#textos fragmentados
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inutilidadeaflorada · 6 months ago
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Salazar
Se curvará solene ao bataclã Sua boca se flexiona com as lentes de uma câmera Ao soletrar todas as memórias utópicas Uma lápide sob um vilarejo sitiado
A idade não deveria, mas é Um faquir acumulando fobias Caminhando temeroso sob um Reduto fragmentado de espelhos
Preciso de imagens abomináveis Há um resido crônico desperdiçado O absurdo da historiografia comprimida Na corda bamba das intersecções
Corra-se ao abismo agora Se pudesse estragar a surpresa Diria uma dose cavalar devolvida Mas eu preciso fazer vistas grossas
São tempos insones para quem Possuí adagas atravessadas no olhar Ou homens soletrando fórmulas de farmácia A cada vez que seus cílios fogem de cartas de apresentação
O roteiro caí em contradição Fórmula precisa de um vaudeville Comédia e happening consagradas Sem permutas ou consultorias
In Memoriam: Fruto deposto Invertebrar Dionísio e suas quimeras Quiçá, um jardim sem sonhos Esterilizado para todas as importunações
Habitar eixos, textos e dicionários comungados O truque é rezar à corporeidade de um avida dollars Processos fisiocômicos erguendo um busto aos vilões Será permissivamente uma viúva detalhando sua decomposição
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notasfilosoficas · 2 years ago
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“El reino de los cielos está dentro de vosotros y el que se conoce a sí mismo lo encontrará. Conócete a ti mismo”
Jesús de Nazareth (Papiros de Oxirrinco)
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Los papiros de Oxirrinco son un grupo de manuscritos descubiertos a finales del sigo diecinueve y principios del veinte por los papirologistas Bernard Pyne y Arthur Surridge en un antiguo depósito de basura cerca de Oxirrinco en Egipto.
El manuscrito data de la época del reinado de los Ptolemaicos que abarca desde el 305 AC al 30 d.C., la más larga dinastía en Egipto.
Desde 1898, los académicos han juntado y transcrito cerca de 5,000 documentos contenidas en cientos de cajas de papiros fragmentados por lo que representa solamente el 1 o 2% del material estimado en mas de medio millón de papiros esperando ser conservados, transcritos, descifrados y catalogados.
Los papiros contienen una gran cantidad de temas en griego y latín, desde administrativos, seculares, históricos, matemáticas, poesía así como traducciones del nuevo y viejo testamento.
También se incluyen copias de los testamentos apócrifos como el evangelio de Tomás y el de María Magdalena.
Las excavaciones que se realizaron en el vertedero de basura en el area en el que en antaño se ubicó la ciudad de Oxirrinco en Egipto, dejó al descubierto fragmentos de papiro que contienen lo que se supone que fueron dichos de Jesús, sin embargo, lo que habría sido llamado el Evangelio de Tomás no se conocía para entonces hasta el descubrimiento de los códices griegos de Nag Hammadi a finales de 1945 que verificarían que los fragmentos de Oxirrinco, pertenecieron al Evangelio de Tomás.
El evangelio de Tomás, también conocido como el Evangelio copto de Tomás, es un evangelio no canónico, considerado apócrifo de dichos de Jesús.
El texto copto, es el segundo de los siete documentos que los estudiosos modernos denominan como Códice II, y está compuesto por 114 dichos atribuidos a Jesús. Casi la mitad de estos dichos se asemejan a los que se encuentran en los evangelios canónicos, mientras se especula que los otros dichos se agregaron de la tradición gnóstica.
El manuscrito data de alrededor del año 340 d.C. y aunque la introducción dice; “Estas son las palabras ocultas que habló Jesús vivo y Judas Tomás Dídimo escribió”, Los eruditos modernos rechazan la autoría del apóstol Tomás, y es posible que el documento se haya originado dentro de una escuela de cristianos primitivos, posiblemente proto-agnósticos.
El evangelio de Tomás es muy diferente en el tono y estructura de otros apócrifos del Nuevo Testamento y los 4 evangelios canónicos, ya que no se trata de un relato narrativo de la vida de Jesús sino mas bien de logias o dichos atribuidos a Jesús, a veces independientes y otras incrustadas en diálogos o parábolas breves.
El manuscrito del texto copto fue publicado en una edición fotográfica en 1956 y la primera traducción en inglés en 1959. En 1977, James M. Robinson editó la primera colección completa de los textos de Nag Hammadi y el Evangelio de Tomás ha sido traducido en múltiples idiomas.
Fuentes: Wikipedia, elescriturista.blogspot.com
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feedheterotopico · 1 month ago
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Entre Alfabetização e Letramento Digital: desafios da mediação crítica
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“O livro em suporte digital pode oferecer uma leitura e uma escrita diferente, onde o grande enigma é a cada dia tornar esta leitura mais inovadora, interativa, gerando aprendizagens colaborativas.” (PORTO; SANTOS, 2019, p. 23)
Em tempos de telas que deslizam mais rápido que o pensamento, discutir educação digital exige mais do que ensinar a operar um teclado ou acessar aplicativos. A alfabetização digital — entendida como a capacidade de manusear dispositivos, softwares e plataformas — é uma etapa necessária, mas insuficiente diante da complexidade da cultura digital contemporânea.
Nesse cenário, ganha centralidade o conceito de multiletramentos, que amplia o foco da aprendizagem para incluir diferentes linguagens, mídias e formas de significação. Letrar digitalmente é muito mais do que utilizar ferramentas — é desenvolver a competência crítica de compreender, interpretar, avaliar e produzir sentidos nos ecossistemas digitais. Trata-se de decifrar os códigos culturais que circulam nas redes, nas imagens, nos hipertextos e nos fluxos incessantes de dados.
A cibercultura, enquanto ambiente simbólico e tecnológico em constante mutação, desafia o modelo tradicional de leitura linear. Como destacam Porto e Santos (2019, p. 234), “a cibercultura se consolida como uma cultura disruptiva, pois ao mesmo tempo em que converge hábitos e práticas de outras culturas, ela expande as possibilidades de reconfiguração”. Ler, nesse novo contexto, é também navegar, selecionar, interagir, desconfiar, remixar.
O professor, nesse contexto, deixa de ser apenas um transmissor de técnicas: ele se torna guardião da linguagem, curador de sentidos e mediador ético em um território marcado por conexões, algoritmos e disputas de visibilidade.
Nesse novo ecossistema informacional, a linguagem digital torna-se mais que um suporte: ela é mediação ativa entre sujeitos e saberes. Atua como interface simbólica entre a cultura técnica e a produção de sentidos — lugar onde se dá a articulação entre cognição, emoção, linguagem e poder. Por isso, letrar-se digitalmente é também participar de uma inteligência coletiva, como define Pierre Lévy, na qual o conhecimento é construído de forma distribuída, colaborativa e permanente.
A mediação digital não acontece em silêncio. Ela se dá por meio de múltiplas camadas de interatividade: uma interatividade seletiva, quando o sujeito escolhe o que acessar; intencional, quando produz ativamente seus próprios discursos; e imersiva, quando se envolve afetiva e sensorialmente nos ambientes digitais. Essas interações desafiam a escola tradicional e exigem do professor um olhar ampliado: ensinar a ler, hoje, é ensinar a navegar com discernimento, interpretar fluxos e reposicionar-se diante de informações voláteis.
A convergência midiática, por sua vez, dissolve as fronteiras entre mídias, gêneros e formatos. O texto vira imagem, a imagem vira som, o som vira link. Como observam Corujas e Rosa (apud Porto; Santos, 2019, p. 268), as múltiplas plataformas digitais formam “meios híbridos”, conduzindo a um formato de multimodalidade. O livro, nesse contexto, também se reinventa: pode ser lido, escutado, animado, fragmentado em posts, expandido em podcasts, remixado em memes.
Diante dessa paisagem hiperconectada, a educação não pode mais prescindir de uma abordagem transdisciplinar e crítica, voltada à formação de sujeitos capazes de produzir e interpretar conteúdos em uma pluralidade de linguagens. É nesse cruzamento entre letramento digital, linguagem multimodal e inteligência coletiva que se constrói uma prática pedagógica relevante na era da tecnointeração.
PORTO, Cristiane de Magalhães; SANTOS, Edméa Oliveira dos (orgs.). O livro na cibercultura. Santos: Editora Universitária Leopoldianum, 2019.
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des-enfocado · 1 year ago
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Ecosistemas Narrativos Dinámicos: Desafíos y Potencial de la Escritura Fragmentada  
Reflexión 
Las narrativas transmedia pueden entenderse como "ecosistemas narrativos dinámicos", donde cada plataforma y formato contribuyen a un universo narrativo cohesivo y diverso. Cada medio agrega capas de significado, permitiendo una interacción profunda y proponiendo una inmersión total del público. Este enfoque destaca la sinergia y la complementariedad entre diferentes medios, creando una experiencia narrativa rica y expansiva. 
Mantener la coherencia narrativa a través de múltiples plataformas y formatos es complejo, pues cada fragmento debe tener sentido por sí solo y encajar en un todo. La interactividad debe complementar la narrativa sin fragmentarla excesivamente, integrando elecciones significativas con relación a una retroalimentación orgánica por parte de los usuarios. Por tanto, la accesibilidad y distribución equitativa de los fragmentos son cruciales, requiriendo tecnologías y estrategias que maximicen el alcance y la participación. 
Medir el impacto de cada fragmento y de la narrativa en su conjunto es esencial, desarrollando métricas claras que consideren la interacción en cada plataforma y el impacto total en el ecosistema narrativo. Con planificación estratégica y un enfoque de mejora continua, los creadores pueden desarrollar experiencias narrativas cada vez más inmersivas y coherentes que aprovechen al máximo el potencial digital de vanguardia y exalten el producto por su valor global. 
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Imagen generada con tecnología DALLE 3.
Fuentes
Revista Enfoco "Narrativas Transmedia" (abril - junio 2015): (artículo 10) "La cultura digital: contar, generar experiencia y entretener" de Ómar Rincón; (artículo 18) "¿Qué son la narrativas transmedia?" de Carlos Scolari; y (artículo 48) "Transmedia, territorio para la no ficción" de Raúl Enrique Medina. 
Libro "De la autobiografía: teoría y estilos" (2006) de José María Pozuelo Yvancos: (capítulo 5) "Roland Barthes: un texto-cuerpo fragmentado".
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blossomingbooks · 1 year ago
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Book Review: Novas Cartas Portuguesas [PT]
Welcome to one more blossoming book review in Portuguese! This time, I bring you Novas Cartas Portuguesas (1972). Let me know if you're interested in a translation!
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"(...) nosso intercâmbio - e toda a amizade de mulheres - tem um tom de uterino, de troca lenta, sanguinária e carente, de situação de princípio retomada."
Novas Cartas Portuguesas é um projeto a três, assinado por Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Publicado em 1972, foi proibido pela censura, pela sua linguagem e temas eróticos, feministas e anticoloniais, tendo sido aberto um processo contra as autoras.
Definir esta obra é uma tarefa quase a bordar o impossível, tendo em conta a pluralidade de vozes e formas e a intercalação contínua entre ficção e realidade. Projetada enquanto diálogo com As Cartas Portuguesas — romance epistolar do século XVII que reúne 5 cartas de amor de uma freira portuguesa, Sóror Mariana Alcoforado, dirigidas a um oficial francês —, a obra vai muito além desta intertextualidade. As "Três Marias" usam Mariana como pretexto para desenhar toda uma linhagem abstrata de mulheres (Marianas, Anas, Marias, Mónicas) que lhes permite explorar a condição feminina em várias épocas e contextos diferentes.
Desde a condição emocional e romântica da mulher, ao seu papel na sociedade, passando pela forma como estes aspectos estão interligados, NCP serve como um manifesto feminista escrito num momento de repressão ditatorial. Sobre este tema, destaco e sugiro a leitura da "Terceira Carta IV" (na qual se reflete sobre a relação entre homem e mulher como espelho da relação entre burguesia e proletariado), dos "Extractos do diário de Ana Maria, descendente directa da sobrinha de D. Maria Ana, e nascida em 1940" e da "Segunda Carta VIII".
"De Mariana tiramos o mote, de nós mesmas o motivo, o mosto, a métrica dos dias. Assim inventamos já de Mariana o gesto, a carta, o aborto; a mãe que as três tivemos ou nunca e lha damos."
Apesar de dividido por "cartas", a obra não pode propriamente ser considerada epistolar, tendo em conta a sua faceta anacrónica e polifónica. Cada "carta" é completamente imprevisível e independente da prévia ou da seguinte, podendo consistir tanto em prosa quanto em poema, seja num tom narrativo ou ensaístico. A linguagem utilizada é sempre complexa e muitas vezes quase experimental. Várias cartas utilizam um tom metalinguístico, nas quais as autoras conversam entre si e refletem sobre a própria obra.
Novas Cartas Portuguesas parece-me um texto único dentro do panorama literário português que, apesar de ser de difícil absorção enquanto obra integral, é na sua essência tão fragmentado que pode ser lido de forma aleatória e espontânea — e, diga-se de passagem, muito beneficiaria o povo português em ver algumas das suas passagens inseridas no sistema educativo.
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nekoannie-chan · 1 year ago
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Salvando al Capitán
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Título: Salvando al Capitán.
Fandom: Marvel, Capitán América.
Pareja: Steve Rogers (Capitan HYDRA) & Sinthea Schmidt (Coworkers).
Palabras: 521 palabras.
Cuadro: B4 “Tatuajes.”
Clasificación: B.
Sinopsis: Sin salvó a Steve de S.H.I.E.L.D.
Advertencias: Mención de venganza, intento de lavado de cerebro.
N/A:  Esta es mi entrada para Marvel Rare Pair Bingo Round 3 2024. MRP-066.
Links: Wattpad, Ao3, versión en inglés.
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No doy ningún permiso para que mis fics sean publicados en otra plataforma o idioma (yo traduzco mi propio trabajo) o el uso de mis gráficos (mis separadores de texto también están incluidos), los cuales hice exclusivamente para mis fics, por favor respeta mi trabajo y no lo robes. Aquí en la plataforma hay personas que hacen separadores de texto para que cualquiera los pueda usar, los míos no son públicos, por favor busca los de dichas personas. La única excepción serían los regalos que he hecho ya que ahora pertenecen a alguien más. Si encuentras alguno de mis trabajos en una plataforma diferente y no es alguna de mis cuentas, por favor avísame. Los reblogs y comentarios están bien.
DISCLAIMER: Los personajes de Marvel no me pertenecen (desafortunadamente), exceptuando por los personajes originales y la historia.
Anótate en mi taglist aquí.
Otros lugares donde publico: Ao3, Wattpad, ffnet, TikTok, Instagram, Twitter.
Tags: @sinceimetyou @black23 @unnuevosoltransformalarealidad @azulatodoryuga
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Steve sacudió la cabeza, todo seguía siendo confuso, a veces en su cabeza aparecía el recuerdo de él atado en una silla. Los recuerdos parecían distorsionados, fragmentados por alguna causa desconocida.
Mientras tanto, Sinthea Schmidt se había entrado de lo que había sucedido, eso solo quería decir una cosa, probablemente SH.I.E.L.D. se había encargado de lavarle la mente a Steve y ponerlo de su lado, pero ella no iba a permitir que eso pasara.
Probablemente los agentes de la otra Organización no se habían dado cuenta de los tatuajes que cada miembro de HYDRA tenía, obviamente no eran en lugares visibles o evidentes.
Todos habían estado ocupados en otras misiones, por lo tanto ahora le correspondía ir a salvar a Steve y evitar que S.H.I.E.L.D. hiciera de las suyas.
Se las ingenió para averiguar dónde estaba. En cuanto supo, fue hasta el lugar, si o si el Capitán regresaría a HYDRA.
Sinthea observó con preocupación la lucha interna que libraba Steve, consciente de que su mente había sido manipulada y sus recuerdos distorsionados por la maquinaria de S.H.I.E.L.D.
Sabía que era una tarea arriesgada, pero estaba dispuesta a correr cualquier riesgo para devolverle la libertad a uno de los mejores recursos de HYDRA.
Sinthea trabajó en silencio, desactivando los dispositivos de control mental que habían sido implantados en la mente de Steve.
—Steve, lo logramos. Eres libre ahora —ella dijo, con una sonrisa de complicidad.
Pero de pronto parecía que él la atacaría, ella se las ingenió para dejarlo inconsciente y sacarlo de aquel "horrible" lugar, necesitaría a los médicos de HYDRA para volver a ajustar a Steve o tal vez el Soldado podría ser de ayuda.
Steve recuerda quién eres, simplemente tienes que ver tu tatuaje, necesitamos que vuelvas a ser tú, tenemos muchas cosas por hacer Sin dijo
Los siguientes días fueron aún más difícil para Steve, todo era muy confuso en su mente, no sabía quién era en realidad ni quién tenía la razón, necesitaba... Necesitaba... Él no sabía exactamente qué era lo que necesitaba
Tal vez saber la verdad.
Debería de haber alguna manera en lo que pudieran recuperar, sino...
Fue entonces cuando Steve vio su tatuaje, ese tatuaje con el característico símbolo de HYDRA, comenzó a recordar lo ocurrido.
Ahora lo que Steve quería era vengarse, necesitaba acabar con S.H.I.E.L.D.
Los demás agentes temían acercarse al capitán debido al comportamiento errático que había tenido en las últimas semanas, pero todo cambió el día que recordó.
De inmediato llamaron a Sin y al Soldado.
En cuanto los vio, Steve comenzó a contar tanto lo sucedido como lo que habían descubierto, Sinthea cada vez parecía más y más interesada.
—Quizás lo mejor sea que finjas que lo que ellos te hicieron funcionó, hay posibilidades de que destruyamos a S.H.I.E.L.D. desde adentro —Sin propuso.
—Puedo ganarme la confianza de quién sea necesario —Steve aseguró.—Y esta vez no van a lograr que me confunda, ya todo está completamente claro en mi mente y nunca más volveré a olvidar quien soy ni misión —continuó, a la vez que mostraba su tatuaje.
Steve se iba a asegurar de tener su venganza.
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sobreiromecanico · 1 year ago
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Unto the Godless What Little Remains: amor e cyberpunk
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É possível que as notícias sobre a morte da ficção científica cyberpunk tenham sido manifestamente exageradas. Após se ler Unto the Godless What Little Remains, de Mário Coelho, diria ser seguro afirmar que o cyberpunk está bem e recomenda-se.
Poderíamos dizer que Unto the Godless What Little Remains é uma espécie de cruzamento entre Her de Spike Jonze e Neuromancer de William Gibson, com pitadas de Pat Cadigan e Peter Watts, mas um mero elencar de influências será um exercício demasiado redutor para um texto tão bem conseguido: Mário Coelho desenvolve uma trama intensa através de múltiplos pontos de vista, em vários momentos temporais nem sempre sincronizados, mas a convergir para o mesmo ponto de fuga; a leitura assemelha-se a um puzzle que vai ganhando forma à medida que descobrimos como aquelas personagens tão distintas se foram cruzando, e influenciando o percurso de cada uma. Seguimos o protagonista, Liverloin, que nem sempre foi Liverloin e que quando o conhecemos não é apenas Liverloin - nele vivem múltiplas personalidade artificiais. E seguimos Stelvy, uma agente ao serviço/sob controlo da inteligência artificial DAIS, que também teve outra vida. E há ainda a Big Momma, a Internet em personificação digital, omnisciente e omnipresente, e com um interesse muito particular por Liverloin.
Os vários pontos de vista são introduzidos tanto pelo título de cada capítulo, com o nome da personagem e "Before the Storm" ou "After the Storm", com a tempestade aqui a não ser a Singularidade, como em outras histórias cyberpunk, mas um outro cataclismo digital. E os pontos de vista distinguem-se também pela própria escrita, com registos e formatações diferentes para várias personagens. É um truque mais difícil do que aparenta, e Mário Coelho fá-lo com destreza, recorrendo a uma prosa bem ritmada, eficaz e polida, que puxa pela trama e pelas personagens. Os seus pontos de vista primam ainda pela originalidade: os capítulos fragmentados pela interacção de uma personagem com os cinco ecrãs de computador do seu trabalho são uma ideia absolutamente fabulosa, que o autor executa na perfeição.
Já agora, porque a geografia urbana costuma ser também fundamental para o cyberpunk: aqui não estamos no Sprawl de Gibson ou na New Port City de Shirow, para dar o exemplo de duas cidades clássicas e distintas do género, mas sim numa Lisboa hiper-conectada, simultaneamente familiar e estranha, que dá um excelente cenário à trama e à acção sem no entanto se sobrepor. Não é todos os dias que encontramos a nossa capital em ficção científica de primeira água, pelo que esse pormenor merece destaque.
Unto the Godless What Little Remains está disponível em formato digital e numa edição paperback limitada e numerada (obrigado, Mário, pelo exemplar!), e merece uma leitura atenta tanto pela irreverência da história como pela abordagem a um tema tão actual como a desinformação online - nestes tempos de vida cada vez mais digitalizada, em que as distopias cyberpunk parecem mais reais a cada dia que passa (pensemos na informatização de praticamente todos os aspectos das nossas existências, no domínio cada vez mais vasto que as mega corporações tecnológicas têm na sociedade, e no consequente enfraquecimento das estruturas democráticas), este subgénero da ficção científica pode parecer destinado à obsolescência. Mas Mário Coelho demonstra em 131 páginas que esse destino não é definitivo, e que o cyberpunk pode ainda ter muito a dizer - e com muito mais pertinência quando os seus futuros se tornam presentes. Da minha parte, fiquei com vontade de explorar outras visões do autor sobre estes presentes e estes futuros.
Mário Coelho (2022), Unto the Godless What Little Remains, Oxford, Satellites, Rebellion Publishing Ltd.
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good-madnesss · 2 years ago
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ei, psiu, você. VOCÊ MESMO, OLHA PRA CÁ.
você que a pele brilha dourada, do perfume inconfundível...
Você que encaixa os dedos certos nos mesmos lugares de sempre da minha cintura
Você que me perdeu por tão pouco...
já te falaram que eu sou a tal dona da verdade que adora ter razão sobre tudo ? Eu, que das três, vivo e sobrevivo com todos os leões que domei
já te falaram do seu egocentrismo e do seu achismo enxuto de achar q me tem a qualquer hora, a qualquer dia, só pra dizer suas meias verdades e depois cuspir mentira no mesmo prato que você comeu?
Prato fundo pra aguentar 2 anos de labuta
O mesmo prato que eu dei p uma multidão faminha de afago e, mesmo assim, eles continuam com fome
Já te falaram que eu dei a eles de comer lágrimas salgadas pra eles não me devorarem ?
eu que os criei e os liberei para o seu endereço para que, assim, eles comam do desprezo que você mandou para o meu caminho mas eu finalmente me libertei dele e você não sabia.
Eu me libertei da estrada que levava até você.
mas sobre isso vamos dizer que já superamos e que criamos girassol após girassol
(e mesmo assim, talvez esse texto aqui não seja uma pessoa em específico, quem saberá)
você que mesmo sabendo de tudo isso, mesmo sabendo que as asas de cera iam derreter antes de sair do labirinto, sempre me procurou e sempre me achou quando comiam um pedaço do seu fígado ou do seu estômago.
onde você estava quando comeram um pedaço do meu útero ? Onde você estava quando me negaram a única esperança de perpetualidade ?
Você mesmo, dos olhos castanhos, aliança frouxa no dedo...
onde você estava quando todo o labirinto sucumbiu e o Minotauro avançou ?
onde você estava quando mais um semideus foi rejeitado ?
na estrada dos famintos, no caminho dos perdidos ou no trilho da desilusão? Por todos os lugares que passei e achei saída, você está por lá perdido ?
ou finge estar pra não ter que arcar com responsabilidades que os acasos dos seus desencontros criaram ?
o peso será que vai ser demais pros seus ombros quando você sair do mar de monstros onde, por anos, sereias cantavam pra você?
e quem de nós, humanos, semideuses e filhos renegados saberá a resposta para tal questionamento ?
e sim, esse texto terá pernas, braços, coração e todos os órgãos. criei ele com a rachadura que fiz em mim para tirar daqui de dentro todos os esfomeados
eu, igual um cavalo de Tróia, entrei em você e te devolvi toda minha fúria.
Todo meu amor fragmentado e toda minha insensatez.
E essas linhas vão falar tudo o que nunca mais irei falar.
Quando não se reza pra um Deus ele deixa de existir. Eu parei de rezar para você.
Fui seu atlas e você meu náufrago.
fui seu todo e você retalhos.
Hoje sou tudo. A dona da razão e da verdade.
Na minha verdade hoje você nunca existiu.
- Gabi
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alexmrningstarr · 18 days ago
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Ensayo: “Sobre el éxodo” — Mario Benedetti
1. Contexto y resonancia temática
“Sobre el éxodo” cierra Con y sin nostalgia con una fuerza narrativa e ideológica intensa. Ambientado durante el golpe de Estado uruguayo, el cuento construye una metáfora poderosa del éxodo colectivo: primero emigran los más vulnerables, luego las clases altas, hasta que incluso los militares —responsables de la opresión— se exilian. De este modo, Benedetti expone la propia autodestrucción de un régimen opresor, donde el mal crea su propio destino .
2. Ironía, estructura y registro
Benedetti utiliza la ironía como motor literario. El relato avanza por medio de listas hiperbólicas —obreros, sirvientas, industriales, militares— que incrementan lo inverosímil hasta subvertir la realidad: un éxodo total donde no queda nadie en el "paisito". Este “paisito” difuso representa a cualquier país latinoamericano víctima de dictaduras, gracias a la imprecisión temporal y espacial del texto .
Narrativamente, se emplea:
Focalización cero y narrador heterodiegético, que mezcla discursos oficiales y periodísticos para distanciarse y, al mismo tiempo, satirizar la realidad .
Estilo indirecto libre, que alterna voces para crear una sensación de discurso fragmentado y relativizar la autoridad oficial .
3. Intertextualidad: Bíblico y maravilla
El cuento dialoga con:
1. El Éxodo bíblico: como la salida de un pueblo oprimido. Pero mientras en la Biblia hay un Dios redentor, aquí la población misma se exilia para liberarse.
2. El cuento maravilloso: con tono de “érase una vez” y personajes tipo más que individuales, refuerza el efecto alegórico y universal. La referencia al ex mayordomo entre la multitud subraya la función caricaturesca y la ironía implícita .
Ambas referencias elevan el relato de denuncia política a fábula, símbolo y apólogo: el mal se destruye solo.
4. Final demoledor: sarcasmo y catarsis
El broche final ocurre cuando los ex reclusos confrontan al presidente, representando la voz del pueblo:
> “¿Qué hacemos con este tarado?”
“Usted es un cristiano… pero un cristiano de mierda…”
El tiro que se dispara suena “como un proyectil que se hunde en paja podrida” . Con esto, Benedetti abandona la ironía suave y entra en sarcasmo agresivo: la censura y dictadura son directamente acusadas y simbolizadas; la escopeta se convierte en acto de justicia poética.
5. Moraleja y función del cuento
El texto actúa como fábula moderna sin moral explícita. El mensaje implícito: un sistema podrido termina por consumirse a sí mismo. Los hechos no tienen sentido si no los llena el “sentimiento”, como sugiere el epígrafe de Onetti al inicio del libro .
A través de la ficcionalización histórica, el cuento deja espacio a múltiples interpretaciones, permitiendo que cada lector identifique el “paisito” con su contexto específico .
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✨ Conclusión
“Sobre el éxodo” es una obra compleja y rica en recursos narrativos:
Es un espejo satírico de la dictadura y el exilio.
Usa ironía, sarcasmo y fábula para revelar verdades políticas.
Cierra con una frase agresiva que expone el fondo de la denuncia.
Es el cuento mayor y más profundo de Con y sin nostalgia, combinando denuncia creativa con estética literaria. En él, Benedetti innova el modo de narrar la violencia política: no solo la expone, sino que la convierte en fábula universal, tensión existencial y catarsis colectiva.
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blogarrecifes · 25 days ago
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"Quase um tique": o celular, a ansiedade e a vida entre notificações e aulas
Nathaly Maria dos Santos[1]
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Sabe aquele momento em que você desbloqueia o celular e, dois segundos depois, esquece por quê? Pois é. Anna Bentes, no texto “Quase um tique”, fala justamente disso — de como o gesto de checar o celular virou automático, quase um reflexo, um tique moderno.
Como professora, me vi ali. Entre corrigir atividades e preparar aulas sobre a Revolução Praieira (enquanto tem aluno achando que era um movimento ecológico que lutava por praias limpas) me pego olhando o celular compulsivamente. Não porque algo importante aconteceu, mas porque meu cérebro está condicionado a buscar alguma coisa. Notificação, mensagem, sentido da vida… qualquer coisa serve.
Lendo o texto “Quase um tique”, da pesquisadora Anna Bentes, senti que estava numa sessão de terapia coletiva da categoria docente. Ela fala sobre aquele impulso quase automático de pegar o celular sem razão clara — um gesto repetitivo, ansioso, quase involuntário. Um tique moderno, diríamos. E não, não é exagero. Basta ver qualquer sala dos professores no intervalo: um mar de olhares cansados, polegares hiperativos e notificações piscando mais que luz de decoração natalina.
Anna Bentes investiga esse comportamento compulsivo à luz das redes sociais, da lógica da atenção e da ansiedade por conexão — e não só conexão de internet, mas conexão humana mesmo. E aqui entra o ponto que mais me pegou: como esse estado de constante alerta, de microtensões digitais, afeta quem vive (e ensina) no meio disso tudo?
A escola já é, por si só, um ambiente de hiperestimulação. Entre gritos de corredor, pedidos de projetos interdisciplinares e reuniões eternas com pauta de 18 itens, nós, professores, também estamos navegando um mundo digital que exige respostas imediatas, presença constante e, ironicamente, produtividade incansável. Só que, como lembra Bentes, o cérebro humano não foi feito para lidar com esse volume de estímulo ininterrupto.
A questão é que esse comportamento, que parece banal, revela algo maior: estamos cada vez mais ansiosos, mais distraídos e mais fragmentados — inclusive na hora de ensinar e aprender. Como professores, temos uma missão paradoxal: formar estudantes críticos e atentos, enquanto nós mesmos lutamos para manter o foco em meio ao bombardeio digital. Como cultivar concentração se a gente mal consegue resistir ao apelo do botão de "atualizar" o feed?
Bentes mostra como vivemos em uma lógica de atenção fragmentada, alimentada pelas redes sociais e pela ansiedade. E isso, para quem trabalha com educação, é um baita desafio. Precisamos ensinar concentração, pensamento crítico, foco — mas nós mesmos estamos sendo sugados por um turbilhão digital.
O mais curioso é que esse uso constante nem sempre é produtivo. Às vezes, é só fuga mesmo. Como ela diz, o celular vira uma “muleta emocional”, um companheiro silencioso entre uma prova e uma chamada.
Então talvez valha o lembrete: não somos máquinas. E nem precisamos estar 100% conectados o tempo todo. Se quisermos cultivar atenção nos estudantes, precisamos começar praticando em nós mesmos — nem que seja deixando o celular de lado por 10 minutos, ou resistindo ao impulso de responder o grupo da escola pela milésima vez no dia.
[1] Discente do Doutorado em Educação da Universidade Tiradentes (UNIT). Mestre em Ensino de História pela Universidade de Pernambuco (UPE), graduada em História pela Universidade Católica de Pernambuco e Especialista em Gestão da Educação em espaço escolar e não escolar (FAFIRE). E-mail: [email protected]
Imagem: Shutterstock
Referências: BENTES, Anna. Quase um tique: Economia da Atenção, Vigilância e Espetáculo em uma rede social. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2021.
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paolaruiz · 29 days ago
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PARCIAL II
3- Glosario de términos del texto
Arquitecto: Miguel Ángel.
-Iglesia Laurenziana:
La Basílica de San Lorenzo en Florencia, donde Miguel Ángel creó la Biblioteca Medica Laurenziana de 1524 a 1571, está asociada con el espacio Su entrada es conocida por la gran escalera y la disposición de las columnas en las paredes lisas
- Presupuestos del non finito:
Conceptos que respaldan el método “inacabado” en el diseño del edificio, donde ciertos elementos se dejan deliberadamente incompletos para transmitir energía y originalidad en el proyecto
-Devenir:
Idea que ve los edificios como siempre evolucionando, no como formas inmutables Se centra en el desarrollo y el cambio de áreas
-Estatismo:
Una pieza arquitectónica que da la sensación de ser firme e inmutable, sin mostrar signos de desplazamiento o alteración
-Edículas:
Pequeñas estructuras independientes o incorporadas a un edificio que generalmente enmarca elementos como esculturas o altares, utilizados para enfatizar ciertos espacios. .
-Ricertto muro:
Tipo de pared característica en algunos proyectos de arquitectura renacentista, diseñados para definir y proteger los espacios internos con una estructura fuerte
-Vivisección:
Término aplicado en la arquitectura para describir el análisis detallado y fragmentado de un edificio o espacio, observando su estructura y composición en las partes. .
-Vano prismático:
Comenzando con una forma geométrica claramente definida, típicamente con volumen en tres dimensiones que resalta su papel en el diseño
-Pilastra:
Elemento arquitectónico que parece una columna pero está incrustado en una pared Se utiliza para fortalecer el marco y mejorar el atractivo visual de un área
-Bramante Templete:
Pequeña estructura redonda creada por Donato Bramante en Roma, considerada como una excelencia del Renacimiento de Arte debido a su simetría y armonía
-San Biagio di Montepulciano:
Iglesia del Renacimiento en Montepulciano, Italia, conocida por su diseño centralizado y el uso equilibrado de columnas y cúpulas
-Dogmatismo
En el diseño del edificio, un método firme que se adhiere a las reglas fijas sin permitir nuevas interpretaciones o alteraciones en técnicas de diseño y estética
-Vertiginoso
Término descriptivo para la sensación de rapidez o fuerte impacto visual en edificios, creado por edificios altos, vistas cambiantes o diseños complejos
-Pautas divergentes
Líneas de diseño arquitectónicas que divergen e introducen diferencias y cambios en el área
-Estereométrico
Formas arquitectónicas derivadas de formas básicas, donde los diseños están estrechamente vinculados a figuras geométricas específicas
-Distensión
Sensación de amplitud o calma en un edificio, creado por extinción de piezas, luz o tamaño en el diseño. Suprahistórico.
.Concepto neoplatónico
Concepto arquitectónico inspirado en la noción de formas perfectas y equilibrio general, conformado por la filosofía de Platón y sus discípulos
-Brunelleschi
Arquitecto del Renacimiento italiano conocido por los avances en el punto de vista y la cúpula de la Catedral de Florencia, un gran avance estructural de su época
Referencias Bibliográficas
-           Arquitectura Pura. (s.f.). Glosario de términos arquitectónicos. [https://arquitecturapura.com/4684/glosario/](https://arquitecturapura.com/4684/glosario/)
-           My Modern Met. (s.f.). 100 términos arquitectónicos esenciales. [https://mymodernmet.com/es/terminos-arquitectonicos/](https://mymodernmet.com/es/terminos-arquitectonicos/)
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jgmail · 1 month ago
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El pensamiento político serbio en relación con Europa
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Por Miloš Milenković
Traducción de Juan Gabriel Caro Rivera
En el extremo oriental de la civilización europea Serbia ocupa una posición estratégica, tanto geográfica como culturalmente. Escenario de enfrentamientos históricos entre el cristianismo y el islam, siempre ha despertado curiosidad y fascinación, pero también incomprensión entre los observadores occidentales. A pesar de las numerosas guerras y penurias que ha sufrido a lo largo de los siglos, este pequeño país balcánico ha sabido preservar un medio intelectual dinámico, alimentado por un diálogo constante con las corrientes de ideas procedentes de Europa. Para comprender mejor cómo ha sido recibida la derecha occidental en Serbia, hablamos con Dušan Dostanić, doctor en Filosofía, investigador asociado del Instituto de Estudios Políticos de Belgrado y colaborador del último número de la sección de Estudios del Instituto Iliada.
ÉLÉMENTS: A menudo existe la idea preconcebida de que el nacionalismo serbio es tradicionalmente clerical y chovinista. ¿Existe una derecha serbia que se vea a sí misma como parte de un mismo todo europeo?
DUŠAN DOSTANIĆ: Tal visión del nacionalismo serbio me parece simplista. De hecho, me parece que, si observamos el nacionalismo serbio desde una perspectiva más amplia, debemos concluir que no puede reducirse únicamente al clericalismo y menos aún al chovinismo. A lo largo del siglo XX, el nacionalismo serbio se ha caracterizado por diversas tendencias que no siempre se corresponden con las representaciones preestablecidas. Si, durante 1990 ciertos elementos parecían chovinistas, pero su aparición no puede entenderse fuera del contexto de la época, a saber, la caída del comunismo y el colapso del Estado yugoslavo, así como la reaparición de la cuestión nacional serbia en un momento en que este pueblo estaba siendo fragmentado por fronteras que dividían arbitrariamente su espacio etnocultural.
Sin embargo, mucho antes de la década de 1990, parte de la derecha serbia empezó a verse a sí misma como parte de una comunidad de identidad europea mucho más amplia. Me refiero sobre todo a la obra del pintor y publicista Dragoš Kalajić, que exploró una perspectiva europea más amplia en sus libros y artículos. Por ejemplo, Kalajić advirtió del peligro de la inmigración en una época en la que no era un problema en Serbia. Su último libro, Ideología europea (Evropska ideologija), es un resumen de sus posiciones políticas relacionadas con la identidad. Por supuesto, no trabajó solo, sino como parte de un círculo más amplio que, a mediados de la década de 2000, publicó una revista con un nombre evocador: Europa de las Naciones (Evropa nacija). Este círculo tuvo una gran influencia en el desarrollo de la derecha serbia contemporánea.
ÉLÉMENTS: ¿Qué opina de los paralelismos históricos que a veces se establecen entre las tradiciones políticas medievales serbia y francesa?
DUŠAN DOSTANIĆ: No puedo decir mucho al respecto, ya que no soy historiador ni especialista en la Edad Media. Sin embargo, me parece que estos paralelismos no están trazados al azar y que existen ciertas similitudes. Por ejemplo, Charles Maurras observó en su texto Pour un réveil français que los franceses, junto con los serbios, son los únicos pueblos europeos contemporáneos que tienen una dinastía autóctona. Me parece un punto importante en el contexto del desarrollo de la conciencia nacional tanto entre los serbios como entre los franceses. Es cierto que la dinastía Capetiana gobernó Francia durante más tiempo que los Nemanjić gobernaron Serbia, pero en ambos casos estos periodos se consideran épocas de grandeza nacional.
ÉLÉMENTS: La vida intelectual en el Reino de Serbia, y más tarde en Yugoslavia, tiene fama de haber estado fuertemente influida por el pensamiento liberal y revolucionario francés. ¿Pero qué hay de la recepción de ideas contrarrevolucionarias y conservadoras?
DUŠAN DOSTANIĆ: Después de que los comunistas llegaran al poder al final de la Segunda Guerra Mundial y establecieran su sistema totalitario, insistieron, para legitimar su poder, en la continuidad de las tradiciones de izquierdas entre los serbios, exagerando la influencia de las ideas revolucionarias en Serbia. Tales tradiciones se construyeron a veces desde cero, con el fin de interpretar determinados acontecimientos históricos de acuerdo con las necesidades de la ideología izquierdista. Tras la caída del comunismo, el énfasis se desplazó hacia el estudio del liberalismo entre los serbios, pero el pensamiento contrarrevolucionario y conservador sigue estando insuficientemente explorado en la actualidad. Desgraciadamente, no existe una buena historia general de la derecha serbia. Como mucho, tenemos obras sobre figuras individuales.
Sin embargo, me parece que ya en el siglo XIX se pueden encontrar rastros de la influencia del pensamiento derechista francés entre los serbios. Algunos estudiantes serbios en París, por ejemplo, se pusieron de parte de Paul Déroulède y Maurice Barrès en el caso Dreyfus.
Sin embargo, la mayor influencia de la derecha francesa se ejerció entre los serbios durante el periodo de entreguerras. Un grupo de jóvenes intelectuales serbios que estudiaban en París fue influenciado por Charles Maurras y Action Française. La culminación de sus esfuerzos puede verse en el lanzamiento del semanario El Mensajero político (Politički glasnik, 1925-1927), cuya línea ideológica se correspondía perfectamente con el maurrasismo. Sus autores basaban sus análisis de la política cotidiana en las posiciones teóricas del maestro de Martigues. El periódico también publicó traducciones de libros de Maurras y de otros autores franceses como Henri Massis, Léon Daudet y Léon de Montesquiou.
En estas páginas el público serbio también tuvo la oportunidad de descubrir a Burke por primera vez, traducido del francés. Puede decirse que El Mensajero Político fue el principal órgano de crítica del régimen democrático en la Serbia del siglo XX. Para Momir Nikolić, redactor jefe del periódico, la democracia representaba el absolutismo, el estatismo y la abolición de las libertades. Nikolić también publicó una obra titulada El jardín del ciudadano (Građaninov vrt) que, en sus tesis y estructura, recuerda a Mes Idées politiques de Maurras. Es interesante señalar que en este libro mostró un cierto respeto, inusual en los círculos ortodoxos de la época, por la Iglesia católica romana. En resumen, puede decirse que Maurras ejerció una fuerte influencia en los intelectuales serbios de entreguerras. No es difícil explicar las razones de esta popularidad, dado que la dinastía serbia Karađorđević gobernaba el Estado yugoslavo. Vladislav Stakić, uno de los colaboradores de El Mensajero Político, publicó poco antes de la Segunda Guerra el que sigue siendo hoy el mejor estudio serbio sobre Maurras y el monarquismo francés. En su libro, Stakić ofrece una buena panorámica del pensamiento contrarrevolucionario francés desde Joseph de Maistre y Louis Bonald hasta Action Française. Además, se interesó especialmente por la obra de Georges Sorel. Por último, cabe señalar que Stakić era uno de los hombres de confianza del príncipe-regente Paul Karađorđević.
También existía una organización relativamente pequeña llamada Acción Yugoslava (Jugoslovenska Akcija), que más tarde se fusionó con otros grupos de derechas para formar el Movimiento Nacional Yugoslavo Zbor (Združena borbena organizacija rada u Organización Laboral Militante Unida). El presidente de Zbor, Dimitrije Ljotić, también había vivido en París antes de la guerra, donde fue influenciado por Action Française. Junto a Maurras, tuvo como maestros a Blaise Pascal y al relativamente desconocido Georges Valois, cuyo libro L'Homme qui vient. Philosophie de l'autorité apreciaba bastante. Además de la influencia de Maurras, Zbor también estuvo cerca del Parti populaire français de Jacques Doriot, de cuyos congresos informaba la prensa del movimiento.
ÉLÉMENTS: ¿Influyó la revolución conservadora alemana en ciertos intelectuales serbios?
DUŠAN DOSTANIĆ: Al igual que la derecha francesa influyó en los intelectuales serbios a partir del siglo XIX, lo mismo puede decirse de la influencia ejercida por el pensamiento conservador alemán. Una vez más, se trataba principalmente de estudiantes que se educaron en Alemania y se desarrollaron allí dentro de círculos conservadores. Uno de los mejores ejemplos de ello es el historiador militar Jovan B. Jovanović.
Uno de los representantes de la Revolución Conservadora alemana que más influencia ejerció sobre los intelectuales serbios fue Oswald Spengler. Aunque sus ideas ya eran conocidas en Serbia antes de la traducción de Vladimir Vujić de La decadencia de Occidente, no fue hasta después de esta traducción cuando Spengler se convirtió en una referencia clave para la derecha serbia y yugoslava. Para los conservadores serbios y los activistas de derechas, el diagnóstico de Spengler tenía una importancia capital. Basándose en sus análisis, llegaron a la conclusión de que sería un error imitar las instituciones occidentales, y que la misión de los eslavos del sur era más bien crear formas políticas auténticas basadas en sus propias tradiciones y costumbres. También hicieron suya la profecía de Spengler de que el futuro del cristianismo se construiría sobre los cimientos sentados por Dostoievski. En este sentido, la derecha serbia era muy crítica con el Occidente liberal y promovía una «nueva orientación espiritual» (Vladimir Velmar-Janković) arraigada en la tradición. Sin embargo, esto no podía reducirse a la reacción o al anarquismo. Según los testimonios de varios de estos actores, fue bajo la influencia decisiva de la Decadencia cuando se desplazaron hacia la derecha. Del mismo modo, en las publicaciones de Acción Yugoslava había un interés por Spengler y su concepción del «socialismo prusiano», así como un seguimiento de la evolución de la derecha alemana, aunque no necesariamente un respaldo a la misma.
Durante la década de 1930, otros pensadores de la Revolución Conservadora ejercieron una notable influencia, sobre todo a través de la revista Ideas (Ideje), cuyo redactor jefe era el famoso escritor serbio Miloš Crnjanski. Según el profesor Miloš Lompar, Crnjanski era el equivalente serbio del «modernismo reaccionario» (Jeffrey Herf) de la Revolución Conservadora alemana: en otras palabras, le fascinaba la tecnología moderna al tiempo que rechazaba la Ilustración y los valores e instituciones de la democracia liberal. En sus artículos, Crnjanski y otros destacados pensadores se oponían al «viejo liberalismo» y abogaban por un «nuevo nacionalismo». Ideas también publicó artículos sobre Spengler y el estilo prusiano de Arthur Moeller van den Bruck. Para Crnjanski el nacionalismo era una fuerza viva y creativa que contraponía a las actitudes antinacionalistas e internacionalistas de diversas tendencias. Las nociones de autenticidad cultural e independencia política constituían el núcleo de este nacionalismo. Huelga decir que la crítica acérrima al comunismo y al marxismo desempeñó un papel importante, no sólo en Ideas, sino en el conjunto de los círculos conservadores y de derechas serbios. El Comité Antimarxista Yugoslavo funcionaba en Belgrado y publicaba su boletín. En este contexto, cabe destacar la influencia de la emigración blanco-rusa en la capital, un factor importante en la vida cultural. Sus críticas al marxismo fueron muy bien recibidas por la derecha serbia.
Además de Crnjanski, que sirvió durante un tiempo en Berlín como agregado de prensa de la diplomacia yugoslava, el filósofo y teólogo ortodoxo Dimitrije Najdanović, que se doctoró en Berlín, también recibió una gran influencia de los autores de la Revolución Conservadora. Najdanović publicó notablemente en revistas cristianas y de sus escritos se deduce que contaba entre sus referentes a Bergson, Spengler, Scheller, Moeller van den Bruck, Heidegger y Carl Schmitt.
Hay que añadir, sin embargo, que durante el periodo de entreguerras estas influencias se entrecruzaron. En Ideas a Crnjanski se unieron el discípulo de Maurras Momir Nikolić, el teólogo Najdanović y otros intelectuales de renombre que ciertamente no podían clasificarse como de derechas. Por otra parte, en una revista ortodoxa como Pensamiento cristiano (Hrišćanska misao) se podían encontrar traducciones de artículos de Moeller van den Bruck, por ejemplo. Además, Najdanović era miembro del movimiento Zbor, a diferencia de Nikolić y Crnjanski.
Las afinidades ideológicas iban acompañadas de lazos personales. Por ejemplo, durante su estancia en Berlín como embajador del Reino de Yugoslavia, Ivo Andrić se hizo íntimo de Carl Schmitt, Ernst Jünger y Arno Brecker. Sin embargo, solo existen pruebas indirectas de estos contactos, ya que no se ha conservado la correspondencia de Andrić.
ÉLÉMENTS: ¿Cómo se recibieron en Serbia las obras de intelectuales de la Nueva Derecha como Alain de Benoist y Guillaume Faye? ¿Se dirige la derecha serbia hacia posiciones identitarias?
DUŠAN DOSTANIĆ: Como ya hemos establecido, incluso en el periodo de entreguerras, la derecha serbia no se desarrolló en línea recta, sino que coexistieron diversas influencias y tendencias. La caída del comunismo abrió el camino a un mayor desarrollo ideológico. Por un lado, la derecha serbia tuvo que redescubrir sus raíces en los siglos XIX y XX y, por otro, ponerse al día con la evolución de las tendencias contemporáneas de la derecha europea y centrarse en cuestiones políticas concretas. La emigración serbia desempeñó un papel importante en esta labor. A partir de 1990 el público serbio pudo descubrir las obras traducidas de Konrad Lorenz, Ernst Jünger y Thomas Molnar, así como de autores como Julius Evola, René Guénon y Alexander Dugin. No es de extrañar que Dugin se hiciera rápidamente muy popular. Poco después se tradujeron libros de Alain de Benoist y Guillaume Faye. Aunque fue publicado por una editorial pequeña, me parece que Communisme et nazisme. 25 réflexions sur le totalitarisme au xxe siècle, 1917-1989 tuvo muy buena acogida en Serbia, tanto en la derecha como en los círculos académicos. Sin embargo, diría que el excelente estudio de Alain de Benoist La actualidad de Carl Schmitt ha pasado relativamente desapercibido a pesar del interés real que despierta la obra de Carl Schmitt en Serbia. El Archéofuturisme de Guillaume Faye también tuvo muy buena acogida, probablemente por su evocador título. De hecho, aquí existe una organización juvenil intelectual llamada «Arheofutura». Gracias a las traducciones al inglés y al alemán de sus obras, Dominique Venner también ha alcanzado cierta popularidad en los círculos de la derecha serbia.
Armin Mohler es otro autor de la Nueva Derecha traducido al serbio. Hace unos años, junto con mi colega Aleksandar Novaković, edité la colección Orden y Libertad (Poredak i sloboda), que incluye a Alain de Benoist, Götz Kubitschek y Erik Lehnert, así como a representantes más antiguos de la Nueva Derecha, como Armin Mohler y Gerd-Klaud Kaltenbrunner.
En cierto modo, la derecha serbia siempre ha tenido un acusado sentido de la identidad, por lo que se pueden dar por sentados varios postulados ideológicos fundamentales de la Nueva Derecha. Bajo el yugo otomano, cuando ya no existía un Estado, fue la Iglesia ortodoxa serbia la que protegió la identidad y la memoria histórica de nuestro pueblo, lo que explica por qué la cuestión de la identidad colectiva siempre ha desempeñado aquí un papel clave. No hay que olvidar que el pueblo serbio ya ha tenido experiencias históricas negativas con el Islam, el proselitismo católico, el comunismo y los promotores del globalismo, es decir, con la «ideología de lo mismo» (Alain de Benoist). Existe aquí una clara tensión entre un universalismo uniformizador y el deseo de preservar las características específicas de los pueblos. En pocas palabras, los serbios fueron las primeras víctimas del globalismo, pero también el primer pueblo europeo que se opuso a él, a un gran coste. En su momento, esta oposición fue más instintiva que meditada y se puso de manifiesto cuando Serbia se encontró sola y sin aliados. Por eso es totalmente comprensible para los serbios que la cuestión de la identidad se convierta en un tema político decisivo de nuestro siglo.
ÉLÉMENTS: La derecha occidental suele ver en Kosovo una advertencia sobre el futuro de los territorios amenazados por la inmigración masiva y la islamización. ¿Cree que en Serbia es posible vincular el tradicional «mito de Kosovo» a estas cuestiones actuales?
DUŠAN DOSTANIĆ: Creo que sí. En la época en que Enoch Powell se hizo famoso con su «discurso de los ríos de sangre», en el que advertía a sus compatriotas de las consecuencias de la inmigración masiva – «Contemplo el futuro y me invade el pavor. Como los romanos, veo vagamente el Tíber cargado de sangre» – la alusión era más que clara: si no se hacía nada para frenar la inmigración descontrolada, Gran Bretaña se arriesgaba a futuros disturbios, conflictos e incluso guerras civiles, en otras palabras, ríos de sangre. Aunque todavía no se habían visto atentados terroristas islamistas ni decapitaciones, Powell no necesitó mucha imaginación para esbozar lo que la inmigración de millones de indios, pakistaníes y africanos haría a su país. ¿Por qué este recordatorio? Al mismo tiempo que Powell sacrificaba su propia carrera política alertando a la opinión pública sobre la sustitución de la población autóctona, los serbios de Kosovo y Metohija ya estaban abandonando sus hogares ante el agresivo terrorismo de la minoría albanesa. En aquella época, los dirigentes comunistas estaban tan ciegos ante las cuestiones de identidad como lo están hoy los políticos de izquierda liberal-ecologista envueltos en la bandera del arco iris. Abrieron la puerta de par en par a los «refugiados» de Albania y les ayudaron a instalarse para demostrar su propia apertura de miras. Los comunistas de entonces, como los liberales de ahora, no entendían la importancia de las fronteras. Ante los primeros informes de violencia contra los serbios en Kosovo y Metohija, las autoridades metieron la cabeza en la arena, alegando que esos informes eran exagerados o incidentes aislados. Los dirigentes comunistas concedieron a los recién llegados un estatuto más que autónomo, mientras atacaban a las monjas de los monasterios serbios medievales, expulsaban a los serbios de pueblos y ciudades y profanaban sus cementerios. La policía, la judicatura y la economía pasaron gradualmente a estar bajo control albanés. Sin embargo, no había ni un solo funcionario de la Liga Comunista Yugoslava dispuesto a hablar de esto y arriesgar su carrera de la forma en que lo hizo el político británico Powell. Los serbios de Kosovo y Metohija se exiliaron, mientras que otros fueron a Belgrado a exigir justicia para ellos y sus hijos, sólo para ser recibidos con incomprensión. Prisioneros de su ideología economicista, los comunistas afirmaban que en la raíz de todo conflicto étnico había problemas sociales, en este caso residuos de nacionalismo que desaparecerían con el tiempo.
Sin embargo, la realidad siempre se impone al final, incluso cuando los políticos intentan ignorarla. Al final, como predijo la profecía de Powell, ha llegado el conflicto armado. Me parece que ese escenario también es inevitable en Europa Occidental. Es cierto que Serbia se encontró en guerra con la OTAN y que, tras esta agresión, Kosovo y Metohija recibió el estatus de protectorado internacional hasta que los albaneses declararon unilateral e ilegalmente su independencia en 2008. Sin embargo, la cuestión aún no está cerrada para los serbios. Kosovo es tierra sagrada para el pueblo serbio, cuna de su soberanía y escenario de la Batalla de Kosovo. En otras palabras, ocupa un lugar especial en la conciencia serbia. Hasta la Primera Guerra de los Balcanes, los serbios soñaban y esperaban la liberación de Kosovo. Los soldados que se distinguieron en aquella guerra recibieron medallas con la inscripción «Vengadores de Kosovo», que significaba que eran los que habían vengado la derrota del Estado medieval serbio en 1389. Cuando hablamos de Kosovo como tierra sagrada, es para decir que no se negocia con lo sagrado. Por eso, los jóvenes nacionalistas siguen cantando y evocando Kosovo y Metohija, enarbolando banderas con el lema «No hay rendición» (¡Nema predaje!).
En resumen, Kosovo está inextricablemente ligado a los problemas actuales de Europa. Nuestra supervivencia como pueblo en nuestro propio suelo dependerá de nuestra voluntad y nuestra fuerza.
ÉLÉMENTS: Hay quien ve a Serbia como la franja oriental de la Europa blanca, creencia que comparten algunos serbios. ¿Cómo respondería usted a esto?
DUŠAN DOSTANIĆ: Es cierto que la relación entre los serbios y el resto de Europa ha sido complicada. Si entráramos en detalles, tendríamos que hablar largo, pero hay que decir que algunos conservadores europeos han visto a los pueblos ortodoxos, incluidos los serbios, con escepticismo, una opinión que sostenía Otto von Habsburg, por ejemplo. El historiador alemán Heinrich August Winkler, en su libro L'Occident s'effondre-t-il? excluye a serbios y rusos de Occidente. Obviamente, surge entonces la pregunta: ¿qué es Occidente? ¿Es un concepto vacío y cuál es la relación entre Occidente y Europa?
Por su parte, los serbios siempre han sido conscientes de que pertenecen a la gran comunidad de pueblos europeos. Sin embargo, algunos serbios se han sentido traicionados y abandonados por Europa. A lo largo de los siglos, los serbios se han considerado los guardianes de las puertas de Europa contra las incursiones del Islam desde Asia, pero durante las guerras de Yugoslavia, los Estados europeos prefirieron apoyar a los musulmanes de Bosnia y Kosovo contra ellos. Todo ello culminó en la agresión de la OTAN contra Serbia, la ocupación de facto de Kosovo y Metohija, la destrucción del patrimonio cultural serbio en 2004 y, finalmente, la proclamación unilateral de independencia en 2008, que la mayoría de los países europeos reconocen. Es difícil entender cómo Europa puede preocuparse por los «derechos humanos» en todo el mundo mientras ignora el hecho de que los serbios de Kosovo y Metohija, es decir, en territorio europeo, siguen viviendo en enclaves rodeados de alambre de espino. ¿Acaso los amenazados monasterios medievales serbios de Kosovo no forman parte del patrimonio cultural europeo? También podríamos preguntarnos por qué Europa está tan preocupada por la integridad territorial de Ucrania, hasta el punto de prepararse para la posibilidad de una guerra abierta con Rusia, mientras ignora la de Serbia. Si tomamos el caso de la República Serbia (Republika Srpska) dentro de Bosnia-Herzegovina, vemos un deseo de marginar el elemento serbio. Por último, está claro que la burocracia de Bruselas ve en Serbia una reserva potencial de materias primas baratas. En mi opinión, esto plantea la cuestión de la relación de Europa no sólo con Serbia, sino consigo misma. Los serbios formamos parte de Europa geográfica, histórica, cultural y étnicamente. Nuestros orígenes, nuestra historia, nuestra fe, nuestras tradiciones, nuestras costumbres y nuestro modo de vida nos hacen formar parte de la comunidad de pueblos europeos, aunque obviamente conservando nuestras especificidades locales. Como es bien sabido, Serbia fue uno de los países de la llamada «ruta de los Balcanes» en 2015 y fue testigo de la llegada masiva e incontrolada de migrantes de una cultura extranjera a Europa. Repito, ya hemos experimentado el islam histórica y negativamente. Pero la verdadera cuestión es si Europa quiere preservar su identidad, su cultura y su patrimonio o si quiere convertirse en una parte del Occidente globalizado. Cuanto más europea y consciente de sí misma sea Europa, más fácil le resultará a Serbia ocupar el lugar que le corresponde.
Fuente: https://www.revue-elements.com/la-pensee-politique-serbe-face-a-leurope/
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rhethvathahofficial · 2 months ago
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ARCHIVO SECRETO UMBRA X
CLASIFICACIÓN: ENTIDAD CELESTIAL / GEOCÓSMICA REFERENCIA: ARCX-U09-061 TÍTULO: Sahaquiel – El Peso del Cielo TIPO DE CASO: Manifestación Celestial / Alteración Gravitacional / Proyección Orbital PRIMER REGISTRO: Mesopotamia, fecha incierta — escrito en tablillas selladas en obsidiana, bajo el nombre “Sa-Ha-Keel, El Que Camina con los Astros”
APARIENCIA A OJOS HUMANOS
A los ojos del hombre, Sahaquiel es un milagro que se convierte en pesadilla.
Un coloso de luz visible desde el horizonte, flotando sobre la estratósfera.
Posee múltiples capas de geometría divina, en forma de ruedas, esferas, estructuras imposibles, girando y colapsando entre sí.
Su centro emite un pulso azul que interrumpe satélites, redes eléctricas, brújulas y el equilibrio natural de la tierra.
Cuando aparece, la gravedad en ciertas regiones se distorsiona: objetos levitan o se aplastan contra el suelo.
Algunos lo describen como una constelación viva, un cúmulo de estrellas reunidas bajo una sola voluntad.
“Es el ángel que no baja del cielo… porque él es el cielo mismo.”
NATURALEZA VERDADERA
Sahaquiel es uno de los llamados Arcontes del Firmamento, y entre los ángeles de alto rango, se le considera un emisario orbital. No observa desde las nubes… sino desde más allá. Se cree que su esencia habita en la órbita de la Tierra, o incluso más allá del tiempo lineal.
Su rol: “Distribuir la luz de Dios sobre las naciones”
Pero cuando esa luz brilla demasiado, su energía no purifica… aniquila.
Textos apócrifos relatan que la desaparición de Sodoma y Gomorra ocurrió bajo su presencia.
Sahaquiel no actúa con intención humana. No hay ira. No hay misericordia. Solo cálculo cósmico.
“Su juicio no es un rugido. Es una alineación.”
EFECTOS EN LA TIERRA
Cada aparición va precedida por anomalías satelitales, auroras boreales en zonas ecuatoriales y “lluvia de polvo estelar”
Regiones cercanas a su epicentro sufren tiempos alterados: 1 segundo puede durar una hora o viceversa
Los que lo observan directamente sin protección:
Algunos quedan ciegos
Otros empiezan a hablar en lenguas muertas
Otros más… simplemente desaparecen
Umbra X clasificó su influencia como Nivel Xeno-Cósmico Alfa. Ningún artefacto terrestre o celestial ha logrado comunicarse con él directamente.
INTERACCIÓN CON UMBRA-09
Durante la operación "Cielo Fragmentado" en el Observatorio Vostok (Antártida), Umbra-09 fue testigo directo de una proyección parcial de Sahaquiel. Los cielos se abrieron como una herida blanca. Uno de los agentes fue aspirado por una ráfaga de vacío silencioso. Solo quedó su sombra congelada sobre el hielo.
Umbra-09 logró mantenerse en pie bajo la presencia de la entidad durante exactamente 7 minutos y 7 segundos.
*“Durante esos minutos… el tiempo no me obedecía. Mis recuerdos estaban delante de mí. Mis futuros… detrás. Y en el centro de todo, ese ojo… sin párpados, sin alma. ¿Cómo puedes defender a la humanidad… de algo que no sabe que existimos?”*
OBSERVACIÓN – NIX-09
*“A veces, Umbra-09 mira el cielo sin razón. No lo hace buscando estrellas… Lo hace para asegurarse de que ese coloso no esté regresando.”*
FRAGMENTO DEL DIARIO PERSONAL – UMBRA-09
“Día 2911. No tenemos armas contra esto. No aún. Sahaquiel no nos odia. No nos ama. Solo corrige una anomalía. Y para él… nosotros lo somos.”*
ESTADO DEL AGENTE UMBRA-09
Físico: Estable, aunque experimentó un leve desfase temporal corporal (5 segundos de latencia respecto al entorno)
Mental: Sueños recurrentes donde el cielo cae en pedazos
Estado: Activo. Clasificó a Sahaquiel como Entidad de Extinción Global si Desciende Completamente
Sahaquiel no camina entre los hombres. Él es el firmamento. Y cuando su ojo nos enfoca… la Tierra tiembla por saberse pequeña.
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angelanatel · 3 months ago
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Pórtico e pegadas do templo em Ain Dara; vista de três enormes pegadas no pórtico do templo da Idade do Ferro em Ain Dara. Cada pegada tem 1 m de comprimento!!! Elas são únicas na arquitetura de templos do Antigo Sudoeste Asiático. John Monson sugere que elas “...provavelmente têm a intenção de indicar a presença da Divindade que residia no templo de 'Ain Dara”; os degraus na parte superior direita da imagem levam à soleira e ao salão principal do templo. O templo de Ain Dara, no norte da Síria, foi severamente danificado em um ataque aéreo das forças turcas. Ain Dara está localizada a 40 quilômetros a noroeste de Aleppo. Seu principal interesse está no período neo-hitita, no início do primeiro milênio AEC., quando Ain Dara foi um dos principados fragmentados estabelecidos após a invasão dos povos do mar no Levante. Ain Dara acredita-se que seja dedicado a uma Deusa. A entrada do templo é ladeada por dois leões esculpidos em pedras de basalto. As estranhas pegadas de 1 m de comprimento do templo estão esculpidas no pavimento da entrada, como se tivessem sido deixadas por algum visitante gigante. De fato, acredita-se que isso seja uma prova de que a Deusa honrou o templo visitando-o de fato. Saiba mais sobre o Templo de Ain Dara e como sua estrutura serviu de modelo para a descrição do templo fictício de Salomão nos textos bíblicos, adquira o Curso: “Panteão ugarítico e mitologia cananeia: Deuses e Deusas da Bíblia" Para informações e inscrição: https://angelanatel.wordpress.com/2022/06/20/curso-o-panteao-ugaritico-e-a-mitologia-cananeia-deuses-e-deusas-da-biblia-4/ Sobre mim e meu trabalho: acesse o link da Bio - https://linktr.ee/angelanatel
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