moribundo-poeta-blog

[moribundo-poeta-blog]

Piolhos

De consciência

Oferencem vantagens

Que nao posso pagar.

Baixei a versão teste.

Não sei bem do que se trata.

Mas há boas avaliações.

As mentes querem ópio

Para desacelerar e poderem

Achar um lugar para ir.

Será chato e normal

Nada demais no moderno mundo

Que desejamos apressadamente.

[moribundo-poeta-blog]

Releitura

Dostoiévski tem

Razão quando diz que

"Consciência demais pode ser um fardo".

Entretanto,

O fato de nao haver

Nenhuma consciência é um fardo

Maior ainda.

Além de, um meio termo

Entre demais e nenhuma

É puramente

Mediocridade.

Tudo ou nada,

Eu aviso os deuses.

[moribundo-poeta-blog]

Dínamo

Encha outro copo

Até que a face das massas

Já nao seja triste.

Deixe correr em você

Semelhente a noite e as estrelas.

É apenas isso.

Imortais como os mortos

Embrulhados na noite

Bebados de devoção e algo a mais.

Vamos se consumir

Em galáxias longe daqui

E deixe que as estrelas

Espalhem nosso fogo

Pelo vazio.

Mas sem que esse silêncio chegue

Me beije outra vez

Antes do fim desse poema.

[moribundo-poeta-blog]

Canção ao redor do celular

Você nao entende,

Eu apenas

Acho que começo a

Perder o controle

Nesse teu jogo

De cão e gato.

Eu poderia ser apenas um fantasma

Ou melhor, uma estrela no vazio.

E você finalmente entenderia

Meu desejo de beija-la.

Estou sendo sugado pela tela

Para repetir frases

Já completas

Sobre consciência

Amor

Tedio.

Eu acho que perdi

O controle

Dessa ficção científica

De bares e flamingos.

Veículos passam pela rua

Tao rápidos quando amizades

Ou processos computacionais.

Do que estou falando?

Isso é tudo uma junção,

Um compilado

Do fato que te amo

Enquanto entro mais fundo

No vazio tecnologico

Que o século 21 criou

Para vender produtos.

Ah querida me desculpe,

A realidade me atingiu

Estou fantasiando apenas porque

Acho que ja perdir o controle.

[moribundo-poeta-blog]

Outro homem que vendeu o mundo

Acho que fomos além, amigo.

Consumido pela vontade

De existir,

Devíamos ter morrido.

Mas a morte

Rejeita igual

As garotas do colégio.

Eu te vi

Na praça

Rindo do mundo

E quando você percebeu

Já era noite.

Só pude ouvir

Seu choro.

Cínico e cruel.

Porque, assim como eu,

Você sabia que

"Deviamoa ter morrido a muito tempo"

Eu ri face a face,

Era tarde

Para lagrimas esquecidas.

Já haviamos perdidos o controle.

Nao, meu amigo.

"Nós nunca perdemos o controle".

Face a face com

Outro homem que vendeu o mundo.

Face a face

Risos e lágrimas

Já nao era tarde para nós, amigo?

[moribundo-poeta-blog]

Gatos na cama

Rolamos na cama

Como gatos em meu telhado

E seguimos trabalhando

Nessa entristecida maravilha

Que é o sexo.

Nossos corpos

Sao fogo puro

Consumido mais e mais

um do outro.

Como animais.

Um cão, gato, aranha.

Gozando agora

com essa metáfora.

[moribundo-poeta-blog]

Treato

Existência absurda

Vontade absurda

Tristeza absurda

Risada absurda

Dor, por fim, absurda

E novamente absurdo, absurdo, absurdo.

Nao há belos passaros aqui,

Aoenas urubus desmotivados

Por tudo.

Estranhos gestos durante o amor.

Jazz as 4 da manha

No ultimo volume,

A vizinha grita.

Estou fumando na janela

E voce pergunta: o que foi?

Nao faço ideia, respondo.

[moribundo-poeta-blog]

Belém

Quando cheguei aqui

Era apenas odio

Que sentia de você,

Cidade das mangas.

Mas agora

Meu coração

É teu nas tardes

De chuva.

Eu apenas

Não sabia ler sua poesia ritmada,

Escrita conforme

As pessoas iam

Se revelando para mim.

Nao tem rimas ou estrofes, mas seu ritmo está na eterna confusão de teus bares e amores.

Ah foi difícil

Me descupe minha

Paris tropical

E aceite meu amor.

Pelas tardes de chuva,

Meu mal gosto foi embora

Dando espaço

Para tua desconhecida beleza

Das ruas

Dos prédios

Das mulheres

Dos homens

Das vozes

De sua nudes verde e antiga.

Bela terra de mangas e sol

De vinho tropical,

Cigarros, poemas e amores.

Africa, Paris, Brasil

Belém.

E o Paulista entre

A boêmia de tuas

Estranhas ruas.

[moribundo-poeta-blog]

Publicado

Querendo ser publicado,

Tentando ser publicado.

Mas o certo era nao tentar.

Deixar apenas

Nascer, ir e se acabar

Como um amor

Ou igual o bom senso.

Talvez me digam um sim,

Quem sabe até um não

"Seus poemas nao sao o que procuramos agora"

E eu responderei:

"Veja bem caro editor, quero ser um

Peixe grande para poder lutar antes de ser pescado".

[moribundo-poeta-blog]

Samba, cachaça e amor

Tristeza infinita, amor.

Mas você tornou-se

Meu samba

Minha cachaça.

E então tudo mudou,

O jazz de uma vida!

Agora, a tristeza

Canta enciumada

Sobre mim.

Ah, a vida é boa

Basta permitir que seja

Com o samba, cachaça e o amor.

[moribundo-poeta-blog]

Entonação

Do jazz ao samba.

Da tristeza para o amor.

So me resta isso

E não quero mais nada.

Samba pelo dia

Amor pela noite

E sobra um pouco de tempo

Para a escrita

Enquanto chove

Ou sonho acordado.

[moribundo-poeta-blog]

Monogamia

Morena, enquanto

Faziamos amor

Eu temi à morte.

Nao pelo

Medo do desconhecido,

Mas sim por

Nunca mais poder ter beijar.

So uma companhia chata

Aos vermes, suponho.

Além dusso

Eu nao poderia

Dar todo meu amor

De bom grado a eles.

Nao como dou a você.

[moribundo-poeta-blog]

Lalaida sabadana 2

Um tiro no escuro

Meu coração nunca se sentiu

Tão feliz na vida.

Era tao solitário

Sem você

Que o mundo me

Doi o fígado.

Mas agora, depois do barulho.

Eu percebo

Do fundo de minha mente tímida

Sim, eu percebo agora

Eu nao me conhecia

Por isso o mundo era

Tão solitário

[moribundo-poeta-blog]

Lalaida sabadana

Você nunca tera

Nao adianta chorar.

Você nao conhece

E para voceo que

Nao está na sua vista

Nao existe

Existe

Existe

Existe.

Triste, triste, triste sao seus olhos.

Você nao terá

Sinta-se sozinho

Enquanto o mundo ri

Por sua ignorância.

[moribundo-poeta-blog]

Bênção

Eu vou por aí

Me veja em

Notas e versos

Me veja em

Amores e lágrimas.

Me veja em

Bares de desencontros de vida

Eu

Lucas

Poeta, amante, maldito

Vou por ai

Se tudo dê certo

Também espero te ver

Por aí

[moribundo-poeta-blog]

Molejo

Idai, eu digo.

Siga o molejo do

Desencontro para achar o amor.

Mas se tudo dê errado.

Siga o molejo da

Tristeza para chorar.

Encontre,

Após tanto

Desencontro,

Outros prazeres.

Encontre no vinho, nos bares,

Nos jazz, no samba, nos amigos,

Na poesia.

Ou, então , na arte do desencontro

Que chamamos de vida.

[moribundo-poeta-blog]

Compaixão

O que o amor fez com você?

Acho que lhe faltou compaixão.

Com com seus amores,

Rapazes viciados

E garotas locas,

Foda-se eles.

Apenas queriam

Um pedaço de você

E aquilo que há

No meio de suas pernas.

Vazio, vazio, vazio.

Lhe faltou compaixão

Consigo mesma,

Talvez ainda falta

É... demora pra perceber isso.

Vazio,vazio, vazio.