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DON'T BLAME ME by PARK JINAH

flashback (09.01) at toksan-dong lake ;

tw: afogamento

Se soubesse falar a verdade, não se culparia tanto.

Os três tinham o costume de ir pescar no mesmo lugar, todos os finais de semana. Os moradores conheciam bem o trio e não se cansavam de elogiar Joongsoo, o homem que, mesmo trabalhando num grande projeto em Seul, tinha tempo de dar atenção à sua família.

Jinah foi a mais surpreendida pelo balanço caótico do pequeno barco, as mãos pequenas por um grande milagre conseguiram se segurar. Queria que o irmão tivesse sido abençoado da mesma maneira. Não ouviu e viu nada, antes dos ouvidos serem entupidos pelos gritos do pai e do irmão, junto ao som da água se revoltando contra a madeira que parecia ser feita de papel no meio daquele desastre.

A garotinha amava o irmão com todas as forças do mundo. Havia pedido por ele durante anos, até recebê-lo como um presente, na manhã de natal. Jinah e Sangho eram como almas gêmeas, apesar de serem de gêneros opostos e idades diferentes. Dividiam os mesmos pensamentos, brincadeiras e passatempos dentro de seu próprio universo. Os braços do garotinho se debatendo nas águas e o seu rosto amedrontado só lhe colocavam uma culpa imensa de nunca ter lhe ensinado a nadar.

Jinah tentou, mas uma força lhe impedia de pular na água, de esticar os braços para fora e puxar o menino, também como havia algo que o puxava para as profundezas, como se pedras estivessem lhe afundando ou algum monstro o caçasse naquelas águas escuras. À medida que os olhinhos rasgados foram sumindo na água, a menina foi deixada apenas com os gritos furiosos do pai. “Por quê não foi atrás? Por quê não ajudou? Ele estava tão perto, poderia ter salvado”. Jinah tremia tanto, que pareceu que todas as lágrimas ferveram no nervosismo para nada lhe saísse dos olhos arregalados. Havia sido coberta por uma mancha negra que lhe cegava de toda a verdade e mesmo que tivesse coragem para tentar explicar, a voz ainda era fraca demais para poder dizer algo. Onde ele esteve durante todo aquele tempo?

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➜ starter ⛓ lies always come from tak ⛓ 📍／toksan-dong

sayuri não se considerava uma protestante radical, apenas uma justiceira para sua família, porque ela sabe mais do que qualquer um e poderia muito bem espalhar, principalmente após o dia de ontem... aquele files com o caçula dos tak a irritou, não acreditava que sua família havia sido citada e colocada como fugitiva, era algo imperdoável. "falar que os inazawa fugiram é fácil, mas ninguém fala que nós sempre fomos as vítimas desses... desses... malvados." por mais que falasse apenas para si, era óbvio que qualquer um poderia a escutar, notando tal detalhe de forma tardia.

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I’M HEARING VOICES AGAIN by TAK JINWOO

flashback (21.08) at gaecheon’s tak week opening ;

TW: sangue, descrição de criaturas inumanas e convulsão.

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Havia um motivo pelo qual Tak Jinwoo não aparecia em público.

A briga naquela manhã tinha sido a pior já travada entre os familiares em tempos; o motivo? Jinwoo odiava o evento da cidade e ser forçado a participar ao lado de Changgu piorava ainda mais a situação. Os argumentos para a matriarca eram sempre os mesmos, tinha idade suficiente para decidir que seria mais do que um mártir daquela cidade e então porquê não conseguia agir segundo sua própria cabeça. Pacifista como era, tentou ganhar com argumentos, mas o sobrenome estava em seu registro e a maldição de ser um Tak corria em seu sangue.

Teve que aceitar, por fim.

Deixou que chegasse no último minuto do última hora para sair de casa e assim que os ventos de Gaecheon bateram em seu rosto, sua pele gelou. Odiava a sensação macabra que tinha toda vez que colocava os pés na rua e evitava ao máximo ter que passar mais do que alguns minutos fora da mansão, pois haviam momentos em que somente respirar naquela Ilha lhe causava náuseas. Durante todo o caminho torceu para que nada acontecesse, usava seu amuleto e rezava para os seus deuses lhe protegerem, acreditando piamente que tudo correria como planejado.

“É só falar, sorrir e voltar. Falar, sorrir e voltar. Falar, sorrir e voltar. Falar…” Repetia para si mesmo enquanto caminhava para o pequeno palco montado na praça. Era como uma atração de circo e todos os moradores em volta estavam sedentos para jogar frutas nele a qualquer momento.

Cada olhar que lhe acertava ia deixando-o cada vez mais desconfortável, não suportava manter o contato e pulava para o próximo, sustentando pouco mais de cinco segundos até que toda a primeira fileira era um borrão para si. Com o passar do tempo a agonia foi tomando conta da sua expressão e os olhos borrados tomaram foco demais. Todos olhavam para si, mas não pareciam mais os moradores de Gaecheon, sequer pareciam… Pessoas. Como areia úmida, os rostos iam se desfazendo e pingavam no chão assim como o sangue de seu nariz pingou em sua mão, foi o que tirou seu foco da visão horrenda em sua frente.

Limpar o sangramento apenas trouxe mais atenção para o mesmo e, desesperados, a assessoria da família o cercou fazendo com que Jinwoo se encolhesse, levando a palma da mão até os olhos para que não pudesse ver as figuras bestiais que estavam ao seu redor e o tocavam fantasiadas de seres humanos. Levou cerca de um minuto repleto de “Senhor Jinwoo, está sentindo alguma coisa?” para que a calmaria viesse e ele pudesse sentir a alma leve novamente, observando de cima seu corpo físico cair ao chão em uma convulsão que o levou até o hospital.

Sua aparição no evento de 22 de Agosto foi cancelada. Jinwoo estava feliz novamente.

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➜ starter ⛓ boo ~ it's friday 13 ⛓ 📍／gimpo-dong

a manhã havia começado normal, mas também como não começaria quando é sexta feira e o rapaz podia aproveitar. correndo por entre as ruelas da ilha, noah gargalhava de alguns xingamentos que recebeu por quase derrubar algumas pessoas, isso até alcançar o centro comercial, nada de anormal, comprou um doce aleatório e antes que o pudesse colocar nos lábios, o mesmo caiu enquanto ele fechava os olhos e remexia o corpo, como se estivesse sendo eletrocutado. "os tak roubaram minha parte da cidade, gaecheon era minha!", proferiu com firmeza, a voz sendo desconhecida por qualquer um que passasse ali.

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