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ooc // boa tarde pessoinhas. ontem (22/09) eu pedi um hiatus longuinho pra colocar minha vida no lugar. trabalho, vida, muse, tudo desalinhou meus chakras e me deixou perdida. dessa vez, pretendo tirar essas duas semanas de total desligamento (diferente da outra vezes, que ficava bizoiando a dash direto). qualquer coisa, podem vir falar comigo pelo telegram ( @/baddiebunny ) ou discord ( @calypise ). bons jogos para todos!

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LINKIN PARK - The Emptiness Machine (Official Music Video)

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⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Hipocrisia. ， Iniciou rapidamente, o cavalo respondendo à palavra dita em tom ríspido com um balançar de cabeça. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Fizeram uma cena sobre deuses manterem segredos e fazem exatamente a mesma coisa. ， Seus segredos ainda eram seus, o típico filho de Zeus fechado em si mesmo e discreto. Orgulho disfarçado com a bravata, tirando-o da mira. Quando, na verdade, não tinha o que compartilhar. Seus sonhos, pesadelos e paranoias vinha da herança genética, não das loucuras do acampamento. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Jogar na fenda é considerado sacrifício, não? Campistas e objetos mágicos. Não era incomum ver campista de olhos vazios encarando o abismo da fenda. ， A falta de caso não descartava completamente suas suspeitas. Palavras bonitinhas podiam ser tão letais quanto a ameaçadora, a própria Rachel podendo estar contaminada pela mesma força discreta de Hécate. A poção pode ter fortalecido e não curado, sua missão meses atrás ainda mostrando suas implicações. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Se me pegar o encarando, não faça grande caso. Não confio em você. ， Deu de ombros ao tocar o cavalo adiante. Jeitinho Hornsby de ser e falar, garantindo sua fama de rude, ignorante. Mas era verdade, não era? ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ E se os traidores foram inocentados sem uma única suspeita, vocês são ainda mais perigosos. ， Em espaço mais aberto, o filho de Zeus firmou as mãos na cela e impulsionou para cima, encaixando-se com maestria. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Você sabe correr? ，

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ“nos  últimos  tempos,  me parece que ninguém  aqui  gosta  de  falar  sobre  nada  abertamente.”  era  algo  que  o  incomodava  profundamente;  a  falta  de  clareza,  de  transparência.  já  existiam  mistérios  e  segredos  demais  mantidos  pelos  deuses—não  precisavam  de  mais  dúvidas  e  desconfiança  dentro  dos  seus.  mas  se  aquilo  significava  alguma  coisa,  eles  de  fato  eram  feitos  à  imagem  de  seus  parentes,  não  eram?  “sacrifícios?”      victor  arqueou  uma  sobrancelha.     “não  aqueles  envolvendo  altares  e  atames,  espero?”    em  um  salto  ligeiro,  montou  no  seu  corcel.  era  uma  criatura  esguia,  de  pelagem  colorada,  e  ele  o  conduziu  com tranquilidade pela  área  externa  dos  estábulos.   “meus  sonhos,”  victor  respondeu  francamente.  “foi  o  que  me  trouxe  de  volta.  nada  sobre  exigências  ou  sacrifícios,  só  a  mesma  insistência  profética  ligada  às  palavras  de  rachel  sobre  a  caixa  de  pandora.”  ele  balançou  a  cabeça  e  encarou  o  horizonte,  um  gesto  mais  irritado  que  apreensivo.  “a  falta  de  respostas  me  frustra,  o  silêncio  me  frustra,”  confessou,  e  então  apontou  para  o  cavalo  de  raynar.  “está  afim  de  uma  corrida?” 

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FLASHBACK. Surfe na Ilha de Circe.

A risada saiu em forma de respiração, um mero soltar de ar e revirar os olhos. Há muito tempo tinha perdido a tal 'sensibilidade' dos assuntos relacionados ao pai. Cada dia não reclamado colocando uma tonelada sobre a imagem que logo descobriria ser a de Zeus. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Partindo do princípio que não gosto de nenhum, não acho sensível. ， E a benção de Hécate mantinha-se escondida de todos. As semideusas que presenciaram a aparição da deusa mantendo tanto o silêncio quanto a discrição. Ah, se pudesse apagar aquela memória, só para não precisar se preocupar de deixar escapar. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Logo percebi. As caçadoras são um grupo muito inclusivo. ， Levantou as mãos para bater palmas falsas, encostar sem fazer som e com alguma velocidade. Em parte, acreditava no que dizia. Longe dele julgar abertamente o grupo protegido de uma deusa envolvida com suas escolhidas, mas existiam algumas... Que Raynar ainda procurava vantagens para ter na equipe (além dos números). ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Por favor, Nicholson. O modo como vem barganhando para esse desafio é ultrajante. Além de que, depois de conhecer os deuses, sei que Tique tem amor por um azarão. Você preenche todos os requisitos. ， Agora sim o plano mudava na mente do filho de Zeus, colocando um pouco mais de crueldade nas condições daquele embate. Com um braço, tirou a própria prancha da areia e encaixou embaixo do braço. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Se cair com menos de 30 segundos em uma das 3 vezes, você terá que me elogiar no pavilhão. Já prepare seu discurso. ， Porque ele não ficaria na areia para ver isso. Não. Mostraria sua aptidão do lado de dentro, ficando em pé na prancha longa. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Depois das damas. ，

FLASHBACK [ ilha de circe ]

━ Uh, tópico sensível? Se bem que, tratando deles, quase sempre é. ━ Acrescentou o "quase", pensando nos poucos que conseguiam ter alguma relação com o olimpiano que lhes foi designado como parente. Raynar, como sempre, estava cheio de si, e a filha de Deméter sentia o desejo de provar que poderia ao menos surpreendê-lo. A piada sobre as caçadoras a fez rir com um toque de ironia. ━ Sinto muito, faço parte do grupo de caçadoras que são excelentes guerreiras e um tanto brutais, mas inteligência? Não é o meu forte. ━ Tratou com deboche um assunto que, há algum tempo, começou a lhe incomodar um pouco. Seria grosseira e irônica de qualquer forma, mas quando se tratava de um gatilho, era ainda pior. O sorriso no rosto e a sobrancelha erguida, no entanto, contrastavam com a insegurança dentro de si. ━ Ah, sem graça? Você só está com medo de perder para uma principiante. ━ Provocou, fincando a prancha na areia e apoiando-se levemente nela. Não deveria entrar em uma competição sem preparação. Deveria mesmo ter sido mais esperta, mas ela nunca dava o braço a torcer. ━ Uma aposta diferente, então? Se eu conseguir ficar 2 minutos inteiro em cima de uma prancha, você me elogia em voz alta, no meio do pavilhão em algum jantar. Se eu não conseguir, faço eu. Terei três chances. Topa?

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Conselhos. Apenas uma pessoa vinha em mente quando o assunto era amizade antiga e esta, infelizmente, estava comprometida. Perguntar para a ex? A amizade suportaria esse novo passo? E Raynar observava outros aspectos, coisas que não pareciam assim tão difíceis anos atrás. O olhar prolongou nos olhos de Kitty, misto de ansiedade e reserva. Ora, mais era um grandessíssimo dilema. O filho de Zeus, por fim, balançou a cabeça em resignação e desistiu. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não. Obrigado. ， A gentileza não condizente com o futuro que se instaurava. E, se tudo andasse conforme imaginava, logo mais perderia a filha de Hades como possíveis 'cordialidades'. Logo, supra importância não manter qualquer contato visual. Qualquer sinal do que desenrolaria com Natalia... E que seu consolo logo seria necessário para a filha de Hécate. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ A deixarei agora. ， Avisou antes de voltara andar normalmente, passos longos condizendo com a estatura avantajada. A missão de Hornsby não era nada fácil. Nada.

FINALIZADO

"Ela não contou tudo." Tentou tranquilizar Raynar e defender Natalia, erguendo o queixo com um pouco de orgulho. "Mas consigo pensar... não que que eu pense demais sobre isso ou sobre vocês. Enfim." Kitty balançou a cabeça, colocando os pensamentos em ordem antes que se enrolasse demais. "Se ela quase perdeu alguma coisa, deve estar feliz. Ela está feliz." Sabia que a amiga tinha sido beijada pela primeira vez; por alguém de quem gostava ainda! Kitty sabia que nem todos possuíam essa sorte. "Não quer saber de mais nada mesmo?" Indagou, perguntando-se se Raynar possuía alguma amiga para colocar juízo em sua cabeça. "Nenhuma dica? Conselho?" Apesar dele parecer querer encerrar a conversa, Kitty estava mais do que ansiosa em continuar, feliz pela chance de se perder no romance alheio. Sabia que Natalia era uma pessoa especial, mas não conhecia Raynar o suficiente também, nada além de seu velho e persistente preconceito contra os filhos de Zeus.

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FLASHBACK. dois dias antes da ilha de circe

O poder reduzido ao mínimo não fez as luzinhas acenderem e denunciarem a posição dos dois. Raynar segurava-se com as mãos bem fechadas, o polegar esfregando as juntas dos dedos flexionados. Do que mais os deuses precisavam? O que mais precisavam arrancar de cada uma ali só pela 'honra' de terem nascido com parte de origem divina? O filho de Zeus lançou um olhar pesado de ceticismo. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Ele é um filho dos Três Grandes e Hades demonstrou favoritismo. Tudo o que disse se auto responde. ， Recuando mais pra as sombras da biblioteca esquecida (a ilha de Circe bem mais atrativa), Raynar observava a movimentação avisada por Isabella. Pedir para que entrassem em contato com Ártemis estava fora de cogitação. Ela e o irmão permaneciam desaparecidos e, com o silêncio do Olimpo, tampouco teria grande favoritismo de respostas às pressas queimadas na fogueira. O período era grande e distante demais para sair perguntando para os mais antigos. Se essa memória não existia para alguém que viveu por séculos, qual a probabilidade de ter sido passada adiante pelos legados? Raynar mastigou a bochecha pelo lado de dentro. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Como se alguém fosse acreditar nisso. ， Pesquisas de tempos inexistentes, na companhia de uma caçadora, durante a abertura da Ilha de Circe. Cada fato só deixava tudo mais absurdo. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Nicholson, isso é alguma coisa. História não some assim. No mundo mortal, talvez. Não há tantos eventos históricos mundiais. Entre nós? Cada mês é importante. Por- ， Parou, a interrupção vindo dos próprios pensamentos. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ O registro de missões. Podemos aproveitar a distração para procurar os registros. Não existe- Não tem como isso não existir. ，

FLASHBACK [ dois dias antes da ilha de circe ]

De cenho franzido com a explicação, ela cogitou a possibilidade. ━ Ter relação com Petrus faz sentido, mas não parece o suficiente. O quão poderoso esse garoto precisaria ser para afetar décadas inteiras? ━ Isso, é claro, considerando que ele estivesse mesmo envolvido em algo. E, se alguém retirou os papeis, será que Quíron estava ciente? Será que as intenções da pessoa era boas? Isabella o observou em silêncio enquanto ele se escondia com ela, sua altura fazendo-o se abaixar para não ser visto. A resposta dele a fez pensar, mas não ofereceu o alívio que buscava. Esperava que ele lhe dissesse que estava louca, o que a irritaria um pouco, é claro, mas então os dois poderiam discutir e, no fim, sairia aliviada por ser coisa da sua cabeça. Mas ele concordou. A coluna dela retesou, ela engoliu em seco e os olhos pequenos ficaram arregalados. ━ Justamente por deuses estarem envolvidos é que se torna preocupante. ━ Concordou, bufando e coçando a própria testa, como se tentasse arrancar dali alguma resposta ou solução. Olhou para a prateleira quando ele mencionou ser nova, sentindo um arrepio. ━ Estou atrás desses registros porque Eleni me pediu. Disse que das caçadoras que estão aqui no acampamento, sou a que ela mais confia. Não sei dizer o motivo, nem sou inteligente o suficiente para saber onde fica a biblioteca ou como usá-la, mas agora preciso saber como ajudar. E você tem que me prometer não falar disso com ninguém. ━ Ela o olhou nos olhos agora, buscando confiança. ━ Não quero causar alarde nos campistas sem saber se isso é realmente... alguma coisa.

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Era normal olhar para si, suas próprias experiências, em nome da comparação. Passado que moldava o futuro, colocava um caminho mais lúcido no que parecia uma repetição. Quer dizer, se você tivesse algo assim. A última vez tinha sido de gritos e duas forças batendo de frente, acusações trocadas de tal forma que feria mais do que esclarecia. Veias saltando no pescoço, vozes alteradas e o ressentimento descendo em forma de lágrimas. Mas existiam outros fatores. Poderes e influência, de compatibilidade que tinha sido mal interpretada. Eles eram duas pessoas iguais, próximas no temperamento, e precisou um incêndio formar na velocidade da luz para entender que não tinham futuro. Era reativo, ele queria se defender, porque tinha argumentos. Ele estava certo.

E agora? Onde certo era o exato oposto do que estava?

O passado não mostrava soluções, não trazia uma visão nova e diferenciada para resolução de problemas. Não. Ele trazia na mão um espelho polido, reflexo tão perfeito que eram... Iguais. Duas pessoas completamente diferentes, mas tão facilmente confundidas se olhasse. Visse cada um daqueles pontos em imensidões azuis, dançando naquela valsa que procurava um lugar decente para girar. E a cada passo, deslizar de sapatos e mãos dadas, abria uma rachadura. E outra. E mais uma. Pedaços caindo do céu, buracos abertos e aquela incerteza... O frio na barriga de quando seria a última vez que se encostariam. Raynar viu aquela mudança com clareza nos olhos de Natalia, no exato momento que lançou a pedra na superfície delicada da filha de Hécate. Cada trinco se transformando em veias quebradas, teias de aranha, e antes que despedaçasse, o rosto virou de maneira egoísta.

Aquela criança em si olhando para cima, puxando o homem que era pela mão e perguntando o que estava acontecendo. Olhos úmidos de tristeza pela mulher, lábio trêmulo de choro contido. Por que ela está assim? Voz inocente e inquisitiva, olhando para algo que ele não enxerga. Por você não vai lá? O silêncio era retumbante no filho de Zeus, onde um mover de olhos soaria como tiros de canhões. O pequeno garoto de cabelos loiros quase brancos puxou de novo sua mão, a livre apontando adiante. Podemos ajudá-la. A criança reconhecia a própria tristeza em Natalia. A versão infantil sentindo o mesmo quando a mãe recusou seu braço estendido e os fechou ao redor de si, expressão triste e determinada. Segurando uma espada de aparência antiga.

O silêncio, no entanto, era só em sua cabeça. A respiração lentamente pegando velocidade e diminuindo em profundidade. Uma linha bem definida agitava em frenética atividade, enquanto os olhos tempestuosos encaravam o tampo da mesa gasto por milhões de mãos. De atividade. Raynar acompanhava os veios em desespero, as marcas de uso fincadas por outros instrumentos. Contando até perder os números, até que eles perdessem o sentido e ele voltasse para o início, na mesma onde estivera uma pulseira de pedras. O mundo ficando abafado sem realmente estar, porque cada palavra de Natalia cortava profundamente e ele não... Os músculos tensionavam, a mandíbula tão apertada que os dentes poderiam explodir em milhões de pedaços pelo esforço. O queixo indo para cada vez mais longe de onde vinha a voz, diminuindo ao máximo a chance de vê-la.

De enxergar o que tinha feito.

Mais uma e ele fechava os olhos, a perna vibrando embaixo da mesa com a incapacidade de funcionar perante ordem tão simples. O corpo não respondia aos seus comandos quando ficava tenso, tão tenso, que ele era um músculo só preso numa cãibra. E ele abria os olhos para ver o nada, piscando para tirar a umidade que acumulava pelo... Pela... A boca fechada não permitindo uma segunda passagem de vento, da respiração, a garganta contraída e em tantos nós... Tantos... Que cada engolir era uma batalha para não sufocar.

E aquela outra vozinha, diferente e estranha, alegando que estava certo. Se ela ficou assim só com isso, imagina o real?

Mas o que era o real?

O que era ele e o que eles tinham feito? O que o colocava naquele estava de não conseguir respirar e se mexer e argumentar e falar e agir como sempre?

E o coração batia acelerado no peito, compensando a respiração irregular. Massacrando as costelas pelo lado de dentro, deixando-o tonto e incerto. Irregular. O mundo saindo do eixo, mas precisando continuar a girar. SAIA. A voz retumbava e ele se levantava de supetão. O movimento tirando o equilíbrio, deixando a cabeça leve e o desmaio marcou presença na visão escurecida. Um mero piscar de consciência que foi logo recuperado: com o corpo jogado para frente e as mãos, espalmadas, firmando-o sobre os dois pés. A cadeira quebrando os sinais de descompasso naquela cacofonia perturbadora e exótica, quicando atrás de si.

⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não é justo com você. ， A voz ainda mantinha alguma normalidade, mesmo que o resto estivesse numa bagunça que o tirava qualquer vontade de permanecer ali. A pele estava orvalhada de suor, pegajosa ao toque, fria como a morte. Pálido, mas a cor subindo. Trêmulo, teimoso. O rosto fazendo caretas e os lábios torcendo, comprimido, repuxando. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não é justo que precise passar por tudo o que eu passo porque eu quero-. ， A mão direita desceu com força na madeira, estalando-a sem querer. Aquele novo poder, aquelas novas aquisições de seu tempo ali. Coisas que não queria. Nunca pedira. A genealogia, os poderes, a fama, o descaso, o pai, a traição, a fuga de casa. Nada. Nunca tinha pedido nada, e agora... Agora? ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Toda missão que eu vou, minhas intenções nunca são de voltar vivo. Eu não nutro nenhuma esperança de retorno. Não espero a gentileza das parcas de manter meu fio intacto. ， A vida transformada em objetivo de armamento. Uma arma estratégica e disponível, em nome daqueles que eram criados sem o consentimento. Filhos daqueles que se diziam donos de alguma coisa, mas negligentes no papel mais importante. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Eu não saio porque sou uma ameaça. Eu permaneço porque sou uma vantagem. Sou o fruto mais velho da pior traição. Do matrimônio, do tratado do Olimpo, da existência amaldiçoada. Eu não tenho- Eu não vou sair disso. ，

Ainda sem conseguir olhar para trás. Ou para os lados. Ou para qualquer lugar que não entre os dedos brancos de esforço, do sulco suave do soco agressivo. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Natalia, eu não tenho nada para oferecer. Nada para acrescentar além de desgraça. E não é justo com você. Não é. ， Ele piscou, secando aquelas últimas lágrimas que se avolumavam e não saiam. Recusadas antes de derramar, exorcizadas para outro canto. Outro momento. Porque ele virava e buscava ela, nem se surpreendendo de não vê-la exatamente onde a visão a tinha pego pela última vez. Raynar estava despido. A carranca de lado, a atitude esnobe no chão. Orgulho? Ironia? Superioridade? Apatia? Desprezo? Estes formavam um motinho que ele passava por cima para segurar-lhe as mãos com uma das suas. A outra subindo ao rosto e encaixando com tanta facilidade, tanto carinho que acentuava a tristeza de sua expressão. De homem já nos últimos suspiros. De corda ao redor do pescoço olhando para frente, esperando o comando do chão abrir sob seus pés. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não é justo que eu a queira tanto a ponto de não conseguir pensar. Não é justo amarrar seu futuro ao meu quando você... Você tem tanto, Natalia. Você é tanto e pode ser mais. Você é-. ， Ele balançou a cabeça, o polegar acariciando o rosto. Por que a enxergava e decorava tudo? Por que parecia a última vez antes de um fim derradeiro? E por que elogio algum saía? Uma palavra para descrevê-la? A impetuosidade, a gentileza, a graciosidade, o amor. Quando o próprio nome, Natalia, era adjetivo e descrição e tudo. Um mundo reduzido a Natalia. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ My love wouldn't be enough to cover the cost of your happiness. ，

Espera, Natalia ouviu o barulho de algo quebrando?

Havia animação, o desejo de tocá-lo, iniciar outra conversa, saber como ele estava. Tudo parecia perfeito... até que não mais. Ela apertava a pulseira devolvida e lutava contra os impulsos que a atingiam como um atropelamento. Seus olhos estavam fixos na figura de quem tanto gostava. Amor. Teria se apaixonado pela versão que criou em sua própria cabeça? Imaginado, desejado demais? Sabia que viviam uma vida difícil. Mas ainda assim, havia a mínima possibilidade, a esperança de, quando finalmente livres, seguirem um caminho que, para ela, apenas para ela, funcionava. O ar na grande sala pareceu rarefeito. Ou talvez ela estivesse prendendo a respiração? Natalia pensou, pensou e pensou. O que poderia dizer para reverter aquela situação? Sentia-se estúpida, insignificante. De repente, era assim que se via. Respirar. Precisava se lembrar de respirar. O único pensamento lógico ao qual se agarrou com força foram as palavras de sua mentora: Respire, mentalize, controle. Mas, naquele instante, ela queria apenas fugir. Era péssima em expressar sentimentos. Fazê-lo agora, em meio àquela confusão, seria arriscado. Alguns segundos depois, desviou o olhar, focando na mão que segurava a pulseira.

Natalia permaneceu imóvel. Precisava segurar as lágrimas. Não queria se expor ainda mais. Para reorganizar os pensamentos, levantou-se. Seu corpo parecia repelir ao mesmo tempo que suplicava para se aproximar de novo. Desde o dia no Chalé Um, ela sonhava acordada. Durante a ilha de Circe, aqueles devaneios se fortaleceram, e ela se sentia realizada. Claro, sempre soube que Raynar era um homem difícil. Mas era um desafio que estava disposta a enfrentar. Seus sentimentos por ele jamais a fariam desistir... até agora. Uma ilusão, talvez. Deveria ter se preparado para aquelas palavras. Aquelas malditas palavras! Sabia dos riscos, mas os ignorou. Antes de desmoronar, Natalia caminhou para o lado oposto, o mais distante dele que conseguiu. Algo parecia ter se quebrado, e a dor em seu peito surgiu abruptamente. A mão que segurava a pulseira pesou. Ela a havia feito com tanto carinho, ansiosa para vê-la adornando o pulso dele. Agora, era apenas um presente recusado, algo que ela não queria mais ver. Com cuidado, deixou-a sobre a mesa ao lado. Tremia? Um pouco. Diante de tudo o que sentia, não seria o momento certo para um espetáculo. De repente, ela sentiu que ele não merecia. Mesmo assim, sua teimosia lutava. Virando-se rapidamente, mordiscava o canto do lábio, tentando manter a expressão e a postura mais firmes que conseguia. Se ele iria embora, ao menos ela teria algo a dizer antes. Tentaria. Não seria uma repreensão, é claro. "O que o faz pensar assim?" Sua voz escapou trêmula e baixa. A pergunta não foi sua primeira opção, mas pareceu um bom começo para aquele fim. Ou talvez, ela estivesse buscando algo para se torturar ainda mais. "Você deveria encontrar alguém mais fácil..." Repetiu, soltando uma risada breve, carregada de sarcasmo. "Ótimo. Obrigada pela dica." Estava tudo uma bagunça. "Tem mais alguma? O que eu faço com o que sinto, já que você �� tão experiente em situações assim? Já que veio preparado para essa tarefa."

Amar. Seu primeiro amor estava partindo sem ao menos dar chance ao inesperado. Quanto tempo levaria para se recuperar de tal queda? Dias? Meses? A quem recorrer primeiro? Kitty? Antonia? Pietra? Gigi? Ou guardar tudo para si e, quando perguntada, apenas ignorar? Em teoria, como tudo na vida, não parecia tão difícil. Ainda assim, envolta pela mágoa da ilusão, Natalia desejava e se via impelida por algo que pudesse fazê-lo mudar de ideia, insistir para que pensasse de outra forma. Mas por que não conseguia? "Há algo mais a ser dito?" Seus olhos piscavam freneticamente, derramando mais lágrimas. "Obrigada por reforçar seu ponto de vista. Você é ótimo em eliminar quaisquer dúvidas. Simples e direto. Eu vou ficar bem." Mais mentiras. Seu estado falava por si.

A coragem para desferir aquelas palavras era desconhecida, mas funcionava como um escudo para o que ela não queria demonstrar. "Não há nada para ser perdoado, Hornsby. Não houve nada." Tudo era uma invenção de sua mente. Não havia com o que ele se preocupar. Ela superaria, certo? "Eu não pedi para você ficar comigo." Não com palavras, mas com ações. A forma como o beijou, mesmo sem habilidade. Como o tocou. Como suspirou, desejando que aquilo nunca acabasse. "Você veio se desculpar por ter me beijado, então?" As primeiras lágrimas brotaram, deslizando pelo rosto sem permissão. Pensou em enxugá-las, mas já era tarde. No entanto, não iriam além. "Que cavalheirismo da sua parte. Se for por isso, por favor, não se importe. Não foi nada." O rumo que a conversa tomava era doloroso, e ouvir a si mesma dizer isso, depois de tanto idealizar, machucava. Doía demais. Mais alguns passos para trás. "Foi só um beijo." Para ele, era assim que agora via. Para ela, nunca havia sido tão feliz. "Mas se se sente culpado de alguma forma, por favor, não faça isso." Ele deveria saber. Estava claro. Beijou a inexperiente e, por acaso, estava arrependido. Diferente dos romances que lia e assistia, aquilo era real e, ao que parecia, não teria um final feliz. "Vá embora." Disse em um sussurro. "Vá embora." Repetiu, agora mais alto. "Guarde suas palavras. Não faz sentido." Seus olhos ardiam, e, após mais alguns passos para trás, Natalia alcançou uma mesa. As mãos apertaram o tampo de madeira. "Não faz sentido. Eu que peço desculpas." E lá estava mais um de seus hábitos: pedir desculpas, tentando remediar algo que não existia para nenhum dos dois. "Peço desculpas por ter interferido na sua vida há alguns meses. Peço desculpas por tê-lo irritado, tocado seu âmago, invadido seu espaço pessoal. Peço desculpas..." Por ter me apaixonado e não ser quem você esperava, ou alguém que pudesse fazê-lo ficar.

"Parece que você já terminou aqui. Eu preciso fechar tudo, deixar limpo para amanhã. Por favor, vá embora." A voz tornou-se embargada, e para impedir que ele a visse deliberadamente chorando, Natalia voltou a dar as costas. Que ele saísse sem falar mais nada, que apenas fosse embora. Que a deixasse para trás com o coração em frangalhos e a realidade que nada e jamais poderia acontecer entre os dois. "Eu vou ficar bem. É normal. Acontece. Paixões vêm e vão, certo? Não precisa se preocupar com nada. Você só foi o primeiro." Não soube dizer com que ímpeto havia arranjado para falar aquilo. A irritação, por acaso, poderia estar se inflamando, camuflada e a espreita para se liberar. "Só vai embora, Hornsby. Eu preciso arrumar... limpar tudo aqui."

E sim, ela ouviu algo quebrar.

Era seu próprio coração.

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O trêmulo músculo no lábio foi de tal leveza que podia passar despercebida, o pressionar numa linha quase dura reprimindo os avanços. Do alto, a estatura 'abençoada' do filho de Zeus, ele conseguia menear a cabeça e olhar para baixo; segurando ainda mais a vontade de rir. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Dispenso, Bakirci. Minha crueldade não é tão grande assim. ， O colar ao redor do pescoço zumbiu em vida, as pequenas lâmpadas acendendo uma a uma. Iluminando, enchendo de energia, e em comunhão com o martelo encantado que carrega em forma de anel no dedo. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Cruel a ponto de tirar esse sonho de você. Perder também no campo 'mágico' é triste. ， Uma pequena risadinha e ele estava de volta, erguendo a mão ligeiramente e pedindo um pouco de paz. Era tão fácil cair naquele lugar-comum, onde todos eram adversários. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Mas eu não vim para isso. Pode parar? Estou tentando congratulá-lo pela missão bem-sucedida. ，

𝐰𝐢𝐭𝐡: @zeusraynar

𝐰𝐡𝐞𝐫𝐞: luau

how about, for now, i just promise not to show up at your house and attack you again?

Já devia esperar por aquilo, que mesmo os filhos do Todo Poderoso Zeus, que em dias normais não viam nele alguém digno de nota, o tomassem por alguém aberto a conversação, agora que tinha retornado com os Caídos e que havia sido escolhido pelo Oráculo. Não que Remzi facilitasse uma aproximação com tais tipos: já tinha entrado em embates com boa parte do Chalé Um, o que se devia à sua antipatia natural com os filhos dos Três Grandes, muito mais intensa quando se tratava da prole do deus das tempestades. Era uma trégua aquilo que Raynar estava  oferecendo? Como se ele fosse alguém a ser temido... O filho de Nyx riu brevemente, desdenhoso, sabendo que estava prestes a perder sua paz, mesmo que o momento fosse de comemoração.  ‘ Se quiser tentar algo novo, Hornsby, especialmente se estiver a fim de apanhar, me avise, para que eu possa preparar minhas sombras ’

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FLASHBACK. Antes da chegada dos Caídos.

Um grito seria o incômodo de menos numa situação desse nível de periculosidade, mas Raynar manteve o comentário para si. Nem negando, nem assentindo, apenas ouvindo com atenção. E, no fundo da mente, relembrando a primeira vez que o próprio ombro saíra do lugar. Nada bonito. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Quando aceitei a existência de deuses e magia, tudo ficou relativo. Essas ilusões poderiam ser o equivalente de um filme de terror imersivo. Como os hologramas na área de treinamento. ，Inclusivo, o filho de Zeus tinha marcado um horário para aquele mesmo dia. Duas horas ininterruptas do nível mais alto de interação. A ausência de combate e o que sentiu durante a confusão... Mexeu com ele de uma forma que o deixou preocupado. E pensativo com a noção de futuro. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Podemos, e vamos, fazer isso. Físico e mágico. Tenho algumas maneiras de ajudar a me usar como cobaia, mas não vamos nos estender nesse assunto. Foque em se recuperar plenamente, sem atalhos e achismos. ， Porque ele sentia os olhares sobre si e a atmosfera mudar conforme mais tempo passava ali. Em nome de Eunha, ele sairia sem que a estada dela fosse afetada - e um momento de irritação fizesse iluminar as lâmpadas ao redor do pescoço. Raynar se levantou, o rosto voltando ao carrancudo normal. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Boa recuperação, mäuslein. ，

Ela fez que não com a cabeça, e iria sair dali nos dois dias combinados.

— O ombro dói às vezes mas não foi na articulação, foi mais aqui... — apalpou o lugar onde pais costumavam vacinar suas crianças — não vai ser dessa vez que vou deslocar o ombro, eu espero porque acho que meu grito não seria agradável.

A filha de Morfeu não tinha entendido a parte de que ele podia deixá-la ambidestra, a única coisa que imaginou foi que de alguma forma o semideus poderia quebrar seus punhos e acreditou nessa verdade piamente, os olhos arregalando de medo com a possibilidade.

— Tem coisas que mesmo depois de tantos anos, eu ainda acho difícil de entender, acredita? Como que eles não eram reais, claro, ilusões desse nível deixariam qualquer humano maluco. — Ela falava devagar e dentro de cada palavra vinha uma timidez comedida. — Mas acho que só você para ficar frustrado porque elas não te notaram. — O canto de sua boca se curvou em um sorrisinho, imaginando a cena de uma outra ótica.

Ela pigarreou.

— Quando eu sair daqui, eu quero treinar... de novo... talvez uma simulação do que aconteceu com eles porque eu não aguento me sentir assim, sentindo que estou fazendo os outros perder seu tempo quando estão ao meu lado.

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Raynar franziu o cenho para a outra, revirando os olhos com o comentário. Ele podia não ouvir muitas músicas comuns, mas sabia o nome das bandas. Você evita o que conhece. E, assim, Hans Zimmer virava o artista principal da única plataforma digital que gostava. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Eu não quero mais poderes, Simone. Não quero ter mais um dom que me deixe mais parecidos com ele. ， E era meio irracional a forma como pensava. Como que o pensamento de que seria o próximo na fila das bençãos fazia as mãos quererem se fechar com força, prevenindo o tremor involuntário. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Eu não... ， Os lábios formaram uma dura linha, o cenho franzido ao máximo em frustração. Por que era tão difícil abrir a boca? O corpo inteiro rejeitando a possibilidade de pedir o que quer que seja, ainda mais quando se pincelava no tom de ajuda. O filho de Zeus respirou fundo e ergueu os tempestuosos olhos azuis para os escuros da semideusa. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Semana passada, você lembra quando ameaçou chover? De dia, quando a previsão era apenas a noite, madrugada? ， Raynar lembrava do colar brilhando ao redor do pescoço, da irritação cobrindo a visão em tons vermelhos. E aquela gota caindo no rosto. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Acho que fui eu... ，

"Acho bom mesmo. Evanescence é tão anos 2000" brincou com um sorrisinho ao vê-lo pelo menos rir um bocado. Conhece-lo a tanto tempo a fazia notar que a insegurança dele era mais do que algo besta, era algo mais profundo do que imaginava e por isso mesmo Simone desarmou: Seus ombros caíram e o olhar amansou "Hey, não me venha com isso Raynar! De todos aqui desse acampamento eu sei que seria a melhor pessoa para ter um poder foda" era até estranho a macieis de sua voz. Sabia o quão ferido ele tinha sido por si mesmo, o peso de suas cobranças e o medo de acabar machucando os outros "Você é babaca de vez em quando, mas incrivelmente é uma boa pessoa. Um semideus exemplar. Controlar um poder como o seu é difícil e você o fez, se tiver outro eu tenho certeza que vai tirar de letra. Odeio dizer isso, mas agora está mais maduro, concentrado e sabe o que tá fazendo"

[zeusraynar]

The jaw clench, the shifting, the downwards glance... Severus fucking Snape

[zeusraynar]

O assentir claramente categórico, de quem não concordava nem um pouco com o que foi dito. Raynar franziu o cenho para o amigo, torcendo os lábios quando aquele pedacinho de informação combinava com o que ouvia pelo acampamento. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Se eu pegar mais pesado, Quíron me tira a turma. E eu já estou na minha segunda advertência. ， Sem contar nas semideusas preocupadas acusando-o de crueldade, dos semideuses correndo para salvar os mais novos como se estivessem realmente em perigo. Raynar só era um pouquinho entusiasmado demais. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Você. Sem opção. A situação deve estar feia mesmo do lado de fora. Os monstros estão atacando mortais também? Ou é invenção? ， Sem poder com os próprios olhos, e apenas Magnus na sua lista de 'informações confiáveis', Raynar tomava seu tempo para elaborar posicionamentos. Oferecer-se em planejamentos futuros ainda estava fora da realidade.

ㅤㅤㅤㅤ‹ ‘ ⚔️ ˙ .  —— riu com a resposta de raynar.ㅤ❛ㅤnão é minha culpa que você pega leve demais com os pirralhos.ㅤ❜ㅤna verdade, era culpa de magnus que o próprio descontava suas frustrações nos pobres adolescentes que só queriam aprender a se proteger dos monstros.ㅤ❛ㅤem minha defesa, eu preferia continuar bem longe desse maldito lugar. mas não tive outra opção. se visse a situação em que o resto do mundo está, iria entender. é por isso que temos que pegar mais pesado com os mais novos também. os monstros estão diferentes, mais fortes.ㅤ❜ㅤ

[zeusraynar]

Uma opinião contrária normalmente entrava por um ouvido e saía pelo outro. Pouca informação retida, o suficiente para garantir que não era nada de novo naqueles termos. Ou de que era tão batido, que o cérebro formava as palavras e argumentos antes de serem ditos. Porém, o irmão ganhava uma espécie de poder persuasivo. Uma obrigação inata de pelo menos colocar um pouco de consciência nas descrições. Raynar revirou os olhos e balançou a cabeça. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Você racionaliza demais a palavra monstro. Eles são monstros. Assim como os vindos do submundo. Não é um monstro aquilo que é estranho? Deuses acabam sendo o pior tipo, o que se confunde com santos. ， Ele estendeu o pulso e mostrou a pulseira, presente de Mary. Ela tinha uma mentalidade dessa, fervorosa e defensora, e era exemplo mais do que suficiente. Aos olhos de Raynar, Zeus é o pior tipo de monstro que existe e de tão bem feito, tão diabólico e malicioso, tinha criado um igual. Um que estava bebendo às sombras, girando o líquido numa garrafa e fazendo uma vibração elétrica rodar ao redor de si. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Circe não se colocaria numa situação dessas. Por que você acha que nos expulsou assim que terminou o tempo? Fechou o portal e desapareceu? Ela só entra nesse problema de novo se isso a beneficiar. E, dito isso, já sabemos a resposta desse dilema. ， E, em partes, ele agradecia aquela oportunidade. A paz de espírito da ilha, as oito horas dormidas direto, o convite para quem quisesse ficar... Não a isentava de todos os pecados cometidos, isso nunca, mas na ocasião de Hornsby ganhar algum poder perigoso, ela ficaria nas últimas vagas de sua vingança. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ E lembrando que Ártemis e Apolo continuam perdidos. Onde você acha que eles estão? E Zeus... Eu sonho com o dia em que o céu vai estar preto de tempestade, riscado de relâmpagos. Uma sinfonia de um deus que se acha o rei de todos e não consegue controlar a própria família. Ou o que tem entre as pernas. ， Ainda estavam em quatro, graças aos santos, mas só eliminava uma alternativa de sucessão. Criaturas mágicas e deidades menores. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Espero que estava tão estressado, velho, que seu raio metre fique preso na bainha. ， Não era bem uma maldição, o tom leve do filho de Zeus para os céus era quem completava a previsão do clima. Um assunto corriqueiro e sem graça, mesmo que erguesse inconscientemente os cantos dos lábios num sorriso discreto. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Dê tempo ao tempo, eu acho. Nós somos os últimos a entender nossos próprios problemas e com ela não deve ser diferente. ，

"Ou talvez os dois sejam por conta da fenda ser trabalho de dois deuses, Hades e Hécate." A mente vagava até o dia em questão, quando os monstros passaram por ele como ele sequer existisse. "Considerar a deusa um monstro? Acho que não." Ponderou por alguns instantes. "Existem monstros inteligentes, é claro, mas de certa forma eles são programados pra um propósito, destruição na maioria das vezes." Os olhos se ergueram na direção das nuvens. "Deuses tem capacidade de raciocinar, e sempre escolhem ser uns desgraçados. Acho que chama-los de monstros é quase minimizar o que eles realmente são." Ergueu os ombros, sabendo que Raynar o entederia. Ele assentia conforme o irmão falava sobre Circe, aparentemente compartilhavam uma opinião similar sobre a deusa. "Ela não toma partido de nenhum dos lados, é uma atitude... Interessante. Me faz pensar pra que lado ela penderia se fosse obrigada." Não que acreditasse que Circe fosse diferente dos demais ocupantes do Olimpo, mas a atitude dela o fez questionar um pouco acerca da lealdade da bruxa com os demais deuses, e a perspectiva fazia com que o filho de Zeus não desgostasse tanto assim dela. Ian riu com a fala de Raynar sobre o pai. "Na frente dos outros com certeza ele faria isso, mas nada me tira da cabeça que ele deve estar puto, muito puto, nesse momento." A idéia o fazia sorrir, apreciando o pensamento. "O irmão dele e junto de uma outra deusa tramaram bem debaixo do nariz dele e por muito pouco não tiveram sucesso, ele deve estar engolindo o orgulho dele junto com meio litro de soda caustica e cacos de ouro imperial." Não era segredo que ele detestava todos os deuses, mas a idéia dos deuses trazendo caos para a vida de Zeus era algo bastante agradável, como se de alguma forma, todo o caos que ele trouxe para a vida da própria prole por ser incapaz de se manter fiel ao próprio casamento fosse vingada. O sorriso, por sua vez, enfraqueceu ao lembrar da conversa com a ex. "Nós nos encontramos no pavilhão depois. Não foi uma conversa muito agradável. Como eu disse, a racionalidade nem sempre acompanha ela quando o assunto é ela mesma."

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E estava claro. A expressão de Raynar reproduzia cada letra com a clareza da luz solitária que brilhava no colar de lâmpadas. Não estava genuinamente irritado, só provocando o poder para demonstrar o que poderia ser se não... Interrompeu-se mentalmente com um suspiro, a cabeça balançando em decepção contida. E os dedos correndo pela crina solta do cavalo mais robusto do estábulo. Um que o suportasse, veja bem, físico e temperamental. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Francamente, não. ， Com suas próprias paranóias e vozes particulares, o filho de Zeus tinha pouco a ser dito sobre o caso. Ainda mais com sua dificuldade de manter algum assunto além da sua esfera social diminuta. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Tirando a fenda, parecia... Estranho. Porque ninguém falava abertamente sobre as vozes, mas dava para perceber que algo estava acontecendo. ， Sem intimidade com um dos atingidos (ou possuídos) sem conhecimento era baseado em boatos. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Vozes estranhas exigindo sacrifícios estranhos? Uma voz das profundezas. Não sei, Victor. Por que quer saber? ， Ele ia logo ao lado, segurando firmemente na crina para o cavalo não encontrar a oportunidade de morde-lhe o cotovelo.

@zeusraynar  said:    “feet  planted  firmly  on  planet  earth,  please.” local:  estábulos.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤvictor  esfregou  os  olhos,  afundando  as  mãos  nos  fios  de  cabelo  ao  puxá-los  para  trás  e  soltar  um  suspiro  pesado,  cansado.  não  estava  no  seu  melhor  foco  hoje,  e  isso  dizia  muito  sobre  o  filho  de  atena.  tinha  dormido  mal—pior  do  que  se  lembrava  das  noites  que  antecederam  sua  volta  ao  acampamento—e  a  frustração  da  poção  de  quíron  ainda  não  ter  funcionado  o  colocara  em  um  humor  estranho,  meio  arredio.  “ perdão,  raynar.  o  que  estava  dizendo?  estava  a  anos-luz  daqui, ”  confessou enquanto  ajeitava  a  sela  do  cavalo  para  montar, então lançou um olhar avaliativo a  benedik, como  se  sopesasse  algumas  opções.  o  filho  de  zeus  era  um  guerreiro  mais  do  que  competente,  e  no  exterior  bruto  havia  uma  clareza  que  transformava  sua  presença  em  algo  honesto,  fácil  de  ler.  victor  escolheu  falar:  “ me  foi  dito  que  há  algum tempo  os  semideuses  tiveram  experiências  semelhantes  de  vozes  os atormentando, quando a fenda ainda estava aberta.  quíron  lhes  deu  uma  poção  como  antídoto. ”  o  cavalo  deu  uma  bufada  sutil  e  ansiosa,  e  victor  o  guiou  pelas  rédeas,  uma  mão  dando  dois  tapinhas  carinhosos  em  sua  crina.  “ se  lembra  de  como  foi? ou o que eram, exatamente, essas vozes? ” 

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FLASHBACK

Raynar conseguia preencher uma lista considerável só com os pensamentos superficiais. Coisinhas tão mínimas que somente ele, e a cabeça embaralhada, eram capazes de considerar como ponto negativo. Já tinha tirado primeiras vezes. Apesar do sangue falar mais alto negativamente, existiam aqueles que o desejam. E ele soube usar isso para si quando ainda não cultivava o que era hoje. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Feliz. ， O filho de Zeus repetiu com ironia. Uma sobrancelha erguida em provocação ao lançar o olhar para a filha de Hades. Porém, não existia brincadeira ali. Além de que seria cego, surdo e apático para não ter notado aquele sorriso após arrancar todo o fôlego. Raynar soltou um gemido rouco, vindo do fundo da garganta. Algo de animal acuado e sem alternativas. Aquilo só deixava tudo mais difícil. Muito mais complicado. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Se ela contou, e eu sei que ela fez isso, você sabe que-. ， Queria se esconder num buraco de novo, sufocar aquele misto de orgulho e vergonha que tinha se tornado. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Ela quase perdeu tudo. Mas eu achei- Eu entendi que- ， O corpo queria saltar da própria pele, queimar o que deixasse para trás. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Era só isso que eu queria saber. Obrigado. ， O último acrescentado no susto, murmurado apressado entre fôlegos. Educação era importante com quem não tinha a intimidade (se é que essa era a palavra) para ser o que normalmente era.

'Não mais', as duas palavras quase fizeram Kitty sorrir, mas decidiu manter a discrição. Ou pelo menos tentar. Não queria que Raynar achasse que sabia de tudo, que Natalia tinha corrido para contar tudo. Portanto decidiu manter um sorriso mínimo no rosto, sem expressar demais a euforia com a situação. "Tenho meus problemas com filhos de Zeus, é verdade, mas não vou te maltratar ou me recusar a falar com você." Poucas vezes tinha sido capaz de maltratar alguém, tampouco recusar-se a falar. Kitty estava animada por Natalia e Raynar. Claro, se ele machucasse a amiga, talvez o enterrasse e mandasse direto para Hades, mas não era algo que desejava pensar. Não queria imaginar a amiga de coração partido. E naquela conexão, preocupava-se mais com o coração de Natalia, sendo muito mais próxima da filha de Hécate do que de Raynar. "Ela se assustou?" Repetiu, um pouco confusa, despertando dos pensamentos repentinos. "Ela estava feliz, Raynar. Você nem imagina o quanto." Finalmente deixou o sorriso aumentar, balançando a cabeça. "Por que ela se assustaria? Nati parecia feliz até demais."

[zeusraynar]

A consciência era o que mantinha o filho de Zeus dentro do acampamento, transformando o inexistente objetivo de vido em ajudar um pouco que precisava aturá-lo. Não era algo muito claro em sua mente, não saberia explicar nem com palavras, nem com gestos, mas algo mudava. Transformava-se um pouco mais a casa dia passado e os olhos, abertos. Sempre estivera assim tão rodeado? Nomes chegando à boca com facilidade. Uma pequena lista surgindo quando não deveria manter qualquer relacionamento. Apenas os com as divindades e os responsáveis pelas missões.

Raynar recolheu as mãos imediatamente, olhando com frustração a distração perfeita para aquele momento inquieto. Não era sua primeira vez. Natalia não tinha sido a primeira a estar naquela posição de atenção do filho de Zeus, mas algo era diferente... Quando a olhava, não tinha o desejo abrupto de partir para a segunda parte, para lançar o cale a sua boca do jeito bem rude de ser. Não queria se apressar e interromper, a torrente de palavras o confundindo só momentaneamente. Porque se acostumava com o falatório, se via imersos nas palavras e no jeito que ela mexia as mãos. Era assim tão encantador vê-la ficar tão sem jeito quanto ele? Duas linguagens diferentes, de fato, mas que se entendiam com o simples olhar que ele levantava e mantinha.

⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Eu quero falar com você. ， Trouxe de novo, com mais afinco. Voltando a atenção para aquele primeiro pedaço que tinha se passado sem perceber. Engolido pela cativante, quase hipnótica, presença da filha de Hecate. Mas você precisa fazer. Porque o papel com os números significavam mais do que um lugar para trocar mensagens sobre um hobby. Diga-se de passagem, nada combinava com as habilidades motoras finas de Raynar Hornsby. E aquela pulseira, que deixava entre eles na mesa, com o poder de queimar os dedos, não podia... Raynar empurrou as contas azuis e os lábios enrugaram com as mais finas rugas, porque aquele tom era compartilhado com a mãe... Era o que recusava no espelho todas as vezes que o total se tornava o foco dos detalhes que amava.

⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não posso fazer isso. ， Isso. O queixo apontando para a pulseira e o rosto balançando. Não podia fazer aquilo de novo. Não mais uma vez, não quando aquela sensação estranha crescia dentro do peito e fazia a ponta dos seus dedos tilintar. Não quando cada passo o lembrava daquela primeira caminhada, ladeado de semideuses assustados. Não quando bastava dar dois passos para fora e o mundo de fora o rejeitava também. Raynar tensionou a mandíbula, a musculatura saltando nas laterais enquanto balançava mais uma vez a cabeça, baixando o olhar para o próprio colo. O pé embaixo da mesa pulava, inquieto, naquele movimento que parecia uma tremedeira de tão rápido. Tão intenso. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não posso, Natalia. ， Bastava um simples rejeitar. Santos, já não tinha feito isso tantas vezes? Cortado a ilusão daquelas que achavam que tinham um futuro com o filho de Zeus porque ele deixou que dormissem na cama? Por que era chamada mais de uma vez na mesma semana?

Não quero nada com você.

Aidan ficaria puto, Kitty o odiaria, Candy encheria seu ouvido por meses, a grande maioria do acampamento ficaria contra si. E nada seria novo na vida do semideus. Afinal, não era esse seu plano inicial? De assumir o que tanto apontavam e assumiam? Uma frase, um de seus olhares de matar um e o coração dela partiria. Libertação para ambos, cada um no seu canto. Vidas seguiriam e ela estaria em algo melhor, limpa de sua influência e de olhos abertos para enxergar algo com mais futuro. Era um bom plano. Tinha sido um bom plano quando conseguia lembrar entre uma imagem de cinto e vislumbre dos cabelos soltos. Ela se recuperaria. Claro que se recuperaria.

Mas por que era o próprio, aquela coisa que carregava no peito, que mais ameaçava partisse em milhões de pedaços?

⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Você deveria encontrar alguém mais fácil, mais divertido. Alguém com um futuro. ， Alguém como um filho de um deus menor, um amigo de infância na Rússia. Alguém que Aidan não teria trabalho e Kitty não tivesse tanto atrito. Alguém com que pudesse descansar sem preocupações sobre acordar vivo no dia seguinte, ou sempre acordar numa cama vazia e uma presença ausente, que pudesse dar as mãos e mostrar sem temer... Temer a represália daquele contato recusado anos atrás, selando um destino tão solitário quanto carregado de sacrifícios. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Não posso ficar com você. ， Pegou a pulseira e a mão dela com todo o cuidado do mundo, depositando o objeto na palma e fazendo os dedos dela a cobrirem. Raynar piscava com mais frequência, mas nada vinha. Nada além de um vazio que pingava um líquido escuro. ⸤ ⚡ ⸣ ⸻ Perdoe-me. ，

Perdão por ter influenciado e trazido até ali. Por ter feito aquela esperança brotar com tanta força (e, sem querer, em si também). Raynar pedia perdão por meio daqueles olhos azuis, doido para sair dali e encontrar alívio entre as árvores antigas da floresta escura. Cair no mesmo ciclo quando tudo era demais e ele não conseguia colocar para fora, de dizer aquilo que realmente queria. Ora, a teimosia não era só para fazer o que queria, do jeito que queria. Era insistir em pensamentos, em opiniões alheias tomadas como reais. Era gritar consigo mesmo, desesperado, porque usou o pior verbo para finalizar o que... O que o coração já sabia ser seu novo futuro.

Raynar usou o verbo poder. O feio que remetia ao pai. De dominar tudo e torcer ao seu próprio comando.

Quando... Quando queria dizer querer.

Não quero ficar com você.

E, pelos Santos, aquela não seria sua primeira mentira.

Ao observá-lo sentado e aparentemente confortável, Natalia sentiu o coração expandir-se no peito. Ele havia ficado. Os pensamentos frenéticos indicavam que ela não estava imaginando demais; Raynar realmente queria estar ali, com ela. Após guardar o cinto na bolsa, aproveitou para pegar um acessório que havia feito com carinho alguns dias antes. Não sabia se ele usaria, mas torcia para que aceitasse de bom grado e que o tamanho estivesse certo. Aproximava-se devagar, com um grande sorriso nos lábios, que revelava toda a felicidade em revê-lo. Natalia já não fazia questão de esconder nada. Que o filho de Zeus tirasse suas próprias conclusões— e que fossem todas a seu favor, claro. A poucos passos de adentrar o espaço dele, Natalia sentiu as pernas congelarem, e seu coração acelerou subitamente. "Você procurou por mim?" Seus olhos piscaram freneticamente, e a respiração tornou-se ofegante. "Eu... precisei..." Tentava conter-se, convencida de que agir de forma tão boba o afastaria. Mas o ímpeto era mais forte, e ela se entregou à explosão de emoções que a tomavam por completo. "Precisava sair de lá. Estava tudo muito confuso. Minha cabeça doía, e meu corpo não respondia bem. Fiquei mal." Finalmente, voltou a mover-se, parando ao lado do semideus. Instintivamente, pousou a mão no ombro dele, aproveitando a intimidade recém-construída. "Precisava descansar, colocar tudo em ordem." Seus dedos pressionavam e acariciavam ao mesmo tempo. Queria prolongar o momento, mas sua atenção foi desviada para a mesa. Com um protesto mental, retirou a mão e começou a arrumar a bagunça. "Você queria falar comigo? Estou bem agora, só para garantir." Disse rapidamente, deixando a pulseira azulada—em tons que combinavam com os olhos dele—sobre a mesa, estrategicamente à vista. "Ignore essa bagunça," comentou rindo, puxando pequenas caixinhas para recolher miçangas que escapavam entre os dedos. "As crianças são tão bagunceiras quanto eu. Acho que tenho dessas bolinhas até nos bolsos."

Uma ideia surgiu de repente, e, desinibida, Natalia virou-se tão rápido que a mão passou com força sobre a mesa, fazendo a pulseira cair no colo de Raynar. "Você poderia vir aqui mais vezes!" Ela nem percebeu o que havia feito e, unindo as mãos em uma súplica divertida, continuou: "Não sei se as crianças adorariam ou ficariam tão quietinhas que seria um prazer lecionar. Sabe, você é todo grandão, tem uma carinha emburrada..." A voz diminuiu de tom, acompanhada de mais uma risada. "Você sempre será bem-vindo aqui. Pelo menos, eu adoraria." Exagerada ou não, Natalia ansiava por entender o que estava acontecendo entre eles. Se desejava estar ao lado dele, não hesitaria em demonstrar. Mas, tratando-se do filho de Zeus, ela precisava parar e refletir mais para compreender suas reações. Raynar era o seu desafio predileto, alguém que ela estava empenhada em desvendar, desde os detalhes mais simples até os mais complexos. "Eu pensei em procurá-lo também." Após a ilha de Circe e o fechamento da fenda, Natalia várias vezes foi até o chalé um, observou a movimentação, mas sempre desistia no último momento. "Muitas vezes. Quis encontrá-lo... muitas vezes. Conversar. Conversar mais um pouco." Mais uma vez, ela deu as costas, finalmente notando que a pulseira não estava mais sobre a mesa. "Você gosta de artesanato?" Perguntou, tentando mudar de assunto. Seus olhos nervosos percorriam o espaço, à procura do acessório. "Minha função aqui é com madeira. Sou quase uma carpinteira. A maioria das casinhas de passarinho espalhadas pelo acampamento foram feitas por mim. Se precisar de algo do tipo..." A insistência era sua maior aliada. Se não fosse pelas poções, a filha de Hécate estenderia suas habilidades para mantê-lo em seu campo de visão e atenção por mais tempo. "Você quer o meu número de telefone?" As mãos foram ao bolso no avental, e ela rapidamente encontrou papel e caneta, anotando os números com avidez. Antes de entregar, puxou um banquinho e sentou-se ao lado dele. Sem esperar uma resposta, o agarrou pelo braço, colocando a pequena folha amassada na palma maior. Nesse movimento, finalmente encontrou o que havia perdido. "Tem uma pulseira no seu colo. Eu que fiz para você. Espero que goste."

[zeusraynar]

enemies to... ㅤ natalia pavlova and raynar hornsby. life was aㅤ willowㅤ and it bent right to your wind. ㅤㅤㅤmusic insp.