confirmada.
O silêncio que caiu foi absoluto.
S/N recuou meio passo, o corpo inteiro congelado, os olhos arregalados.
— I-isso… não… não é possível…
— Você está grávido. — Jin disse, firme, os olhos nele. — Grávido de três semanas.
S/N sentiu as pernas bambas.
— M-mas… eu… a gente só… aquela vez… — sussurrou, a voz embargando.
— E foi o suficiente. — Jin se aproximou, os olhos queimando, intensos, o cheiro de alfa preenchendo o ar. — O suficiente pra eu gozar dentro de você… como um maldito animal. E agora… você tá carregando meu filho.
S/N cambaleou e quase caiu na cadeira atrás de si.
A cabeça girava. As palavras ecoavam, misturadas com o som do coração acelerado. Estava grávido. Grávido. De Kim Seokjin. Do CEO mais frio, mais insuportável, mais… mais gostoso… e com quem ele tinha gozado naquela noite.
— Eu… eu não sabia… — murmurou, a voz tão baixa que mal se ouvia.
— Eu sei. — Jin respondeu, mais calmo agora. Mas o olhar ainda era cortante. — Mas eu sabia. Assim que vi isso… — apontou a ficha médica —…eu soube que tudo tinha mudado.
S/N tremia.
— V-você vai me demitir?
Seokjin o encarou por longos segundos.
Deu a volta na mesa devagar, parou à frente dele e, com um gesto rápido, puxou o queixo do ômega, fazendo-o erguer o rosto. Os olhos de S/N estavam marejados.
— Você acha que eu quero te demitir… agora que você tá carregando meu filhote? — a voz saiu rouca. Baixa. Quase… carinhosa.
S/N engoliu seco.
— Eu… não sei o que pensar...
Jin abaixou mais o rosto. Estavam próximos demais. O perfume do ômega era doce. O cheiro de gravidez começava a se misturar ao cheiro natural dele. Jin sentiu o pau pulsar, só de imaginar a barriguinha crescendo. Só de lembrar os gemidos. O calor. O quanto tinha sido bom.
— Não precisa pensar em nada por agora — murmurou. — Mas você vai pra casa. A minha casa. Hoje. E vai descansar. Eu vou mandar alguém te acompanhar. Você vai fazer novos exames, comer direito e...
— Você... vai cuidar de mim? — a pergunta escapou.
Jin travou. Por um segundo, pareceu surpreso. Mas então assentiu. Só uma vez.
— Eu sou seu alfa, S/N. — e ele encostou a mão, devagar, na barriga ainda lisinha do ômega. — Esse filhote é meu. Então sim. Eu vou cuidar de você. E de tudo que é meu.
S/N não conseguia parar de olhar pela janela do carro. O motorista o havia buscado em casa com instruções claras: levar o ômega para a residência do CEO. Não para o hospital. Não para o RH. Para a casa dele.
— Não precisa levar nada, o senhor Kim providenciará o essencial — a assistente dissera, com uma expressão neutra, quase cúmplice.
O coração de S/N batia descompassado.
Ele devia estar apavorado. De certa forma, estava. Mas a confusão maior era outra: ele também se sentia… aquecido. Como se houvesse algo certo demais em estar indo para a casa do homem que tinha colocado um filhote dentro dele.
Quando o portão eletrônico da mansão se abriu, os olhos do ômega se arregalaram. Era enorme. Moderna, imponente, e ainda assim com janelas amplas e jardim bem cuidado. Nada gelado como o escritório da JinCorp.
O carro parou na entrada. Antes que pudesse abrir a porta, alguém já fazia isso por ele. Seokjin, impecável como sempre, com as mangas da camisa social dobradas até os cotovelos, o cabelo ligeiramente bagunçado e os olhos escuros fixos nele.
— Venha.
S/N desceu, apertando a alça da bolsa, como se fosse escudo. Jin deu um passo pro lado, indicando o caminho.
— Está com náusea?
— U-um pouco… — respondeu, baixo.
— Vai passar. Preparei algo leve. E chá de gengibre.
— Você… cozinhou?
— Mandei alguém fazer. Mas provei antes. Você não vai comer porcaria nenhuma enquanto estiver sob minha responsabilidade.
O coração de S/N tropeçou dentro do peito. Jin andava na frente, e S/N o seguiu, entrando na casa que cheirava a lavanda e algo amadeirado que só podia ser o cheiro natural de alfa que o CEO exalava.
— Esta é a sala. Aquela é a cozinha. Lá em cima estão os quartos. Você vai dormir no meu.
— O q-quê?
— O quarto de hóspedes tem janela virada pra o leste. Luz demais. O meu é mais escuro. E tem banheiro com hidro, caso você precise relaxar.
S/N sentiu o rosto ferver. Jin nem olhava pra ele, como se tudo fosse muito prático, racional. Mas ele percebeu o jeito como os olhos do alfa o acompanharam de relance quando tirou os sapatos, o modo como observou seus passos pequenos pelo chão de madeira.
— Pode se sentar. Já coloco a comida.
— Q-quer que eu ajude?
— Você está grávido. Vai ficar sentado.
Ele obedeceu. As mãos sobre o colo, o olhar inquieto. Sentia o cheiro da comida fresca, do arroz com legumes, da sopa clara, e sentia também o cheiro dele… Jin.
Quando o prato chegou à sua frente, quase suspirou. Estava tudo com cara de hospital cinco estrelas. Saudável e bonito.
— Não precisa comer tudo — disse Jin, sentando-se à sua frente —, mas precisa comer algo. Está pálido.
— Não é porque estou… assustado?
Jin encarou por um segundo. Depois desviou o olhar para o prato dele.
— Talvez. Mas está seguro aqui.
S/N comeu devagar. A cada colherada, sentia o estômago se acalmando. Jin comia em silêncio, mas seus olhos — quando se encontravam — eram intensos demais. E por mais que o ômega tentasse fingir que não notava, cada pequeno gesto de cuidado fazia seu peito amolecer.
Depois da comida, ele quis lavar os pratos.
— Já disse que não. Suba. Eu levo o chá lá em cima.
— Jin… — usou o nome dele, baixo, envergonhado. — Por quê está fazendo isso? Por que está me tratando… bem?
O alfa parou. Com o pano de prato nas mãos, virou o rosto devagar.
— Porque você está esperando o meu filhote. Porque mesmo antes disso… você já mexia comigo. E porque agora que sei que é meu… — ele deu um passo à frente, a voz abaixando —…não vou deixar ninguém, nem você mesmo, te tratar como menos do que merece.
S/N não respondeu. Apenas assentiu, o rosto tão vermelho que parecia prestes a explodir.
Subiu as escadas devagar, guiado pela leveza no peito.
O quarto de Jin era enorme. Minimalista. Mas o aroma de alfa preenchia tudo. Quando entrou no banheiro e viu as toalhas separadas, os produtos de banho para ômegas com estampa de ursinhos, o pijama dobrado com cuidado em cima da cama, quase chorou.
Ele estava sendo cuidado. Mimado. Protegido.
E por quem menos esperava.
Se deitou devagar, abraçando a almofada fofa. Sentiu o cheiro dela — e o cheiro dele — e suspirou.
Estava exausto. Mas pela primeira vez em dias, o corpo relaxava.
Minutos depois, Jin entrou com a caneca de chá e viu a cena: o ômega dormindo com as mãos sob a barriga ainda invisível, a boca entreaberta, a respiração lenta. Fofo como um filhote.
Seokjin não sorriu. Mas os olhos amoleceram.
Colocou a caneca na mesinha, sentou na beirada da cama e passou os dedos devagar pelo cabelo macio.
— Agora você é meu, docinho… — murmurou. — E ninguém vai te tirar de mim.
Nem mesmo você.
Seokjin se surpreendia todos os dias.
Primeiro, foi a maneira como S/N ocupava a casa. Aos poucos, sem pedir, sem exigir. Só… ficando. O canto preferido no sofá com as almofadas mais macias. As canecas com bichinhos que ele colecionava. Os travesseiros extras na cama — porque o filhote crescia, e ele dizia que dormir de lado era mais confortável. Os pijamas fofos. Os cheiros doces. As risadinhas no meio da madrugada quando assistia vídeos bobos comendo frutas secas.
Depois, foi o corpo. O jeito como a barriga crescia, o peito ficava mais cheio, o quadril arredondava. Cada detalhe parecia uma provocação.
E Jin, que sempre teve o autocontrole de um monge, agora mordia a língua toda vez que o via de roupão. Ou com aquela calça de moletom apertada no meio das coxas.
Mas o pior — ou o melhor — veio no quinto mês.
O cio disfarçado.
— Jin… — a vozinha abafada no quarto o acordou uma noite. Ele virou, sonolento, e viu S/N sentado na cama, as pernas encolhidas, a camiseta erguida sobre a barriga, os olhos marejados.
— Aconteceu algo?
— Eu não sei o que está acontecendo comigo… eu só… eu estou… quente.
Jin se sentou, o sono evaporando. O cheiro doce no ar confirmava tudo. Os hormônios da gravidez estavam entrando em desequilíbrio. O corpo de S/N, mais sensível, mais vulnerável, pedia estímulo. Sexo. Tesão. Alívio.
— Está sentindo dor?
— Não… só está… latejando. Aqui… — ele levou a mão entre as pernas, envergonhado. — Eu fiquei assim o dia inteiro, Jin… me esfregando no travesseiro. Tomei banho duas vezes. Masturbei… mas não adiantou.
A respiração de Jin falhou.
Porra.
— Você precisa…?
— Eu quero… — sussurrou o ômega, mordendo o lábio. — Mas só se você quiser também.
Seokjin não respondeu com palavras. Apenas puxou o corpo dele devagar para o seu colo, enlaçando-o pela cintura.
— Você tem ideia do quanto me tortura todos os dias?
S/N enterrou o rosto no pescoço dele, gemendo baixinho.
— Então me fode logo, Jin… eu preciso… — sussurrou, manhoso.
O alfa deitou S/N com cuidado, afastou a camisa e beijou a barriga arredondada antes de subir até os lábios do ômega. Os beijos eram lentos, molhados, carinhosos. E logo, famintos. Jin passava os dedos pelas coxas dele, sentindo o calor ali. Quando tocou o sexo sensível, ouviu o gemido desesperado.
— Você está tão molhadinho, docinho… — murmurou. — Eu nem encostei direito.
— É culpa sua…
— Ah, é?
— Desde que engravidei, só penso nisso. Em como você me fodeu naquela noite. Em como eu queria mais… sempre mais.
Jin passou a língua pelos dedos e os levou até o buraquinho dele. A entrada palpitava.
— Isso vai te aliviar, meu amor. Prometo que vou cuidar de você.
E cuidou.
Preparou com a língua e os dedos, devagar. E, quando S/N começou a chorar de prazer e pedir mais — por favor, por favor, enfia seu pau, me enche de novo, me fode, Jin —, ele obedeceu.
Entrou fundo, segurando o quadril dele, beijando cada parte da barriga, do rosto, da boca. Até que o corpo de S/N explodiu em prazer, e o dele também. Gozo quente preenchendo. Laços se reforçando.
TRÊS ANOS DEPOIS
— Appaaaaaa!
O gritinho estridente ecoou pela casa inteira, seguido do som de passos apressados e brinquedos caindo pelo caminho. Seokjin nem teve tempo de piscar antes de ver um borrãozinho de cabelo castanho se jogar em seu colo, sujando sua camisa com restinho de geleia.
— Jyung… — suspirou Jin, exasperado. — Você está com a boca toda lambuzada.
— Mas eu te amo, appa. — disse o garotinho, deitando a bochecha na camisa do pai, ignorando solenemente o fato de estar espalhando sujeira de morango nela.
Seokjin fechou os olhos e respirou fundo. Era assim todos os dias. Desde que aquele pequeno alfa nasceu, sua vida virou um caos delicioso. E ele não mudaria absolutamente nada.
— O que você aprontou agora, hã? — perguntou, penteando os cabelos bagunçados do menino com os dedos.
— Nada. Eu só… cortei o cabelo do Pororo.
Jin arregalou os olhos.
— O boneco de pelúcia?
— Uhum. Agora ele é um Pororo careca. — Jyung riu, como se fosse a coisa mais genial do mundo.
Foi quando S/N entrou na sala, com uma expressão tão derrotada quanto divertida.
— Eu deixei ele sozinho por dois minutos, Jin. Dois. — disse, segurando o “Pororo careca” na mão. — Acho que vamos precisar comprar outro…
— Por que? Esse tá lindo! — Jyung protestou, dando um beijo no boneco torturado.
Jin soltou uma gargalhada e puxou o filho para o colo, mesmo com a camisa já manchada. S/N sentou ao lado, apoiando a cabeça no ombro de Jin e passando a mão carinhosamente na barriga do pequeno.
— Ele vai dar trabalho quando crescer… — murmurou.
— Ele já dá. — Jin respondeu. — Mas é o nosso trabalho.
S/N o olhou com aquele sorrisinho bobo, os olhos doces e brilhantes, o mesmo olhar que conquistou Jin lá atrás, no escritório, quando era um assistente desastrado e tímido demais.
— Você ainda se arrepende de ter me contratado por engano?
Jin riu, puxando os dois para mais perto.
— Foi o erro mais maravilhoso da minha vida.
Jyung, no meio, se remexeu e apontou pra eles com o dedinho.
— Vocês vão se beijar de novo? Bleeeerg.
— Vai crescer traumatizado, esse menino. — Jin comentou, rindo.
— Ou vai crescer apaixonado, igual você ficou. — provocou S/N, beijando Jin na bochecha.
E lá estavam eles: um alfa CEO apaixonado, um ômega fofo e agora confiante, e um pequeno alfa que parecia um tornado com pernas.
Felizes. Cansados. Lambuzados de geleia. Mas felizes.
E Seokjin, que antes dizia que odiava ômegas e que nunca teria uma família, agora não conseguia imaginar o mundo sem os dois.
— Eu amo vocês. — disse, de repente.
S/N sorriu. Jyung piscou.
— A gente também, appa.
Mesmo que o Pororo nunca mais vá ser o mesmo.
A vida tinha mudado de forma irreversível — e Seokjin não poderia estar mais feliz com isso.
Depois de anos vivendo preso à rotina implacável da JinCorp, ele finalmente tinha se libertado. Aposentadoria precoce, se alguém perguntasse. Mas a verdade era simples: Jin trocou reuniões por piqueniques. Relatórios por castelos de areia. Coffee breaks por suco de caixinha e gritos de alegria no quintal.
Tudo por eles. Por S/N e por Jyung.
O garotinho já tinha quatro anos e era o centro de tudo. Acordava a casa inteira cantando músicas tortas, vivia com os joelhos ralados e um estoque infinito de perguntas bobas na ponta da língua.
— Appa, o céu tem cheiro?
— Depende. Se for o céu da sua barriga quando você deita no meu peito, tem cheiro de morango.
— E por que eu tenho que ir pra escola se eu já sou esperto?
Seokjin apenas ria. Era impossível argumentar com aquela boca pequena que soltava cada pérola absurda.
Mas o melhor mesmo era ver como Jyung adorava o S/N.
Sempre corria pra ele quando queria colo, quando fazia birra, quando queria dormir de conchinha — e claro, quando queria fazer o famoso “café do papai” que era uma mistura horrorosa de cereal com mel e salgadinho.
S/N aguentava tudo, com aquele sorriso doce e a paciência de um santo. Ainda era desastrado, ainda chorava fácil com filmes bobos, ainda corava toda vez que Jin olhava demais. Mas agora era também um ômega seguro, realizado, amado. O marido perfeito.
E o melhor amante que Jin já teve.
Porque, por trás daquela doçura toda, S/N era puro fogo quando queria.
E ultimamente, Jin queria o tempo todo.
Naquela noite, os dois estavam voltando de uma viagem em família. Jyung tinha dormido no banco de trás durante todo o trajeto, babando num travesseiro e segurando um boneco do Pororo 2.0 (o primeiro não sobreviveu à fase artística dos três anos). Assim que chegaram em casa, Jin levou o filho direto para o quarto e o deixou deitado entre os bichinhos de pelúcia. Voltou para a suíte, onde S/N já estava trocando de roupa.
— A viagem foi perfeita — comentou o ômega, tirando a camisa. — Você acha que Jyung vai lembrar da praia?
— Ele vai lembrar do castelo que caiu e molhou a bunda dele. — Jin riu, se aproximando por trás e abraçando a cintura do marido.
S/N riu também… até sentir a ereção dele ali, dura, latejante, pressionando contra sua bunda.
— De novo, Jin? A gente acabou de chegar.
— A culpa é sua. Você passou o dia inteiro rebolando naquela sunga apertada, se abaixando pra pegar o balde de areia. O que você queria que eu fizesse?
— Usasse a cabeça de cima.
— Eu tô usando. Minha cabeça quer te deixar cheio de novo.
S/N se virou, bufando com as bochechas vermelhas.
— A gente já conversou sobre isso. Nada de tentar me engravidar de novo. Um filho está ótimo por enquanto.
— Mas você é tão gostoso quando tá grávido… tão sensível, tão manhoso, tão molhadinho...
— Jin.
— Tá bom, tá bom… — ele ergueu as mãos. — Vou usar camisinha. Talvez...
S/N estreitou os olhos.
— Jin!
— Brincadeira. — disse, rindo, e em seguida o puxou pela cintura até sentir o corpo colado no dele. — Mas você vai me deixar entrar agora… ou vou ter que te convencer com a língua?
S/N mordeu o lábio e suspirou. Sabia que estava perdido.
E minutos depois, já gemia contra os travesseiros, com as pernas abertas e os quadris empinados, enquanto Jin abria ele devagar com os dedos, preparando com paciência, com carinho… e com uma promessa sussurrada no ouvido:
— Vou enfiar tão fundo que você vai sonhar comigo te enchendo de novo por semanas.
O sexo foi lento, intenso, delicioso. Jin fazia amor como quem cultiva um vício. Estocava fundo, gemia contra a pele dele, mordia e acariciava como se o corpo do S/N fosse o lar eterno dele — e era.
E claro que ele gozou fundo, depois de minutos sussurrando:
— Queria gozar dentro. Queria te fazer inchar de novo. Queria ver seu corpo carregando mais um filhote meu.
S/N, esbaforido e ofegante, ria e o empurrava:
— Cala a boca, Jin… e vai buscar a porra da camisinha da próxima vez.
Jin apenas beijava os ombros dele e se deitava junto, colado, satisfeito como um alfa babão.
No dia seguinte, Jyung entrou no quarto cedo demais, como sempre.
— Vocês estavam lutando de novo? — perguntou, apontando para a bagunça na cama.
— Claro que não. A gente só… se abraça com força. — disse Jin, rindo.
— Vocês são bobos. — disse o menino, e pulou na cama entre os dois.
E ali estavam eles: Jin, S/N e Jyung, um trio caótico, perfeito, e absolutamente feliz.
Com muito amor.
E quem sabe… um segundo filhote a caminho, se Jin conseguir “esquecer” a camisinha de novo.
Acidentes acontecem, não é mesmo?
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lagrya · 1 month ago
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Imagine Yunho
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S/N odiava os pais.
Odiava o modo como tudo que faziam carregava a falsa aparência da perfeição. Odiava como se vestiam com elegância para humilhar, como sorriam diante dos outros apenas para esconder o controle cruel que impunham dentro de casa. E, acima de tudo, odiava a si mesmo por ter cedido.
Há uma semana, ele vivia em um apartamento charmoso no Brooklyn, onde o sol da manhã beijava as janelas com gentileza. Era pequeno, mas era seu — ou ao menos ele acreditava que fosse. Lá, ele podia pintar o quanto quisesse, ouvir música alta, dançar descalço pela sala. Trabalhava em um café aconchegante a duas quadras dali, onde os colegas riam das piadas dele, elogiavam seus quadros e sempre se ofereciam para ajudar com as exposições pequenas que ele fazia em galerias independentes.
Era feliz. Ou o mais próximo que conseguira ser desde que fugira de casa, quatro anos antes.
Ele acreditava que finalmente estava livre.
Até ela aparecer.
A mãe.
S/N chegou em casa depois do expediente, cansado, as roupas manchadas de café, e a encontrou sentada no sofá de linho branco, cruzando as pernas com elegância, como se tivesse todo o direito de estar ali.
— Você não tranca a porta? — ela perguntou, levantando o olhar das pinturas expostas sobre a parede.
— O que você está fazendo aqui? — a voz dele saiu trêmula, mas não de medo. De raiva.
Ela se levantou. Olhou o ateliê improvisado que ele montara na sala. Havia quadros pendurados, outros empilhados, pincéis sujos, potes de tinta pela mesa.
— Continua com essas bobagens — comentou, passando os dedos enluvados por uma tela onde ele pintava um campo de girassóis. — Isso não paga contas, S/N.
— Eu não pedi opinião.
— E, no entanto, vive com tudo pago por mim.
O coração dele afundou.
— O quê?
Ela abriu a bolsa com calma, tirou um maço de papéis e deixou sobre a mesa.
— Este apartamento. As contas. O cartão. Seus estudos. Seus materiais de pintura. Tudo vem da conta da família. Achei que você soubesse, mas talvez esteja tão imerso nessa ilusão de independência que esqueceu que não se constrói uma vida com tinta acrílica.
S/N ficou parado. Os olhos arderam, e ele tentou entender se aquilo era uma piada.
— Você não pode... — ele sussurrou. — Eu trabalho. Eu me sustento. Isso aqui é meu.
— Você trabalha meio período em um café. — Ela riu, sem humor. — Você sabe o quanto isso paga? Sabe o que custou manter essa aparência de independência para você não se envergonhar diante dos seus amigos artistas? Nós fizemos isso por amor, S/N. Mas o amor tem um preço. E chegou a hora de pagar.
Ele deu um passo para trás. O coração disparava. Queria gritar, mas as palavras enroscavam na garganta.
— Eu não vou casar.
— Vai, sim. Já está tudo acertado. Seu noivo é um alfa influente. Tem dinheiro. Poder. Pode sustentar você para o resto da vida. E mais importante: pode sustentar a nossa família. Você tem obrigação com o seu sangue.
S/N socou a mesa.
— Eu não sou uma mercadoria! Você quer me vender como uma barriga de aluguel? Como um enfeite de prateleira pra um alfa qualquer?
— Não é qualquer alfa. É Jeong Yunho.
O nome era conhecido. Ele sentiu o estômago revirar.
— Eu não quero. Eu não aceito. Eu...
— Então está tudo bem. — Ela deu de ombros. — Entregue as chaves até amanhã. Os advogados cuidarão do contrato de despejo. E claro, seu acesso às contas será suspenso. Ah, e quanto ao valor que deve por ter morado aqui todos esses anos às custas da nossa fortuna... há um cálculo aproximado nos papéis. Quase duzentos mil dólares. Vamos processá-lo se não houver pagamento.
S/N não conseguiu conter. O grito veio de dentro, cru, rasgado.
— Você está me ameaçando?!
— Estou te ensinando que a liberdade tem consequência, S/N.
— Eu sou seu filho!
— E você se esqueceu disso quando fugiu. Agora é hora de reparar os danos.
Ele caiu de joelhos. As lágrimas começaram a cair sem permissão.
— Mãe... por favor. Por favor. Eu não quero isso. Não quero essa vida. Eu tenho sonhos. Eu tenho alguém... eu estou com alguém.
Ela o encarou sem piscar.
— Um ômega sonhando é como um passarinho tentando quebrar a gaiola com o bico. Lindo, mas inútil.
Ele tentou segurar as pernas dela. Implorou.
— Eu faço qualquer coisa. Eu trabalho tempo integral. Eu devolvo cada centavo. Só... não me tira daqui. Não me obriga a isso. Por favor. Eu amo pintar. Eu amo minha vida. Eu...
Ela se abaixou, segurou o rosto dele com frieza.
— Se você amasse mesmo a sua vida, teria feito algo útil com ela.
E então, se virou. E foi embora.
O aeroporto em Seul parecia mais cinza do que S/N lembrava.
Tudo estava abafado. Até o céu.
Ele andou em silêncio, cercado por seguranças da família, sem dizer uma palavra. Não tinha malas — só uma mochila com suas tintas mais queridas e uma muda de roupa, o resto havia sido deixado para trás como poeira de um sonho quebrado.
Na saída do terminal, sua mãe o esperava.
Não o abraçou. Não sorriu.
— Entre. O carro está nos esperando.
S/N olhou para ela. A mulher que o deu à luz. Que o ensinou a manter a cabeça erguida mesmo quando tudo ardia por dentro. A mesma mulher que agora o jogava como um cordeiro em sacrifício, esperando que a vida cruel engolisse sua alma e devolvesse lucros.
— Você não sente nada? — ele perguntou. — Não sente vergonha? Tristeza? Culpa?
— Sentimentos não pagam dívidas.
Entraram no carro. Era preto, luxuoso, com bancos de couro e cheiro de novo. Mas para S/N, era um caixão.
O percurso foi longo. O silêncio entre eles, ainda mais.
— Depois de assinar os papéis — ela disse, sem olhar para ele — você estará sob responsabilidade do senhor Jeong Yunho. A aliança será formalizada nos registros alfa-ômega, com validade legal e biológica. Você receberá medicações para estabilizar seus ciclos, até que decidam quando será o primeiro cio conjunto.
— Você está falando como se eu fosse um animal em reprodução.
— Estou falando como mãe de um ômega que falhou. E que agora tem uma última chance de ser útil.
Ele não respondeu.
As janelas mostravam a cidade passando como um borrão. A vida de outros. Pessoas livres. Desconhecidos indo e vindo, alheios à dor de alguém sendo levado como uma oferenda.
Quando o carro dobrou por uma estrada privada cercada de pinheiros, S/N soube: não havia mais volta.
A mansão surgiu como um monstro entre as árvores. Alta. Cinzenta. Silenciosa.
A prisão dele.
O portão se abriu.
E S/N fechou os olhos.
Porque sabia que, dali em diante, não era mais uma pessoa.
Era propriedade.
A mansão era silenciosa demais.
Não o silêncio acolhedor de uma casa onde a paz reina, mas aquele tipo frio e sufocante, onde até os próprios móveis parecem observar. O tipo de silêncio que lembra a um prisioneiro que tudo ali pertence a alguém — e que esse alguém não é você.
S/N caminhava atrás da mãe, com os olhos baixos, os passos medidos. Cada centímetro da mansão era decorado com precisão: quadros caros, tapeçarias pesadas, mármore branco sob os pés. Nada tinha a ver com ele, com sua alma colorida, com as tintas secando em telas manchadas ou as músicas em volume alto enquanto cozinhava dançando de meia.
Aqui tudo era contido.
Frio.
— O senhor Jeong está na biblioteca. — A voz da mãe era limpa, neutra. — Ele o aguarda para assinar os documentos. A cerimônia será registrada pelo sistema digital do clã, validando o vínculo. É o suficiente para oficializar o casamento perante a comunidade alfa-ômega.
S/N não respondeu. Não adiantava mais.
Entraram por uma porta de carvalho escuro. A biblioteca era ainda maior do que imaginava. Estantes cobriam todas as paredes até o teto, recheadas de livros de capas antigas, couro, dourado nas bordas. Havia um sofá de couro preto no centro, uma mesa baixa com uma garrafa de vinho, duas taças — apenas uma usada.
E então o viu.
Jeong Yunho estava de pé diante da janela, de costas, as mãos nos bolsos. O terno preto que vestia se ajustava perfeitamente ao corpo largo, ombros retos, presença firme. Ele não se virou quando ouviram a porta.
A mãe de S/N pigarreou.
— Senhor Jeong. Aqui está o ômega.
Aqueles segundos entre a frase e o movimento foram sufocantes. S/N sentia o sangue pulsar nas têmporas, as mãos trêmulas. Não sabia o que esperava ver — um velho podre de rico? Um alfa carrancudo e grotesco? Um esnobe mimado?
Mas quando Yunho se virou, foi pior.
Porque ele era bonito.
Muito bonito.
O tipo de beleza que impunha respeito antes mesmo de qualquer palavra. Pele clara, traços firmes, olhos profundos como breu. Os lábios eram uma linha fina, neutra. Nenhuma emoção visível. Nenhuma saudação.
Ele apenas o analisou.
De cima a baixo.
Como se estivesse decidindo se o produto comprado valia o preço pago.
S/N sentiu o corpo encolher.
Yunho deu um passo adiante.
— Você é menor do que imaginei.
A voz dele era grave, limpa. Soava como mármore sendo cortado.
S/N ergueu o queixo, tentando manter a postura. Não queria parecer frágil.
— E você é mais... bonito do que imaginei.
O olhar de Yunho se estreitou. A mãe de S/N soltou um suspiro, como se estivesse prestes a repreendê-lo, mas Yunho ergueu uma das mãos.
— Está bem. Eu gosto de honestidade.
Ele foi até a mesa, pegou os papéis e uma caneta prateada.
— Aqui estão os termos. O vínculo é legal. A transferência de responsabilidade passa a ser minha. Você estará sob minha guarda, morando aqui, recebendo o necessário para uma vida adequada. Em troca, mantém-se recatado, educado, representa o nome da minha família em eventos públicos e, quando eu decidir, gera um herdeiro. Pode ler se quiser.
S/N não pegou os papéis.
Olhou para ele.
Diretamente.
— Você fala como se estivesse comprando um animal de estimação.
A mãe se mexeu, furiosa, mas Yunho apenas sorriu. Foi um sorriso pequeno, cortante.
— Você fala como se não soubesse exatamente o que está acontecendo.
— Eu sei. — S/N respondeu, a voz mais firme do que ele esperava. — Eu só não gosto.
Yunho o observou por longos segundos. Depois estendeu a caneta.
— Vai assinar?
S/N olhou para os papéis.
Não havia escolha.
Mas ainda podia deixar um último resquício de si marcado ali.
— Pode me dar tinta?
Yunho arqueou uma sobrancelha.
— Tinta?
— Sim. Eu pinto. Não uso caneta para assinar o que define minha vida.
Houve um segundo de silêncio. Depois Yunho deu um passo até a estante, puxou uma gaveta embutida e tirou um pequeno frasco de tinta preta com pincel.
— Faça como quiser.
S/N pegou o pincel. A mãe estava tensa ao lado, em silêncio absoluto.
Com os dedos firmes, desenhou o próprio nome com tinta no papel, de forma precisa, fluida, como se estivesse assinando uma obra.
Era isso. A última.
Quando ergueu o olhar, Yunho o encarava. Mas o olhar havia mudado.
Não muito. Mas havia uma sombra ali. De interesse.
Talvez surpresa.
A mãe então pigarreou de novo.
— Com isso, o contrato está fechado. Eu me retiro. Obrigada pela hospitalidade, senhor Jeong. Espero que S/N se comporte conforme o esperado.
Ela olhou para o filho. E foi embora sem abraços. Sem adeus.
A porta se fechou com um clique.
Silêncio.
Yunho girou a taça de vinho recém posta com os dedos longos. Observou o líquido escuro.
— Você realmente não queria isso, não é?
S/N sentou-se no sofá, devagar. Queria chorar, mas não daria esse gosto a ele.
— Você queria?
Yunho sorriu sem humor.
— Eu não queria casar. Mas precisava de uma aliança. Seu sobrenome ainda vale alguma coisa no mundo corporativo. Foi um bom acordo.
— E eu sou só o bônus.
— Exato.
S/N olhou para ele.
— Pretende me tratar como uma peça de mobília?
Yunho o encarou por longos segundos. Depois bebeu o vinho e se aproximou.
— Você pode facilitar as coisas, ou tornar tudo mais difícil. Vai depender de você.
S/N não respondeu. Apenas olhou pela janela.
A noite havia caído. O céu estava escuro.
Ele se sentia como aquele céu: vasto, sem estrelas, e cheio de silêncio.
Mas dentro dele, uma fagulha ainda queimava.
Mesmo enjaulado.
Mesmo vendido.
Ele ainda era S/N.
E ninguém apagaria isso tão fácil.
A manhã chegou sem cerimônia.
O sol invadiu o quarto de S/N pelas grandes janelas de vidro, iluminando o chão de madeira polida com uma luz fria, azulada. O silêncio era quase ensurdecedor. Não havia som de carros na rua, não havia vizinhos barulhentos, não havia o chiado da cafeteira que ele tanto gostava. A casa era grande demais para qualquer ruído se propagar além de suas paredes.
Ele havia dormido mal.
O colchão era confortável, os lençóis de algodão egípcio, tudo impecável. Mas não era sua cama. Nada ali era seu. Nenhuma almofada colorida, nenhum quadro com uma de suas pinturas, nenhum vestígio da vida que tivera até alguns dias atrás.
A primeira coisa que fez foi abrir a janela.
O jardim era enorme. Bem cuidado, com fileiras de arbustos milimetricamente podados, árvores frutíferas alinhadas como peças de xadrez. Mais à frente, podia-se ver um pequeno lago artificial, cercado por pedras e flores de lótus. Parecia um cartão-postal.
Mas nada daquilo era liberdade.
Ele se trocou devagar, escolhendo uma calça leve e uma blusa branca, confortável. Saiu do quarto sem fazer barulho, não que precisasse — o lugar era tão silencioso que qualquer som se tornava quase um grito.
Do lado de fora do quarto, encontrou uma das empregadas pela primeira vez.
Ela parecia ter uns quarenta anos, usava um uniforme simples e um coque apertado no alto da cabeça. Quando o viu, curvou-se levemente.
— Bom dia, senhor S/N.
— Você pode me chamar só de S/N.
Ela ergueu os olhos com cuidado, como se não soubesse se podia mesmo aceitar aquilo.
— Claro, senhor... Digo, S/N. Deseja café da manhã?
— Posso preparar o meu?
— Há um chef responsável por isso, mas posso levá-lo até a cozinha, se desejar.
— Quero ver, se não for incômodo.
Foi a primeira de muitas pequenas “desobediências” que cometera naquele lugar.
A cozinha era moderna, cheia de equipamentos caros. O chef, um homem baixo e simpático, estranhou sua presença no início, mas logo estava mostrando onde ficavam os temperos, como funcionava a máquina de café e rindo da tentativa de S/N em fritar ovos sem que eles grudassem na frigideira de cerâmica.
— O senhor Jeong não costuma tomar café em casa — comentou o chef, enquanto preparava uma bandeja para ser levada ao escritório —. Sai cedo e volta tarde. Às vezes nem volta.
S/N apenas assentiu, tentando não parecer aliviado.
E assim começaram os dias.
Yunho desaparecia com a manhã, antes mesmo que S/N acordasse. Às vezes ele ouvia passos pela madrugada, o abrir e fechar de uma porta mais distante — provavelmente o quarto do outro lado do corredor — mas nunca o via. Não nos corredores, não nos jardins, nem mesmo nos jantares.
Era como viver com um fantasma.
Mas ao contrário do que esperava, aquilo era um alívio.
S/N não sabia o que seria pior: estar preso naquela mansão luxuosa com um alfa frio constantemente vigiando seus passos... ou com a ausência dele lhe lembrando, a cada minuto, que estava sozinho.
Com o tempo, ele começou a explorar.
A mansão era maior do que parecia. O hall de entrada se abria para vários corredores diferentes, cada um levando a uma ala nova. Aos poucos, foi descobrindo cada espaço como quem mapeia um território estrangeiro.
Havia uma sala de música, com um piano de cauda negro reluzente. Quando passou por lá pela primeira vez, os dedos coçaram para tocar, mas não sabia nada de piano. Ainda assim, sentou-se no banco e deixou os dedos deslizarem pelas teclas. Notas soltas, dissonantes. Um som estranho, mas... bonito, de algum modo. Como ele se sentia por dentro.
Depois descobriu os jardins internos, com bancos de pedra e pequenas esculturas escondidas entre a vegetação. Havia uma estufa com plantas tropicais, onde um dos jardineiros cuidava de orquídeas com uma delicadeza quase sagrada.
— O senhor Jeong as trouxe do Japão — disse o homem, orgulhoso. — Tem nomes para cada uma delas, acredita?
S/N riu, surpreso.
Talvez Yunho não fosse tão impenetrável quanto parecia. Ou talvez sim. Apenas se importava com flores, não com pessoas.
Uma das maiores descobertas foi nos fundos da casa: as termas.
Era uma estrutura subterrânea, com entrada discreta por uma escada de pedra. Dentro, o teto era abobadado, as paredes de pedra natural, e havia uma grande piscina com águas termais que exalavam um vapor agradável, quase terapêutico. Toalhas macias, luzes baixas, e o som da água borbulhando enchiam o lugar de uma paz estranha.
Ele começou a ir para lá todas as tardes.
Sentava-se dentro da água quente, a cabeça recostada na borda, os olhos fechados, e fingia, por alguns minutos, que estava em outro lugar. Que não havia assinado papel algum. Que não havia perdido tudo.
E durante esses mergulhos silenciosos, começou a se perguntar algo doloroso:
Será que ainda era ele mesmo?
Uma semana.
Sete dias.
E já conhecia todos os cômodos da casa.
Menos um.
O quarto de Yunho.
Era o único cuja porta permanecia sempre fechada. Às vezes, passava por ali tarde da noite e ouvia passos, ruídos de tecido, o som distante de uma torneira aberta. Mas nunca viu luz por baixo da porta, nunca cruzou com ele ao sair.
Era como se Yunho tivesse projetado a própria existência para não se cruzarem.
E estava tudo bem.
Mas... ele sentia falta de algo.
Algo pequeno, mas doloroso.
As mãos ansiavam pelas tintas, pelos pincéis, pelas telas. Ele sentia uma espécie de comichão nos dedos, como se o corpo todo gritasse por expressão. Andava até a sala de estar, olhava a lareira vazia, o chão limpo demais. Aquele lugar precisava de cor. De alma. Mas ele não tinha nenhum dos seus materiais.
Tudo havia ficado em Nova York.
Tudo.
E ele não sabia se podia pedir.
— A biblioteca tem livros sobre arte — comentou uma das empregadas, numa tarde em que o viu olhando para os quadros frios nas paredes.
S/N assentiu.
— Obrigado. Mas não é a mesma coisa.
— Quer que tentemos comprar algo? Pincéis? Tintas?
Ele hesitou.
— Não quero incomodar o senhor Jeong com isso.
Ela sorriu gentilmente.
— Tenho certeza de que ele nem perceberia.
S/N deu uma risada baixa, amarga. Ela não estava errada.
Era isso, afinal: viver uma vida bonita, silenciosa, e completamente vazia.
Era como ser uma pintura num museu.
Bem emoldurada.
Bem iluminada.
E morta por dentro.
As tardes na mansão se arrastavam como tinta escorrendo de um pincel cansado.
Naquela quinta-feira em especial, o silêncio parecia mais denso que o habitual. Os empregados haviam saído mais cedo, a mansão repousava em penumbra, o céu cinza lançava uma luz azulada sobre o chão de madeira. S/N não conseguia pensar em mais nada além da frustração latejando nos dedos.
Ele precisava pintar.
Precisava criar.
Mas tudo o que tinha eram livros, escadas vazias e pensamentos repetitivos.
A sala de música chamava seu nome como um sussurro constante, e antes que percebesse, estava lá de novo, parado diante do imponente piano preto.
Era lindo. Reluzente. E assustador.
Mas seus dedos doíam por fazer algo.
Sentou-se no banco devagar. Abriu a tampa. As teclas estavam frias ao toque.
Respirou fundo. Pressionou algumas notas.
Soltas.
Dissonantes.
Fez uma sequência qualquer — duas, três notas — e então tentou seguir com alguma melodia antiga, uma que ouvira na infância. Não lembrava o nome. Só o sentimento.
Mas a música saía errada. Acordes quebrados. Desajeitados. O som não tinha direção.
Ele estava prestes a desistir quando uma sombra surgiu atrás dele, silenciosa.
— Essa é Clair de Lune, de Debussy. Ou, pelo menos, era para ser.
S/N gelou.
Virou o rosto devagar.
Jeong Yunho estava ali, apoiado no batente da porta, com uma taça de vinho numa mão e um livro na outra. Não usava o habitual terno — vestia uma camisa preta simples, os dois primeiros botões abertos, e a calça de tecido escuro. Estava mais... humano. Menos esculpido em pedra.
— Você toca? — S/N perguntou, surpreso.
— Sempre toquei. — Yunho se aproximou com passos suaves. — Aprendi com minha mãe.
— Ah. Então... você tem mãe.
Yunho soltou um riso baixo. Foi a primeira vez que S/N ouviu aquele som.
— Ainda tenho. Ela só vive em Genebra e prefere as montanhas suíças ao filho problemático.
— Que coincidência. A minha prefere dinheiro a mim.
Eles riram. Um riso pequeno. Um riso triste.
Yunho então colocou a taça sobre o piano, sentou-se ao lado dele no banco, os ombros largos roçando discretamente nos de S/N. O calor do corpo do alfa era intenso. A energia era estranha, magnética.
— Pode tentar de novo, se quiser — disse Yunho, olhando as teclas. — Eu guio.
— Vai rir de mim?
— Provavelmente.
S/N revirou os olhos.
— Obrigado pela honestidade.
— Honestidade é o mínimo que posso te dar... depois de comprar você.
O comentário foi seco, mas Yunho não riu. Apenas o encarou por um segundo. S/N abaixou os olhos, sem saber o que responder. Mas Yunho não recuou. Pegou as mãos de S/N com gentileza, posicionando os dedos sobre as teclas corretas.
— Comece aqui.
S/N seguiu o toque. Pressionou a nota.
— Agora essa. Depois essas duas juntas.
Os sons começaram a se formar. Yunho tocava junto, seus dedos deslizando pelas teclas com elegância. Cada movimento era preciso, fluido. Ele tocava como se conversasse em outra língua. Uma língua feita de som.
— Você é... muito bom nisso — sussurrou S/N.
— É o que dizem. Mas nunca me serve pra nada além de impressionar velhinhas em jantares de negócios.
S/N riu baixinho.
— Então... você tem amigos?
Yunho o olhou, fingindo ofensa.
— Claro que tenho.
— Jura?
— Não muitos. Mas alguns. E vão vir amanhã à noite. Teremos um jantar. Queria te avisar.
S/N parou de tocar.
— Eu... tenho que estar presente?
— Se você quiser. Ninguém vai te obrigar. Mas como agora você é, teoricamente, meu ômega, seria bom te apresentar.
— Como... decoração de mesa?
Yunho sorriu torto.
— Se quiser jogar vinho no rosto de algum deles, autorizo.
Eles riram de novo. E então, silêncio.
Era confortável. Assustadoramente confortável.
S/N olhou para a própria mão. Os dedos ainda tremiam levemente, não pelo piano, mas pela tensão contida.
— Posso te pedir algo?
— Pode tentar.
— Eu queria... — S/N mordeu o lábio. — Materiais de pintura. Tintas, pincéis... telas. Se for possível, claro. Se não... tudo bem também.
Yunho não respondeu de imediato.
Apenas olhou para ele. Os olhos escuros pareciam varrer S/N por dentro.
Então, num tom quase leve:
— Você não precisa pedir permissão para isso.
— Mas eu achei que...
— Essa casa é sua agora também.
S/N corou. Baixou o olhar. Sentia as bochechas queimarem.
— Obrigado.
Yunho assentiu. Mas havia algo diferente no olhar dele agora. Um brilho discreto. Uma tensão mal contida. Como se algo dentro dele tivesse se movido — milímetros, mas se movido.
Ele se levantou devagar. Pegou a taça de vinho.
— As tintas chegam amanhã cedo.
— Obrigado de novo...
— S/N?
— Sim?
— Você não toca bem. Mas... — Yunho sorriu de leve, quase sincero — tem algo bonito na sua bagunça.
S/N piscou, sem saber se era um elogio ou não.
Yunho deu meia-volta. Já ia saindo da sala quando a voz dele mudou.
Ficou mais baixa. Mais dura.
— Não crie expectativas, S/N.
S/N virou o rosto devagar.
— Desculpa?
Yunho já não o olhava mais.
— Sobre mim. Não me veja como alguém bom. Não estou tentando te iludir.
— Eu não estou...
— Ótimo. Melhor assim.
E então foi embora.
Sem mais explicações.
S/N ficou sozinho no banco do piano.
As teclas ainda quentes sob os dedos. A música ainda ecoando no peito.
Mas agora havia algo novo ali, algo que ele não sabia nomear.
E talvez fosse exatamente isso que o assustava tanto.
A mansão parecia ter engolido uma constelação naquela noite. Lustres acesos, corredores perfumados, velas e luzes âmbar. Os empregados corriam em silêncio como sombras vestidas de preto e prata, arrumando cada detalhe do salão de jantar.
S/N estava no topo da escadaria, hesitante.
Usava um conjunto social claro, elegante, caro demais. O tecido era macio contra a pele, mas o aperto em seu estômago não vinha do cinto. Era ansiedade.
Ele suspirou e desceu devagar. Yunho o esperava no pé da escada, impecável como sempre. Terno escuro, cabelo milimetricamente arrumado, perfume sofisticado. Mas havia algo mais — algo que S/N ainda não sabia reconhecer. Uma expectativa silenciosa.
— Você está... bonito — disse Yunho.
— Obrigado.
— Nervoso?
— Um pouco. Nunca conheci um grupo de alfas milionários antes.
Yunho sorriu.
— Eles babam muito e gostam de falar de si mesmos. Você vai se encaixar perfeitamente.
S/N soltou um riso nervoso.
A campainha tocou e não demorou até o salão se encher de vozes. Três homens bem vestidos entraram primeiro, seguidos de uma mulher de vestido rubi. Todos amigos de Yunho — empresários, investidores, socialites. Eles riram alto, beberam ainda mais alto. Brindes, elogios, perguntas fúteis.
Yunho os apresentava com frases breves.
— Esse é Minjae. Acredita que golfe é esporte.
— Heejin. Conhece todos os escândalos do mundo — e não hesita em criá-los.
— Seongchan. Advogado. Melhor evitar discussões.
S/N riu educadamente, sem saber exatamente onde colocar as mãos. Sentia-se pequeno, mas logo o vinho ajudou. Respondeu às perguntas sobre sua vida com leveza. Inventou parte das respostas.
Não contou sobre a mãe fria. Nem sobre as noites em claro chorando de raiva. Disse apenas que pintava. E que agora... estava tentando se ajustar à nova rotina.
— Então você é artista? — perguntou Heejin, inclinando-se com interesse genuíno.
— Tentava ser, ao menos.
— Espero que Yunho compre suas obras. Ele precisa de cor naquela biblioteca sombria.
Todos riram. Yunho apenas sorriu com os lábios.
Mas seu olhar... mudou.
Fixou-se em S/N como se estudasse algo que não aprovava.
Mais tarde, quando a sobremesa chegou, Yunho já estava calado.
Enquanto os amigos conversavam sobre viagens e fusões, S/N comentou, em tom baixo:
— Você tem bons amigos. Fiquei surpreso.
— Surpreso por quê?
— Achei que preferia ficar sozinho. Ou que não deixaria ninguém se aproximar.
Yunho não respondeu. Pegou a taça, bebeu num só gole.
— Você riu muito com Minjae — disse depois.
— Ele é engraçado.
— Ele é idiota.
— Está com ciúmes?
— Estou irritado.
— Por quê?
Yunho o encarou.
— Vamos conversar lá em cima.
O quarto estava escuro, apenas uma luz baixa no canto. S/N tirou o paletó, sem entender ainda o que havia feito de tão errado.
— Você quer me explicar o que aconteceu? — perguntou ele.
Yunho fechou a porta com mais força do que deveria.
— Acha engraçado flertar com meus amigos?
— O quê? Eu não flertei com ninguém!
— Ficou corado com cada elogio. Tocava no braço de Minjae. Ria como se estivesse encantado.
— Porque eu estava nervoso! Eu estava tentando ser educado! Meu Deus, eu nem gosto dele!
— Não grite comigo.
S/N recuou um passo.
Yunho se aproximou.
— Não foi para isso que eu te trouxe aqui. Não para brincar de artista. Ou fingir que é um convidado.
— Você me disse que eu poderia pintar...
— E estava errado. O pedido foi cancelado.
— O quê?
— As tintas, as telas. Esqueça isso.
S/N piscou, sem acreditar.
— Você prometeu.
— Eu me enganei. Achei que talvez... você soubesse o seu lugar.
— Meu lugar? — A voz dele tremeu. — Eu sou um prisioneiro aqui, não um boneco decorativo!
— E ainda assim vive sob meu teto. Com meu nome.
— Eu nunca pedi isso! Você me comprou, Yunho!
— Sim. E já que comprei, quero retorno.
S/N estava imóvel. Os olhos marejados.
— Então... o que você quer?
Yunho respirou fundo.
— A partir de agora, você vai agir como o ômega que sua família prometeu. Vai sair comigo, participar dos eventos, sorrir quando eu sorrir. Vai dormir na cama certa, usar o que eu mandar, falar quando for chamado. Nada de tintas, nem de sonhos, nem de liberdade.
S/N sentiu algo quebrar por dentro.
Um caco de si mesmo se desprender.
— Entendido? — perguntou Yunho, a voz baixa, perigosa.
— Sim, senhor — respondeu S/N.
Os meses seguintes foram longos.
E frios.
S/N virou uma sombra elegante. Acompanhava Yunho em eventos, jantares, cerimônias. Usava roupas caras, sorria com perfeição. Era fotografado. Elogiado. Chamado de "o ômega perfeito".
Mas por dentro, estava oco.
As tintas jamais chegaram. As telas foram esquecidas.
As mãos que antes criavam agora apenas seguravam taças e assinavam presença.
Yunho o tratava bem em público. Um marido exemplar. Mas em casa... a distância crescia.
Havia noites em que Yunho o abraçava como quem segura algo valioso. Mas também havia outras em que ele nem aparecia. Apenas deixava bilhetes curtos. Instruções. Horários. Nada mais.
S/N dormia no quarto decorado, com almofadas de seda, e chorava em silêncio.
Ele havia se tornado o ômega perfeito.
E por isso, havia desaparecido.
O café estava sobre a mesa, ainda quente, mas intocado.
S/N girava a colher dentro da xícara, distraído, enquanto a mansão ao redor seguia em silêncio. Era sempre assim nas manhãs. Silêncio. Ordem. Nada fora do lugar.
Exceto ele.
Ele estava fora de lugar há meses.
O reflexo na janela mostrava um ômega elegante, bem cuidado, com pele macia, roupas impecáveis, cabelo brilhando sob a luz da manhã.
Mas aquele não era ele.
Era apenas o que restou.
Desde a noite do jantar, Yunho havia mantido sua palavra. Nada de tintas, telas, cores. Nenhum pedido era atendido. Ele apenas sorria em público e obedecia em silêncio. Dormia em camas cheias de almofadas que mais pareciam jaulas disfarçadas.
Sorria no espelho, ensaiava falas antes de sair.
Com o tempo, começou a falar pouco. A pensar menos.
Como uma flor esquecida em vaso de cristal, bonita, porém morrendo em silêncio.
Yunho notava.
Mesmo que fingisse não ver, notava.
Notava os silêncios longos de S/N no carro. O modo como ele olhava pela janela, como se esperasse o mundo acabar lá fora. Notava a maneira como ele sorria com os olhos baixos, sem levantar o queixo.
Notava a ausência da cor nos passos dele.
Uma tarde, ao chegar mais cedo, passou pela sala e o viu sentado na escadaria, abraçado aos próprios joelhos, a cabeça encostada na parede. Estava com o roupão de seda claro, e parecia pequeno ali. Tão pequeno. Tão fora do próprio corpo.
Yunho não disse nada.
Apenas voltou ao carro e saiu outra vez.
Na manhã seguinte, ele ligou para a administradora da casa.
— Prepare o antigo salão de chá. Livre tudo. Eu quero um ateliê.
— Um ateliê, senhor?
— Sim. Iluminação natural. Estantes novas. Cavaletes. Tintas importadas. Tudo.
— Para o senhor?
Silêncio.
Yunho apertou o celular com força.
— Não. Para ele.
Demorou dois dias.
Duas manhãs de trabalho silencioso, carregamento, organização. As janelas foram abertas, as cortinas trocadas por uma translúcida. A madeira encerada foi coberta por tapetes neutros, pincéis de todos os tipos alinhados, tintas a óleo e aquarela divididas por paletas.
A luz entrava como num santuário.
E havia um único bilhete sobre a mesa central:
Faça o que quiser com isso. Use. Destrua. Ignore. Y.
Yunho não teve coragem de entregar pessoalmente.
Ordenou à empregada mais discreta da casa:
— Leve-o até o salão reformado. Diga apenas que é dele. Não responda perguntas. E não diga quem mandou.
— Sim, senhor.
S/N estranhou o convite.
Era raro alguém da casa se dirigir a ele. Todos o tratavam com cuidado, mas à distância, como se soubessem da coleira invisível que o cercava.
— Me acompanhar, por quê? — perguntou ele, com a voz baixa.
— Apenas venha, senhor. Está autorizado.
Atravessaram o corredor do lado leste, onde ninguém andava há semanas. As portas duplas do salão de chá estavam entreabertas.
Quando a empregada empurrou uma delas, S/N sentiu o coração desacelerar. Como se tudo ao redor perdesse o som.
Lá dentro, ele viu.
As telas. Os cavaletes. As tintas. As estantes com blocos de papel, as luzes bem posicionadas, o cheiro de madeira e óleo misturado ao da liberdade.
Por um momento, ele achou que estivesse sonhando.
Deu dois passos lentos para dentro.
Depois mais um.
Tocou um tubo de tinta azul cobalto, girou entre os dedos. Umedecidos. Tremendo.
— Quem...?
— Apenas disseram que é seu, senhor — respondeu a empregada, com um meio sorriso respeitoso.
E então ela saiu.
S/N ficou ali, em silêncio.
Sozinho com o que antes era sua alma.
Sentou-se diante da tela branca, pegou um pincel.
Não pintava há meses.
A mão tremia.
A tinta parecia estranha. O cheiro era familiar demais. Como visitar o quarto de uma infância feliz e esquecida.
Ele começou devagar.
Primeiro um traço tímido.
Depois outro. Mais um. Cores testadas. Tons que se misturavam.
E então algo explodiu. Como um suspiro longo e engasgado.
Chorou.
Chorou sobre a paleta.
Chorou como quem volta a respirar depois de um afogamento.
No fim do dia, havia cor por toda parte.
Na tela. Nas mãos. Na boca, onde o pincel havia encostado sem querer. No chão. No peito.
Yunho não apareceu.
Mas havia passado pela porta à noite, em silêncio.
Olhou por entre a fresta da madeira, viu S/N pintando de costas, cabelos presos de qualquer jeito, tinta até no pescoço. Rindo baixinho. Conversando com a tela como se ela entendesse.
Yunho ficou ali por três minutos.
Não entrou.
Nem bateu.
Apenas voltou para o quarto dele com um peso estranho no peito.
Naquela noite, dormiu mal.
O rosto manchado de tinta de S/N não saía de sua mente.
Nem os olhos brilhando enquanto ele misturava verde com dourado.
Havia devolvido a liberdade.
Mas não teve coragem de pedir desculpas.
Ainda não.
No dia seguinte, uma nova remessa de materiais chegou à mansão.
Mais tintas.
Mais telas.
Mais liberdade.
E S/N, enfim, voltou a sonhar em silêncio — entre pinceladas e sorrisos contidos, mesmo sem entender se aquele gesto era amor... ou apenas uma tentativa de perdão que ainda não tinha nome.
Os dias tinham se tornado diferentes.
Não exatamente felizes — mas vivos. E isso era mais do que S/N ousava pedir.
Yunho havia sumido por horas e horas a fio, como sempre, mas agora, ele passava. Às vezes, ao longe, pela porta do ateliê. Às vezes, deixava um pacote novo, fingindo que não fora ele. Uma aquarela especial, pincéis de pelos raros. Tudo sem nome. Mas S/N sabia.
Sabia que vinha dele.
Sabia que só podia ser dele.
E aos poucos, sem se dar conta, começou a pintar Yunho.
Primeiro em traços sutis, quase imperceptíveis. A curva da mandíbula. O modo como ele cruzava os dedos ao pensar. O olhar sério. O peso nos ombros. O terno sempre sóbrio.
Era como se, entre pinceladas, S/N aprendesse a decifrá-lo.
E então, decidiu fazer algo por ele também.
A ideia surgiu ao ouvi-lo tocar piano numa noite, escondido atrás da porta da sala de música.
Yunho não sabia que estava sendo observado.
S/N tinha descido para beber água e passou pela porta entreaberta. A luz amarelada iluminava a ponta dos dedos longos do alfa sobre as teclas. Tocava com precisão — mas havia emoção ali, e isso o surpreendeu.
A música era profunda. Triste. Mas real.
E foi naquele instante que S/N soube: queria retribuir.
Passou três dias seguidos treinando sozinho.
A empregada que havia lhe mostrado o ateliê o ajudou a conseguir partituras. S/N era péssimo com leitura musical, mas aprendia pelo ouvido, pela repetição. As pontas dos dedos ficaram vermelhas, a paciência quase se esgotou — mas ele persistiu.
E quando achou que estava pronto... decidiu arriscar.
Naquela manhã, acordou cedo.
Muito cedo.
A casa ainda dormia quando ele desceu, vestindo uma camisa branca de algodão leve e calça de linho clara. O cabelo solto, natural, com algumas ondas desfeitas da noite anterior.
Na sala de música, ele organizou uma pequena mesa com croissants, geleias e café moído à mão — lembrava que Yunho sempre bebia amargo, sem açúcar. Frutas frescas, um suco de laranja. Talheres de prata alinhados com perfeição.
Estava nervoso.
Mas também esperançoso.
Sentou-se ao piano.
Esperou.
Yunho chegou pontualmente às oito, como sempre.
Mas, ao dobrar o corredor, notou o cheiro de café.
E música.
Parou.
A mão pousou na maçaneta, hesitante. Não soube o que esperar.
Quando empurrou a porta... ficou sem fala.
S/N estava ali.
Sentado ao piano.
Tocando.
A melodia era simples, com pequenos erros, mas cheia de esforço. As mãos hesitavam, tropeçavam às vezes, mas o coração estava inteiro em cada nota. Era um convite. Um gesto. Um pedido silencioso.
— Eu... — S/N sorriu, corando, sem parar de tocar. — Eu achei que poderíamos tomar café da manhã juntos hoje.
Yunho demorou a responder.
Apenas entrou, fechando a porta atrás de si. Os olhos correram do piano para a mesa posta. O rosto de S/N estava levemente vermelho. Havia até uma florzinha no centro da mesa.
— Foi você quem fez tudo isso? — perguntou, com voz baixa.
S/N assentiu, ainda tocando. — Eu aprendi esta música só para hoje. Queria... tocar com você.
Yunho se aproximou devagar.
Olhou para ele. Depois para as teclas.
E então sentou-se ao lado.
— Posso? — murmurou.
S/N sorriu, aliviado. — Claro.
Os dedos de Yunho tomaram lugar ao lado dos dele, e então ele começou a acompanhar, suavemente, guiando o ritmo. S/N se ajeitou no banco, tocando com mais firmeza.
A música, ainda tímida, ganhou corpo.
Por instantes, não havia nada no mundo além daquele som, daqueles dois corpos tão próximos, dividindo o mesmo banco estreito.
S/N sentia o calor do braço de Yunho tocar o seu de leve. O cheiro do perfume dele. O leve roçar das coxas.
E o coração acelerado, desesperado por aprovação.
— Você se dedicou — murmurou Yunho, enquanto tocavam. — Está muito melhor do que eu esperava.
— Eu queria... te agradar. — S/N respondeu, virando o rosto para ele, com sinceridade.
Yunho parou de tocar.
Os dedos dele ainda estavam sobre as teclas.
Mas os olhos se voltaram, lentamente, para os de S/N.
— Por quê?
A pergunta saiu mais grave do que ele gostaria. Mais carregada. Como se fosse uma acusação, e não uma curiosidade.
S/N hesitou.
Mordeu o lábio inferior.
E então respondeu, num sussurro quase infantil:
— Porque foi você quem me deu o ateliê. Porque eu sei que... mesmo quando está distante, está sempre me vendo. Porque por um instante... quando estou com você... sinto que ainda posso existir como eu sou. E não só como... o ômega perfeito que esperam que eu seja.
Yunho sentiu o estômago apertar.
Quis dizer algo.
Mas ao invés disso... se aproximou.
E o beijou.
Foi devagar. Como se pedisse permissão. Mas também como se não aguentasse mais.
Os lábios tocaram os de S/N de forma gentil, íntima, intensa. E S/N retribuiu com surpresa, mas sem medo. Os dedos dele escorregaram das teclas, parando sobre o colo, e os olhos se fecharam com doçura.
Era o primeiro beijo deles.
Mas carregava meses de silêncio, de tensão, de espera. De medo. De desejo. De coisas nunca ditas.
Yunho afastou-se devagar, com a respiração trêmula.
— Eu... desculpe. Eu não devia...
— Não. — S/N segurou o pulso dele, rápido. — Não precisa pedir desculpas.
O silêncio se instalou entre os dois, delicado.
Mas havia algo novo nele agora.
Algo morno.
Algo real.
Yunho desviou o olhar, confuso. — Eu marquei um jantar... esta noite. Com alguns amigos. Empresários. Homens que podem ajudar nos negócios da família.
— Oh... — S/N piscou, tentando esconder o desânimo. — Claro. Devo ficar no quarto?
— Não. — Yunho o encarou. — Eu quero que você vá comigo.
S/N ficou surpreso. — Você... quer?
— Sim. Quero que eles te vejam. Quero que saibam quem você é. — Ele fez uma pausa. — Quero que saibam que... você é meu.
S/N sentiu o coração pular no peito.
— Tudo bem.
E pela primeira vez, sorriu com sinceridade.
O jantar foi... diferente do que S/N esperava.
Não houve apresentações secas, olhares de desdém ou desconforto forçado. Yunho, de terno escuro impecável, conduziu a noite com elegância — e com S/N ao seu lado. Orgulhoso. Atento. Cuidando.
— Este é S/N — disse logo ao primeiro aperto de mão — meu ômega. E meu companheiro.
As palavras foram claras. E firmes.
Alguns dos convidados o olharam com surpresa, mas Yunho não vacilou. S/N, inicialmente tímido, permaneceu ao lado dele com um sorriso leve, tentando esconder a ansiedade. Mas conforme os minutos passaram, ele se soltou.
Riu de piadas.
Fez observações gentis.
Compartilhou histórias de Nova York, das pinturas, da arte que amava. E não houve censura.
Yunho o escutava com atenção real, os olhos fixos, e quando alguém ousava interrompê-lo, ele fazia questão de retomar o fio para que S/N pudesse concluir. Era nítido: ele queria que todos vissem. Não um ômega decorativo. Mas alguém de valor. Alguém por quem valia a pena sentir orgulho.
E isso... mexeu com S/N mais do que qualquer carinho físico poderia.
Porque era liberdade.
E respeito.
E amor — mesmo que ainda não dito.
A bebida correu solta. Taças de vinho. Champanhe. Um brinde aqui, outro ali.
S/N não costumava beber muito, mas se sentia leve, solto, como não há muito tempo.
Yunho, ao lado, também estava diferente.
Mais relaxado. O sorriso mais fácil, os olhos mais escuros, o corpo levemente inclinado, como se tudo nele estivesse voltado apenas para S/N.
— Você foi perfeito esta noite — ele murmurou, ao entrarem na casa já silenciosa, quase madrugada.
— Você me deixou ser quem eu sou — S/N respondeu, rindo baixinho, tropeçando no tapete. — Isso é mais do que eu achei que teria.
— E é tudo o que você merece — completou Yunho.
O silêncio caiu por um segundo.
Mas era um silêncio bom.
Denso de intenção.
Yunho o guiou até o quarto com um toque leve nas costas, e S/N sentiu o calor irradiar sob o tecido da roupa. O cheiro dele... estava mais forte. Um pouco do álcool, um pouco da noite, e muito da proximidade.
Dentro do quarto, Yunho tirou o paletó devagar, desabotoando os punhos da camisa.
S/N parou perto da cama, os olhos fixos nos movimentos do alfa.
Ele estava tão bonito ali, sob a luz baixa, com o cabelo um pouco bagunçado e o colarinho aberto. E o cheiro... o cheiro só aumentava. Era um perfume amadeirado misturado com algo mais — o próprio cheiro de Yunho, puro, quente, masculino.
— Você está duro — sussurrou S/N, com um sorriso torto, os olhos fixos na calça que mal escondia a ereção.
Yunho engoliu em seco.
— É o vinho — mentiu, ou tentou mentir.
S/N deu um passo à frente.
— É o cheiro do meu corpo, não é?
A pergunta foi feita com a voz baixa, atrevida, carregada de algo doce e perigoso. Yunho não respondeu, mas o olhar disse tudo. S/N se aproximou mais, colando o corpo no dele.
— Posso...? — perguntou, com as mãos já tocando o cós da calça social.
— S/N... — a voz de Yunho falhou. — Isso é perigoso. Se você começar... eu não vou conseguir parar.
— Eu não quero que pare.
E então se ajoelhou.
Devagar.
Sem desviar o olhar.
As mãos subiram até o zíper, abriram com delicadeza. A ereção dele pulsava sob a cueca, quente, espessa, pesada. S/N engoliu em seco ao ver. Corado, mas decidido, puxou o tecido para baixo.
O membro de Yunho saltou livre.
E era tudo o que ele imaginava. E mais.
S/N se inclinou.
Beijou a base, depois o meio, depois a ponta. Lentamente, como se memorizasse cada detalhe com os lábios. Sentia o calor, o cheiro, o peso. Sentia Yunho tremer de leve, com os músculos da coxa contraindo sob as mãos dele.
E então, num sussurro rouco, disse:
— Me deixa te agradar...
E abocanhou.
Yunho gemeu baixo.
As mãos dele foram para os cabelos de S/N, puxando com suavidade, como se não acreditasse no que estava acontecendo. S/N o engolia devagar, sentindo a boca se moldar à forma dele, aprendendo a cada segundo como deixá-lo louco.
Os movimentos eram lentos, sensuais, a língua dançava na ponta, descia com firmeza pela lateral, subia até envolver tudo outra vez.
Yunho tentava manter o controle. Respirava fundo, deixava os olhos fecharem. Mas era impossível. O calor da boca de S/N, os sons úmidos, a entrega total...
Ele sabia que não conseguiria aguentar por muito tempo.
— S/N... — gemeu, com a voz rouca, quase suplicante. — Você vai me deixar louco.
S/N o olhou de baixo, com os olhos brilhando, as bochechas coradas, o lábio úmido ao sair um pouco só para sorrir.
— Já é tarde pra voltar atrás, Yunho...
E afundou de novo, mais fundo.
Yunho jogou a cabeça para trás, soltando um palavrão abafado.
Aquela noite marcava um antes e depois. Um toque. Um gosto. Uma rendição.
Yunho não resistiu.
Quando viu S/N de joelhos, com o pau dele entre os lábios, a boca quente o sugando com tanto carinho e safadeza, soube que já era tarde demais. Aquele ômega que ele achava frágil era a perdição dele. Cada gemidinho abafado, cada lambida lenta na glande... era a morte e o paraíso ao mesmo tempo.
S/N sentia o pau pulsar pesado na boca, e não queria parar. Sentia o gosto do pré-gozo, sentia o corpo do alfa tremer. Mas era mais que físico. Ele queria dar prazer. Queria vê-lo perder o controle.
Yunho segurou firme nos cabelos de S/N, puxando com urgência até ele largar o pau com um fio de saliva brilhando.
— Vem aqui — rosnou.
S/N mal teve tempo de levantar. Yunho já o puxava pela cintura, colava os corpos e o beijava com a boca quente e dominadora. Os dois ainda meio bêbados, meio entorpecidos um do outro.
As roupas foram arrancadas no meio do caminho, o paletó jogado no sofá, a blusa de S/N puxada por cima da cabeça, os beijos descendo pelo pescoço, ombros, peito. Yunho o deitou na cama devagar, mas os olhos ardiam de desejo.
— Você é meu, S/N... — disse contra a pele do abdômen dele, beijando cada pedaço. — E hoje eu vou te fazer lembrar disso a noite toda.
S/N sorriu manhoso, as pernas se abrindo devagar, convidando.
— Então me marca... me fode, Yunho...
Yunho gemeu rouco. O alfa dentro dele já tinha assumido completamente. Subiu no corpo de S/N, beijou sua boca com força e encaixou os quadris entre suas pernas.
Os corpos colavam com facilidade, pele quente contra pele quente.
Yunho tocou entre as pernas de S/N e encontrou o buraquinho molhado, pulsando, já quase se abrindo sozinho. S/N estava completamente pronto, o cheiro do cio se intensificando.
Ele não precisava nem preparar.
Mas ele queria.
— Vai devagar... — S/N pediu entre suspiros. — Só no começo.
Yunho obedeceu. Passou os dedos no meio das nádegas, sentindo o buraquinho se contrair. Lubrificou com o próprio gozo, depois com a língua. Beijou, lambeu, chupou com força, fazendo S/N gritar, gemer e rebolar contra sua boca.
— Ahh... Yunho... p-para de provocar...
— Então aguenta.
Ele se posicionou, o pau grosso e duro apontado pro cuzinho molhado de S/N. E empurrou.
Devagar.
Mas fundo.
S/N gemeu alto, a cabeça tombando pra trás, os olhos fechados. Sentia o pau de Yunho abrir caminho, esticar, tomar. Era tanto, tão grosso, tão quente...
— Isso... isso, Yunho... enfia tudo...
Yunho mordeu o lábio, segurando o controle. Mas quando sentiu o corpo de S/N aceitar tudo, ele não aguentou. Começou a meter. Fundo. Rápido. Fortemente.
— Ouve esses sons, S/N... — gemia contra o ouvido dele — ouve como seu cuzinho chupa meu pau...
E era verdade. As estocadas faziam barulho de pele contra pele, o som da cama batendo na parede, os gemidos doces de S/N misturados com os grunhidos roucos de Yunho. O cheiro de alfa e ômega tomava o quarto.
Yunho fodia como quem queria marcar.
Como quem queria ficar ali pra sempre.
Virou S/N de bruços e puxou ele pela cintura, metendo por trás. A visão do bumbum sendo aberto, o pau entrando e saindo, molhado, rijo... era demais.
— Eu vou gozar... — S/N gemeu, ofegante.
— Não antes de mim — Yunho rosnou e meteu mais rápido, mais fundo.
Até o nó formar.
Até os dois sentirem o encaixe explodir num gozo quente, interminável. S/N sentia o pau latejando dentro de si, o nó inchado travado lá dentro, e gemeu com força enquanto gozada jorrava embaixo dele também, sujando a barriga, a cama, tudo.
Mas Yunho não parou.
Mesmo preso, ainda se movia devagar, fazendo S/N gozar de novo, gemer, chorar de prazer.
— Você é perfeito — sussurrou. — Meu ômega... meu tudo.
A noite só terminaria ao amanhecer.
E eles sabiam disso.
Porque o que começou ali... nunca mais seria só sexo.
Era amor. E era só o começo.
Depois daquela noite, algo quebrou dentro de Yunho.
Ou melhor: algo se libertou.
Aquela coisa que ele achava que sabia controlar. O desejo. A posse. O afeto. Tudo aquilo tomou forma, cheiro, gemido — e nome. S/N.
Era impossível ficar longe. No começo, ele ainda tentava seguir a agenda. Reuniões, ligações, projetos. Mas bastava ouvir um sussurro vindo do ateliê, ou pegar o cheiro de S/N vindo da cozinha, do jardim, da escada, da porra do piano — e pronto. Acabava.
Largava tudo.
E ia atrás.
Atrás daquele corpo que parecia feito pra ele, daquele cuzinho apertado que já reconhecia o pau dele com fome, daquela boca que sabia gemer no tom exato entre manhoso e safado.
— Yunho… você não tem uma conferência agora? — S/N sussurrou um dia, com a camiseta larga de dormir, sem cueca por baixo, empoleirado na bancada da cozinha.
— Tenho. — ele respondeu, se aproximando devagar.
— Então vá.
— Vai se sentar bem aí, sem cueca, com essas pernas abertas, e me dizer que eu devo ir?
S/N sorriu.
E em menos de três minutos, já estava de bruços na bancada fria, a camiseta erguida, e o pau de Yunho enfiando fundo, sem piedade.
— Ai… ai, Yunho… — gemia baixinho, com os olhos revirando. — A porta tá aberta…
— Deixa. Que vejam que você é meu.
E eles viram.
Na semana seguinte, o mordomo bateu na porta da biblioteca e, ao abrir, deu de cara com S/N no colo de Yunho, quicando no pau dele, gemendo contra o ombro do alfa.
— M-me desculpem, eu... volto depois...
Na outra, foi a cozinheira que encontrou os dois na despensa, Yunho com a mão na garganta de S/N, estocando fundo enquanto sussurrava safadezas no ouvido dele, o leite entornado no chão ao lado.
— Senhores! Pelo amor de Deus! — ela gritou, cobrindo os olhos e correndo pra fora.
Yunho só riu.
— Vão ter que se acostumar.
E ele estava falando sério.
Porque depois da primeira vez, não havia mais “distância elegante”. Yunho queria tudo. Todos os dias. Acordar com S/N aninhado no peito. Tomar café com ele sentado no colo. Andar pelo jardim com os dedos entrelaçados.
— Você era frio antes — S/N comentou certo dia, enquanto desenhava Yunho deitado, nu, apenas com o lençol até a cintura.
— Você era um fantasma — respondeu ele. — Agora você sorri. Agora você geme pra mim. Agora você é meu.
— Eu sempre fui meu.
— E agora você escolhe ser meu. — Yunho se levantou e pegou S/N no colo. — E eu vou te lembrar disso todos os dias.
E lembrava.
Na cama.
No sofá.
Na varanda do quarto, com o céu estrelado testemunhando S/N de quatro, gritando de prazer enquanto o pau grosso de Yunho entrava e saía com força, o som do corpo dele batendo contra a bunda ecoando no silêncio da noite.
— Você me mata — S/N dizia, entre beijos ofegantes. — E eu gosto.
— Você é minha perdição — Yunho respondia, lambendo a coluna dele. — E eu nunca mais quero me encontrar.
As semanas passaram assim.
Fodiam tanto que perderam a noção.
Sexo com café. Sexo antes do banho. Sexo depois do banho. Sexo fingindo que estavam só lendo juntos no sofá. Sexo até mesmo com as mãos dadas, no silêncio da biblioteca, quando Yunho simplesmente não resistia em meter devagar enquanto os dois se olhavam.
Mas mais do que isso...
Eles riam. Juntos.
Dividiam comida. Dormiam enroscados. Se ouviam.
Yunho agora fazia questão de ver os desenhos de S/N, comprava livros que ele talvez gostasse, mandava buscar pigmentos raros só pra surpreendê-lo no ateliê.
— Por que você faz tudo isso agora? — S/N perguntou um dia, deitado com a cabeça no colo dele.
Yunho olhou nos olhos dele, sério.
— Porque me apaixonei pela sua liberdade. E depois me apaixonei por você.
S/N ficou em silêncio. Engoliu em seco.
— Você é um idiota por ter demorado tanto.
— Mas agora você é meu idiota — Yunho murmurou, descendo a mão pelas coxas do ômega. — E vai ser o meu ômegazinho gostoso pra sempre.
S/N riu.
Mas logo gemeu.
Porque Yunho o virou na cama e abriu as pernas de novo, pronto pra outra rodada.
E o sol ainda nem tinha nascido.
O “eu te amo” veio num dia comum.
Sem flores, sem velas, sem roupas caras.
S/N estava de pé no ateliê, uma mancha de tinta vermelha no queixo, usando uma camisa velha de Yunho e um short minúsculo que deixava metade da bunda à mostra. Ele segurava um pincel com a boca, os cabelos presos de qualquer jeito, cantarolando baixinho enquanto terminava uma tela nova.
Yunho observava tudo da porta, os braços cruzados, a gravata meio frouxa, o coração explodindo no peito.
E foi ali que ele soube.
— Eu te amo — ele disse.
Simples assim.
S/N virou, com o pincel ainda preso entre os lábios, piscou confuso. Tirou o pincel com os dedos sujos de tinta e arregalou os olhos.
— O quê?
— Eu te amo, S/N.
S/N largou tudo. Foi até ele devagar. Tocou o rosto dele com mãos sujas de tinta e sorriu.
— Até que enfim, Yunho.
— Você já sabia?
— Eu só estava esperando você criar coragem.
— Arrogante...
— É por isso que você me ama... e eu... te amo também — ele sussurrou, colando os lábios nos dele.
Casaram-se dois meses depois. Dessa vez de verdade, sem obrigação, sem papeis, sem mães manipuladoras, nada de mídia, nada de festa.
Só eles dois, sob as estrelas, no jardim da mansão, rodeados pelas luzes amareladas penduradas entre as árvores, com a grama cheirosa sob os pés e os dedos entrelaçados. Yunho usava uma camisa branca simples, aberta no peito. S/N usava branco também, mas o tecido leve dançava com o vento, como se o vestisse e despisse ao mesmo tempo.
— Pronto pra ser meu oficialmente? — Yunho sussurrou, com os olhos marejando.
— Eu já sou seu desde que você me deixou pintar de novo — S/N respondeu, sorrindo, emocionado. — Mas agora… agora o mundo todo vai saber.
E sabiam.
Porque na noite estrelada, eles assinaram os novos papéis.
Nada de contratos empresariais.
Dessa vez, assinaram com os corações nus.
A noite de núpcias?
Ah... não poderia ser diferente.
S/N nem teve tempo de tirar a roupa sozinho. Yunho o deitou na cama e despiu cada peça com os dentes, com as mãos, com a boca. Beijou cada centímetro, lambeu a clavícula, mordeu os mamilos, espalhou beijos pela barriga.
— Hoje você é meu marido. E eu vou te foder como tal.
— Então fode logo, Yunho...
O alfa sorriu. Enfiou dois dedos no cuzinho dele, devagar, enquanto o olhava nos olhos.
— Você se abre tão bem pra mim... tá quente... tá apertado...
S/N gemia, manhoso, se revirando nos lençóis brancos, pedindo mais.
Yunho se posicionou, o pau grosso e latejante roçando na entrada do ômega.
— Hoje eu vou gozar dentro de você e te fazer meu até no DNA...
E fez.
Metendo fundo, estocando com força, com tesão, com amor. Beijava S/N enquanto o fodia, dizia que o amava enquanto sentia o nó se formar, e gozou gemendo o nome dele, colado, marcado, tremendo inteiro.
E S/N chorou de prazer.
Porque aquilo era mais do que sexo.
Era lar.
Meses depois, o lar ganhou outro nome: Taeyun.
O bebê veio pequeno, rechonchudo, com cabelos pretos como o do pai e os olhos doces como os de S/N. Chorava alto, mamava com força e tinha um olfato aguçado — que só se acalmava com o cheiro do alfa.
Yunho, aquele homem de negócios impiedoso, que fazia reuniões com banqueiros e CEOs, virou um completo idiota por aquela criaturinha.
— Amor, você já trocou cinco fraldas seguidas — S/N disse rindo, sentado na cama com o cabelo bagunçado.
— Ele prefere que eu troque — Yunho respondeu sério, embalando Taeyun nos braços. — Olha isso. Ele me ama.
Taeyun, de fato, soltou um pequeno barulho e esfregou o rostinho no peito do pai, onde o cheiro era mais forte.
— Você é um babão, Yunho.
— Eu sou o pai. É diferente. Eu sou... um babão de autoridade.
S/N riu.
Yunho se aproximou da cama e deitou com o bebê entre os dois, Taeyun todo enrolado na mantinha azul.
— Somos uma família — ele murmurou, com os olhos fechando.
— Uma família esquisita, safada e maravilhosa.
— E eu amo tudo isso — Yunho respondeu, puxando S/N pra um beijo leve.
E Taeyun soltou um arroto bem no meio do momento fofo.
— Pronto, puxou o pai — S/N disse, rindo alto.
— Qual dos dois?
— Você. O safado.
Yunho sorriu.
Era o final feliz que nenhum contrato tinha prometido.
Mas que a vida, imprevisível como ela é, entregou no fim.
A ligação veio numa tarde de céu limpo.
S/N estava sentado no jardim da mansão, debaixo da árvore onde se casaram, com Taeyun adormecido em seu colo. O menino tinha acabado de fazer dois anos, e o cabelo preto ondulado cobria metade do rosto enquanto dormia profundamente.
O celular vibrava no braço da poltrona de madeira, o nome que piscava na tela fazia o coração de S/N endurecer.
Mãe.
Fazia mais de dois anos desde que não se falavam.
E ela insistia em ligar todo mês, como se de alguma forma aquele gesto apagasse tudo o que tinha feito. Como se agora, por ser avó, ela tivesse algum tipo de perdão garantido.
Mas S/N não era mais o mesmo ômega frágil que um dia implorou com a garganta doendo para não ser jogado num casamento por conveniência.
Ele era um ômega livre. Amado. Escolhido. E pai.
Apertou o botão vermelho.
Sem hesitar.
Yunho apareceu na porta de vidro da sala e observou em silêncio, como fazia sempre que aquele número aparecia. Ele sabia que não era a hora de forçar nada — aquele corte, S/N precisava fazer com as próprias mãos.
S/N levantou, com Taeyun ainda no colo, e caminhou devagar até Yunho, que estendeu os braços.
— Tá tudo bem? — ele perguntou baixinho.
— Agora tá.
Yunho beijou sua testa, e os dois voltaram pra dentro com o filho entre eles.
A vida ali era simples. Simples e cheia.
Taeyun crescia rápido, esperto como o pai ômega e birrento como o pai alfa. Sabia exatamente quando manipular um e conquistar o outro. Com dois anos, já dizia palavras como “não”, “meu” e “quero agora” com a autoridade de um pequeno rei.
— Esse menino vai mandar na gente até os dezoito — S/N resmungava, colocando o uniforme de dinossauro que o filho insistia em usar todo dia, mesmo no calor.
— Ele é só expressivo — Yunho dizia, segurando o riso enquanto fingia cortar morangos em formato de corações para o lanche.
— Expressivo? Amor, ele me chamou de "chato" porque eu não deixei ele jogar suco na planta!
— Bem... você foi um pouco chato — ele provocava, piscando um olho.
S/N mostrava a língua e os dois riam como adolescentes, Taeyun entre eles, rindo também, mesmo sem entender a piada.
E era sempre assim.
Risos, brincadeiras, pequenas birras, noites mal dormidas, sorrisos babados. E amor. Amor por todos os lados.
Nos fins de semana, iam juntos ao parque.
Yunho empurrava o carrinho com uma mão e segurava a de S/N com a outra. Taeyun andava entre eles com a mochilinha de sapo nas costas, as perninhas apressadas tentando acompanhar.
— Papai, corre! — ele gritava para Yunho, e o alfa obedecia na hora.
Corria com ele no ombro, como um foguete, arrancando gargalhadas de Taeyun que ecoavam pelo parque inteiro.
S/N ficava para trás, as mãos no bolso do casaco, observando os dois com os olhos brilhando.
— Você tem ideia do quanto eu amo vocês? — ele murmurava pra si mesmo.
Durante as noites, o trio se amontoava no sofá da sala.
Taeyun entre os dois, coberto por um cobertor enorme, com os olhos arregalados enquanto assistia desenhos ou pedia para S/N contar histórias. Às vezes, S/N inventava finais felizes para contos de fadas, onde o lobo virava florista e a bruxa se tornava professora de poções boas.
— E o príncipe? — Taeyun perguntava.
— Ele abriu uma padaria com o namorado e agora faz os melhores bolos da floresta — S/N respondia, rindo.
Yunho apertava sua cintura com carinho.
— Seu cérebro é uma fábrica de açúcar, sabia?
— E o seu é o forno que assa tudo com perfeição — S/N rebatia, se virando para beijar o queixo dele.
Quando Taeyun dormia, o casal se redescobria.
Às vezes, o sexo era lento, cheio de carícias, sussurros e suspiros abafados. Outras vezes, Yunho pegava S/N de surpresa na cozinha, ou o puxava para o escritório, trancando a porta e fodendo como se ainda estivessem apaixonados pela primeira vez.
Mas o que nunca mudava era o depois.
A forma como Yunho abraçava S/N, como beijava seus ombros e dizia que o amava. Como dormiam colados, entrelaçados, com os dedos unidos até de madrugada.
— Eu não trocaria isso por nada no mundo — Yunho sussurrava.
— Nem eu — S/N respondia, com os olhos quase fechando.
Um dia, S/N recebeu uma carta da mãe. Sem endereço de volta, sem promessas.
“Queria conhecê-lo. Saber como você está. Dizer que sinto muito.”
S/N dobrou a carta com calma e a guardou numa caixa no fundo do armário.
Não rasgou.
Não respondeu.
A ferida ainda existia. Mas ela não definia mais quem ele era.
Porque agora ele era o pai do menino mais esperto da casa.
O marido do homem que um dia teve medo de amar.
O coração vivo de um lar inteiro.
Na primavera, fizeram um piquenique no jardim.
Taeyun, com três anos agora, corria pelo gramado com o cachorro novo da família, um vira-lata enorme e estabanado que Yunho resgatou sem contar pra ninguém.
— Esse cachorro fede — S/N reclamava.
— Ele te ama — Yunho dizia, rindo. — Que nem eu.
— Então fede também.
Yunho puxou o marido pro colo.
— Mas você me ama mesmo assim.
— Amo. Até com cheiro de cachorro molhado.
Riram. Beijaram-se. E observaram Taeyun tentando alimentar o cachorro com pedacinhos de bolo.
— Vocês são tudo que eu sempre quis — S/N murmurou, com a cabeça encostada no ombro do marido.
— Vocês são tudo que eu nem sabia que precisava — Yunho respondeu, apertando a mão dele.
A tarde caiu devagar, pintando o céu de rosa e dourado.
Taeyun se cansou e veio correndo, caindo entre os pais com a respiração acelerada, os cabelos grudados na testa.
— Cansou, bebê? — S/N perguntou, beijando sua bochecha.
— Não sou bebê. Sou alfa! — ele respondeu bravo, os bracinhos cruzados.
— O alfa mais lindo que eu conheço — Yunho disse, levantando-o com facilidade e fazendo cócegas até ele rir alto.
— Papai! Não! — ele gritava, se contorcendo de rir.
S/N deitou de lado na toalha e observou a cena.
Era ali.
O universo dele inteiro.
Naquele jardim, naquela risada, naquele homem e naquele filho.
Nada mais importava.
Nem o passado. Nem os erros. Nem os fantasmas.
Só o agora.
E aquele agora era perfeito.
— Eu amo vocês — ele disse, com a voz baixa.
Yunho o olhou, ainda com Taeyun nos braços, e sorriu.
— Nós também te amamos.
Taeyun esticou o braço pequeno e tocou o rosto de S/N.
— Papai feliz?
S/N segurou a mãozinha e a beijou.
— Muito.
E foi ali, com o sol se escondendo, o cachorro roncando ao lado e os risos dos dois enchendo o coração dele, que S/N soube:
Ele nunca mais estaria sozinho.
Porque aquela era a família que o amor construiu.
E o amor... nunca abandonava.
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lagrya · 2 months ago
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Imagine Mingi
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O quarto estava abafado, a respiração carregada preenchia o ar pesado. O som úmido e contínuo da pele de Mingi batendo nas coxas de S/N ecoava, misturado aos gemidos baixos e contidos.
S/N estava de quatro na cama, completamente nu. As bochechas ruborizadas, os olhos semi cerrados em vergonha e ódio, enquanto as coxas fortes se mantinham apertadas, criando uma fenda estreita entre elas, onde o pau grosso e latejante de Mingi deslizava, entrando e saindo com estocadas pesadas, molhadas, que faziam o corpo de S/N balançar a cada avanço.
— Aperta mais essas coxas, porra — rosnou Mingi, os dedos marcando a carne da cintura de S/N. — Quero sentir a porra do calor delas.
S/N gemeu baixo, um som irritado e manhoso escapando de seus lábios inchados.
— Vai se foder, Song — respondeu, mesmo ofegante.
— Se não apertar direito... — Mingi inclinou-se sobre ele, a voz grave roçando sua nuca úmida de suor — ...vou meter direto no seu cuzinho apertado. Aqui e agora. Sem aviso. Sem pedido.
S/N estremeceu inteiro. Fechou ainda mais as coxas, ofegante.
— Filho da puta — gemeu, sentindo o pau quente e grosso deslizar entre a pele úmida de suas coxas agora ainda mais juntas. — Você é um desgraçado nojento.
Mingi riu baixo, arfando, a respiração pesada contra a nuca de S/N.
— E você é o nerd mais safado dessa universidade. Olha só pra você... pelado, de quatro, gemendo baixinho, me obedecendo como um bom garoto.
As mãos grandes de Mingi desceram pela curva das costas de S/N até apertar com força suas nádegas, separando-as um pouco, expondo o cuzinho rosado que piscava involuntariamente.
— Tão bonito — sussurrou Mingi, a voz carregada de luxúria. — Um dia vou meter aqui dentro. E quando isso acontecer, você vai gozar só de me sentir te fodendo.
S/N cerrou os dentes, tentando conter a onda quente de humilhação que subia por sua pele.
— Nem fodendo que você vai enfiar essa merda aqui — cuspiu as palavras com ódio.
— Nunca diga nunca — Mingi rosnou em seu ouvido, voltando a estocar com força entre as coxas apertadas.
Mesmo com todos aquele acordo insano havia uma linha que S/N nunca cruzara.
O cu.
Mingi insistia, provocava, brincava. Chegava a espalhar a bunda de S/N com as mãos, a brincar com o dedo, pressionar a entrada, lamber, provocar.
Mas nunca forçava. Nunca ultrapassava o que S/N não permitia.
Talvez fosse esse o limite frágil que mantinha S/N um pouco menos humilhado.
O som molhado e sujo das investidas aumentou. Mingi se inclinou mais, prensando o corpo de S/N contra o colchão, segurando firme em sua cintura.
— Está tão apertado hoje... — gemeu, arfante. — Você está ficando bom nisso, sabia?
S/N soltou um gemido abafado, o rosto enterrado no travesseiro, a mente em completo caos odiando o quanto o próprio pau latejava, encostado no colchão, enquanto as estocadas entre suas coxas o faziam estremecer inteiro.
— Filho da puta — murmurou, apertando ainda mais as pernas.
Mingi puxou-lhe os cabelos com força, arqueando seu pescoço para trás.
— Fala de novo — rosnou. — Me xinga, vai.
S/N arfou, a pele corada de vergonha.
— Vai se foder, Song Mingi. Você é um desgraçado nojento, um pervertido, um filho da puta descompensado — a voz falhou entre gemidos abafados.
Mingi gemeu alto com o palavreado sujo, as estocadas ficando mais pesadas, o som das bolas batendo contra as coxas de S/N cada vez mais alto.
— Caralho... — grunhiu. — Tão bom... suas coxas apertadas, sua boca imunda, sua língua de veneno... vou gozar, nerdinho... vou gozar nessa porra dessas coxas...
O gozo veio forte, quente, espesso, sujando a pele de S/N, escorrendo pelas pernas.
Mingi caiu sobre ele, arfando, o peito suado colado nas costas igualmente úmidas de S/N.
Por um instante, o silêncio pesado se instalou, preenchido apenas pelas respirações descompassadas.
— Um dia — sussurrou Mingi, ainda ofegante — um dia você vai deixar eu enfiar.
S/N manteve os olhos fechados, o rosto ainda vermelho.
— Nunca.
Mingi riu, beijando sua nuca de leve.
— Veremos.
E ali, envergonhado, sujo, com as coxas ainda tremendo e o corpo latejando, S/N se perguntou novamente:
Como ele tinha chegado até ali? Como, porra, ele permitiu que as coisas escalassem desse jeito?
Mas pra entender isso... precisamos voltar um pouco nessa história.
No campus da Universidade Jeonghwa, existiam muitas rivalidades: clubes esportivos disputando patrocinadores, grupos acadêmicos competindo por verbas, fraternidades tentando se superar em festas ridículas. Mas nenhuma dessas rivalidades chegava perto da que existia entre S/N e Song Mingi.
Ali não havia jogo amistoso, não havia provocação inocente. Era guerra declarada. Ódio puro. Um ódio que fervia e escorria pelos corredores sempre que os dois se cruzavam.
S/N o desprezava com cada célula de seu corpo. Song Mingi era o tipo exato de pessoa que ele jurava evitar na vida. Um babaca arrogante, prepotente, mimado, agressivo. Alguém que acreditava que o mundo existia para girar ao seu redor, com um sorriso cínico sempre pronto a menosprezar todo mundo. E quando não conseguia o que queria com o sorriso, usava o poder. Usava o medo.
Mas Mingi não conseguia intimidar a todos.
Não conseguia intimidar S/N.
Desde o primeiro semestre, os dois se detestavam com uma intensidade que chamava atenção de todos no campus. A tensão entre eles era tão palpável que os professores preferiam não colocá-los nas mesmas turmas quando possível. O reitor já fora avisado mais de uma vez por alunos preocupados com o que poderia acontecer.
Os próprios colegas já haviam aberto apostas silenciosas sobre qual dos dois seria expulso primeiro.
Era como assistir duas bombas prestes a colidir.
S/N, sempre impecável nas aulas. Aluno modelo. Um nerd orgulhoso, bonito, inteligente, com aquele ar distante e irônico que só irritava ainda mais quem tentava diminuí-lo.
Song Mingi, ao contrário, andava pelos corredores como se fosse dono deles. Filho de um empresário influente, esportista, popular, sempre cercado de gente tentando lamber seu ego. Fazia o mínimo necessário para manter a bolsa esportiva, mas conseguia manipular professores e colegas com o mesmo talento com que jogava basquete.
Menos S/N.
E era exatamente isso que enlouquecia Mingi.
A primeira vez que discutiram foi logo na primeira semana de aula. Numa palestra obrigatória, quando Mingi fez um comentário alto e desrespeitoso no meio da apresentação, arrancando risadas de parte da plateia.
S/N não se conteve.
— Se for para escutar sandices, prefiro ir dormir no dormitório — disse, alto o suficiente para todos ouvirem.
As cabeças se viraram na hora. O olhar de Mingi encontrou o de S/N pela primeira vez.
Foi o início de tudo.
— O que foi que você disse? — Mingi se ergueu da cadeira, o sorriso debochado nos lábios.
— Disse que você é uma criança mimada que confunde palhaçada com humor — S/N respondeu com a voz firme, o rosto calmo, mas os olhos faiscando.
Mingi deu um passo à frente, já a poucos centímetros dele.
— Cuidado, nerdinho. Vai acabar engolindo essa língua afiada.
— Não costumo engolir lixo — S/N respondeu, e virou as costas.
Aquela foi só a primeira faísca.
Desde então, tudo virou motivo para conflito.
Nos corredores, nas salas de aula, nos refeitórios. A rivalidade virou uma atração à parte no campus.
— Lá vão eles de novo — sussurravam os alunos sempre que os viam de longe.
Mingi parecia viver para provocar S/N. Derrubava os livros de propósito. Esbarrava nele nas escadas. Trazia sempre comentários ácidos durante apresentações acadêmicas só para tentar desestabilizá-lo.
Mas S/N nunca recuava. Cada provocação recebia resposta na mesma moeda.
— Você sabe que vai cair se puxar tanto meu saco, Song — dizia S/N quando Mingi tentava forçar alguma autoridade na frente dos outros.
— Ah, mas eu nunca puxaria o seu, nerdinho. Não sem te fazer implorar primeiro — retrucava Mingi com um sorriso torto que fazia as meninas suspirarem e os professores revirarem os olhos.
As provocações iam ficando mais agressivas a cada mês.
Nos trabalhos em grupo, eram forçados, vez ou outra, a dividir tarefas.
— Não ouse reler meu relatório, Song. Eu não confio nem no seu português básico — dizia S/N.
— Relaxa, eu prefiro usar a sua boca pra outra coisa mesmo — vinha a resposta venenosa de Mingi.
As colegas riam nervosas, alguns colegas homens apenas fingiam não ouvir. A tensão sexual latente já começava a ser sussurrada nos corredores.
— Aposto que esses dois vão acabar se pegando — murmuravam algumas.
— Ou se matando — diziam outras.
A direção já os chamara algumas vezes para conversas privadas.
— S/N, Song, vocês sabem que estão andando no limite, não sabem? — disse certa vez o diretor acadêmico.
S/N cruzou os braços.
— Eu apenas me defendo, senhor. Não costumo começar as provocações.
— Isso é relativo — interrompeu Mingi, sorrindo com falsa inocência. — Eu apenas tento criar um ambiente descontraído. Ele é que é sensível demais.
— Descontraído uma ova — respondeu S/N. — Desconfortável é a palavra correta.
A tensão na sala era sufocante.
O diretor suspirou.
— Vocês têm bolsas importantes. Se qualquer contato físico agressivo acontecer entre vocês, eu serei obrigado a suspender ambos. Fiquem cientes disso. Não testem a paciência da universidade.
— Perfeitamente entendido — disse S/N, mantendo o olhar firme em Mingi.
— Entendido — Mingi repetiu, o sorriso torto nos lábios, sustentando o olhar.
Mas claro que as provocações verbais continuavam.
Até nos pequenos detalhes.
Na cantina, quando S/N estava na fila, Mingi sempre surgia de repente, colando-se atrás dele.
— Vai demorar muito? Tenho pressa — dizia, se inclinando atrás de S/N, quase roçando seu ombro largo.
S/N nem olhava para trás.
— Vai comer sozinho de novo, Song? Nenhuma das suas vadias quis te aturar hoje?
— Eu prefiro manter a minha dieta limpa, sem gente amarga perto — Mingi dizia, soprando de propósito perto da orelha de S/N só para vê-lo arrepiar, mesmo que de raiva.
Na biblioteca, não era diferente.
S/N estudava sozinho, mergulhado nos livros, quando percebia a sombra se formar à sua frente.
— Vai dar um tempo nesse monte de papel? Ou quer que eu sente aqui e leia pra você? — Mingi oferecia com aquele sorriso cínico.
S/N o ignorava, fingindo voltar a leitura.
Mas a verdade era que o coração acelerava toda vez que Mingi o provocava tão de perto.
A raiva era genuína. Mas havia algo perverso, incômodo, latente sob aquela raiva.
O maldito cheiro de menta misturado com cigarro, a proximidade sufocante, a voz rouca sempre tão perto.
As pessoas começaram a notar.
— Vocês dois são insuportáveis — comentou Soojin, colega de turma de ambos, certa vez. — Vocês deviam transar logo e parar com essa palhaçada.
— Vai se foder, Soojin — respondeu S/N na hora, o rosto esquentando.
— Só estou dizendo o que todos pensam — ela riu.
Mingi apenas riu junto, observando S/N com aquele olhar de quem sabia que mexia com ele.
O semestre começou como qualquer outro. Rotina, aulas exaustivas, trabalhos em grupo, provocações diárias entre S/N e Song Mingi. Nada fora do esperado.
Mas então, veio a primeira dor de cabeça.
Era pequena no início. Uma leve pressão nas têmporas, como se algo estivesse comprimindo os lados de seu crânio. No começo, S/N ignorou. Continuou com sua rotina impecável, entregando trabalhos, participando das aulas, corrigindo colegas quando necessário — e claro, rebatendo todas as provocações de Mingi com a língua afiada de sempre.
Mas as dores não pararam.
Vieram em ondas. E cada onda parecia mais forte.
Em pouco tempo, as tonturas começaram a acompanhá-las. Primeiro alguns minutos de vertigem, depois horas inteiras de um desconforto que o fazia se agarrar à mesa para não tombar.
Foi aí que as faltas começaram.
A primeira aula perdida foi um acidente. Levantou da cama, cambaleou até o banheiro e acabou no chão, o estômago revirando. Quando abriu os olhos, já era meio-dia.
Mas não foi a última. Longe disso.
A cada nova semana, mais dias se acumulavam em branco na frequência. A diretoria o chamou para conversar algumas vezes, preocupada. S/N tentava explicar, com os exames médicos em mãos, que fazia acompanhamento, que estava tentando melhorar.
Mas a verdade cruel permanecia: as aulas estavam passando. As matérias avançavam. As avaliações eram aplicadas. Os trabalhos entregues. E ele ficava para trás.
E as notas começaram a despencar.
De aluno modelo e referência de desempenho acadêmico, S/N passou a ser aquele nome com asteriscos na lista de rendimento. O comentário silencioso dos professores era sempre o mesmo:
— É uma pena. Tão promissor.
E como se o inferno já não estivesse instalado o bastante, claro que Song Mingi estava lá. Sempre lá. Sempre com aquele sorriso torto, acompanhando a queda com prazer sádico.
O primeiro comentário foi sutil, logo depois de uma aula de Cálculo II.
S/N saía mancando da sala, a cabeça latejando, as folhas amassadas sob o braço, quando Mingi surgiu ao lado dele, caminhando devagar, como um abutre rondando.
— Nossa, que surpresa você aqui hoje. — A voz arrastada soou ao lado de seu ouvido. — Achei que tinha abandonado o curso de vez.
S/N o ignorou, os olhos fixos no chão.
Mingi persistiu.
— Deve ser difícil, não? Ver suas notinhas perfeitas despencarem assim. Você era o orgulho do quadro de honra, não era? Agora... nem sombra disso.
S/N cerrou os dentes.
— Vai se foder, Song.
— Só estou preocupado — Mingi sorriu, colando-se um pouco mais a ele. — Imagina só perder a bolsa. Nossa, deve ser humilhante. O nerd intocável, rebaixado como qualquer medíocre. Que delícia seria ver isso acontecer.
— Sai da minha frente — S/N rosnou, desviando com dificuldade, a tontura começando a rondar sua visão periférica.
Mas Mingi nunca recuava fácil.
Nas semanas seguintes, as provocações só aumentaram.
— Faltou de novo ontem, não foi? — cochichou certa vez no refeitório, passando por trás de S/N e sussurrando ao pé de seu ouvido enquanto ele tentava almoçar em paz. — Ouvi dizer que o professor de bioquímica está pensando em te reprovar direto.
S/N fechou os olhos, inspirando fundo, tentando conter a vontade de atirar a bandeja de comida na cara daquele desgraçado.
— Me impressiona você saber essas coisas, Song — respondeu entre dentes. — Achei que números e letras fossem difíceis demais para o seu cérebro limitado.
— Ah, eu não preciso estudar tanto assim — Mingi deu de ombros, rindo. — Minha bolsa esportiva me mantém aqui. Sorte a minha não depender dessas coisinhas complicadas.
Cada frase era um soco na mente já fraca de S/N.
Os outros colegas começaram a notar. A postura firme de S/N estava se desfazendo. Não respondia mais com tanta agilidade, não olhava tanto nos olhos, evitava a biblioteca nos horários de maior movimento, os olheiras fundas e a expressão exausta deixavam evidente que algo estava errado.
Até os professores passaram a amenizar o tom com ele.
— S/N, você precisa mesmo reconsiderar a carga horária — aconselhou o professor Lee, com um olhar sério. — Se for necessário, podemos tentar trancar algumas disciplinas enquanto seu quadro de saúde não melhora.
Mas trancar seria praticamente um atestado de falência.
S/N apenas negava com a cabeça, a voz trêmula:
— Eu consigo. Só preciso... só preciso me recuperar logo.
Só que o corpo não obedecia.
Nem os remédios ajudavam muito. Nem o acompanhamento médico parecia surtir efeito.
A imunidade de S/N estava um lixo. O menor esforço o deixava tonto. As dores de cabeça vinham como marteladas. Havia dias que nem conseguia sair do dormitório.
E aí veio o golpe final.
A carta da diretoria chegou numa sexta-feira. Um envelope pálido, simples, mas pesado como chumbo.
As mãos de S/N tremiam enquanto o abria no próprio dormitório, sentado na cama.
"Prezado S/N,
Considerando seu histórico de desempenho acadêmico anterior, e reconhecendo as dificuldades médicas que vêm sendo documentadas neste semestre, informamos que, de acordo com o regulamento interno, sua manutenção na bolsa de estudos estará sujeita à avaliação final.
O exame de recuperação extraordinário ocorrerá na próxima terça-feira, abrangendo toda a matéria do semestre em todas as disciplinas de sua grade atual.
A média necessária para a manutenção da bolsa será de 87 pontos.
Desejamos-lhe uma pronta recuperação e sucesso."
A mão que segurava o papel vacilou.
O exame seria em dois dias.
Duzentas e vinte e duas páginas de conteúdos que ele não conseguiu acompanhar direito.
Provas práticas.
Questões de raciocínio e interpretação.
Como, em nome de tudo, ele conseguiria?
Como revisar um semestre inteiro em dois dias, quando seu corpo mal suportava ficar acordado por mais de quatro horas seguidas?
O desespero subiu como ácido pela garganta.
Se perdesse a bolsa, teria que abandonar o curso. Sem dinheiro, sem apoio familiar, não conseguiria bancar as mensalidades altíssimas.
A visão embaçou um pouco. As têmporas latejavam.
Droga.
Fechou os olhos e se deitou de lado, o estômago revirado de ansiedade, o peito apertado.
Foi ali, deitado no colchão frio do dormitório, com a carta amassada ao lado, que a ideia, suja e absurda, começou a surgir.
Era errado. Era desesperado.
Mas a universidade tinha suas fraquezas.
Os professores usavam as mesmas impressoras.
O servidor de arquivos era centralizado.
Havia formas... arriscadas... mas possíveis.
A folha com o gabarito da avaliação final provavelmente já estava impressa.
Deveria estar no departamento dos professores.
Ele já ouvira comentários sobre como a segurança da sala dos docentes era vergonhosamente frágil.
A ideia sussurrava na mente cansada.
Uma única folha poderia salvá-lo.
Se conseguisse aquela folha, se decorasse as respostas, se fosse rápido, precisaria apenas de um pequeno tempo de acesso à sala. Três minutos, talvez cinco.
O remorso já corroía antes mesmo de tentar.
Ele nunca fora esse tipo de pessoa.
Mas era isso ou o abismo.
A mão escorregou sobre o colchão, apertando os lençóis com força.
Inferno.
Como as coisas tinham chegado a esse ponto?
Do nerd arrogante e seguro de si, ao miserável deitado ali, considerando um plano patético de fraude acadêmica.
S/N girou o rosto no travesseiro, o maxilar trincado.
Odiava Song Mingi.
Odiava a si mesmo.
Odiava o universo.
Mas a maldita ideia permanecia latejando na mente.
O relógio marcava 02h14 da manhã.
O campus da Universidade Jeonghwa estava mergulhado em silêncio. Não havia passos, não havia conversas de estudantes bêbados voltando de festas, não havia o ruído dos técnicos de manutenção. Apenas o vento gelado de junho assobiava baixinho pelas frestas das janelas.
S/N respirou fundo pela quinta vez em menos de um minuto, o coração pulsando forte no peito. As mãos, mesmo dentro dos bolsos da jaqueta, tremiam com a adrenalina.
Era agora ou nunca.
Havia passado o dia inteiro planejando cada detalhe. O trajeto, os horários, os pontos cegos das câmeras. Checou a rotina do segurança noturno, um senhor de quase setenta anos, já meio cego, que ganhara o apelido carinhoso — e cruel — de "Senhor Batata" entre os alunos.
Ele só continuava ali graças a décadas de serviço prestado e ao carinho nostálgico que parte da diretoria ainda nutria por ele.
Perfeito.
Senhor Batata não era um problema.
O problema era... tudo o resto.
S/N esgueirou-se pelos fundos da ala administrativa, andando quase colado à parede do prédio. A entrada lateral ficava sempre destrancada durante a madrugada para o pessoal da limpeza — uma falha de segurança ridícula, mas que hoje jogava a favor dele.
Assim que deslizou para dentro do prédio, o cheiro de produto químico forte o atingiu. Algumas funcionárias da limpeza ainda estavam terminando as alas inferiores, mas ali no bloco dos professores estava tudo vazio.
Ele deslizou os pés com cuidado, evitando fazer barulho com o tênis no piso encerado.
Chegou ao corredor principal.
As portas dos gabinetes estavam todas fechadas.
A sala dos professores ficava no final do corredor.
Caminhou em passos rápidos e silenciosos. Parou em frente à porta de madeira branca. Olhou ao redor. Nenhum som. Nenhuma câmera virada para aquele lado. O pânico crescia no peito.
Girou a maçaneta com cuidado.
Destrancada.
Segurança de merda mesmo.
Entrou, fechando a porta atrás de si com delicadeza.
O coração batia tão alto que parecia ecoar na sala vazia.
Havia várias mesas. Vários armários. Mas ele sabia exatamente onde procurar. O professor de Metodologia Acadêmica sempre guardava as provas impressas na terceira gaveta do armário marrom ao lado da estante de livros.
Tinha ouvido isso da própria boca do homem semanas antes.
S/N cruzou a sala, ajoelhou-se em frente ao armário e puxou a gaveta com cuidado. Pilhas de papéis perfeitamente alinhados. Separou-os rapidamente, a respiração cada vez mais difícil de controlar.
Ali.
Cem páginas. A prova final.
As folhas grampeadas traziam no canto o carimbo vermelho da secretaria. O maldito gabarito, logo em cima, com as respostas codificadas.
Por um segundo, o alívio quase o fez desabar.
Era isso.
Estava feito.
Agora, só precisava da cópia. A impressora do canto era nova, rápida, e permitia digitalização instantânea para o próprio e-mail.
Deslizou até a máquina, digitalizou as folhas em segundos, enviou o arquivo para a conta pessoal e voltou a guardar os originais exatamente onde estavam.
Não havia marcas. Não havia sinais.
Perfeito.
Quando fechou a gaveta e girou o corpo para sair da sala, já sentia um sorriso nervoso se formar nos lábios. Era possível. Ele ia conseguir. Ia manter a bolsa. Ia salvar o futuro.
Mas foi aí que o universo decidiu brincar.
A porta da sala se abriu com um estalo.
A palma de mãos batendo devagar no ar vazio soou alto demais.
— Palmas para o nerd mais certinho dessa universidade.
S/N congelou.
O sangue pareceu sumir do rosto.
Lentamente, ergueu os olhos na direção da voz. Ali, de pé na porta, estava Song Mingi. A sombra projetada pela luz do corredor desenhava aquele maldito sorriso torto. O capuz do moletom puxado até a testa, as mãos no bolso, o olhar carregado de ironia.
— Song... — a voz de S/N saiu trêmula, seca, um fiapo de ar.
— Que surpresa agradável — Mingi entrou na sala com passos lentos, aplaudindo mais uma vez de forma debochada. — Imagine só quem eu encontro invadindo a sala dos professores no meio da madrugada.
S/N tentou pensar rápido. As pernas ainda ajoelhadas no chão, próximo ao armário.
— Eu só... me perdi.
Mingi ergueu uma sobrancelha, teatral.
— Claro. Me perdi. Às duas e quinze da manhã. Dentro da sala dos professores. Com a gaveta de provas aberta e a impressora ligada. Muito convincente, S/N.
Ele fechou a porta atrás de si devagar, trancando-a. O clique da maçaneta gelou ainda mais a espinha de S/N.
Agora era só ele e Mingi.
O silêncio denso preencheu a sala.
— O que... o que está fazendo aqui? — S/N finalmente conseguiu perguntar, tentando manter a voz firme.
Mingi deu um meio sorriso.
— Eu vim comprar maconha, claro. Do zelador. Você sabe que ele tem o melhor estoque dessa merda — disse, como se estivesse falando sobre o tempo. — E, por sorte, passei por aqui e vi você, meu querido nerdinho certinho, rondando a ala administrativa feito um rato nervoso.
S/N se levantou com esforço, o estômago virado, tentando recuperar algum controle da situação.
— Não é da sua conta.
— Agora é — Mingi respondeu, dando um passo mais perto. — Você está ferrado. Roubando gabaritos, S/N? Isso dá expulsão direta. Sem direito a apelação. Você sabe disso, não sabe?
O peito de S/N subia e descia rápido. O ar parecia preso na garganta.
— Não é o que parece.
— Ah, claro que não — Mingi riu baixo. — Deve ser um projeto voluntário de madrugada, não é? Revisar a segurança da universidade, talvez? Sempre tão prestativo.
O sarcasmo queimava na pele de S/N.
O desespero já começava a se transformar em raiva — aquela raiva quente, familiar, que sempre explodia perto de Mingi.
— Cale a porra da sua boca, Song. — As palavras saíram cuspidas, o rosto corado de ódio e vergonha. — Você não tem moral nenhuma para me julgar.
Mingi inclinou a cabeça, sorrindo ainda mais.
— Eu não preciso de moral. Eu só preciso saber o que vi. E eu vi. Com esses olhos aqui.
Ele apontou para si, rindo.
— Vai me dedurar? — S/N desafiou, cruzando os braços mesmo com o corpo trêmulo. — Vai me entregar? Vai correr para a diretoria como um bom cãozinho de moral duvidosa?
Mingi parou, observando-o por alguns segundos. O sorriso nos lábios permaneceu, mas os olhos... os olhos carregavam um brilho diferente. Algo perverso. Algo perigosamente próximo de diversão.
— E por que eu faria isso?
S/N franziu o cenho, confuso.
— Como é?
— Por que eu te entregaria? — Mingi repetiu com a voz arrastada, aproximando-se mais um passo. — É muito mais interessante guardar isso para mim.
Agora S/N recuou um pouco. Encostou-se na mesa mais próxima, o coração acelerando ainda mais. A tensão mudou de temperatura.
— Está querendo o quê, Song? Vai começar a me chantagear? Vai pedir dinheiro? Favores?
— Dinheiro? — Mingi riu alto, quase divertido. — S/N, por favor. Eu nado em dinheiro. Você sabe disso. Não é dinheiro o que me interessa.
A distância entre eles já era mínima. S/N podia sentir o hálito quente de Mingi, o perfume amadeirado misturado com o cheiro leve de maconha recém queimada.
Uma onda nauseante de antecipação e medo percorreu-lhe a espinha.
— Então o que, porra? — rosnou.
Mingi se inclinou ainda mais, a boca quase roçando a orelha de S/N.
— Ainda não decidi... mas, posso garantir que vai ser divertido.
O arrepio foi instantâneo. O estômago de S/N virou. Os olhos arderam de ódio.
— Eu te odeio — sibilou.
— Eu sei — Mingi sorriu, sussurrando —. E é exatamente isso que torna tudo ainda melhor.
Por alguns segundos, o silêncio pesou novamente. Apenas o som abafado da respiração dos dois preenchia a sala escura.
S/N estava enjaulado.
Literalmente.
Decorar cem respostas em cinco horas foi a parte fácil.
S/N repetia essa frase mentalmente como um mantra irônico enquanto os olhos ardiam, vermelhos e inchados. A folha de respostas estava esfarelada de tanto ser manuseada durante a madrugada. Não havia espaço para erros. Não havia tempo para pensar duas vezes.
Quarenta questões dissertativas, sessenta objetivas.
Leu, releu, recitou em voz baixa, rabiscou tudo na lousa do dormitório. Recriou as perguntas mentalmente, visualizou as respostas. Mesmo com a cabeça pesada, as tonturas constantes e as pálpebras gritando por descanso, a mente não parou um único segundo.
O cansaço físico era nada perto do terror psicológico.
O rosto de Song Mingi voltava a cada segundo em sua mente. Aquele sorriso. Aquelas palmas lentas. A voz debochada ecoando em sua memória como um veneno:
"Por que eu te entregaria? Ainda não decidi... mas posso garantir que vai ser divertido."
Que tipo de diversão aquele desgraçado planejava?
A ideia de ser expulso o aterrorizava. Mas o que vinha depois parecia ainda pior.
Odiava não ter controle. Odiava essa incerteza, essa espera torturante. Sabia que Mingi apareceria. Sabia que, em algum momento, viria cobrar sua vantagem.
Mas o que diabos ele queria?
S/N apertava o maxilar enquanto recitava as últimas respostas pela centésima vez. As letras já dançavam em sua mente, mas ele não podia errar. Não agora.
Quando o sol finalmente começou a nascer, S/N sequer percebeu.
Estava de pé desde a madrugada, encarando a lousa lotada de rabiscos, olhos fixos, músculos travados. Só parou quando o despertador do colega de quarto tocou às 6h.
O exame era às 8h.
Se arrastou até o banheiro, lavou o rosto com água gelada. As olheiras estavam grotescas. O rosto pálido, os lábios secos. Respirou fundo, encarando o próprio reflexo.
— Ou você passa hoje ou você está fodido — murmurou para si mesmo.
E atravessou o campus sem nem sentir o frio da manhã.
A sala de exames estava lotada.
Alguns colegas cochichavam ao notar sua presença, como se não acreditassem que o nerdinho certinho, o queridinho da diretoria, estivesse realmente ali para a prova de recuperação.
A banca examinadora estava silenciosa, séria. Três professores observavam tudo com olhar clínico.
Recebeu a folha da prova. Cem questões.
S/N passou os olhos rapidamente, confirmando: era o mesmo gabarito que decorara.
Perfeito.
Agora era apenas manter o foco.
Começou a responder de forma firme, objetiva. As alternativas preenchia quase de olhos fechados. Nas dissertativas, manteve as respostas diretas, bem escritas, com uma ou outra escorregada estratégica. Afinal, ninguém nunca tirava nota máxima naquele exame.
Se acertasse tudo, chamaria ainda mais atenção.
Três erros cuidadosamente posicionados.
Perfeito.
A caneta deslizou sobre o papel com velocidade absurda. Os professores pareciam discretamente impressionados com a fluidez de suas respostas. Alguns alunos lançavam olhares de curiosidade e desconfiança.
Quando entregou a prova, 90 minutos depois, sentia-se fisicamente morto.
Mas psicologicamente?
A tormenta só começava.
De volta ao dormitório, desabou na cama.
Finalmente dormiu.
Sequer ouviu os colegas entrando e saindo do quarto. O corpo entrou num estado de exaustão tão profundo que o tempo parecia não existir. Quando abriu os olhos novamente, o céu já começava a escurecer.
Era quase fim de tarde.
Sentou-se devagar, o estômago embrulhado, os músculos pesados.
Foi direto para o site acadêmico. As notas preliminares sairiam hoje.
Cada clique no teclado parecia pesar cem quilos.
A página carregou devagar.
Respirou fundo.
E ali estava:
Aluno: S/N
Prova de Recuperação: 97 pontos
Situação da Bolsa: MANTIDA
As mãos escorregaram do teclado.
Por alguns segundos, ficou apenas encarando a tela.
Conseguiu.
Conseguiu.
Sobreviveu.
O alívio explodiu como uma onda quente pelo corpo, quase o fazendo chorar. O pesadelo tinha acabado.
Mas... claro que não tinha.
Apenas segundos depois de se permitir um pequeno sorriso vitorioso, alguém bateu palmas atrás dele.
Lentas.
Cadenciadas.
Debochadas.
O sangue gelou na mesma hora.
Virou-se lentamente.
Song Mingi estava encostado na porta do dormitório, sorrindo, os braços cruzados, os olhos brilhando de puro prazer sádico.
— Palmas de novo — Mingi começou a andar devagar pelo quarto. — Desta vez, não só pela sua brilhante atuação acadêmica, mas pelo seu talento como criminoso. Eu diria que foi quase... poético.
S/N engoliu seco. A raiva e o medo explodiam juntos.
— Como entrou aqui?
— Sua porta estava encostada. Fácil. Como tudo nessa merda de universidade — respondeu com desprezo, como se fosse óbvio. — Sabe, nerdinho... eu fiquei realmente curioso. Você não errou por pouco. Errou o suficiente para parecer real. Três questões. Perfeito.
S/N se levantou, o corpo ainda trêmulo, mas mantendo o tom agressivo.
— O que quer, Song?
Mingi sorriu ainda mais.
— Agora você está me perguntando? Depois de tudo? Depois de me dar esse presente? Eu tenho você, S/N. Tenho você nas mãos.
S/N sentiu o estômago se contorcer.
— Vai me chantagear com isso? Vai me manter sob controle com essa merda de informação? É isso?
Mingi caminhou até ficar perto demais. O cheiro dele o invadiu. O mesmo perfume amadeirado misturado com menta e maconha. Aquela maldita aura provocadora que sempre o deixava confuso entre o ódio e um calor nojento que não queria reconhecer.
— Eu não estou com pressa — Mingi sussurrou, os olhos cravados nos dele. — Estou apenas aproveitando o momento. Sabe, S/N, sempre foi divertido ver você com essa pose de perfeitinho. Tão... puro. Tão inalcançável.
Fez uma pausa e roçou os dedos frios na gola da blusa de S/N.
— E agora, olhar para você... sabendo o que você fez... vendo o seu desespero... você não tem mais essa aura imaculada. Agora você é só um estudante sujo como qualquer outro.
A cada palavra, Mingi diminuía mais o espaço entre eles.
S/N apertou os punhos.
— Você me dá nojo.
— É isso que você sente? Nojo? — a voz saiu baixa, rouca. — Tem certeza, S/N? Eu não sei se é só nojo, sabia? Tem outra coisa aí. Sempre teve.
S/N sentiu a pele esquentar. O ódio explodiu mais forte.
— Vai direto ao ponto, caralho.
Mingi deu um meio sorriso, quase divertido com o descontrole dele.
— Em breve. Não agora. Agora eu só vim garantir que você saiba que sua alma... — ele puxou o rosto de S/N para perto, segurando seu queixo forte, obrigando-o a olhar nos olhos — ...me pertence.
Soltou o queixo devagar, como se saboreasse o momento.
S/N sentia o sangue pulsar na cabeça.
As palavras, o toque, o cheiro, tudo misturado numa espiral absurda de raiva, vergonha e um calor nojento que começava a queimar no baixo ventre.
Mingi caminhou até a porta.
— Descanse bem, S/N — disse num tom provocador, abrindo a porta e saindo com a tranquilidade de quem acabara de colocar um animalzinho em sua coleira. — Em breve, conversaremos.
E desapareceu pelo corredor.
S/N ficou parado no quarto, o peito arfando, as mãos ainda trêmulas, a mente girando sem controle.
O pior tinha passado?
Não.
O pior estava só começando.
As férias chegaram como um alívio estranho.
Não exatamente paz — nunca era paz, não para S/N —, mas um silêncio momentâneo. Nada de provas, nada de professores cobrando frequência, nada de colegas cochichando pelas costas.
E nada de Song Mingi.
Durante os primeiros dias, isso parecia até bom demais pra ser verdade.
O campus estava vazio. A maioria dos estudantes tinha voltado pra casa. S/N, sem dinheiro pra viajar, ficou no dormitório, aproveitando a calmaria para reorganizar as coisas, tentar recuperar o sono e apagar da mente os últimos dias intensos.
Mas esquecer não era tão fácil.
A imagem de Mingi na porta, sorrindo como um predador satisfeito, ainda queimava em sua mente. A forma como havia segurado seu queixo, a certeza nos olhos, a promessa velada...
"Em breve, conversaremos."
E o "breve" chegou numa noite abafada de quinta-feira.
Era tarde, quase meia-noite, quando bateram na porta com insistência. Três batidas secas, como se exigissem resposta imediata.
S/N, deitado na cama com o notebook no colo, bufou, irritado.
— Se for alguém bêbado pedindo papel higiênico de novo, eu juro...
Abriu a porta.
E lá estava ele.
Song Mingi, com os olhos levemente vermelhos, uma garrafa quase vazia de uísque barato na mão, e aquele maldito sorriso torto nos lábios.
— Olá, nerdinho — ele cantarolou.
S/N imediatamente tentou fechar a porta, mas Mingi foi mais rápido, empurrou com o ombro e entrou com naturalidade, cambaleando um pouco, o cheiro de álcool e menta invadindo o quarto.
— Sai daqui, Mingi. Vai encher o saco de outra pessoa.
— Não — ele se jogou na poltrona perto da cama, esticando as pernas. — Ninguém me diverte tanto quanto você.
S/N fechou a porta devagar, irritado, mas ciente de que se começasse a gritar ali, podia chamar atenção do zelador — e isso era a última coisa que queria.
— O que você quer?
Mingi girou a garrafa na mão, observando o líquido restante como se aquilo fosse mais interessante que a conversa.
— Estava pensando... — murmurou — sobre você.
— Por que, em nome de tudo, você estaria pensando em mim?
Mingi ergueu o olhar. Aquele olhar. Meio perdido pelo álcool, mas ainda assim afiado. Caçador.
— Porque você me intriga. Me irrita. Me provoca. E, acima de tudo... — ele lambeu os lábios devagar — ...eu não consigo gozar desde que você se meteu na minha vida.
S/N piscou.
— O quê?
— É isso mesmo — Mingi riu, jogando a cabeça para trás. — Pode rir. Eu, Song Mingi, o rei das vadias dessa universidade, não gozo mais. Não com ninguém. Elas montam, esfregam, chupam, fodem... mas eu? Nada. Broxado de tédio. Como se meu pau tivesse enjoado de bocas inúteis.
— E por que você acha que eu tenho alguma coisa a ver com isso? — S/N cruzou os braços, franzindo o cenho.
— Porque — Mingi se levantou, cambaleando até ficar frente a frente com ele — você é a porra da única pessoa que nunca se calou pra mim. Que me olha com ódio real. Que me enfrenta. Que me deixa com raiva de verdade.
A respiração quente dele bateu contra o rosto de S/N, o álcool misturado com aquele cheiro familiar que fazia sua espinha arrepiar — de ódio. Era só isso. Ódio.
— Eu não sou seu brinquedo, Mingi — S/N sibilou.
— Não. Você é meu veneno. E a cura — Mingi respondeu, a voz ficando rouca.
S/N empurrou o peito dele.
— E por que as vadias não conseguem te fazer gozar, mas eu conseguiria?
Mingi riu, baixo, rouco, os olhos cravados nos dele.
— Porque eu sempre quis calar essa sua boquinha com o meu pau.
S/N congelou.
A frase pairou no ar como uma bomba. Explodindo devagar.
Mingi não parava de encará-lo.
A tensão era quase física.
— Você é nojento — S/N rosnou, recuando um passo.
— Sim. E você é esperto. O suficiente pra saber que eu não vou falar nada... se você me ajudar com isso.
Silêncio.
S/N sentia o coração batendo nos ouvidos. A cena se tornava surreal. Estava sendo... chantageado? Usado como solução de um problema sexual? Era ridículo. Ofensivo. Repugnante.
E ainda assim... algo dentro de si se contorcia.
A raiva, a humilhação, o absurdo daquela proposta.
Mingi estava oferecendo um acordo. Um pacto sujo.
Ajude-me a gozar. E eu calo minha boca.
— Vai se foder, Mingi — S/N murmurou.
— Eu tô tentando, S/N. E você é a única pessoa que pode me fazer gozar de novo.
A confissão veio crua, sem hesitação.
— Não importa como — Mingi continuou. — Boca, mão, cuzinho... você escolhe. Só faz acontecer.
S/N encarou o chão por um momento, o peito arfando.
Mingi estava ali, bêbado, perigoso, sujo.
E mesmo assim, aquele calor nojento no estômago continuava queimando.
Era ódio. Só podia ser.
Mas se aquela era a moeda de troca... Se isso o mantivesse fora da expulsão...
Levantou os olhos, encarando Mingi como uma lâmina.
— Uma vez. Só uma. Eu te ajudo uma vez e você esquece que sabe daquilo.
Mingi sorriu, lento, satisfeito.
— Ah, não, nerdinho... isso aqui acabou de virar o início do nosso contrato.
E S/N soube, ali, que a linha tinha sido cruzada.
Sem volta.
O silêncio pairou entre eles como uma barreira invisível, mas densa. S/N sentia o próprio coração latejando alto no peito, a respiração acelerada, a pele fervendo em uma mistura de ódio, tensão e um desconforto impossível de descrever.
Song Mingi deu um passo à frente.
Sorria. Sempre aquele maldito sorriso torto, carregado de uma superioridade asquerosa, mas... havia algo diferente agora. Um brilho nos olhos. Um desejo faminto, bruto.
Sem esperar mais um segundo, Mingi agarrou o queixo de S/N, forçando seu rosto para cima. Não houve tempo para recusa, não houve espaço para hesitação.
Beijou-o.
A boca quente, invasiva, o hálito alcoólico misturado com menta, a língua forçando entrada sem pedir permissão.
S/N quis recuar. Quis empurrá-lo, quis gritar. Mas as mãos de Mingi já estavam em sua nuca, segurando-o firme, colando seus corpos.
O beijo era bruto, agressivo, desesperado.
E contra toda a vontade racional, o corpo de S/N respondeu.
Retribuiu.
A raiva fervendo junto ao calor úmido das línguas se misturando. O ódio transformado em uma tensão pesada que latejava entre os dois desde o primeiro dia em que se odiaram.
Mingi soltou uma risada rouca contra seus lábios, afastando-se apenas o suficiente para sussurrar:
— Boa vadiazinha... já sabe como é. Agora, ajoelha.
S/N sentiu o estômago afundar.
O peito subia e descia rápido. Cada célula do seu corpo gritava em protesto, mas ao mesmo tempo, a ameaça pairava como uma sombra real. Não havia saída.
Engoliu seco.
Abaixou-se.
Lentamente, os joelhos tocaram o piso gelado do dormitório. A posição humilhante o fazia sentir o sangue pulsar nos ouvidos. Mingi observava-o com aquele olhar de superioridade nojenta, como se fosse o dono absoluto da situação.
— Isso — Mingi murmurou, os dedos enroscando em seu cabelo. — Fica bonito assim. Nunca imaginei ver o certinho S/N nessa posição. Mas porra... é ainda melhor do que nos meus pensamentos mais sujos.
Desabotoou a calça devagar, mantendo o olhar fixo em S/N.
O volume já era visível, pulsante.
Quando o pau foi libertado, duro e grosso, quase latejante de tanto tempo sem gozar, S/N sentiu um novo peso de realidade desabar sobre si.
Mingi guiou o próprio pau até os lábios de S/N, batendo devagar contra sua boca fechada.
— Abre. Vai. Mostra pra mim o que essa sua boquinha afiada sabe fazer.
S/N cerrou os dentes por um segundo, o orgulho rasgando-se em pedaços. Mas abriu a boca.
Mingi gemeu baixinho no segundo em que sentiu a língua quente recebê-lo.
— Caralho... — sussurrou. — Finalmente.
O pau pesado deslizou devagar para dentro da boca de S/N, que lutava para controlar a ânsia, enquanto o cheiro forte e o gosto amargo tomavam conta de tudo.
Mingi segurou sua cabeça firme, orientando o ritmo.
— Porra, olha isso... você chupa bem demais. Quem diria, hein? O nerdinho sabe usar a boca não só pra discursar.
O som úmido do boquete preenchia o silêncio da madrugada.
S/N sentia o pau grosso preenchendo sua boca com força, batendo na garganta. Ele tentava manter o controle, o orgulho queimando junto com o calor nojento da situação.
A mão de Mingi deslizava nos fios de seu cabelo, puxando, guiando.
— Olha pra mim — ordenou.
S/N ergueu o olhar, os olhos levemente marejados. A visão de Mingi completamente acima de si, arfando de prazer, com aquele sorriso carregado de soberania, quase o fez querer cravar os dentes naquela carne quente.
Mas se controlou.
— Vai me morder, vadiazinha? — Mingi percebeu o olhar e provocou, rindo. — Seria um desperdício... você está indo tão bem.
O ritmo aumentou.
O som das estocadas úmidas ficou mais sujo, mais desesperado. Mingi gemia baixo, os quadris começando a tremer levemente com a aproximação do clímax.
— Puta merda... — ele sussurrou entre os dentes, os músculos tensionando. — Nenhuma daquelas vadias sabia fazer isso... nenhuma. Só você, nerdinho. Porra, que boquinha perfeita.
S/N sentia a garganta sendo brutalizada, a saliva escorrendo pelos cantos dos lábios, o rosto ficando vermelho. As mãos agarravam firmes as coxas de Mingi, tentando se firmar.
Mas mesmo humilhado, uma parte dele sentia um estranho prazer perverso em vê-lo assim — finalmente gemendo de verdade.
Mingi puxou sua cabeça mais uma vez, enterrando quase por completo, os olhos revirando.
Por um instante, S/N cogitou morder. Seria tão fácil.
Mas não mordeu.
Ainda não.
Mingi gemeu alto, o quadril tremendo, mas subitamente puxou o pau da boca de S/N, respirando pesado, as veias latejando. Não queria gozar ainda.
Não assim.
Segurou o próprio pau com a mão e olhou para baixo, observando S/N ajoelhado, com a boca aberta, o queixo brilhando com a mistura de saliva e pré-gozo.
— Não — murmurou com um sorriso sádico. — Assim não. Eu esperei tempo demais por isso.
Começou a se masturbar rápido, acima do rosto de S/N.
— Vai ser aqui, vadiazinha. No seu rostinho lindo. Pra eu te marcar.
S/N apertou os olhos por um segundo, a vergonha queimando.
— Não... — tentou sussurrar, mas não houve tempo.
Mingi gemeu alto, o jato quente e espesso começou a sair forte, espirrando direto em seu rosto, sujando as bochechas, o nariz, o queixo, os lábios.
Ele gemia rouco, descarregando o que parecia semanas de frustração acumulada.
— Porra... porra... porra... — arfava — olha isso... puta que pariu...
Continuou espalhando o esperma com o próprio pau, deslizando a glande melada pelo rosto de S/N, sujando ainda mais.
— Olha o quão bonito você fica assim — sussurrou com aquela voz baixa e perversa. — Todo marcadinho. Todo meu.
O silêncio seguinte só era cortado pela respiração pesada dos dois.
S/N, ajoelhado, com o rosto melado e os olhos brilhando de um misto de ódio, vergonha e algo que ele não queria nomear.
Mingi sorriu, ofegante.
— Isso foi só o começo, nerdinho.
Mingi guardou o próprio pau e foi embora deixando S/N ali, sujo e humilhado.
As férias seguiram.
O silêncio do campus vazio servia apenas para amplificar o som úmido e sujo que preenchia o dormitório de S/N todas as noites.
Song Mingi agora tinha tempo.
Tempo de sobra.
E depois de finalmente ter gozado, depois de semanas de frustração acumulada, descobriu o que sempre quis: a boquinha de S/N era a única capaz de arrancar dele o prazer completo.
E agora… não conseguia mais parar.
Na noite seguinte, Mingi apareceu de novo.
Sem bater.
Sem pedir permissão.
Entrou com o mesmo sorriso presunçoso, trancou a porta atrás de si, largou o casaco sobre a poltrona e, com um estalo de dedos, indicou:
— Ajoelha.
S/N sentiu o estômago revirar, a raiva fervendo. Mas ajoelhou.
O peso da chantagem ainda o esmagava, mesmo que a vontade de socar Mingi estivesse cada vez maior.
Dessa vez, ele não esperou.
Enfiou o pau direto na boca de S/N, com uma estocada profunda, gemendo alto logo de início.
— Caralho, nerdinho… eu esperei tempo demais pra isso. Agora você vai me servir direito.
E serviu.
Durante horas.
O som úmido do boquete preenchia o quarto abafado, enquanto a mão de Mingi guiava os movimentos, puxando o cabelo com força, acelerando o ritmo sempre que o prazer crescia.
— Chupa mais fundo — rosnava entre gemidos. — Isso, isso… puta merda. Olha como engole o meu pau inteiro, porra…
S/N sentia a garganta já latejando, os músculos da mandíbula doendo de tanto forçar, mas mantinha o controle.
Quando Mingi gozou pela segunda vez, foi novamente na cara dele, gemendo alto, espalhando o gozo espesso com o próprio pau sobre o rosto de S/N como se estivesse carimbando território.
Na terceira noite, o padrão se repetiu.
Na quarta, a mesma coisa.
Só que naquela, S/N já não aguentava mais. O maxilar doía tanto que o ódio parecia transbordar pelos olhos. Quando Mingi esticou o pau para mais um boquete, S/N hesitou, arfando, a boca dolorida.
— A boca… já… — tentou protestar.
Mingi apenas sorriu, o olhar insano.
— Tudo bem, vadiazinha — sussurrou — então usa a mão hoje.
A punheta começou lenta, mas logo virou uma sessão frenética de masturbação desesperada.
— Isso… continua, porra. Olha essas mãozinhas… — Mingi gemia enquanto S/N bombeava o pau grosso com força, a saliva ainda escorrendo de sua boca. — Sabe, acho que ninguém nesse campus vai me dar prazer assim de novo. Só você. Sempre você.
S/N queria gritar, morder, cuspir nele.
Mas só podia continuar.
E assim foram sete dias.
Sete noites seguidas.
Boquetes intermináveis. Punhetas quando sua boca já estava dormente.
Mingi se tornara voraz, viciado, sempre aparecendo com um sorriso excitado e as mãos impacientes.
— Maldita vadiazinha. Não sei como esperei tanto — dizia enquanto estocava sua boca, a mão firme na nuca de S/N.
E S/N aguentava.
Por pura sobrevivência.
Por puro ódio.
Mas sempre havia um limite.
E Mingi começou a ultrapassá-lo.
Na oitava noite, ele chegou ainda mais alterado. Tinha bebido, como sempre fazia. A língua solta, a respiração pesada.
S/N já estava de joelhos quando Mingi se aproximou, passando a glande melada de pré-gozo pelos lábios dele.
— Hoje eu quero mais — sussurrou.
S/N manteve os olhos fixos nele, a expressão firme, endurecida, mesmo ajoelhado.
— Já estou de joelhos. Já te suguei. Já fiz de tudo, Song. Esqueça.
Mas Mingi estava inquieto. Inquieto demais.
Segurou o queixo de S/N com mais força, obrigando-o a encará-lo de baixo.
— Eu quero foder você.
As palavras foram cuspidas com luxúria crua. Um desejo descontrolado.
S/N sentiu o estômago afundar.
— Não. — A resposta foi seca, firme. — Não vai acontecer.
Mingi mordeu o lábio inferior, frustrado. O pau duro latejava à frente do rosto de S/N, mas ele não recuava. Nunca permitiu que aquela linha fosse cruzada. Nunca.
— Porra… — Mingi arfava —… eu passo a semana toda pensando nisso. Em te dobrar nessa cama, te segurar pelas pernas e meter fundo. Enfiar até você chorar. Até esse seu cu apertadinho me prender como a sua boca faz.
S/N sentiu o rosto corar de raiva e vergonha, mas manteve o olhar firme.
— Vai continuar imaginando.
Mingi suspirou fundo, ofegante, lutando contra o próprio desejo.
As mãos ainda seguravam sua cabeça.
— Eu vou conseguir. Uma hora você vai implorar por isso.
S/N estreitou os olhos.
— Nunca.
— Veremos — Mingi sorriu, forçando o pau de novo entre seus lábios.
O ciclo recomeçou.
E S/N sabia que, a cada noite, Song Mingi ficava mais próximo de ultrapassar o limite.
Muito próximo.
Era inevitável.
Com cada noite que passava, Song Mingi parecia mais impaciente. Mais faminto.
O prazer com os boquetes e as punhetas já não era suficiente. Ele queria mais. Queria tomar. Queria possuir por completo.
E S/N, mesmo segurando firme, sabia que estava cercado.
As mãos de Mingi, nas últimas noites, não se limitavam mais apenas ao seu rosto, cabelo ou garganta. Agora deslizavam pelas coxas, apertavam a bunda, acariciavam as curvas com uma intimidade perigosa enquanto o pau estocava fundo sua boca já treinada.
A cada estocada, Mingi sussurrava promessas sujas em seu ouvido.
— Uma hora você vai abrir essas perninhas pra mim, vadiazinha. Vai implorar.
S/N apenas o encarava com olhos ardentes de ódio, a mandíbula dolorida, mas ainda intacta.
Mas naquela noite… tudo mudou.
O quarto estava abafado, o ar pesado de tensão acumulada. Mingi já tinha entrado sem nem bater. Como sempre fazia.
S/N o esperava sentado na cama, as mãos nos joelhos, a expressão firme.
Mingi arqueou uma sobrancelha, intrigado com a postura diferente.
— Que bom que já me espera assim. Finalmente aceitando seu papel?
S/N inspirou fundo.
A decisão que tomara ao longo do dia pesava como chumbo sobre os ombros.
Levantou-se, devagar.
Sem tirar os olhos dos de Mingi, começou a despir-se.
Primeiro a blusa, depois a calça, até ficar apenas de cueca.
E então, lentamente, livrou-se da última peça.
Ficou completamente nu sob o olhar predador de Mingi, que já arfava com os olhos famintos percorrendo cada centímetro de sua pele.
S/N virou-se, subiu na cama e posicionou-se de quatro.
A voz saiu baixa, quase engasgada pela humilhação.
— Se quiser meter... pode ser aqui — e apertou as próprias coxas, deixando o espaço apertado e quente entre elas bem visível. — Só nas coxas. É o máximo que vai ter de mim.
O silêncio foi instantâneo, mas carregado de eletricidade.
Mingi respirou fundo, ofegante, os olhos vidrados na visão à sua frente.
— Porra... — sussurrou rouco —... você não tem ideia de como fica perfeito assim.
Sem demora, Mingi despiu-se, o pau já duro e pulsante.
Subiu na cama atrás de S/N, posicionando-se de joelhos, guiando o próprio pau entre as coxas quentes e macias.
— Aperta, vadiazinha. Mais. Quero sentir bem apertado.
S/N obedeceu, mordendo o travesseiro de raiva e vergonha enquanto fechava ainda mais as coxas ao redor do pau grosso e quente de Mingi.
O primeiro estocar foi lento, firme.
Mingi gemeu alto, a sensação da carne macia pressionando-o era quase tão boa quanto o que ele tanto desejava.
— Isso... puta merda... tão apertado... — a voz saiu arrastada de prazer bruto.
Mas bastou alguns movimentos para o instinto falar mais alto.
Os olhos de Mingi desceram inevitavelmente para o cuzinho exposto, piscando convidativo, logo ali, tão perto, tão desprotegido.
A mão deslizou pelas nádegas, separando-as com facilidade.
— Olha só o que você está me oferecendo de presente, nerdinho... tão inocente. Tão tolo.
S/N estremeceu, a voz abafada no travesseiro:
— Song... já dissemos o limite.
— Eu sei. — Mingi rosnou, os dedos agora circulando a entrada sensível, brincando, pressionando levemente. — Mas como resistir? Olha esse cuzinho piscando pra mim... eu só quero brincar um pouco, só um pouquinho...
O dedo molhado de saliva deslizou com facilidade, provocando arrepios em S/N, que mordeu mais forte o travesseiro, suprimindo um gemido involuntário.
— Não... — tentou sussurrar —... só as coxas.
Mingi riu baixo, ofegante, o pau escorregando rápido entre as coxas suadas enquanto o dedo rodeava a entrada virgem.
— Aperta mais as pernas, vai — sussurrou com voz rouca — não quero gozar tão rápido. Porra, tá tão quente aqui.
S/N, já suando, obedeceu, apertando ainda mais as coxas, os gemidos abafados misturados à humilhação que queimava seu rosto.
A cabeça rodava.
O prazer do atrito misturado ao medo de perder o controle, a tensão crescente da invasão dos dedos de Mingi, cada vez mais atrevidos, massageando, pressionando, quase forçando entrada.
Mas sempre parando.
Mingi parecia se deliciar com o limite. Com o jogo. Com a tortura de ambos.
— Olha só como treme — Mingi sussurrava contra sua nuca — seu corpo implora, sabia? Até seu cuzinho está pedindo, nerdinho. Só falta sua boca admitir.
S/N abafou outro gemido, a vergonha e o calor subindo violentos.
Mingi estocava mais rápido entre as coxas, o pau roçando a base do bumbum, deslizando na pele úmida.
— Porra... porra... — arfava, a voz embargada pelo prazer bruto — se você soubesse como tá gostoso, porra…
As estocadas ficaram irregulares, o corpo tenso, os gemidos ficando desesperados.
S/N sentia o calor do pau latejante deslizando perigosamente perto de sua entrada, os dedos ainda brincando em círculos lentos, dominadores.
E então Mingi explodiu.
Gozou com um grito abafado, o esperma quente jorrando direto nas coxas, nas nádegas e um pouco na lombar, sujando tudo enquanto ele arfava como um animal exausto.
Ainda ofegante, deixou o pau escorregar e com a mão suja começou a espalhar o gozo pelo bumbum de S/N, como se o marcasse mais uma vez.
— Olha só como ficou lindo todo sujinho pra mim... — sussurrou satisfeito, passando a glande lambuzada mais uma vez na entrada sensível, fazendo S/N estremecer e afundar ainda mais o rosto no travesseiro.
O quarto ficou silencioso, exceto pelo som das respirações pesadas.
Mingi ainda ofegava atrás dele, o sorriso satisfeito nos lábios, a mente já girando nas próximas fantasias.
S/N manteve-se quieto, suado, envergonhado, o rosto ardendo de humilhação.
Mas por enquanto... ainda intacto.
O que era um acordo sujo de sobrevivência rapidamente virou um vício.
Para ambos.
Mas agora… o foco de Mingi havia mudado. Não era mais apenas sobre gozar. Era sobre fazer ele sentir.
Sobre quebrar cada camada de resistência de S/N pouco a pouco, até torná-lo completamente seu.
As visitas noturnas continuavam.
As coxas de S/N já sabiam o caminho. Cada vez mais apertadas, quentes, úmidas, deslizando em torno do pau pulsante de Mingi com uma familiaridade humilhante.
Mas não era só isso.
Agora, toda noite, os dedos de Mingi se aventuravam.
No início, eram apenas carícias tímidas, rodeando o cuzinho de S/N enquanto estocava entre as coxas apertadas.
— Tão bonitinho piscando pra mim — sussurrava com aquele sorriso viciado. — Seu corpo mente, sabia? Finge resistir, mas me implora com cada tremor.
S/N enterrava o rosto no travesseiro, mordendo o tecido, a cada toque proibido sentindo o corpo estremecer num misto de raiva, humilhação e uma vergonha latejante que o queimava por dentro.
A cada noite, os dedos pressionavam mais fundo, rodeando, brincando, afagando.
— Relaxe, nerdinho — a voz rouca vinha carregada de prazer sujo — quero ver você se contorcendo todo quando finalmente sentir o que é bom.
S/N ainda lutava, resmungava:
— Song... já dissemos...
Mas a mão firme o mantinha no lugar, e os dedos não paravam.
Em uma das noites, Mingi ficou particularmente insaciável.
Estava arfando alto, o pau deslizando furioso entre as coxas quentes e molhadas de S/N, a mão deslizando pelas costas suadas, até novamente espalhar os dedos sobre as nádegas.
Dessa vez, o polegar empurrou com um pouco mais de força a entrada sensível, arrancando um gemido abafado e involuntário de S/N.
Mingi parou de estocar por um segundo, o sorriso completamente fascinado.
— Ouvi isso, vadiazinha? Você gemeu. Gemidinho bonito... ah, você é tão gostoso de provocar.
A vergonha explodiu no peito de S/N, que enterrou ainda mais o rosto no travesseiro.
— Vai se foder — rosnou abafado.
— Eu estou tentando — Mingi riu, roçando agora a glande na entrada, brincando de encaixar sem forçar de verdade. — Tá tão quentinho aqui... tão lisinho. Aposto que vai me prender com força quando eu meter de verdade.
Mas ainda assim... ele não forçou. Sempre parava no limite.
Voltava a foder as coxas, gemendo alto, enquanto seus dedos continuavam massageando o cuzinho sensível com carinho doentio.
— Vai chegar o dia, nerdinho… — sussurrou, gemendo no auge —... que você vai me implorar pra meter nesse cuzinho lindo.
E então veio o novo nível de obsessão.
Foi numa noite abafada, depois de semanas desse jogo perverso.
S/N já estava posicionado de quatro, como sempre. Mingi, agora, já nem pedia. Apenas entrava, despiu-se com pressa e assumia seu lugar atrás do corpo nu e suado dele.
Mas naquela noite, Mingi não subiu imediatamente.
Ao invés disso, ajoelhou-se atrás de S/N e segurou firme as nádegas, separando-as com gosto.
— Hoje... — a voz saiu baixa, arrastada —... vou provar o seu sabor, vadiazinha.
S/N gelou.
Tentou olhar por cima do ombro, os olhos arregalados.
— Song... não. Não.
Mingi ignorou.
Sua língua quente e úmida já deslizava lentamente pela rachadura, lambendo com prazer o espaço ao redor do cuzinho, explorando cada milímetro com fome.
S/N estremeceu inteiro, envergonhado ao extremo.
— Caralho... — Mingi gemeu contra a pele dele — você é uma delícia. Que cuzinho limpo, bonito... perfeito. Olha só como até brilha pra mim...
A língua começou a desenhar círculos lentos ao redor da entrada sensível, molhando tudo, preparando. O calor da respiração de Mingi fazia cada terminação nervosa de S/N tremer violentamente.
S/N mordeu o travesseiro com força, tentando conter gemidos que já começavam a escapar contra sua vontade.
— Para com isso... — tentou sussurrar, já sem muita firmeza.
— Não — Mingi respondeu com um sorriso perverso. — Agora é sobre você também sentir. Vai aprender como é bom ser tocado assim, vadiazinha.
A ponta da língua começou a pressionar delicadamente o centro, provocando estalos úmidos a cada lambida profunda.
S/N arfava descontrolado, o corpo inteiro tremendo. A sensação era humilhante demais, mas a onda quente que subia pelo seu ventre o traía completamente.
Mingi percebeu o leve rebolado involuntário e riu, com a língua ainda cravada na carne macia.
— Olha só como treme, porra... seu corpo já me ama. Só falta você admitir.
O pau de Mingi latejava entre suas próprias coxas, completamente duro com o sabor viciante da pele de S/N.
Quando a língua mergulhou fundo de novo, S/N não conseguiu conter o primeiro gemido alto, abafado no travesseiro.
Mingi sorriu.
— Vadiazinha gostosa...
Seguiu lambendo com mais vontade, cada vez mais fundo, cada vez mais possessivo, o rosto colado, o nariz batendo contra a base da bunda de S/N, enquanto gemia contra a carne.
— Eu vou te ter completo — sussurrou com a voz rouca e enlouquecida. — Teu cuzinho já me pertence. Só falta entrar.
O jogo tinha subido um nível.
E S/N sabia: agora, Song Mingi não queria só seu corpo.
Queria sua rendição.
E cada noite, a resistência ficava mais frágil.
Cada toque, cada gemido arrancado, cada nova humilhação…
Era uma contagem regressiva.
O mês passou rápido demais.
As férias se dissolveram como se nunca tivessem existido. O campus voltou a pulsar de estudantes, corredores lotados, professores, provas, aulas.
E, por um momento ingênuo, S/N acreditou que a volta à rotina seria sua salvação.
Que Song Mingi, com sua vida social agitada, sua popularidade e seu exército de vadias sedentas por atenção, se distrairia novamente.
Mas estava redondamente enganado.
Agora, o que antes era uma obsessão lasciva e física, tomava contornos mais sombrios, mais intensos.
Mingi não queria apenas transar.
Queria S/N.
Inteiro.
O primeiro sinal veio logo na segunda semana de aula.
S/N estudava sozinho na biblioteca, concentrado em uma pilha de livros de cálculo avançado, quando sentiu a cadeira ao lado deslizar e alguém sentar-se. Olhou de lado.
Era ele.
Calmo. Como se fosse a coisa mais natural do mundo estar ali, ao lado do nerdinho que sempre foi seu desafeto número um.
— Que surpresa — S/N murmurou, desconfiado, mantendo os olhos nos livros.
Mingi apoiou o queixo na mão, observando-o.
— Preciso de ajuda em álgebra. Vamos estudar juntos — disse com um sorriso cínico.
S/N bufou.
— Sabe perfeitamente que isso é mentira. Você tira notas decentes.
— Não é mentira — Mingi sussurrou baixo, inclinando-se até o ouvido de S/N, a voz rouca carregada de duplo sentido. — Preciso de ajuda para me concentrar. E nada me deixa mais concentrado do que o cheiro da sua pele.
S/N estremeceu. Sentiu o calor subir pelo pescoço. Olhou em volta nervoso: estudantes passando, bibliotecários próximos. Era insano.
— Estamos na biblioteca, Song — sussurrou entre dentes.
Mingi riu, provocador.
— É mesmo? Que perigo. Meu pau adoraria estar na sua boca agora.
S/N cravou as unhas na coxa, furioso, mas o olhar provocativo de Mingi fez seu estômago revirar.
Aquilo já não era apenas um jogo sexual.
Era uma perseguição.
Nos dias seguintes, a ousadia só cresceu.
Mingi o encurralava nos corredores entre aulas, puxava-o para banheiros vazios, para depósitos esquecidos, para cantos escuros.
— Só um pouquinho — sussurrava contra sua nuca, enquanto as mãos deslizavam por baixo da camisa — só quero sentir você tremer pra mim rapidinho.
S/N resistia, mas cedia. Sempre cedia.
Boquetes rápidos, masturbações apressadas, dedos atrevidos explorando enquanto o risco de serem descobertos pairava no ar como uma droga viciante.
A adrenalina da possibilidade do flagra misturava-se ao prazer do proibido.
Mingi gozava rápido, sujando as mãos de S/N, lambuzando seu próprio abdômen, ofegante, sempre repetindo com a voz baixa e doentia:
— Porra, eu preciso de você. Preciso tanto de você...
Mas então… algo mudou.
Nos dias em que não podia ter S/N fisicamente, Mingi parecia ficar inquieto. Perdido.
Foi aí que vieram os presentes.
No primeiro dia, S/N encontrou uma embalagem cuidadosamente deixada em sua escrivaninha. Um moletom macio, de marca, com a etiqueta ainda pendurada.
Sem bilhete.
Mas o cheiro de Mingi impregnava o tecido.
No segundo dia, chocolates importados.
No terceiro, um par de fones de ouvido novos.
E no quinto… um livro raro de neurociência, edição de colecionador.
S/N segurou o livro nas mãos, o coração apertado.
Song Mingi nunca fora gentil. Nunca fora romântico. Nunca dera absolutamente nada a ninguém.
Ver aquilo... o deixou confuso.
Não sabia se deveria sentir raiva, medo, ou algo pior.
Mas não jogou os presentes fora.
E então vieram as noites.
Mingi começou a bater na porta do dormitório não apenas para sexo.
Agora, queria dormir ali.
— Só quero ficar um pouco — dizia com a voz arrastada, cansada, os olhos vulneráveis como nunca S/N vira antes. — Só você consegue acalmar minha cabeça.
S/N relutava. Mas, novamente, acabava cedendo.
Deitavam juntos na cama estreita.
Mingi o abraçava pelas costas, o peito quente colado em suas costas, a respiração lenta contra sua nuca. Os dedos de Mingi sempre passeavam pelas costelas de S/N, como se não suportasse ficar sem tocá-lo por um segundo sequer.
E naquelas noites, não havia sexo.
Havia só o silêncio abafado de dois corações batendo forte, colados, enquanto o sono vinha.
As barreiras de S/N começavam a rachar.
A cada noite que Mingi o envolvia num abraço possessivo, a cada vez que sussurrava "você é só meu" com a voz baixa e sonolenta, a resistência de pedra que S/N sempre manteve começava a derreter, um fio de cada vez.
Aquele babaca arrogante, que por meses o aterrorizou, o humilhou, agora parecia um garoto perdido, obcecado, carente, agarrado a ele como se o mundo desabasse ao redor.
E o pior?
Parte de S/N gostava daquilo.
Gostava demais.
Mingi, por sua vez, já não conseguia mais mentir para si mesmo.
Quando não tinha S/N por perto, a mente não parava.
Sonhava com ele. Fantasiava. Tocava-se pensando no cheiro da pele dele, na boca quente o engolindo, na bunda perfeita rebolando sob ele.
E mais: sonhava com coisas doces. Com beijos calmos, com abraços longos, com acordar juntos depois de noites inteiras grudados.
Era amor? Era obsessão? Era vício?
Não sabia.
Só sabia que era tudo.
E precisava de mais.
A rotina suja e doentia dos dois seguia. Naquela noite Mingi entrou, trancou a porta, tirou a camiseta e já foi direto para o fundo da cama.
— Quero você de quatro, nerdinho — sussurrou com a voz baixa, a rouquidão embebida de desejo. — Agora.
S/N nem discutiu. Já sabia o que vinha.
Despiu-se, ajoelhou-se na cama, afastou as pernas e apertou as coxas, abrindo espaço entre elas para o pau de Mingi, deixando o bumbum exposto — aquela visão que o fazia perder o controle.
Mingi subiu atrás dele, os dedos logo explorando as nádegas com avidez, separando-as com vontade.
— Sempre tão obediente... mas ainda fingindo resistência — riu baixinho, enquanto o pau duro se encaixava entre as coxas quentes de S/N. — Aperta mais. Quero sentir tudo.
O atrito quente começou, e logo os dedos de Mingi passeavam com mais ousadia.
Deslizou saliva nos dedos, espalhou na entrada sensível, e começou a brincar com o cuzinho apertado de S/N enquanto estocava furioso entre as coxas.
S/N arfava, mordendo o travesseiro, o corpo reagindo mesmo contra sua vontade. Rebolava levemente, querendo mais, gemendo manhoso enquanto os dedos molhados brincavam com sua entrada, penetrando de leve, massageando e pressionando.
— Olha você se oferecendo sem perceber... — Mingi sussurrava, completamente fascinado. — Tá toda manhosinha pra mim, vadiazinha.
Dois dedos entraram com facilidade, fazendo S/N gemer alto, as pernas tremendo, o quadril empinando instintivamente.
— Porra... você já tá ficando prontinho — Mingi rosnava, excitado, o pau latejando furioso entre as coxas apertadas. — Tão quentinho... tão lisinho... só falta me deixar meter de verdade.
— Cala a boca... — S/N gemeu, sem força.
O ritmo ficou frenético, os dedos enterrados, massageando com precisão. O prazer latejava em ondas, o corpo de S/N já completamente entregue mesmo sem admitir.
Mingi estocava com força, o suor escorrendo pelos corpos, o quarto abafado, preenchido pelos gemidos abafados e estalos úmidos.
Quando Mingi gozou, foi com um grunhido rouco e desesperado, o esperma quente explodindo entre as coxas e escorrendo pelas nádegas de S/N.
S/N gozou logo depois, sem nem precisar ser tocado.
Só com o estímulo dos dedos.
Humilhante.
Delicioso.
O silêncio depois do orgasmo foi pesado. Mingi ficou alguns segundos imóvel, respirando contra a nuca suada de S/N, o pau ainda tremendo, os dedos ainda enterrados como se não quisesse sair dali.
Mas dessa vez... não acabou ali.
Mingi afastou-se devagar e puxou S/N pela mão.
— Vem. Vamos tomar banho.
S/N, exausto, nem discutiu.
O chuveiro quente relaxou os músculos tensos de ambos. Mingi o lavava com cuidado, quase com carinho doentio.
Deslizava a esponja pelo peito, pelos ombros, pela barriga.
S/N, de olhos fechados, deixava.
Quando a esponja desceu pelas coxas e pelas nádegas, Mingi roçou o nariz na pele molhada, sussurrando contra a curva do bumbum:
— Você é minha droga, sabia?
S/N abriu os olhos, encarando-o pelo reflexo do box molhado.
Não respondeu.
Apenas deixou o toque continuar.
Minutos depois, já vestidos, estavam no carro de Mingi.
A madrugada gelada os envolvia enquanto seguiam pela cidade quase deserta.
— Onde estamos indo? — S/N perguntou, ainda atordoado.
— Comer — respondeu Mingi, com um sorriso relaxado. — Estou com fome. E você também precisa repor energia depois de me servir tão bem.
Pararam num McDonald's 24h.
As luzes artificiais do lugar quebravam o clima sujo que haviam deixado no dormitório. Ali pareciam… quase normais.
Fizeram o pedido no drive-thru. Mingi pagou tudo.
— Pode escolher o que quiser — disse com um sorriso quase… carinhoso.
S/N o observou de soslaio, tentando processar.
Aquilo estava começando a se parecer cada vez mais com… um encontro. Um encontro real. Como se fossem um casal.
Com a bandeja em mãos, sentaram-se numa das mesas da janela.
Comiam em silêncio.
Até que Mingi quebrou o clima.
— Sabe... — começou, a voz agora suave — eu sempre achei que queria só te foder. Só te dobrar, calar essa sua boca irritante com o meu pau. E ainda quero, claro. Mas...
Olhou nos olhos de S/N, o sorriso torto.
— ...você tá mexendo comigo de um jeito que eu não esperava. Eu penso em você o tempo todo. É como se eu estivesse completamente viciado. Nem quando estou gozado eu consigo parar de pensar em você.
S/N gelou. Sentiu o coração dar um salto.
Queria responder com sarcasmo, com alguma provocação. Mas não conseguiu.
Havia algo na sinceridade do olhar de Mingi que o desarmou completamente.
Então desviou os olhos, focando na batata frita, o rosto queimando.
— Babaca — sussurrou.
Mingi riu.
E ficou só olhando. Como se bastasse estar ali, com ele.
Como um namorado apaixonado.
E então S/N percebeu algo assustador:
Parte dele estava começando a gostar daquilo.
Gostar de verdade.
A tensão já estava insuportável.
Semanas de toques, beijos, noites divididas, confissões veladas e um jogo sujo de provocação e desejo crescendo como uma bomba prestes a explodir.
E naquela noite... a explosão veio.
O quarto estava silencioso, abafado, carregado de eletricidade.
S/N estava nu, sentado na beirada da cama, o rosto sério, o coração disparado.
Mingi o observava de pé, já nu também, o pau duro, pulsante, latejando com uma fome quase desesperada.
— Tem certeza? — a voz de Mingi saiu rouca, tensa, quase reverente.
S/N levantou o olhar, firme.
— Vem cá.
Mingi avançou devagar, como se estivesse se aproximando de algo sagrado.
S/N o fez sentar-se na beirada da cama e, sem dizer uma palavra, subiu no colo dele, as mãos firmes nos ombros de Mingi.
O pau grosso e quente roçava sua entrada sensível, já lubrificada pelas longas preliminares das últimas noites.
S/N respirou fundo.
Fechou os olhos.
E começou a descer devagar.
A glande empurrou, forçou a entrada tensa e sensível.
O primeiro estalo de penetração arrancou um gemido baixo de ambos.
Mingi mordeu o lábio, os olhos vidrados na visão surreal de S/N engolindo seu pau pela primeira vez.
— Porra... — sussurrou quase sem ar —... olha você me engolindo assim...
S/N ofegava, os dedos apertando os ombros de Mingi com força, sentindo o pau grosso e quente abrindo caminho centímetro por centímetro dentro de si.
Era muito.
Muito grande.
Muito intenso.
Mas tão... bom.
Quando sentou completamente, o pau de Mingi enterrado até o fim, o corpo de S/N tremeu, arfando, suado, o rosto corado.
— Caralho... — sussurrou manhoso —... tá todo dentro.
Mingi estava hipnotizado.
As mãos pousaram na cintura de S/N, mas sem forçar. Apenas segurando, como se tivesse medo de espantar aquele momento.
— Você é tão lindo assim, porra... — a voz saía embargada de puro desejo —... minha vadiazinha perfeita.
Por um tempo, S/N ficou ali parado, apenas sentindo.
Sentindo o pau preenchendo, pulsando dentro dele, o calor, a pressão, a plenitude absurda.
Era um prazer quase sagrado.
A barreira final tinha sido superada.
E então, devagar, o quadril começou a subir.
Desceu de novo, num movimento lento, gostoso, fazendo ambos gemerem alto.
E logo o ritmo aumentou.
S/N começou a quicar com força, com fome, como se seu corpo estivesse esperando por aquele pau dentro de si desde sempre.
Os gemidos eram intensos, abafados, manhosos.
— Porra, porra... — arfava Mingi, os olhos vidrados, o controle escapando de suas mãos —... olha você me cavalgando... se oferecendo desse jeito... meu Deus...
S/N ria baixinho entre gemidos, as mãos apoiadas no peito de Mingi, controlando cada estocada, sentando com força, apertando o pau até o fundo, como se quisesse gravar o formato dele dentro de si.
A respiração de Mingi ficou irregular, desesperada.
— Você vai me matar, vadiazinha... vai me fazer gozar só de te ver montando assim...
As mãos de Mingi subiram pelas costas suadas de S/N, puxando-o para perto. Agora os peitos colados, os corpos grudados, o suor misturado.
Os lábios se encontraram num beijo sujo, desesperado, faminto.
Não era um beijo de ódio.
Não mais.
Era possessivo. Era viciante.
Era amor disfarçado de luxúria.
S/N gemia contra a boca de Mingi, o quadril ainda subindo e descendo, o prazer se acumulando de forma brutal.
Mingi, sem aguentar mais, segurou firme as nádegas e começou a estocar de baixo, o som molhado e sujo dos corpos se chocando preenchendo o quarto.
— Meu... você é meu... meu... — repetia ofegante.
O orgasmo veio violento.
Mingi gozou com força, o esperma explodindo quente e profundo dentro de S/N, que logo depois também gozou, o ventre espirrando entre os dois, a mente nublada de prazer absoluto.
Os corpos caíram abraçados, grudados, suados, ofegantes.
Mingi não soltava S/N nem por um segundo.
— Você... — sussurrou ainda tremendo —... é meu. Todo meu.
S/N apenas encostou a testa na dele, os olhos fechados, o peito ainda arfando.
Não precisava responder.
Ambos sabiam.
Naquela noite, algo mudou.
Eles nunca falariam em namoro.
Não ainda.
Mas a semente já estava plantada.
E agora, crescia firme, forte, enraizada na obsessão, no desejo, no vício… e no começo retorcido de um amor doentio.
De inimigos...
Para amantes.
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lagrya · 2 months ago
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Imagine JungKook
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O apartamento ainda cheirava a tinta fresca e móveis novos. A mudança tinha sido feita no fim de semana anterior, e apesar das caixas ainda empilhadas no canto da sala, tudo parecia... certo. A presença de Jungkook deixava tudo mais leve, e S/N se pegava sorrindo sozinho cada vez que via o namorado, mesmo depois de mais de um ano juntos.
Morar com Jungkook era como dividir a vida com um sol: quente, forte e inevitável. Ele preenchia todos os espaços, mesmo quando não falava nada. E era ali, naquele novo lar, que os dois davam início à próxima fase da vida — a universidade, o curso dos sonhos, e, claro, o namoro deles, que só crescia em intensidade.
Mas tudo tinha começado de forma bem diferente.
— Você lembra como me olhou no primeiro dia? — Jungkook perguntou, rindo enquanto tirava a blusa de moletom e jogava no encosto do sofá. — Parecia que ia desmaiar.
— Eu não te olhei assim... — S/N murmurou, corando. — Foi só um susto. Você era... chamativo.
— Chamativo? — Jungkook ergueu uma sobrancelha. — Eu entrei na sala, você derrubou sua caneta, tropeçou na própria cadeira e quase caiu no colo da professora. E tudo isso me olhando.
S/N cobriu o rosto com as mãos.
— Que vergonha...
— Foi fofo — Jungkook se aproximou, sentando ao lado dele. — Eu me apaixonei ali mesmo. Um ômega atrapalhado, tímido, mas que ainda assim conseguia manter a postura como representante da turma. Achei aquilo admirável. E excitante também.
S/N deu um tapa fraco no ombro dele.
— Ei!
— É verdade. — Jungkook segurou o pulso de S/N com carinho, trazendo-o para mais perto. — Você era diferente. Os outros ômegas da escola sempre se esforçavam tanto para parecer perfeitos... você já era perfeito. Só não percebia.
O que Jungkook não contava era que conquistar aquele ômega seria uma verdadeira missão.
Na época, ele havia acabado de se transferir para a escola no último ano do ensino médio. Com aparência típica de um alfa — alto, forte, cheiro naturalmente atrativo e olhar seguro —, rapidamente se tornou o centro das atenções. Entrou para o time de basquete, ganhou notoriedade entre os professores e quase todos os ômegas da escola suspiravam ao vê-lo passar.
Mas foi ao entrar naquela sala e ver S/N todo encolhido atrás da mesa, conferindo os papéis de representante da classe com as sobrancelhas franzidas e a boca levemente aberta de concentração, que seu coração parou. Aquilo foi o suficiente. Um único olhar.
O problema? S/N parecia não estar nem aí para ele.
E não por orgulho. Era inocência mesmo.
Jungkook tentou de tudo. Começou a se sentar perto, a puxar assunto, a pedir ajuda com tarefas que ele claramente já sabia fazer. Mas S/N se mantinha firme, respondia com educação, sempre corava um pouco, mas não dava margem.
Até que um dia, depois do treino, Jungkook resolveu tomar coragem.
— S/N — chamou, parando ao lado da mesa dele. — Você... tem planos depois da aula?
O ômega olhou para ele como se ele tivesse falado outra língua.
— Planos?
— Isso. Eu pensei em... tomar um sorvete. Ou ir ao parque. Só andar um pouco, conversar. Com você.
— Ah... — S/N baixou os olhos para os próprios cadernos. — Eu preciso revisar a ata da reunião da manhã...
— Pode revisar depois — insistiu Jungkook, sorrindo. — Só uma horinha. Eu prometo que não vou te sequestrar.
Houve um longo silêncio.
— Por que você quer sair comigo?
A pergunta pegou Jungkook de surpresa. Ele sorriu mais largo, tentando parecer despreocupado.
— Porque eu gosto de você.
S/N o encarou com os olhos arregalados.
— Mas eu... nunca namorei ninguém. Não sei fazer essas coisas.
— A gente aprende juntos — respondeu Jungkook, e havia tanta sinceridade na voz dele que S/N acabou cedendo.
O encontro foi... desastroso e adorável.
Jungkook estava nervoso. S/N, ainda mais. Eles mal conseguiam se olhar nos olhos. O sorvete derretia mais rápido do que conseguiam comer. E quando Jungkook tentou pegar na mão de S/N, este acabou derrubando o próprio copinho de sorvete no chão.
— Desculpa — disse, corando até as orelhas. — Eu sou péssimo nisso...
— Você é perfeito — respondeu Jungkook, rindo, ajudando a limpar com lenços.
E o beijo? Ah, o beijo.
Aquela foi outra guerra.
Depois de semanas saindo juntos — encontros tímidos, mãos dadas com hesitação, abraços desajeitados no portão da escola — Jungkook decidiu tentar de novo.
Estavam sentados em um banco, sozinhos, sob as folhas secas do outono. O sol começava a se pôr, e a brisa estava mais fria. S/N encolhido no casaco, Jungkook com os olhos fixos nele.
— Posso te beijar? — perguntou, com delicadeza.
S/N piscou várias vezes, o rosto inteiro corado.
— A-agora?
— Só se você quiser.
Houve uma pausa longa demais. S/N mordeu o lábio inferior e assentiu com um movimento quase imperceptível da cabeça.
Jungkook se inclinou devagar, tentando manter a calma. Mas no segundo em que seus lábios tocaram os de S/N, este se encolheu, deu um pequeno pulo e esbarrou com força na testa dele.
— Ai! — os dois disseram juntos, levando as mãos à própria testa.
Silêncio. Depois... risos. Risos descontrolados.
— Isso foi horrível — disse S/N, entre risos. — Eu estraguei tudo.
— Foi o melhor beijo da minha vida — disse Jungkook, sorrindo como um bobo.
Depois daquele dia, tudo mudou. O namoro começou devagar. Jungkook era atencioso, paciente, respeitava todos os limites. E S/N se sentia cada vez mais seguro ao lado dele.
Agora, já no segundo ano da universidade, dividindo o mesmo apartamento, os dois eram praticamente inseparáveis. Todos os colegas comentavam sobre como eram o casal perfeito. O alfa gentil e o ômega doce. E, de fato, eram.
Jungkook se aproximou do sofá, beijando a testa de S/N.
— Está com fome?
— Um pouco.
— Vou fazer ramen. Com ovo e nori, como você gosta.
— Eu posso ajudar...
— Não precisa. Fica aí descansando.
S/N sorriu. Ver Jungkook indo para a cozinha, mexendo nas panelas com aquele moletom folgado e o cabelo preso no coque desajeitado, aquecia seu peito. Era o mesmo Jungkook de sempre. Forte, bonito, mas absurdamente cuidadoso. Seu Jungkook.
Enquanto ouvia o som da água fervendo e o barulho das embalagens sendo abertas, S/N se perdeu em lembranças.
O primeiro encontro. O primeiro beijo. O dia em que Jungkook pediu para namorarem oficialmente, com um buquê de flores pequenas e um anel simples de compromisso. O dia em que decidiram procurar um apartamento juntos. A primeira noite ali, dormindo abraçados no colchão no chão, rindo das caixas empilhadas e da falta de talheres.
S/N levou a mão até o pescoço, onde usava um colar fino com o anel preso — o mesmo que ganhara naquela tarde de primavera. Jungkook tinha um igual no dedo.
Quando o cheiro do ramen chegou até ele, o estômago roncou.
— Aqui está — disse o alfa, trazendo a tigela. — Com bastante nori, como pediu.
— Obrigado.
Sentaram-se lado a lado, comendo juntos no sofá. Os joelhos se encostavam, os pés também. Era como sempre deveria ser.
Jungkook observou S/N com carinho enquanto ele soprava o macarrão quente com cuidado. O peito do alfa se encheu de um sentimento familiar: desejo, sim, mas também admiração. Amor puro.
— Amor?
— Hm?
— Eu ainda me sinto como naquele primeiro dia. Quando você tropeçou só de me olhar.
S/N riu, envergonhado.
— E eu ainda fico nervoso toda vez que você me chama de amor.
Jungkook encostou o rosto no ombro dele.
— Ainda bem. Espero que fique assim para sempre.
E naquela noite, mais uma entre tantas, eles continuaram ali: dois jovens apaixonados, crescendo juntos. O alfa e o ômega que, por mais diferentes que fossem, se encaixavam de forma perfeita.
Dividir um apartamento com o amor da sua vida deveria ser perfeito. E era. Mas, para JungKook, era também uma espécie de tortura diária.
Desde que se mudaram para o novo lar, tudo passou a fluir com uma naturalidade quase mágica. A convivência era leve, os horários se encaixavam com facilidade, e a casa parecia sempre preenchida com a presença suave de S/N — o cheiro do shampoo dele, os passos delicados pelo corredor, a forma como ele cantarolava baixinho ao organizar os livros na estante.
Era tudo perfeito. Perfeito demais.
— Amor... — a voz manhosa de S/N o chamou pela manhã, ainda entre o sono e a consciência. — Está acordado?
JungKook abriu um dos olhos com esforço. O relógio na parede marcava pouco antes das sete. O sol entrava pela janela com suavidade, refletindo sobre os lençóis brancos e o cabelo bagunçado do ômega ao seu lado.
— Agora estou — respondeu, com a voz ainda rouca.
S/N estava deitado de lado, o rosto perto demais, os lábios entreabertos e os olhos cheios de sono. Usava apenas uma camiseta folgada que provavelmente era do próprio JungKook, e a barra da peça subia discretamente até mostrar parte da coxa nua, branca, macia.
JungKook engoliu em seco.
Não era novidade que ele acordava de pau duro. A testosterona de um alfa jovem, saudável e virgem era impiedosa. Mas nos últimos dias, a situação tinha piorado. O simples fato de ter S/N encolhido ao seu lado, abraçando-o durante a madrugada, gemendo baixinho quando mudava de posição... era o suficiente para deixá-lo em estado de alerta.
Naquela manhã, claro, não era diferente.
Ele puxou discretamente o cobertor até a cintura, tentando esconder a ereção óbvia, e forçou um sorriso.
— Dormiu bem?
— Aham... — S/N bocejou, enterrando o rosto no travesseiro por alguns segundos. — Sonhei que você tinha feito panquecas pra mim.
— Eu posso fazer — disse JungKook, rindo. — Quer panquecas hoje?
— Quero... — o ômega esticou os braços como um gatinho e soltou um gemido leve ao espreguiçar. JungKook teve que fechar os olhos por um segundo.
Cachorros sendo atropelados. Gatinhos doentes. Pessoas idosas sofrendo. Ele precisava pensar em qualquer coisa que não fosse o corpinho manhoso de S/N se alongando ao lado dele.
— Acho que vou tomar banho primeiro — disse o ômega, se levantando com um pouco de preguiça. A camiseta subia conforme ele se movia, revelando ainda mais da coxa nua e um vislumbre de sua cuequinha fina. JungKook mordeu o lábio inferior.
Ele se virou de costas na cama e enterrou o rosto no travesseiro.
— Vai na frente. Eu já te alcanço.
S/N entrou no banheiro, e JungKook ficou ali, respirando fundo.
Você é forte. Você é um homem honrado. Você ama ele demais pra meter nele sem ele pedir isso primeiro. Você prometeu esperar. Você consegue esperar.
Mas ele não sabia até quando.
Alguns minutos depois, ouviu o barulho da água. Depois, a voz de S/N:
— Kook! O sabonete caiu e rolou pro canto... Você pode me ajudar?
Inferno.
Jungkook se levantou com a cabeça baixa, tentando não deixar transparecer nada, e entrou no banheiro. A cortina translúcida mostrava perfeitamente o contorno do corpo de S/N. Ele estava de costas, abaixado, tentando alcançar o sabonete com a pontinha dos dedos.
— Aqui — disse JungKook, pegando o sabonete e entregando por cima da cortina, sem olhar diretamente.
— Obrigado... — a voz soava suave, quase melodiosa. — Você quer entrar também?
Não. Sim. Não. Sim, pelo amor de Deus, sim.
— Posso ir depois — respondeu, já sentindo o suor escorrer pela nuca. — Você vai se atrasar se eu entrar agora.
— Verdade...
JungKook fechou a porta de novo e se encostou nela, arfando levemente. Aquilo estava ficando perigoso.
Tomaram café juntos depois, como sempre.
S/N comia panquecas com mel, balançando as pernas debaixo da mesa, o pijama agora trocado por um uniforme casual da universidade. JungKook havia preparado tudo enquanto o outro terminava de se arrumar, tentando focar a mente em tarefas simples para não ter outra crise de tesão matinal.
— Vai ter apresentação hoje? — perguntou.
— Não. Só debate. Mas eu fico nervoso do mesmo jeito...
— Você vai arrasar — disse JungKook, estendendo a mão por cima da mesa e acariciando os dedos de S/N. — Como sempre.
— Você diz isso porque é meu namorado.
— Digo isso porque é verdade.
S/N sorriu e corou de leve. JungKook teve que desviar os olhos para não perder o controle.
Saíram juntos de casa, cada um com sua mochila. O caminho até a estação de metrô era tranquilo, e eles gostavam de andar de mãos dadas até ali. Muitos colegas da universidade já conheciam os dois como o “casal modelo”.
— Como está o cheiro da rua hoje? — perguntou JungKook, puxando assunto.
— Leve cheiro de pão... e tinta fresca. Deve ter alguma reforma perto da padaria.
— Impressionante. Seu nariz é mais apurado que o meu.
— É porque você vive suprimido — S/N brincou. — Alfas vivem segurando o próprio cheiro pra não deixarem os outros nervosos.
— Só não suporto quando você fica no cio...
S/N parou de andar por um segundo, corando até o pescoço.
— Eu... eu nunca fiquei perto de você.
— Mas vai acontecer — disse JungKook com um tom mais baixo. — E quando acontecer...
O silêncio entre eles durou alguns segundos.
— Quando acontecer, eu vou confiar em você — respondeu S/N, olhando para frente.
O coração de JungKook apertou. Ele respirou fundo e sorriu.
— Obrigado.
Se despediram na plataforma, com um beijo rápido na bochecha. S/N seguiria para o curso de letras. JungKook para engenharia mecânica.
Mas mesmo separados o dia todo, trocavam mensagens o tempo inteiro.
S/N: O professor falou "órbita do texto" e todo mundo fingiu que entendeu.
JungKook: Se você entendeu, me explica depois. Se não entendeu, finge que foi ironia.
S/N: Tem um beta atrás de mim com cheiro de cigarros e ansiedade. Socorro.
JungKook: Posso ir te buscar no intervalo. A gente dá um jeito.
S/N: Só se for com beijo e bolo.
JungKook: Negociado.
Quando se reencontravam no fim do dia, a casa voltava a ganhar vida.
JungKook cozinhava. S/N lavava a louça. Depois sentavam no tapete da sala, jogavam algum jogo de cartas, viam uma série juntos ou apenas ficavam deitados lado a lado no sofá, ouvindo música baixa e acariciando os dedos um do outro.
E claro, às vezes se beijavam. Beijos longos, profundos, com mãos explorando devagar, toques que faziam o sangue ferver e a pele arrepiar. Mas nunca passavam disso.
Pelo menos, ainda não.
Uma dessas noites, enquanto lavavam a louça, S/N virou-se com a camisa toda molhada na frente. O tecido grudava no peito pequeno e liso, revelando a silhueta delicada do corpo.
JungKook precisou se apoiar na bancada.
— Está tudo bem? — perguntou S/N, inocente, segurando uma esponja ensaboada.
— Uhum — JungKook respondeu, desviando o olhar. — Só... dor nas costas.
Mentira. Era dor nos rins de tanto segurar o próprio desejo.
De noite, deitados na cama, S/N se aninhava nele como sempre. Com as mãos quentes contra o peito do alfa, a respiração suave contra o pescoço dele e uma perninha enroscada entre as dele.
— Boa noite, Kook.
— Boa noite, meu amor.
Jungkook fechava os olhos, lutando contra a ereção que já surgia de novo com os movimentos involuntários de S/N no sono. Mais uma noite de tortura. Mais uma noite de pensamentos indecentes misturados com amor puro.
Mais uma noite em que ele precisava se lembrar: Vale a pena esperar.
Era uma tarde morna e tranquila, e a aula de S/N tinha terminado mais cedo. O professor responsável por ministrar o último horário havia avisado da ausência repentina, o que liberou os alunos com quase uma hora de antecedência.
Para muitos, seria só mais um tempo livre. Para S/N, foi uma oportunidade adorável de surpreender JungKook.
Pegou o metrô com calma, desceu na estação próxima ao prédio de engenharia e atravessou o campus entre sorrisos educados e acenos tímidos. Não era incomum ver ômegas por ali, claro. Mas poucos andavam sozinhos, ainda mais em um dos prédios mais cheios de alfas do campus.
Mesmo assim, S/N não se intimidou. Queria apenas ver JungKook, esperá-lo e voltar para casa juntos.
Sentou-se em um dos bancos próximos à saída lateral do prédio, apoiando a mochila no colo, mexendo o pé no ritmo de uma música que cantarolava baixinho. O sol filtrava-se pelas árvores altas, e a brisa morna da tarde fazia o cabelo do ômega dançar levemente.
Ele parecia... um convite. Uma pintura viva de doçura e vulnerabilidade.
E foi por isso que os problemas começaram.
Três alfas que saíam da biblioteca do térreo, todos de estatura alta, ombros largos e sorrisos maliciosos demais para serem confiáveis, o avistaram antes mesmo de ele notar.
— Olha só o que temos aqui — murmurou o primeiro, parando a poucos passos do banco.
— Que delicinha de ômega sozinho — completou o segundo, cruzando os braços. — Está esperando alguém, docinho?
S/N ergueu os olhos, os dedos apertando a mochila com força.
— Estou só aguardando — respondeu, tentando manter a voz firme, mesmo com o coração acelerado.
— Aguardando o quê? Alguém pra te buscar? — O terceiro se aproximou ainda mais, abaixando-se um pouco para ficar na altura dele. — Porque se quiser companhia, a gente tem tempo.
— Estou bem, obrigado.
— Que voz meiga... Aposto que geme igualzinho — disse um deles, e os outros riram. O cheiro deles se espalhava no ar, forte e insistente. S/N podia sentir o suor, a arrogância, o cheiro amargo de testosterona suprimida.
Engoliu em seco, tentando se manter calmo. Mas os olhares em cima dele, os corpos grandes demais, os sorrisos cheios de dentes... tudo fazia seu corpo se encolher.
Foi então que aconteceu.
A poucos metros dali, saindo por uma das portas laterais com um grupo de amigos, JungKook parou no mesmo instante em que sentiu o cheiro.
Doce. Limpo. Familiar.
Cheiro de S/N.
Virou o rosto devagar, os sentidos se aguçando como de um predador. O coração acelerou. Os músculos do corpo inteiro se tensionaram.
E então viu.
S/N, sentado num banco, cercado por três alfas que não conhecia. O corpo dele encolhido, as mãos apertando a mochila, o olhar inseguro. Um deles estava próximo demais, abaixado demais, e outro estendeu a mão, como se fosse tocar no joelho do seu ômega.
O instinto de JungKook explodiu como uma corrente elétrica.
— Kook? — um dos amigos o chamou. — Que foi?
Mas JungKook já estava andando, depois correndo.
A visão turvou levemente. Não de raiva. Mas de impulso puro.
O cheiro do medo de S/N se misturava ao perfume natural dele. E nada no mundo o irritava mais do que ver o doce e delicado ômega que ele amava sendo pressionado daquele jeito.
Chegou tão rápido que os três mal tiveram tempo de reagir.
— Afastem-se. Agora.
A voz dele saiu baixa, firme e carregada de autoridade. O tipo de tom que fazia qualquer outro alfa recuar por reflexo.
Os três se viraram, surpresos. Um deles franziu o cenho.
— E você é quem?
— Eu sou o alfa dele — respondeu JungKook, os olhos escurecidos, o peito arfando. — E vou dizer só mais uma vez. Afastem-se.
S/N ergueu os olhos, os lábios trêmulos. O cheiro de alívio escapou do corpo dele como um sopro. E isso só fez JungKook ficar ainda mais irritado. Porque ele estava assustado. Ele se sentiu ameaçado.
E nenhum ômega dele merecia sentir isso.
Um dos alfas riu, tentando se manter firme.
— Relaxa, cara. A gente só tava conversando.
— Conversa não tem cheiro de medo — JungKook respondeu, sem hesitar.
Então deu um passo à frente. Depois outro.
Se colocava entre S/N e os três como uma parede. O corpo grande e musculoso bloqueava qualquer acesso ao banco. E o cheiro de advertência que saiu de seu corpo foi tão forte que dois deles engoliram em seco.
— Vai insistir? — JungKook perguntou ao último, o que parecia o mais arrogante. — Porque se insistir, a gente resolve isso agora.
— Tá maluco — disse o cara, recuando. — Que seja. Bora, galera.
Eles se afastaram com resmungos e sorrisos nervosos. Um deles ainda olhou para trás, mas o olhar que JungKook lançou fez questão de apagar qualquer traço de ousadia.
Assim que os três desapareceram, ele se virou devagar.
S/N ainda estava sentado, as mãos apertando a mochila. O rosto corado, os olhos úmidos. Parecia pequeno. Frágil. Perfeito.
JungKook se agachou à frente dele.
— Você está bem?
— Eu... sim... — ele murmurou. — Só fiquei nervoso. Não esperava...
— Eu sei — ele respondeu, pegando as mãos geladas de S/N entre as suas. — Você não fez nada de errado. Não precisa ter vergonha, meu amor.
S/N mordeu o lábio inferior.
— Eu só queria te esperar... Queria fazer uma surpresa.
JungKook sorriu. Beijou a testa dele com cuidado.
— E foi a melhor surpresa que eu poderia ter, mesmo com esse susto.
Ficaram ali alguns segundos em silêncio, respirando juntos. JungKook envolveu o corpo de S/N com os braços, abraçando-o com firmeza. Um abraço inteiro de proteção, de amor, de promessa.
— Você... você ficou com raiva? — S/N perguntou baixinho.
— Não de você. Nunca de você.
— Mas... do jeito que você chegou...
— Eu só não consigo ver ninguém ameaçando o que é meu. — JungKook olhou dentro dos olhos dele. — Você é meu, S/N. E eu te amo. Não vou deixar nada acontecer com você. Nunca.
S/N escondeu o rosto contra o pescoço do alfa, envergonhado demais para dizer qualquer coisa. O cheiro dele, mesmo tímido, era como calmaria. Doçura. Conforto.
— Vamos pra casa — disse JungKook. — Já deu por hoje.
E foram. De mãos dadas, o corpo de JungKook próximo demais, a energia protetora como um escudo ao redor de S/N.
Nos dias seguintes, ninguém mais se atreveu a se aproximar dele no prédio de engenharia.
E os amigos de JungKook... bem, passaram a olhar para S/N com outro tipo de respeito. Um deles até comentou:
— Mano... não sabia que o seu ômega era esse docinho aí.
— Ele é — JungKook respondeu, com um sorriso orgulhoso. — E é só meu.
Era sexta-feira, e como de costume, o grupo de JungKook tinha reservado uma das mesas externas do restaurante próximo ao campus. As aulas da manhã tinham sido puxadas, principalmente para os alunos do curso de engenharia, mas nada que um almoço reforçado e umas boas risadas não resolvessem.
— Cara, eu juro por Deus, se aquele professor colocar mais uma derivada tripla no exercício, eu mesmo vou me jogar do segundo andar — reclamou Minhyuk, largando os talheres no prato.
— Aí você só quebra a perna. Tem que ser do quarto pra cima, irmão — respondeu Taesan, rindo enquanto enfiava mais carne na boca.
JungKook riu também, distraído. Os dedos tamborilavam de leve na borda do copo com refrigerante, enquanto ele ouvia os amigos reclamarem da vida acadêmica. Mas em sua cabeça, havia uma imagem específica girando em loop: S/N naquela manhã, sonolento, de camiseta larga e cabelo bagunçado, tentando achar o chinelo com os olhinhos semicerrados, e depois o beijinho que deu no pescoço dele antes de sair.
O amor da minha vida…
— JungKook, você tá ouvindo? — a voz de Jae se sobressaiu no meio da conversa.
— O quê? — ele piscou.
— A gente tá apostando aqui. Você já transou ou não com aquele docinho que você chama de namorado?
JungKook tossiu, engasgando levemente com o refrigerante. Os outros riram.
— Ah não, agora você vai ter que responder — disse Minhyuk, rindo. — Não dá pra dar essa engasgada e fingir que não entendeu.
— A gente já viu vocês juntos, mano — completou Taesan. — Aquele ômega parece saído de propaganda de perfume. Toda vez que ele passa perto de mim, eu tenho que rezar três ave-marias pra não olhar demais.
— Vocês dormem na mesma cama, moram juntos, você some do rolê pra ir pra casa, e quer dizer que ainda não comeu o cara? — Jae estava em choque.
JungKook apoiou os cotovelos na mesa e olhou em volta com um sorrisinho de canto.
— Não comi.
Um segundo de silêncio. E então, o caos.
— O quê?!
— Tá de brincadeira!
— JungKook, pelo amor de Deus!
— Você é um alfa virgem?! — Minhyuk parecia genuinamente escandalizado. — E ainda por cima namorando o ômega mais... porra, ele é tipo o exemplo do que todo alfa sonha!
— Ele parece que geme só de sorrir — disse Jae, rindo. — Já pensou aquele docinho rebolando no seu colo? E você não meteu ainda? Isso é pecado, irmão.
— Eu já teria metido até perder a consciência — disse Taesan.
JungKook riu. Riu de verdade. A reação dos amigos não o incomodava. Na verdade, ele já esperava esse tipo de reação — ele conhecia bem o grupo com quem andava.
— Mano, eu achava que você era o mais selvagem da gente — Minhyuk continuou. — Com essas tatuagens, esses músculos, o jeito que protege aquele ômega como se fosse um coelhinho de porcelana…
— E é mesmo — JungKook respondeu, calmo.
Os outros pararam.
— É o quê?
— O amor da minha vida — ele disse, e tomou um gole do refrigerante. — S/N é tudo pra mim. Ele é gentil, carinhoso, tímido, e confia em mim pra cuidar dele. Eu não vou quebrar isso só porque meu pau fica duro cada vez que ele sorri.
A mesa ficou em silêncio por alguns segundos.
— Eu sinto vontade o tempo todo, sim. O tempo todo mesmo. Eu acordo com o pau duro só de ter ele respirando do meu lado. Eu quase surto quando ele sai do banho de toalhinha e se pendura em mim pra pedir colo. Quando ele se senta no meu colo, mesmo inocente, e fica rebolando devagar enquanto fala de alguma série... — ele soltou uma risada baixa, apoiando a cabeça na mão. — Eu penso em tragédia, penso em guerra mundial, penso em engolir agulhas pra não foder ele ali mesmo.
Minhyuk arregalou os olhos. Taesan deu uma risada baixa, ainda chocado.
— Mas... — continuou JungKook. — Eu respeito ele. Nós decidimos esperar. Ele também é virgem. Nunca teve ninguém, nunca beijou ninguém antes de mim. É o tempo dele. Quando ele estiver pronto, vai ser perfeito. Até lá, eu posso esperar. Posso continuar subindo pelas paredes, gritando por dentro, tomando banho gelado, acordando com o pau latejando... mas posso esperar.
Jae soltou um suspiro longo.
— Caralho, JungKook. Agora até eu me apaixonei por você.
— Foda-se, eu caso contigo — disse Minhyuk.
Os quatro caíram na risada.
— Eu juro — disse Taesan, rindo. — Eu nunca achei que ouviria essa declaração do JungKook. Achei que era o tipo que fazia ômega gozar no primeiro encontro e desaparecia.
— Eu também achava isso de mim — JungKook deu de ombros. — Mas aí ele apareceu. Todo tímido, todo bobo, falando baixinho, e com aqueles olhinhos brilhando de nervoso quando me pediu um trabalho em dupla. E agora estou aqui, dizendo pra vocês que eu me controlo todo santo dia pra não traumatizar o meu amorzinho.
Minhyuk inclinou o corpo na mesa, apoiando o queixo nas mãos.
— Você é doido. Um alfa de respeito.
— Eu só sou um alfa que ama.
Os amigos assentiram em silêncio.
— Sabe que a gente vai continuar zoando, né? — disse Jae. — É nossa função.
— Podem zoar à vontade — JungKook respondeu. — Só não tentem passar perto demais dele. Meu instinto não tem tanto autocontrole quanto eu.
Eles riram de novo.
— Brincadeiras à parte... acho foda isso — disse Taesan. — De verdade. A maioria não consegue nem pensar em esperar uma semana. Tu tá segurando esse tesão há mais de um ano?
— Um ano e meio. Mas sim.
— Eu admiro — disse Minhyuk. — Sério. Se eu fosse você, já tinha falecido.
— Quase morri algumas vezes — JungKook brincou. — Mas eu vou sobreviver.
A conversa continuou leve depois disso. As provocações vieram, sim — piadas sobre JungKook precisar de gelo seco entre as pernas, ou sobre S/N ser um ômega tão fofo que devia ser proibido andar em público — mas tudo num tom carinhoso. No fim, JungKook sabia que seus amigos respeitavam o relacionamento deles, mesmo que não entendessem completamente.
Quando ele voltou pra casa mais tarde naquele dia, encontrou S/N deitado no sofá, encolhido num moletom largo demais, assistindo a um dorama e comendo cereal direto da tigela.
O cheiro dele, puro e adocicado, o atingiu de imediato.
JungKook só sorriu, sentando-se ao lado e puxando o namorado pro colo com cuidado.
— Como foi seu dia? — S/N perguntou, encostando o rosto no pescoço dele.
— Bem. Tive uma conversa... reveladora com os caras.
— Sobre o quê?
— Sobre você. Sobre a gente. Sobre o fato de eu ainda ser virgem.
S/N corou imediatamente, enterrando o rosto contra o ombro dele.
— Eles riram de você?
— Riram. Zoaram. Mas depois pararam. Acho que ficaram até impressionados.
S/N levantou o rosto só um pouquinho.
— Por quê?
JungKook apertou o quadril dele devagar.
— Porque eu disse que você é o amor da minha vida. E que eu esperaria o tempo que fosse preciso pra ter você do jeito certo.
S/N ficou em silêncio. Então sorriu. Aquele sorrisinho tímido, doce e completamente apaixonado.
E JungKook, bem... sentiu que sim, ele podia esperar. Mesmo que todo o seu corpo gritasse por mais.
Porque não havia nada mais importante do que aquele sorriso.
Mas era difícil, porra, caralho, inferno como era difícil... 
O tempo seguiu seu curso, mas viver com S/N era uma espécie de paraíso torturante. Era como estar permanentemente no céu com um pezinho no inferno.
Porque o ômega era doce. Fofo. Gentil. Inocente até o último fio de cabelo. Mas ao mesmo tempo, era a tentação viva. Tudo o que ele fazia — absolutamente tudo — parecia uma provocação involuntária à sanidade do alfa que dormia com ele na mesma cama, dividia o mesmo banho, a mesma casa… e o mesmo inferno de tesão diário.
Nos primeiros meses, JungKook aguentou com dignidade. Mas com o tempo, as pequenas coisas começaram a ganhar peso demais.
Um sábado em que foram ao parque e S/N usava aquele short ridículo de tão curto. Rebolando enquanto caminhava na frente dele, todo empolgado com os patos no lago, ignorando o fato de que JungKook andava atrás dele com o maxilar travado e o pau duro prensado contra o jeans.
Um domingo preguiçoso em que tomaram banho juntos e S/N, como sempre, pendurou-se em seu pescoço para pedir shampoo. O corpo pequeno escorregadio pressionado contra o dele, os gemidinhos de quando a água estava quente demais, o cabelo molhado grudado na pele, o cheirinho de ômega perfumado invadindo os sentidos do alfa. JungKook saía daquele banheiro com o corpo tremendo e o cérebro em colapso.
— Eu só queria lavar o cabelo… — dizia S/N, completamente alheio ao colapso interno do namorado.
E JungKook sorria, beijava a testa dele e fingia que não queria enfiá-lo contra a parede e transar com ele até ver coraçõezinhos girando em volta da cabeça.
Mas o pior — o pior — eram as noites.
As noites em que S/N dormia encolhido contra ele, usando as camisetas largas do próprio JungKook, com uma perna jogada sobre a cintura dele e os lábios entreabertos na respiração tranquila do sono. O calor do corpo, o cheirinho adocicado de ômega... e aquele biquinho sonolento que ele fazia quando se mexia.
JungKook passava horas com o pau latejando, o corpo rígido, o instinto gritando em cada músculo.
Em noites como essa, às vezes ele não aguentava.
Se levantava devagar. Ia para o banheiro, trancava a porta, sentava na tampa da privada com a mão enfiada no moletom e a outra cobrindo a boca para abafar os gemidos. Pensava em S/N deitado naquela cama, a camiseta subindo até a cintura, a barriguinha exposta, o quadril fino, o rostinho manhoso…
Mordia o punho até quase sangrar para não deixar escapar sons altos.
E depois ficava ali, arfando, com o coração doendo. Não por culpa, mas por amor.
Porque ele não queria só foder S/N. Queria ter ele inteiro. Queria ver aquele rostinho implorando, ofegante, entregue. Queria que fosse perfeito. Que fosse o tempo dele.
Mas que era difícil… ah, era.
E ainda por cima, S/N era inconscientemente sensual. Sentava no colo dele durante os filmes, rebolando sem perceber. Dizia “Jungkook…” num tom manhoso que fazia seu cérebro derreter. Colocava os lábios no pescoço dele sem aviso para fazer carinho. E, pior, gemia quando recebia beijo.
Gemia.
— Você precisa parar de fazer isso — ele murmurava contra a boca do ômega, sentindo o gosto doce da língua tímida se movendo na sua.
— Fazer o quê? — S/N perguntava, os olhos brilhando de inocência.
— Gemer assim… eu não sou de ferro.
S/N só corava e escondia o rosto no peito dele, sem entender de fato o efeito que causava.
E JungKook sorria, mesmo quando seu corpo tremia.
Era uma noite comum quando tudo mudou.
Tinham jantado juntos — comida chinesa, o prato preferido de S/N — e depois se aninharam no sofá com uma coberta, assistindo a um dos doramas bobos que S/N adorava. Ele chorava fácil, e JungKook ria mais da carinha de choro do namorado do que da série em si.
Depois tomaram banho juntos. S/N usava a toalha com estampa de coelhinhos. JungKook tentou não olhar muito para o quadril nu do namorado quando ele se abaixou para pegar a escova de dentes. Tentou não surtar quando ele se pendurou no seu pescoço e disse:
— O moletom quentinho está no varal… posso usar o seu de novo?
— Pode, amor.
Ver ele usando o moletom dele era uma tortura. Sempre largo demais, subia sem querer, revelando as coxas lisas e a cinturinha estreita.
Mas JungKook respirou fundo. Como sempre fazia. Deitou-se com S/N, puxou o corpo menor para perto e começou a acariciar os cabelos molhados dele com calma.
— Está com sono? — perguntou, sussurrando.
S/N balançou a cabeça. Ficou em silêncio por alguns minutos. A respiração estava calma, mas o coraçãozinho batia mais rápido do que o normal.
JungKook sentiu.
— Aconteceu alguma coisa?
— Eu… — a voz saiu pequena. — Estava pensando.
— Em quê?
— No meu cio. O próximo.
O coração de JungKook parou por um instante.
— É daqui algumas semanas, não é?
S/N assentiu. Encolheu-se mais no peito do namorado. O silêncio voltou, pesado, como se algo estivesse sendo gestado entre os dois.
Até que ele falou. Bem baixinho. Quase um sussurro tímido demais.
— Eu quero… fazer. Com você. No cio.
JungKook piscou.
— O quê?
S/N mordeu o lábio.
— Eu quero transar com você. No meu cio. Se você ainda quiser… e se não for se forçar a nada… eu… eu quero.
A explosão de sentimentos foi tão forte que JungKook sentiu os olhos arderem.
— S/N… — ele murmurou, puxando o ômega para mais perto. — Você tem certeza?
— Tenho. Eu estou com um pouco de medo, mas… confio em você. E te amo. E… sinto vontade também.
A voz tremia. A respiração também. O coraçãozinho disparado, o cheirinho adocicado começando a se intensificar.
Jungkook se controlou para não desabar em cima dele.
— Você não faz ideia do quanto eu te amo — ele sussurrou, beijando a testa dele. — Eu vou esperar. E quando o seu cio chegar, se você ainda quiser… eu vou cuidar de você. Com todo o amor do mundo.
S/N sorriu. Pequeno, tímido. Corado até as orelhas.
E JungKook soube, naquele instante, que esperaria mil vezes mais se fosse preciso.
Mas que, finalmente, o momento estava chegando.
E o céu — o céu que ele tanto sonhava — estava mais perto do que nunca.
Dois dias antes do cio, S/N começou a mudar. De forma lenta, quase imperceptível no começo — mas para JungKook, que conhecia o ômega até os espasmos das pálpebras quando ele estava ansioso, nada passava despercebido.
No primeiro dia, S/N acordou se arrastando da cama, com a expressão levemente amassada e a voz rouca de sono.
— Meus quadris estão doendo um pouco — murmurou, encolhendo-se nos braços de JungKook logo depois do café da manhã. — E estou sentindo uma cólica estranha…
— Quer deitar um pouco? — JungKook perguntou, preocupado.
S/N balançou a cabeça negativamente, se aninhando no colo dele com um suspiro.
— Quero ficar assim. Um pouquinho.
Aquilo, por si só, já era diferente. S/N era carinhoso, sim. Mas aquele dia, ele não largava de JungKook. Sentava no colo, deitava a cabeça na coxa dele no sofá, se enroscava na cozinha enquanto o alfa tentava preparar o almoço.
— Amor… se você não sair da frente, vou fritar o seu pijama junto com os legumes.
— Frita meu coração — respondeu ele, bobo, manhoso, pressionando o rosto contra as costas de JungKook com uma risadinha abafada.
O alfa riu. Mas por dentro, sentiu o estômago revirar.
Já está começando, pensou.
S/N havia parado de tomar os bloqueadores no ciclo anterior. Depois da conversa que tiveram — aquela em que ele confessou querer viver o cio com JungKook — decidiu que queria que fosse natural, intenso, do jeitinho que o corpo pedisse. Sem intervenções químicas. Sem interferência.
Ele queria entregar tudo.
Mas os efeitos estavam vindo mais fortes do que o previsto.
No fim da tarde, S/N chorou vendo um comercial de comida de cachorro na televisão.
— Ele está tão feliz com a ração nova, olha o rabinho balançando — fungou, com os olhos marejados.
JungKook precisou morder o lábio para não rir. Em vez disso, puxou S/N para perto, acariciando os cabelos dele com carinho.
— Vai ser tudo bem. É só o cio se aproximando. Está tudo certo em sentir mais.
— Eu sei… só estou… esquisito.
— Você está perfeito. Só um pouco mais grudado.
S/N o encarou, com os olhos levemente brilhantes e as bochechas rosadas.
— Desculpa. Está te atrapalhando?
— Está me deixando mais apaixonado — respondeu JungKook, sem nem hesitar.
Naquela noite, o calor aumentou.
S/N se revirava na cama. O corpo inquieto, as pernas pressionando os lençóis, a respiração irregular mesmo sem estar dormindo.
— Está tudo bem? — JungKook perguntou, virando-se de lado para encará-lo.
— Estou com calor. Mas com frio. E estou com fome. Mas enjoado.
— É o início. Seu corpo está avisando.
S/N virou-se e se enroscou nele.
— Eu… sinto vontade de você — confessou, num sussurro pequeno. — O tempo todo.
JungKook fechou os olhos por um segundo, tentando não ceder à pressão instantânea que sentiu no abdômen.
— Eu também. Mas a gente vai fazer no seu tempo. Quando estiver pronto.
— Eu estou pronto… só não chegou o dia ainda — murmurou, enterrando o rosto no pescoço do alfa. — Mas parece que meu corpo quer agora.
A frase soou como uma confissão e um pedido.
JungKook abraçou-o com força, e sussurrou com a voz rouca:
— Quando for a hora… vou te fazer esquecer qualquer dor que sentir.
O segundo dia foi ainda mais intenso.
S/N não conseguia ficar sozinho por mais de cinco minutos. Se JungKook saía do cômodo, ele levantava e ia atrás. Se o alfa ia ao banheiro, ele batia na porta.
— Só quero ficar pertinho… — dizia, a voz fraca, os olhos úmidos.
O cheiro dele também estava mudando. Era mais doce. Quente. Sedutor.
JungKook já tinha trancado o quarto duas vezes para tomar banhos gelados e acalmar o próprio corpo.
Mas o pior era quando S/N dormia no colo dele e, inconscientemente, roçava os quadris. Ou se mexia em cima das pernas dele com pequenos suspiros manhosos.
O controle de JungKook era sobre-humano.
— JungKook… — chamou no fim da tarde, com a voz manhosa. — Me leva pro banho?
— Está com dor?
— Só queria você comigo lá. Queria… você.
Aquilo foi mais difícil de recusar do que qualquer outra coisa na vida.
Mas JungKook assentiu, engolindo em seco.
— Tudo bem. Vamos.
O banho foi tortura. A água quente corria sobre os dois, e S/N parecia não querer soltar dele nem por um segundo.
Abraçava pela cintura. Subia as mãos devagar pelas costas do alfa. Encostava o rosto no peito e respirava fundo, quase como se se alimentasse do cheiro de JungKook.
— Seu cheiro me acalma tanto — sussurrou. — Quero que fique comigo quando o cio vier. O tempo todo. Pode ser?
— Claro que sim — respondeu, com a garganta seca. — Vou ficar com você. Cada segundo. E vou cuidar de você. Todo o tempo.
S/N fechou os olhos e sorriu.
JungKook, por sua vez, tentou ignorar o próprio corpo tremendo.
Naquela noite, S/N não dormiu.
Ficou deitado por cima de JungKook, completamente nu — o calor do cio já se instalando —, os olhos semiabertos e o corpo inquieto. Roçava-se sem perceber, os quadris fazendo leves movimentos, como se buscassem contato.
— JungKook… — murmurou, com a voz embargada. — Eu quero logo. Quero… muito.
— Eu sei, amor. Só mais um pouquinho.
— Está doendo. Aqui dentro. Preciso de você. Preciso mesmo.
JungKook fechou os olhos. O desejo estava dilacerando seu peito, pulsando entre as pernas, explodindo por dentro.
— Aguenta só mais um pouco. Eu prometo que vai valer a pena.
S/N choramingou, o corpo estremecendo.
— Mas me beija… por favor… não aguento mais sem nada.
JungKook o puxou pela nuca e o beijou.
Foi um beijo quente, urgente, desesperado. A língua de S/N se movia com fome, os lábios trêmulos, os suspiros escapando pela garganta. As mãos agarravam o pescoço de JungKook, puxavam os cabelos, arranhavam as costas.
E o cheiro de cio tomou o quarto.
O sábado amanheceu com uma brisa leve entrando pelas frestas da janela do quarto, as cortinas dançavam suavemente, e o sol filtrado tingia os lençóis de dourado. JungKook dormia pesado, o corpo exausto pela semana intensa, os braços estendidos, o peito nu subindo e descendo num ritmo tranquilo.
Mas algo estava... diferente.
Uma sensação morna... molhada... deliciosa... o acordava lentamente, ainda no limiar entre o sono e a consciência.
Franziu a testa no primeiro instante, tentando entender o calor úmido que envolvia seu pau — e então gemeu, um som baixo, involuntário, escapando dos lábios entreabertos.
Quando os olhos se abriram, viu os lençóis ligeiramente erguidos, e a forma pequena e determinada de S/N debaixo deles, se movendo com a cabeça entre suas pernas. JungKook paralisou. O coração disparou.
— S... S/N...? — sussurrou, a voz rouca, ofegante.
Não teve resposta. Apenas mais sucção.
A boca de S/N trabalhava seu pau com uma vontade animalesca. A língua deslizava firme pela veia inferior, subia até a glande, girava em círculos e depois o sugava com força, tirando de JungKook o gemido mais profundo e sofrido que ele já havia soltado.
— Caralho... — arfou, levando uma das mãos até os lençóis, tentando erguer o tecido para ver.
E o que viu o fez perder o ar.
S/N estava com os olhos semicerrados, bochechas ruborizadas, os cabelos desgrenhados e colando na testa. O cio havia chegado. E o tinha tomado por inteiro.
Ele chupava o pau de JungKook com fome. Uma fome carnal, desesperada, que nada mais parecia capaz de satisfazer. Cada vez que levava o membro à garganta, gemia baixo, e os sons vibravam no pau do alfa, tornando tudo ainda mais intenso.
JungKook enterrou os dedos nos fios macios da cabeça de S/N.
— A-ah… Isso... Isso é tão bom... — gemeu, quase sufocado de prazer. — Porra, amor... que boquinha perfeita...
S/N soltou o pau só por um segundo, passando a língua lentamente da base até a cabeça, lambendo como se fosse a sobremesa mais preciosa do mundo.
— Estava com tanta saudade do seu gosto... — murmurou, com a voz arrastada, manhosa, completamente entregue ao cio. — Queria tanto você dentro de mim, mas... não consegui esperar. Queria te acordar assim. Sentindo como eu te quero.
JungKook quase gozou só de ouvir.
— Puta que pariu, S/N... — arfou. — Vai me matar desse jeito...
S/N sorriu, com aquele sorrisinho fofo e travado, e voltou a chupar. Engolia devagar, depois mais fundo. Umedecia tudo, deixava o pau de JungKook coberto de saliva, os estalos da boca preenchendo o silêncio do quarto, os gemidos do alfa se misturando com o som da respiração dele.
E então, sem aviso, S/N levou uma das mãos até as bolas dele e começou a massagear, suave, com a ponta dos dedos. JungKook arqueou o corpo, jogando a cabeça para trás.
— Ah... porra... porra, S/N... tá tão bom... tão bom...
O instinto alfa gritava dentro dele. Ele queria agarrar S/N pela cintura e meter até arrancar todos os gemidos que ele tinha. Mas ao mesmo tempo... ele queria apenas se entregar àquele momento.
A primeira vez de S/N, e ele estava assim... dominando o prazer de JungKook com a boca, com os olhos brilhando, e o cheiro de cio tão denso que parecia preenche o quarto inteiro.
S/N soltou o pau, ofegando, os lábios vermelhos e inchados, um fio de saliva ligando sua boca à glande latejante de JungKook.
— Posso te fazer gozar, Kook? Quero engolir tudo... Quero você dentro de mim de qualquer forma.
JungKook cravou os dedos nos lençóis.
— Pode... pode tudo. Me fode com essa boca, amor.
E S/N obedeceu.
Voltou a chupar com mais vontade. Os movimentos ritmados, a garganta se abrindo mais fundo, os lábios quentes e macios pressionando cada centímetro. JungKook gemeu alto, os quadris se movendo involuntariamente, o corpo inteiro se contraindo.
O prazer veio como uma explosão. Quente. Violenta. Incontrolável.
— Gozei... gozei... porra... — gemeu, a voz embargada, os músculos tensos.
S/N engoliu tudo.
Cada gota.
E ainda lambeu devagar o que escorreu.
Quando subiu por cima de JungKook, os olhos estavam brilhando, o cio pulsava no cheiro, e o alfa estava em transe.
— Bom dia... — disse S/N, rindo baixinho, a voz arrastada.
JungKook riu, ainda ofegante, passando as mãos pela cintura dele.
— Você... é o melhor bom dia que eu já tive.
S/N sorriu. Mas o brilho no olhar era de pura fome.
— Hoje eu sou seu, JungKook. Inteiro. Até a última gota.
— Então se prepara... porque agora é minha vez.
E JungKook o virou na cama com um único movimento.
JungKook mal conseguia raciocinar. O cheiro de cio estava por toda parte, espesso no ar, invadindo suas narinas, cravando direto no instinto. Mas o que fez sua boca secar e o pau endurecer ainda mais foi a visão à sua frente:
S/N, de quatro, gemendo baixinho, o corpo todo arrepiado, as bochechas coradas e o cuzinho... ah, aquele cuzinho.
Estava escancarado, perfeito, piscando pra ele como se soubesse exatamente o quanto JungKook o desejava. E o mais enlouquecedor: o líquido natural do cio escorria devagar pela pele macia, escorrendo até pingar na cama. Tinha tanto que encharcava os lençóis.
— Puta que pariu... — JungKook arfou, se ajoelhando atrás dele, as mãos trêmulas ao segurar aquelas coxas gostosas. — Que tentação do caralho...
S/N gemeu manhoso, o rosto enfiado no travesseiro, a bundinha empinada, implorando.
— Kook... tá doendo... minhas cólicas... — sussurrou, todo carente. — Eu... preciso de você...
JungKook rosnou baixinho. O pau dele pulsava, duro, vermelho, babando. Mas ele sabia que não podia simplesmente meter. Era a primeira vez. E ele não era... bem, nada pequeno. Ele precisava preparar S/N direitinho.
Se inclinou, espalhou as mãos nas nádegas do ômega, e com a língua quente passou a lamber toda aquela entradinha deliciosa.
— A-ah... Kook... — S/N choramingou, o corpo tremendo. — Que gostoso...
JungKook devorava aquele cuzinho como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Lambia fundo, chupava, deixava a saliva escorrer, forçava a ponta da língua pra dentro e gemia contra a pele molhada. O gosto de S/N era doce. Quente. Viciante.
Depois, com os dedos já melados de lubrificante, começou a massagear a entrada sensível.
— Amor, relaxa pra mim... isso, assim mesmo... deixa eu cuidar de você...
Enfiou o primeiro dedo. S/N arfou, rebolou devagar, como se o próprio corpo suplicasse por mais. Depois o segundo entrou com facilidade, graças ao cio que já o deixava completamente aberto e carente.
— Seu corpo é perfeito, S/N... — sussurrou, os olhos fixos naquela visão obscena. — Tão quentinho, tão apertado...
Preparou com calma. Esticou, girou, espalhou mais lubrificante e saliva. E quando o terceiro dedo entrou sem resistência, soube que S/N estava pronto.
— Posso? — perguntou, a voz rouca, trêmula de tanta tensão.
S/N olhou por cima do ombro, os olhos brilhando de desejo.
— JungKook... me fode, por favor. Quero sentir você... inteiro.
O alfa mordeu os lábios. Posicionou-se, segurou firme a cintura dele e encostou a cabeça do pau naquela entradinha que ele sempre sonhou em tomar. Só de encostar, S/N se arrepiou inteiro.
Devagar... empurrou.
S/N gemeu alto, apertando os lençóis, o corpo inteiro tremendo. JungKook arfou, sentindo o cuzinho quente e apertado o envolver.
— Isso... isso... — sussurrou, arfando. — Você é perfeito...
Empurrou mais... e mais... até estar completamente enterrado dentro dele.
Os dois ficaram assim por segundos longos, respirando juntos, ofegantes, conectados.
Então JungKook começou a se mover, se mover com cuidado, os quadris indo e vindo devagar, como se estivesse aprendendo o corpo de S/N com o próprio pau.
— Você é tão apertado... tão quente... — sussurrou, colando o peito nas costas do ômega, enfiando o rosto no pescoço dele.
S/N soltou um gemido alto, trêmulo, manhoso, o som mais gostoso que JungKook já ouviu na vida.
— Kook... Kook... me fode... me fode de verdade, por favor...
Aquelas palavras foram a faísca. O estopim.
JungKook segurou S/N pela cintura com mais firmeza, e então enfiou tudo de uma vez. Um estalo molhado ecoou pelo quarto quando seus quadris bateram com força contra a bunda do ômega. S/N gritou, o corpo inteiro se curvando, o cio transbordando.
— A-AH! JungKook! M-mas...!
— Eu sei, amor... — sussurrou entre os dentes, começando a meter com mais força. — Eu sei que é isso que você quer... seu corpo tá me puxando... você nasceu pra isso...
O som dos corpos se chocando ficou mais alto, mais sujo. O líquido do cio escorria sem parar, misturado com o lubrificante e a baba de JungKook. A cada investida, o pau dele entrava até o fundo, acertando o ponto certo que fazia S/N gemer desesperado.
— S-seu pau... seu pau é tão grande... tá... tá me abrindo...
— E você tá me engolindo todo, ômega safadinho... — rosnou, cravando os dentes no ombro de S/N, sem ainda morder de verdade, só pra provocar.
S/N se apoiou nos cotovelos, rebolando entre uma estocada e outra, os olhos revirando, a boca aberta gemendo sem controle.
— Kook... eu... eu tô perto...
— Goza pra mim. Quero ver você gozar no meu pau.
E então, JungKook acelerou.
Estocadas rápidas, profundas, furiosas. O quarto era um caos de gemidos, gemidos, estalos e cheiro forte de cio. Os lençóis encharcados, o suor escorrendo dos corpos.
E S/N gozou.
Gozou gemendo o nome do JungKook, tremendo inteiro, derramando tudo no lençol embaixo de si, a bunda ainda sendo fodida com força.
Sentir o corpo do ômega se contraindo com aquele orgasmo foi demais.
JungKook não aguentou.
Enterrou com tudo uma última vez, e então mordeu. Firme. Marcando.
O nó veio com força. O pau inchou dentro de S/N, travando, selando.
JungKook gozou com um grunhido rouco, derramando tanto que parecia não acabar nunca.
— S/N... — arfou contra a pele dele, tremendo, ainda dentro, ainda preso. — Eu... te amo. Caralho... eu te amo tanto...
S/N sorriu, ainda com as pernas bambas, o corpo exausto e feliz.
— Eu também, Kook... Eu sou seu... completamente seu...
O primeiro dia já tinha sido intenso, com a marca, o nó, o cheiro de cio impregnado em cada canto do quarto. Mas nada preparou JungKook para o que veio a seguir.
Quando acordou algumas horas depois, ainda preso pelo nó, com S/N se esfregando todo manhoso contra ele, percebeu que o cio estava só começando.
— Kook... — S/N gemeu, montado de novo, o corpo todo suado e brilhando sob a luz fraca do quarto. — De novo... preciso de novo...
JungKook arregalou os olhos. Estava exausto. Mas o pau já estava duro de novo, como se o próprio instinto dissesse: mete. Agora.
E meteu.
Naquela manhã, transaram mais quatro vezes. No colchão. No chão. No banheiro. S/N subia no colo dele como se o pau de JungKook fosse o único alívio para a febre que consumia seu corpo.
— Me enche... preciso sentir você gozar dentro de mim... — sussurrava entre gemidos, os olhos brilhando, a boca suja de saliva, gozo e cio.
JungKook não dizia nada. Só obedecia.
A cada estocada, sentia o cuzinho de S/N sugar com mais força. A cada gozada, o corpo do ômega parecia pedir mais, mais, mais.
Na madrugada do segundo dia, S/N acordou montando no pau dele.
— A-Ah... — JungKook gemeu, ofegante. — Você tá... acordado?
— Tô... e tô carente... me fode, Kook... me prende... me usa...
Não teve nem tempo de processar. O ômega já quicava no pau dele com força, gemendo alto, as mãos apoiadas no peito de JungKook, os cabelos grudando na testa de tanto suor.
Quatro transas no primeiro dia. Seis no segundo.
Na banheira. Na bancada da cozinha. Com S/N sendo fodido por trás enquanto lambia os dedos e dizia manhoso:
— Seu pau é tão bom... tão gostoso... me dá tudo...
A cada nova posição, JungKook perdia mais a cabeça. Pegou S/N de lado, de bruços, por cima, de quatro, contra a parede, em pé, sentado... E sempre gozando dentro. Sempre.
No terceiro dia, JungKook já não sentia mais o corpo. Os quadris doíam. A voz estava rouca de tanto gemer, grunhir, rosnar. Mas ainda assim...
— Amor... — S/N o chamou, deitado de barriga pra cima, as pernas abertas, o cuzinho piscando, melado, ainda escorrendo da última foda. — Quero mais...
E JungKook deu.
Transaram duas vezes naquela manhã. Mais uma no sofá. Outra na varanda, com o risco delicioso de alguém ouvir os gemidos.
— Isso, amor... isso... me fode forte... me marca de novo...
No fim da tarde, JungKook já não sabia se tinha mais porra dentro dele. Mas o corpo obedecia. Cada vez que S/N gemia, o pau dele endurecia, como se vivesse só pra estar dentro daquele ômega.
Na última foda do cio, S/N estava exausto, mas ainda montado, rebolando devagar, as pernas tremendo.
— Só mais uma... só mais uma vez... — sussurrou, os olhos cheios de lágrimas de prazer.
JungKook o segurou pela cintura, empurrou com força e cravou mais um nó, com a porra transbordando e escorrendo pela pele já marcada, vermelha, fodida, usada com amor.
E ali, enquanto os dois tremiam juntos, abraçados, suados, cheios de cheiro de cio e gozo, JungKook percebeu:
— Minhas bolas tão... vazias... — disse, rindo, a cabeça encostada na de S/N. — Você me secou...
S/N riu baixinho, aconchegando-se nele, a voz rouca e manhosa:
— Eu sou seu, JungKook... só seu...
Depois do cio, a vida sexual de JungKook e S/N tomou um rumo completamente novo.
Era como se aquele instinto tivesse destravado algo profundo em S/N — que antes era todo tímido, corava com qualquer coisa, murmurava manhosamente "Kook..." só com um beijinho no pescoço... agora?
Agora S/N era o mesmo fofo de sempre em público, gentil, delicado, sorriso doce, tímido, recatado. Mas bastava a porta do quarto fechar... e ele se transformava.
— Kook... posso montar hoje? — perguntava com a carinha manhosa, já rebolando contra o pau duro do namorado antes mesmo de tirar a camiseta.
E claro, JungKook deixava. Sempre. Porque ver aquele ômega rebolando, gemendo, mandando beijos no ar enquanto dizia "me enche todinho, amor" era sua nova religião.
Nos corredores da universidade, os dois continuavam sendo o casal mais fofo do campus. Mãos dadas, beijinhos discretos, almoços juntos. Mas os amigos de JungKook? Eles sabiam.
— Finalmente, hein? — comentou Minhyuk um dia, cutucando o braço do alfa durante o intervalo. — Tava na hora de parar de andar por aí com as bolas azuis.
JungKook só riu, tomando um gole do suco.
— Eu diria que agora ando até leve demais. Acho que nunca mais vou precisar de drenagem.
Os amigos gargalharam, e Taesan completou:
— Ainda não acredito que o nosso JungKook virou um comedor de lenda. Você vê aquele ômega de vocês e nunca imagina que ele... né?
— Que ele pede pra ser enrabado no banheiro às cinco da manhã, gemendo baixinho pra ninguém ouvir? — JungKook comentou casualmente, como se falasse do tempo.
Silêncio geral.
— …Ok, você venceu. — Jae disse, levantando as mãos.
Enquanto isso, S/N, fofo como sempre, entrou no refeitório, cabelos presos, com um moletom largo que escondia as marcas no pescoço. Sorriu tímido, abanou a mão para JungKook e os amigos.
— Oi, amor... trouxe seu docinho favorito da cantina...
JungKook sorriu. Se levantou, abraçou o namorado por trás e beijou sua bochecha.
— Obrigado, meu anjo.
Os amigos observavam, encantados e confusos. Como alguém tão doce... podia ser o mesmo que, segundo relatos não oficiais de JungKook, ficava de quatro na varanda dizendo “me usa até eu desmaiar, seu alfa gostoso”?
O mundo era injusto.
Naquela noite, deitados lado a lado, S/N se encolheu no peito do namorado, todo carente.
— Kook... amanhã é sábado... a gente podia... fazer aquilo de novo?
— Aquilo?
— Aquela posição em que eu fico com as pernas pra cima e você segura meu quadril... sabe? Aquela que você falou que parecia que meu cuzinho engolia seu pau.
JungKook quase teve um AVC de tesão ali mesmo.
— Você virou um monstro, sabia?
— Só seu. — sussurrou S/N, subindo por cima dele, já rebolando.
E era verdade.
Na cama, S/N era um monstro.
Fora dela?
O ômega mais precioso do mundo.
E JungKook?
Com as bolas eternamente vazias.
Mas com o coração transbordando.
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lagrya · 3 months ago
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Imagine Kota Miura
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O quarto estava abafado. Ventilador girando preguiçoso no teto, luz fraca da escrivaninha acesa, e S/N curvado sobre a mesa com os olhos presos na tela do notebook, rabiscando anotações ao lado de uma pilha de livros. A faculdade estava no modo destruidor: trabalhos, provas, apresentações. Nenhuma brecha pra respirar, muito menos pra acompanhar o namorado em outra turnê de lutas.
E do outro lado do quarto, jogado de qualquer jeito na cama com os cabelos molhados e só uma toalha frouxa na cintura, Kota Miura estava simplesmente... acabado.
Não fisicamente, claro. O corpo dele estava no auge — músculos tensionados do treino intenso, pele brilhando depois do banho, os braços grandes cruzados debaixo da cabeça como se tentasse manter a calma. Mas por dentro? Por dentro ele estava um caos.
Duas semanas.
Era o tempo que ele ia passar fora. Um circuito de lutas no exterior, três eventos importantes em sequência. E sabe o que era pior? S/N não ia com ele.
Por conta da maldita faculdade.
Kota bufou alto pela quarta vez em menos de dois minutos, só pra ver se ganhava atenção. S/N nem se mexeu. Só continuou digitando.
Ele se levantou, largou a toalha no chão como se fosse por acidente e caminhou até S/N completamente nu, com aquele pau semi ereto balançando entre as coxas fortes, cada passo mais decidido que o outro.
— Você vai ficar a noite toda ignorando o fato de que o seu namorado está indo embora amanhã e tá com o pau duro desde que saiu do treino? — a voz dele saiu baixa, rouca de desejo e... manha. Muita manha.
S/N deu uma risadinha nasal e balançou a cabeça.
— Kota, por favor. Eu preciso terminar isso. É entrega em grupo, e só eu tô fazendo alguma coisa.
— Você vai ter duas semanas inteiras pra ficar com esses livros... — Kota encostou o quadril na mesa e olhou pra baixo, onde S/N tentava desesperadamente não reparar no volume já aparente. — Eu só quero você agora. Eu preciso.
— E eu preciso terminar isso.
— Amor, olha pra mim — ele sussurrou, pegando a mão de S/N e guiando devagar até o próprio pau duro. — Sente isso. Sente o quanto eu tô com saudade... antes mesmo de ir.
S/N engoliu em seco, os dedos ainda fechados na caneta enquanto a outra mão, agora envolvida na ereção quente de Kota, tremia levemente.
— Kota...
— Eu vou passar duas semanas longe do seu cheiro, da sua boca, da sua pele. Sério... se eu não foder você hoje, eu não vou aguentar. Vou acabar subindo no ringue com você na cabeça e apanhando porque tô pensando em como você geme no meu ouvido.
S/N mordeu o lábio inferior, tentando não rir da sinceridade desesperada.
— Você precisa treinar foco.
— Eu preciso meter. No seu corpo. Agora. — Kota se abaixou, colando o rosto na curva do pescoço de S/N e inspirando fundo. — Preciso memorizar você... seu cheiro, seu gosto. Quero tremer no avião lembrando da sua boca no meu pau.
— Você é insuportável. — S/N riu, mesmo enquanto o corpo reagia com arrepios visíveis ao toque possessivo de Kota.
— E você é gostoso demais pra eu dormir só de conchinha hoje. Me dá isso... antes que eu enlouqueça.
Kota agarrou S/N pela cintura e o puxou da cadeira com um só movimento. O notebook quase caiu, mas S/N protestou com um riso surpreso.
— Kota! Caramba, eu tô no meio de um texto!
— Agora você tá no meio de uma necessidade, e a necessidade sou eu — ele murmurou, já encaixando o quadril no do namorado e pressionando a ereção entre os dois corpos. — Olha como eu tô. Isso aqui não é normal. Eu tô maluco, S/N... maluco por você.
S/N fingiu se debater nos braços dele, rindo como quem não queria, mas queria sim.
— Você tá me sequestrando da faculdade?
— Tô te sequestrando da sua vida chata por uma causa muito nobre: eu quero gozar abraçado em você e dormir com seu gosto na minha boca. Você devia me agradecer.
— Idiota... — S/N resmungou, mas já estava deitado na cama, jogado pelas mãos de Kota que não hesitou nem por um segundo.
Kota subiu por cima dele devagar, espalhando beijos pelo pescoço, pela clavícula, pelas bochechas. Os olhos estavam quentes, quase úmidos. Uma mistura doida de tesão e saudade antecipada.
— Eu odeio sua faculdade. Odeio esses trabalhos. Odeio esses professores que acham que você não tem uma vida fora dos livros.
— Você tá com ciúmes da minha faculdade?
— Eu tô com ciúmes do seu caderno.
S/N riu alto, e Kota aproveitou pra beijar a risada, colando a boca na dele com carinho e luxúria. Era desesperado, mas ainda doce.
— Fica pelado pra mim... por favor... — ele murmurou, puxando devagar a camiseta de S/N e descendo os dedos pela barriga exposta. — Só um pouquinho. Deixa eu te ver. Eu tô indo embora amanhã, porra.
— Só mais dez minutos. Eu juro que só preciso revisar esse parágrafo e...
— Eu juro que se você insistir, eu vou sentar no seu colo e esfregar meu pau até você gozar na cueca. E aí a culpa vai ser sua.
— Você tá muito desesperado...
— E você tá muito calmo pro tanto que vai sentir minha falta. Isso me assusta.
— Claro que vou sentir sua falta, seu idiota — S/N murmurou, agora com o corpo derretendo debaixo dele, os dedos já escorregando por instinto pelos músculos do abdômen definido. — Eu só... também tô tentando manter o controle, sabe?
— Eu não quero que você mantenha. Eu quero que você desmorone comigo.
Kota agarrou a mão de S/N novamente e a pressionou com mais firmeza no próprio pau. Estava duro de verdade, quente, pulsando, e agora úmido na ponta.
— Tá vendo isso? — ele sussurrou no ouvido do namorado. — Isso aqui é saudade. Isso aqui é amor. Isso aqui é o tanto que eu quero você.
S/N fechou os olhos e soltou um suspiro longo, derrotado pela intensidade do toque, da voz, do corpo que ele também ia sentir falta assim que a porta do aeroporto se fechasse.
— Eu odeio quando você fala bonito e tá pelado. — ele sussurrou.
— Então me beija logo antes que eu me declare de joelhos.
S/N puxou Kota pela nuca e colou os lábios nos dele com força, misturando desejo, carinho e uma entrega lenta e quente. Kota gemeu baixinho, como um alívio depois de dias de espera. As mãos já deslizavam pelos quadris, pelos lados da cintura, encaixando os corpos com uma intimidade conhecida.
— Eu vou fazer amor com você essa noite... — Kota murmurou entre os beijos, como uma promessa. — Daquele jeito que faz a cama ranger e o coração doer de saudade depois.
S/N sorriu, os olhos meio fechados.
— Então me faz esquecer esse parágrafo.
— Eu vou fazer você esquecer o seu nome.
Kota não perdeu tempo. Assim que os lábios de S/N aceitaram os dele com aquele gosto suave e já tão íntimo, ele começou a desfazer cada peça de roupa do namorado com uma pressa cuidadosa. Nada era arrancado — era tirado como se estivesse desembrulhando o maior presente da porra da vida.
— Levanta os braços... — ele murmurou, e S/N obedeceu, deixando a camiseta subir e revelar a pele quente que já deixava Kota em ponto de combustão.
Ele beijou o abdômen no caminho, respirando contra a barriga antes de soltar um suspiro trêmulo.
— Que saudade do seu corpo, caralho... e eu nem fui ainda.
S/N sorriu, tímido mas entregue, mesmo ainda com aquele charme fingido de resistência que só deixava Kota mais maluco. O short e a cueca foram descidos juntos, de uma vez só, e Kota se ajoelhou diante dele, olhando o pau exposto com tanta devoção que parecia que estava encarando algo sagrado.
— Isso aqui... — ele passou a língua pelos lábios, excitado. — Isso aqui vai ser minha memória favorita nas próximas duas semanas.
Sem esperar mais, Kota segurou o pau de S/N com uma mão firme, quente, e passou a ponta da língua pela glande, devagar, só pra sentir o gosto inicial.
S/N suspirou, os dedos agarrando o lençol ao lado.
— Kota...
— Shh... só deixa eu cuidar de você.
Ele começou a beijar o pau de cima a baixo, lambendo pelas veias expostas, contornando com a boca antes de finalmente engolir tudo, fundo, como quem estava com fome. A boca era quente, apertada, úmida — um inferno perfeito.
Kota gemia baixo a cada movimento, sugando com vontade e ao mesmo tempo carinho. A língua fazia círculos na ponta, depois lambia até a base de novo. Ele queria memorizar cada centímetro, cada reação, cada som que S/N soltava quando ele fazia aquilo direito.
— Você... chupa como se fosse a última vez — S/N murmurou, quase arqueando o quadril.
Kota soltou o pau da boca com um estalo molhado, sorrindo com os lábios brilhando de saliva.
— Porque pode ser. Amanhã eu já tô no avião, amor. E eu quero ir com seu gosto grudado na minha garganta.
E antes que S/N pudesse responder, ele desceu mais. Primeiro beijou as bolas, chupando uma de cada vez com uma lentidão que arrancava gemidos abafados. Depois separou as coxas dele com as mãos grandes, abrindo espaço para o próximo passo.
— Levanta um pouco pra mim... isso. Isso, amor. — Kota ajeitou S/N na cama, puxando uma das pernas pro ombro enquanto descia com a boca até o ponto onde poucos ousavam ir.
A língua quente encostou no cuzinho devagar, provocando com toques leves, molhados. Depois foi fundo, lambendo com fome, com vontade de fazer o namorado se contorcer.
— Ah... Kota... — S/N gemeu, os dedos agora nos próprios cabelos, puxando como se aquilo fosse o bastante pra manter o controle.
— Fica assim... isso... deixa eu abrir você direitinho — ele murmurou entre uma lambida e outra, salivando mais, cuspindo direto no meio da bunda e esfregando com a língua logo em seguida.
Ele não tinha pressa. Explorava como se estivesse decorando o caminho de volta pra casa. O cuzinho de S/N já estava piscando, molhado, tremendo.
Foi quando ele levou um dos dedos à boca, chupou devagar e então encostou na entrada.
— Vou começar com um... só um, tá?
S/N assentiu, ofegante, os olhos fechados, a respiração já descompassada.
O dedo deslizou fácil, ajudado pela língua de Kota que não parava de lamber ao redor enquanto o dedo entrava e saia com movimentos lentos, circulares.
— Tão apertado ainda... como se fosse a primeira vez — ele gemeu, com a voz engasgada de desejo.
Logo ele acrescentou o segundo dedo. E o terceiro veio logo depois, alternando entre movimentos de tesoura e toques profundos que faziam S/N gemer mais alto.
— Quero abrir você todinho antes de meter — Kota murmurou, lambendo a base do pau dele entre os movimentos. — Quero sentir você me implorando pra entrar.
S/N apertou os lençóis, revirando os olhos com o corpo quente, entregue.
— Kota... por favor...
Kota sorriu.
— Eu sei. Eu sei, amor. Eu também quero. Mas eu vou fazer isso direito. Porque você merece. Porque eu te amo. E porque quando eu meter... vai ser pra você lembrar por duas semanas inteiras.
E então ele se ajeitou entre as pernas de S/N, com o pau já duro, latejando e pronto.
Kota puxou as coxas de S/N pra cima, abrindo ele todo com as mãos grandes. O corpo do namorado estava tão vulnerável, tão quente, tão entregue, que ele mal se aguentava. A visão do cuzinho molhado e piscando depois do boquete e da linguada... porra, era um inferno feito pra ele.
Ele posicionou a cabeça do pau ali, na entrada.
— Respira fundo, amor... — sussurrou com a voz rouca, ofegante. — Eu vou entrar devagar, mas não vou sair tão cedo.
S/N mordeu o lábio inferior, os olhos meio úmidos de antecipação, o rosto inteiro corado.
— Kota...
— Shh... só sente.
E então, ele empurrou.
A glande passou fácil pela entrada já preparada, mas o resto... o resto esticou o cuzinho de S/N aos poucos, fazendo o corpo dele se arquear em resposta, um gemido longo escapando dos lábios entreabertos.
— Tão apertado... porra, parece que nunca fui embora — Kota rosnou, cravando os dedos nas coxas do namorado, mantendo elas bem erguidas, dobradas contra o peito. — Seu corpo é meu. Só meu.
S/N gemeu alto, a voz manhosa, doce, tremida.
— Ah... Kota... tá fundo...
— Ainda nem enfiei tudo, amor — ele sorriu, sádico, os olhos cheios de tesão. — Vai aguentar, né? Vai deixar eu matar essa saudade toda?
E então empurrou mais. Mais fundo. Até a base.
S/N jogou a cabeça pra trás, os braços tentando se agarrar em qualquer coisa — travesseiro, lençol, nele mesmo. As pernas tremiam um pouco, mas Kota as segurava firme, como se mantê-lo escancarado fosse a única forma de não enlouquecer de vez.
Ele começou a se mover. Primeiro devagar, só sentindo o calor, o aperto, o corpo todo se adaptando. Mas logo a fome falou mais alto.
As estocadas vieram mais fortes, mais fundas. O barulho de pele contra pele preenchia o quarto junto dos gemidos manhosos de S/N, que agora choramingava sem vergonha nenhuma.
— Ah... ah... Kota... tão... tão grande... tá... fundo demais...
— Você aguenta. Eu sei que aguenta. — Kota se inclinou, pressionando mais as pernas contra o peito de S/N, dobrando ele quase ao meio enquanto metia com força, com fome, com amor bruto. — Você nasceu pra isso aqui. Nasceu pra ser meu.
Cada estocada arrancava um novo som do namorado — gemidos agudos, gritinhos abafados, súplicas confusas entre prazer e desespero bom.
— Me abraça... — S/N pediu com voz chorosa. — Kota... me abraça, por favor...
Kota soltou uma das pernas, se inclinou e o puxou contra o peito, sem sair de dentro. A posição mudou, agora ele o fodia abraçado, bem colado, o pau entrando fundo com cada movimento, fazendo o corpo de S/N tremer inteiro.
— Eu te amo, porra... — ele sussurrou contra o pescoço dele. — Te amo tanto que dói. Queima. Eu só queria te levar comigo... foder você todo dia antes de cada luta.
S/N o abraçou com força, a voz abafada no ombro dele.
— Kota... vai mais... por favor... me enche...
— Vou encher você tanto que vai vazar até eu voltar — ele rosnou, e voltou a meter com tudo, o som dos corpos se chocando ficando mais alto, mais molhado, mais desesperado.
O pau dele deslizava fundo, acertando o ponto certo, fazendo o corpo de S/N convulsionar a cada estocada.
— Vai gozar pra mim, amor? — Kota perguntou, com o tom dominador e carinhoso. — Goza no meu pau, vai... deixa eu ver.
S/N gemeu alto, o corpo todo contraído, os olhos lacrimejando de prazer.
— Kota... eu... eu vou...!
E ele gozou. Forte. Jorrando entre os dois, sujando o peito, o abdômen, tremendo inteiro.
Kota não parou. Continuou metendo com força, agora ainda mais faminto com a visão do namorado gozando tão entregue debaixo dele.
— Agora é minha vez...
E com uma última estocada funda, ele se enterrrou por completo e gozou dentro de S/N, gemendo rouco no ouvido dele, despejando tudo ali, fundo, onde ninguém mais teria acesso.
Ficaram colados, suados, ofegantes.
— Agora... — Kota disse com um sorriso suado e safado. — Agora eu posso viajar em paz.
O quarto estava abafado, quente do calor dos corpos suados e entrelaçados. Kota ainda estava dentro de S/N, respirando fundo contra o pescoço dele, o peito subindo e descendo como se tivesse acabado de lutar uma final de campeonato. Mas ali, naquela cama, o oponente era outro: a saudade antecipada.
— Kota... — S/N sussurrou com a voz ainda trêmula, os olhos meio marejados. — Você gozou tanto... tá quente... — Ele deu uma risadinha baixa, toda manhosa, enquanto o peito subia devagar.
Kota levantou o rosto, colou a testa na dele, ainda abraçado, o pau ainda enterrado, o corpo de S/N todo suado e marcado. Ele olhou nos olhos dele, como se quisesse memorizar cada traço.
— Por isso eu precisava gozar assim — murmurou, com a voz mais rouca do que nunca. — Era saudade antes mesmo de ir. Agora... agora eu consigo lembrar desse seu corpinho todo fofo, quente, meigo... cheio de mim.
S/N sorriu fraco, mas não conseguiu esconder o olhar triste.
— Duas semanas é muito tempo...
— Eu sei, amor... — Kota beijou o queixo dele. — Eu também queria que você fosse comigo. Cada noite longe de você é uma tortura. A cama do hotel é fria, não tem seu cheiro, não tem seu sorriso. Eu durmo pensando em você e acordo de pau duro querendo te comer de novo.
Ele deu uma risadinha, mesmo que o olhar estivesse mais apertado.
— Vai ser foda ficar longe... Mas eu prometo que volto mais rápido do que o previsto. Vão ser quatro lutas, mas eu resolvo isso na porrada, rapidinho.
S/N segurou o rosto dele com as duas mãos.
— Cuidado, tá? Não precisa sair quebrando todo mundo só pra voltar rápido...
— Precisa sim — ele riu, beijando a pontinha do nariz dele. — Eu preciso foder você de novo antes que essa saudade me mate.
Eles ficaram assim por mais um tempo, abraçados, em silêncio. O pau de Kota amoleceu aos poucos, escorregando pra fora, e ele suspirou ao sentir o gozo escorrer lentamente de dentro de S/N.
— Isso aqui é pra te lembrar de mim cada vez que sentar na cadeira da faculdade — provocou, dando um tapinha leve na bunda dele. — Vai estar quente e sujo por dentro... igual eu gosto.
S/N riu, envergonhado, e bateu de leve no peito dele.
— Idiota.
— Seu idiota — corrigiu Kota, se levantando devagar e puxando ele com carinho pra tomar banho juntos. — Agora vem, vou te deixar limpo antes de te sujar de novo no aeroporto.
No aeroporto, o clima era outro. Gente indo e vindo, malas sendo arrastadas, chamadas no alto-falante. Mas Kota só via S/N, parado na frente dele com um moletom largo, olhinhos baixos, os braços cruzados como se aquilo impedisse o peito de doer.
Kota segurou o rosto dele nas mãos e colou a testa de novo.
— Me espera?
— Sempre.
— Não vai se apaixonar por ninguém na faculdade, né?
— Só se for por você de novo.
Ele riu e beijou S/N com urgência. Um beijo cheio de saudade futura, língua, desejo e amor bagunçado.
— Quando eu voltar, quero você de quatro na cama, só com aquela camiseta minha... e com saudade acumulada.
— Prometo.
Kota deu mais um beijo, pegou a mochila e foi em direção ao portão. Mas antes de sumir da visão dele, virou de lado, olhou pra S/N com aquele sorriso safado de canto de boca.
— E se gozar pensando em mim..., tá ? É pra lembrar de como eu encho você.
S/N ficou parado, corado, mordendo o lábio. E soube que as próximas duas semanas seriam um inferno de saudade e tesão.
Kota sempre soube que era mais físico que emocional. Não por não sentir — sentia demais, até —, mas porque seu corpo era o meio natural de expressar tudo o que seu peito gritava. Ele amava com as mãos, com os beijos, com as marcas que deixava na pele de S/N. Amava fodendo forte, puxando pelas coxas, mordendo até o limite entre dor e prazer.
Então estar a milhares de quilômetros de S/N, com o cheiro dele já começando a desaparecer das roupas da mala, era uma forma sutil e cruel de tortura.
Já era o quarto dia de viagem, e Kota havia vencido duas das quatro lutas programadas naquela turnê de MMA em Los Angeles. Ambas por nocaute. Rápido, sujo, brutal. Sem enrolação. Era como se estivesse com pressa pra acabar logo tudo e voltar.
E estava.
— Miura, mais uma pergunta! Você acha que seu desempenho está melhor por conta de uma nova rotina? — perguntou um repórter japonês, ao fim da entrevista pós-luta, com os holofotes ainda no rosto de Kota.
Ele suava em bicas, o tronco nu exposto sob a luz intensa, o abdômen subindo e descendo no mesmo ritmo acelerado da raiva que queimava nele desde o primeiro soco.
Kota respirou fundo, segurando a vontade de mandar o repórter enfiar o microfone onde não batia sol.
— Estou com pressa pra voltar pra casa. Esse é o segredo — respondeu seco, passando uma toalha no rosto e ignorando os risos desconcertados dos jornalistas ao redor.
No hotel, ele entrou no quarto sozinho, jogou a mala em um canto, trancou a porta e caiu de costas na cama. A lembrança de S/N naquela mesma posição — pernas abertas, manhoso, o olhar suplicante — invadiu a mente com força.
Soltou um grunhido baixo, apertando os olhos, a ereção já começando a se formar sob o tecido leve da cueca. Ele estava com saudade. Não só da companhia. Mas da pele, do cheiro, do toque. Do gosto. Do jeitinho todo fofo que S/N ficava quando estava de quatro e manhoso.
Desgraça de faculdade. Desgraça de responsabilidade.
Queria o namorado ali. Em cima dele. Agora.
Do outro lado do mundo, S/N tentava manter o foco em um trabalho de psicologia experimental. Tinha uma apresentação na sexta, mas a mente dele insistia em rodar feito louca pelas lembranças daquela última noite antes de Kota partir. Os gemidos ainda soavam nítidos no ouvido. O gosto de Kota na boca, o peso do corpo dele, os olhos suplicantes.
— Sério que vai ficar com a cabeça em outro lugar a aula toda? — sussurrou um colega, cutucando ele discretamente.
S/N piscou, assustado, fingindo que olhava a tela do notebook.
— Eu... tô concentrado.
Mentira. Estava duro. Há cinco dias. Cada noite mais quente que a anterior, a ausência pesando como pedra no peito e na cueca.
Quando chegou em casa, largou a mochila no chão e foi direto pro quarto. Pegou o celular, abriu o WhatsApp e viu a última mensagem de Kota:
"Luta vencida. Tô com saudade do seu cuzinho. Quer chamada de vídeo hoje?"
S/N mordeu o lábio, todo quente, digitando com dedos trêmulos:
"Ligo agora."
Kota atendeu em segundos. A imagem dele apareceu na tela: cabelo bagunçado, toalha jogada no ombro, o peitoral ainda úmido do banho, com gotinhas escorrendo pelas tatuagens que ele ostentava como prêmios de guerra.
— Amor... — disse com a voz grave, abafada de saudade. — Tava contando os minutos.
— Kota... você tá bem? A luta...?
— Ganhei. Dei um soco e só consegui pensar em você me olhando do outro lado do octógono. Queria tanto que tivesse lá. — Ele respirou fundo, apoiando o celular sobre o travesseiro e deitando de lado. A câmera mostrava o abdômen trincado, a calça de moletom baixa demais. — Mas não dá... né? Faculdade de merda.
S/N sorriu fraco, com o coração apertado.
— Eu também queria estar aí. Mas a apresentação de sexta...
— Eu sei. — Kota passou a mão no rosto, frustrado. — É só que... tá foda, amor. Tô me segurando pra não bater uma lembrando do seu gemido. Meus dedos coçam. Meu pau fica duro só de fechar os olhos e lembrar da sua boca.
— Kota... — sussurrou S/N, as bochechas vermelhas.
— Me mostra você. Só um pouquinho. O rosto. Deita na cama. Finge que tô aí. — A voz dele soava mais implorante do que mandona.
S/N deitou, virou a câmera e mostrou o rosto de perfil, com o cabelo bagunçado, os lábios inchados. Kota gemeu baixo, quase como se estivesse encostando a boca no celular.
— Puta merda... você é a coisa mais linda do mundo. — Ele fechou os olhos e passou a mão pela calça, pressionando a ereção óbvia. — Sabe o que eu queria agora?
— Sei... — respondeu S/N, mordendo o dedo.
— Queria te deixar de bruços e abrir essas perninhas todas, só pra enfiar devagarzinho. Sentir seu calor. Ouvir sua voz manhosa. Você gemendo meu nome... sua carinha de choro, todo fofo...
S/N arfou. As palavras estavam sujas, mas o jeito que Kota falava era quase como se estivesse rezando.
— Kota... para... eu vou ficar com saudade.
— Eu já tô com saudade. Tô com saudade de você gemendo meu nome baixinho, de você querendo gozar e se segurando porque eu disse que não era hora.
— Você me provoca demais... — sussurrou S/N, a voz falhando.
— Promete que vai dormir com a minha camiseta hoje?
— Prometo.
— E amanhã? Faz um favor?
— Qual?
— Bate um pensando em mim, vou fazer o mesmo...
S/N riu baixinho, todo envergonhado.
— Você é um safado, Kota Miura.
— Só com você, meu amor. Só com você.
Décimo dia.
Kota estava no meio de uma coletiva. Jornalistas de vários lugares, flashes, microfones, perguntas previsíveis. Ele respondia no automático, o maxilar travado de tensão, as pernas balançando embaixo da mesa.
Por dentro, só conseguia pensar em como estava dois dias sem se tocar. Tentava guardar a última transa com S/N como se fosse um vídeo secreto, escondido na cabeça, revisitando cada expressão, cada gemido.
Mas aquilo não substituía a realidade.
Nada substituía o gosto do namorado.
— Miura, o que você mais sente falta quando está viajando? — perguntou uma repórter americana, com sorriso simpático.
A pergunta era protocolar. A resposta era óbvia.
— Do meu namorado — respondeu direto, sem pensar.
O tradutor hesitou. Kota olhou pra ele com os olhos semicerrados.
— Traduza.
O ambiente ficou meio surpreso. Ele nunca havia falado publicamente sobre S/N. Mas foda-se. Estava cansado de segurar tudo.
— Ele é... meu lugar. Onde descanso. Onde esqueço o mundo. — A voz ficou rouca. — Cinco dias longe é tortura. Não física. É mental. Emocional. Sexual também.
Algumas pessoas riram nervosamente. Kota não sorriu. Encerrou a coletiva ali.
No quarto de hotel, acendeu uma luz fraca, jogou o casaco pra longe e pegou o celular. Queria ouvir a voz dele. Nem precisava vídeo. Só a voz.
Mandou áudio.
"Amor... tô surtando. Deitei agora. Todo dolorido da luta. Mas o que tá doendo mesmo é saudade. Do seu cheiro. Da sua bunda. Da sua voz bem baixinha, quando você tá todo fofo e manhoso. Meu pau acorda só de lembrar. Ele acha que você tá por perto, mas você não tá... E isso tá me matando."
"Me fala alguma coisa, vai. Nem que seja me xingando por ser carente."
Do outro lado, S/N ouviu o áudio escondido no quarto. A luz apagada. A camiseta de Kota vestida. Um calor estranho entre as pernas.
Ele havia evitado se tocar até agora. Queria guardar o tesão pro dia que Kota voltasse. Mas o áudio... a voz dele... aquele jeito todo manhoso e carente... A respiração ficou quente, o corpo tremendo leve.
Respondeu com um áudio curto:
"Seu idiota carente... você é insuportável. Eu tô duro aqui agora, só de ouvir sua voz."
Kota respondeu em segundos.
"Se toca pra mim, vai. Só hoje. Só um pouquinho. Quero saber depois. Quero saber como você gemeu. Como se arrepiou. Como seu pau ficou babando. Me descreve tudo. Me deixa gozar aqui só com a sua voz."
S/N gemeu baixinho, se encolhendo sob o lençol. O pau pulsava já faz tempo. Um toque e ele arfou. Era como se Kota estivesse ali, mordendo sua orelha, segurando seus quadris com força, sussurrando tudo que ia fazer.
Ele fechou os olhos, mordendo o dedo, os quadris se movendo devagar. A mão deslizando quente. O peito subindo e descendo.
Pegou o celular. Apertou o gravador.
"Kota... eu tô me tocando. Pensando na sua língua me chupando todo. Na sua voz me mandando gemer só pra você. Eu tô tremendo, amor... Tô tão manhoso, igual você gosta. Queria seu pau agora. Sério... queria que você enfiasse tudo e me deixasse gemendo seu nome até perder a voz..."
Kota ouviu o áudio no escuro, deitado na cama, a mão já pressionando a calça, os dentes cravados no lábio inferior. Ele estava latejando. Os olhos quase marejando de desejo.
Respondeu com a voz rouca, baixa, urgente.
"S/N... eu te amo. E juro por Deus... quando eu voltar, você não vai sair da cama por dois dias. Eu vou te foder até você esquecer que tem faculdade, mundo, qualquer coisa."
"Você é meu vício, amor. Meu único. Meu tudo."
S/N abraçou o celular contra o peito.
A saudade fazia isso: deixava o amor mais sujo, mais forte, mais bonito.
E mais desesperado.
Faltavam três dias para Kota voltar. Três longos dias. S/N já estava quase contando as horas de cabeça, preso em meio a provas, apresentações e uma saudade que doía como soco no estômago.
Mas o soco foi em Kota.
S/N estava deitado no sofá, ainda vestido com a roupa da faculdade, quando o celular vibrou com a notificação do Instagram. Kota tinha postado uma foto nos stories. Sem camisa, como sempre — mas o foco ali não era o tanquinho dele, e sim o hematoma enorme na lateral do rosto. Roxo. Inchado. E com um pequeno corte ainda fresco no canto do supercílio.
S/N se sentou de supetão, o coração disparando.
— Mas que merda é essa?
Abriu o direct e escreveu rápido:
"Kota. Agora. Me responde. Que porra aconteceu com o seu rosto?"
Dois minutos depois, chegou um áudio.
A voz de Kota estava arrastada. Cansada. Mas ainda assim com aquele tom que tentava — e falhava — em tranquilizar.
— Amor... relaxa. Foi só um direto meio mal posicionado. Pegou no osso, por isso ficou feio. Já passei gelo, já costurei. Só um ponto. E eu ganhei a luta, então tá tudo certo."
S/N sentiu o sangue ferver. Ele não queria saber da vitória. Queria o namorado inteiro, sem marcas.
Ligou de vídeo. Kota atendeu de primeira.
E lá estava ele. O rosto inchado de um lado, cabelo bagunçado, camiseta regata manchada de sangue seco. Ainda assim... lindo. Maldito e lindo.
— Kota Miura, você é um completo idiota! — a voz de S/N tremeu. — Olha essa sua cara! Eu não acredito que você me mostra isso em story, como se fosse uma tatuagem nova!
Kota sorriu torto.
— Ah, amor... se eu te mandasse direto, você ia surtar pior. Assim pelo menos eu... suavizo?
— Suaviza o caralho! — ele mordeu o lábio, os olhos cheios d'água. — Você podia ter quebrado alguma coisa séria, merda. E se fosse o nariz? E se fosse mais forte? Porra... eu odeio quando você luta assim!
Kota ficou em silêncio por uns segundos. O olhar baixou.
— Desculpa, amor. Eu juro que não queria te preocupar.
S/N respirou fundo. Tentando se acalmar. Mas as emoções vinham como avalanche.
— Eu sei que você não queria. Mas você é meu namorado, Kota. E eu tô longe. Não posso cuidar de você. Só fico aqui olhando você se foder e tentando fingir que tá tudo bem.
— Eu sei...
— Não, você não sabe. Você não tem noção de como eu fico, ouvindo a sua voz gemendo de dor no fim das lutas. De como eu choro no banho tentando não pensar que alguém tá tentando te destruir em cima de um ringue.
Kota fechou os olhos. A voz dele saiu num sussurro:
— Eu odeio ficar longe de você. E essa luta foi a última. Depois do soco... os médicos pediram repouso. Nada grave, mas preciso ficar em observação. E adivinha?
— O quê?
Kota levantou os olhos e sorriu com aquele brilho faminto.
— Eu tô voltando antes. Dois dias antes, pra ser exato.
S/N arregalou os olhos. Um calor invadiu seu corpo inteiro.
— Você tá brincando...?
— Não. Meu voo chega sexta à noite. Ou seja... em menos de 72 horas, eu vou estar na sua cama. Com o rosto inchado, sim. Mas com o pau pronto. — Ele riu. — E a boca com muita saudade do seu corpo.
S/N mordeu o lábio e tentou esconder o sorriso. Fracassou.
— Idiota... Eu devia te bater também, por ter me deixado desesperado. Mas tudo bem... você pode vir se deitar em cima de mim quando chegar. Só se prometer uma coisa.
— Qual?
— Que vai deixar eu cuidar de você primeiro. E só depois a gente transa.
Kota ergueu uma sobrancelha, safado.
— E se eu quiser os dois ao mesmo tempo?
— Kota...
— Tá, tá... primeiro você me dá remédio e beijo no machucado. Depois me dá o cu, pode ser?
S/N fechou os olhos e soltou um riso abafado.
— Você é impossível.
— E seu. Totalmente seu. Em três dias, eu te provo de novo.
72 horas depois, a porta se abriu devagar. S/N estava parado no meio da sala, vestindo só um moletom grande demais, aquele mesmo que tinha o cheiro de Kota — o preferido dele. O coração batia alto demais, quase machucando.
Quando o lutador passou pela porta, os dois ficaram em silêncio por um segundo.
Só um segundo.
Porque no seguinte, Kota já estava com os braços ao redor dele, o rosto enterrado no pescoço de S/N, respirando fundo como se tivesse voltado pra casa depois de anos.
— Porra... como eu senti sua falta... — a voz dele estava baixa, rouca, desesperada.
S/N apertou os braços ao redor do corpo grande, sentindo o cheiro de suor, aeroporto e saudade.
— Você tá fedendo, Kota. Mas eu senti sua falta também. Idiota.
Riram juntos. Kota se afastou um pouco, só pra encarar o rosto do namorado. Os olhos estavam marejados.
— Tá bonito pra caralho — sussurrou, com um sorriso torto.
S/N levantou a mão e encostou com delicadeza na lateral inchada do rosto dele.
— E você tá um idiota lesionado. Senta aí. Agora.
Ele arrastou Kota até o sofá, forçou o namorado a sentar e desapareceu na cozinha por alguns segundos. Voltou com uma bolsa térmica, pomada, e uma expressão determinada.
Kota apenas deixou.
Deitou a cabeça na perna de S/N e fechou os olhos enquanto ele passava gelo no hematoma. A mão dele era leve, cuidadosa. Os dedos deslizavam de um jeito quase carinhoso demais.
— Eu odiei te ver assim. Sabia?
— Eu sei. E odiei te deixar aqui sozinho também.
Silêncio por alguns segundos.
S/N massageava o rosto dele devagar, olhando com doçura e raiva misturadas.
— Da próxima vez, não me conta por story. Se for pra me deixar desesperado, pelo menos manda uma foto só pra mim.
Kota abriu um olho e sorriu.
— Eu tava com saudade do seu cuidado. Tava com saudade até do seu sermão.
— Idiota.
S/N baixou o olhar. E logo depois o beijo veio.
Foi lento.
Um beijo que dizia "finalmente". Que dizia "você voltou pra mim". Que dizia "nunca mais some assim".
Kota segurou o rosto dele com as duas mãos e aprofundou o beijo, lambendo devagar a boca do namorado, puxando o lábio inferior como se fosse dele. E era. Era inteiro.
Mas quando S/N tentou se afastar, Kota foi mais rápido e puxou ele pra sentar no colo.
— Amor... — ele sussurrou, com a boca encostada na orelha de S/N. — Eu lembro do que você falou.
— Do quê?
Kota sorriu, aquele sorriso que S/N conhecia tão bem.
— Que eu podia me enfiar em você... depois de você cuidar de mim... lembra?
S/N já sentia a pressão entre as pernas. Kota ainda estava de calça, mas o pau dele estava ali, pressionando a bunda por baixo do moletom fino. Duro. Quente. Faminto.
— Kota...
— Eu me segurei por dias, amor. Dias. Pensando em você. Me tocando no banho, de madrugada, com a mão na boca pra não gemer seu nome. E agora você tá aqui. Sentado no meu colo. Porra...
Ele gemeu baixinho, beijando o pescoço de S/N, esfregando o pau devagar contra ele, fazendo o corpo do menor arrepiar inteiro.
— Você ainda tá machucado... — S/N murmurou, com um arrepio na voz.
— Machucado, sim. Mas com a boca inteira. E o pau funcionando perfeitamente. E a vontade de enfiar ele em você, bem aqui... — ele deslizou a mão pelo meio das coxas do namorado, subindo devagar. — Tá no limite.
S/N fechou os olhos, mordendo o lábio, tentando não ceder tão rápido. Mas os dedos de Kota subindo por dentro do moletom estavam desfazendo cada resistência.
— Você prometeu, amor... — Kota murmurou de novo, voz baixa e quente. — Prometeu que depois de me cuidar... ia dar o cuzinho pra mim. E eu vim lembrando disso o voo inteiro.
S/N soltou um riso abafado, envergonhado, manhoso.
— Você não tem vergonha mesmo, né?
— Tenho sim. Mas tenho mais saudade.
Kota virou o corpo com cuidado, empurrando S/N no sofá, subindo devagar em cima dele, o peso e o calor do corpo conhecido fazendo o menor arrepiar inteiro.
— Eu vou fazer com calma... — ele prometeu, entre beijos. — Mas vou te lembrar de mim com cada estocada.
S/N abriu os olhos, encarando o rosto marcado, suado e ainda assim tão lindo.
— Então me mostra.
Kota sorriu.
E puxou o moletom dele.
O moletom subiu pelas coxas até revelar a pele quente, macia e tão familiar. Kota deslizou os dedos pelas laterais da cintura de S/N, os olhos escurecendo com a visão do corpo nu por baixo da roupa — sem cueca, do jeitinho que ele gostava.
— Porra... — ele murmurou, a voz rasgando no fundo da garganta. — Você queria me matar quando vestiu isso sem nada por baixo?
S/N tentou sorrir, os olhos piscando em nervosismo e tesão. Estava entregue. E ainda assim, tão manhoso.
— Eu só queria ficar confortável...
— Você me faz pensar besteira até quando tá confortável — rosnou Kota, beijando com força a coxa do namorado, depois subindo com a língua quente até a virilha. — Vou lembrar dessa visão quando estiver em outra luta, todo fudido, precisando de força pra levantar.
S/N ia responder, mas o gemido escapou da garganta no mesmo instante que a boca de Kota envolveu o pau dele.
Quente.
Molhada.
Desesperada.
Kota chupava com vontade, como se estivesse se alimentando depois de dias em jejum. A língua circulava a cabeça sensível, depois descia pelo tronco do pau, indo até as bolas, onde ele beijava e chupava com força, lambendo devagar.
— Kota...! — S/N gemeu, o corpo tremendo embaixo dele. — Ai... tá muito... sensível...
— Eu quero você sensível mesmo — ele murmurou, os olhos fixos nos do namorado. — Quero que lembre de mim o dia inteiro, amanhã. Quando andar, quando sentar, quando se tocar... Vai lembrar que eu voltei pra te foder.
A língua desceu mais. Kota afastou as pernas de S/N, expondo o cuzinho rosado, todo fechadinho, chamando por ele.
Sem perder tempo, lambeu ali com força.
S/N soltou um grito abafado, levando a mão à boca.
— Kota! Ai... ai, amor...
Kota gemia contra a pele dele, a língua cavando o centro com fome, saliva escorrendo. Ele lambia, chupava, mordia de leve, como se estivesse viciado naquele gosto.
Logo depois, sem nem avisar, um dedo entrou.
S/N se arqueou no sofá.
— Um dedo... já? Espera...! — ele gemeu, a voz fina, toda entregue.
— Você já tá molhadinho, amor. Já me quer, né? — Kota enfiava o dedo devagar, curvando ele lá dentro, sentindo o aperto. — Porra... senti tanta falta disso aqui...
Dois dedos.
Três.
S/N choramingava manhoso, os olhos marejando, as pernas tremendo. Ele se agarrava às costas do lutador, gemendo baixinho, cada vez que os dedos se mexiam lá dentro.
— Kota... quero você...
Aquela frase fez o coração do lutador parar por um segundo.
Ele tirou os dedos com cuidado, subiu por cima do corpo do namorado e tirou a própria calça de uma vez, o pau grosso e pulsante batendo na barriga.
— Eu vou entrar devagar... — prometeu, os olhos fixos nos de S/N. — Mas vou entrar fundo, amor. Até você lembrar que é meu.
Segurou as pernas dele, puxando-as pra cima, deixando o cuzinho bem exposto. A visão ali na frente era linda demais, íntima demais, desesperadora demais.
— Olha como você tá me esperando... — ele gemeu, passando a cabeça do pau ali, só esfregando devagar. — Porra, você nasceu pra mim...
E então, ele empurrou.
Devagar.
Mas fundo.
S/N gritou baixinho, os olhos se apertando, o corpo se curvando todo embaixo dele.
— Kota...! Ah... ahh... tá entrando...
— Isso, amor... abre pra mim... — ele dizia, a voz carregada de tesão e carinho bruto. — Me deixa entrar... todo.
O pau de Kota afundava centímetro por centímetro até estar inteiro dentro de S/N. Apertado, quente, molhado... Era um paraíso.
Ele segurou as coxas do namorado pra cima, encaixando melhor, e começou a se mover. Primeiro lento. Depois com mais ritmo. Cada estocada fazia os olhos de S/N se revirarem.
— Ai... ai Kota... tá muito fundo...! — ele gemia, manhoso, as lágrimas caindo dos cantos dos olhos.
— Chora pra mim, amor... — Kota dizia, o quadril batendo forte, os músculos tremendo com o esforço. — Sua carinha assim me faz querer gozar agora... mas eu vou segurar. Vou foder você até o fim.
Cada vez que ele estocava, sentia o cuzinho apertar mais. A visão de S/N todo manhoso, gemendo, segurando nos ombros dele, arrepiava o corpo inteiro.
— Mais... — S/N implorava, já sem vergonha. — Mais forte...! Kota... me fode, por favor...
— Eu vou te dar tudo. Tudo, amor. Até o último segundo da minha força.
Ele acelerou os movimentos, agora socando fundo, com força, os quadris batendo com estalos altos. As coxas de S/N estavam marcadas de onde ele segurava, os gemidos enchiam a sala.
Kota beijava o rosto, a boca, o pescoço, enquanto metia forte. O suor escorria do corpo dele, a testa colada na do namorado.
— Eu te amo — ele murmurou, gemendo alto. — Te amo tanto que dói.
E S/N, entre gemidos, respondeu.
— Eu também... ah... Kota... vem... dentro...
Kota perdeu o controle.
Estocou mais três vezes, com força, até gozar fundo, bem lá dentro, com um gemido rouco e alto. S/N sentiu tudo. O calor, a pulsada do pau dele, o corpo inteiro tremendo.
Caíram juntos no sofá. Cansados. Molhados. Felizes.
Kota ainda dentro, sem querer sair.
— Posso ficar aqui? — ele murmurou, manhoso. — Só mais um pouquinho... deixa eu viver dentro de você.
S/N riu baixinho, acariciando os cabelos dele.
— Pode, amor... pode tudo.
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lagrya · 6 months ago
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Imagine Xion
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Xion estava jogando videogame, sua atenção totalmente voltada para a tela, quando a campainha tocou. Ele suspirou, desapontado por ter que parar o jogo. Pausou o console e se levantou, arrastando os pés até a porta.
— Quem será agora? — murmurou, esfregando os olhos enquanto se aproximava da porta.
Ao abrir, o entregador estava com um sorriso educado, segurando uma grande caixa.
— Boa tarde, senhor. Tenho uma entrega para o S/N. É uma encomenda urgente.
Xion franziu a testa, sem entender muito bem. Ele olhou para o nome na caixa, e realmente era para S/N, seu namorado, que estava no banho.
— Hm... S/N está tomando banho agora — Xion disse, pegando a caixa da mão do entregador com um suspiro. — Pode deixar aqui mesmo.
O entregador assentiu com um sorriso e entregou a encomenda.
— Claro, senhor. Tenha um bom dia!
— Você também — respondeu Xion, fechando a porta com um suspiro. Ele olhou para a caixa em suas mãos. Era grande, mas muito leve.
A caixa estava bem embaladinha, sem marcas de qualquer dano, mas Xion não conseguia evitar a curiosidade. Ele a observou por um momento, ponderando se deveria esperar S/N sair do banho para abrir.
— O que será que é? — Xion murmurou consigo mesmo, se jogando de volta no sofá, colocando a caixa ao seu lado.
Ele deu uma última olhada na porta do banheiro, onde o som da água correndo ainda ecoava. Xion não podia deixar de sorrir um pouco. O banho demoraria um pouco, e ele tinha tempo para abrir a caixa... ou talvez não.
Xion, com um olhar desconfiado, colocou a caixa na mesa, atraído pela curiosidade. Com um suspiro frustrado, ele rasgou a embalagem, esperando encontrar mais um daqueles livros da escritora que S/N adorava, cujas tramas o mantinham acordado até altas horas. No entanto, ao abrir a caixa, ele deu de cara com algo inesperado.
— Huh?! — ele exclamou, confuso, ao ver o logo "Hot Point" impresso na embalagem. — Que porra é essa?
Ele tirou o restante da embalagem, sentindo uma pontada de desconforto. Quando finalmente abriu a caixa, seus olhos se arregalaram ao ver o que estava dentro: um vibrador roxo. Xion ficou paralisado por um segundo, sem saber como reagir.
— O quê...?! — Xion gaguejou, seu rosto imediatamente queimando de rubor. Ele olhou para o objeto como se fosse uma coisa alienígena, sem acreditar no que estava vendo.
Ele não queria acreditar, mas seu olhar se fixou no botão do vibrador. Sem pensar muito, ele o apertou. Num instante, o vibrador começou a vibrar de forma intensa, como se zombasse de sua confusão e raiva. O som do motor vibrando parecia ecoar pela sala, e Xion não pôde evitar um suspiro exasperado.
— Não acredito... Sério? — ele murmurou, mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa.
Ele olhou para o vibrador, depois para a porta do banheiro. Seu rosto estava vermelho de vergonha e indignação. Como assim? S/N comprando um vibrador? Para quê? Ele tinha Xion, seu namorado lindo e gostoso, sempre disponível, sempre lá para satisfazê-lo.
Xion se levantou abruptamente, batendo o punho contra a mesa com raiva. Ele não conseguia entender por que S/N precisava disso, quando ele estava ali, ao alcance de um simples pedido. O que diabos estava acontecendo?
— Filho da mãe — Xion resmungou, sentindo a frustração aumentar enquanto seus olhos ainda observavam o vibrador.
Ele pensou por um momento, a raiva transbordando em suas veias, mas também uma sensação de insegurança, algo que nunca pensou que sentiria. Ele acha que isso vai ser mais prazeroso do que eu?
O som da água parando no banheiro o fez parar de respirar por um segundo. S/N sairia em breve e Xion estava decidido a confrontá-lo, não importando o que acontecesse.
— Vamos ver o que você tem a dizer sobre isso, S/N.
Xion estava se debatendo dentro de sua própria frustração e confusão. Ele se lembrava claramente das conversas que teve com S/N durante os últimos meses. Desde o início do namoro, S/N sempre foi muito claro sobre não estar pronto para o sexo. Xion, que nunca teve problemas com isso, respeitava profundamente a decisão de S/N. Ele não estava interessado em pressioná-lo; sabia que o relacionamento deles ia além disso. Não se tratava de sexo — era sobre a conexão genuína, a amizade, os sorrisos compartilhados, e os momentos mais simples de carinho.
Xion tinha experiência, mas também não estava desesperado para apressar as coisas. Não importava o tempo que levasse, ele sabia que o que compartilhavam era real, e ele estava mais do que disposto a esperar. Mas agora, isso... um vibrador? O que diabos estava acontecendo?
Ele fechou os olhos por um momento, tentando controlar os pensamentos turbilhonados. Ele pensava nas conversas, na maneira como S/N parecia sempre tão tímido quando o assunto surgia. Xion tinha sido paciente. Ele sabia o quanto S/N estava lidando, o quanto ele estava começando a confiar, mas nada preparou Xion para esse momento.
"Mas... ele tem o meu pau literalmente dentro das calças dele e agora está comprando um brinquedo desses?" Xion se perguntou, o sarcasmo envenenando suas palavras internas. Ele não entendia.
Ele olhou de novo para o vibrador roxo, ainda com o botão pulsando na mesa, vibrando como se zombasse de sua raiva crescente.
Xion não era ingênuo. Sabia que, para muitos, o sexo não era só físico, mas algo íntimo e emocional. Mas isso... isso era uma violação da confiança dele, da conexão deles, não era? Se ele já estava ali, oferecendo seu amor, por que S/N sentiria necessidade disso? Algo não estava certo.
Quando S/N saiu do banho, ele parecia tão inofensivo em seu pijama, usando o short curto que sempre fazia Xion se sentir possuído de desejo, e a blusa de Xion que ficava maior nele, dando-lhe um toque de doçura que Xion sempre achava irresistível. Mas naquele momento, Xion estava longe de sentir aquele desejo caloroso. Ele estava frustrado e confuso, e isso tomou conta de seu corpo de uma forma que ele não conseguia controlar.
S/N, vendo a cena com Xion de semblante fechado, se aproximou, ainda com o olhar um pouco perdido. Xion sorriu, mas era um sorriso forçado, tentando enganar a si mesmo e ao namorado, apenas para pegar S/N de surpresa. Ele pegou o vibrador, agora cuidadosamente posicionado, e com voz calma disse:
— Amor, você pediu esse massageador? É muito bom, sabe...
S/N franziu a testa, claramente confuso e tentando entender o que estava acontecendo, mas antes que pudesse reagir, Xion levantou-se abruptamente, jogando o vibrador agressivamente no chão com uma raiva contida, que não demorou a transbordar.
— Por que diabos você compraria uma coisa dessas, S/N?! Um brinquedo adulto, sério?! — Xion gritou, suas palavras saindo carregadas de indignação. Suas veias estavam saltadas, visíveis sob a pele, enquanto a raiva tomou conta dele. — Essa coisa teria entrado em você antes de mim?!
Ele apontou furiosamente para o vibrador no chão, seu peito subindo e descendo pesadamente enquanto tentava controlar a tempestade de sentimentos que o assolava. Ele estava ofendido, não pela compra do brinquedo, mas pela sensação de estar sendo trocado, de sentir que algo estava acontecendo nas sombras de seu relacionamento que ele não entendia.
S/N ficou em silêncio por um momento, seus olhos fixos no chão enquanto Xion se aproximava, sua expressão severa. Ele mordeu o lábio, nervoso, e finalmente disse, com a voz um pouco tremida:
— Amor... Eu... Isso... Eu queria... Aprender como era... antes de... você sabe... usar seu pau...
As palavras de S/N foram como um golpe direto no estômago de Xion, mas em vez de alívio, ele sentiu a raiva ferver ainda mais dentro de si. Ele não sabia o que responder de imediato, mas a sensação de ser ignorado, de não ser o suficiente, o tomou por completo.
Sem pensar, Xion caminhou rapidamente até S/N, seus olhos fixos nos dele com um brilho furioso. Ele não queria que S/N sentisse que precisava de mais, que precisava buscar algo que ele já estava ali para oferecer.
Sem perder tempo, Xion o puxou para seu colo com força, fazendo S/N se sentar em seu colo de forma abrupta, os dois agora tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro. Xion estava tremendo de raiva, mas tentou manter a compostura, olhando diretamente para os olhos de S/N.
— Você podia ter falado pra mim, S/N — ele disse, sua voz carregada de frustração e dor. — Meu pau está aqui pra você, sempre esteve. Se você precisa treinar... treine em mim.
Xion sentiu o corpo de S/N se tensionar sobre o seu, mas ele não o deixou ir. Ele queria que S/N entendesse a seriedade do que ele estava dizendo, queria que S/N soubesse que não precisava de mais nada, que ele estava ali para dar tudo o que ele precisasse. Mas também, Xion queria que S/N entendesse que ele não estava disposto a ser trocado por um brinquedo, que ele queria ser a escolha.
S/N, completamente corado, tentou desviar o olhar, e ignorar o desejo que crescia nos olhos de Xion. Ele mexeu desconfortavelmente no colo do namorado, puxando a barra da camiseta larga que usava para cobrir mais o corpo, mesmo que fosse inútil. Ele parecia pequeno e tímido, e a visão apenas alimentava ainda mais o desejo de Xion, que já sentia seu pau endurecendo como se tivesse vontade própria.
— Isso é... muito vergonhoso, Xion... — S/N murmurou, sua voz quase um sussurro, os olhos brilhando de constrangimento.
Xion, por outro lado, parecia decidido. Ele inclinou a cabeça, formando um biquinho, como se estivesse magoado, mas sua expressão carregava um tom brincalhão e provocativo.
— Eu não vou deixar você enfiar nada em você que não seja o meu pau, S/N — ele disse com um sorriso travesso, suas mãos deslizando pelas costas de S/N, mantendo-o firme em seu colo. — Então é melhor você começar com o seu brinquedinho de carne real... porque quando você estiver pronto, eu vou te foder tantas vezes que nem vai lembrar desse vibrador.
As palavras de Xion foram ditas com um tom rouco, quase possessivo, e fizeram S/N estremecer. Ele sentiu o calor subir ainda mais ao rosto, quase queimando de vergonha. Ele sabia que Xion estava falando sério, e a ideia o deixava completamente sem palavras.
— X-Xion... — S/N tentou protestar, mas a voz falhou, seu corpo claramente afetado pela proximidade e pelas palavras carregadas de desejo.
Xion segurou firme na cintura de S/N, seus dedos afundando levemente na pele dele enquanto começava a guiar seus quadris para que rebolasse em cima dele. A cada movimento, S/N podia sentir o pau de Xion, agora completamente duro, pressionando contra o tecido fino do short que usava. O contato era tão intenso que ele tinha certeza de que S/N conseguia sentir todo o comprimento roçando contra sua bunda, mesmo através das camadas de roupa.
S/N tentou protestar, movendo as mãos para os ombros de Xion como se quisesse afastá-lo, mas seu corpo reagia de forma diferente, aquecendo-se e tornando impossível disfarçar o rubor em suas bochechas. Ele mordeu o lábio, sentindo-se extremamente constrangido, enquanto Xion, de olhos fechados, parecia perdido em seu próprio desejo.
— Por favor, S/N... — Xion murmurou, sua voz rouca e quase suplicante, enquanto aumentava a pressão nos movimentos, fazendo com que S/N sentisse cada centímetro dele. — Por favor, me use. Não me troca por esse maldito vibrador... Eu quero ser o único a estar dentro de você.
S/N tremeu com as palavras, sentindo o rosto pegar fogo enquanto Xion continuava.
— Eu quero ser quem te faz gemer, quem te faz perder o controle, não um pedaço de plástico... Por favor, S/N. Me deixa ser o único pra você.
A intensidade no tom de Xion era quase desesperada, e ele pressionou ainda mais o quadril contra S/N, deixando claro o quanto o queria. S/N sentiu seu coração disparar no peito, dividido entre a vergonha e o desejo, e não sabia como responder. Ele olhou para Xion, perdido no desejo ardente em seus olhos, e tentou dizer algo, mas as palavras falharam.
Tudo o que ele conseguiu fazer foi fechar os olhos, seu corpo cedendo aos movimentos que Xion comandava, enquanto um calor crescente invadia cada parte dele.
S/N abaixou a cabeça, o rosto ainda mais corado enquanto mordia o lábio. Ele assentiu levemente, um gesto quase imperceptível, mas suficiente para que Xion percebesse que ele estava cedendo. O coração de Xion disparou, uma mistura de desejo e satisfação o tomando enquanto ele observava S/N à sua frente, vulnerável e completamente adorável.
Sem pressa, mas com firmeza, Xion moveu as mãos para a barra da camiseta de S/N, segurando o tecido enquanto olhava nos olhos dele.
— Eu vou cuidar de você, amor... — Xion disse, sua voz suave.
Ele começou a puxar a camiseta de S/N para cima, expondo lentamente a pele macia dele. Cada centímetro revelado fazia o desejo de Xion crescer ainda mais, mas ele se esforçava para manter o controle. Quando a camiseta finalmente foi retirada, Xion a jogou de lado, observando o peito de S/N subir e descer rapidamente enquanto ele tentava controlar a respiração.
Em seguida, Xion moveu suas mãos para o short que S/N usava, seus dedos roçando contra a pele das coxas enquanto o puxava devagar. S/N desviou o olhar, visivelmente constrangido, mas não fez nada para impedi-lo. Quando o short caiu, restando apenas a última peça íntima, Xion parou por um momento, admirando a visão à sua frente.
— Vai ser bom, eu prometo... — ele murmurou, mais para si mesmo do que para S/N, antes de começar a tirar suas próprias roupas.
Xion arrancou sua camiseta com facilidade, revelando seu corpo bem definido, e S/N não pôde evitar olhar, mesmo que por breves segundos. O desejo de Xion era evidente, tanto em seus olhos quanto na forma como seu corpo reagia, seu pau pulsando contra a calça fina.
— Confia em mim, tá? — Xion sussurrou enquanto se inclinava para beijar a testa de S/N, suas mãos já movendo-se para desfazer o botão da própria calça.
Xion finalmente se livrou das últimas peças de roupa, ficando completamente nu diante de S/N. Eles nunca tinham estado tão expostos um ao outro, e o olhar de S/N foi imediatamente para baixo, parando no queixo quando viu o pau de Xion entre suas pernas. Seus olhos se arregalaram, e o pânico tomou conta de seu rosto enquanto ele tentava se levantar do colo do namorado, tentando processar o que estava vendo.
— Isso... isso não vai caber, Xion! — S/N exclamou, sua voz carregada de nervosismo. Ele começou a recuar, suas mãos instintivamente subindo para proteger o peito, como se pudesse afastar o que temia.
Xion observou a reação dele, e, em vez de ficar frustrado, ele sorriu com ternura. Ele puxou S/N contra si, o segurando pelos pulsos com cuidado, mas sem permitir que ele fugisse.
— Ei, ei... Calma, amor. — Xion riu baixinho. — Você é tão fofo quando está nervoso...
S/N olhou para ele com uma mistura de vergonha e desespero, balançando a cabeça.
— Xion, eu tô falando sério! Não tem como isso caber! Vai machucar... — Ele mordeu o lábio, sua mente correndo com pensamentos inseguros.
Xion, no entanto, não parecia abalado. Ele trouxe S/N para mais perto, envolvendo-o em um abraço tranquilizador enquanto sua mão deslizava pelas costas dele em um gesto calmante.
— Shhh, eu vou fazer caber, amor. Não vou te machucar, prometo. — Xion sussurrou em seu ouvido, sua voz baixa e reconfortante, mas ainda carregada de uma determinação inegável. — Eu vou fazer com calma, vou te preparar direitinho. Só confia em mim, tá?
O calor do corpo de Xion contra o de S/N, combinado com sua voz gentil, ajudou a acalmar os nervos de S/N, embora ele ainda estivesse claramente hesitante. Xion segurou o rosto dele com as duas mãos, olhando profundamente em seus olhos.
— Eu nunca faria nada pra te machucar. Quero que você aproveite isso tanto quanto eu. — Ele sorriu antes de selar seus lábios em um beijo lento, tentando transmitir toda a paciência e carinho que sentia.
S/N engoliu em seco quando eles se separaram, ele estava claramente nervoso, mas não queria decepcionar o namorado.
— Como... como você quer começar? Eu... eu não sei o que fazer... — S/N murmurou, a voz baixa e hesitante, enquanto desviava o olhar.
Xion não conseguiu segurar um sorriso satisfeito. Aquilo era tudo o que ele queria ouvir. Ele passou os dedos suavemente pelo rosto de S/N, acariciando sua bochecha com ternura.
— Então deixa comigo, amor. Eu vou cuidar de tudo. — Ele respondeu, sua voz firme, mas ao mesmo tempo reconfortante.
S/N apenas assentiu.
— Fica de quatro pra mim. Assim eu consigo cuidar de você direitinho. — Ele disse, uma pontada de expectativa em sua voz.
S/N hesitou por um momento, mas acabou obedecendo, apoiando-se no sofá enquanto ajustava a posição de maneira tímida deixando tudo bem exposto pra Xion.
— Espera aqui, amor. Eu já volto. — Ele murmurou, antes de se afastar e ir até o quarto. Ele sabia exatamente onde estava o lubrificante que ele tinha comprado há meses, sem muita esperança de que um dia fosse usá-lo. Agora, parecia que finalmente havia chegado a hora.
Quando Xion voltou, ele encontrou S/N ainda na mesma posição, mas visivelmente mais nervoso, com os dedos agarrando firmemente o estofado do sofá. Xion se aproximou com calma, se ajoelhando atrás dele e abrindo a tampa do lubrificante.
— Relaxa, amor. Eu vou te preparar direitinho. — Ele disse enquanto despejava um pouco do líquido em seus dedos, esfregando-os para aquecê-lo.
Ele começou a passar o lubrificante na entrada de S/N, os dedos hábeis massageando suavemente para ajudar o corpo dele a relaxar. S/N soltou um suspiro trêmulo, apertando ainda mais os dedos no sofá.
— É só pra você ficar confortável, tá? — Xion murmurou, antes de pressionar levemente um dedo contra a entrada dele.
Quando o dedo deslizou para dentro, S/N ofegou, o corpo tenso com a sensação estranha e nova. Xion riu baixinho, achando a reação adorável.
— Tá vendo? Isso nem é nada comparado ao que vem depois. — Ele disse, com um sorriso brincalhão.
S/N soltou um choramingo baixo, escondendo o rosto nas mãos enquanto sentia o dedo de Xion se movendo lentamente dentro dele.
— Para de falar assim... é vergonhoso... — S/N murmurou, a voz abafada.
— Vergonhoso? Isso é só o começo, amor. Relaxa... Se acostuma com meus dedos primeiro, porque depois... vai ser algo bem maior. — Xion provocou, rindo enquanto continuava a trabalhar com cuidado para deixar S/N confortável.
S/N apenas choramingou novamente, o rosto ainda escondido, enquanto sentia o corpo começando a se adaptar ao toque de Xion.
Xion observava S/N com atenção enquanto deslizava um segundo dedo para dentro, sentindo o corpo dele apertar ao redor de seus dedos. Ele se inclinou, sussurrando perto da orelha de S/N:
— Tá indo muito bem, amor... só relaxa pra mim.
S/N respirava com dificuldade, seu corpo tremendo com a mistura de sensações novas. Quando Xion começou a mover os dedos, explorando cuidadosamente, ele pressionou de propósito contra um ponto específico. O efeito foi imediato: S/N soltou um gemido alto, abafando o som contra o sofá.
— Olha só... achei seu ponto doce. — Xion provocou, com um sorriso satisfeito.
— X-Xion... isso... ahn... — S/N gaguejava, a voz manhosa.
Cada movimento dos dedos de Xion era calculado, dedilhando a próstata de S/N como se fosse um instrumento delicado. O corpo dele se arqueava involuntariamente, os gemidos ficando cada vez mais altos.
— Me diz o que você quer, amor. — Xion pediu, sua voz rouca de desejo enquanto continuava a estimular S/N.
— M-mais... Xion, por favor... mais... — S/N finalmente cedeu, sua voz soando entre gemidos e choramingos.
Xion não perdeu tempo, adicionando um terceiro dedo, agora se movendo com mais firmeza. Ele levou a outra mão ao membro de S/N, que estava completamente duro, gotejando com a excitação.
— Você é tão sensível, sabia? — Ele disse, deslizando a mão pelo comprimento de S/N, começando a masturbá-lo no mesmo ritmo dos dedos que se moviam dentro dele.
S/N soltou um som que era uma mistura de gemido e soluço, o rosto completamente vermelho enquanto ele enterrava a cabeça no sofá.
— X-Xion... eu não... não consigo... — Ele murmurava, sentindo as ondas de prazer tomarem conta de seu corpo.
— Consegue sim, amor. Eu tô aqui com você. — Xion respondeu, acelerando os movimentos, os dedos encontrando a próstata de S/N repetidamente, enquanto sua mão apertava gentilmente o pau dele.
S/N era agora uma bagunça completa, gemendo alto, o corpo tremendo e se movendo involuntariamente contra o toque de Xion. O som da respiração pesada de ambos preenchia a sala, junto com os gemidos desesperados de S/N, que estava se perdendo completamente nas mãos do namorado.
Xion não pôde deixar de sorrir ao ver S/N arquejar e estremecer, enquanto um gemido longo e arrastado escapava de seus lábios. S/N gozou antes mesmo de Xion terminar de prepará-lo, seu corpo tremendo enquanto sua essência escorria pelos dedos do namorado.
— Porra... você é tão fofo, amor. — Xion murmurou. Ele observava S/N de perto, seus olhos brilhando de orgulho e carinho enquanto via o namorado quase desmoronar no sofá.
S/N mal conseguia se mover, os músculos relaxados e a respiração irregular. Ele estava completamente grogue, o rosto ruborizado e os lábios entreabertos, parecendo à beira de desmaiar de tanto prazer.
— Você tá incrível, amor. — Xion elogiou, passando a mão carinhosamente pelas costas de S/N antes de se levantar.
O membro de Xion estava completamente duro, pulsando, balançando levemente enquanto ele se movia. Ele posicionou-se atrás de S/N, observando como o corpo do namorado parecia ainda mais tentador, com a pele brilhando levemente sob a luz.
— Agora é minha vez. — Ele sussurrou, deixando o tom rouco e provocativo.
Com um sorriso travesso, ele segurou seu pau e o pressionou contra a bunda de S/N, dando pequenas batidinhas no local. O som abafado fez S/N estremecer, virando a cabeça levemente para olhar para trás, a preocupação evidente em seus olhos.
— X-Xion... eu... eu tô com medo... e se doer? — S/N murmurou, sua voz soando insegura.
Xion se inclinou, beijando suavemente a nuca de S/N e passando as mãos pelas laterais do corpo dele em um gesto tranquilizador.
— Shh... eu vou com calma, tá? Não vou te machucar, amor. Eu prometo. — Ele disse, sua voz suave, mas ainda carregada de desejo.
Xion segurou a base de seu pau, agora alinhando a cabeça contra a entrada apertada de S/N. Ele empurrou devagar, apenas a ponta deslizando para dentro.
S/N ofegou, o corpo enrijecendo imediatamente com a sensação.
— Relaxa pra mim, amor. — Xion murmurou, movendo as mãos para as costas de S/N, massageando levemente para ajudá-lo a se soltar. — Eu tô aqui, lembra?
Com cuidado, ele começou a se forçar mais para dentro, milímetro por milímetro, dando pausas para permitir que S/N se ajustasse.
— Tá indo bem, S/N... tão apertado... tão perfeito... — Xion murmurava, a voz entrecortada enquanto sentia o calor e a pressão o envolverem.
S/N soltava pequenos gemidos e choramingos, o corpo se adaptando lentamente à invasão. Mesmo com o desconforto inicial, a maneira como Xion o tranquilizava, seus toques gentis e palavras doces, faziam toda a diferença.
Finalmente, Xion parou, enterrando tudo completamente dentro de S/N, mas sem se mover. Ele se inclinou novamente, beijando a nuca e os ombros de S/N, esperando pacientemente enquanto o corpo dele se ajustava.
— Você tá indo tão bem, amor... tão incrível pra mim. — Ele sussurrou, seu tom cheio de carinho e admiração, enquanto esperava o sinal de S/N para continuar.
Era como se o mundo inteiro tivesse desaparecido, deixando S/N apenas com a sensação avassaladora de Xion preenchendo-o. Ele se sentia esticado, uma pressão nova e intensa que queimava levemente, mas que era rapidamente substituída por algo mais. Algo que fazia seu corpo inteiro vibrar e seu cérebro parecer derreter.
Ele mordeu a almofada mais próxima com força, tentando conter os sons que ameaçavam escapar. Sentia as coxas firmes de Xion pressionadas contra as suas, o calor da pele do namorado irradiando diretamente para ele, e tudo isso só parecia intensificar as sensações.
— Amor... você tá tão apertado, tão bom... — Xion murmurou, a voz rouca com o esforço de se controlar, esperando pacientemente enquanto o corpo de S/N se ajustava.
S/N estava ofegante, as mãos agarrando as almofadas do sofá como se fossem sua tábua de salvação. Ele virou o rosto ligeiramente, com os olhos semicerrados e um brilho de prazer já começando a tomar conta.
— P-Pode se mover... — ele sussurrou, quase inaudível, mas suficiente para que Xion ouvisse.
Xion fechou os olhos por um instante, tentando conter o prazer que percorria seu corpo com aquelas palavras. Então, começou a se mover lentamente, retirando apenas uma pequena parte de si antes de empurrar de volta, com cuidado, estudando cada reação de S/N.
E quando ele se moveu novamente, mais profundamente, um gemido alto e arrastado escapou dos lábios de S/N.
— Porra... — S/N deixou escapar, os olhos revirando enquanto seu corpo era tomado por sensações que ele nunca havia experimentado.
Xion sorriu satisfeito, acelerando os movimentos gradualmente, mas sempre atento ao namorado.
— Tá vendo? Eu disse que seria bom... tão bom que você nem vai pensar naquele vibrador idiota. — Ele provocou, as mãos firmes segurando os quadris de S/N, ajudando-o a encontrar o ritmo perfeito.
Cada vez que ele se movia, Xion fazia questão de acertar aquele ponto especial dentro de S/N, e cada vez que isso acontecia, S/N soltava um gemido mais alto, o corpo tremendo de prazer.
— Isso... amor... — Xion incentivava, a voz cheia de desejo, enquanto aumentava o ritmo, agora se movendo com mais confiança.
Xion soltou uma risada rouca quando percebeu que S/N, começava a mover os quadris, buscando suas investidas.
— Então é assim, hein? Mal começamos e você já tá rebolando pra mim, amor? — Ele provocou, apertando ainda mais os quadris de S/N, guiando-o para acompanhar o ritmo. — Tá vendo? Você foi feito pra isso, pra mim.
S/N mal registrava as palavras; o som da voz de Xion parecia distante, abafado pelo turbilhão de sensações que dominavam seu corpo. Ele gemia alto, sem se importar com mais nada, os sons cheios de prazer ecoando pela sala enquanto se entregava completamente.
Xion, se deliciando com a visão e os sons de S/N, aproveitou para mudar de posição. Com um movimento ágil, puxou S/N contra o peito dele, deixando-o de joelhos no sofá, pressionado firmemente contra seu corpo. A nova posição fazia Xion mergulhar ainda mais fundo, e ele começou a se mover com mais intensidade, estocando com força e precisão.
— Porra, S/N... você é apertado pra caralho... — Ele sussurrou no ouvido do namorado, mordendo levemente o lóbulo da orelha de S/N, o que só aumentou os gemidos dele.
S/N segurava nos braços de Xion, tentando se manter firme, mas a sensação era tão avassaladora que suas mãos tremiam, e ele acabava se derretendo contra o corpo de Xion.
— É tão bom... — ele conseguiu murmurar entre gemidos, a voz entrecortada pelo prazer. 
Xion riu baixo, pressionando um beijo contra o ombro de S/N.
— É, não é? Muito melhor que a porra de um vibrador... — Ele respondeu, acelerando o ritmo, mergulhando com força e precisão, cada estocada acertando direto o ponto que fazia S/N se contorcer e gemer ainda mais alto.
O sofá rangia sob o movimento intenso, mas nada mais parecia importar. Para S/N, a única coisa que existia era Xion, o calor dele, a sensação de ser preenchido e a onda incessante de prazer que tomava conta de si, cada vez mais perto de um clímax que parecia inevitável.
Enquanto os movimentos de Xion ficavam mais rápidos e intensos, ele sentiu o calor crescendo em seu corpo, um ponto de ebulição prestes a ser alcançado. Ele enterrou o rosto no pescoço de S/N, mordiscando levemente a pele enquanto gemia rouco, o controle escapando de suas mãos.
— Amor... — ele sussurrou, a voz cheia de urgência. — Eu tô tão perto... posso... posso gozar dentro de você?
S/N, perdido no turbilhão de sensações, com os gemidos e a respiração ofegante escapando descontrolados, demorou um segundo para registrar a pergunta. Ele virou ligeiramente o rosto, seus olhos vidrados encontrando os de Xion. Com as bochechas coradas e a voz trêmula, ele respondeu:
— S-sim... p-pode...
Foi tudo o que Xion precisava ouvir. Ele segurou firme nos quadris de S/N, enterrando-se profundamente com um gemido rouco que reverberou por todo o cômodo. Seu corpo estremeceu quando finalmente se liberou, o calor se espalhando dentro de S/N, preenchendo-o por completo.
S/N soltou um gemido arrastado, sentindo o calor invadindo-o, algo tão intenso e íntimo que o fez quase perder o fôlego. Ele tremia levemente, os braços cedendo enquanto caía mais contra o peito de Xion, que o segurava firme, com os corpos colados e o coração de ambos batendo em uníssono.
Xion passou os dedos suavemente pelos cabelos molhados de S/N, ainda tentando recuperar o fôlego. Ele sorriu contra o ombro do namorado, plantando um beijo gentil na pele suada.
— Você foi incrível, amor... — murmurou, a voz carregada de afeto e exaustão.
S/N soltou um pequeno riso, ainda ofegante, mas encontrou forças para responder:
— Você também...
Eles permaneceram ali, juntos, no sofá, permitindo que o momento de intimidade fosse absorvido por ambos, o vínculo entre eles agora ainda mais profundo.
Depois daquela noite, tudo mudou. S/N, antes tão tímido e reservado sobre o assunto, parecia ter descoberto um lado de si mesmo que mal conseguia conter. Sua vida sexual com Xion se tornou incrivelmente ativa, a ponto de ser quase impossível ignorar o fogo entre eles.
Xion adorava cada segundo disso. Ele adorava ver S/N, com aquele olhar pidão e bochechas coradas, implorando pelo que queria. Às vezes, S/N ficava tão desesperado que nem esperava. Uma vez, Xion acordou com o peso do namorado sobre ele, o rosto marcado pela determinação, os olhos brilhando com desejo.
— Xion... — S/N gemeu, a voz rouca pelo sono, mas carregada de necessidade. — Por favor, me fode...
Xion, ainda meio grogue, levou um momento para processar, mas quando percebeu a situação, um sorriso satisfeito cruzou seus lábios. Ele adorava isso. Adorava como S/N, tão inocente no início, agora não conseguia mais se conter.
— Você não cansa, né, amor? — ele provocou, as mãos deslizando pelos quadris de S/N, firmando-o ali. — Mas quem sou eu pra dizer não, né?
S/N choramingou, pressionando-se contra ele, um pedido silencioso que Xion atendeu sem hesitação.
Ele era o brinquedo sexual particular do namorado agora, e sinceramente? Ele adorava isso. Adorava ser quem fazia S/N perder o controle, adorava saber que ninguém mais poderia satisfazê-lo daquele jeito.
As manhãs, noites e até os momentos entre os dois agora eram recheados de toques, beijos e corpos entrelaçados. Xion gostava de se gabar disso em silêncio, especialmente quando via S/N corar ao perceber que tinha sido "pego" o encarando com desejo em momentos aleatórios.
A conexão entre eles nunca esteve tão intensa, e Xion tinha certeza: ele daria ao namorado tudo o que ele quisesse, sempre que ele pedisse. E, porra, ele estava amando cada segundo disso.
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lagrya · 7 months ago
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Imagine Jin e Namjoon
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S/N sempre foi o tipo de pessoa que mantinha a vida sob controle. Com uma rotina impecável entre faculdade e estágio, ele jamais imaginava que algo ou alguém fosse desviá-lo de seu caminho. Isso, claro, mudou completamente quando conheceu Kim Seokjin e Kim Namjoon.
A primeira vez que S/N viu Seokjin foi em um final de tarde, enquanto tentava se desconectar dos estudos tomando um café na pequena cafeteria da esquina. Jin trabalhava como barista e chamava a atenção de todos por seu rosto angelical e seu humor cativante.
— Um cappuccino especial para a pessoa mais bonita deste café. — Jin sorriu, colocando a bebida na mesa de S/N.
S/N, surpreso, olhou ao redor antes de perceber que o comentário era para ele. — Ah… Obrigado. Você é sempre assim tão direto?
— Apenas quando vejo algo que vale a pena. — Jin piscou, antes de voltar ao balcão.
Mal sabia S/N que, na mesa ao lado, Namjoon estava observando tudo com curiosidade. Cliente habitual e amante de livros, ele era o oposto de Jin: quieto, introspectivo e mais confortável com palavras escritas do que faladas. Contudo, naquela tarde, ele sentiu uma necessidade estranha de se aproximar.
Quando Jin voltou para o balcão, Namjoon olhou para S/N, gesticulando para o livro aberto à sua frente. — Se você precisa de companhia para o café, posso sugerir um bom livro. — Ele disse, com um sorriso educado.
S/N riu, achando engraçada a diferença de abordagem. — Obrigado. Parece que hoje é meu dia de sorte: café especial e recomendações literárias.
Nas semanas seguintes, S/N voltou à cafeteria várias vezes, e foi aí que as coisas começaram a sair do controle. Jin, sempre animado e carismático, fazia de tudo para agradá-lo. Ele decorava os pedidos de S/N, escrevia bilhetes engraçados no copo e até fazia piadas para arrancar risadas dele.
— Aqui está o seu café. Sabe por que ele está tão quente? Porque combina com você. — Jin disse, com um sorriso presunçoso.
S/N balançava a cabeça, mas não conseguia evitar o riso. — Um dia você vai ser demitido por flertar com os clientes, Jin.
— Se for por sua causa, vale a pena. — Ele respondeu, piscando.
Namjoon, por outro lado, era mais sutil, mas não menos empenhado. Ele começou a reservar o assento ao lado de S/N sempre que o via na cafeteria, aproveitando cada oportunidade para conversar.
— Precisa de ajuda com isso? — Ele perguntou uma vez, ao perceber S/N lutando para entender um texto filosófico. — Por favor, estou prestes a desistir. — S/N respondeu, aliviado.
Enquanto Namjoon explicava com paciência, S/N percebeu que havia algo encantador nele. Namjoon era inteligente e atencioso, e seus olhos brilhavam sempre que ele falava sobre algo que amava.
Eventualmente, a disputa entre os dois ficou tão evidente que S/N não sabia o que fazer. Jin e Namjoon não apenas tentavam conquistá-lo, mas também implicavam um com o outro de forma constante.
— Não sabia que a cafeteria tinha virado uma biblioteca. — Jin provocou, ao ver Namjoon lendo ao lado de S/N. — E eu não sabia que precisava de um show de stand-up para tomar café. — Namjoon retrucou, sem tirar os olhos do livro.
S/N, no meio da tensão, decidiu tentar desviar a atenção dos dois. Ele riu, tentando aliviar o clima. — Vocês dois são hilários. Sabe, se estão tão interessados em mim, por que não resolvem isso juntos? Podem me namorar ao mesmo tempo. —
Ele disse em tom de brincadeira, achando que aquilo encerraria a discussão. No entanto, Jin e Namjoon ficaram em silêncio, trocando um olhar.
— Isso… Pode funcionar. — Jin foi o primeiro a quebrar o silêncio. — Concordo. Não vejo problema, desde que você esteja de acordo, S/N. — Namjoon completou, ajustando os óculos.
S/N piscou, chocado. — Espera… Vocês estão falando sério?
— É claro que sim. — Jin respondeu, cruzando os braços. — Você é incrível, e Namjoon… Bom, ele é suportável.
Namjoon arqueou uma sobrancelha. — E você é um pouco exagerado, mas acho que podemos fazer isso funcionar.
S/N, sem acreditar, começou a rir. O que era para ser uma piada havia se tornado uma proposta séria, e antes que ele percebesse, o trio estava oficializando um relacionamento que ninguém poderia prever.
Os dias que se seguiram foram repletos de caos e risadas. Jin e Namjoon continuaram com suas personalidades contrastantes, mas encontraram um equilíbrio ao perceberem que compartilhavam algo em comum: o amor por S/N. E, apesar de nunca ter imaginado que sua vida se tornaria tão bagunçada, S/N descobriu que aquele caos era exatamente o que ele precisava para ser verdadeiramente feliz.
Naquela manhã, S/N foi despertado por um barulho alto vindo da cozinha, algo entre uma panela caindo e Jin soltando uma exclamação de frustração. Ele estava deitado confortavelmente na cama, ainda envolto pelos braços de Namjoon, que dormia tranquilamente com o rosto encostado em sua nuca. No entanto, o lado oposto da cama, onde Jin deveria estar, estava vazio.
S/N suspirou, sentindo falta do peso reconfortante de Jin ao seu lado. Ele sabia que, se havia confusão na cozinha, Jin estava no meio dela.
— Deixa ele com as loucuras dele… — Namjoon murmurou com a voz rouca de sono, apertando S/N mais contra si. — Ele sabe o que está fazendo… ou pelo menos acha que sabe.
S/N riu baixinho, achando adorável como Namjoon sempre tentava adiar as responsabilidades pela manhã. Ele virou a cabeça para olhar o namorado sonolento. — Não posso deixar um dos meus namorados morrer sem ajuda, Joon. Vai que ele está tentando fazer uma receita nova?
Namjoon apenas resmungou algo incompreensível, mas seu aperto afrouxou quando S/N se mexeu para sair da cama. Antes de se levantar completamente, S/N inclinou-se e deixou um beijo suave na bochecha de Namjoon, que suspirou e abriu um dos olhos, preguiçoso.
— Volta logo… Ou traz comida. — Ele murmurou, com um sorriso pequeno.
S/N riu de novo e começou a se afastar, mas parou para observar Namjoon se remexer na cama, agarrando o travesseiro que S/N usava e abraçando-o firmemente. Namjoon enfiou o rosto no tecido, inalando o cheiro de S/N como uma tentativa de se consolar pela perda do calor do namorado. A cena fez o coração de S/N derreter.
— Você é tão fofo quando está com sono, Joonie. — Ele sussurrou, antes de sair do quarto.
Caminhando em direção à cozinha, S/N já imaginava o caos que o aguardava. E, ao entrar, não ficou nem um pouco surpreso ao encontrar Jin segurando uma tigela que transbordava de massa de panqueca, com farinha espalhada pelo balcão e algo queimando em uma frigideira.
— Jin, o que você está fazendo? — S/N perguntou, cruzando os braços e tentando conter o riso ao ver o namorado em um avental rosa com o desenho de um coração.
— Ah, bom dia, meu amor! — Jin respondeu, sem o menor constrangimento. — Estou tentando fazer panquecas perfeitas para o café da manhã, mas essa frigideira claramente tem algo contra mim.
S/N balançou a cabeça, rindo. — Ou talvez seja você que está tentando demais. Quer ajuda antes que queime a casa?
Jin fez uma expressão indignada, mas seus olhos brilhavam de diversão. — Ajuda? Eu sou Kim Seokjin, o chef do grupo! Não preciso de ajuda.
— Claro, claro. Mas você precisa de mim para limpar essa bagunça e salvar seu café da manhã. — S/N respondeu, pegando um pano para começar a arrumar a cozinha enquanto Jin fazia uma careta, mas não recusava a companhia.
Enquanto Jin tentava – com empenho duvidoso – fazer panquecas, S/N estava ocupado limpando e organizando a bagunça monumental que o namorado havia deixado na cozinha. Entre uma panqueca queimada e outra finalmente comestível, Jin não perdia a chance de provocar.
— Ei, não é justo você só limpar enquanto eu trabalho duro aqui. — Jin disse, fingindo estar exausto enquanto segurava uma espátula.
S/N riu, dobrando um pano de prato. — Trabalho duro? Você mal fez duas panquecas decentes até agora.
Jin fingiu uma expressão ofendida e se aproximou. — Está me subestimando, amor? Isso merece uma punição. — Ele rapidamente pegou um punhado de farinha e passou no nariz de S/N, que soltou um grito surpreso.
— Jin! — S/N reclamou, mas não conseguiu conter o riso.
— O que foi? Só estou decorando meu docinho favorito. — Jin sorriu presunçoso antes de inclinar-se para roubar um beijo rápido, o que arrancou mais risadas de S/N.
Entre risadas e brincadeiras, Jin passou os braços ao redor da cintura de S/N, puxando-o para um abraço apertado. Antes que S/N pudesse protestar, Jin aproveitou para morder levemente o pescoço dele, fazendo o outro rir alto e se contorcer.
— Para, Jin, isso faz cócegas! — S/N implorou, tentando se soltar.
— Só se você admitir que sou o melhor namorado. — Jin respondeu, sua voz cheia de diversão.
— Tá bom, tá bom! Você é incrível. Agora me solta! — S/N disse, rindo enquanto tentava empurrar Jin para longe.
O momento cômico foi interrompido quando S/N notou algo sobre a bancada. Um dos livros de Namjoon, que provavelmente havia sido deixado ali na noite anterior, estava agora com manchas de massa de panqueca e um pouco de farinha grudada na capa.
— Jin… Por favor, me diz que isso não é o livro do Namjoon. — S/N apontou, seu tom subitamente preocupado.
Jin olhou para o livro, arregalando os olhos em um misto de surpresa e culpa. — Ah, é só um livro… Namjoon nem vai perceber, certo?
S/N deu um olhar sério para o namorado. — Você sabe que ele vai perceber. Ele percebe até quando eu coloco o marcador na página errada!
Jin coçou a nuca, tentando disfarçar. — Ok, talvez ele perceba… Mas é só uma manchinha! Nada que uma boa desculpa e meu charme não resolvam.
S/N suspirou, já imaginando a reação de Namjoon. — Você vai precisar de muito mais do que charme pra sair dessa.
Jin deu de ombros, tentando aliviar o clima. — Relaxa, Joonie me ama. E, se ele ficar bravo, eu digo que foi tudo sua culpa.
— O quê?! — S/N exclamou, incrédulo, enquanto Jin apenas ria e aproveitava para roubar mais um beijo, tentando escapar de qualquer bronca antecipada.
Como se invocado pela simples menção de seu precioso livro, Namjoon entrou na cozinha. Ele estava com os cabelos levemente bagunçados, vestindo uma camiseta larga e shorts confortáveis, ainda piscando lentamente enquanto acordava. O jeito sonolento e fofo fazia S/N e Jin trocarem um olhar cúmplice, sabendo que ele parecia um filhotinho adorável nesse estado.
No entanto, S/N reagiu rápido ao perceber que os olhos de Namjoon estavam começando a vagar pela cozinha – e inevitavelmente acabariam no livro sujo. Ele rapidamente deu um passo à frente, posicionando-se de forma estratégica para esconder o livro atrás de si, enquanto pegava um pano qualquer para fingir que estava limpando a bancada.
— Bom dia, Joonie! — Jin falou, sua voz soando um pouco mais alta e nervosa do que o normal. Ele acenou com a mão, tentando parecer casual, mas a maneira como gaguejou denunciava o leve pânico. — Dormiu bem?
Namjoon bocejou, ignorando o tom suspeito de Jin enquanto passava a mão pelos cabelos. — Dormi, sim… O que vocês estão fazendo? — Ele perguntou, com a voz baixa e rouca de sono, caminhando lentamente até o balcão.
S/N apertou o pano entre os dedos, tentando parecer natural, mas sentia o suor frio nas costas. — Estamos, hã, fazendo panquecas! — Ele disse rápido demais, tentando manter o sorriso. — Jin queria testar umas receitas novas.
— Uhum… — Namjoon murmurou, estreitando os olhos ligeiramente, ainda meio sonolento, mas começando a notar algo estranho no comportamento dos dois. — Por que parece que vocês estão escondendo alguma coisa?
Jin soltou uma risada forçada e deu um passo à frente, tentando atrair a atenção de Namjoon. — Escondendo? A gente? Claro que não! É só… É só a confusão da manhã, sabe como é. — Ele gesticulou com as mãos, o sorriso um pouco nervoso demais.
Namjoon arqueou uma sobrancelha, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, S/N tentou mudar o foco rapidamente.
— Por que você não senta, Joonie? Eu vou pegar uma xícara de café pra você. — Ele sugeriu, movendo-se ligeiramente para bloquear ainda mais o campo de visão de Namjoon em relação ao livro.
— Hm… Tá bom. — Namjoon respondeu, ainda desconfiado, mas aceitando o café como um prêmio de consolação. Ele se sentou em uma das cadeiras, apoiando o queixo na mão enquanto observava os dois com um olhar meio curioso, meio preguiçoso.
Enquanto Jin começava a empilhar panquecas em um prato e S/N preparava o café, ambos trocaram olhares rápidos e desesperados.
S/N rapidamente terminou de preparar o café e se aproximou de Namjoon, colocando a xícara fumegante à sua frente com um sorriso doce.
— Aqui está, amor. Do jeitinho que você gosta, com um pouco de açúcar e nada de creme. — S/N falou com a voz mais carinhosa que conseguiu, tentando manter a atenção de Namjoon longe do livro sujo atrás dele.
Namjoon olhou para S/N com um sorriso sonolento, aceitando o café. — Obrigado, meu anjo. — Ele murmurou, levando a xícara aos lábios para um gole, sem perceber a troca de olhares cúmplices entre S/N e Jin.
Nesse momento, Jin se aproximou com um prato cheio de panquecas empilhadas. Ele as colocou na frente de Namjoon com uma expressão quase teatral.
— E aqui está o café da manhã feito especialmente para o nosso intelectual mais lindo. — Jin disse, inclinando-se levemente e piscando para Namjoon. — As melhores panquecas que você vai comer hoje.
Namjoon arqueou uma sobrancelha, ainda com o olhar desconfiado, mas era difícil não sorrir com toda a bajulação. — Hoje? Vocês estão dizendo que tem outro café da manhã planejado?
— Talvez… — Jin respondeu com um sorriso enigmático. Ele rapidamente cortou um pedaço de panqueca com um garfo e aproximou a comida da boca de Namjoon. — Mas, primeiro, prove essa e diga que é a melhor coisa que já comeu.
Namjoon riu, aceitando o pedaço. Enquanto isso, S/N aproveitou o momento de distração para pegar um pano de prato e discretamente tentar esconder o livro sujo atrás de si.
— Hm, está boa. — Namjoon admitiu após engolir o pedaço, olhando para Jin com um sorriso satisfeito. — Isso foi feito com amor?
— Todo o amor do mundo! — Jin declarou, inclinando-se para beijar a bochecha de Namjoon. — Porque você merece, meu querido.
Enquanto Jin mantinha Namjoon ocupado com mais panquecas e carinhos, S/N deu alguns passos cuidadosos para o lado, segurando o livro contra o corpo e tentando agir casualmente. Ele só precisava encontrar uma chance para sair da cozinha sem levantar suspeitas.
Jin, percebendo o movimento, rapidamente aumentou a intensidade da bajulação. Ele se inclinou ainda mais perto de Namjoon, apoiando o queixo no ombro do namorado. — Você já sabe que é o homem mais lindo desse planeta, certo?
Namjoon riu, claramente achando graça da situação, mas ainda com um pouco de desconfiança. — Por que todo esse exagero hoje? Vocês dois estão estranhamente atenciosos…
— Não é exagero. — Jin disse, cutucando levemente o braço de Namjoon. — É a verdade. A gente só quer que você saiba o quanto te amamos. Não é, S/N?
S/N, que estava a um passo de sair da cozinha com o livro escondido, respondeu rápido demais: — Claro! A gente te ama muito, Joonie. — Ele sorriu, suando frio, mas já se dirigindo para o corredor.
Namjoon estreitou os olhos, mas antes que pudesse questionar algo, Jin enfiou mais uma garfada de panqueca na boca dele.
— Vamos, coma mais. Você precisa de energia para o dia! — Jin insistiu, tentando soar casual enquanto olhava de soslaio para S/N, que finalmente desapareceu pela porta com o livro.
Quando Namjoon terminou de mastigar, ele olhou para Jin com uma expressão desconfiada, mas também divertida. — Você acha que eu não percebo quando vocês dois estão aprontando?
— Aprontando? — Jin perguntou, fingindo indignação enquanto cortava mais um pedaço de panqueca. — Nós? Nunca!
Namjoon riu baixo, mas decidiu deixar pra lá… Por enquanto. Afinal, ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, a verdade sempre vinha à tona – especialmente com esses dois.
Enquanto o clima na cozinha se acalmava, os três se sentaram juntos à mesa, aproveitando o café da manhã. Jin ainda brincava ocasionalmente, tentando alimentar Namjoon diretamente com o garfo, enquanto S/N sorria e organizava mentalmente o resto do dia.
— Então, o que você tem pra hoje, S/N? — Namjoon perguntou, tomando outro gole de café.
— Meu turno na clínica começa às duas. Antes disso, vou dar uma ajeitada em algumas coisas em casa e ver se consigo adiantar a documentação de um novo resgate. — S/N respondeu, esticando os braços com uma expressão satisfeita.
— Ah, aquele gatinho que trouxeram ontem? — Jin perguntou, cortando mais um pedaço de panqueca.
— Esse mesmo. Ele é tão pequeno que cabe na palma da mão. Acho que foi abandonado logo depois de nascer. — S/N suspirou, parecendo preocupado. — Mas ele é um lutador. Já está começando a reagir bem ao tratamento.
Namjoon sorriu com orgulho. — Você tem mesmo um talento pra cuidar dos bichos. Eu não sei como consegue ser tão paciente.
S/N deu de ombros, rindo baixinho. — Acho que ajuda quando você ama o que faz.
— Falando em amar o que faz… — Jin disse, virando-se para Namjoon. — Você vai passar o dia todo em casa lendo, é isso?
— É o plano. — Namjoon respondeu com um leve sorriso. — Tenho alguns textos de filosofia pra terminar, e talvez dê uma olhada em umas coisas de biologia.
— Biologia? — S/N perguntou, arqueando uma sobrancelha.
— É, me deu vontade de revisar umas coisas sobre comportamento animal. — Namjoon respondeu casualmente. Ele piscou para S/N. — Talvez eu passe na clínica qualquer dia pra aprender mais com você.
— Duvido que você passe. — Jin provocou, rindo. — Toda vez que você diz isso, acaba enterrado nos seus livros e não sai mais de casa.
Namjoon deu de ombros com um sorriso travesso. — Isso não é verdade. Eu saio, sim… Às vezes.
Os três riram, aproveitando o momento leve. Jin, então, olhou para o relógio e suspirou. — Falando nisso, preciso me arrumar. Meu turno no café começa em uma hora, e eu prometi levar um bolo de chocolate que fiz ontem.
— Ah, é aquele bolo que você não me deixou experimentar? — Namjoon perguntou, fingindo ofensa.
— Exato. — Jin sorriu, orgulhoso. — É pros clientes, não pra você.
S/N riu da troca, enquanto terminava de comer sua última panqueca. — Então, Joonie, aproveita bem o seu dia de folga, ok? Nada de ficar estudando até doer as costas.
— Sim, senhor. — Namjoon respondeu com um sorriso divertido.
Enquanto S/N tentava se organizar para sair, Jin parecia decidido a transformar cada segundo antes de partir em uma demonstração pública de afeto. Ele o abraçava por trás enquanto S/N arrumava a mochila, beijava sua bochecha enquanto ele tentava ajeitar os papéis da clínica e, a cada cinco minutos, dizia algo como:
— Amor, só mais um beijinho antes de eu ir…
S/N ria, mas era impossível esconder que aquilo complicava sua rotina. — Jin, sério, você já está atrasado. Vai logo antes que seu chefe te encha o saco.
— O que é um atraso comparado a passar tempo com você? — Jin respondeu, com aquele sorriso que sabia ser irresistível, antes de apertar mais S/N em um abraço.
Como se não bastasse, Namjoon, que deveria estar aproveitando a folga, decidiu se juntar à bagunça. Sentado na beirada do sofá, ele olhava para S/N com olhos de cachorrinho carente. — Você vai mesmo nos deixar sozinhos o dia todo? — perguntou, com uma voz mansa que fez S/N suspirar profundamente.
— Vocês dois são impossíveis. — S/N murmurou, tentando não rir.
— A gente só sente sua falta, é crime? — Jin disse, fingindo estar ofendido. Ele aproveitou para roubar mais um beijo rápido nos lábios de S/N, antes que ele pudesse escapar.
Namjoon, não querendo ficar para trás, se aproximou e o puxou para um abraço apertado. — O que o Jin disse. Não é crime, certo?
S/N balançou a cabeça, rindo. — Vocês me mimam demais, é isso.
A despedida, que deveria durar alguns minutos, se estendeu por quase meia hora. Jin ainda segurava S/N pela cintura, enquanto Namjoon fazia carinho no cabelo dele.
— Tá bom, chega! — S/N finalmente disse, com uma mistura de risos e desespero. — Eu amo vocês, mas se continuarem assim, vou me atrasar, e isso não é negociável.
Jin suspirou dramaticamente, mas finalmente o soltou. — Ok, ok, mas só porque você pediu com jeitinho.
Namjoon ainda não parecia convencido, mas cedeu depois de um último beijo na testa de S/N. — Boa sorte hoje, tá? E não esquece de mandar mensagem se precisar de alguma coisa.
— Pode deixar. — S/N respondeu, já saindo apressado pela porta.
Enquanto ele desaparecia no corredor, Jin e Namjoon ficaram parados na entrada, olhando um para o outro.
— Ele ainda não percebeu que a gente faz isso de propósito pra ele nunca se esquecer de como é amado, né? — Jin comentou, com um sorriso travesso.
— Nem desconfia. — Namjoon respondeu, rindo.
O dia seguiu como de costume, com cada um dos três mergulhado em suas responsabilidades, mas sem nunca deixar de pensar nos outros dois.
Na clínica veterinária, S/N estava ocupado com consultas, exames e rotinas de cuidado dos animais. Entre um atendimento e outro, ele checava o celular. Sempre havia mensagens de Jin ou Namjoon aparecendo para roubar um sorriso:
Namjoon: "Já comeu algo? Se não, posso pedir algo pra entregar aí." Jin: "Espero que aquele gatinho esteja melhor! Não esquece de comer e beber água, viu? ❤️"
Ele respondia rapidamente: S/N: "Eu comi sim, seus preocupados! Vou trazer novidades sobre o gatinho à noite 😉."
Enquanto isso, no café, Jin trabalhava no turno da manhã, entregando cafés e doces aos clientes com sua simpatia característica. Mesmo no meio da correria, ele encontrava tempo para mandar mensagens carinhosas:
Jin: "Uma cliente disse que eu tenho o sorriso mais bonito que ela já viu. Será que conto pra ela que estou num trisal com dois dos caras mais lindos que existem? 😏"
Namjoon, que estava em casa, riu ao ler a mensagem enquanto lia um artigo de filosofia. Ele respondeu: Namjoon: "Melhor não. Vamos evitar mais corações partidos no mundo por enquanto 😂."
Mesmo em casa, Namjoon não estava parado. Ele revisava textos, fazia anotações e organizava sua semana de estudos. Mas sempre que se distraía, acabava pensando em S/N e Jin. Em um momento, ele tirou uma foto do livro de biologia que estava lendo e mandou no grupo:
Namjoon: "Sabia que os gatos dormem cerca de 70% da vida? Olha o que S/N e Jin poderiam aprender com eles!"
S/N: "Diz isso depois que você passar a noite inteira revisando um texto de filosofia, senhor 'não sei o que é dormir'. 😂"
Jin: "Ei! Eu durmo muito bem. Só que às vezes prefiro te acordar pra te dar carinho. 🤭"
As mensagens iam e vinham ao longo do dia, criando uma ponte que os mantinha conectados, mesmo separados fisicamente. Apesar de estarem ocupados, o cuidado e o carinho entre os três eram constantes, provando que, independentemente da distância ou da correria do dia, eles sempre faziam questão de se lembrar do quanto se amavam.
Quando o dia finalmente chegou ao fim, S/N estava exausto, mas satisfeito por ter dado o seu melhor. Ele se despediu dos colegas de trabalho com um sorriso cansado e saiu pela porta da clínica, apenas para ser recebido pela visão de Jin encostado em um poste, balançando levemente o corpo enquanto mexia no celular.
Assim que o viu, Jin abriu um sorriso radiante e guardou o celular no bolso, indo ao encontro de S/N com os braços abertos. — Amor! Achei que nunca ia te ver sair daquela clínica. — Ele exagerou, como sempre, fazendo drama.
S/N riu, mas o carinho nos olhos deixava claro o quanto ele gostava daquilo. — Jin, você é impossível. Eu já te disse que sei voltar pra casa sozinho.
— Claro que sabe, mas eu não vou deixar. — Jin respondeu, passando o braço pelos ombros de S/N enquanto começavam a caminhar. — E se algum maníaco resolvesse dar em cima do meu namorado perfeito? Não posso arriscar.
— E você acha que eu não saberia me defender? — S/N retrucou, arqueando uma sobrancelha.
— Ah, sei que sabe. — Jin disse, puxando-o mais para perto. — Mas aí quem ia ter que me consolar seria o maníaco, porque eu ia chorar de ciúmes.
S/N gargalhou, jogando a cabeça para trás. — Você é tão exagerado.
Jin sorriu satisfeito por conseguir arrancar o riso que ele adorava tanto. Durante o trajeto de volta para casa, ele se mostrava especialmente carente. A cada dois minutos, puxava S/N para um abraço rápido ou segurava sua mão, entrelaçando os dedos. Ele falava sobre como o dia dele tinha sido movimentado no café, mas sempre retornava ao tema principal: o quanto sentia falta de S/N quando não estava por perto.
— Sabe, trabalhar sem você por perto é um sacrifício. — Jin confessou, fazendo beicinho.
— Jin, você fica assim até quando só vai no mercado sozinho. — S/N brincou, apertando suavemente a mão dele.
— Exatamente! Como você espera que eu funcione sem você por perto? — Jin respondeu dramaticamente, fazendo S/N rir mais uma vez.
Quando chegaram em casa, Jin já tinha o plano claro na cabeça: mimar S/N pelo resto da noite. — Agora vai tomar um banho relaxante que eu e Namjoon cuidamos do jantar. Não aceito não como resposta.
— Tudo bem, senhor protetor. — S/N respondeu, rindo, antes de lhe dar um beijo na bochecha e entrar no apartamento.
Enquanto S/N tomava seu banho quente e relaxante, Jin e Namjoon estavam na cozinha, com uma energia completamente diferente da calmaria do banho. A cozinha estava repleta de ingredientes espalhados por toda parte, e o som da panela borbulhando ao fogo acompanhava as risadas e pequenas provocações entre os dois.
— Eu falei que deveria ter adicionado mais tempero, Namjoon! — Jin resmungou, já mexendo a panela de forma exagerada, com o típico sorriso travesso nos lábios. — Você não escuta minhas ideias, né?
Namjoon, que estava cortando os legumes com precisão, revirou os olhos, mas sem perder o foco. — Jin, eu já te disse que tempero demais estraga tudo. — Ele retrucou calmamente, mas Jin não estava satisfeito com isso.
— Ah, claro, o mestre da culinária, né? — Jin se aproximou, sussurrando no ouvido de Namjoon enquanto tentava roubar um beijo no pescoço dele. — Eu sabia que você gostava de me ver sempre pedindo sua ajuda, mas não sabia que seria tão formal no assunto.
Namjoon se afastou, rindo. — Ei, não faça isso enquanto estamos cozinhando. Você vai acabar queimando tudo. — Ele tentou se concentrar de novo no prato, mas a provocação de Jin o deixou distraído por um segundo.
Jin, não querendo perder a chance, passou a mão no cabelo de Namjoon e o puxou para um beijo rápido. — Vai, fica com raiva de mim. Só assim eu posso te fazer esquecer as instruções de culinária.
— Você acha que eu sou fácil? — Namjoon perguntou, um sorriso malicioso se formando. — Não vai me dominar assim tão fácil, Jin.
Jin apenas sorriu e, com um olhar provocante, começou a mexer mais intensamente a panela, como se estivesse ignorando a brincadeira. Mas não demorou muito para que ele pegasse um pouco de molho na colher e o passasse disfarçadamente na bochecha de Namjoon.
— Você é insuportável. — Namjoon deu um sorrisinho enquanto passava o dedo na bochecha, provando o molho com um olhar desafiador. — O que será que S/N vai achar disso, hein?
— Não sei. Talvez ele goste de ver a gente brigando por causa da comida. — Jin provocou, mais uma vez se aproximando para morder a orelha de Namjoon, que riu.
— Ei, cuidado com a comida! — Namjoon avisou, rindo, mas já deixando o clima descontraído entre eles. A tensão que havia entre provocações e risos indicava como ambos se divertiam com essa dinâmica.
O aroma da comida começou a se espalhar pela casa enquanto as brincadeiras e provocações continuavam, com cada um tentando ganhar a vantagem em piadinhas e olhares atrevidos. Jin já estava no limite de seus impulsos, tentando fazer com que Namjoon risse mais e se esquecesse de qualquer coisa séria.
Quando S/N finalmente saiu do banho, sentindo o cheiro delicioso vindo da cozinha, ele deu um sorriso ao ver a cena. — Eu vejo que vocês dois estão mais para brigando e se provocando do que realmente cozinhando, né?
— Claro que estamos! — Jin respondeu rápido, com os olhos brilhando. — Mas você ainda vai ter que me agradecer pela comida depois!
Namjoon riu, e os três logo se reuniram à mesa, com o jantar ainda quente e saboroso.
Depois de terminarem o jantar e arrumarem a cozinha, os três foram para a sala decidir o filme da noite. Claro, isso não foi uma tarefa fácil, pois Jin e Namjoon tinham opiniões muito diferentes.
— Vamos assistir aquela comédia romântica que eu falei ontem! — Jin sugeriu, já pegando o controle da TV com um sorriso triunfante.
— Nem pensar. — Namjoon retrucou, cruzando os braços. — Hoje é dia de um documentário interessante. Tem um sobre o universo que parece incrível.
— Documentário? Você quer dormir no meio do filme? — Jin rebateu, revirando os olhos dramaticamente.
S/N, sentado no meio do sofá, observava a discussão com um sorriso cansado, mas divertido. Ele sabia que isso podia durar horas se não interviesse. — Certo, chega. — S/N se pronunciou, erguendo as mãos. — Vamos escolher algo neutro, tipo uma aventura ou ação, pra agradar os dois.
Jin e Namjoon se olharam por alguns segundos antes de concordarem com um aceno relutante. — Tá bom. Mas só porque você pediu, S/N. — Jin disse, entregando o controle a Namjoon.
Depois de finalmente escolherem o filme, a próxima discussão foi sobre onde cada um ficaria no sofá.
— Ok, agora a pergunta mais importante da noite: no colo de quem você vai sentar, S/N? — Jin perguntou, já esticando os braços em direção a S/N com um sorriso travesso.
— Óbvio que no meu! — Namjoon retrucou, puxando S/N pelo braço de leve. — Eu mereço, fui o que mais trabalhou hoje, estudando o dia todo.
Jin colocou as mãos na cintura, fingindo estar ofendido. — Trabalhou mais que eu? Eu fiquei o dia todo em pé no café, lidando com gente difícil e ainda tive que salvar o dia na cozinha agora há pouco!
S/N, que já estava acostumado com as disputas entre os dois, revirou os olhos com um sorriso divertido. — Vocês dois em… — Ele cruzou os braços, assumindo uma expressão falsa de indignação. — Pra evitar briga, eu vou sentar no meio dos dois. Assim ninguém reclama.
— Hum… esperto demais. — Namjoon comentou, rindo, enquanto Jin bufava em falsa frustração.
— Tá bom, mas eu fico com a maior parte do espaço no sofá. — Jin disse, já ajeitando os cobertores ao redor deles.
Logo estavam todos acomodados, S/N no meio, com Namjoon de um lado e Jin do outro. Eles colocaram o filme. Porém, mal o filme tinha começado e os dois já estavam em ação. Jin apoiou a cabeça no ombro de S/N, puxando-o para mais perto e passando os braços ao redor da cintura dele.
— Você é tão quentinho… não tem como não te agarrar. — Jin murmurou com um sorriso satisfeito.
— Ei, calma aí. Ele é meu também. — Namjoon protestou, puxando S/N para perto de si, entrelaçando os dedos com os dele e deixando um beijo na mão. — Não vai monopolizar ele assim, Jin.
S/N deu uma risadinha. — Vocês dois são tão carentes… é só eu ficar quieto que vocês já querem me disputar.
— Quem disse que estamos disputando? — Jin rebateu, apertando ainda mais o abraço. — Isso é só carinho, e você adora.
Namjoon se inclinou e deu um beijo suave na bochecha de S/N, sussurrando com uma voz suave: — Pelo menos ele sabe que eu sou o preferido.
— Preferido?! — Jin se levantou parcialmente, encarando Namjoon com uma expressão de choque teatral. — Ah, isso não vai ficar assim.
Antes que uma discussão amigável começasse de verdade, S/N segurou o rosto dos dois, dando um beijo rápido em cada um. — Pronto, resolvido. Agora podemos assistir o filme em paz?
Enquanto o filme continuava esquecido ao fundo, Jin e Namjoon trocaram olhares cúmplices, ambos com a mesma ideia em mente: fazer S/N admitir quem era o preferido.
— Não dá mais para fugir dessa, amor. — Jin começou, com um sorriso travesso. Ele se aproximou, correndo os dedos pelos lados da cintura de S/N, que estava distraído. — Você vai ter que dizer.
— Concordo. — Namjoon afirmou, segurando o outro lado de S/N, já começando a apertá-lo levemente para provocar cócegas.
— Ei, parem com isso! — S/N exclamou, rindo e tentando se afastar, mas foi inútil. Jin e Namjoon começaram a atacar com cócegas sem piedade.
S/N se contorcia no sofá, rindo incontrolavelmente. — Tá bom! Tá bom! Eu desisto! — Ele gritou entre gargalhadas, com lágrimas nos olhos.
— Então? Quem é o preferido? — Jin perguntou, parando por um momento, mas mantendo a expressão esperançosa.
S/N tentou recuperar o fôlego. — Eu… eu amo vocês dois igual! Não dá pra escolher!
— Boa tentativa, mas não cola. — Namjoon provocou, rindo. No calor da brincadeira, ele se inclinou mais para cima de S/N, até que, sem perceber, acabou literalmente o prendendo sob seu corpo.
Namjoon ficou um instante imóvel, apenas olhando para S/N. Seus olhos percorreram o rosto bonito do namorado, os lábios entreabertos, o cabelo bagunçado pela confusão. Para Namjoon, não existia pessoa mais perfeita que S/N — e Jin também, claro. Aquele momento de proximidade fez algo acender dentro dele, um desejo tão grande que parecia impossível de segurar.
Antes que pudesse racionalizar, Namjoon se inclinou e capturou os lábios de S/N em um beijo intenso, cheio de desejo. S/N ficou surpreso no começo, mas rapidamente se entregou, os braços envolvendo o pescoço de Namjoon enquanto correspondia ao beijo, sentindo o calor daquele momento crescer em cada segundo.
Jin, que estava sentado ao lado, observava tudo com atenção. Ele conhecia bem Namjoon e sabia o quanto ele poderia ser incrivelmente sexy quando assumia o controle. Jin mordeu levemente o lábio, sentindo o corpo aquecer à medida que via a cena diante dele.
— Vocês dois… — Jin murmurou, sua voz rouca, quase como um suspiro, enquanto seus dedos tocavam distraidamente o braço de S/N.
Namjoon se afastou apenas o suficiente para encarar S/N nos olhos, seu sorriso carregado de carinho e algo mais profundo. — Eu amo você tanto… Vocês dois, na verdade. Não dá pra explicar o quanto.
Jin, sem conseguir resistir ao clima que Namjoon criava, se inclinou e deixou um beijo suave no pescoço de S/N, sussurrando próximo ao ouvido dele: — Não precisa explicar… Nós sabemos.
O pobre S/N, preso entre os dois, sentia o coração acelerar enquanto o calor do momento aumentava. Ele estava completamente à mercê do amor e do desejo que Jin e Namjoon compartilhavam com ele.
Namjoon, tomado pelo desejo, segura S/N pela cintura com firmeza e o puxa para o colo, posicionando-o de frente para ele. Seus lábios encontram os de S/N novamente em um beijo profundo e cheio de paixão, enquanto suas mãos exploram a cintura delicada, apertando-a suavemente. Cada toque arrancava suspiros e arfadas de S/N, sons que pareciam incendiar ainda mais os dois namorados.
Namjoon, visivelmente excitado, podia sentir seu corpo reagir aos pequenos gemidos de S/N. Jin, observando a cena, já estava completamente tomado pelo desejo. Ele se posicionou atrás de S/N, inclinando-se para beijar o pescoço dele, deixando marcas suaves enquanto murmurava provocações contra a pele sensível.
— Você gosta disso, não é? — Jin sussurrou, sua voz rouca e cheia de malícia. Ele deslizou as mãos habilidosas pela lateral do corpo de S/N, puxando sua blusa para cima lentamente. — Não tem como resistir a nós dois…
S/N, com os olhos semicerrados, sentia o corpo aquecer ainda mais a cada toque e palavra. Jin finalmente tirou a blusa de S/N, expondo sua pele, que rapidamente foi coberta por beijos e carícias de Jin. Enquanto isso, Namjoon continuava segurando a cintura de S/N com firmeza, movendo-o levemente sobre seu colo, intensificando a tensão entre os três.
— Vocês dois vão me matar… — S/N murmurou, ofegante, enquanto tentava recuperar o fôlego entre os beijos e toques que recebia de ambos os lados.
Namjoon sorriu contra os lábios de S/N, deslizando as mãos pelas costas dele. — Vamos te mimar até você esquecer de qualquer coisa que não seja a gente.
Jin riu baixo, mordendo levemente a orelha de S/N enquanto suas mãos exploravam o abdômen do mais novo. — Ele fala bonito, mas a verdade é que a gente só não consegue tirar as mãos de você.
S/N mal teve tempo de reagir quando Namjoon, com a voz rouca e os olhos escurecidos pelo desejo, pediu quase suplicando:
— Por favor, S/N… me chupa…
Namjoon olhou para Jin, incentivando-o com um leve sorriso. — E você, hyung, acho que sabe o que fazer, não é? Deixa ele pronto pra gente.
Jin, com um brilho travesso nos olhos, deu um sorriso de canto. — Como se eu precisasse de um convite, Joonie.
S/N, tomado pelo calor e pela intensidade do momento, desceu do colo de Namjoon, ajoelhando-se entre as pernas dele. Com os dedos trêmulos de antecipação, desabotoou a calça de Namjoon e a puxou para baixo junto com a cueca, liberando o membro pulsante à sua frente. S/N lambeu os lábios, sentindo o corpo esquentar ainda mais. Ele segurou o membro com uma mão, começando a lamber devagar a ponta antes de abocanhá-lo, arrancando um gemido grave de Namjoon.
— Isso… assim, S/N… tão bom… — Namjoon arfava, jogando a cabeça para trás enquanto os dedos deslizavam pelos fios de cabelo de S/N, incentivando os movimentos dele.
Enquanto isso, Jin se ajoelhou atrás de S/N, segurando firme sua cintura e ajustando-o para que sua bunda ficasse bem alta, oferecendo a visão perfeita para ele. Jin deslizou as mãos pelas coxas de S/N, descendo as calças do mais novo lentamente, expondo sua entrada.
— Você fica tão bonito assim, S/N… tão perfeito pra gente… — Jin murmurou, inclinando-se para começar seu trabalho.
Sem hesitar, Jin passou a língua pela entrada sensível de S/N, provocando-o com movimentos circulares e lambidas longas. Ele segurava as coxas de S/N com firmeza, impedindo qualquer movimento, enquanto sua língua explorava cada centímetro com habilidade.
S/N, dividido entre o prazer que sentia na frente e atrás, soltou gemidos abafados ao redor do membro de Namjoon, o que arrancava novos sons roucos do namorado mais velho. Jin, percebendo a resposta de S/N, intensificou os movimentos, alternando entre lambidas e leves sucções enquanto murmurava elogios contra a pele sensível.
— Fica bem molhadinho pra gente, S/N… você merece ser mimado assim.
Namjoon, ofegante, abriu os olhos para observar a cena e não pôde evitar sorrir satisfeito. — Ele é tão perfeito, não é, hyung? — Namjoon disse entre suspiros. — Não consigo imaginar como conseguimos viver sem ele antes.
Jin sorriu contra a pele de S/N, dando uma última lambida antes de murmurar: — Agora ele é nosso… e nós nunca vamos deixar ele ir.
Enquanto S/N sugava o membro de Namjoon com uma habilidade que fazia o mais velho gemer alto e rouco, a sala parecia ser tomada por uma energia pulsante. Namjoon não conseguia conter os gemidos que escapavam, a visão de S/N de joelhos, sua boca molhada e os sons obscenos o levando à beira da loucura.
— Droga, S/N… Você é tão bom nisso… — Namjoon murmurou, os dedos se entrelaçando ainda mais firmemente nos cabelos de S/N, guiando seus movimentos.
Atrás de S/N, Jin continuava seu trabalho com uma precisão quase artística. Ele lambia a entrada sensível do mais novo de forma metódica, alternando entre movimentos lentos e lambidas rápidas que faziam o corpo de S/N tremer involuntariamente.
— Tão doce… Tão perfeito… — Jin sussurrou contra a pele de S/N, sua língua deslizando sem parar.
Quando Jin julgou que a entrada de S/N estava suficientemente molhada, ele ergueu um pouco mais os quadris dele, separando as nádegas suavemente. Ele trouxe seus dedos para o centro da atenção, deslizando um deles pela entrada escorregadia antes de pressionar delicadamente.
S/N arqueou as costas, gemendo em volta do membro de Namjoon ao sentir o dedo de Jin invadi-lo lentamente. A sensação o fazia estremecer, mas não o suficiente para fazê-lo parar de chupar Namjoon com ainda mais empenho.
— Isso… fica bem aberto pra mim, S/N… Quero te deixar pronto para o que vem depois — Jin murmurou, enquanto movia o dedo com delicadeza, esticando a entrada do namorado.
Namjoon observava a cena com olhos semicerrados, o prazer nublando sua mente. Ele mordeu o lábio, sentindo o calor subir ainda mais ao ouvir o som molhado vindo de Jin e os gemidos abafados de S/N.
— Hyung… você está sendo tão bom com ele… — Namjoon disse entre arfadas.
Jin, sem perder o ritmo, introduziu um segundo dedo, começando a trabalhar a entrada de S/N com movimentos precisos e habilidosos. Ele sorria de forma travessa, claramente aproveitando o efeito que causava nos dois.
— Claro que sim. Nosso S/N merece o melhor… E eu sempre faço questão de mimá-lo.
Jin, com sua habilidade experiente, mantinha seus dedos trabalhando habilmente na entrada de S/N, alargando-o com cuidado e precisão. Cada movimento parecia calculado para arrancar os sons mais doces e necessitados de seus lábios.
S/N, mesmo concentrado em chupar Namjoon, não conseguia segurar os gemidos que escapavam entre cada movimento de sua boca. Ele arfava contra o membro de Namjoon, enviando vibrações deliciosas que faziam o mais velho jogar a cabeça para trás e gemer alto.
— Ah… S/N, isso… engole tudo… Não para… — Namjoon ofegou, as mãos apertando os lençóis no sofá com força, tentando não perder o controle.
Jin, por outro lado, estava encantado com a visão de S/N tão entregue. Ele adicionou mais um dedo, deslizando-os com habilidade enquanto o preparava, mexendo e esticando a entrada de forma a fazê-lo gemer ainda mais alto.
— Que som bonito… Você fica tão sensível assim, não é, amor? — Jin provocou, curvando os dedos dentro de S/N para encontrar aquele ponto especial que o fazia ver estrelas.
S/N quase perdeu o ritmo ao redor de Namjoon, um gemido choroso escapando de seus lábios. Ele tremeu, o corpo respondendo automaticamente ao estímulo de Jin, que apenas sorriu satisfeito, sabendo exatamente o que estava fazendo.
— Isso… bem molhadinho, bebê. — Jin murmurou, movendo os dedos com mais intensidade, arrancando gemidos ainda mais desesperados de S/N.
Namjoon olhou para baixo, seus olhos escurecendo ainda mais ao ver a expressão de puro prazer no rosto de S/N, os gemidos abafados pelo membro que ele ainda sugava com dedicação.
— Hyung… acho que ele já está pronto. Não queremos fazer ele esperar demais, não é? — Namjoon murmurou, a voz rouca de desejo.
Jin riu suavemente, retirando os dedos devagar, o que fez S/N gemer em frustração. Ele deu um tapinha leve na bunda de S/N, ainda sorrindo travesso.
— Sim, Joonie, vou colocar…
Jin segurava firmemente a cintura de S/N enquanto alinhava seu membro à entrada já preparada e escorregadia. Ele empurrava lentamente, sentindo a resistência quente e apertada de S/N o envolver.
— Ah, S/N… Você sempre fica tão bem assim, levando meu pau… como se tivesse sido feito pra isso… — Jin sussurrou, a voz carregada de desejo e admiração, seus olhos fixos na visão de seu membro desaparecendo dentro daquelas curvas deliciosas.
S/N se arqueou em resposta, suas mãos tremendo enquanto se apoiava nas coxas de Namjoon. Ele gemia baixinho, os sons sendo abafados pelo calor crescente em seu corpo. Namjoon assistia tudo com olhos escuros de desejo, suas mãos deslizando pelos cabelos de S/N.
Sentindo o calor e o aperto de S/N, Jin começou a mover-se devagar, cada impulso arrancando suspiros mais altos do garoto. Ele segurava os quadris de S/N com firmeza, inclinando-se para beijar as costas dele enquanto se deliciava com a visão de cada movimento.
Namjoon, por sua vez, sentiu S/N morder de leve sua coxa, o que o fez soltar um gemido surpreso. Ele olhou para baixo e não conseguiu conter um sorriso travesso ao ver os olhos de S/N cheios de necessidade.
— Parece que você está bem ocupado, mas não quer esquecer de mim, não é? — Namjoon provocou, segurando a base de seu membro com firmeza.
Ele começou a bater levemente com o membro na bochecha de S/N, esfregando toda a extensão pelo rosto dele, deixando uma trilha úmida e obscena.
S/N virou a cabeça levemente, lambendo a ponta do membro de Namjoon com um olhar lascivo antes de abocanhá-lo novamente, sugando com dedicação. Ao mesmo tempo, Jin intensificava os movimentos, segurando S/N pelos quadris e guiando-o em uma dança de prazer que deixava o ambiente quente e cheio de suspiros e gemidos.
— Vocês dois… são minha perdição — Jin arfou, aumentando o ritmo e sentindo seu corpo esquentar ainda mais com os sons e reações deliciosas de S/N e Namjoon.
Jin segurava a cintura de S/N com mais firmeza, empurrando-se fundo dentro dele sem pausa, como se quisesse marcar cada centímetro do garoto para si.
— Olha pra ele Joon, porra… Eu amo tanto vocês… — Jin murmurava entre gemidos, sua voz grave e cheia de desejo, enquanto observava S/N inclinar a cabeça e continuar chupando Namjoon com dedicação.
Namjoon, por sua vez, estava completamente perdido na sensação da boca quente e úmida de S/N. Ele deslizou as mãos pelos cabelos do garoto, segurando-o no lugar enquanto S/N acomodava todo o comprimento dele na boca, os gemidos baixos escapando dos lábios de Namjoon conforme sentia cada movimento da língua de S/N.
— Isso mesmo, bom garoto… você está indo tão bem… — Namjoon elogiava, a voz arrastada e rouca, suas coxas tremendo levemente com o prazer.
Jin ajustou seus movimentos dentro de S/N, acertando a próstata dele com precisão a cada estocada. O garoto, já completamente sensível, deixou seu corpo se arquear ainda mais, gemidos desesperados escapando entre um suspiro e outro enquanto o prazer crescia, seus olhos brilhando de lágrimas de prazer enquanto era completamente consumido pelos dois.
S/N arfou alto quando Jin finalmente atingiu seu limite, suas últimas estocadas rápidas e precisas o fizeram gemer descontroladamente. Jin segurou sua cintura com força, empurrando-se fundo uma última vez enquanto seu calor preenchia S/N, arrancando gemidos longos e intensos do garoto.
Quando Jin se retirou, S/N caiu sobre o peito de Namjoon, respirando pesado e trêmulo, o corpo sensível e os olhos ainda marejados de prazer. Mas Namjoon não estava disposto a dar uma pausa para ele. Ele segurou S/N pelo quadril e o posicionou sobre seu colo.
— Amor, senta pra mim. Deixa eu cuidar de você agora… — Namjoon murmurou com a voz rouca, seus dedos firmes guiando S/N.
S/N protestou baixinho, o corpo ainda sensível e latejando após Jin.
— Namjoon, eu… não sei se aguento… — Ele choramingou, mas os olhos de Namjoon estavam cheios de desejo e carinho, como se prometessem que ele cuidaria de tudo.
— Você consegue, meu bom garoto. Me deixa orgulhoso, S/N. — Namjoon incentivou, segurando a base de seu próprio membro e guiando S/N lentamente.
S/N apertou os lábios, seu corpo estremecendo enquanto o comprimento de Namjoon deslizava para dentro dele, esticando-o ainda mais. Ele arqueou as costas e mordeu os lábios para abafar um gemido, seus olhos revirando quando Namjoon finalmente o preencheu por completo.
— Meu Deus, você é tão… apertado… porra… — Namjoon suspirou, segurando os quadris de S/N para ajudar nos movimentos enquanto o garoto se ajustava.
Jin, observando a cena, não resistiu e se aproximou. Ele segurou o rosto de Namjoon e o puxou para um beijo profundo, suas mãos passeando pelo peito e barriga de S/N. Jin desceu lentamente até os mamilos sensíveis de S/N, rolando-os entre os dedos e arrancando gemidos altos dele.
Namjoon começou a mover seus quadris contra S/N, guiando os movimentos dele enquanto sua outra mão deslizava para o membro de S/N, começando a acariciá-lo com firmeza.
S/N gemeu baixinho, seu corpo tremendo e sua respiração ofegante enquanto alcançava o ápice, seu prazer explodindo de maneira quase avassaladora. Ele sentiu seu próprio calor derramar-se entre seu corpo e a barriga de Namjoon, sujando as mãos dele no processo. Um gemido arrastado escapou de seus lábios, seus olhos semicerrados enquanto sua cabeça caía para trás, completamente rendido.
Namjoon, sentindo o aperto intenso ao redor de si, também não conseguiu resistir. Ele segurou os quadris de S/N com firmeza, enterrando-se fundo uma última vez enquanto liberava tudo dentro dele, sua respiração entrecortada por gemidos baixos e roucos. Ele apertou S/N contra si, seus corpos tremendo juntos enquanto sentia sua essência se misturar com a de Jin.
Jin, observando os dois, sorriu com carinho e satisfação. Ele estava sentado ao lado deles, seu olhar percorrendo os dois com um misto de orgulho e amor. — Vocês dois são perfeitos… — murmurou, sua voz suave enquanto acariciava os cabelos bagunçados de S/N e traçava círculos preguiçosos na pele de Namjoon.
Depois de algum tempo, os três se ajudaram a se limpar rapidamente, trocando risadas suaves e toques gentis. Quando finalmente estavam prontos, eles se aconchegaram juntos no sofá grande da sala. Jin se posicionou de um lado, Namjoon do outro, enquanto S/N ficou no meio, seus corpos entrelaçados de maneira protetora e reconfortante.
Entre sussurros de palavras doces e juras de amor, o cansaço venceu. O som de suas respirações tranquilas preencheu a sala, e os três adormeceram juntos, envoltos em calor e afeto, perfeitamente completos nos braços um do outro.
Na manhã seguinte, S/N despertou lentamente, sentindo o calor aconchegante dos corpos de Jin e Namjoon ao seu lado. Ele sorriu ao perceber como estava completamente envolto pelos dois, seus namorados, suas fontes de felicidade. O amor que sentia por aqueles dois parecia crescer a cada dia, mesmo com todas as brincadeiras, provocações e a dinâmica caótica que tinham juntos.
Ao virar a cabeça para o relógio, S/N notou que faltava apenas uma hora para Namjoon sair para o trabalho. Ele suspirou e começou a acordá-lo gentilmente, acariciando o rosto dele e murmurando:
— Joonie, hora de acordar… você não quer se atrasar.
Namjoon resmungou algo incompreensível antes de abrir os olhos lentamente, piscando para ajustar a visão. Jin, que estava do outro lado, também foi despertado pelo movimento. Ele bocejou e olhou para Namjoon, dizendo com um sorriso sonolento:
— Vai lá, amor… se arruma. A gente se cuida por aqui.
Jin puxou S/N mais para perto, envolvendo-o em um abraço apertado, enquanto Namjoon se sentava no sofá, ainda meio grogue. Antes de sair, ele se inclinou para beijar Jin e depois S/N, demorando um pouco mais com o segundo beijo, murmurando:
— Amo vocês dois.
— Nós também te amamos, Joonie. Tenha um bom dia no trabalho — respondeu S/N com um sorriso preguiçoso, enquanto Jin acenava com a mão antes de puxá-lo novamente para o sofá.
— Agora é nossa vez de aproveitar mais umas horinhas de descanso — Jin disse com um tom satisfeito, enterrando o rosto no pescoço de S/N.
Namjoon deu um último olhar carinhoso para os dois antes de sair do quarto para se arrumar, já sentindo saudades, mas com o coração cheio por saber que voltaria para eles no final do dia.
CENA BÔNUS
O cenário estava montado, e S/N estava completamente à mercê dos dois namorados. Tudo começou quando Jin, ardendo de ciúmes, viu S/N rindo e tocando casualmente no braço de um colega de trabalho na saída da clínica. Ele ficou em silêncio no caminho para casa, mas o olhar fulminante e a energia carregada denunciavam seu estado de espírito.
Assim que chegaram, Jin relatou tudo a Namjoon, ainda irritado, gesticulando enquanto descrevia como S/N parecia “próximo demais” daquele colega. Namjoon, apesar de menos ciumento, percebeu a tensão no namorado e, mesmo sem dar tanta importância ao evento, viu uma oportunidade para "reafirmar o domínio" deles de uma forma que S/N nunca iria esquecer.
Agora, S/N estava deitado entre os dois, ofegante, com os corpos quentes de Jin e Namjoon pressionados contra ele. Jin o segurava pela cintura, mantendo-o firme enquanto o penetrava profundamente, seus movimentos repletos de urgência e paixão. S/N se apoiava no peito dele, gemendo entrecortadamente, seus dedos agarrando os lençóis.
Atrás dele, Namjoon estava igualmente envolvido, entrando devagar e firme, sincronizando seus movimentos com os de Jin, como se os dois tivessem ensaiado aquilo. Namjoon segurava os quadris de S/N com força, seus dentes roçando a orelha dele enquanto murmurava com voz rouca:
— Você é nosso, só nosso, S/N… ninguém mais vai te tocar desse jeito.
Jin, por sua vez, erguia o rosto de S/N com uma mão, forçando-o a olhar em seus olhos enquanto sorria satisfeito:
— Diga pra gente, amor… diga que ninguém mais faz você se sentir assim.
S/N só conseguia gemer em resposta, o corpo sobrecarregado pelo prazer intenso. Cada estocada os fazia se mover em perfeita harmonia, os dois trabalhando juntos para arrancar todos os sons doces de S/N, que se entregava completamente.
A combinação de palavras, toques e os olhares possessivos de Jin e Namjoon só fazia S/N se sentir ainda mais deles, como se não houvesse espaço para mais ninguém em sua vida. O calor crescente entre os três era a prova do vínculo inquebrável que compartilhavam, e enquanto Jin e Namjoon continuavam com seus ritmos, S/N sabia que estava exatamente onde deveria estar.
CENA BÔNUS DOIS
S/N estava enfiado em uma pilha de cobertores no sofá, com o nariz levemente vermelho e os olhos meio fechados pela febre. Apesar de se sentir fraco, ele protestava contra toda a atenção excessiva de Jin e Namjoon, mas seus esforços eram inúteis. Jin, que parecia mais preocupado do que o necessário, não saia de perto nem por um segundo. Ele ajustava os travesseiros, verificava a temperatura de S/N com a palma da mão e insistia que ele tomasse goles de chá de tempos em tempos.
Namjoon, por outro lado, observava de longe, organizando remédios e separando o cronograma para garantir que tudo estivesse sob controle. Contudo, seu olhar não conseguia desviar de S/N, que, mesmo doente, parecia irresistivelmente adorável. As bochechas naturalmente rosadas pela febre o deixavam mais fofo do que o normal, e Namjoon se pegou pensando em como seria foder um S/N febril, e deixou escapar algo que deveria ter mantido apenas na cabeça:
— Será que lá dentro do cuzinho dele tá mais quentinho quando ele tá com febre?
Houve um silêncio constrangedor, seguido por S/N e Jin virando os rostos para encará-lo ao mesmo tempo. Jin arregalou os olhos, claramente chocado, antes de dar um leve tapa no ombro de Namjoon.
— Você não tem vergonha, Namjoon?! Ele tá doente, pelo amor de Deus!
S/N, por outro lado, começou a rir baixinho, o som levemente rouco pela febre, mas ainda tão doce quanto sempre.
— Namjoon, você é mesmo um pervertido…
O comentário deixou Namjoon embaraçado, coçando a nuca enquanto desviava o olhar. Jin, embora ainda aborrecido, acabou sorrindo diante da reação de S/N.
— Está vendo? Você tá fazendo ele rir enquanto deveria estar descansando, seu idiota — Jin disse, tentando manter o tom sério, mas falhando miseravelmente.
— Pelo menos consegui distrair ele um pouco, né? — Namjoon respondeu com um sorrisinho atrevido, se aproximando para ajeitar os cobertores ao redor de S/N.
S/N apenas balançou a cabeça, se acomodando mais fundo nos travesseiros enquanto ainda sorria, pensando que, apesar das brincadeiras e do ciúme bobo entre os dois, ele não poderia ter escolhido namorados melhores para cuidar dele.
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lagrya · 8 months ago
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Imagine Mingyu
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O palco estava tomado por uma energia vibrante. Depois da apresentação conjunta, os idols ainda não haviam descido completamente da euforia. Diversos grupos se misturavam, interagindo e trocando sorrisos, enquanto os flashes das câmeras capturavam momentos espontâneos. A internet, sem dúvida, já estava fervilhando com vídeos e fotos daquele encontro raro.
S/N, em um canto, estava próximo aos membros do Stray Kids, rindo enquanto Hyunjin fazia gestos exagerados, imitando um movimento de dança que deu errado no palco.
— Eu só tentei criar um momento icônico, tá bom? — Hyunjin disse, segurando o riso. — Não é culpa minha se você estava na trajetória, S/N.
— "Trajetória"? Isso é um jeito bonito de dizer que quase me atropelou — S/N respondeu, balançando a cabeça com um sorriso.
Felix, ao lado, apontou para Hyunjin com uma expressão teatral de indignação.
— Claro, Hyunjin, como se você fosse o centro do palco o tempo todo.
— Não finja que não é verdade! — Hyunjin rebateu, piscando para Felix, o que arrancou mais risadas do grupo.
Enquanto isso, Sunghoon e Jungwon, do Enhypen, se aproximaram, atraídos pela conversa animada. Sunghoon, com uma garrafa de água na mão, olhou diretamente para S/N.
— O que está rolando aqui? Parece divertido — ele comentou, com um sorriso que mostrava interesse genuíno.
— Estamos descobrindo que o Hyunjin tem talento pra atropelar pessoas no palco — S/N explicou, apontando para Hyunjin, que agora colocava as mãos na cintura, fingindo indignação.
Jungwon franziu o rosto, como se estivesse processando a informação.
— Isso explica por que ele quase me acertou na última música — ele comentou, com um ar de falsa seriedade.
— Ei! Vocês estão fazendo eu parecer o vilão aqui! — Hyunjin protestou, cruzando os braços. — Não vou aceitar calado!
— Fica tranquilo, Hyunjin, sua reputação de ícone está intacta — S/N disse, com um sorriso provocativo.
— Exatamente. Você só precisa ter cuidado com sua "trajetória" da próxima vez — Sunghoon acrescentou, acompanhando o tom.
A conversa continuava leve e animada, enquanto outros idols se aproximavam aos poucos. Era o tipo de interação que não se via com frequência, e a mistura de grupos só tornava tudo ainda mais interessante. 
O momento de euforia coletiva começava a se acalmar. Um a um, os idols recuavam para fora do palco, acenando calorosamente, jogando beijos e fazendo reverências de despedida para os fãs que ainda gritavam com entusiasmo. S/N agora estava ao lado de Sunoo, ambos rindo alto de uma piada que Sunoo havia feito sobre Ni-ki, que estava alguns passos à frente, alheio ao motivo da risada.
— Você está exagerando, Sunoo! Ele nem é tão desastrado assim! — S/N disse, segurando a barriga de tanto rir.
— Não é? Da próxima vez, eu gravo! — Sunoo respondeu entre gargalhadas.
A distração foi o suficiente para que S/N não percebesse o fio mal posicionado próximo à borda do palco. O tropeço foi inevitável. Em questão de segundos, ele perdeu o equilíbrio, sentindo o vazio ameaçar sob seus pés. A adrenalina disparou, e um grito de surpresa quase escapou, mas não houve tempo para isso.
Braços fortes o envolveram rapidamente, puxando-o para trás com firmeza. O impacto o fez colidir contra um peito sólido, quente, e o cheiro amadeirado de um perfume familiar preencheu seus sentidos. Ofegante, S/N levantou os olhos, encontrando-se a poucos centímetros do rosto de Mingyu.
Os dois ficaram imóveis por um instante que pareceu uma eternidade. O palco e o som dos aplausos ao fundo desapareceram, deixando apenas a tensão entre eles. S/N sentia o coração disparar como se quisesse escapar do peito. Mingyu o segurava pela cintura com firmeza, os olhos castanhos tão intensos que S/N não conseguiu desviar o olhar.
— Você está bem? — Mingyu perguntou, a voz baixa, mas carregada de preocupação.
— E-eu... sim. Obrigado — S/N respondeu, a voz quase um sussurro.
Mingyu ainda não havia afrouxado o aperto, e o sorriso que se formou no canto dos lábios dele foi ao mesmo tempo reconfortante e enervante para S/N. Era como se o mundo tivesse parado para eles, e tudo ao redor não passasse de um borrão distante.
Sunoo, que havia testemunhado a cena, soltou um pigarro alto, quebrando o momento.
— Uau, S/N, que maneira dramática de chamar atenção — ele provocou.
S/N piscou rapidamente, como se voltasse à realidade, e tentou se afastar, embora Mingyu demorasse um segundo a mais para soltá-lo.
— É, bem... Eu não fiz isso de propósito — S/N respondeu, tentando disfarçar o rosto quente.
Mingyu deu um passo para trás, mas seus olhos permaneceram fixos nos de S/N por mais alguns segundos antes de finalmente se virar. O momento havia terminado, mas o coração de S/N ainda parecia correr uma maratona.
S/N suspirou enquanto se acomodava contra a porta da van, o rosto ligeiramente inclinado para o lado, os olhos perdidos em pensamentos. O estacionamento estava silencioso, quebrado apenas pelos sons ocasionais de passos apressados ou vozes distantes. Ele estava distraído, revivendo a cena no palco. O toque firme de Mingyu em sua cintura, o olhar intenso, o calor que ainda parecia pairar sobre sua pele.
— Que droga... — murmurou para si mesmo, passando a mão pelo rosto. — Ele nem é tão especial assim.
Mas a verdade é que, em questão de segundos, Mingyu havia deixado seu coração em um estado que nem S/N sabia explicar. Era como se ele tivesse sido transportado para um daqueles clichês de colegial, onde o protagonista se apaixonava perdidamente pelo capitão do time de futebol no primeiro encontro. Ele riu, balançando a cabeça.
— Ridículo — disse a si mesmo, mas a lembrança insistente do sorriso de Mingyu fazia suas palavras soarem pouco convincentes.
Como se atraído pelos próprios pensamentos, ele ouviu passos firmes se aproximando. Seu coração, ainda sensível, começou a bater mais rápido, uma ansiedade familiar surgindo em seu peito. S/N olhou para o reflexo na janela escura da van, e sua respiração ficou presa por um momento.
Uma figura alta e reconhecível caminhava em sua direção, iluminada pelas luzes fracas do estacionamento. O rosto era inconfundível: Mingyu.
S/N se endireitou automaticamente, o coração agora martelando de verdade. O que ele estava fazendo ali? Não era como se eles fossem próximos o suficiente para que Mingyu tivesse um motivo para procurá-lo. Ainda assim, ali estava ele, as mãos nos bolsos, caminhando com uma confiança descontraída que fazia S/N sentir o rosto esquentar.
Quando Mingyu chegou mais perto, ele parou ao lado da van, abaixando-se levemente para ficar na altura de S/N. Um sorriso leve brincava nos lábios dele.
— Achei que ainda estivesse aqui — disse, a voz baixa e cheia de calma, como se eles já tivessem tido mil conversas antes.
S/N piscou, tentando organizar os pensamentos bagunçados.
— E-eu... meu manager foi pegar algo no camarim. Ele pediu pra eu esperar aqui — respondeu, torcendo para que sua voz não parecesse tão nervosa quanto ele se sentia.
Mingyu inclinou a cabeça levemente, ainda com aquele sorriso fácil.
— Eu vi você saindo, mas não tive a chance de falar antes. Está tudo bem? Não se machucou? — Ele se referia claramente ao quase acidente no palco.
S/N ficou em silêncio por um momento, surpreso com a preocupação na voz dele.
— Ah... não, eu estou bem. Você me salvou a tempo — respondeu, um sorriso pequeno escapando sem que ele percebesse.
— Ainda bem. Não queria ser o culpado por algo no seu primeiro dia de desmaio teatral — Mingyu brincou, piscando para ele, o que fez S/N soltar uma risada fraca.
— Pelo menos teria sido um jeito memorável de encerrar a noite — ele devolveu, tentando parecer mais à vontade do que realmente estava.
O silêncio que se seguiu não foi desconfortável, mas carregado de uma tensão sutil que ambos podiam sentir. Mingyu se endireitou, tirando as mãos dos bolsos.
— Bom, fico feliz que esteja bem. Mas, da próxima vez, tenta não tropeçar — ele disse, o tom brincalhão.
— Vou tentar, mas você ainda vai me salvar, certo? — S/N respondeu sem pensar, mordendo o lábio logo depois, percebendo o que havia dito.
Mingyu riu, o som profundo e genuíno.
— Sempre — respondeu antes de dar um leve aceno e se afastar, deixando S/N encarando as costas dele enquanto desaparecia no estacionamento.
S/N suspirou, encostando a cabeça na van novamente. O que exatamente estava acontecendo com ele naquela noite?
S/N estava sentado na cama do hotel, os cabelos ainda úmidos do banho quente que ele havia tomado. Vestindo roupas confortáveis e enrolado no cobertor, ele olhava para a tela do celular, analisando o cronograma do dia seguinte. A agenda estava lotada: gravações, sessões de fotos e até um desfile para uma marca famosa à noite.
— Isso vai ser uma loucura... — murmurou para si mesmo, suspirando enquanto passava os dedos pelos cabelos.
Mas sua atenção se desviou quando o celular vibrou em suas mãos. Uma mensagem de um número desconhecido havia chegado. Ele franziu a testa, hesitando antes de abrir.
Mensagem: "Oi, espero que não se assuste com um número desconhecido."
S/N leu e releu, um pouco desconfiado. Quem poderia ser? A ideia de ser algum fã que conseguiu seu número o deixou levemente apreensivo.
Mensagem: "Sou eu, Mingyu. Peguei seu número com o Sunoo. Tudo bem?"
O coração de S/N quase parou. Ele piscou algumas vezes, como se não acreditasse no que estava lendo. Mingyu...? Por que ele estaria mandando mensagem? E como assim ele tinha pedido seu número ao Sunoo?
S/N mordeu o lábio e após alguns segundos encarando a tela, ele finalmente respondeu:
Mensagem de S/N: "Ah, oi. Não esperava uma mensagem sua. Tudo bem sim, e você?"
Quase imediatamente, a resposta chegou.
Mensagem de Mingyu: "Que bom. Eu só queria ter certeza de que você chegou bem. Hoje foi um dia longo."
S/N sorriu involuntariamente. Ele não sabia exatamente o que pensar sobre Mingyu estar preocupado com ele, mas não podia negar que havia algo reconfortante na atitude dele.
Mensagem de S/N: "Cheguei bem, sim. Obrigado por perguntar. E você? Já está descansando?"
A resposta veio com a mesma rapidez, como se Mingyu estivesse esperando por isso.
Mensagem de Mingyu: "Estou no meu quarto já, mas descansando é um termo forte. Eu só queria te dizer que foi bom te ver hoje, mesmo que por acidente."
S/N sentiu o rosto esquentar. Ele riu baixinho, colocando a mão na testa. Como Mingyu conseguia deixá-lo tão sem palavras com mensagens simples?
Mensagem de S/N: "Foi bom te ver também. Mas, convenhamos, você salvou meu dia, literalmente."
Dessa vez, a resposta demorou um pouco mais. Quando chegou, foi direta e fez o coração de S/N disparar ainda mais.
Mensagem de Mingyu: "Então acho que vou ter que cuidar pra você não tropeçar de novo. Ou vou precisar de uma desculpa nova pra te ver de novo."
S/N encarava a tela do celular como se ela tivesse acabado de se transformar em uma bomba prestes a explodir. A mensagem de Mingyu continuava lá, iluminando o quarto escuro.
Ele passou a mão pelo rosto, o coração martelando. Por que Mingyu tinha que ser tão... direto? Ele mordeu o lábio, tentando decidir o que responder, enquanto o celular vibrava de novo.
Mensagem de Mingyu: "Espero que não esteja achando isso estranho. Só achei você interessante. E queria conversar mais, se você não se importar."
"Interessante?" S/N murmurou para si mesmo, como se testasse a palavra na boca. Ele sabia que era um dos rostos mais populares no momento, mas ouvir isso de Mingyu, alguém tão charmoso e confiante, era algo completamente diferente.
Ele digitou uma resposta, apagou, digitou de novo. Finalmente, depois de um momento de hesitação, enviou:
Mensagem de S/N: "Não acho estranho... Só não esperava que você quisesse conversar comigo depois do que aconteceu hoje."
A resposta de Mingyu foi quase imediata, como se ele estivesse esperando ansiosamente.
Mensagem de Mingyu: "Por que não? Você parece uma boa pessoa, e além disso, eu não poderia ignorar o garoto que literalmente caiu nos meus braços. Destino, talvez?"
S/N soltou uma risada alta, jogando a cabeça para trás. Ele tinha que admitir que Mingyu sabia como provocar uma reação. Mesmo assim, tentou manter o tom leve na resposta.
Mensagem de S/N: "Destino ou azar de tropeçar no palco? Acho que prefiro a segunda opção."
Mensagem de Mingyu: "Azar pra você, sorte pra mim."
S/N arregalou os olhos, sentindo o calor subir pelo pescoço até o rosto. Ele não estava preparado para isso. Por mais que tentasse, não conseguia evitar o sorriso bobo que se formava em seus lábios. Depois de alguns segundos, digitou com os dedos ainda trêmulos:
Mensagem de S/N: "Você é sempre assim direto ou é só comigo?"
Dessa vez, houve uma pausa. Quando a resposta veio, foi tão simples quanto eficaz:
Mensagem de Mingyu: "É só com você."
S/N colocou o celular de lado, pressionando o rosto contra as mãos e quase gritando contra elas. Ele tentou se acalmar, mas o celular vibrou de novo. Relutante, ele pegou o aparelho e viu outra mensagem.
Mensagem de Mingyu: "Boa noite, S/N. Não vou te atrapalhar mais, mas espero que a gente se fale de novo. Quem sabe até se veja de novo... Sem tropeços, dessa vez."
S/N respirou fundo, digitando uma resposta rápida antes de desligar o celular e encará-lo como se fosse uma arma carregada.
Mensagem de S/N: "Boa noite, Mingyu. Até a próxima... e sem tropeços, eu prometo."
Ele jogou o celular na cama e caiu de costas, encarando o teto do quarto. O que diabos tinha acabado de acontecer? Ele estava em um flerte via mensagens com Kim Mingyu. E o pior de tudo era que ele não queria que isso terminasse.
A manhã seguinte começou antes mesmo do sol nascer para S/N. O som insistente do despertador ecoava pelo quarto, e ele, ainda com os olhos fechados, tateou até silenciá-lo. Ele mal havia dormido, em parte pela agenda lotada, mas também porque os pensamentos sobre Mingyu haviam insistido em permanecer vivos em sua mente durante boa parte da noite.
Com um suspiro cansado, ele se levantou, se arrastando para o banheiro. O dia mal havia começado, e ele já sentia o peso da exaustão. Depois de um banho rápido e um café da manhã apressado enviado pelo serviço de quarto, S/N estava a caminho de seu primeiro compromisso do dia: uma gravação de um programa de variedades.
08h00 No estúdio, as luzes fortes e os rostos sorridentes não deixavam margem para pausas. Entre takes, entrevistas rápidas e brincadeiras no set, ele manteve sua expressão impecável e seu sorriso brilhante para as câmeras.
— S/N, pode refazer essa entrada? — pediu o diretor pela terceira vez. — Claro, sem problemas! — ele respondeu com a mesma energia de antes, apesar de sentir o cansaço começando a pesar em seus ombros.
11h30 Do estúdio, S/N foi direto para uma sessão de fotos com uma famosa marca de roupas. O local era movimentado, cheio de fotógrafos, stylists e assistentes correndo de um lado para o outro. Ele trocou de roupa incontáveis vezes, cada uma mais apertada ou elaborada que a anterior.
— Mais um clique, S/N. Perfeito, segura esse olhar! — elogiava o fotógrafo enquanto S/N mantinha a pose.
Por dentro, ele só queria se jogar no sofá mais próximo e fechar os olhos por cinco minutos.
14h00 Após uma breve pausa para almoço — que consistiu em sanduíches e suco de caixinha no carro —, ele seguiu para uma entrevista ao vivo em uma rádio. Lá, as perguntas fluíram, e S/N fez o possível para se manter espirituoso, mesmo quando as perguntas começaram a tocar na interação da noite anterior.
— Então, S/N, vimos alguns vídeos de você no palco ontem. Parece que Mingyu foi o herói da noite, hein? — comentou o locutor com um sorriso malicioso.
— Ah, sim... Foi só um pequeno tropeço. Ele foi muito gentil. — S/N respondeu com um sorriso nervoso, desviando o olhar.
16h00 A tarde se transformou em uma corrida entre gravações, ensaios e reuniões rápidas com a equipe de planejamento. Seu telefone vibrava ocasionalmente no bolso, mas ele mal tinha tempo de checar as mensagens. Ele sabia que os fãs e amigos estavam enviando palavras de apoio, mas tudo parecia uma névoa enquanto ele seguia de um compromisso para o outro.
20h00 Chegando ao desfile noturno, S/N foi levado direto para a sala de maquiagem e preparação. O ambiente era frenético: modelos apressados, estilistas ajustando roupas de última hora e maquiadores finalizando detalhes.
— Você está incrível, S/N! — elogiou uma das estilistas enquanto ajeitava a gola de sua jaqueta.
Ele sorriu agradecido, mas por dentro já contava os minutos para o fim daquele dia interminável.
22h00 Quando o desfile finalmente acabou, S/N sentiu como se um peso tivesse sido tirado de suas costas. Ele ainda precisou posar para algumas fotos e agradecer aos organizadores, mas, ao finalmente entrar na van que o levaria de volta ao hotel, sentiu-se desmoronar no assento.
O celular vibrou em seu bolso, e, com um suspiro, ele o pegou para checar.
Mensagem de Mingyu: "Sobreviveu ao dia? Ou vai tropeçar no caminho para o quarto agora?"
S/N riu baixinho, sentindo o cansaço dar lugar a uma pequena chama de alívio.
Mensagem de S/N: "Por um milagre, sobrevivi. E você? Alguma missão de resgate hoje ou estou seguro?"
A resposta veio rápido, como sempre:
Mensagem de Mingyu: "Por enquanto, você está seguro. Mas se precisar, é só chamar."
S/N encarava o celular após enviar a mensagem, um misto de ousadia e arrependimento correndo em suas veias. Ele tinha digitado rápido, quase sem pensar:
Mensagem de S/N: "Bom, eu meio que preciso de você agora."
Assim que a mensagem foi entregue, ele se jogou para trás no banco da van, cobrindo o rosto com as mãos. "Que ideia idiota," ele pensou. Era claro que Mingyu ia levar isso como uma brincadeira, se é que responderia. Mas então o celular vibrou.
Mensagem de Mingyu: "É só me mandar o endereço. Vou tentar chegar o mais rápido possível."
S/N arregalou os olhos, sentindo o estômago dar um salto. Ele riu nervosamente, digitando uma resposta hesitante.
Mensagem de S/N: "Não precisa exagerar. Estou só brincando. 😂"
Mensagem de Mingyu: "Eu não estou."
Com o coração acelerado, S/N digitou o endereço do hotel e enviou. "Ele só está zoando," pensou. "Não tem como ele realmente vir até aqui." Mesmo assim, a ideia de Mingyu aparecer o deixou inquieto. Quando chegou ao hotel, tomou um banho rápido, tentando afastar os pensamentos que insistiam em pairar sobre Mingyu.
Vestindo roupas confortáveis, ele se jogou na cama, pronto para apagar, mas, no momento em que fechou os olhos, o telefone do quarto tocou. Ele demorou um segundo para atender, confuso.
— Alô?
— Senhor S/N? Temos um visitante aqui na recepção. Ele se identificou como Kim Mingyu. Podemos liberá-lo para subir? — perguntou a recepcionista, com um tom educado.
S/N congelou, sentindo o coração disparar. Mingyu veio mesmo.
— Ah... sim, claro. Pode liberá-lo. — Ele respondeu, tentando manter a calma na voz, mas por dentro estava em pânico.
Ele desligou, encarando o telefone por um segundo. "O que ele tá fazendo aqui? Ele não estava brincando?" Levantando-se às pressas, S/N olhou ao redor, verificando se o quarto estava minimamente apresentável. Não que ele tivesse tempo para grandes ajustes — a batida na porta veio antes que ele pudesse fazer qualquer coisa.
Caminhando até a porta com o coração na garganta, ele a abriu lentamente, e lá estava Mingyu, encostado no batente, usando um moletom simples e um sorriso que fazia o mundo parecer desacelerar.
— Eu disse que vinha, não disse? — Mingyu falou, cruzando os braços com um olhar divertido.
— Eu achei que você estava brincando! — S/N respondeu, a voz um pouco mais alta do que pretendia.
Mingyu deu uma risada baixa, balançando a cabeça.
— Eu não costumo brincar quando o assunto é você. Então, posso entrar?
S/N ficou sem reação por um momento antes de abrir mais a porta e dar espaço. Mingyu entrou, seu perfume suave e presença avassaladora preenchendo o quarto.
— Então... o que você precisava de mim? — Mingyu perguntou, virando-se para S/N com um olhar que misturava curiosidade e provocação.
S/N sentia as mãos suarem enquanto olhava para Mingyu parado à sua frente. Porra, ele realmente tinha vindo. E agora? As palavras pareciam travadas na garganta, e tudo o que ele fazia era encarar Mingyu, os olhos denunciando o quanto estava perdido na situação.
O silêncio se estendeu, mas Mingyu não parecia incomodado. Pelo contrário, ele sorria. Um sorriso calmo, quase divertido, como se achasse adorável o jeito nervoso de S/N.
— Você é tão fofo... — Mingyu murmurou, a voz baixa e rouca, enquanto dava um passo à frente.
S/N arregalou os olhos ao sentir a presença dele se aproximar, o coração disparado como se estivesse prestes a explodir. Mingyu era mais alto, e agora pairava sobre ele, o olhar intenso fazendo cada nervo do corpo de S/N entrar em alerta.
— F-fofo? — S/N conseguiu balbuciar, sentindo as bochechas queimarem.
— Fofo demais pra resistir... — Mingyu completou, o tom quase um sussurro.
Antes que S/N pudesse processar o que estava acontecendo, Mingyu inclinou-se, fechando a distância entre eles. Os lábios dele encontraram os de S/N em um beijo firme e quente, mas ao mesmo tempo gentil, como se quisesse testar as águas antes de se aprofundar.
S/N ficou imóvel por um segundo, o choque o congelando, mas então seus olhos se fecharam, e ele se entregou ao momento. A intensidade do beijo foi crescendo, as mãos de Mingyu se posicionando na cintura de S/N, segurando-o com firmeza, enquanto S/N sentia suas próprias mãos subirem automaticamente até os ombros largos de Mingyu.
Era surreal. Era como se o mundo ao redor tivesse desaparecido, deixando apenas os dois ali, conectados de uma maneira que S/N nunca imaginou que poderia acontecer.
Quando finalmente se separaram, ambos estavam ofegantes, e S/N encarava Mingyu, os lábios ligeiramente entreabertos.
— Você... me beijou. — Ele disse, ainda processando o que tinha acabado de acontecer.
— E eu faria de novo, se você deixar. — Mingyu respondeu, o olhar brilhando de algo entre desejo e ternura.
Mingyu mal teve tempo de processar o olhar determinado que S/N lançou antes de sentir as mãos dele agarrando sua camiseta. Com um movimento rápido e decidido, S/N o puxou para mais perto, colando seus lábios nos de Mingyu novamente.
O impacto foi diferente desta vez. Não havia hesitação ou timidez; era puro atrevimento, algo que Mingyu claramente não esperava. Ele ficou surpreso por um segundo, os olhos arregalando ligeiramente, mas logo se deixou levar, um sorriso surgindo entre o beijo enquanto respondia com ainda mais intensidade.
As mãos grandes de Mingyu deslizaram pela cintura de S/N, apertando-o contra si, enquanto ele aprofundava o beijo, dessa vez com mais paixão. O calor entre eles era palpável, como se o ar ao redor tivesse ficado mais denso. Mingyu podia sentir o coração de S/N disparado através do tecido fino da camiseta, e isso só o provocava ainda mais.
— Você é mesmo ousado, hein? — Mingyu murmurou contra os lábios de S/N quando finalmente se separaram por um instante para respirar. O sorriso em seu rosto era malicioso, mas os olhos brilhavam de admiração e diversão.
— E você não é? — S/N respondeu de imediato, surpreendendo até a si mesmo com o tom desafiador.
Mingyu riu, uma risada baixa e rouca que fez o estômago de S/N revirar. Ele não respondeu com palavras; em vez disso, deslizou os dedos pelo rosto de S/N, segurando seu queixo delicadamente antes de puxá-lo para outro beijo, dessa vez mais lento, mais provocador, como se quisesse mostrar que ele também sabia ser ousado.
A tensão entre eles crescia a cada segundo, e o quarto parecia pequeno demais para conter a eletricidade no ar. Mingyu afastou os lábios por um instante, apenas o suficiente para encarar S/N com aquele olhar intenso que fazia as pernas dele ficarem bambas.
— Se você continuar assim, eu não vou mais querer ir embora. — Mingyu avisou, a voz carregada de diversão, mas também de algo mais sério, como se estivesse testando os limites de S/N.
— Então não vá. — S/N respondeu, o rosto quente, mas sem desviar o olhar, sua ousadia inesperada claramente afetando Mingyu mais do que ele imaginava.
S/N despertou lentamente, os olhos piscando contra a luz suave que filtrava pelas cortinas do quarto. Ele sentiu o peso confortável de um braço sobre sua cintura e percebeu que seu corpo estava completamente enredado ao de Mingyu. Por um momento, ele pensou que estava sonhando, mas a realidade rapidamente tomou conta quando ele virou a cabeça e viu o rosto sereno de Mingyu, os cabelos levemente bagunçados, os lábios relaxados em um leve sorriso enquanto dormia.
"Porra..." S/N pensou, a ficha finalmente caindo. Ele tinha conhecido Mingyu há o quê? Dois dias? E já tinham ido para a cama. Uma risada nervosa escapou de seus lábios. Se contasse isso para alguém, com certeza diriam que ele estava maluco. Mas, ao mesmo tempo, a lembrança da noite anterior o fazia sentir arrepios.
Ele tentou se mover com cuidado, mas o braço firme de Mingyu o puxou de volta, apertando-o contra o peito largo e quente. S/N sentiu o rosto queimar ao perceber como Mingyu parecia confortável e seguro mesmo dormindo. E, droga, era impossível não notar como a figura nua e imponente dele parecia uma obra de arte, mesmo naquela vulnerabilidade do sono.
"Como alguém pode ser tão desgraçadamente bonito?" S/N pensou, mordendo o lábio para não rir alto. Era como se cada detalhe dele — desde os ombros largos até as linhas suaves do rosto — tivesse sido esculpido para ser uma tentação constante.
S/N tentou desviar o olhar, mas era impossível. Seu coração acelerava só de pensar no que tinham compartilhado, em como Mingyu o tinha feito se sentir na noite passada. Não era só físico; havia algo na maneira como Mingyu o olhava, como tocava, que fazia S/N se sentir desejado, como se ele fosse especial.
Mas agora, na luz do dia, as dúvidas começavam a surgir. "O que acontece a partir daqui?" ele se perguntou. Não sabia se Mingyu esperava algo mais, ou se tudo isso era apenas um momento passageiro.
Como se sentisse que estava sendo observado, Mingyu murmurou algo baixinho antes de abrir os olhos lentamente. Ele piscou algumas vezes, ajustando-se à claridade, antes de soltar um sorriso preguiçoso ao ver S/N tão perto.
— Bom dia... — Mingyu disse, a voz rouca de sono, o sorriso ampliando-se enquanto seus dedos traçavam círculos preguiçosos na cintura de S/N.
S/N tentou disfarçar a própria timidez, mas falhou miseravelmente, desviando o olhar.
— Bom dia... — respondeu, a voz baixa.
Mingyu riu, inclinando-se para deixar um beijo suave no cabelo de S/N.
— Algum arrependimento? — ele perguntou, a voz carregando uma nota de curiosidade genuína, mas também de preocupação.
S/N olhou para ele, vendo a sinceridade nos olhos escuros de Mingyu, e balançou a cabeça.
— Não... nenhum.
E naquele momento, ele sabia que, mesmo que a situação fosse confusa, estar nos braços de Mingyu parecia certo.
A relação entre S/N e Mingyu se desenvolveu de forma tão natural quanto inesperada. Depois daquela primeira noite, eles começaram a se encontrar sempre que as agendas lotadas permitiam, mas de forma discreta. Afinal, ambos sabiam o peso de suas carreiras e o impacto que um relacionamento público poderia causar. No entanto, isso não impedia Mingyu de ser descaradamente provocador sempre que tinham a chance de interagir em eventos.
— Você fica tão lindo sob essas luzes, S/N... Mas prefiro como você fica sem nada. — Mingyu sussurrava com um sorriso malicioso enquanto passava por S/N no corredor de uma premiação, próximo o suficiente para que só ele ouvisse.
S/N, tentando manter a compostura, o encarava com uma mistura de repreensão e nervosismo. Mas, por dentro, ele sabia que gostava daquela atenção. Especialmente porque, longe dos olhos curiosos, era ele quem provocava.
As trocas de mensagens entre os dois ficavam cada vez mais quentes. S/N, que inicialmente parecia mais tímido, revelou um lado ousado que Mingyu não imaginava. Fotos sugestivas, com pouca ou nenhuma roupa, chegavam ao celular de Mingyu em momentos estratégicos — especialmente quando ele estava longe e não podia fazer nada a respeito.
"Está com saudades?" S/N escrevia, acompanhando a mensagem com uma foto dele na cama, apenas parcialmente coberto pelo lençol, deixando à mostra o suficiente para enlouquecer Mingyu.
Mingyu não demorava a responder: "Saudades de arrancar esse lençol de você, isso sim. Vou aí resolver isso agora."
E ele realmente ia. Não importava o horário ou o cansaço, Mingyu aparecia no quarto de S/N, trancando a porta atrás de si e puxando-o para seus braços antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.
As noites eram intensas. Mingyu fazia questão de tomar controle, conduzindo cada momento com uma mistura de paixão e domínio que fazia S/N perder completamente a cabeça. Os gemidos de S/N enchiam o quarto, seus dedos agarrando os lençóis ou os ombros de Mingyu enquanto ele entregava tudo de si.
— Você é tão safado, sabia? — Mingyu murmurava contra a pele de S/N, suas mãos deslizando possessivamente pela cintura dele.
S/N, ainda ofegante, sorria malicioso, puxando Mingyu para mais perto. — Só com você.
E assim, a dinâmica entre eles se fortalecia. Em público, eles eram colegas e amigos, sempre mantendo uma distância estratégica. Mas, nos bastidores, em quartos de hotel ou em mensagens trocadas durante a madrugada, eles eram apenas S/N e Mingyu, entregues um ao outro de todas as formas possíveis.
CENA BONUS UM
A confirmação do nível do relacionamento entre eles para S/N, veio de forma inesperada, e talvez um pouco mais intensa do que o planejado. Durante um programa de variedades, S/N, sempre carismático e despreocupado, acabou se sentando inocentemente no colo de Jackson enquanto todos brincavam e riam. A interação pareceu inofensiva para os outros, mas para Mingyu, que assistia do outro lado do palco, a cena foi como um gatilho. O sorriso dele permaneceu no rosto, mas seus olhos entregavam um misto de ciúmes e possessividade.
Quando a gravação terminou e eles voltaram ao hotel, Mingyu estava estranhamente silencioso. S/N notou isso imediatamente quando Mingyu entrou em seu quarto sem dizer uma palavra, fechando a porta com mais força do que o necessário.
— Mingyu? Está tudo bem? — S/N perguntou, a preocupação evidente na voz. Ele se aproximou, mas Mingyu apenas o encarou por alguns segundos antes de cruzar os braços.
— Você acha que aquilo foi normal? — Mingyu finalmente disse, sua voz perigosamente calma.
S/N piscou, confuso. 
— Aquilo o quê?
— Você. Sentado no colo do Jackson como se fosse a coisa mais natural do mundo. — A voz de Mingyu agora estava mais firme, e ele deu um passo à frente, encurtando a distância entre eles. — Você acha que isso é apropriado quando você tem um namorado?
S/N arregalou os olhos, percebendo onde aquilo estava indo. 
— Eu... Eu não pensei que fosse algo tão sério assim. Estávamos só brincando!
Mingyu balançou a cabeça, seu olhar fixo nos olhos de S/N. 
— Você não pensou. Mas eu pensei. Porque você é meu, S/N. Só meu.
O ar parecia pesado no quarto, e antes que S/N pudesse responder, Mingyu o puxou para um beijo intenso, cheio de necessidade e uma possessividade que fez S/N estremecer.
Mingyu o empurrou suavemente até a cama, sua presença dominando completamente o espaço. 
— Acho que você precisa de uma pequena lembrança de quem é seu namorado agora... e a quem você pertence.
— Namorado?
—  Sim, S/N. Namorado. Com todas as letras.  
A noite foi uma tempestade de emoções e sensações. Mingyu estava determinado a marcar seu território, a deixar claro para S/N que ele não era apenas um caso passageiro. Ele o fodeu com uma paixão feroz, repetindo em seu ouvido:
— Você é meu, S/N. Só meu. — Suas mãos seguravam a cintura de S/N com firmeza, estocando violentamente no calor apertado e reconfortante dele, enquanto o garoto se agarrava a ele, completamente absorto no prazer.
Quando S/N pensou que Mingyu tinha terminado, ele o surpreendeu, segurando-o pelo quadril e o colocando em posição para cavalgar.
— Sua vez agora. Mostre pra mim, S/N. Mostre que você é meu.
Os gemidos de S/N ecoaram pelo quarto, seus movimentos desajeitados no começo, mas logo guiados pelas mãos firmes de Mingyu, que não tirava os olhos dele por um segundo.
— Quem é seu namorado, S/N? — Mingyu perguntou, a voz baixa e rouca.
— Você... Só você, Mingyu! — S/N respondeu entre respirações ofegantes, completamente dominado pelo momento.
Naquela noite, qualquer dúvida que pudesse ter existido sobre o relacionamento deles foi dissipada. Mingyu tinha feito questão de deixar claro que, no coração e no corpo, S/N pertencia apenas a ele.
CENA BONUS DOIS
O dia começou como qualquer outro para S/N e Mingyu, com agendas lotadas e horários apertados. Ambos estavam trabalhando em uma parceria musical que, até então, deveria ser mantida em sigilo. As gravações no estúdio foram intensas, mas o momento em que estavam sozinhos nos bastidores foi o que capturou mais atenção — infelizmente, não apenas a deles.
No estacionamento do estúdio, longe das câmeras oficiais, mas não dos olhos atentos de um paparazzi, Mingyu não conseguiu conter o desejo de roubar um momento mais íntimo com S/N. Pressionando-o contra a parede do prédio, seus lábios encontraram o pescoço de S/N, enquanto suas mãos deslizaram audaciosamente por dentro da camisa do garoto.
— Mingyu, estamos no estacionamento... — S/N sussurrou, claramente nervoso, mas sem a menor intenção de afastá-lo.
Mingyu sorriu contra a pele de S/N, mordendo levemente antes de murmurar: 
— E daí? Você sabe que não resisto a você.
S/N mordeu o lábio, tentando abafar qualquer som que pudesse escapar, mas o flagrante foi inevitável. Um fotógrafo, escondido estrategicamente, capturou o momento em uma imagem que não deixou dúvidas sobre a intimidade entre eles.
No dia seguinte, a foto estava em todas as redes sociais, acompanhada de manchetes sensacionalistas: "Kim Mingyu e S/N em momento quente no estacionamento: romance confirmado?"
S/N quase derrubou o celular ao ver a notícia. Ele andava de um lado para o outro no quarto do hotel, claramente surtando.
— Meu Deus, Mingyu! Todo mundo está vendo isso! — Ele exclamou, jogando o celular na cama. — Minha equipe vai me matar... Os fãs... E se isso acabar com nossas carreiras?
Mingyu, sentado calmamente na poltrona, olhou para S/N com um pequeno sorriso, completamente relaxado.
— Você está exagerando, S/N. — Ele levantou e se aproximou, segurando os ombros de S/N para acalmá-lo. — Eles iriam descobrir mais cedo ou mais tarde. Além disso, você acha que vou deixar isso nos atrapalhar?
— Exagerando? Mingyu, todo mundo viu!. — S/N gesticulou, o rosto ainda vermelho de vergonha. — Você não se importa?
Mingyu riu, inclinando-se para beijar suavemente a testa de S/N. 
— Não, eu não me importo. Eu te amo, S/N. E se o mundo sabe disso agora, melhor ainda.
As palavras de Mingyu fizeram o coração de S/N disparar. Ele queria protestar, dizer que ainda era arriscado, mas a determinação nos olhos de Mingyu e o conforto de suas palavras o fizeram parar.
— Você... me ama? — S/N perguntou baixinho, quase sem acreditar no que ouviu.
— Claro que sim. E eu não vou deixar que algo tão bobo quanto uma foto nos impeça de viver isso.
O silêncio entre eles foi quebrado pelo som do celular de S/N, provavelmente outra mensagem da equipe, mas ele ignorou. Olhou para Mingyu, sentindo uma onda de alívio e carinho misturada com o medo que ainda o acompanhava.
— Eu só... não sei lidar com isso. — S/N admitiu, sua voz quase um sussurro.
Mingyu segurou o rosto de S/N entre as mãos, seus polegares acariciando suavemente as bochechas dele.
— Então, deixa que eu cuido disso. — Ele sorriu. — Estamos juntos nisso, lembra?
Apesar da situação, o coração de S/N se acalmou. Ele sabia que, com Mingyu ao seu lado, poderia enfrentar qualquer coisa — até mesmo os holofotes intensos do mundo que agora sabia sobre eles.
CENA BONUS FINAL
O burburinho na internet não parou desde o momento em que a foto de S/N e Mingyu foi revelada. O mundo estava obcecado pela confirmação do novo casal, que não demorou para dominar as manchetes. As redes sociais explodiram, os fãs estavam em polvorosa e até mesmo as empresas dos dois começaram a aproveitar a onda de popularidade.
Como se fosse uma jogada de mestre, logo após o vazamento da foto, a proposta de um dueto surgiu. A música seria uma balada romântica, algo que refletia tanto a relação deles quanto o momento que estavam vivendo. A química entre os dois na música foi palpável, e logo o single foi lançado.
"You & Me", o nome da música, rapidamente se tornou um sucesso estrondoso. Com uma letra profunda e melodias apaixonadas, a faixa não só conquistou fãs antigos, mas também novos admiradores. Em poucos meses, a música atingiu um bilhão de reproduções nas plataformas de streaming, quebrando recordes e se tornando uma das mais tocadas do ano.
A parceria entre eles não foi só musical, mas também profissional. Juntos, receberam diversos prêmios em cerimônias de premiação, sendo aplaudidos não apenas pela sua música, mas pela relação aberta que tinham, algo que inspirou muitos.
Em uma dessas cerimônias, enquanto subiam ao palco para receber o prêmio de "Melhor Dueto do Ano", S/N e Mingyu estavam mais nervosos do que pareciam, embora o sorriso de ambos fosse genuíno. A platéia estava vibrando com a presença dos dois, e todos os olhos estavam voltados para eles enquanto subiam ao pódio.
Mingyu, o mais espontâneo de sempre, pegou o microfone primeiro e sorriu para S/N, seus olhos brilhando com carinho.
— Eu sei que a gente costuma ser privado, mas... — Ele olhou para S/N com um sorriso travesso. — Esse momento é especial demais para não ser compartilhado com todos, não é?
S/N, ligeiramente envergonhado, olhou para Mingyu com uma leve risada nervosa, pegando o microfone. 
— É, você tem razão. — Ele disse, a voz um pouco mais suave, mas cheia de gratidão. — Não há nada mais especial do que estar aqui, com alguém tão incrível ao meu lado.
Mingyu sorriu, apertando a mão de S/N enquanto o olhava com admiração.
— Eu só quero agradecer a você, S/N. Não só por ser um parceiro incrível nessa música, mas por ser alguém que me faz mais feliz do que qualquer coisa no mundo. — Mingyu fez uma pausa, olhando profundamente nos olhos de S/N. — Eu te amo, e estou muito orgulhoso de tudo o que conquistamos juntos.
O público se derreteu com as palavras sinceras de Mingyu. S/N, que ainda estava em choque com o tamanho da demonstração pública de afeto, sorriu tímido, mas seu olhar refletia a mesma intensidade de amor.
— Eu também te amo, Mingyu. E eu nunca imaginei que a minha vida fosse tomar um rumo tão inesperado, mas você... você me fez acreditar que vale a pena ser corajoso. — S/N olhou para o público e então voltou seu olhar para Mingyu. — Eu sou muito grato por tudo que estamos vivendo.
A multidão aplaudiu em êxtase. Era impossível não ver a conexão verdadeira entre os dois, e a música romântica que haviam criado não era apenas uma expressão artística, mas um reflexo de seus sentimentos. A sinceridade deles tocava a todos na sala.
Enquanto o prêmio era entregue a eles, S/N olhou para Mingyu com um sorriso cheio de promessas silenciosas, como se dissesse "Este é apenas o começo." Mingyu, com a mão entrelaçada à dele, respondeu com o mesmo sorriso, o mesmo sentimento. E, naquele momento, parecia que o mundo inteiro estava ao seu favor.
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lagrya · 8 months ago
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Imagine Kim Seokjin
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Kim Seokjin tinha reservado suas férias para passar um tempo com sua família, algo que não fazia há muito tempo. Desde que começou a trabalhar em uma das maiores empresas de entretenimento da Coreia, ele se distanciou um pouco dos pais e do irmão mais novo. Sua agenda apertada, cheia de compromissos e viagens, dificultava manter contato frequente.
Mas ao atravessar a porta da frente de casa, o maior problema nisso tudo foi quando ele viu – além da mãe preparando o jantar e o pai assistindo televisão na sala, o que trouxe de volta lembranças nostálgicas – seu irmão rindo despretensiosamente de alguma piada que o melhor amigo de infância dele tinha feito. Seokjin ficou paralisado por um momento, sentindo o peso do tempo que havia passado. S/N, o melhor amigo de infância de Yeonho, agora estava ali, de pé casualmente ao lado da mesa da cozinha rindo e parecendo tão… maduro.
Apesar de ter crescido bastante, S/N ainda era mais baixo que Yeonho e Jin, o sorriso dele continuava sendo incrivelmente fofo, e a diferença entre o garoto de dez anos e o jovem à sua frente fez com que Jin sentisse uma ansiedade tomar conta dele.
S/N e Yeonho eram inseparáveis na infância, crescendo juntos e compartilhando tudo, fazendo com que consequentemente Jin tivesse que aturar a dose dupla de problemas em sua casa.
No entanto, tudo mudou quando S/N, aos dez anos — enquanto Jin já tinha vinte e um — decidiu confessar seus sentimentos de paixão por Jin. S/N era apenas uma criança, mas a intensidade do sentimento parecia genuína para ele. Quando contou a Jin, o pequeno garoto esperava, de alguma forma, que seus sentimentos fossem correspondidos. Mas Jin, que já era um adulto, rejeitou ele da forma mais educada possível, tentando explicar os motivos óbvios.
A rejeição abalou profundamente S/N, que passou semanas evitando a casa dos Kim. A ausência dele foi sentida não só por Jin ou seus pais, mas especialmente por Yeonho, que ficou triste e emburrado, com saudades do melhor amigo e até tendo a ideia maluca de sequestrá-lo quando o visse da próxima vez. Jin se lembrava claramente da insistência de Yeonho em perguntar por que S/N não aparecia mais, e como ele próprio desviava do assunto.
Eventualmente, S/N voltou à casa dos Kim, e a amizade entre ele e Yeonho se restabeleceu como se nada tivesse acontecido. No entanto, S/N não trocava uma palavra com Jin, evitava-o a todo custo, como se sua vida dependesse disso. Jin, por sua vez, acreditava que, com o tempo, a paixonite do garoto desapareceria, e as coisas eventualmente voltariam ao normal.
Mas então, dois meses depois Jin conseguiu uma bolsa de estudos e teve que se mudar para Seul. A despedida foi breve e sem grandes emoções, pelo menos do lado de Jin. Ele não pensou muito no impacto que sua partida teria, principalmente em S/N, que continuava tentando se distanciar dele a qualquer custo.
Todas as vezes que Jin voltava para visitar a família, S/N nunca estava presente, como se ele tivesse desaparecido completamente daquele cenário familiar. Sem a presença constante do garoto, a imagem de S/N foi se desfazendo lentamente na mente de Jin. O menino que um dia fora parte importante do cotidiano da casa dos Kim havia, aos poucos, caído no esquecimento para Jin, como uma lembrança distante de uma fase que ele não esperava revisitar.
Mas ali estava ele. No auge de seus vinte e um anos.
Seokjin observou enquanto Yeonho soltava outra piada, e o melhor amigo ria alto, os dois compartilhando uma intimidade que ele não sentia há muito tempo. Era como se S/N tivesse preenchido o espaço vazio que ele deixou na relação com o irmão. A proximidade entre eles parecia tão natural, enquanto ele, o irmão mais velho, era agora um estranho naquele cenário.
Respirando fundo, Jin deu um passo à frente, finalmente revelando sua presença. Imediatamente, Yeonho se virou e seus olhos se iluminaram. Ele correu para abraçar o irmão com uma alegria que fez Jin sorrir involuntariamente. Seus pais vieram logo atrás, abraçando-o e perguntando sobre a viagem e como ele estava.
Mas, enquanto a atenção estava voltada para ele, Jin não pôde deixar de notar S/N, que se manteve à distância. O garotinho de antes, agora um jovem, estava ali parado, observando a cena com uma expressão indecifrável. Ele não demonstrava a mesma alegria que os outros, e sua postura era rígida… Jin hesitou por um instante, mas sabia que não poderia ignorar a presença dele. Respirando fundo, Jin se soltou dos braços de Yeonho e caminhou lentamente até S/N.
— Ei, S/N. Quanto tempo, né?
S/N levantou os olhos para Jin e assentiu hesitante, como se estivesse decidindo entre dar uma resposta ou manter o silêncio que havia durado tanto tempo.
— É… faz tempo — respondeu S/N, sua voz mais profunda do que Jin se lembrava, mas com uma pontada de indiferença.
Jin estendeu a mão e S/N a observou por um momento antes de aceitá-la, mas o aperto foi rápido e frio. Depois de trocar aquele cumprimento tenso com Jin, S/N olhou ao redor, percebendo que todos os olhares estavam sobre eles então decidiu que era hora de ir.
— Bom… eu preciso voltar — disse S/N, esfregando a nuca com uma expressão descontraída. — Tenho que resolver umas coisas em casa.
Yeonho, que estava rindo há poucos minutos, pareceu desapontado ao ouvir isso.
— Ah, sério? Não vai ficar mais um pouco? — ele perguntou, franzindo o cenho.
— Fica pra jantar, S/N — a mãe de Jin ofereceu. — Já tá quase pronto.
S/N sorriu para ela, mas era um sorriso de desculpa. Ele balançou a cabeça suavemente.
— Obrigado, tia, mas hoje não vai dar mesmo. Fica pra próxima.
Ele se despediu de todos rapidamente, dando um abraço em Yeonho e acenando de longe para os pais de Jin. Quando chegou a vez de Jin, S/N apenas lançou um breve olhar na direção dele, com um leve aceno de cabeça.
— Até mais — murmurou, antes de se virar e sair pela porta
Após a saída de S/N, a mãe de Jin, percebendo a expressão pensativa do filho mais velho, decidiu explicar um pouco mais sobre a situação do garoto.
— Jin, você sabia que S/N está morando sozinho agora? — ela começou. — Os pais dele decidiram fazer uma viagem sem data de retorno, para conhecer o mundo e tudo mais. Ele ficou responsável pela casa.
Jin franziu a testa, surpreso com a revelação. Yeonho, que estava ouvindo a conversa, interveio:
— Sim, eu às vezes passo a noite na casa dele para ele não se sentir tão sozinho. É meio estranho, sabe? Ele ainda é o mesmo de antes, mas ao mesmo tempo, tudo mudou.
— Parece que eu perdi muita coisa — murmurou Jin, pensativo enquanto olhava para a porta por onde S/N havia saído.
Yeonho, atento ao irmão, suspirou.
— S/N nunca foi de pedir ajuda. Se tem alguém que sabe esconder o que sente, é ele.
O peso das palavras de Yeonho atingiu Jin, e ele se questionou: Será que tenho parte de culpa nisso? No entanto, antes que pudesse refletir mais, Jin foi surpreendido por uma chuva de perguntas dos familiares, especialmente sobre sua vida amorosa.
— E então, filho, arranjou uma namorada? — sua mãe perguntou com um sorriso.
Rindo sem jeito, Jin sentiu o rosto esquentar.
— Ainda não… a agenda tá meio apertada pra isso — respondeu, tentando disfarçar, mas sua mente ainda permanecia em S/N.
Os dias foram passando, e Jin se esforçava para aproveitar ao máximo o tempo com seus pais e, principalmente, com Yeonho. Essa proximidade resultava, inevitavelmente, em encontros frequentes com S/N. Os dois começara a conversar mais, e a frieza de S/N logo se dissipou por completo.
Cada visita à casa dos pais se tornava uma oportunidade para observar o amigo de irmão, agora mais maduro, mas ainda tão familiar. Jin notava como S/N interagia naturalmente com Yeonho, rindo e fazendo piadas, enquanto ele próprio lutava contra a própria timidez e a culpa perto do garoto mais baixo.
Jin não entendia por que estava se sentindo assim desde que viu S/N novamente depois de todo aquele tempo. Com trinta e um anos, ele se via gaguejando como um adolescente na presença do amigo. Cada sorriso de S/N fazia seu coração acelerar, trazendo emoções que ele nunca tinha experimentado com ninguém.
Durante a universidade, sua mente estava sempre ocupada com estudos e, em raras ocasiões, pensava na família. Após começar a trabalhar, ele se sentiu orgulhoso de si mesmo e decidiu que era hora de sair com alguém. No entanto, toda garota parecia errada de alguma forma. Então, Jin decidiu se aventurar com os garotos. As experiências foram mais satisfatórias, mas ainda assim havia um vazio que ele não conseguia preencher.
Um dia, a mãe de Jin pediu que ele levasse um pouco de comida para S/N, que estava se dedicando intensamente aos estudos para o vestibular. Ela teria mandado Yeonho levar, mas o garoto estava completamente imerso em seus próprios livros. Jin hesitou por um momento, a ideia de encontrar S/N sozinho martelando em seu peito. A expectativa e a ansiedade se misturavam enquanto ele pegava o pote quente e seguia em direção à casa do garoto.
Jin bateu na porta algumas vezes, e embora S/N tenha gritado um sonoro "Já vou!", demorou alguns minutos para aparecer. Ele surgiu, espreitando pela fresta da porta e escondendo o resto do corpo atrás dela. Assim que viu Jin, suas bochechas ganharam um tom forte de vermelho, um detalhe que não passou despercebido pelo mais velho.
— Minha mãe mandou isso pra você.
S/N olhou para o recipiente e, em seguida, voltou o olhar para Jin, ainda com as bochechas avermelhadas. Ele deu um passo para trás, abrindo a porta um pouco mais, permitindo que Jin visse um vislumbre do interior de sua casa, bagunçada por livros e anotações espalhadas. Mas seu coração falhou uma batida ao perceber que S/N estava apenas de toalha, fazendo com que Jin também ficasse vermelho como um tomate.
O mais velho não pôde deixar de notar o corpo pequeno e esguio de S/N. As curvas suaves de sua silhueta e a pele sob a luz do ambiente despertaram uma atração em Jin. A toalha mal cobria seu corpo, e Jin sentiu um calor subir por seu rosto ao perceber a delicadeza de S/N.
Ele rapidamente desviou o olhar, tentando se recompor, mas a imagem de S/N assim, tão vulnerável, o deixou desconcertado a medida que ele sentia o sangue ser bombeado involuntariamente para um certo lugar…
— Desculpa, eu estava prestes a entrar no banho — S/N disse, rapidamente se justificando ao perceber o olhar sobre si.
Jin assentiu, tentando não olhar diretamente para o amigo e esconder sua ereção a qualquer custo. Ele era um homem adulto, por deus, aquilo não deveria ser um problema. A situação estava se tornando um pouco desconfortável, mas ele não queria deixar que isso atrapalhasse a visita.
— Sem problemas! — respondeu Jin, forçando um sorriso. — Eu só pensei que você poderia dar uma pausa nos estudos.
S/N parecia mais relaxado, ele forçou um sorriso e pegou o pote das mãos de Jin. Durante o processo, seus dedos se tocaram, provocando faíscas no estômago do mais velho.
— Obrigado por vir. Vou colocar isso na mesa. Você pode entrar, se quiser — disse S/N, se virando para levar o pote, dando a Jin uma ótima visão de sua bunda bastante convidativa.
Jin sentiu seu membro se pressionar contra o shorts que ele usava e um frio na barriga percorreu seu corpo. Calma lá, amigão… ele pensou, tentando se lembrar de que era apenas o amigo de infância de seu irmão ali. Ele precisava se controlar..
— Ah, claro! — respondeu Jin, tentando não se distrair com a visão de S/N. — Como estão os estudos?
S/N se virou com leve preocupação em seu olhar.
— Está sendo bem… difícil. Estou tentando dar conta de tudo — disse S/N, colocando o pote na mesa. — Mas é complicado às vezes, você sabe?
Jin assentiu, sentindo uma onda de empatia pelo amigo.
— Se precisar de ajuda, é só me chamar — sugeriu.
S/N se virou, um brilho de humor nos olhos.
— Talvez eu chame. Não posso pedir ajuda ao Yeonho, porque, sem ofensas ao seu irmão, eu o amo, mas ele é tão inteligente quanto uma porta — comentou, soltando uma risada.
Jin riu junto. Era bom ver S/N mais à vontade, mesmo que as palavras deixassem claro o quanto ele estava sobrecarregado.
— É, ele não é exatamente um gênio — respondeu Jin, fazendo uma expressão exagerada de desapontamento. — Mas você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa, tudo bem?
— Claro. Se importa de eu tomar banho rapidinho? Eu devo estar parecendo um idiota andando por aí só de toalha.
Jin não hesitou e, sem pensar duas vezes, soltou:
— Você fica lindo assim.
Imediatamente, ele percebeu o que havia dito e seu rosto queimou. S/N ficou parado, com os olhos arregalados. O silêncio pairou entre eles por um breve momento, e o coração de Jin disparou.
— O que… eu quero dizer, é que… — Jin começou gaguejando enquanto tentava se retratar.
S/N, no entanto, não pôde evitar um sorriso tímido que brotou em seu rosto.
— Obrigado? — respondeu, ainda ruborizado, antes de se virar rapidamente para o banheiro, se apressando para fechar a porta.
Jin bateu a cabeça contra a parede mais próxima, murmurando para si mesmo:
— Idiota, idiota, idiota…
Ele não conseguia acreditar no que acabara de fazer. As palavras saíram de sua boca sem que ele tivesse tempo de pensar. O que estava acontecendo com ele? Nunca havia se sentido assim antes, e a frustração só aumentava.
Ele se apoiou na parede, fechando os olhos por um momento para tentar se acalmar. A lembrança do sorriso de S/N e a maneira como ele havia ficado corado voltaram à sua mente, fazendo seu coração disparar novamente.
— Calma, Jin — sussurrou para si mesmo enquanto se sentava na cadeira da cozinha. Ele respirou fundo, no entanto, a pressão que sentia era inegável; ele teve que enfriar a mão e ajustar o membro que estava apertado dentro do short, um desconforto que ele não sabia como lidar.
Decidindo que era melhor se distrair, ele começou a analisar os livros espalhados pela mesa. Havia uma variedade impressionante de títulos, desde clássicos da literatura até materiais mais técnicos sobre os vestibulares. A quantidade de anotações em post-its coloridos mostrava o quanto S/N estava se dedicando aos estudos.
Jin se viu mergulhado em uma análise dos tópicos e subtemas que S/N estava estudando. Ele sorriu ao notar como o garoto sempre teve uma paixão por aprender, mesmo que às vezes parecesse distraído, muito diferente de Yeonho. Ele se perguntou como S/N conseguiria lidar com a pressão ao conseguir uma bolsa e se lembrou de suas próprias dificuldades durante a faculdade.
Enquanto folheava os livros, ele não pôde deixar de se perguntar se S/N ainda nutria os mesmos sonhos que tinham quando eram crianças. E a pergunta não saía da sua cabeça: o que mais tinha mudado em S/N durante todos aqueles anos?
— Jin, você pode vir aqui um minuto? — a voz de S/N chamou de dentro do banheiro, interrompendo os pensamentos de Jin.
Ele engoliu em seco. O que S/N poderia querer? Com um misto de nervosismo e curiosidade, ele se levantou da cadeira e se aproximou da porta do banheiro.
— O que foi? — perguntou, tentando soar calmo, mesmo que a ansiedade estivesse crescendo dentro dele.
— Eu preciso de ajuda com uma coisa. — S/N respondeu, a voz um pouco abafada. — Poderia passar um produto que está na prateleira de cima?
Ele abriu a porta do banheiro devagar, sentindo a umidade do ambiente misturada com um leve aroma de sabonete. O box separava S/N dele, mas Jin ainda conseguia ver a silhueta do corpo nu do garoto através do vidro embaçado. O coração de Jin disparou ao perceber a forma delicada e esculpida de S/N, a luz suave do banheiro refletindo nas curvas do seu corpo.
— Onde exatamente está? — perguntou Jin, tentando manter a voz firme enquanto lutava contra a tentação de se perder na visão diante dele.
— Em cima do armário, bem ao lado da escova de dentes — S/N respondeu, sua voz um pouco hesitante.
Com um esforço consciente, Jin se virou para a prateleira, esticando o braço para alcançar o produto. Ele estava ciente da proximidade ao se aproximar do box e o toque suave de suas mãos ao pegar o frasco,
— Aqui está — disse ele, estendendo a mão para S/N.
Com um impulso repentino, S/N pegou o pulso de Jin, puxando-o para dentro do box com ele. Jin mal teve tempo de processar o que estava acontecendo antes de ser arrastado para o espaço confinado, a água do chuveiro caindo sobre eles, criando uma sensação de calor e intimidade.
— O-que você está fazendo? — Jin conseguiu perguntar.
— Eu não sei o que está acontecendo comigo desde que você chegou, Jinnie… — S/N confessou, seus olhos fixos nos de Jin, a mão apertando o pulso que ele ainda segurava. — Desde aquele dia, há dez anos, em que eu disse que te amava, passei a entender por que não podíamos ficar juntos. Eu passei a evitar você a todo custo, esperando que aquele sentimento fosse embora. Eu era muito novo, mas admirava tanto você que, por Deus, você era tão perfeito…
As palavras de S/N tocaram profundamente Jin, fazendo seu coração acelerar ainda mais. Agora, diante dele, S/N parecia vulnerável e ao mesmo tempo incrivelmente forte.
— Eu não sabia que você ainda se lembrava… — Jin murmurou, a voz trêmula, tentando processar a revelação.
S/N soltou um pequeno riso nervoso.
— Como eu poderia esquecer? Cada vez que você estava por perto, eu me sentia um pouco mais perdido, um pouco mais apaixonado. E então eu decidi que precisava me afastar, para proteger a mim mesmo.
Jin deu um passo à frente, a distância entre eles quase inexistente agora.
— Mas eu nunca quis que você se sentisse assim. Você era só um garotinho admirando uma figura mais velha; não havia qualquer tipo de chance de eu corresponder a seus sentimentos.
— E agora? Você poderia ser capaz de gostar de mim?
A pergunta pairou no ar como um desafio. Jin hesitou, mordendo o lábio enquanto processava as palavras de S/N. Ele sabia que não era mais aquele garotinho de dez anos, mas a verdade era que seus sentimentos por Jin só cresceram com o tempo.
— Você é muito novo, S/N. Eu tenho trinta e um anos, e você só tem vinte e um. São dez anos de diferença. O que nossos pais achariam disso? O que Yeonho acharia? — Jin disse, sua voz carregada de preocupação.
S/N franziu a testa, um misto de frustração e determinação nos olhos.
— Eu sei que a diferença de idade existe, mas isso realmente importa? — respondeu ele, desafiando Jin com o olhar. — Já faz dez anos que eu luto contra esses sentimentos, e agora que finalmente estou sendo honesto, você quer deixar isso de lado por causa da opinião dos outros?
Jin respirou fundo, lutando contra a lógica que lhe dizia para recuar. Ele sabia que S/N estava certo em parte, mas a preocupação com o que os outros pensariam ainda o incomodava.
— Não estou dizendo que não gosto de você ou que não quero tentar. — Jin murmurou, hesitante. — Mas precisamos ter certeza de que isso não vai criar problemas entre nós e as pessoas que amamos.
S/N deu um passo mais perto, o calor de seu corpo agora quase invadindo o espaço de Jin.
— Eu também me preocupo com isso, mas não posso ignorar o que sinto só por causa do que os outros possam pensar.
— Eu só não quero que você se machuque, S/N. — Jin finalmente confessou, sua voz mais suave. — Se as coisas ficarem complicadas, você pode se sentir perdido novamente, como antes.
S/N pegou a mão de Jin, envolvendo-a suavemente com seus dedos, e a guiou até sua cintura nua e molhada. O toque da pele quente e úmida fez o coração de Jin disparar, e ele sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
— Eu não sou mais aquele garoto, Jin. Cresci, e os sentimentos mudaram, se transformaram em algo mais complexo. — Ele olhou nos olhos de Jin, buscando sinceridade. — O que sinto agora é diferente. É mais maduro, mais real. E sim, eu gosto de você. Gosto muito de você.
A distância quase inexistente foi finalmente fechada por S/N em um beijo lento e apaixonado, enquanto a água escorria por ambos os corpos. O toque de seus lábios era suave, mas carregava uma intensidade que fazia o coração de Jin disparar. Ele sentiu a umidade envolvente do banheiro misturar-se com o calor do momento, como se tudo ao redor tivesse desaparecido.
S/N envolveu os braços ao redor do pescoço de Jin, puxando-o mais perto, enquanto os dedos de Jin se enterravam suavemente nos cabelos molhados do garoto. O beijo se aprofundou, e cada segundo parecia uma eternidade, preenchido com a paixão reprimida de todos aqueles anos dá parte de S/N e sentimentos novos e inexplorados da parte de Jin. A doçura do beijo transformou-se em uma necessidade urgente, enquanto eles se entregavam um ao outro.
S/N desceu a boca para explorar o pescoço de Jin, deixando um rastro quente de beijos enquanto o mais velho tirava a blusa encharcada, que grudava em sua pele.
— Eu quero você, Jinnie — S/N sussurrou contra a pele dele.
Jin, sentindo a intensidade do momento, segurou o rosto de S/N entre suas mãos, forçando-o a olhá-lo nos olhos.
— Você me tem, S/N. A partir de agora, sou seu — respondeu Jin, sua voz suave, mas cheia de determinação.
S/N sorriu, o espaço que antes parecia opressor agora estava cheio de possibilidades. Jin, percebendo que aquele era um momento decisivo, inclinou-se para frente, seus lábios quase tocando os de S/N, esperando um sinal de consentimento.
S/N assentiu levemente, e Jin, então, aproximou-se, selando o momento com um beijo suave e cheio de promessas.
Não preciso nem dizer que o banho demorou algum tempo para acabar com ambos explorando os corpos um do outro com desejo e uma excitação crescente.  
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