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Tão ingênuo, eu.
Não sei confiar; um dia soube mas o tempo me desfez. Desconfio o tempo todo. Não confiava em teu silêncio quando perdurara mais que horas, mais que a eternidade dos minutos. Talvez seja tão ingênuo, eu, por sentir-me culpado cada vez que reaparecesse, respondendo minhas inquietudes, mesmo que por apenas instantes. Mas não me culpe, não confio em amar. Me entrego, não sem desconfiar; pois à muito, me ensinam que confiar é assinar uma carta de falência, é declarar-se ao próprio fim. Trágico.
Na bagunça de nosso declínio, senti certa faísca de alívio. Curioso. Se perguntasse, eu diria que que aliviava-me não ter mais o quê desconfiar. Tão ingênuo, eu. Agora não passo de um espectador saudosista de um amor que não saberia dizer quando deixou de ser nosso. A verdade mais visceral é que eu sei que fôramos, genuinamente, algo grandioso — mesmo que só pra mim. E sei disso pois me pego ainda agora tentando desvencilhar-me de nós. Tão ingênuo, eu.
Não poderia, jamais, dizer que tenho sido feliz depois de ver o fantasma de nosso castelo nos escombros que deixou. Não consigo reviver e, honestamente, hoje é o que eu mais queria. Não quero deixar que sejamos um final inconclusivo. Nunca havia dito amar nenhum outro homem, e me dói que não tenha sido o suficiente pra você.
Liberdade. Tudo o que tenho é o que você mais almejava, liberdade. E agora que me vejo livre, olho pra trás e o vejo feliz ligado à outro alguém. Tão ingênuo, eu. Esperei por tantas semanas que voltasse e dissesse que tudo não passara de um equívoco, que ainda seria eu a pessoa que amava. Hoje não sou nada além de um rascunho do que você queria.
Tão ingênuo, eu.
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Indagações do indelével desconforto.
Não-tão-expressivamente objetivo: monotonia. Não sei como ou por onde começar. Não vejo-me capaz de organizar meus pensamentos e sentidos a ponto de conseguir descrever o que eu sinto. Não sei bem se seria este o dilema ou se estou em um momento apático. Não tenho sentido muito, me falta sentir. Não sinto o apelo pelo calor de amigos, tampouco o conforto oferecido pela família. Qual seria o problema aqui? "Eu", eu suponho...
Contudo, posso tentar começando por onde dói. Percebo o solitário espaço que venho criando, venho planejando me afastar de alguns que me acompanharam até aqui — ou eu os acompanhei até onde estou. Não sinto como pertencente dos meios onde me insiro. Cabeça ansiosa, ideias ociosas... Talvez não de todo mal fosse afastar-me, uma vez que não me sinto amigo. Diga-se de passagem, por que procuraria quem nunca por mim procura?
Ego. Mais uma vez eu sinto meu ego estilhaçar-se devido a sensação de descarte, abandono. Machuca até que se torna dor física. E, dessa vez, eu acho compreensível que tenha sido dado ao vento. Eu também cederia a mim. Eu estou desistindo de mim, e parece mais fácil toda vez que eu vejo ser desistido por outra pessoa. Eu sou alguma espécie de erro, alguma maneira sínica de o universo brincar.
Algo que assola-me amargamente é sentir-me dado como garantido, sentir que não valho o esforço de ser mais conquistado por já ser mero objeto em posse de outrem (não necessariamente de maneira romântica). A mágoa se instaura incontestável quando percebes que não se tem mais o encanto que uma vez fora a causa pela vinda de alguém. Como isso se perde se sempre fui eu sendo eu mesmo?
Saudosas lembranças a este rascunho.
Raphael.
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Dois mil e vinte um.
Me pego ouvindo mais uma vez as músicas que ouvi pela primeira vez naquele adro, sozinho com meus pensamentos e aguardando pela hora que estaria em casa pra poder falar com você mais uma vez. Me pego sentindo saudade das nossas conversas e da forma como trazia tanta inquietude e alegria junto a ti. Me perdia constantemente na baixa névoa daquele adro pensando em você. E me pego agora, novamente, perdido nesses devaneios. Achava que nunca ia lembrar de ti pela última vez.
Onde foi todas nossas promessas? É como se tudo não passasse de irrealidade, de uma fantasia inexistente ou de uma linha do tempo diferente… eu senti tanto a sua falta. E é difícil agir como se nunca tivéssemos acontecido uma vez que você tenha sido responsável por tanto do que sou hoje, por tanto ter me ensinado e me ajudado a entender. É difícil não saber mais nada sobre você quando você já foi tudo que eu conhecia.
Imerso em tantas lembranças, me passa aquela noite sozinhos em que tivemos nossas primeiras confissões, me tirou todos os sentidos e eu não esperava o caos de nós dois se instaurando de maneira tão linda naquele quarto. Passageiro. Desde aquele dia você e eu nunca fomos mais os mesmos, e de certa forma ali começou o declínio de nós dois. Ingênuo, passei a buscar sua companhia, temendo que você esmaecesse pelo amargor do arrependimento, e eu sei que muitos de seus amigos comentavam sobre; talvez o receio do escárnio tenha sido o motivo que o fez começar a se afastar. As coisas nunca foram fáceis quanto a nós dois… você tinha toda uma tragédia pessoal sobre tudo. Espero que esteja tudo bem.
Sinto muito em dizer que todo o meu esforço em não esquecer seja apenas um jeito doentio de desvencilhar a dor da história, o lamento da lembrança. Mas, sinto muito por falhar na tentativa e sempre ter tanto pesar na reminiscência de você. Muita coisa sempre esteve em jogo e junto ia toda minha saúde e esperança. Todo o tempo éramos um jogo muito perigoso.
E eu sempre voltava à memória daquele adro. Muita coisa mudou desde o nosso último adeus, e eu sou grato a isso. O tempo tem um jeito curioso de fazer tudo se desfazer, trazendo as coisas e pessoas mais lindas pra auxiliar na cura. Eu sou feliz hoje, radiante do jeito que você talvez nunca tenha visto, mas que você idealizou com suas últimas palavras e solicitações.
Saudosas lembranças ao eterno PK.
Evanescente, rafiei.
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Luz de julho.
Gosto de lembrar que gritei com todo meu pulmão em surtos de felicidade por tê-lo conhecido, foi encantador. Senti-me tão alto como se alcançara aos céus aquela noite que fez as horas se arrastarem vagarosamente apressadas enquanto me olhava. Esses teus olhos tão gentis… poderiam ser minha ruína, e arruinaria-me com a serenidade de ser você. Tu fizestes ser tudo doce e perene.
Utopicamente, eu tive a curiosidade de como seria acordar cotidianamente ao vosso lado e te assistir dormir com a clareza de que fizemos a mais certa das escolhas, que todos os últimos suspiros de nós dois fizeram-se valer a penalidade do distante. Teria sido divertido se tivesse sido você.
Sempre me pergunto o que seria se déssemos genuinamente certo. Entretanto, não me permiti viver isso, e sempre vai doer não ter sentido-me merecedor de ti, uma vez que estivesse carregando as rachaduras de minhas antecessoras quebras. Projetei em você fúrias que não o cabiam e perdi a invisível corda que me atava a ti.
Trágicos foram os minutos enquanto me abraçava com a mágoa de ser a última vez que sentiria seus braços, seus toques, seus lábios… Pouco me importava parecer egoísta em dizer que queria que deixastes aquelas pessoas pra te ter por mais um milésimo de segundo, e ainda saber que não seria o suficiente. Não sou capaz de lembrar se já deixei que soubesse que, naquela noite, empurrei de volta lágrimas que insistiam em cair sob a redundante ideia do que teríamos sido. Amargamente lamentável.
Ainda que não nos encontremos mais uma vez, sempre hei de fantasiar sobre encontrar fragmentos de ti em outros amores, encontrar sua gentileza, sua atenção, ou seu calor; entre demasiados detalhes que fizeram-me não o deslembrar.
Verdadeiramente, me sinto contente em poder acompanhar o desdobrar de sua vida, mesmo que severamente distante. Alegra-me saber que tem sido feliz, como eu jamais seria capaz de fazê-lo ser. Meu desejo mais sincero é que saiba que uma parte de mim sempre vai vencilhar o nosso encontro ao mais admirável júbilo.
Ociosamente, Raphael.
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refluorescência.
Fez-me reflorescer à partir do momento em que reacendeu o motim destinado até o meu peito. Este, uma vez acorrentado aos demônios passados, sentiu-se flutuar livremente sem qualquer carga mais densa. E eu me permiti sentir, eu me autorizei criar conexão contigo e eu tinha consciência de todos os riscos. Genuinamente lamento que, por mais belas que sejam as pétalas da mais borgonha das rosas, todas elas ainda haverão de murchar e decair. É como funciona. É como eu perco você.
Então, “inércia” é como eu posso descrever o atual (e provavelmente continuo ou até mesmo eterno) estado de atração entre nós dois. Eu não o sinto mais aqui, um angustiante espaço vazio se fez e eu não sei mais reagir. E eu, que sempre me refaço mais resistente, essa primeira vez, eu não consigo me reerguer — e tampouco quero! Resiliência é coisa exaustiva.
Eu sou altamente suspeito que todos que te vêem, o deseja. Por conseguinte, não posso cobrar-lhe de permanecer, mesmo que seja o que eu queira. Em algum momento, alguém que valha todo o meu sacrifício de deixá-lo ir vai ascender outro motim, porém até o seu interior, dessa vez. E eu espero que seja lindo bem como o nosso fôra. Eu espero que ele trate-o bem, que ele o aqueça em seus braços. Eu espero que ele te ame como eu nunca deixarei de amar. Porque eu nunca vou conseguir.
Você foi a mais deslumbrante das supernovas.
Raphael.
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𝟎𝟕𝟏𝟐𝟐𝟐
Meses passaram-se sem que eu ouvisse falar de você, sem que eu soubesse sequer um mísero detalhe; quase como se as nossas faíscas tivessem nunca existido verdadeiramente e fôssemos unicamente fruto de meu imaginário. Se eu pudesse descrevê-los em uma única palavra que os expressasse precisamente, seria ‘torturantes’. Vossa falta fôra tão severa que, numa tentativa ingênua de suprimi-la, pintei à mão um retrato seu. Então, em um momento tão infeliz e solitário quanto agora, eu o queimei, justamente por pensar que nosso capítulo houvesse, por fim, terminado. E, durante os minutos que o papel queimava, eu sentia-me sendo estilhaçado pelo fogo em conjunto, dado que parte de meu coração ali, uma vez, estivera. Martirizava-me imaginar que não estaria me esperando quando pudesse voltar ao seu encontro, que eu estaria sozinho na memória empoeirada de nós dois…
Mas, como revivalismo, lá estávamos de novo, no mesmo lugar e, aparentemente, permanecendo os mesmos. Estávamos sob as luzes da noite, éramos um único sentimento; éramos como um só, ligados pelo que acorrentara ao peito. Queimava-me tão graciosamente que pude sentir você, vosso toque e vosso calor, que, ao longo de austeros meses fôra só o que eu desejava. Abstratas borboletas causavam-me o mais sublime tipo de náusea, vosso toque reproduzia arrepios na minha pele como se a neve dentro de minha mente, congelando os meus pensamentos, tomasse forma física ao meu encontro; como se qualquer passo que eu desse me levasse até você. Temporário.
Impotente, sem que eu pudesse recorrer, tu esvaiu-se do meu alcance como o fogo de uma vela ao vento ou o padecer das ondas ao litoral — mas por escolha própria dessa vez! Foi tão simples para você renunciar a nós dois, quase me fez pensar que não significava nada, que não obtenho, sobretudo, valor algum. Ora, o ego… o quão difícil é lidar quando uma única rachadura é a última responsável pelo estrondoso auto-desmoronamento? Então, mais uma vez, eu estive solitário, apenas apreciando a velha e amarga companhia da melancolia. Foi insuportável, caso importe-se em saber, sobreviver à você. Lutar contra a bagunça da minha quebra pareceu tão inútil que parecia mais fácil sucumbir.
Mas, então, foi quando tudo aquilo que eu conhecia mudou, a maneira como eu enxergava você, a forma como eu sentia compaixão foi se desfazendo e dando lugar a algum tipo de repúdio lascivo que dilacerava-me de dentro para fora e a sensação era de estar entrando em algum estágio de erupção assassina. Era ódio, ressentimento e negação. Não foi um compasso suave de um corte ao outro, foi uma sequência de apunhaladas e tu sabes o quanto me feriu com tudo isso. E piorou com todos os rumores, todo o escárnio e todas as conversinhas que, no fim, quem os criava era você. Sempre me questiono a troco de quê? Não penso que algum dia hei de saber, isso apenas faz parte das suas maneiras imaturas e eu já deveria saber uma vez que já havia notado seus maquiavélicos traços mesquinhos.
É reconfortante, diga-se de passagem, saber que ainda não entendestes que a sua incessante busca por alguém não termina até que todo o inferno que causou esteja quitado. E vossa busca contínua há de ser desgastante e autodestrutiva. Já vem sendo, não? Tu já vens perdendo pessoas brilhantes por vosso ego massivamente intragável. Só cabe a mim assistir e lamentar ter sido uma delas.
Radiante, porém nem tanto;
Raphael.
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R6 / (G)01 𝐒𝐨𝐦nυм єxт𝐞𝐫𝐫𝐞𝐫𝐢
Eu me pergunto quando será que esse suplício termina. Não existe alquimia ou maldição alguma que me prenda nesse eterno elo de infortúnios. Então eu implorei por alguém e, como destino, o Universo o trouxe até os meus dias.
Pude sentir seu peito queimar uma vez que encontrara o meu, senti seu descompassar quando nos beijamos pela primeiríssima vez, senti vossos braços a envolver meu corpo. Senti o nosso calor e me aqueci em nós dois. Eu procurei e encontrei, em você, uma paixão que não lembrava à demasiado tempo. Eu acreditei que você seria o par certo. E eu tive devaneios com com nós dois. Entretanto, despertar é auto-crueldade.
Seria, veridicamente, valoroso viver isso? Se é tão sublime, realmente, entrar em romances, então por que existe tanta dor, tanta amargura e tanto ressentimento? Por que não nos deixamos, simplesmente, ser felizes? Por que não nos deixam ser felizes? Por que não nos deixa ser felizes? Seria eu o nosso problema?
Não sou capaz encontrar nenhuma razão e solucionar essa incógnita parece, aos meus marejados olhos, inglorioso. Abstenho-me de identificar onde erro, qual minha falha ou o porquê de tantas malfadas tentativas, não rastreio defeitos e tampouco os encontro. Contudo, talvez eu devesse dissecar os hábitos meus até que encontre alguma ruptura e, caso nada seja encontrado, é concluível que, talvez, eu seja impossível de amar; fadado à solidão. Então, por alguma razão, é preferível acreditar que seja unicamente o meu destino. É, certamente, menos doloroso que aceitar, por fim, que o erro sou eu.
Raphael.
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Catástrofe de 26 de outubro, 2021.
Você exprime bem aquela ideia de nos tornarmos de estranhos à amigos, de amigos à amores e, então, estranhos outra vez. Com todas aquelas suas maneiras, suas brincadeiras mais ridículas... Eu nunca imaginei a desordem que causaria. E eu amei cada segundo do caos de nós dois.
Pareceu uma tragédia tempestuosa, um furacão contando turbilhões de pensamentos cruéis quando me disse que partiria para nunca mais voltar. Senti meu coração arrancar-se impetuosamente de meu peito e meu corpo ser deixado sem ânimo debaixo da chuva enquanto sangrara até definhar. Nunca entendi o porquê de ter sido tudo tão extraordinário, como você conseguia tornar tudo tão grandioso uma vez que estivesse do seu lado, desde amar até agonizar... talvez isso só estivesse em mim.
As vezes ainda penso em você, me pego sentindo sua falta, ainda ouço sua voz dizendo que me ama. Sei que não tenho mais você aqui, mas, pelo menos, eu tenho todas as nossas melhores memórias. Não existe oblívio para o que me causou, não existe formas de desfazer os arrepios e a euforia... Ninguém nunca mais me deixou do jeito que você conseguia.
E é estranho lembrar de você hoje e não sentir remorso, não sentir nenhum fio solto. Você foi a minha primeira e única história completa... só me dói que tivéramos um final interrupto, um corte seco. Não conseguiria, jamais, deixar-nos fadar em algo emocionalmente nocivo, então só pude deixar as chamas cessarem-se para que eu pudesse sentir paz. Não foi um ano fácil, eu nunca havia me sentido tão frágil e vulnerável, tão angustiado que mal contia a melancolia que escorria pelos meus olhos... mas eu precisei encerrar isso.
Eu peço desculpas por não cumprir com minha palavra, eu lembro que prometi não desistir, prometi que só iria embora se você me pedisse para partir. Mas não existe razão de eu esperar seu retorno. Não haverá retorno. Não seu... nem meu! Então, eu nos declaro um ciclo concluído, nostalgicamente finalizado.
Raphael.
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L0709
É engraçado, se bem analisar, que mesmo exausto de procurar amores fadados às ruínas, eu continuo enxergando lascívia em muitos prósperos pretendentes que são somente pretendentes na minha imaginação... E no momento que minha imaginação se manifesta e torna realidade, tudo se murcha e desfloresce ao alcance de minhas mãos. Sozinho mais uma vez.
Algo em mim sempre soube que nenhuma das vezes que eu tentava chegaria à algum ponto realmente, sempre havia um pressentimento de um final dopado, inerte. E por alguma razão que não serei, jamais, capaz de explicar, eu continuo me decepcionando, mesmo que de maneira branda ou até mesmo apática.
Todos os despertares românticos que experienciei me trouxeram algum tipo de moral, ensinamento, algo que me acrescentasse de fato, mesmo que alguns terminassem de maneira seca e infértil. Mas com você, não. Você simplesmente floresceu do extremo nada e, exatamente, em 'nada' vem se tornando. É quase insensível me expressar assim, eu sei... mas me acusaria por ser franco com o que vejo fora da floresta?
Sabe... éramos perfeitos um pro outro. Você tinha a alma corrompida pelas rachaduras bem como a minha e nos assemelhávamos em (quase) tudo, eu sentia conforto em você. Lar. É estranho imaginar que você me deixou esvaecer, faz parecer que eu sempre impliquei uma inflamação em teu ego e, assim que melhor se sentisse, de mais nada eu servia. E foi isso, realmente?
Não gosto de ser aquele que não acredita no que outro alguém sente ou diz sentir, mas é tão difícil imaginar o porquê de eu ser tão incrédulo, dado todo meu histórico? Adoraria entender o que o levou a me esquecer tão facilmente, mesmo sabendo que eu sempre estive vulnerável e ferido, impaciente e desesperado pra encontrar em ti o amor.
Por mais que eu aceite os ciclos e muito aprenda com a Anciã, não consigo entender alguns finais, tal qual você. Você despertou tanto em mim e abdicou sem que eu pudesse nem mesmo tentar me despedir pra encerrar. E agora tenho mais um final interrompido que jamais conseguirei deslembrar.
Desventuradamente, Raphael.
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Declaração de auto piedade.
É patético, honestamente, como eu me perco com tamanha facilidade nos finais felizes e românticos que minha mente inventa. Eu me perco nos sorrisos que nunca aconteceram, me perco nos carinhos que nunca recebi, nos toques, beijos... São cenários dignos de filmes. Contudo, o fim de todo devaneio é sempre solitário. Eu nunca obtive, alguma vez, sorte em amar porém todas as vezes que tento são diferentes. Não é como se todas se arruinassem de vez, grande parte das tentativas acabam mantendo portas entreabertas, mas eu não teria audácia de voltar – mesmo que muito quisesse. Parte de mim explode trovoadas de frustrações, se sente inferior, indesejado, mau aparente e não entende o que poderia fazer para que a situação mudasse de forma, o que a consome ainda mais; outra parte de mim se conforma, aceita o infortúnio, se mantem pacífica e congruente, como a baixa névoa, por entender que não depende somente de mim para que algo seja mútuo e indelével. E eu não sei qual das partes vence a cravada batalha de interesses, não sou capaz de nomear alguma das partes a mais forte. Talvez seja o Universo tentando falar que o destino esteja me reservando nada mais além de solidão, ou talvez que nenhuma das portas sejam entrada de um possível futuro lar. Nada mais resta além de esperar o destino me sorrir mais uma vez. Não tenho mais forças ou estruturas para continuar buscando. Melancolicamente, Raphael.
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(provável) AVERSÃO
Eu odeio que na maioria das vezes eu quero que suas indiretas sejam para mim. Eu odeio que você seja tão hipócrita por ter me quebrado e dizer que é porque te quebraram antes. Eu odeio que você mexeu tanto comigo que eu ainda pensava em você mesmo quando eu acreditava estar em outra. Eu odeio que você se mudou daqui. Eu odeio que você reapareça quando estou tentando superar você. Eu odeio que não podemos nem ser amigos porque sou tóxico e te magoo. E eu odeio que você seguiu em frente rápido demais. Eu odeio que você ainda me dá borboletas quando você, definitivamente, não deveria. Eu odeio ainda querer que exista alguma possibilidade de você ainda me amar mas também odeio pensar que você nunca chegou a me amar de verdade e eu acabo me odiando por pensar assim… Eu odeio que eu ainda sonho com você sem precisar nem mesmo dormir. Eu odeio te ver feliz mas te ver feliz me faz tão bem que eu poderia morar nos fragmentos de sorrisos seus que tenho em minha memória. E eu odeio que você esteja longe agora, odeio não poder correr até você e jorrar tudo que eu sinto por ti, sendo que eu nem sequer sei o que sinto, de fato. Eu odeio seus jeitos que me intrigam tanto, odeio suas brincadeiras quando me fazem rir, odeio sua ironia mesmo que eu a entenda toda vez. Odeio que me faça querer te ter de novo. Eu odeio que você seja tão incrível. E eu me odeio por querer não ter te conhecido quando eu, certamente, amei sua tão breve estadia.
E eu odeio ainda te amar.
Raphael.
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Avarus.
Eu sinto como se meu coração estivesse sendo inteiramente incinerado e meu corpo já não mais pertencente à mim. Eu adoraria poder queimar-te. Me sinto tão só, perdido e abandonado quando me recordo de todos os toques e beijos que ainda não tivemos... Talvez eu esteja ganancioso por você ou talvez você seja, realmente, "aquele cara". Não consigo tirar de mente. Eu quero sentir seu corpo, sua pele... você sendo meu! Eu quero me sentir amado mais uma vez. Como podemos tornar-nos tão frios após as mais lindas promessas? Como pudemos sentir tanto amor e renunciar tão facilmente quanto uma folha renuncia ao galho outonal? Com você é tudo tão fácil; desde amar à partir...
Com torpor, Raphael.
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