#swf:ritual
Explore tagged Tumblr posts
kerimboz · 11 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media
                         — 𝐼 𝑤𝑎𝑠 𝑓𝑜𝑟𝑔𝑒𝑑 𝑖𝑛 𝑠𝑡𝑒𝑒𝑙.                   𝐵𝑢𝑡 𝒚𝒐𝒖 𝑚𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑒 𝑓𝑙𝑒𝑠ℎ 𝑎𝑛𝑑 𝑏𝑙𝑜𝑜𝑑.
𝑃𝑙𝑜𝑡 𝑑𝑟𝑜𝑝: 𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑒𝑛𝑑𝑎. _ 𝑡ℎ𝑖𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝒑𝒐𝒊𝒏𝒕 𝒐𝒇 𝒗𝒊𝒆𝒘! @silencehq @hefestotv
Tumblr media
O corpo ainda sentia o peso de instantes atrás, cansaço, dor, alguns machucados durante o processo. Ele tentava limpar o pouco de sangue que havia na testa, enquanto a contagem era feita. A torneira da pia aberta, escorria água sem parar, enquanto as mãos estáticas só ficavam ali, sentindo o poder da corrente morna como um carinho no tecido machucado dos dedos. A coloração rosada da água descendo pelo ralo e sua mente ainda estava em flash's de tudo que tinha acontecido. Recortes desordenados da chegada, ao momento que o chão começou a estremecer sob seus pés. Recortes dos olhares trocados com Kit e Kaito. Kerim já esteve em muitas missões, sabia reconhecer a inquietação do âmago, o gosto amargo na boca, a tensão sobre os ombros e toda a atmosfera que se transformava numa possível última batalha. Respirava profundamente, olhando para o lado. Ela era tudo que mais importava. Seria por ela que tentaria manter aquele lugar de pé, que encararia mais uma batalha, tentando e esperando ficar vivo, para que ao final, pudesse descansar nos braços dela.
Suspirou, fechando o registro da pia e voltando para junto dos irmãos, apenas para que os olhares e cochichos estranhos. O que tinha acontecido? Quanto tempo tinha levado ao tentar limpar-se de vestígios do próprio sangue? Dizem que noticias ruins chegam rápido, e essa não foi diferente. O burburinho deixou claro a falta de alguns semideuses e isso foi o suficiente para que seu coração apertasse. A mente buscava pelas lembranças, buscava as imagens dela, mas só se recordava do início enquanto estavam lado a lado. Não poderia ser. Se dizia internamente enquanto driblava os obstáculos no caminho do chalé nove até o trinta e um. Os olhares dos filhos de Quione na fachada já diziam tudo, ainda assim, ele os ignorou e invadiu o lugar como um furacão, sabendo exatamente para onde ir: o quarto da conselheira.
Nossa própria mente, pode ser algo traiçoeiro. E se Kerim conhecesse a sua, não teria entrado naquele quarto.
Aviso: o conteúdo protegido por read more vai abordar o seguinte tópico: automutilação, com: laceração muscular; quebra de ossos; ruptura de veias e sangue. Desestimula-se a leitura em casos de desconforto com o tema abordado. Boa leitura!
Os olhos percorreram o espaço para constar o óbvio do vazio. Naquele instante, seu coração ficou mais pesado dentro do peito, a respiração descompassada e as mãos tremulas. Piscava e sua mente o traia, trazendo flashs de Aurora naquele mesmo lugar, não muito tempo atrás, rindo de algo estúpido que ele tinha acabado de dizer. O som da sua risada ecoava na cabeça do filho de Hefesto, apertando o nó que se formava em sua garganta. Não podia ser. Continuava repetindo internamente, buscando respirar fundo, sacudindo a cabeça para os lados, buscando por um resquício de sanidade, mas não o encontrava. Sua sanidade não estava ali. Precisava encontrá-la! Na mesma fúria que invadiu o dormitório, se retirou, atraindo os olhares de estranhamento daqueles com quem cruzou no caminho, sem se importar com o que passava em suas mentes. Correu com toda a força que tinha, voltando para o cenário de batalha, para o lugar onde tudo aconteceu. Os olhos procuravam por todas as partes, o corpo que girava em trezentos e sessenta, encontrava apenas o vazio e os resquícios do que tinha ficado.
Parado sobre onde deveria estar o centro da maldita fenda, seus joelhos cederam. Estava muito cansado e o corpo cobrava o preço do esforço. As mãos apoiaram na grama. Estava tudo tão recente que ainda pairava no ar o cheiro de batalha. Os olhos se apertaram, fechando com força ao que os flash's voltaram, mas não eram de minutos ou instantes atrás, mas de dias antes. "Tente não ficar longe do meu campo de visão também.", a própria voz vinha a mente, o pedido inocente sendo feito no cenário do terraço de Circe ao luar e na companhia da filha de Quione, tendia a não se limitar apenas ao momento que partilhavam, mas a todo o resto. Na mente, buscava o último instante, o último vislumbre que tivera dela, mas isso seguia nublado. Sua mente se recusava a liberar o acontecido, como se simplesmente preferisse bloquear. A primeira lágrima rolou em seu rosto, caindo sobre a destra. Os olhos se abriram outra vez, encontrando o chão a sua frente, em suas mãos. "Não posso perder você.", murmurou, a voz embargada falhava ao anunciar o que seria uma avalanche emocional. "Eu nunca me apaixonei assim antes.", sua voz ecoou na mente outra vez, arrancando de Kerim um soluçar ao que o coração parecia esmagar-se dentro do peito. Apertando os olhos outra vez, podia vê-la na sua frente, o olhar terno e surpreso, o sorriso largo; podia sentir as mãos tocando seu rosto, enquanto pedia "Say that again...", e ele soube que diria, diria quantas vezes ela quisesse ouvir, sempre que quisesse ouvir.
Tomado numa avalanche de angustia, o rosto ergueu-se para o céu, e ao mesmo tempo que buscava por ar, gritava com tudo que tinha nos pulmões, como se aquilo fosse diminuir alguma coisa. Não adiantou de nada. As mãos apertaram a grama entre os dedos, terra misturando-se as folhas, terra entrando nas unhas. As mãos fecharam-se em punhos. O primeiro soco que deu no solo foi inconsciente, involuntário, uma atitude desesperada de quem não sabia o que fazer, mas de quem tentaria tudo. "Não posso perder você.", repetiu ao desferir o segundo soco, mais forte e concentrado do que o primeiro. O segundo, foi planejado, intencional. Reabriria aquela maldita fenda nem que fosse na força! Ao início do processo, o poder foi reativado, os punhos em aço teriam mais efeito no solo, era o que ele pensava. E Kerim continuou socando e suplicando. Perdera as contas de quantos socos já tinha dado, quantas lágrimas já tinha caído, quantos campistas se acumulavam ao seu redor, com olhares que vagavam entre preocupação e empatia.
Estava esgotando suas energias, sentia cada fibra do seu corpo prestes a ceder, mas não conseguia parar, não podia parar. Ao encontrar do punho outra vez com o solo, num soco mais carregado, o poder desativou e nem isso o impediu de continuar. Ele tinha caído num espiral de coisas que não queria pensar: a tinha perdido? estava viva? estava bem? Só a mínima possibilidade de algo acontecer com Aurora o deixava mais cego. Mais alguns socos, até que sentisse as juntas dos dedos cortarem a carne, misturando sangue em terra, e ele não parava. Mais alguns socos, até que os primeiros ossos da mão estralaram ao se quebrar. E mesmo assim, ele continuou. Observou quando Kit pareceu tentar se aproximar, o rosto virando na direção do irmão, completamente vermelho e molhado pelas lágrimas, pedindo silenciosamente que o deixasse continuar, pois os irmãos tinha aquela conexão. Quando o viu parar, voltou o foco, mais e mais socos. A dor que se espalhava pelos braços era excruciante, mas não pior do que a dor da incerteza. Chorava, soluçava, suplicava e gritava entre um soco e outro. Mais um e a musculatura do antebraço direito foi a primeira se romper. A laceração queimava como algo que o filho de Hefesto desconhecia. Ele cedeu, retardando o soco seguinte, que apenas fez o mesmo acontecer com ao antebraço esquerdo.
Seus braços pesavam, não tinham mais força para continuar e mesmo assim... Cada novo soco agravava o estado de Kerim, o sangue era tanto que uma poça se formava onde suas mãos acertavam, a dor era agonizante, mas a terra em nada parecia se mover. Ao estourar de duas das veias, ele se viu derrotado, sem força para erguer o braços e continuar naquele processo massacrante onde ele estava derrotado desde o início. Os braços caíram ao lado do corpo e seu choro se fez mais forte. Ninguém tinha ousado se aproximar do semideus que estava irreconhecível. Os cochichos aumentavam entre aqueles que assistiam o sofrimento de Kerim: ele é sempre tão sereno e centrado, por qual motivo está assim? E ninguém entenderia, como poderiam entender? Aos olhos dos outros, Aurora e ele eram amigos, treinavam juntos as vezes, interagiam em algumas outras. Sempre tão discretos desde o início, que o desenrolar daquela relação para algo além se fez da mesma forma. Não era escondido, mas também não era exposto, pelo menos não até aquele momento. Pois de agora em diante, todos iriam saber o que ela realmente representava para ele: senin hayatın.*
Entre o choro e os soluções, uma sombra se fez presente sobre Kerim. Arrastando-se da enfermaria até ele, incapaz de vê-lo despedaçado daquela maneira. O toque suave sobre o ombro direito foi o bastante para fazê-lo virar o rosto em sua direção. Precisou piscar algumas vezes, para que as lágrimas abandonassem seus olhos e pudesse finalmente reconhecer o olhar doce e acolhedor de Pietra. Uma parte dele queria fugir do toque e do carinho que ela tentava lhe dar, queria odiar a filha de Hecate pelos crimes de sua mãe. Mas ao abaixar-se para ficar na altura dele e o envolver por um dos braços, ela baixou todas as barreiras do filho de Hefesto. Apoiando a cabeça no ombro da mais nova, desatou-se em mais lágrimas enquanto confessava: "eu não vou conseguir ficar aqui sem ela.".
semideuses citados: @kitdeferramentas; @kaitoflames; @pips-plants e obviamente @stcnecoldd
33 notes · View notes
aguillar · 11 months ago
Text
Tumblr media
ɑׁׅ֮ꫀׁׅܻtׁׅhׁׅ֮ꫀׁׅܻꭈׁׅ
[ ee-ther ] the ancient Greek personification of the clear upper air of the sky.
STATS
𝐭𝐲𝐩𝐞: adaga 𝐥𝐞𝐧𝐠𝐭𝐡: 28cm 𝐦𝐚𝐭𝐞𝐫𝐢𝐚𝐥: ferro estígio, com relevo em bronze celestial 𝐚𝐜𝐜𝐞𝐧𝐭𝐬: pedras turquesas no cabo, fitas de couro para a prender ao cinto 𝐡𝐢𝐝𝐝𝐞𝐧 𝐟𝐨𝐫𝐦: quando não está em uso, se converte em uma pulseira de couro com contas de turquesa
Tumblr media
𝐈. Inicialmente ponderou escolher uma arma de alto alcance como um arco e flecha ou uma besta mas, se fosse realista, conhecia a si mesmo o suficiente para saber que partiria para cima do inimigo no impulso tão logo a oportunidade se apresentasse, o que tornava mais lógico escolher algo útil no combate a curta distância.
𝐈𝐈. Por muito que soubesse dos benefícios do ferro estígio comparado aos dois outros metais, escolhia sempre dizer que o motivo para sua preferência era puramente superficial: a cor escura combinava com a espada que tinha como arma principal, e com a estética que gostava de projetar. Quando levantou esta bandeira na forja, recebeu um resmungo em uníssono de todos os apreciadores do metal ali presentes.
𝐈𝐈𝐈. Se fosse sincero, havia um motivo especial para escolher o ferro estígio naquele momento mais do que nunca: entre traições de campistas e desconfianças, era bom ter uma arma capaz de o defender não só das criaturas do submundo, mas de pessoas.
𝐈𝐕. Na hora de reforçar seu arsenal pessoal, seu pedido foi simples: queria a adaga mais leve que fossem capazes de produzir, algo que pudesse arremessar com facilidade e que reaparecesse em sua posse caso a perdesse em batalha.
𝐕. Trata todas as suas armas como animais de estimação, e com a adaga não foi diferente. A primeira coisa que fez foi a nomear: a chamou de Aether por ser leve como o ar, em especial quando manuseada com o auxílio de sua herança divina. A palavra tem certo simbolismo para ele, que tem a própria habilidade da manipulação do ar como fraca se comparada aos poderes do pai: com aquela decisão, foi como se escolhesse por fim usar o dom que dominava não como um sinal de suas limitações, mas como medalha de honra.
𝐕𝐈. O design da arma é uma obra de arte por si só, em muito diferente da sua preferência habitual. Apesar da cor escura, a lâmina ornamentada capta a luz com reflexos alaranjados graças aos detalhes em bronze, os padrões esculpidos reproduzindo as curvas e espirais do vento ao se mover. O seu processo criativo foi um só, permeado pela visão quase niilista do Universo que lhe era característica: se ia morrer, queria pelo menos o fazer em estilo.
𝐕𝐈𝐈. Sua especialidade no combate é a espada, mas a adaga se torna especialmente útil quando lutando com vários inimigos ao mesmo tempo, tornando possível que um golpe bloqueado com a lâmina maior se transforme em um ataque surpresa com a adaga com a mão livre graças ao fato de ser ambidestro.
𝐕𝐈𝐈𝐈. Tem planos claros para como imbuir a lâmina com magia uma vez passado o caos do fechamento da fenda, mas não achou oportuno perturbar os ferreiros ocupados em meio à guerra iminente. Por hora, se dá por satisfeito em ter mais uma maneira de fatiar os monstros em pedaços bem pequenininhos.
Tumblr media
29 notes · View notes
deathpoiscn · 10 months ago
Text
Tumblr media
𝐓𝐡𝐞 𝐯𝐢𝐥𝐥𝐚𝐢𝐧'𝐬 𝐦𝐢𝐧𝐝. ⸺ 𝖩𝗈𝗌𝗁 𝖶𝖾𝖺𝗏𝗂𝗇𝗀.
Várias coisas preocupavam Josh naquela ilha e a menor delas era o medo de Circe o transformar em porquinho da Índia. Para ser honesto, ele até preferia se isso fosse resolver de uma vez por todas os seus problemas. Conforme o dia de retornar se aproximava, mais ansioso o filho de Thanatos ficava. Sua mente estava a milhão, assim como as vozes que, graças a proteção da deusa, soavam mais baixas e fáceis de ignorar. Estava cansado de tudo aquilo, de toda aquela manipulação e a única forma de acabar com aquilo era fechando a fenda. Ao menos, era o que ele esperava e torcia para acontecer. A refeição foi interrompida pelas palavras de Circe que rapidamente conseguiu a atenção de todos os semideuses presentes, especialmente a dele. Descobrir que aquilo já havia ocorrido antes, que uma fenda já foi aberta e que uma guerra, tanto interna quanto externa, foi provocada pelos Deuses levou o filho de Thanatos a fechar os palmos em punho. Não evitou encarar a mesa onde os filhos dos três grandes estavam, mas ao invés de culpar cada um ali presente, ele apenas sentiu pena. Pena por serem filhos de três grandes idiotas de egos inflados que não eram capazes de resolver nada sem que milhares de mortais morressem assim como seus filhos. Seu olhar só mudou de direção quando ouviu a respeito do segredo, encarando Dionísio em busca de respostas assim como todos ali presentes. Mas era óbvio que ele não sabia, era esperar demais de um Deus como ele. Na verdade, a única coisa que poderiam esperar de um Deus, seja ele qual fosse, era apenas a destruição.
Dormir depois daquele jantar só foi possível devido a grande exaustão que ainda sentia pelos dias consecutivos sem dormir, mas os sonhos que tinha se tornaram mais vívidos e detalhados. Quando finalmente retornaram para o acampamento, Josh se preparou assim como os outros, ansioso para descobrir e também com receio de saber o que poderia sair dali de dentro. Ele só precisava ter em mente que nada seria real, assim como mostrado no jantar. Quando todos foram convocados a se reunirem frente a fenda, Josh buscou olhar em volta para saber mais ou menos onde as poucas pessoas que lhe importavam estavam. Queria ao menos ter uma noção de distância para eventuais necessidades para conseguir correr a tempo de ajudar. Não fazia mais parte da patrulha, mas o costume por ter pertencido a eles durante anos no passado o fazia agir e, mesmo a contra gosto, obedecer às ordens que conseguia ouvir dos filhos de Ares. Quando os filhos da magia iniciaram o ritual para fechar definitivamente aquele inferno, seus punhos se fecharam com força no cabo da foice, agora dividida em duas.
Não demorou para sentir a terra tremendo e ouvir o grito agudo saindo daquele abismo, ficando ainda mais nervoso diante do que poderia surgir. É tudo uma ilusão, não são reais. Repetia como um mantra em sua mente, mas quando a criatura surgiu, foi difícil manter aquele raciocínio diante de algo tão real. Era impossível deduzir que aquilo era só uma ilusão dada ao que via, se Circe não tivesse alertado e mostrado durante o jantar, facilmente se tornaria um dos campistas atacados naquele momento. Buscou reforçar para os outros que tudo aquilo não poderia ferir, até ajudou alguns a lutarem conforme eram atacados. Não os culpava, muitos ali não eram preparados, muitos ainda tinham o que aprender e muitos estavam vivenciando um ataque pela segunda vez em suas vidas. Quando o chão tremeu mais uma vez e com isso uma hidra surgiu da fenda, por um mísero segundo, quase cometeu o erro de esquecer novamente que aquilo tudo não era real.
Sua atenção acabou se voltando para os tios no instante em que os viu sendo atingidos pelo veneno da hidra, preocupado até tentou alcançar ambos, mas no meio do caminho ele simplesmente parou quando rolou a explosão. A magia vermelha não trouxe lembranças agradáveis, mas seu olhar pairou sobre o filho de Hécate assim que o mesmo levitou diante de todos. Então era ele o traidor? A resposta veio seguida de mais uma surpresa. Quem diria que uma filha de Circe também estava entre eles? Naquele momento podia sentir a raiva tomando conta de si após finalmente descobrir quem havia matado seu irmão. Só que seu ódio tomou outro rumo ao ouvir a voz de Hécate. Novamente eles eram os culpados. Chegou a cogitar se o pai não estava envolvido, afinal, com Hades no meio dificilmente Thanatos ficaria contra seus planos.
Ainda mantinha em mente que as duas criaturas não eram reais, isso o poupou de ferimentos, mas dada a tudo o que vinha acontecendo, apenas ficou parado tentando assimilar as informações. Quando as caçadoras chegaram e a luta retornou, ele até pegou novamente as foices e ajudou, mas a segunda explosão o deixou ainda mais desorientado. O zumbido no ouvido era pior do que as vozes gritando consigo, tanto que acabou levando as mãos até a região na falha tentativa de amenizar o incômodo. E como tudo o que tá ruim ainda pode piorar, os gritos de desperto tomaram conta do lugar, demorou para entender o que estava acontecendo até perder o equilíbrio e quase cair. Ele estava perto demais. Por um momento encarou os monstros sendo sugados, mas logo buscou ajudar os campistas pelo caminho enquanto lutavam contra aquela força que os puxava em direção à fenda. Novamente tudo ocorreu rápido demais.
Precisou de uma pequena pausa antes de ajudar os outros conselheiros na contagem dos campistas, quando constataram que seis haviam desaparecidos, ou melhor, foram sugados para o interior da fenda, não pode deixar de ficar preocupado. Por mais que não fosse tão próximo de todos, tirando Melis que sempre o enchia – mas ele gostava disso – e Tadeu mesmo com os atritos, ele conhecia o local onde provavelmente estariam. Não era seguro para convidados, quem dirá para intrusos, mas seus pensamentos a respeito foram interrompidos graças ao silencio. Não, não era o silencio vindo dos campistas, pelo contrário, dado ao caos do momento tudo ao redor era bem barulho, mas elas, as vozes, não falavam mais. Olhou em volta, chegou a caminhar alguns passos em direção ao local onde minutos atrás tinha um enorme buraco separando o acampamento, mas nada. Ele finalmente havia se libertado daquele tormento. Pelo menos, por enquanto.
@silencehq
20 notes · View notes
magicwithaxes · 11 months ago
Text
Tumblr media
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤNatalia não sabia explicar, ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤmas quando começou a recitar os feitiços, ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤsentiu-se inabalável.
savorㅤㅤthe taste,ㅤㅤsavorㅤㅤthe pain i don'tㅤㅤexpectㅤㅤyou toㅤㅤrelease me
Mas havia temor. Seria isso suficiente para ajudar? Estava apta? Não seria mais um empecilho e talvez pudesse servir de auxílio aos outros amigos que se ocupavam em proteger os demais, empunhando armas? No entanto, quando se uniu ao coro dos irmãos, sentiu-se segura o bastante para prosseguir, entoando cada verso como uma canção que precisava ser perfeita, que precisava surtir efeito. As palavras fluíram de sua boca sem preocupações, e a mente, antes em frangalhos, não dava espaço ao que os olhos enxergavam. Os monstros eram visualmente reais, mas os pensamentos, agora munidos de uma súbita coragem, a impediam de acreditar neles. Não podia. Não daria a vitória a Hécate, não seria vítima mais uma vez. As memórias dos últimos dias invadiram sua mente, flashbacks que deixariam mais uma marca em sua história. As dores do luto, os pesadelos e a sensação de trauma que cada um deles causou em seu consciente, as acusações direcionadas a ela e aos irmãos, o enfraquecimento… Tudo isso serviu de motivo, de combustível, para continuar ali, parada, mas aos berros, recitando o que parecia ser a única alternativa que todos tinham para pôr um fim.
Fim... Como definir aquilo? Por tanto tempo foi objeto de desejo, mas sempre pareceu inalcançável, difícil demais para as mãos ávidas de qualquer semideus. A paz finalmente reinaria? Não ter mais que se preocupar com os deuses, voltar a uma vida pacata... Seria ingenuidade demais. Contudo, ela era ingênua, cheia de esperança, alguém que sonhava com dias melhores. E depois de Hécate, se ela não voltasse a atormentá-los, quem seria o próximo? Algum deus ressentido pela falta de atenção dos grandes? Apenas para chamar a atenção e ser lembrado? Ela não sabia, mas não duvidava. Agora, Natalia acreditava piamente na falta de escrúpulos dos deuses, em como eram mesquinhos o suficiente para causar o caos, mais um capítulo sendo escrito em seus dias infinitos de vida, onde, pelos anos seguintes, seriam lembrados por tal armada. O pensamento a enfurecia. Não era justo! Quantos mais morreriam por poder?
Pensamentos, pensamentos... Eles consumiam sua mente enquanto a cena se desenrolava. Ver o irmão e a filha de Circe, mais duas peças do jogo da deusa e protagonistas daquele terror sem fim, foi o primeiro golpe em sua determinação. Natalia sentiu as pernas fraquejarem, e a mão estendida em direção à fenda caiu ao lado do corpo. Ela queria desabar no chão, e sua mente, antes tão confiante, parecia aceitar a ideia. A sensação familiar de enfraquecimento tomou conta dela. Mesmo assim, manteve-se firme. Se parasse o que estava fazendo, poderia prejudicar os outros. Ela não podia permitir erros. Por alguns instantes, ouviu a voz grossa e áspera do pai ecoar em seus pensamentos, um incentivo que gerou o efeito esperado: "Você é uma Pavlov! Honre seu maldito sangue!" Não havia mais espaço para dúvidas. Ela lutaria ali, daria o seu melhor, sem deixar margem para contratempos. Todavia, tudo ao redor começou a se fechar. Os sons desapareceram, restando apenas um zumbido frenético, mas insignificante, com sua visão focada apenas na abertura que dividia dois mundos. Ela ignorou o pequeno teatro criado pelo grimório ao se desmanchar em gosma. Seu corpo parecia ser atraído pela magia que emanava dali em profusão, crescendo, tornando-se intoxicante. Natalia gritava, cegamente acompanhando os irmãos que faziam o mesmo, entoando a plenos pulmões os encantos que haviam aprendido.
Até que houve a última explosão.
Cambaleando alguns passos para trás, Natalia fechou os olhos por instinto, mas logo os abriu a tempo de ver a poeira descendo ao chão lentamente, como se o tempo não importasse. Ela não dizia mais nada, estava hipnotizada, sentindo o corpo mergulhar em êxtase, cumprindo o propósito, pronta para, enfim, descansar. A fenda não existia mais. Havia desaparecido. Era o fim, então? Estavam livres? Poderiam, finalmente, respirar em paz?
A atenção voltou para o céu, mais uma vez encantada com o verde, tão próximo do seu tom favorito. Ela tentou sorrir, esboçar uma reação animadora, aquela que havia ensaiado para si mesma por tanto tempo. Por que não estava feliz? Por que não podia ficar feliz? Por que algo a inquietava, sugerindo que algo estava errado? Quando se deu conta da realidade, Natalia assumiu uma expressão de exasperação. A visão dos três traidores da magia, desmaiados no chão, lhe causou enjoo. Contudo, não era repulsa. Seu âmago estava ferido, e a sensação de culpa a invadia aos poucos enquanto seus olhos recaíram sobre a figura desacordada do filho de Afrodite. Ao irmão, alguém que ela tanto adorava. A filha de Circe, por quem nutria nada além de admiração. Ela precisava pensar. Recuar, esconder-se, refletir, organizar-se e, então, reaparecer. Natalia precisava de tempo. Precisava ficar a sós. Antes que pudesse se afastar, lançou olhares para rostos conhecidos. Viu Kitty e, para a amiga, ofereceu um olhar gentil, mas não deixou de notar o seu desespero. Fez o mesmo para Love, aproximando-se e tocando-lhe o rosto de forma amável, mas sem expressar qualquer emoção. Até que seus olhos encontraram o par de azuis acinzentados de Raynar, e para ele, Natalia conseguiu oferecer um sorriso. Triste, mínimo, mas ainda assim um sorriso, antes de, finalmente, partir.
Estava exausta. Pensou em correr bosque adentro. Precisava gritar, deixar que todos os sentimentos acumulados escapassem do corpo, criando espaço e aliviando a agonia. No entanto, não tinha forças para isso, não naquele momento. Antes que pudesse se afastar completamente da multidão vibrante com a vitória, ouviu falar sobre os desaparecidos. O coração pesou dentro do peito, mas continuou caminhando. Os nomes conhecidos bastaram para encher seus olhos de lágrimas, que, contudo, não caíram como esperava. Se ficasse, entraria em desespero, mesmo sem forças para isso. Natalia caminhou sem rumo, passando por todos os chalés e apreciando a quietude. Seria considerada egoísta por dar as costas, sem oferecer ajuda aos feridos ou por não comemorar junto? Não importava. As reflexões a conduziram a um único propósito: descansar. Talvez, ao acordar, enfrentaria a nova realidade. Seus pensamentos a levaram diretamente ao chalé dezessete, após um convite inesperado da conselheira, mas que foi apreciado e aceito sem hesitação. Natalia entrou no recinto sem cerimônia. A cama que lhe fora prometida estava pronta, esperando por ela naquele momento tão aguardado. A filha de Hécate caminhou lentamente até o móvel, retirando desleixadamente os sapatos e a jaqueta que cobria o corpo.
“Finalmente. Todos merecem. Você merece.” 
Uma voz masculina ecoou em sua mente, mas ela pouco se importou. Talvez fosse o costume. Já havia testemunhado tanta magia que não se surpreenderia se estivesse alucinando.
“Durma, você está precisando.”
A voz feminina, rouca e conhecida também se fez presente, e Natalia reconheceu como a da avó. Claro, a senhora russa havia sido peça principal para que a semideusa não entrasse em surto, guiando-a do melhor jeito que podia durante todos os pesadelos. Quando se deu por si, já estava deitada, deixando que o corpo fosse bem recebido pela maciez do colchão. Movendo-se, ela puxou a coberta disposta, embalando-se no calor, aninhando-se tão confortavelmente, procurando a melhor posição que pudesse receber o corpo ao estado de inércia que tanto buscava.
“Finalmente, finalmente.”
A voz masculina soou novamente, agora mais clara e lúcida, permitindo que fosse reconhecida. Natalia, por fim, deixou-se chorar.
“Durma, você merece. Todos merecem.” Flynn falou como se estivesse presente, embalando o sono da semideusa. A sensação de sua mão acariciando os cabelos, embora a sensação sendo imaginária, foi recebida com uma pequena comemoração, expressa pelo remexer na cama e um suspiro seguido de um baixo gemido de satisfação. Poderia ser uma alucinação, um desfecho que a mente cansada havia criado para encerrar aquele dia. Finalmente, paz.
“Fim, Nati. Fim.” 
O falecido filho de Tânatos pronunciou suas últimas palavras, cuja voz se transformou em eco até se perder no silêncio. A voz do amigo foi o último som que Natalia ouviu antes de, finalmente, esquecer a realidade, mergulhando na escuridão e na certeza que apenas o sono poderia proporcionar.
personagens mencionados,ㅤㅤ@maximeloi, @somaisumsemideus, @stellesawyr, @kittybt, @lottokinn, @zeusraynar, @vitorialada, @fly-musings
@silencehq e @hefestotv
21 notes · View notes
bakrci · 11 months ago
Text
Tumblr media
If the people who were supposed to protect you played so fast and loose with your life . . . then how did you survive? Not by trusting them, that was for sure. And if you couldn’t trust them, who could you trust? All bets were off.
Tumblr media
aviso de gatilho: violência, serpentes, mutilação.
Era de se pensar que eles teriam alguma vantagem, com tantas informações repassadas por Circe. Uma Guerra Esquecida. Deuses maquinando contra outros. Mortes incontáveis, tantas que os livros de registros deveriam “lotar toda uma sala”. Não que os deuses se importassem com a vida deles - eram apenas instrumentos para o alcance de um fim, Remzi bem sabia. Contudo, nem o filme ou projeção mais gráfica seria capaz de prepará-los para o que estava por vir. A inquietude que o acompanhou ao longo dos três dias na ilha persistia naquele pós retorno ao Acampamento Meio-Sangue. Era um ímã para desgraças, por que seria diferente quando a desgraça já estava prenunciada? Aliás, o sentimento tinha apenas se intensificado diante das palavras agourentas de Circe, como se estivesse pressentindo seu sucumbir naquela noite.
Era ainda cedo quando se colocou a postos, às margens da fenda, apoiado em Penumbra, o suor frio a escorrer-lhe pelas costas, ao mesmo tempo em que as mãos apresentavam um leve tremor. Ele já não ouvia as ordens de Lecomte àquela altura, mesmo que quem olhasse em sua direção o tomasse por alguém focado. A tensão dos músculos fazia com que se mantivesse teso, como se a fenda irradiasse, desde já, seu descontentamento em ser atacada, direcionado a todos aqueles que ousassem fazê-lo e àqueles que estavam ali para garantir que o feitiço fosse executado.
Assim que os cânticos começaram a ser entoados, a postura se endireitou. Gostaria de vedar o som das vozes dos Filhos da Magia, se pudesse, como se as palavras ditas fossem um convite para o desastre que se aproximava, tornando o Bakirci ansioso enquanto segurava a foice com mais firmeza, duvidando de sua capacidade de suportar o peso. 
Então, o estalo, acompanhado do tremor que o desestabilizou.
A partir daí, foi como se acompanhasse a ação de fora do próprio corpo, analisando a cena como um espectador desinteressado de cinema mudo. Os gritos dos semideuses o desconcentrariam, então tinha de focar no silêncio da própria mente. Um grito, no entanto, se sobressaía, vindo diretamente do interior da fenda.
Ele conhecia Campe, mas não com aqueles olhos.
A criatura traiçoeira avançou com suas extensões ofídias, varrendo alguns semideuses que encontrava no caminho. Ele devia ter dado mais atenção aos avisos de Circe, pois só agora reparava que nem todos eram atacados pelo monstro, que  parecia ter predileção por alguns campistas em específico.
Ao ouvir o sibilar de uma das cobras junto à lateral do rosto, soube que ela estava perto demais para que ele estivesse confortável. Por instinto, se virou com agilidade, erguendo a lâmina dupla na tentativa de decepar a cauda de escorpião do monstro, antes que o atacasse diretamente. Entretanto, o golpe apenas serviu para fazer com que fosse empurrado para trás por outra das extensões da besta, derrapando no terreno e caindo de costas no solo, colidindo com o ombro e a lateral do torso contra as rochas.
Não é real - não era o que todos vinham avisando? Mas, então, por que parecia tão realista?
Acompanhava de perto os esforços de Santi para conter a criatura, e até fez esforço para se juntar a ele, conjurando escudo a partir de suas sombras e mirando as adagas no quadril do monstro, para que atingisse a testa dos bestantes que saíam de sua cintura. 
Avançou uma vez mais empunhando a foice, dessa vez para ser repelido pelo rabo de escorpião que, com a força, o lançou contra o chão, os pulmões explodindo em dor quando o ar foi forçado para fora do corpo. O golpe foi brutal, e por um momento a visão do filho de Nyx escureceu nas bordas, os sons ao seu redor se tornando ecos distantes.
Ele tentou se levantar, as mãos escorregando no solo enquanto a força do monstro o mantinha preso. Penumbra estava fora de alcance, caída alguns metros adiante. O turco estendeu a mão em sua direção, convocando a foice de volta com um gesto rápido. A arma voou para sua mão, tendo o semideus girado com toda a força que lhe restava, acertando Campe em um golpe desesperado.
O som metálico de lâmina contra escama ressoou no ar, mas o monstro não vacilou. Suas armas, constatou, eram completamente ineficazes contra Campe, especialmente quando, no momento seguinte, inúmeras serpentes começaram a se assomar aos seus pés, vindas do monstro, afundando suas presas tóxicas em uma das pernas dele. Remzi soltou um grito involuntário, o veneno queimando através de suas veias como fogo líquido. A dor era excruciante, como se sua carne estivesse sendo corroída de dentro para fora.
Tentando ignorar o pânico crescente, ele conjurou sombras ao seu redor, tentando afastar o monstro o suficiente para que pudesse se reposicionar. Mas Campe era implacável. Outro golpe de sua cauda o atingiu, dessa vez diretamente no joelho, quebrando o osso com um estalo horrível que o assombraria para o resto da vida.
Remzi gritou; a perna cedendo sob seu peso no instante em que ele caiu de joelhos, incapaz de continuar lutando de pé. A dor era um borrão confuso, cada respiração uma luta, e o Bakirci sabia que precisava continuar se movendo ou estaria perdido. Porém, o corpo protestava, implorando pelo desligamento. 
O veneno injetado por um sem número de presas agiu rápido em seu sistema, ao ponto de não saber se o que via era real ou se estava alucinando - a cena caótica se desenrolando como se o tempo estivesse acelerado e desacelerado ao mesmo tempo.
Uma semideusa filha de Morfeu atingida no ombro pela cauda de escorpião.
Santiago sucumbindo junto com ele.
Seus irmãos, Damon e Alina, padecendo diante de uma hidra. 
E depois, uma voz: o segredo precisa ser revelado, o Silêncio irá cair e o Olimpo sucumbirá em conjunto.
O… Segredo?
Já não importava qual era. Ele nem estaria vivo para descobrir.
Os olhos já estavam se fechando sozinhos e Remzi já estava meio grogue - completamente envenenado, a visão embaçada e desfocada, a boca seca - quando sentiu alguém o arrastar para longe da batalha como o peso morto que tinha se tornado. Uma garota. Uma Caçadora da deusa da lua.
Não sentiu a terra tremer ou o mundo ser sugado para baixo, porque assim que se viu arrastado por Thalia Grace, ele se permitiu desistir e aceitar que tinha falhado, a escuridão tomando sua visão, o veneno corroendo sua carne... E então, finalmente, o alívio da inconsciência o envolveu.
Tumblr media
try not to look down on people who had to choose between death and disgrace.
Essa não é a primeira vez que Hécate usa vocês como marionetes, semideuses. Não é a primeira vez que a fenda se abre no acampamento, não é a primeira vez que um de vocês… Crianças dos Três Grandes são semideuses de ego elevado, de orgulho maior do que os próprios feitos… A fenda é obra de Hades e Hécate... Ambos estavam trabalhando juntos pois desejavam trazer à tona um segredo dos deuses…
A dor era insuportável. Remzi acordou com um grito preso na garganta, os pulmões falhando em puxar o ar enquanto uma queimação pulsava em sua perna. Ele tentou se mexer, mas qualquer movimento trazia uma nova onda de agonia. A sala ao seu redor era fria e escura, o som distante de murmúrios e vozes o alcançando como se viessem de muito longe.
O filho de Nyx piscou várias vezes, tentando clarear a visão turva. Estava deitado em uma maca improvisada, na enfermaria do Acampamento, seu corpo envolto em cobertores pesados para conter a febre. Mas nada disso importava. Tudo que ele conseguia sentir era a dor lancinante em sua perna. Quando seus olhos finalmente focaram, ele notou a mancha escura de sangue na lateral do colchão, onde a perna direita estava estendida.
Algo estava errado. Muito errado.
Remzi tentou mover o pé, mas não houve resposta. Ele se forçou a olhar para baixo, engolindo o nada quando viu o estrago. A perna estava enfaixada, a atadura saturada de sangue, e o inchaço era grotesco. Além disso, a pele estava descolorida, manchada de preto e azul, as marcas das mordidas das serpentes ainda visíveis ao longo de sua panturrilha. E o veneno... Ele sabia que o veneno ainda estava ali, se espalhando como uma praga, queimando tudo por onde passava.
Uma figura se aproximou dele, a silhueta alta e familiar de Quíron, o centauro com expressão grave, algo que Remzi raramente via. Ao seu lado, Esthis, filha de Poseidon, segurava um frasco de néctar com as mãos trêmulas, os olhos cheios de preocupação.
"Remzi," Quíron começou, sua voz profunda carregada de uma tristeza que o semideus não sabia decifrar. "A situação é grave. O osso se partiu durante a batalha. E o veneno... Se espalhou mais rápido do que conseguimos controlar. Nós tentamos, mas a sua perna... Ela não está reagindo aos nossos tratamentos."
O coração do semideus afundou. Ele olhou para Quíron, tentando entender o que ele estava dizendo, mas as palavras pareciam flutuar no ar, pesadas demais para absorver.
"O que quer dizer com isso?" Remzi perguntou, sua voz áspera devido à falta de uso, quase inaudível.
Quíron respirou fundo antes de continuar. "Se não agirmos agora... O veneno vai se espalhar para o resto do seu corpo. Já está começando a afetar outros órgãos. Se não cortarmos... Você não vai sobreviver."
Remzi piscou, o choque se espalhando pelo seu corpo como um golpe físico. Cortar...?
"Você quis dizer... amputar?" ele mal conseguia dizer a palavra, seus olhos fixos em Quíron, esperando que o centauro negasse, dissesse que havia outro jeito, qualquer outra solução. Mas não houve resposta.
Ainda assim, talvez o mais digno a se fazer fosse oferecer uma negativa, morrer como um dos seus, em decorrência de seus ferimentos. Porém, não pode deixar de pensar que até mesmo a honra de morrer em batalha os deuses haviam tirado dele. Por que não tomariam sua perna?
“Remzi, eu sinto muito…” foram as palavras de Essie, como se se desculpasse pelo que seus superiores estavam prestes a fazer, depois que ele anuiu, de maneira quase imperceptível, ao mesmo tempo que encarava o nada.
Sim. Teria sido melhor se tivesse morrido.
mencionados: @lleccmte, @aguillar, @notodreamin, @sonofnyx, @nyctophiliesblog, @essalis
para @silencehq e @hefestotv
28 notes · View notes
eroscandy · 11 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media
⸤ 🌹 ⸣ ⸻ WITH ALL THE PRETTY FLOWERS IN THE DUST ,
Headcanons de Candace Lovegood sobre o Fechamento da Fenda.
Contrariada por deixar uma das irmãs convencê-la sobre mudar a cor dos cabelos, Canda pegou o discurso de Circe na metade. O que, felizmente, não foi difícil de acompanhar. Os deuses sempre foram muito esquivos quanto as próprias histórias e, convenhamos, tudo é muito conveniente para quem 'ganha' o direito de ditá-la. Sua confiança nas crias de Hécate ainda balançava, salvo alguns nomes; e seu olhar para cada rosto era avaliativo. Marcou em seus pensamentos de evitar qualquer contato até ter certeza.
Candace foi uma das que foram atrás dos documentos e que não se assustou quando não encontrou nada. Seria fácil demais. Contudo, ainda leu os arquivos de antes e depois, atrás de qualquer pista que tenha deixado passar. O plano frustrado quando o tempo passou rápido demais e ela precisou se juntar aos outros no ritual de fechamento. Mais uma nota de continuar as pesquisas e de trazer seu cérebro a tiracolo.
Escolheu o terreno mais alto perto dos curandeiros. Não era de combate de perto, não adianta; mas a rapieira confeccionada pelos Ferreiros estava em mãos. Candace sentia o nervosismo dar nós no estômago, um misto de sentimentos preocupados e ansiosos, muito estranho para a confiança que exibia independente da missão. Talvez alguma coisa estivesse diferente, talvez fosse o cabelo castanho-avermelhado. Ou talvez fosse a mudança de cenário, de estar acostumada à segurança de Circe e relutante em aceitar a nova (e de sempre) realidade.
Dizer para não acreditar em monstros bem reais? Não não. Candace acreditou em cada um deles e não perdeu tempo em lançar suas flechas à distância. O ângulo era estranho, pela quantidade de semideuses na linha de visão, mas ela improvisou como deu. Os tiros iam em arco, cada flecha mágica com uma rosa envolvida. Ao cair atrás dos monstros explodiam sonoramente. Suas mãos tremiam quando encaixava firme, mas... Até quando?
Cada explosão mexeu muito com a filha de Eros. Três traidores? Ela esperava dois, afinal, não acreditou em momento algum no bode expiatório do primeiro. Agora dois? Seus passos iam para trás, na direção da enfermaria, o cérebro meio confuso demais para enfrentar aqui tudo. E quando a fenda começou a puxar? Ela se agarrou a uma árvore chorando, cravando as unhas no tronco e arranhando o rosto pela força que segurava. Foi o momento mais assustador daquele ano (perdendo para Hidra). Por quê? Não tinha como combater a terra querendo engoli-la.
Quando a poeira baixou e as ordens foram dadas, Candace criou uma rosa mágica e a lançou na direção do chalé. Fogos de artifício coloridos iluminando a fachada do chalé de Eros e, assim, chamando-os de volta. A contagem estava certa, graças aos deuses, mas ela ficava na ponta dos pés para ver os outros. Seu coração acalmando a cada rosto conhecido respondendo seu olhar desesperado. Sua visão aguçada enxergou a maioria antes do primeiro nome ser anunciado. Melis. As lágrimas escorreram imediatamente. Aí... Vieram os outros. Brooklyn. Tadeu.
Depois de assegurar-se que todos os irmãos estavam bem, Candace foi atrás dos três. Perguntou novamente para os irmãos, correu para onde a fenda estava atrás de alguma coisa. Uma saída secreta, um túnel remanescente. Custava... Custava muito não passar o resto do dia tentando achar uma maneira de ir buscá-la, mas seria em vão. Sabia que era em vão. Então refinou seus esforços. Confiou na esperança de que estava viva. Estavam vivos. E queimou oferendas para todos os deuses que pudessem ajudá-los a encontrar o caminho de volta.
@silencehq e @hefestotv
29 notes · View notes
stcnecoldd · 11 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media
‎‎‎‎ ・  FLYING AT THE SPEED OF LIGHT THOUGHTS WERE SPINNING IN MY HEAD SO MANY THINGS WERE LEFT UNSAID IT'S HARD TO LET YOU GO ...
trilha sugerida.
personagens citados: @sinestbrook , @nemesiseyes e @kerimboz
O Silêncio protege a todos, o Silêncio os mantém seguros. As palavras de Circe, que para Aurora ressoaram como o ápice da insensatez, cravaram-se em sua mente, reverberando como um eco inquietante que parecia nunca se dissipar, enquanto o silêncio cobria os sobreviventes como um pesado manto de luto dentro da caverna usada como refúgio. Foi preciso reunir todo o seu autocontrole para não lançar-se contra o pescoço da deusa ao ouvi-la discursar, uma vez que a exaustão provocada por tantos segredos, revelações vagas, distrações e displicência havia atingido seu limite, e a fúria fervilhava dentro dela, implorando para ser liberada. Talvez devesse ter cedido ao impulso, talvez o impacto de um ataque inesperado contra a divindade pudesse ter mudado o curso daquele capítulo trágico que estavam escrevendo com sangue. O silêncio e a omissão ceifavam a vida de inocentes. Sempre que acreditava ter finalmente banido a lembrança, a imagem de Brooklyn sem vida voltava a assombrar seus pensamentos, como um lembrete cruel de que, naquele acampamento, não havia mais vitória que não viesse acompanhada de perdas dilacerantes.
‎‎‎‎ WAITING FOR THE END TO COME WISHING I HAD STRENGTH TO STAND THIS IS NOT WHAT I HAD PLANNED IT'S OUT OF MY CONTROL
A dor em seu braço já não a incomodava como antes, tornando-se quase insignificante em comparação com a angústia sufocante que apertava sua garganta e fazia seu peito pesar. De certa forma, a dor era um consolo, um sinal de que ainda estava viva, de que seu coração ainda batia, bombeado o sangue que havia sido estancado pelo tecido improvisado que envolvia a carne dilacerada. Mas, por quanto tempo? A imagem daquele que fora deixado para trás, daquele que já não a permitia mais lamentar sua própria sobrevivência como antes, também retornava incessantemente para assombrar seus pensamentos, tornando quase impossível conter as lágrimas que teimavam em acumular dos olhos, mesmo diante de seus maiores esforços para manter a compostura. Agora que finalmente havia encontrado a oportunidade de ser feliz? A vida não tardava a lição de que o amor está fatalmente entrelaçado com o sofrimento. Como estaria Kerim, agora que havia desaparecido de seu campo de visão, talvez para nunca mais retornar? O maremoto revolto em seu interior tornou-se ainda mais agitado, deixando-a inquieta ao tentar disfarçar suas reações diante dos outros campistas, que também lidavam com suas próprias batalhas internas. A mão saudável se fechou com firmeza em um punho, os nós dos dedos ficando pálidos sob a pressão, enquanto ela respirava profundamente e fechava os olhos com força. Tentava desesperadamente conter a dor, mas o nó na garganta só se intensificava, e o choro reprimido ameaçava transbordar, tornando-se cada vez mais impossível de controlar.
‎‎‎‎ I KNOW WHAT IT TAKES TO MOVE ON I KNOW HOW IT FEELS TO LIE ALL I WANNA DO IS TRADE THIS LIFE FOR SOMETHING NEW HOLDING ON TO WHAT I HAVEN'T GOT
Inquietos, agora seus pensamentos a levavam aos demais campistas alheios ao que se passava ali embaixo, que certamente permaneciam ignorantes acerca da trágica morte de Brooklyn. Não faziam ideia do que os esperava. O que seria daqueles que teriam que enfrentar a morte de mais um amigo querido? Como se adaptariam à ausência de um riso que costumava iluminar seus dias? E como suportariam as memórias constantes, ressurgidas a cada canto do acampamento, as atormentando diariamente? Apostava suas fichas em como todos ainda se agarravam à esperança de reencontrá-lo com vida, uma esperança que, inevitavelmente, seria confrontada pela dura realidade, que cedo ou tarde acabaria por encontrá-los. Era exatamente essa dor que havia passado a vida inteira tentando evitar. Agora, ofegante e consumida pela fraqueza deixada pelo sangue drenado de seu corpo, sua mente estava envolta em névoa, assim como o olhar, que ameaçava ser invadido pela escuridão. Algo dentro dela parecia prestes a desmoronar em uma implosão iminente. A muralha emocional que Aurora ergueu para se proteger não conseguiu extirpar sua empatia profunda. Mesmo por trás de sua fortaleza interna, ainda compartilhava a dor de seus semelhantes, lamentando as aflições alheias com a mesma intensidade.
‎‎‎‎ SITTING IN AN EMPTY ROOM TRYING TO FORGET THE PAST THIS WAS NEVER MEANT TO LAST, I WISH IT WASN'T SO
Primeiro, violara sua própria promessa, mergulhando em um sentimento destinado à angústia. Agora, também quebrava a promessa feita a Kerim, submetendo-o à insegurança que relutantemente tentara privá-lo de enfrentar com aquele relacionamento. E se nunca mais o visse novamente? E se não tivesse a chance de se despedir e dizer a ele como realmente se sentia? Um soluço audível interrompeu o período em que tentou se manter forte, e as lágrimas, antes controladas, agora fluíam livremente de seus olhos, cristalizando-se ao tocarem a pele de seu rosto. Droga! Desesperada para evitar os olhares dos outros que ali estavam, levantou-se apressada, cambaleando e se escorando na parede da caverna para manter o equilíbrio. Já haviam presenciado tragédias demais. A penumbra ao redor contribuía para seu isolamento, escondendo novos cortes que surgiam em sua face. No entanto, seus passos ainda buscavam um refúgio mais reservado, mesmo que a levassem diretamente para o Tártaro. Aurora havia sido forte por tempo demais, e todas as experiências intensas acumuladas em um breve espaço de tempo, todas as emoções que se aglomeravam dentro dela, agora buscavam evasão. Seu choro não era apenas um lamento de tristeza, era um grito de desespero, luto, fúria, revolta, exaustão, saudade... As marcas deixadas na pele eram um reflexo das cicatrizes que guardava em seu peito, nunca encontrando uma cura.
‎‎‎‎ WHAT WAS LEFT WHEN THAT FIRE WAS GONE I THOUGHT IT FELT RIGHT, BUT THAT RIGHT WAS WRONG ALL CAUGHT UP IN THE EYE OF THE STORM AND TRYING TO FIGURE OUT WHAT IT'S LIKE MOVING ON
Os soluços vinham com tal intensidade que mal conseguia respirar, como se a qualquer momento o ar fosse lhe faltar e nunca mais retornar. Era uma sensação sufocante o abandono desgovernado às lágrimas que, por tanto tempo, estiveram aprisionadas. Similar à vez em que se arriscara a pular de uma queda d'água. os segundos aflitivos de confusão e nado efusivo em busca do retorno à superfície, tudo isso enquanto sentia seu fôlego prestes a acabar a qualquer momento. Até mesmo os breves momentos de liberdade e êxtase que antecederam a queda pareciam os mesmos. Pelo canto dos olhos, percebeu a silhueta de alguém se aproximando. Por reflexo, virou o rosto rapidamente para o lado oposto, escondendo-se na tentativa de evitar qualquer contato. ── Não... ── Tentou falar, mas a voz saiu tão fraca que se perdeu no ar, como uma bruma que se desfaz antes de ser notada, levando consigo suas intenções de se afastar. Estava exausta de tudo, consumida por um cansaço profundo. Ao perceber que já não havia escapatória, que o isolamento não era mais uma opção, soltou um suspiro resignado. Com a expressão marcada pelo abatimento e pelo sangue, relutantemente ergueu os olhos para encontrar Tadeu, mais uma vez se desmoronando sob o peso de sua própria melancolia. Os pés pesados se arrastavam no chão, guiando-a em direção ao semideus de olhar pesaroso, deixando-se tombar até repousar a testa em seu ombro. Precisava de alguém, de qualquer pessoa. O som de soluços ainda mais profundos romperam o silêncio sepucral, ecoando pelo ambiente como um lamento desesperado. ── Eu sinto muito. ── Lamentou com todo seu coração.
‎‎‎‎ WE'RE LIVING AT THE MERCY OF THE PAIN AND THE FEAR UNTIL WE DEAD IT, FORGET IT LET IT ALL DISAPPEAR
Tumblr media
20 notes · View notes
misshcrror · 11 months ago
Text
Tumblr media
              𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐇𝐎𝐑𝐑𝐎𝐑: ──── YASEMIN's point of view ;
Maybe then I'll fade away and not have to face the facts, It's not easy facin' up when your whole world is back.
Yasemin jamais havia imaginado que sua vida poderia mudar tão drasticamente em tão pouco tempo. Quando a guerra contra Gaia aconteceu, ainda era uma menina. De poucos laços, forte como um leão e tentando conquistar seu espaço no acampamento. Completou seus dezoito anos no fim da guerra e desde então vinha experienciando aquele período pacifico até o chamado. Como filha de Deimos, sabia que sua natureza reverberava por lutas, afinal seu pai era um dos daemons da guerra ao lado de Ares. Voltar a ação era algo que, particularmente, ela gostava. No entanto, agora tinha muito mais afetos para zelar e como uma pessoa que não falta às promessas que faz, que era leal, ela se sentia mal por ver tantos amigos envolvidos numa guerra que não era deles.
Desde que foi para a ilha, tentou viver seus dias tranquilos como se fossem os últimos porque talvez fossem mesmo. Ela não sabia o que ia acontecer quando fossem tentar fechar a fenda e quando a última noite na ilha de Circe chegou, era inevitável não sentir a ansiedade crescente dentro de si. Quando a explicação da deidade veio, pensou sobre todo o caminho percorrido desde que o chamado de Dionísio aconteceu e seu olhar se focou diretamente para Petrus, um de seus desafetos e especialmente o garoto que investigou por semanas a fio. Claro que não era a primeira vez e ter um rapaz que reviveu tudo ali parecia meio óbvio. Uma pena que ele não se lembrava de nada. A vontade era de implorar para Circe revirar a mente dele ali mesmo, mas nada disse afinal logo em seguida o discurso sobre os filhos dos três grandes e veio e seu olhar inevitavelmente caiu sobre Joseph. Ele não era egocêntrico, mas o pai era. Era isso que temia, que sobrasse para o namorado uma função que não deveria ser dele uma vez que Poseidon nem se deu ao favor de aparecer na vida do rapaz em alguma mínima ocasião.
As projeções no teto chamavam sua atenção, os olhos focados em cada detalhe das batalhas travadas e com um segredo sendo revelado, os olhos focaram nos deuses presentes na mesa. Seria mesmo possível que seres milenares esqueceriam algo assim de tanta importância? O mundo estava acabando e era isso? Iriam simplesmente esquecer de um ponto especifico da historia? Mas como se aquela revelação ainda não bastasse, quando a deusa citou o feitiço proibido, seu coração parou por um momento. Os olhos procuraram imediatamente por Pietra na mesa porque ela havia contado para si que tinha tentado o feitiço proibido semanas antes, na briga delas. Era ela. Era ela e Yasemin sabia. De repente a comida revirou em seu estômago de modo que foi difícil conter a expressão azeda em seu rosto. A ameaça velada era clara e não seria ela que falaria algo. Já estavam com problemas demais e tinham uma fenda para fechar. Foi dormir cedo, depois de meditar e acordou da mesma maneira: meditando. Precisava se manter fria como Deimos havia lhe ensinado anos antes e garantido que assim controlaria melhor seus novos poderes.
Como patrulheira, Yasmin sabia que precisava agir rápido. As ilusões não seriam um problema para si, afinal ela era mestre nelas desde tenra idade. No entanto, isso não as tornava menos perigosas. Com seu novo poder despertado desde a ilha, sabia que num momento de emoções fortes, as sombras podiam surgir novamente, e então teria um problema a mais que ainda não sabia controlar bem. Quando a luta começou e campe surgiu, engoliu o seco. Não é real. É como as ilusões que você cria. Não é real. Manteve o mantra em sua cabeça o tempo todo. Yasmin tentou, com toda a sua força, manter todos ao seu redor firmes, inspirando coragem e força nos amigos mais próximos. Viu seu companheiro de equipe de patrulha Remzi cair junto do amigo Santiago, tentando defender os demais ao seu redor porque não queria e nem iria perder ninguém naquele dia. E então a Hidra veio. Já estava com alguns ferimentos, mas mal os sentia. Entorpecida pela dosagem de adrenalina liberada por seu corpo. A batalha era intensa, o caos ao redor era inebriante, mas Yasemin se manteve firme. Ela se movia com a agilidade de um felino, desviando dos ataques e golpeando os monstros com precisão. Cada movimento seu era um reflexo de seu treinamento, da experiência que havia acumulado ao longo dos anos. Mas, mesmo em meio à luta, ela não estava sozinha. Seus amigos mais próximos estavam ao seu lado, lutando com a mesma determinação e isso lhe dava ainda mais forças.
O pior ainda estava por vir. No meio da batalha, quando sua irmã Octavia foi ferida, a turca sentiu o chão desaparecer sob seus pés. O choque tomou conta dela, e o desespero começou a crescer. Ela correu para a irmã na mesma hora ignorando os gritos lhe chamando e se ajoelhou ao lado da outra prole de Deimos. Tentou a todo custo reanimar e chacoalhar a irmã para que acordasse, e sem qualquer retorno, foi rápida em usar sua força para pegar a mesma no colo e correr para a enfermaria. Não tinha tempo a perder e mesmo que Benjamin tivesse insistido para ficar ali e cuidar dos próprios ferimentos, apenas o fez prometer que iria cuidar da irmã e de quem mais chegasse ali. Quando retornou ao centro da batalha, no entanto, teve uma surpresa maior. O choque se aprofundou ao ver Hektor, Estelle e Maxime, todos revelados. Ela ficou estática por um momento, incapaz de processar o fato de que não havia apenas um traidor, mas três deles. A revelação de Estelle especialmente a abalou, pois, até um dias atrás, quase acreditava na inocência dela.
Não havia tempo a perder, porém com tantas emoções, era claro que sairia do controle. Foi quando notou o ambiente ao seu redor muito mais escuro do que deveria. As sombras estavam ali como aconteceu na ilha, envolvendo ela como um véu, um casulo, se movimentando e até mesmo atraindo alguns olhares tortos porque não sabiam se era alguma magia de Hécate ou apenas um descontrole. Fora a questão de atrapalhar a visão e luta dos demais campistas. Se sentiu constrangida, mas respirou fundo e voltou ao fundo da batalha. Yasemin lutava contra os monstros ao mesmo tempo em que lutava contra si mesma, tentando impedir que seu poder saísse de controle. Ela não podia permitir que isso acontecesse, não agora. Precisava lutar por seus amigos, deixa-los sã e salvos. Eles precisavam ficar bem. Todos eles. Joseph, Bishop, Kaito, Melis, Daphne, Maya, Katrina e tantos outros que era incapaz de contar nos dedos da mão. Quem diria que tinha tanto a zelar agora. Quando Thalia surgiu, respirou aliviada pois reforço era melhor que tudo e teriam uma chance melhor. Especialmente das caçadoras. No entanto, quando a fenda começou a sugar tudo o que vinha, a ruiva correu. Ela ouviu Melis gritando pelo seu nome e viu que Anastasia chegou primeiro, e se preocupou em ajudar a segurar um outro campista caído ao seu lado que estava quase indo para o buraco também. A terceira explosão veio junto da poeira que a levou para o chão, mas ajudou a sair daquele caos junto com o outro semideus, as sombras ainda lhe imbuindo e causando uma aparência muito mais tenebrosa já que suas mãos estavam envoltas de veias escurecidas. Era macabro.
Quando a poeira abaixou, olhou ao redor sem ver mais uma fenda ali e ela não gritou em comemoração, mas estava aliviada. Tão aliviada que sentiu as sombras sumirem e o seu novo poder estava no controle novamente. A contagem com seus poucos irmãos a deixou tranquila, com exceção de saber que sua irmã estava na enfermaria com outros amigos, mas sabia que os curandeiros iriam fazer o melhor para deixa-los bem. No entanto, era claro que nada eram flores. Quando correu para sua equipe de patrulha, não conseguia achar seu líder Arthur, e Eve parecia desesperada por não achar Brook. Foi quando notou que Melis e Aurora também não estavam ali. Ela olhou para onde a fenda estava e se lembrou de Melis pedindo ajuda, levando a mão a própria boca, chocada com o que a mente havia acabado de processar. Nastya não havia conseguido ajudar a amiga quando ela pediu por ajuda e Yasemin não se certificou de que elas precisavam de ajuda afinal o caos estava estalado.
Mais uma vez, como em sua missão, havia perdido amigos por sua desatenção e preocupação com tantas coisas acontecendo ao redor. Quando percebeu que seus amigos simplesmente haviam desaparecido, caídos na fenda, o desespero de Yasmin alcançou um novo patamar. Sentia-se completamente desolada, sem saber o que fazer. A ruiva não podia se deixar levar, não enquanto ainda havia algo que pudesse ser feito. Uma coisa era certa: lutaria até o fim para trazer todos eles de volta. Se recusava a ceder. A filha de Deimos sabia que era a única coisa que podia fazer — lutar, até que não houvesse mais forças em seu corpo.
@silencehq.
27 notes · View notes
leaozinho · 11 months ago
Text
Tumblr media
                                      𝙃𝙚𝙖𝙧𝙩𝙥𝙞𝙚𝙧𝙘𝙚𝙧
   ❝  a  bow  and  arrow  made  by  the  children  of  Hephaestus,  chosen  by  Aslan  ❞
Posto frente a frente com o arsenal produzido pelos ferreiros, Aslan seguiu para o lado dos arcos sem pensar duas vezes. O problema em si não era falta de espadas — sua falcata já fazia bem seu serviço para aquele estilo de luta —, mas sim a falta de habilidade dele com a arma. Pegar mais uma não faria sentido e seria apenas mais um peso sobre si, um que logo seria deixado de lado quando a necessidade de virar um felino surgisse em meio ao caos.
Com um arco e flecha, no entanto, Aslan sentia-se mais confiante. Distante do cenário de combate, com um arco, Aslan conseguia ferir quem atacava e preparar-se melhor para o momento de usar seus poderes, assim evitando se cansar tão rápido. Era o que ele vinha aprendendo nas aulas com Aidan pelo menos e apesar de saber que ainda tinha um longo caminho a seguir para mestrear arquearia, com os arcos disponíveis durante os treinos, o filho de Dionísio já se sentia bem mais confortável do que ficara alguma vez com sua espada.
Assim, passou a analisar as opções a mostra e uma delas chamou sua atenção mais que qualquer outra. Pegando-a com cuidado, Aslan testou o peso e sua resistência, assim como fingiu atirar para ter certeza que nada nenhum dos detalhes esculpidos no corpo do arco atrapalhariam sua visão. Ao abaixá-lo, o semideus sorriu e não o devolveu à mesa. Na verdade, esticou-se para pegar a aljava e flechas que completavam a arma que agora pertencia a ele.
+ 𝙖𝙧𝙘𝙤
Tumblr media
O  arco  escolhido  é  feito  de  ouro  imperial,  tem  uma  forma  um  pouco  mais  curvada  que  o  normal, com  as  extremidades  se  alongando  e  afinando  para  fora.  A  parte  central  é  mais  alta,  formando  uma  espécie  de  cúpula,  e  as  extremidades  se  curvam  ligeiramente  para  baixo.  A  arma  é  decorada  com  elementos  esculpidos:  na  parte  central  superior,  há  dois  elementos  que  se  assemelham  a  cipós,  com  curvas  graciosas  que  se  voltam  para  fora.  Esses  elementos  adicionam  uma  sensação  de  simetria  e  elegância  ao  design;  ao  longo  do  arco,  há  padrões  intricados  esculpidos  que  lembram  folhas e  vinhas.  Estes  padrões  são  cuidadosamente  trabalhados  para  criar  um  visual  detalhado  e  sofisticado;  a superfície  tem  uma  textura  suave  e  polida,  com  os  detalhes  em  relevo  proporcionando  contraste.
+ 𝙖𝙡𝙟𝙖𝙫𝙖 𝙚 𝙛𝙡𝙚𝙘𝙝𝙖𝙨
Tumblr media Tumblr media
A  aljava  tem  uma  forma  alongada  e  curva,  que  se  alarga  na  parte  superior  onde  as  flechas  são  inseridas.  Seu formato  é  curvado  para  um  melhor  encaixe  ao  corpo  quando  carregada e  sua  superfície  é  decorada  com  detalhes  esculpidos,  com  padrões  intrincados  representando  folhagens e  arabescos.  Esses  detalhes  dão  uma  aparência  rica  e  elaborada  ao  objeto,  atribuindo a  ele  um  ar  decorativo para  além  de  sua  função  prática.  Apesar  da  cor  dourada,  o  material  da  aljava  não  é  ouro  como  o  do  arco,  mas  sim  um  couro  mais  resistente  e  pintado  para  ornar  com  o  arco  e  as  flechas. A  aljava  possui  duas  alças,  também  ornamentadas.  Essas  alças  permitem  que  ela  seja  carregada  nas  costas  ou  pendurada,  sendo  ajustáveis  para  melhor  conforto  do  arqueiro. 
A  ponta  da  flecha  é  feita  de  um  ouro  mais  claro  e  possui  um  formato  geométrico  angular.  Ela  também  tem  detalhes  esculpidos,  adicionando  um  toque  refinado  ao  seu  design.  A  ponta  é  afiada  e  simétrica,  mantendo  suas  características  tradicionais  funcionais, embora  carregue  traços  decorativos. A  haste  da  flecha  é  longa  e  fina,  feita  de  ouro  imperial.  Sua superfície  é  lisa,  sem  ornamentos  adicionais,  permitindo  um  contraste  com  a  ponta  e  a  pena.  Já  a  pena, localizada  na  extremidade  oposta  à  ponta, volta  a  ter  um  design ornamentado.  Ela  é  de  ouro  e  esculpida  em  forma  de  folha,  com  detalhes  intrincados  que  imitam  as  nervuras  de  uma  folha  verdadeira. 
19 notes · View notes
lottokinn · 11 months ago
Text
Tumblr media
               𝐓𝐑𝐘 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐊𝐘: ──── LOVE-KINN's point of view ;
O jantar trouxe muitos esclarecimentos para a cabeça confusa de Love. Talvez o principal fizesse morada quando percebeu que, apesar de toda a dor e sofrimento que carregava, seus amigos e o acampamento precisavam dela. A fenda estava prestes a se fechar, e a batalha era inevitável. Embora a mágoa causada por sua família paterna a tivesse feito derramar muito sangue, ela decidiu que não permitiria que o mesmo destino caísse sobre o acampamento.
Com a determinação de proteger seus amigos e o lugar que chamava de lar, Love ergueu a cabeça e decidiu lutar. Sabia que, mesmo que os deuses estivessem distantes e que sua mãe divina, Tique, não estivesse presente para guiá-la, ela mesma faria sua sorte. Com esse pensamento, toda a dor e lamentação fora jogada de lado, afinal não tinha espaço para lagrimas quando seu lar, seu verdadeiro lar, precisava de proteção.
Foi assim que lançou-se na batalha ao lado de seus companheiros. Lutando e se defendendo nos monstros saídos da fenda, de sua mente ao todo custo alimentando as criaturas, porque apesar de ouvir que não eram reais, pareciam reais demais para Love que esteve presente em duas guerras anteriores. O horror ainda a perseguia por algumas noites em pesadelos. No entanto, ainda era uma figura pacifica e havia colocado em sua mente que iria ajudar quem precisasse. Love viu amigos que considerava irmãos lutando desesperadamente, alguns caindo, outros se erguendo para proteger aqueles ao seu lado. Sentiu um impulso irresistível de ajudar, de fazer algo além de apenas lutar. Por isso, a cada campista que caía, Love estava lá para socorrê-los, levando-os para a enfermaria, sem se permitir parar, mesmo quando suas próprias forças começavam a fraquejar. Alguns ela ainda parava para cuidar dos ferimentos como pôde antes de voltar à linha de frente. Fez isso repetidas vezes, seu corpo se movendo de forma incansável entre a batalha e a enfermaria, como se estivesse determinada a salvar o maior número de vidas possível.
Quando a explosão veio e começou a sugar tudo no caminho, suas asas, feridas e enfraquecidas, se manifestaram novamente. Mas desta vez, algo era diferente. Uma energia vermelha envolveu as asas, conferindo-lhes uma nova força e uma camada protetora que nunca haviam exibido antes. Isso a pegou de surpresa. Não teve tempo de pensar porque ajudou alguns a saírem daquele local o mais rápido possível. Era como se, de alguma forma, a dor e a fúria dentro dela estivessem sendo canalizadas para algo maior, algo que poderia proteger não apenas a si mesma, mas também seus amigos.
Após o fechamento da fenda, se permitiu comemorar, e Love fez a contagem dos campistas em seu chalé. Tudo o que é bom, dura pouco, claro. Ao perceber que alguns de seus amigos haviam caído na fenda, sentiu o desespero a invadir. Melis, Brook, Tadeu... E tantos outros. Não! O choro veio e se permitiu colocar pra fora o sentimento de fracasso porque apesar de conseguir ter salvado tantos, ainda deixou para trás alguns que não deveriam ter caído na fenda de forma alguma desaparecendo no abismo antes que ela pudesse fazer algo para salvá-los.
Ao olhar ao redor, viu os campistas restantes – feridos, exaustos, mas vivos – e soube que ainda tinha um papel a desempenhar. Queria salvar todos, mas sabia que também precisava cuidar dos que ainda estavam presentes e feridos. Talvez ajudar os outros fosse exatamente o que ela precisava para começar a curar a si mesma. Uma vez curada, poderia também salvar os caídos e faria exatamente isso, mesmo com o coração ainda pesado, mas determinada a conseguir.
@silencehq.
19 notes · View notes
sonofthelightning · 11 months ago
Text
Tumblr media
Alguns headcanons do Ian durante o jantar e o ritual para fechar a fenda. @silencehq @hefestotv
A fachada de tranquilidade era tão bem construída que o permitia manter o semblante sereno até mesmo em momentos como aquele. Enquanto Circe falava, os olhos se mantinham fixos nas imagens e Ian descobria — não que em algum momento ele houvesse se esquecido — que todo o ódio que sempre sentiu pelos integrantes do Olimpo podia sim se tornar pior. Claro que tudo havia começado a partir de uma das inúmeras disputas por poder e claro que quem acaba pagando o maior preço não eram os deuses. Comeu em silêncio aquela noite, e assim que pôde, voltou para o quarto. O sono, como de costume, foi breve, e na manhã seguinte estava entre as primeiras pessoas a atravessarem o portal de volta para o Acampamento.
Durante o ritual, Ian parecia calmo, muito mais calmo do que realmente se sentia. O aviso de Circe sobre as mortes era algo bem claro em sua mente, mas optava por se atentar a um detalhe específico: os monstros não eram nada além de ilusões. Durante todo o ritual, manteve os olhos fixos na fenda, movendo-os apenas para observar os filhos da magia entoando os feitiços.
A sucessão de eventos aumentavam sua luta interna entre permanecer onde estava e juntar-se aos demais, no entanto, fosse por conta da benção que possuía ou talvez o grito de seu último resquício de racionalidade, sabia que no momento em que sucumbisse a isso estaria dando mais forças aos monstros e se manteve ali, parado, vendo um após o outro passarem por ele como se ele sequer existisse. Sendo parte da prole de Zeus, parecia até cômico que nenhuma daquelas criaturas tentassem, no mínimo, engoli-lo. 
Por mais que a descrença se mantivesse, não demorou para que se encontrasse no meio da multidão, auxiliando aqueles que haviam caído ou que procuravam um modo de se afastar das criaturas. Como previsto, lâminas se provaram ineficazes, mas ainda assim era possível atingi-los a tempo de parar seus ataques.Fazendo uso de seus poderes, arremessou o que encontrou pela frente para desviar a atenção dos monstros de suas vítimas. Continuava sendo completamente ignorado pelas criaturas, mas ao menos conseguia criar oportunidades para que as pessoas sob ataque fugissem. 
Com o fechamento da fenda, era impossível olhar para os três traidores e não sentir raiva. Foi necessário uma grande quantidade de autocontrole para lembrar-se de que, no fim das contas, eles eram apenas marionetes, que foram utilizados pelos deuses a fim de realizar seus desejos egoístas. Não tinha que sentir raiva, pelo menos não deles. Ao menos era o que ele preferia acreditar naquele momento. 
Assim que a busca pelos campistas iniciou, ficou completamente focado nos nomes que eram chamados e em quais estavam faltando, falando apenas quando ouviu Raynar chamá-lo. Toda a calma que havia mantido até então se esvaiu ao perceber que Melis estava na lista dos desaparecidos. Sem nem pensar direito, se juntou às buscas pelos seis e constantemente vai até a enfermaria com esperança da amiga ter reaparecido.
18 notes · View notes
zeusraynar · 11 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media
⸤ ⚡ ⸣ ⸻ MY PATIENCE IS WANING. IS THIS ENTERTAINING?
Headcanons de Raynar Hornsby sobre o Fechamento da Fenda.
Raynar descobria, mais uma vez, que era possível, sim, odiar mais os deuses. Mais segredos, mais esquemas por baixo dos panos, mais uma vez sendo usados de peças no jogo de tabuleiro. Em nome da experiência de três dias como porquinho-da-índia (no passado!), a expressão mais visível em seu rosto era de descontentamento. As imagens projetadas pela deusa alimentando o ódio antigo, atiçando as brasas baixas (mas nunca apagadas). É verdade que passou pela sua cabeça, fugazmente, a ideia de acabar logo ali em forma de sacrifício. Mas ele é um semideus civilizado!
Comeu tudo o que pode e foi direto para o quarto dormir, já sabendo que não teria chance disso assim que pisasse para fora da ilha. P.S.: Saiu com 10 minutos de antecedência, literalmente após acordar.
O filho de Zeus não participa dos patrulheiros por não saber acatar às ordens prontamente. Seu temperamento preza mais a independência e livra-arbítrio do que desperdiçar confiança em quem não tinha sua mesma experiência. Posicionou-se próximo ao melhor amigo com a espada longa fincada no chão entre os pés. Raynar olhou para os rostos dos filhos de Hécate quando começaram a cantar, mas focou num exclusivo (e achou ter distinguido a voz dela entre as demais).
Qualquer barulho alto perturbava Raynar e isso não ajudava em nada seu humor decadente. Por quê? Quando o primeiro monstro saiu, nada. Sua presença, o brilho da espada, a proximidade... Nada. Não causava reação alguma e ela passou ao lado, atacando outros semideuses. Ofendidíssimo, fez estalar um raio que sequer fez cócegas no monstro. Bom, ele tinha acreditado na filha de Atena sobre não ser real, só não achava que fosse tão imediato assim o efeito. A Hidra parecia um carro alegórico, desfilando e estalando a mandíbula para todo mundo, menos ele. Ei, eu estou aqui!
Três, sete, quinze traidores, tanto faz. O encantamento acabaria com esse domínio de Hécate e a fenda esquisita fecharia por fim. A magia perturbava, deixava tudo estranho, mas ele... Ele precisava confiar nos semideuses.
Dito isso, após se recuperar da ofensa, Raynar focou seus esforços do mesmo jeito que tinha feito no Bailo dos deuses do amor. Defendendo aqueles que ainda sofriam com os efeitos dos monstros ilusórios. Colocando-os em locais seguros, girando a espada para abrir espaço. E, mesmo assim, ele queria gritar quando os monstros perdiam o interesse depois do salvamento daquele semideus em particular.
Raynar ficou a espada e as duas partes da lança com força no chão perto de si, bem espaçadas. Por quê? Ele ficava a mão no chão como âncora e puxava semideuses para agarrar naqueles pontos mais seguros. Sua força hercúlea deixando o trabalho bem fácil, devo dizer. Escondeu o rosto tarde demais e a poeira irritou os olhos, deixando difícil apreciar a poeira mais bonita e verde no céu.
Em momento nenhum ele deixou de acompanhar seus irmãos e amigos com os olhos. Não ia ao encontro porque eles sabiam se defender. Só que não impedia de se preocupar. Como conselheiro, e ridiculamente destoante dos demais em altura, juntou rapidamente os irmãos e fez a complexa contagem até 3. Todos ali. Assim como quem tinha conquistado um olhar de procura pela multidão. Só 'relaxou' quando achou a cor preferida nas íris dela.
Raynar manteve o pensamento para si sobre: é inútil gritar e escavar o chão. Julgando só um pouquinho os revoltados e emocionados demais. O melhor plano seria abrir as defesas do acampamento e marcharem para o Hades, mas hey prioridades e primeiros cuidados. Voluntariou-se para transportar os feridos e montar mais macas na enfermaria.
@silencehq e @hefestotv
18 notes · View notes
mcronniearq · 11 months ago
Text
Tumblr media
❛   𝑌𝑜𝑢 𝑎𝑙𝑤𝑎𝑦𝑠 𝑘𝑛𝑒𝑤 𝑒𝑥𝑎𝑐𝑡𝑙𝑦 𝘩𝑜𝑤 𝑡𝑜 𝘩𝑢𝑟𝑡 𝑚𝑒, 𝑀𝑎𝑚𝑎. 𝑌𝑜𝑢 𝑤𝑒𝑟𝑒 𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑡𝑒𝑟 𝑎𝑡 𝑖𝑡.   ❜
Tumblr media
Quando Veronica acordou aquela manhã, ela estava diferente. 
Se sentia diferente, ao menos. O jantar com Circe havia sido bem revelador, lhe plantando delações muito mais entre as palavras, do que na explicação descritiva sobre o segredo dos deuses, ou talvez, fosse apenas seu rancor tomando forma; criando certeza, espalhando raízes por todo o seu ser. 
Hécate era a única traidora. Seus amigos e família; as vítimas. 
Enquanto o sofrimento causado por Hécate se restringia apenas a si mesma, suas dores e questões, uma parte de si ainda tentava alimentar a ideia de conseguir o reconhecimento dela. Agora? Ser notada como boa, vista por seu potencial parecia... inútil. 
Vazio. 
Como sua própria mãe era. 
Talvez sua motivação tivesse tomado forma em algum caminho anterior, e ela apenas parou para digerir naquele momento. Se queria ser notada, seria como uma pedra em seu caminho. Uma intercorrência, oposição aos objetivos da deusa, sejam eles quais fossem. 
E quando o ritual começou, se sentia preparada, alimentada do mais real ressentimento, e pela primeira vez em todos os anos em que usou sua magia, viu a raiva como um canalizador. Se sentiu poderosa com isso. Dessa vez não foi sabotada, ou tomada por insegurança. Sua voz soava decidida enquanto o encantamento era entoado, o coro das vozes dos outros filhos da magia eram ali, apoio e certeza. 
Até que os problemas surgiram, já os esperava, e com frio na barriga, confiou nos amigos, confiou que eles segurariam os ataques e eles poderiam terminar. Sua voz não tremeu ou oscilou enquanto o feitiço era entoado, ainda que não soasse tão musical, cantado, como normalmente seus feitiços eram. Provavelmente, o momento não a permitia colocar sua identidade ali, sua parte individual em seus feitiços... e sequer pensara nisso durante o ritual. 
Quando, no entanto, o corpo de seus amigos e irmão foram roubados, e Hécate se fez presente, ainda que apenas se projetando através deles, Veronica era apenas...
Raiva.
Sentia, na verdade, ódio. 
Os ventos a envolveram quando a fenda parecia querer puxar tudo para si, e sabia, teve certeza, que estavam próximos de vencer, ganhar dela pela primeira vez. A ventania que a envolveu, era gentil consigo e agressiva com o que quer que tentasse a atacar. Não precisou pensar, era apenas a benção de sua senhora, a erguendo do chão por alguns centímetros e impedindo que a terra a puxasse. Era Hera garantindo que novamente, não se ferisse. 
A semideusa caiu no chão, esgotada mágica e mentalmente quando terminaram o feitiço, a fenda agora sendo apenas uma lembrança e um sinal da devastação deixada para trás. E Vee se sentou embaixo de uma árvore, esperando que sua respiração se acalmasse e aguardou, os pensamentos flutuando como no centro de um redemoinho, incapaz de permitir que ela aproveitasse aquela vitória. 
Não soube quanto tempo esperou ali, alheia até aos cumprimentos e comemorações, então, as vozes se tornaram presente novamente em seus ouvidos, a loira foi puxada de seus pensamentos pelos apelos preocupados. 
Alguns campistas sumiram, caíram na fenda. 
Virou-se para onde se reuniam, erguendo-se em preocupação, os batimentos do coração cada vez mais alto em seus ouvidos enquanto ouvia os nomes. Cada um lhe atingindo de forma mais pessoal.
Tadeu. Brooklyn. Katrina. Arthur. Melis. Aurora. 
Todos eram seus amigos, todos os nomes fizeram seu coração disparar em preocupação, enquanto voltava o olhar para onde anteriormente estava a fenda. Inútil e desesperado. 
E novamente, inflamou-se com as emoções que não sabia como lidar, não conseguia evitar. Uma lágrima solitária escorreu por seu rosto, sendo interceptada antes que escapasse de sua pele para o chão. 
Rancor, ódio, mágoa... emoções que já pareciam alastrar por seu ser, sem controle ou disfarce. Ideias repetidas tantas vezes em seu inconsciente que transbordava e pingava para o consciente, sua parte desperta e analítica conseguia sentir os sentimentos ruins que ocasionalmente tentava conter tomando mais de si a cada decepção.
Apenas fazer um novo piercing ou tatuagem para cada vez que se decepcionasse não parecia mais oferecer qualquer alívio. Não precisava mais de um lembrete visual de sua ingenuidade, quanto a ela, não existiriam mais expectativas.
O que precisava, de verdade, era vingança. 
Nem saberia quando, ou sequer se seria possível... Mas iria ainda ver Hécate fracassar, como fracassou na última guerra ao tomar o lado errado. Fariam de novo, e Veronica tinha certeza que daria tudo de si para estar do lado oposto a mãe.
Não apenas agora, mas enquanto sangue corresse em suas veias e ar preenchesse seus pulmões. Enquanto estivesse presente naquela vida, seria opositora a mãe. E iria o mais longe que seu corpo limitado de semideusa pudesse chegar.
Tumblr media
17 notes · View notes
izzynichs · 10 months ago
Text
Tumblr media
“ 𝖺𝗆𝗂𝖽 𝗰𝗵𝗮𝗼𝘀 𝖺𝗇𝖽 𝗯𝗲𝘁𝗿𝗮𝘆𝗮𝗹, 𝓇 𝑒 𝓈 𝒾 𝓁 𝒾 𝑒 𝓃 𝒸 𝑒 𝖻𝖾𝖼𝖺𝗆𝖾 𝗁𝖾𝗋 𝗈𝗇𝗅𝗒 𝑠ℎ𝑖𝑒𝑙𝑑 ”
, 𝓘𝓼𝓪𝓫𝓮𝓵𝓵𝓪 𝓮𝓶 : 𝖿𝖾𝖼𝗁𝖺𝗆𝖾𝗇𝗍𝗈 𝖽𝖺 𝖿𝖾𝗇𝖽𝖺
O caos havia se instalado de forma abrupta e violenta. Isabella observava o acampamento transformado em um campo de batalha, onde antes era um lugar de refúgio e treinamento agora se tornara um pesadelo vivo. A caçadora sentia o coração acelerado, o sangue pulsando mais rápido, enquanto seus olhos seguiam cada movimento ao seu redor. Ela estava dividida entre o dever de proteger e a incerteza sobre o que estava acontecendo. A apreensão crescia em seu peito, mas ela não tinha tempo para hesitar. Com a mente focada, ela sabia que precisava agir rápido, ou mais vidas seriam perdidas.
No meio do tumulto, Isabella se movia com a destreza e a agilidade de uma verdadeira caçadora. Seu arco apareceu em um assovio, firme em suas mãos, as flechas na aljava em suas costas prontas para serem atiradas. Ela já havia enfrentado monstros antes, mas algo nessa batalha parecia diferente, mais desesperador. O ar estava carregado de tensão, e a sua preocupação com as crianças que corriam desesperadas sem saber o que fazer era crescente. Desde que reencontrou Keith, desde que assumiu o arrependimento de ter partido e, especialmente, após a visão do Traidor, ela via Ava em todas as crianças.
Seus olhos então se fixaram em Campe, a monstruosa criatura meio mulher, meio dragão. A semideusa não hesitou. Puxou a corda do arco, segurou a respiração e soltou a flecha, observando-a cortar o ar em direção ao monstro. A flecha voou reta e certeira, cravando-se profundamente no peito da criatura. Isabella sentiu uma onda de adrenalina misturada com o gosto amargo da urgência. Havia uma frieza calculada em seus movimentos, mas, ao mesmo tempo, uma fúria silenciosa que a impulsionava a continuar. A respiração ficou mais ofegante quando percebeu que nem o tiro certeiro abalou Campe, se vendo de mãos atadas, sem saber mais o que fazer.
Então ela ouviu a voz de Antonia cortando o ar, instruindo aos campistas que não acreditar que os monstros eram reais era a solução. A distração, embora breve, foi suficiente para que Isabella cometesse um deslize. Um monstro menor, que ela havia subestimado, a atingiu de raspão na perna com uma garra afiada. A dor foi intensa, mas ela cerrou os dentes, obrigando-se a ignorar o sangue escorrendo do corte. Cambaleando ligeiramente, ela fincou o arco no chão para se apoiar, mas não parou. Sua prioridade era ajudar os outros campistas, e foi o que fez. Mesmo ferida, correu para socorrer um grupo que estava encurralado, disparando flechas apenas para distrair e repetindo as instruções que a filha de Atena havia dito.
E então, a fenda se fechou.
O caos foi substituído por um silêncio pesado, preenchido apenas pelas respirações ofegantes e o som dos feridos. A notícia de pessoas desaparecidas começou a se espalhar, e a filha de Deméter sentiu um nó no estômago ao ouvir os nomes. Alívio imediato ao saber que nenhum de seus amigos mais próximos estava entre eles, mas esse alívio foi rapidamente substituído por preocupação ao ouvir o nome de Tadeu. Eles não eram exatamente amigos, mas tinham se reaproximado nos últimos tempos, e a semideusa o prezava mais do que iria admitir. Sua mente, por reflexo, foi direto ao pior cenário: a fenda. Será que eles teriam caído lá? Ela manteve essa preocupação para si, não querendo causar mais pânico entre os campistas.
E então teve tempo para pensar na informação que havia ignorado durante o confronto: a revelação de que Estelle e Hektor estavam entre os traidores a atingiu como um soco. A filha de Circe, com quem havia compartilhado a última missão perigosa atrás do dente de um Drakon, e o filho de Hécate, que recentemente havia aceitado ajudar Isabella a lidar com os pesadelos sobre sua filha, Ava. Era difícil assimilar que pessoas com quem conviveu e, de certa forma, confiava, poderiam estar envolvidas em algo tão terrível.
Isabella, agora sentindo o peso de tudo o que acontecera, deixou o olhar vagar pelo acampamento. O sentimento de traição misturado ao alívio era difícil de processar. A caçadora sabia que aquela noite não seria facilmente esquecida. As cicatrizes físicas e emocionais permaneceriam. Ela respirou fundo, tentando encontrar um fio de esperança em meio a toda aquela desordem. A filha de Deméter, agora mais consciente do que nunca, sabia que precisaria ser forte não apenas para si mesma, mas para todos os outros que dependiam de ajuda e conforto. E com essa determinação renovada, ela iria se preparar para o que viesse a seguir.
------------------------------------------------
semideuses citados: @arktoib @stellesawyr @somaisumsemideus
@silencehq @hefestotv
16 notes · View notes
kitdeferramentas · 11 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media
⸤ 🔥 ⸣ ⸻ YOU CAN'T BE TOO CAREFUL ANYMORE ,
Headcanons de Kit Culpepper sobre o Fechamento da Fenda.
Como o semideus mais velho do acampamento (sem contar com caçadoras e aprisionados do Cassino Lótus), Kit tinha a mania de querer saber de tudo. Ora, ser um bom conselheiro envolvia essas coisas, certo? Então imagina o choque quando ficou sabendo daquilo tudo? Ele sorvia cada detalhe como um perdido no deserto e uma garrafa d'água. Algo que os deuses escolhiam esquecer???? Aquilo era mais do sério. Preocupante. Cada pêlo do corpo de Kit eriçou e ele levou tudo o que ouviu para o quarto.
Sem conseguir dormir, e já prevendo um dia bem atarefado, escreveu um bilhete para os amigos e partiu na madrugada para o acampamento. Precisava deixar as forjas prontas para receber todos os pedidos. Kit deixou bronze celestial, ouro imperial e ferro estígio no ponto para serem moldados. A atividade permitindo que colocassem os pensamentos em ordem e criasse um roteiro do que faria. Sua arma saiu ali, o martelo de guerra, além de uma capa protetora da parte de 'amaciar' para ser usado durante a confecção das armas.
Os irmãos recebiam os detalhes e dividiam as tarefas, potencializando o serviço de um jeito que o deixavam além do orgulhoso. Se ao menos pudesse ficar ali. Criando e criando e criando. Confinado nas forjas e não ter o risco de ver de novo. E se a memória voltasse? E se ele visse Flynn e não conseguisse responder? Defender outro semideus? Kit deixava aquele pensamento para depois. Depois daquela lança, depois daqueles floreios. As mãos metálicas assumindo a maioria das delicadezas pedidas, dos desenhos e escritos e decorações.
E o momento, enfim, veio. Os braços de fora, o martelo apoiado na coxa e o nervosismo no cenho franzido. Kit não era um lutador, suas missões eram sempre de reparo e resgate. Ficou mais para trás, na segunda linha de combate, pronto mais para consertar armadilhas falhas (impossível!) e desentortar as usadas incorretamente.
A magia arrepiou. A fenda estalou. Os gritos começaram. Era muito mais fácil falar do que obedecer. Não eram reais, pensou Kit enquanto testemunhava semideuses sendo feridos e lançados para longe. Como não podia ser real? Ele hesitou antes de cair na batalha e só o foi porque o desespero de perder mais alguém era insuportável. Brilhando como um farol, o martelo de bronze na pele tricolor metálica, ele amassou quem estava ao alcance.
Sem poder virar touro de Colchis pelo espaço, e temendo ativar gatilhos com sua forma de Anaconda, Kit virou um Toy Story tamanho real! Real como todos são soldadinhos de chumbo. Slinky-it servia de proteção e, assim que a fenda começou a puxar, apoio para não serem arrastados. O filho de Hefesto ficou nesse formato por um tempo...
Tumblr media
Slinky-it capengou para perto dos irmãos e se ergueu sobre um deles para enxergar melhor os outros, o corpo lentamente voltando ao formato humano. A poeira cobria cada rosto, mas ele reconhecia cada um. E cada um que faltava. Cada nome fez doer o coração machucado do filho de Hefesto, mas foi o estado de Kerim que o fez quase perder tudo de novo. Seja forte por ele, seja quem ele foi para você. Respeitou a necessidade de distância, de que precisava extravasar e aliviou-se quando Pietra o levou para a enfermaria. Era melhor estar bem para acolhê-lo.
Kit ainda arrumou as armadilhas usadas, garantiu o estado das outras e ofereceu o consolo para quem precisasse.
@silencehq e @hefestotv
15 notes · View notes
jamesherr · 10 months ago
Text
Tumblr media
“ 𝗁𝖺𝗎𝗇𝗍𝖾𝖽 𝖻𝗒 𝗳 𝗲 𝗮 𝗿, 𝗅𝗈𝗌𝗍 𝗂𝗇 𝚌 𝚑 𝚊 𝚘 𝚜, 𝖼𝗅𝗂𝗇𝗀𝗂𝗇𝗀 𝗍𝗈 𝒇𝒂𝒍𝒔𝒆 𝒉 𝒐 𝒑 𝒆 ”
, 𝓙𝓪𝓶𝓮𝓼 𝓮𝓶 : 𝖿𝖾𝖼𝗁𝖺𝗆𝖾𝗇𝗍𝗈 𝖽𝖺 𝖿𝖾𝗇𝖽𝖺
O caos tinha se instalado no Acampamento Meio-Sangue mais uma vez. Para James, a tensão que permeava o ar era quase insuportável. Ele podia sentir o medo pulsando em suas veias, tão vivo quanto o sangue que corria em seu corpo. A última vez que tentou ser corajoso, ao tentar enfrentar a Fúria, pagou um preço alto com feridas profundas, tanto físicas quanto emocionais. Agora, só o que conseguia pensar era em sobreviver e proteger aqueles que amava. O coração de James estava acelerado, e seus pensamentos eram uma mistura de pânico, autocrítica, desesperança. "Eu não sou um herói", ele repetia para si mesmo, lutando contra a vontade de simplesmente correr e se esconder até que tudo passasse.
No meio do tumulto, quando os monstros começaram a surgir de todos os lados, ele tentou focar nas palavras que ouviu de outra semideusa: "A defesa é não acreditar." Não sabia quem havia descoberto, mas ouvia alguns campistas gritarem a informação. Como não acreditar quando tudo o que seus olhos viam era uma criatura enorme e monstruosa correr atrás de si e outros campistas, deixando para trás olhares apavorados e feridas visíveis e muito reais? Era fácil para dizer para não acreditar, mas para James, que tinha o medo como companheiro constante, era um desafio quase impossível. Ele tentou se convencer de que aquilo era apenas uma ilusão. Respirou fundo e repetiu as palavras da filha de Atena como um mantra. Quando os monstros começaram a ignorá-lo, ele percebeu que talvez, só talvez, pudesse sobreviver a isso sem mais cicatrizes. Em vez de lutar, ele correu para ajudar os outros campistas, espalhando a informação e buscando seus amigos. Mas não conseguia encontrar nenhum de seus irmãos ou amigos, o que aumentava ainda mais seu desespero.
O combate finalmente cessou.
James havia conseguido sair dessa sem nenhum ferimento físico, mas a mente com certeza fervilhando de apreensão. Os campistas começaram a se reunir, procurar uns pelos outros e mencionaram a ausência de alguns. As ordens de Quíron foram claras: todos deveriam ir para seus chalés para que os conselheiros fizessem a contagem. Os mais feridos foram enviados rapidamente para a enfermaria, James conseguiu ajudar a carregar um deles antes de correr para o chalé doze. Onde estava Brooklyn para iniciar a contagem? Ansioso e preocupado, ele mesmo tomou a frente e começou a verificar quem estava ali. O conselheiro ainda não havia aparecido. Cogitou ir à enfermaria procurá-lo, mas não precisou.
Os murmúrios começaram. Os nomes dos desaparecidos começaram a ser sussurrados - ou gritados - pelos membros dos chalés. Os filhos de Hermes anunciavam que sua conselheira não estava lá. Brooklyn e Melis. Seu coração parou por um segundo, como se o mundo tivesse congelado ao seu redor. Brooklyn, seu irmão, confidente, melhor amigo... E Melis, a primeira pessoa que o acolheu no acampamento e que tinha o seu coração até hoje. A notícia o atingiu como um soco no estômago, mas, em choque, simplesmente não conseguia acreditar. Começou a repetir para si mesmo e para os outros que estava tudo bem, que logo eles estariam de volta. "Está tudo bem. Eles vão voltar", ele dizia com um sorriso tenso, forçando-se a acreditar nisso, mesmo que uma parte de si soubesse que era apenas negação.
A notícia de que Estelle, sua... sua... Como definir o que ela era para ele? Seu casinho de missão? Sua ex-quase-namorada? Bem, a nomenclatura da relação dos dois não importava naquele momento, mas a sim a lembrança de que ela estava envolvida como traidora que também o abalou. Ele não conseguia entender como alguém que ele conhecia tão bem podia estar do outro lado. Mesmo assim, James não conseguia culpá-la. Preocupava-se com ela, e sua mente tentava desesperadamente encontrar uma explicação para o que estava acontecendo. E Hektor... Hektor era mais que um instrutor de combate; ele havia se tornado uma espécie de mentor, de inspiração. Foi o único que topou ajudar James em sua empreitada para se tornar um guerreiro melhor, e o semideus recusava-se a acreditar que o homem que vinha lhe ensinando - com muita paciência - a usar adagas poderia ser um verdadeiro traidor. Ele só conseguia pensar que, talvez, houvesse algo mais por trás de tudo aquilo, algo que ele ainda não entendia.
Enquanto o acampamento tentava se reorganizar, o filho de Dionísio se isolou por um momento no chalé doze, tentando processar tudo o que tinha acontecido. Sentia-se vazio, incapaz de encontrar respostas para as perguntas que o atormentavam. Ele sabia que precisava manter a esperança viva, tanto por si mesmo quanto pelos outros. Afinal, ele sempre era o ponto de luz na vida de seus amigos durante todo o caos. Mas no fundo, estava completamente arrasado, destruído, e tudo o que conseguia fazer era tentar, desesperadamente, se agarrar à ideia de que tudo voltaria ao normal, mesmo que seu coração dissesse o contrário. Mesmo que estivesse com aquela angústia profunda e aperto no peito que só se lembrava de ter sentido quando perdeu a sua mãe. Mesmo que, no fundo, algo dentro de si lhe gritasse dizendo que notícias ainda piores estavam para chegar.
Para sua própria sobrevivência, ele precisava se agarrar a qualquer fio de esperança, por mais que ninguém se sentisse assim. Por mais que tudo indicasse o pior. Por mais que nem mesmo ele estivesse tão confiante assim.
-----------------------------------------------
semideuses mencionados: @sinestbrook @melisezgin @stellesawyr @somaisumsemideus
@silencehq @hefestotv
14 notes · View notes