Text
A Garota do Cemitério
Nos olhos de Evelyn, havia uma tristeza profunda, uma dor que a acompanhava como uma sombra. Sua vida se arrastava em dias sem cor, onde a felicidade parecia um eco distante. Ela não pertencia a este mundo — pelo menos, era o que sentia. Havia nela um desejo constante de se unir aos mortos, acreditando que encontraria nas sombras do outro lado a paz que lhe escapava em vida.
Os passeios pelo cemitério tornaram-se seu refúgio. Entre as lápides e as árvores tortuosas, envolta no silêncio, Evelyn encontrava uma calma inquietante. O vento parecia contar segredos em sua passagem, e ela se deixava envolver por aquela energia que, de algum modo, a acolhia. Ali, entre os mortos, ela se sentia menos sozinha.
Mas a verdadeira razão de sua dor era um segredo que guardava para si: Aidan, o homem que ela amava, havia partido subitamente, levando consigo toda a alegria que restava em seu mundo. Ele era o centro de sua existência, e sem ele, tudo se tornara vazio. Desde sua morte, Evelyn vagava pelo cemitério, acreditando que de alguma forma, poderia sentir sua presença, mesmo que nunca o visse.
Ela sentia a energia de Aidan no ar, algo que não podia explicar. Era como se ele estivesse ali, sempre à espreita, esperando por ela. Essa sensação era o que a mantinha voltando, na esperança de um reencontro. No fundo, Evelyn sabia que o cemitério guardava algo, algo que a atraía, algo que ela precisava alcançar.
Com o tempo, a ideia de se juntar a ele tornou-se inevitável. A vida já não oferecia nada que a pudesse deter. Morrer parecia a única forma de escapar da dor e, finalmente, encontrar Aidan. Na noite em que tomou sua decisão, o c��u estava claro e a lua iluminava o caminho entre as lápides. Evelyn caminhou sem pressa, como se estivesse em um transe, até o coração do cemitério, onde o silêncio era absoluto.
Quando a morte chegou, ela a acolheu sem hesitar. Seu corpo começou a mudar, seus cabelos loiros, que já haviam visto tantas manhãs de sol, escureceram, tornando-se pesados como a noite. O vestido branco que usava tingiu-se de sombras, como se o próprio cemitério a estivesse consumindo. Onde antes havia luz, agora só restava escuridão.
Evelyn acreditava que, ao cruzar esse limiar, encontraria Aidan. Mas a verdade se revelou amarga e cruel. A presença que sentia todo esse tempo não era dele. Ele, que havia partido em um acidente, já encontrara sua paz muito antes. Aidan não estava preso àquele lugar, e o que Evelyn acreditara ser sua energia era apenas um eco, uma ilusão criada pelas próprias trevas que dominavam o cemitério.
Ela não sabia que aqueles que escolhem o caminho que ela escolheu não encontram a mesma paz. O cemitério a enganou, sugando-a para um destino do qual não havia volta. Ao contrário de Aidan, ela não teria descanso. Agora, estava presa naquele solo, condenada a vagar entre os mortos, sozinha, por toda a eternidade.
O que antes parecia um refúgio revelou-se uma armadilha. O cemitério a consumiu, assim como a escuridão consumiu sua alma. O amor que tanto buscava estava além de seu alcance, e agora, o silêncio e as sombras eram tudo o que restava. Evelyn tornou-se parte daquele lugar, predestinada a vagar sem companhia, eternamente enganada pelo vazio.
Esse conto é de minha autoria e possui todos os direitos reservados!!
0 notes
Text

Gerado por IA
Nina in Game of Thrones
#ia generated#nina dobrev#house stark#game of thrones#ia art#inteligencia artificial#artificial intelligence#ai generated#ai#ai art#wallpaper
6 notes
·
View notes
Text










Gerado por IA
Ariana Grande in Apocalypse
20 notes
·
View notes