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4deolhonomundo-blog · 7 years
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Homossexualidade e Parentalidade
        Homossexualidade refere-se à caraterística, condição ou qualidade de um ser humano (ou não) sentir atração física, estética e/ou emocional por outro ser do mesmo sexo. Enquanto orientação sexual, a homossexualidade, refere-se a “um padrão duradouro de experiências sexuais, afetivas e românticas” principalmente ou exclusivamente entre pessoas do mesmo sexo.
        Apesar de a homossexualidade ser uma realidade que apresenta um crescendo nos níveis de aceitação, não só no nosso país, mas também a nível global, a adoção/parentalidade por parte de duas pessoas que partilham o mesmo género não apresenta os mesmos números.
        Em Portugal, foi no ano de 2016 em que a lei portuguesa passou a permitir que a adoção seja um direito de todos, independentemente da orientação sexual. Homossexuais e Heterossexuais passaram a estar assim em pé de igualdade. Ainda assim, muitos dos casais homossexuais que adotam uma criança e fazem a sua vida normal com a mesma ouvem frases como: “qual de vocês faz o papel de mãe?”; “não têm medo que o vosso filho sofra bullying na escola?”; “ele/a vai acabar por se tornar também homossexual”; “uma família real é composta por um homem e uma mulher”; entre muitas outras.
        Num mundo que se diz ser detentor de uma mentalidade aberta, numa sociedade avançada como a que nos encontramos hoje, é ridículo a persistência da existência de comentários como os mencionados acima. A verdade é que muitas destas crianças que são adotadas e tiradas das instituições são as mesmas crianças que foram lá parar porque os casais ditos “normais” não puderam ou não tiveram possibilidade de cuidar dos seus filhos, deram maus tratos aos mesmos ou até não planearam ter uma criança na sua vida e simplesmente a decidiram abandonar.
        Na minha opinião, estas crianças têm o direito a ser amadas e bem cuidadas, não importa que seja por dois pais, do sexo masculino, ou por duas mães. Quantas vezes não vemos pais e mães solteiros a cuidar de uma criança e obtendo sucesso a todos os níveis, porque não podemos ter duas pessoas, do mesmo sexo, que farão tão bom ou melhor trabalho que muitos progenitores que existem?
        Atualmente, o acesso à informação é algo que quase 100% da população consegue detém, pelo que, desta forma seria de esperar que a aceitação, o conhecimento e a descoberta de novas realidades é, ou deveria ser, também ela uma realidade geral. Apesar de muitas vezes casos de preconceito, sobre a parentalidade por um casal homossexual, serem feitos por pessoas comuns, quem garante que não há resistência por parte de técnicos, por parte de juízes, sobre os processos de adoção? Quem está lá para garantir que estas pessoas olham para os candidatos como pessoas e não como homossexuais? A resposta a estas duas perguntas é algo que, infelizmente, ainda hoje não nos é possível saber.
        Este preconceito em que ainda hoje vivemos está longe do fim e, é evidente que o trabalho que temos como sociedade é particularmente exigente, mas já podemos fazê-lo em conjunto visto que passamos a estar num plano de igualdade na construção de um país que é o nosso.
        Em suma, temos sempre de pensar na família como um grupo de pessoas que se cuida, que se protege, que cria laços e deixar de lado a importância do sexo das pessoas que fazem o papel de pais.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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“Vista minha pele!” - Bullying/Racismo
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        Conta a história de uma menina - Maria - que sofre bullying, racismo, descriminação devido à sua cor branca e a escola dela ser na maioria de pessoas de pele negra. Maria, tem uma melhor amiga, Júlia, que é negra. Na escola dela, ocorre uma eleição para escolher a Miss Festa Junina daquele ano. Tem uma menina na sua escola, a Sueli, que é negra e todos os rapazes gostam dela. Após algum tempo várias pessoas começam a apoiá-la e esta fica muito feliz com essa ajuda. Mas Sueli irritada por causa da concorrência, rasga e estraga todos os cartazes de Maria. No dia da eleição e apesar de tudo Maria acaba por ganhar muitos votos contudo é Sueli que acaba por vencer.
        Este vídeo mostra-nos como o racismo continua vivo e patente nas sociedades do mundo atual em que vivemos e como ele passa muitas vezes despercebido ou camuflado.
        Neste, registamos a inversão de papéis surgindo o habitual descriminado no papel do discriminador. De forma estranha, somos levados a viver por momentos a dura realidade do abandono, da descriminação, da exclusão social, da superioridade de determinadas raças com base em diferentes motivações, em especial físicas.
        Atentamente, no decorrer do vídeo verifica-se que o preconceito racial está diretamente relacionado com conceitos como a homofobia, xenofobia, bulling, etc. Considerando que nenhuma raça é superior ou inferior a outra, muitas pessoas em todo o mundo já foram vítimas de grupos que se consideram superiores.
        Duas perguntas surgem como importantes. Uma interroga se um dia a escola vai valorizar a diferença racial, a outra, se os negros, brancos, índios e orientais vão ser tratados em condições de igualdade.
        O mundo é um lugar onde não pode haver desigualdade e onde se deve aceitar as diferenças, mas, para isso é preciso ajuda de todos e acho que se continuarmos a lutar contra as desigualdades, futuramente o preconceito será uma minoria e viveremos numa quase igualdade.
        Penso que a diferença racial já foi muito mais acentuada. Na minha opinião, atualmente verifica-se uma diminuição deste fenómeno devido sobretudo à evolução do ser humano em perceber que todos somos iguais, independente da cor, religião, cultura, etc.
        Contudo e uma vez que o ser humano tem sempre tendência a sobrepor-se ao próximo, seja pela cor, pobreza, minoria/maioria, e tendo como base o vídeo chego à conclusão que este preconceito que é o racismo nunca será extinto e acompanhará o desenvolvimento das sociedades para sempre.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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Entrevista a um Emigrante
1.    Que razões a levaram a emigrar?
R:  Emigrei à procura de melhores condições de vida visto que, em Portugal, tinha uma situação económica muito má.
2.    Para que país emigrou?
R: Para a Suíça.
 3.    O que sentiu no momento de partida?
R: Muita tristeza por deixar tudo para o que conhecia para trás, mas principalmente por deixar a minha família. Além disso, tive receio pelo que poderia vir acontecer na Suíça.
4.    Desde que emigrou do que sente mais saudades?
R: Da minha família, do convívio com os meus amigos, da minha terra e da degustação da comida que é totalmente diferente.
5.    Como foi a adaptação à nova vida?
R: Foi difícil, pois tive de aprender a língua francesa e tive de me adaptar a um quotidiano completamente diferente.
6.    Que momentos mais marcantes aconteceram desde que emigrou?
R: Pelo lado positivo foi a realização de uma nova vida e da minha filha ter nascido cá. Pelo lado negativo, a falta de amigos para conversar.
7.    Que situações enfrentou desde que se deslocou para o novo país?
R: Tive de me adaptar a novas regras, a hábitos de ser/estar muito diferentes e deparei-me com uma carga de horário excessiva.
8.    É fácil arranjar emprego?
R: Não. No meu caso foi mais fácil pois tinha contactos cá que me arranjaram um trabalho.
9.    Trabalha na mesma profissão que no país de origem?
R: Não. Em Portugal estava desempregada, aqui sou camareira de um hotel.
10.  Que questões pode enfrentar relativamente a papéis, reconhecimento de qualificações?
R: É difícil a legalização, pois tal só se consegue com um emprego fixo. Caso contrário teria de estar sempre a renovar o visto.
11.  Como sendo trabalhadora migrante como é vista no seu país e na Europa em geral?
R: Sou vista como tendo uma vida superior aos portugueses devido aos ordenados, embora o custo de vida seja elevado.
12.  Que tipos de atitudes positivas/ negativas podem ter as pessoas para consigo, pelo facto de ser trabalhadora migrante?
R: Pela positiva, contribuo para a economia do país. Pela negativa, a discriminação, pois acham que lhes estou a tirar um lugar no emprego.
13.  Pretende voltar algum dia efetivamente para Portugal? Porquê?
R: Sim. Porque é o local onde estão os meus pais e amigos.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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Entrevista a um Emigrante
1. Porque motivo emigrou e para onde?
            Emigrei para Madrid, capital de Espanha, um país diferente de Portugal, tanto na língua como nos costumes. Tomei esta decisão por falta de emprego no meu país de origem, pois trabalhava numa fábrica que deu falência e fiquei no desemprego. Face as dificuldades de arranjar emprego no meu país decidi migrar à procura de novas oportunidades e de melhorar a minha qualidade de vida.
2.      Porque motivo escolheu esse local?
            Escolhi Madrid, porque tenho familiares lá a viver, já que parte da minha família é espanhola. E assim ajudaram-me a arranjar emprego e na adaptação à mudança. Só emigrei quando tive a certeza de que tinha lá emprego, ou seja, já tinha emprego quando lá cheguei.
3.      Aos quantos anos emigrou?
            Eu emigrei quando tinha 30 anos.
4.       O que mais lhe custou nessa mudança?
            Na mudança, aquilo que mais me custou foi a mudança de trabalho e a adaptação ao novo país, visto que é uma cultura diferente, de costumes e língua diferentes. A língua foi o que menos me custou porque já sabia falar espanhol de forma fluente.
            Para além disso, também senti imensa falta da minha família e dos meus amigos que só via nas férias e que duravam muito pouco tempo.
5.      Que situações enfrentou quando se deslocou para esse país?
            Não enfrentei situações difíceis, só nos primeiros tempos é que me custou, visto que tudo era diferente, mas considero isso normal, pois qualquer pessoa enfrenta algumas dificuldades quando está num país diferente daquele onde nasceu e cresceu.
6.      Foi fácil arranjar emprego?
            Sim, foi fácil, porque como já referi, tinha lá familiares que me ajudaram a procurar e só fui quando tinha a certeza de que tinha emprego certo.
7.      Trabalha na mesma profissão que no país de origem?
            Não, eu em Portugal trabalhava numa fábrica de calçado, a “Celtex” e quando emigrei fui trabalhar como empregada doméstica, numa casa onde permanecia interna.
8.      Que questões teve de enfrentar no que diz respeito a papéis, documentos ou reconhecimento de qualificações?
            Foi fácil, não me foi dificultado o acesso aos papéis necessários para a mudança, por isso não tive qualquer problema em arranjar os documentos e reconhecimento de qualificações necessárias.
9.      Pensas permanecer a viver nesse país ou voltar definitivamente para o país de origem?
            Não pretendo, de todo, ficar em Madrid para sempre. O que mais gostava era de estar ao pé dos meus familiares e amigos, apesar de, aqui, também já os ter. Mas nada se compara ao sítio onde cresci, que, para mim, era o sitio onde eu queria viver e trabalhar.
            Portanto, se tivesse oportunidade de trabalho em Portugal, não pensava nem duas vezes em voltar!
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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“Lisboetas” - Imigrantes
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            O documentário “Lisboetas”, retrata o quotidiano de imigrantes que vieram para Portugal, de países como os da Europa de Leste; Brasil; Índia; China e África.
            Cada imigrante representado no documentário, está à procura de melhores de condições de vida e para isso, passam muitas horas na fila dos SEF (Serviços de Estrangeiros e Fronteiras), por causa da legalização e da burocracia que é necessária para haver a sua legalização.
            Quando são atendidos nesses serviços, verifica-se muita dificuldade de comunicação porque não sabem falar a língua portuguesa.
            De seguida, vão à procura de emprego e quando o arranjam são explorados, recebendo salários muito baixos, pelos empresários de construção civil. Esta situação acontece, pois sabem que os imigrantes não têm direitos e desse modo, não podem reclamar.  
            Apesar do pouco rendimento que recebem, enviam o que conseguem para ajudar as suas famílias.
            Entretanto, são retratadas emoções, como a de muita saudade do seu país, da sua família, estando muitas vezes tristes, revoltados e frustrados na situação em que se encontram.
            Logo depois, é referido que um dos meios de comunicação que os imigrantes têm para com o seu país é através de uma carta que é enviada para um jornal do seu país de origem.
            O filme termina com o retrato de crianças imigrantes que vieram para Portugal adaptaram-se muito mais facilmente, aprendendo a língua mais rápido.
            Estas têm esperança de uma vida melhor, apesar de já terem alguma consciência, das más condições em que se encontram as suas famílias.
             Lisboetas, é um documentário político, que arrecadou o galardão para melhor filme português no Indie Lisboa 2004 e competiu em vários festivais internacionais.
            Na minha opinião, é pertinente a abordagem deste tema, que é atual e retrata a situação de imensas pessoas em Portugal.
            Cada vez há mais imigrantes a vir para o nosso país à procura de melhores condições de vida. Porém, tal não acontece. Muitas vezes encontram-se em piores condições, em relação àquelas que se deparavam no seu país de origem. Como por exemplo, muitos são engenheiros e médicos, que quando cá chegam ficam a trabalhar nas obras e são explorados.
            Há uma clara desvalorização do trabalho destas pessoas e ao ver tais situações, “fiquei” com uma profunda revolta e tristeza.
            Os imigrantes devem ser integrados no nosso país e ter os mesmos direitos que nós. E para tal, o governo deve implementar medidas, que dê equivalência às habilitações literárias que estes possuem.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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“The Help” - Racismo
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            Este filme retrata o problema do racismo que se vivia na década de 60 no sul dos Estados Unidos. O tema é ao longo do filme abordado de forma muito superficial realçando apenas algumas questões como por exemplo a casa de banho construída unicamente para empregadas negras. Contudo, o filme relembra a segregação racial na América sulista, a forma como os negros eram vistos pela sociedade, vítimas de escravatura e sem voz própria para defenderem os seus direitos.
            A ação do filme centra-se sobretudo na cidade de Jackson no estado do Mississippi. Abdicando de papéis masculinos relevantes o desenlace passa sobretudo por um elenco de vários elementos femininos através do qual e sem realmente entrar em detalhes sórdidos se transmite a vida e o dia-a-dia das mulheres de cor que trabalham nas casas de pessoas brancas.
            Além do racismo este filme mostra também a relação marido-esposa/homem-mulher. Na sociedade sulista da época a mulher tem como papéis fundamentais: ter filhos e uma boa imagem perante a comunidade, enquanto ao homem cabe o papel de ganhar o sustento.
            O filme encabeçado no papel de Aibileen Clark, uma empregada negra que perdeu o filho de 24 anos, trabalha na casa de Elizabeth Leefolt tendo dedicado a vida toda a cuidar dos filhos dos outros. A sua melhor amiga é a Minny Jackson empregada na casa da extremamente racista Hilly Holbrook, que vive com sua mãe, Missus Walters.
             Tudo começa a mudar quando Skeeter Phelan volta da faculdade para conseguir um emprego no jornal local e, de outro, quando Minny é demitida da casa de Hilly, por ousar utilizar o WC "dos brancos". Skeeter, a menina que foi criada por sua empregada negra Constantine, decide ir contra as convenções estabelecidas e resolve escrever um livro sob o ponto de vista das empregadas/criadas para mostrar como elas sofrem com o racismo a que estão sujeitas.
            Para isso, Skeeter pede ajuda a Aibileen e a Minny ambas governantas e amigas de Constantine que aos poucos vão contando as suas histórias. Mais tarde, muitas outras vozes e histórias vêm-se juntar, resultando num projeto forte e que faz abalar toda aquela sociedade cheia de preconceitos.
            Celia Foote, tem ela também um papel importante na demonstração de futilidade da sociedade de Jackson. Por ser forasteira, ter casado com um local rico que, por sinal, era noivo de Hilly e parecendo ter modos fora da linha da educação da cidade, é ignorada e odiada pelas demais mulheres. Ela acaba por ser o exemplo de como o branco e o negro podem viver em comunidade.             Ao longo de todo este enredo, Aibileen consegue demonstrar contenção, subtileza e uma profunda tristeza, representando toda a opressão dos negros naquela época, e sentida ainda hoje em vários pontos do mundo.
            Penso que neste filme não houve intenção de chocar da forma mais pesada com a questão do racismo, pois essa já foi muito explorada. Mas, mostra um lado muito interessante da história da segregação racial, de forma leve, mas não menos importante ou chocante. Um belo filme com atuações muito boas em que cada um fez a sua parte extraordinariamente bem.
            Enquanto assistia sem me cansar, vivi o drama de cada personagem. Tive vontade de rir e chorar. Por fim um reparo á mensagem deixada por este filme e que devia ser dita e ensinada a toda a sociedade, “Tu és boa. Tu és inteligente. Tu és importante”.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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“Hotel Ruanda” - Genocídio em Ruanda
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            O “Hotel Ruanda” trata-se de um filme baseado em factos reais, que retrata a história de Paul Rusesabagina, célebre por ter salvo 1268 pessoas durante o genocídio ocorrido em Ruanda em 1994.
            A história retrata a guerra entre duas etnias diferentes, os “Hutus” e os “Tutsi”. Esta divisão foi resultante da diferenciação por parte dos Belgas que preferiam os “Tutsis” e os colocaram no poder por os acharem os mais elegantes, de pele mais clara e nariz mais fino. Os “Hutus” não viram com bons olhos o facto de os belgas terem preferido os “Tutsi”, por isso quando colocados no poder acusam os “Tutsis” de rebeldia e assim, começaram as conspirações contra os mesmos a fim de os exterminar.
            A tensão começa quando o presidente de Ruanda morre, após ter assinado um contrato de paz entre as etnias e os “Hutus” acusam os “Tutsis” de o terem assassinado, começando assim o confronto entre eles.
            Paul Rusesabagina, de etnia “Hutu” casado com uma mulher “Tutsi”, instala-se no Hotel que dirigia a fim de proteger a sua mulher e filhos. Com ele levou os seu vizinhos e amigos enquanto os “Hutus” perseguiam e matavam, sem piedade, todos os “Tutsis” que encontravam.
            A ONU que tinha sido chamada para apaziguar a situação pouco podia fazer para ajudar tanta gente e foi assim o Hotel Ruanda passou a “hotel de refugiados”, pois os turistas que abandonavam o Hotel, davam lugar as vitimas que lá procuravam abrigo e proteção.
            Paul através do suborno e da oferta de favores, consegue manter o hotel em segurança. Porém, as tensões aumentam o general rejeita novas negociações deixando o hotel á mercê dos “Hutus”.
            Numa última tentativa de salvar todas as pessoas do Hotel, enganou o general, conseguindo ganhar tempo e com a ajuda da ONU conseguir retirar toda a gente para um campo de refugiados.
            O filme termina com a retirada de todas as pessoas para vários países onde aí seriam acolhidos por amigos ou familiares.
            Na minha opinião, o filme “Hotel Ruanda” é chocante e ao mesmo tempo inspirador porque este retrata a realidade que ocorre em muitos países, ressaltando o ódio, a ganância e a obsessão pelo poder, a intolerância e muitos dos problemas que parecem não ter resolução, mas que acima de tudo, ainda existem pessoas que, seguindo os seus ideias, conseguem lutar por aquilo em que acreditam sem nunca desistir. Este foi o caso de Paul, que seguiu aquilo em que acreditava, rejeitando as crenças “Hutus” para salvaguardar os direitos humanos que todos nós deveríamos ter e que foram violados por aqueles que tinham uma falta de respeito pela diferença de ambas as etnias.
            A uma dada altura o filme fez com que eu refletisse acerca de que todos nós temos culpa da violência e falta de respeito uns pelos outros. Uma certa personagem afirma que todos os que assistiriam ao jornal, vendo a notícia do massacre iam apenas dizer “Meu deus, que horror!” e continuariam a jantar, na segurança do seu lar, como se nada tivesse acontecido, enquanto aquelas pessoas inocentes perdiam a vida, graças a ignorância e falta de caráter de alguns seres humanos. Na realidade, ao invés de ficarmos sentados sem fazer nada poderíamos unir-nos e ajudar aqueles que mais precisam e que, sozinhos e com falta de apoio, não conseguem lutar pelos seus direitos e pela sua liberdade. Ninguém tem o direito de retirar a vida de um ser, independentemente da sua raça, religião ou classe social.
            No fundo, todos nós sabemos que isto nunca irá terminar.
            Porém se uma só pessoa, cheia de boa vontade e coragem conseguiu salvar tanta gente, se todos nós atuássemos, de certeza que muita mais vidas seriam salvas e o mundo viria a ser, de certo, um lugar bem melhor!
            Por fim, gostaria de ressaltar que todos nós podemos e devemos ajudar a combater todos estes atos de violência. Por vezes, basta um simples ato, que por muito pequeno que seja, pode fazer a diferença!
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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“A Lista de Schindler” - A questão do Genocídio
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              Para quem não conhece, o filme “A Lista de Schindler”, retrata o período do holocausto na Alemanha e, a forma como milhares de Judeus foram tratados durante esse mesmo período. É assim, um filme, baseado numa história e factos reais que nos é contado por Steven Spielberg.
               Em 1933, Adolf Hitler subiu ao poder e instalar, na Alemanha uma verdadeira ditadura de terror.  O egoísmo e o racismo, o ódio e a intolerância, foram amplamente potenciados por uma arbitrariedade fanática e doentia que, por sua vez, levaram ao extermínio – sem dó nem piedade – de gerações inteiras de vidas humanas, inocentes e alheias ao conflito.
               É neste contexto que nos aparece a personagem Oskar Schindler, um homem típico fanfarrão, simpatizante do nazismo, monstruosamente rico que usava a sua fortuna para comprar tudo o que bem entendia. Assim neste clima de compra e venda, acaba por conhecer Itzhak Stern, um contabilista judeu, que o convence de que a mão-de-obra judia é a melhor e mais barata que ele poderia conseguir para trabalhar na sua fábrica de panelas que abasteceria o exército alemão na guerra que estaria por vir.
               Mais tarde, a 2ª guerra mundial eclode, Hitler lança a campanha “Solução Final”, cujo objetivo era acabar com os guetos. Os alemães impuseram assim aos judeus todo o tipo de privação, desde a imposição da estrela de Davi (utilizada como um símbolo de exclusão social), a perda das suas propriedades e empresas, bem como a perseguição frontal e ofensiva que por sua vez levou à construção de campos de concentração para onde eram enviados os sobreviventes das violências anteriormente citadas.
               Em vista a não perder a sua mão-de-obra barata este começa a tratar de colocar os seus funcionários em segurança, acionando assim o seu lado mais humano quando visita um dos campos de concentração – gerido por Amon Goeth –, onde pôde visualizar a real situação onde estes ditos “não arianos” estavam alojados. Nestes campos, vemos como funcionavam os espaços como campos de extermínio, através das câmaras de gás e fornos crematórios.
               Com o passar do tempo, já não temos um Schindler preocupado com a perda de rendimentos, mas sim que passou a lutar em função de uma causa nobre, relacionado com a salvação dos seus trabalhadores, mas também de mais 1100 pessoas que ele colocou na sua famosa lista de salvação. Schindler acaba por pagar uma boa soma de dinheiro ao comandante de Auschwitz para que estas pessoas fossem para a Checoslováquia e não exterminada nos campos.  Apesar de estes trabalhadores continuarem a ser escravos, porque não eram pagos pelo seu trabalho, tinham como garantia a sua vida, um teto e alimentação onde Oskar gastou toda a sua fortuna salvando estes judeus.
               No fim do filme Schindler tinha salvo 1100 pessoas, entre as quais jovens, crianças idosos e deficientes, porém este acabou por ter de fugir com o fim da guerra pelos diversos crimes que tinha cometido contra a humanidade. Hoje, sabemos que, Oskar Schindler, foi salvo da morte pela declaração preparada pelos seus judeus, onde estava relatada o seu papel na ajuda prestada para salvar as vidas de todos eles bem como a assinatura de todos eles.
               Este filme trata um acontecimento o qual chamos genocídio. O genocídio é um conceito específico para designar crimes que têm como objetivo a eliminação da existência física de grupos nacionais, étnicos, raciais e/ou religiosos.
               Pelo menos 6 milhões de judeus foram exterminados pelo nazismo, entre 1939 e 1945, sem contar com outros milhares de pessoas pertencentes a diferentes grupos como por exemplo, os homossexuais, polacos, russos e opositores de diversas correntes políticas ao nazismo. Em números, cerca de 2,7 milhões de pessoas foram mortas por asfixia através do gás venoso ou fuzilamento e outros 3,3 milhões morreram devido às atrocidades cometidas nos campos – fome, maus-tratos, espancamento, frio, experiências conduzidas por médicos alemães e doenças. Do número total de judeus que viviam na Europa cerca de dois terços foram mortos.
               Dia 27 de janeiro é considerado o Dia Internacional de Memória para o Holocausto coincidindo com o dia em que os campos foram libertados pelas tropas da extinta União Soviética a 27 de janeiro de 1945.
               Na minha opinião, não é fácil refletir sobre estes acontecimentos visto que faz com que entremos num mundo de horror, de ódio, de perseguição, de cegueira ideológica, entre outros. Estes acontecimentos e semelhantes espalhados pelo mundo mostram-nos o que é o ser humano e do que ele é capaz. Para além disso podemos perceber como certas pessoas não dispõe de uma mentalidade que lhes permita aceitar, tolerar e respeitar outros seres humanos que são diferentes deles próprios.
               Neste ponto de vista, é importante que, através da democracia, consigamos escolher alguém que lidere o nosso país e os outros órgãos importantes que gerem o mundo, que sejam capazes de tolerar e gerir a diversidade da melhor forma possível. Assim, torna-se também importante tomar medidas para que a coexistência entre os diversos grupos nacionais, étnicos, raciais e/ou religiosos seja uma realidade cada vez mais presente e assente na mentalidade de todos os seres humanos que habitam no nosso planeta.
               Concluo assim, dizendo que a diferença que temos no mundo é uma coisa boa e que deve ser vista com bons olhos. Sem ela seriamos todos iguais o que, na minha opinião não permitiria o desenvolvimento e progresso da raça humana a todos os níveis visto que todos temos algo de novo a oferecer e a melhorar no próximo.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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Incidentes Críticos e Variação Cultural
IDENTIDADES RELIGIOSAS E DIÁLOGO
           A Universidade de Turro Turro está sediada numa cidade polaca multicultural, onde a população se divide entre polacos, alemães, russos, ucranianos e ciganos. Embora a maioria dos estudantes sejam polacos e católicos, uma minoria significativa tem outras origens nacionais, religiosas e culturais. Os círculos de amizade entre os estudantes organizam-se primariamente a partir das afinidades culturais e religiosas. A religião católica é uma parte importante da vida na universidade. Muitas celebrações estão ligadas a datas e feriados católicos. Por exemplo, celebrando-se no início do ano letivo a vida do Papa João Paulo II. A participação dos estudantes nestas festividades é importante para o desenvolvimento do sentido de pertença à universidade e estimulada, mas isso pode envolver um conflito com os estudantes que não são católicos.
Como pode ser encorajada a sensibilidade religiosa? 
Como pode a instituição apoiar a participação plena dos estudantes não-católicos na vida universitária?
(Fonte:  Gonçalves, S.; Gifford, C.; Wolodzko, E.; Radó, E. (2008, Maio). Intercultural Understanding and Learning: Higher Education for European Citizenship. Workshop dinamizado no âmbito da Tenth European Cice Conference: Reflecting on Identities: Research, Practice and Innovation (29-31, Maio, 2008. Istambul University, Turkey).)
           Na nossa opinião achamos que a universidade deveria dar a conhecer a todos os alunos as outras origens nacionais, religiosas, culturais através de, por exemplo, a afixação de cartazes, pequenas palestras, centros de integração, etc. 
           Após isso era também dever da universidade convidar todos os alunos, sem exceção, a comparecer às suas festas, mesmo estes aceitando ou não e ainda dar a oportunidade de os alunos não-católicos de fazerem as suas próprias festas/comemorações caso assim o desejassem.
           Tanto os estudantes não-católicos, como os católicos e até outros deveriam manter uma postura adequada e espírito aberto às diferentes ideias e culturas respeitando o próximo mesmo que não pertencesse ao seu grupo.
           Concluindo, a universidade deveria apelar à comunicação e negociação entre todos os que dela fazem parte.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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Cultura na Mente do Observador
              Todos acreditamos que observamos a realidade, as coisas tal como elas são, mas o que realmente acontece é que a mente interpreta o que os olhos vêm e dá-lhe um significado. E é só nessa altura, quando atribuímos significado, que podemos verdadeiramente decidir o que é que vimos. Por outras palavras, o que vemos esta tanto na mente como na realidade. Se você pensar que a mente de uma pessoa de uma cultura é muito diferente da mente de uma pessoa de outra cultura, então aí tem uma explicação para um dos problemas transculturais mais importantes: o facto de que quando duas pessoas de duas culturas diferentes observam o mesmo fenómeno, o mesmo comportamento, na realidade elas vêm coisas diferentes. Qualquer comportamento que se observe através das lentes da cultura, terá que ser interpretado de duas maneiras diferentes:
O significado que lhe atribui a pessoa que realiza a acção.
O significado que é atribuído à acção pelas pessoas que a observam.
              Só teremos uma comunicação bem sucedida quando estes dois significados são iguais.
Vamos analisar as seguintes questões, segundo a perspectiva dos elementos criadores do blog:
1. Uma pessoa chega meia hora atrasada a uma reunião.
Interpretação: Esta pessoa está atrasada e deveria pedir desculpa ou dar uma justificação.
2. Alguém dá um pontapé a um cão.
Interpretação: Ficaríamos muito indignadas e iríamos ter com a pessoa em questão, para que esta não tivesse esse mau comportamento, dependendo do contexto.
3. No fim de uma refeição, as pessoas arrotam de forma sonora.
Interpretação : Faria com que nós ficássemos desconfortáveis e enojados.
4. Alguém faz o gesto de OK.
Interpretação: Se não conhecermos a pessoa em questão e dependendo do contexto faz-nos sentir desconfortáveis.
5. Uma mulher carrega uma pesada carga de lenha às costas enquanto o seu marido caminha à sua frente sem transportar nada.
Interpretação: O homem estaria a ter um comportamento indelicado para com a sua mulher porque pode ajudar a carregar a lenha. O mesmo aconteceria se fosse ao contrário.
6. Um convidado ajuda a anfitriã a levar os pratos sujos para a cozinha.
Interpretação: O convidado está a ter ma atitude de bom senso.
7. Um jovem e uma jovem beijam-se no banco do jardim.
Interpretação: É uma atitude perfeitamente normal.
8. Enquanto está no exame, um estudante copia a prova por outro colega.
Interpretação: Trata-se de uma atitude incorrecta pois não permite ao professor avaliar os conhecimentos individuais de cada aluno.
Agora vamos analisar as mesmas questões, mas tendo em conta perspectivas de diferentes culturas:
1. Uma pessoa chega meia hora atrasada a uma reunião.
Como será interpretado esse comportamento…
Por alguém em cuja cultura as pessoas chegam sempre com meia hora de atraso em relação à hora fixada? 
Interpretação: Seria uma atitude normal.
2. Alguém dá um pontapé a um cão.
Como será interpretado esse comportamento…
 Por alguém de um país onde os cães são sempre portadores de doenças?
Interpretação: A nossa atitude seria a mesma que descrevemos anteriormente.
Por alguém de um país onde a maioria dos cães são selvagens e bravos? 
Interpretação: A nossa atitude seria a mesma que descrevemos anteriormente.
3. No fim de uma refeição, as pessoas arrotam de forma sonora.
Como será interpretado esse comportamento…
 Por alguém de uma cultura onde arrotar é uma forma normal de elogiar a comida? 
Interpretação: Seria uma atitude normal e aceitável.
4. Alguém faz o gesto de OK.
Como será interpretado esse comportamento…
 Por alguém de uma cultura onde este gesto é obsceno? 
Interpretação: É uma atitude abusiva e que desprezaríamos.
 Por alguém de uma cultura onde este gesto tem conotações românticas? 
Interpretação: Seria uma atitude aceitável ou não, consoante de quem se tratasse.
5. Uma mulher carrega uma pesada carga de lenha às costas enquanto o seu marido caminha à sua frente sem transportar nada.
Como será interpretado esse comportamento…
 Por alguém de uma cultura onde as mulheres se orgulham da sua força e habilidade para o trabalho pesado? 
Interpretação: Seria um ato aceitável.
6. Um convidado ajuda a anfitriã a levar os pratos sujos para a cozinha.
Como será interpretado esse comportamento…
Pelos homens de uma cultura na qual os homens nunca ajudam a levantar a mesa? 
Interpretação: Seria uma atitude estranha vista por essa perspectiva.
Pela anfitriã dessa mesma cultura? 
Interpretação: Também seria vista como uma atitude estranha.
7. Um jovem e uma jovem beijam-se no banco do jardim.
Como será interpretado esse comportamento…
Por uma pessoa de uma cultura na qual os homens e as mulheres nunca se tocam em público? 
Interpretação: Seria uma atitude inadequada e estranha.
8. Enquanto está no exame, um estudante copia a prova por outro colega.
Como será interpretado esse comportamento…
Por uma pessoa de uma cultura na qual os exames não são justos e estão feitos para eliminar estudantes nas várias etapas do sistema educativo? 
Interpretação: Mesmo assim a atitude continuaria a ser incorrecta.
Por alguém de uma cultura onde é uma vergonha não ajudar um amigo que nos pede ajuda? 
Interpretação: Seria uma atitude aceitável e de bom carácter.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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Disparidades Económicas e Sociais - o caso de Paraisopólis
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Fonte: http://www.tucavieira.com.br/A-foto-da-favela-de-Paraisopolis
              A imagem mostra a favela de Paraisópolis e a realidade que lhe está adjacente onde podemos observar uma grande desigualdade económica e social.
              No lado esquerdo da fotografia, onde podemos observar a favela, podemos dizer que, através do que esta nos mostra, as condições habitacionais das residências são muito reduzidas. Deste modo, calculamos que também os cuidados de saúde, na alimentação e de higiene sejam também eles reduzidos, resultado da pobreza em que as pessoas lá vivem. Para além disto, pode-se dizer que existe pouca segurança nesta zona da cidade e que, portanto, as pessoas estão sujeitas a vidas mais duras, muitas vezes ligadas ao mundo das drogas e do crime, no geral.
              Já do lado direito podemos observar uma realidade completamente oposta. O que a fotografia nos mostra, é um condomínio de luxo com piscinas, boas condições de vida e espaços onde se podem praticar desportos. Observamos muita riqueza e podemos assim dizer que as pessoas que lá vivem têm possibilidades económicas bastante elevadas proporcionando automaticamente um conforto muito maior.
              Algo que se pode inferir deste contraste entre as duas zonas, rica e pobre, é o contraste na educação das crianças que vivem em cada uma. Isto é, as crianças que vivem do lado esquerdo, como têm poucos recursos económicos, têm uma menor probabilidade de ter uma melhor educação, o que leva a um sucesso escolar muito inferior ao das crianças que vêm de famílias ricas e que gozam de uma educação mais apropriada e completa.
              Pode-se dizer então que o lugar onde nascemos determina o lugar onde vamos morrer, isto é, se nascemos numa zona pobre onde as nossas condições de vida são precárias é muito mais difícil obter uma ascensão do status social do que alguém que já nasce num lugar da sociedade bem mais elevado. Apesar disso, temos casos de pessoas que, apesar da miséria em que nasceram e viveram durante a sua infância, se tornaram grandes empresários.
              Apesar de todas as assunções feitas sobre as pessoas de cada zona não quer dizer que não existam pessoas ricas ligadas à droga como pessoas pobres ligadas a associações de ajuda ao próximo, visto que, muitas vezes, as aparências iludem.
              Em relação à condição humana, os do lado direito são mais egoístas, procurando o que é melhor apenas para eles, sem querer saber do sofrimento dos outros. Os do lado esquerdo, já são pessoas na qual a entreajuda está mais presente.  
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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História de um refugiado*
              A situação dos refugiados é uma das mais difíceis etapas da vida a que fica sujeito o ser humano. Desamparado, vulnerável, longe das relações que contribuem para a estrutura emocional e afetiva, o refugiado enfrenta desafios para recomeçar a vida que só consegue, com a força das boas lembranças e da terra de origem, com a esperança de que alguém, um país, uma comunidade, o acolham e o protejam.
              Caracterizam-se os refugiados, pessoas obrigadas a deixar a própria pátria, família, bens e raízes, para procurar proteção e salvar a própria vida em outros países. É esta a minha condição neste momento. Vivo de forma mais ou menos calma e pacifica no seio da comunidade que me acolheu. É muito difícil a adaptação e quase impossível conseguir trabalho, já que temos cultura diferente e outro idioma. Não é fácil recomeçar a vida.
              Contudo, posso agora adormecer sem o medo de não voltar a acordar, morta por qualquer uma granada ou explosão. Sinto-me feliz e infeliz, alegre mas triste, agradecida mas revoltada, salvei a própria vida mas continuo destroçada. Quero voltar às minhas origens mas tenho medo. Não sei se vou poder voltar.
              O medo está sempre presente no meu dia-a-dia. Todos os dias surgem as lembranças dos horrores vividos, as mortes em plena rua, as invasões das habitações onde se mata gente e se violam as mulheres, o rapto das crianças, a correria nas ruas tentando fugir dos tiros e estilhaços. Todas as vezes que penso nisso começo a tremer.
              Venho de uma sociedade marcada por conflitos, guerras, violência, pobreza, fome e exploração. Trago comigo a experiência de momentos difíceis vividos que me expulsaram da minha pátria.
              Fui forçada a abandonar a minha casa e na fuga perdi-me da minha família dos quais não tenho notícias. Esta é a fase de maior insegurança durante a qual não se vislumbra um porto seguro. Entregues ao destino, viajamos, fugimos e enfrentamos os mais diversos elementos da natureza, mas também os contrabandistas, traficantes e outros criminosos que procuram tirar vantagem da nossa condição.
              Milhares de pessoas como eu arriscam a sua vida num barco para fugir do seu país que antes era o seu porto seguro. Fogem à guerra e à ameaça de morte. Muitas perderam a vida.
              Numa viagem que era suposto ser feita num barco de razoáveis condições, este era afinal um pequeno bote insuflável e com grande quantidade de pessoas a bordo pelo qual pagamos avultada quantia em dinheiro. Uma criança de apenas 9 anos embarcou pressionado pela família com o sonho de que este chegasse a um país livre e seguro, mas, a meio da viagem caiu ao mar e por ali ficou.
              Quando o bote foi resgatado por um barco da Guarda Costeira no sul da Europa, senti que estava a nascer de novo. Após chegada a terra firme, vivemos algum tempo em condições precárias, em tendas ou abrigos improvisados sujeitos a vento, chuvas, lama, lixo e doenças.
              Por fim e após algum tempo, acabei por ser acolhida num país diferente do meu que me ofereceu proteção e apoio. Sonho todos os dias poder voltar ao meu país. Trabalhar, conversar, conviver com a gente da minha terra. Sonho com a vida que tinha antes. 
              Será que um dia voltarei a ser feliz?
*trata-se apenas de uma história fictícia escrita no âmbito da unidade curricular.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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História de um refugiado*
              Olá, sou a Hanna e tenho 31 anos. Há dezasseis anos fui obrigada, juntamente com a minha família, a abandonar o meu país, devido à guerra.
              Lembro-me como se fosse hoje, vivia com os meus pais e dois irmãos mais novos, numa casa em que mal cabiam duas pessoas, quanto mais quatro.
              A minha mãe passava os dias a racionar a comida que o meu pai trazia para casa. Era ele que trabalhava, recebia pouco, mas o pouco que recebia era de forma honesta. Esperava por ele todos os dias à porta de casa, ele demorava um minuto que fosse e eu desatava a chorar, sempre com o receio de que ele não voltasse.
              A minha mãe todos os dias tentava tranquilizar-nos, “um dia isto vai acabar, não vai demorar muito” ;  “Basta mais uns dias e estamos todos na rua a celebrar a paz”… Ela sabia que era mentira e eu, hoje, também o sei.
              Os nossos dias eram repletos de gritos, sangue, explosões e tiroteios.  Porém os nossos pais faziam de tudo para nos fazer esquecer o mundo lá fora e tornavam o nosso lar num mundo á parte, só nosso, fazendo-nos pensar que nada de mal nos podia acontecer ali.
              Só que um dia, esse lar ruiu.  
              Numa manhã de Inverno acordo com os gritos da minha mãe a dizer-nos para corrermos e sairmos de casa. Lembro-me que ao sair da porta e olhar para trás vi a minha casa ser atingida e desmoronar.
                 Corremos o mais depressa que pudemos, juntamente com os nossos vizinhos, só paramos na fronteira. Cheios de medo decidimos continuar a nossa viagem, todos sem destino, mas ao mesmo tempo, com o mesmo objetivo. Sabíamos que não queríamos mais voltar a passar por todo aquele inferno causado pela guerra!
              Passámos por muitas adversidades. Muitos morreram de frio, outros de fome, e a maior parte a tentar atravessar o mar. A minha família foi das poucas que conseguiu chegar ao destino com vida… Hoje, sei que foi a decisão mais acertada que podíamos ter feito!
              Eu e a minha família fomos muito bem-recebidos na França, e agora consideram-nos como parte da comunidade deles. Porém não foi nada fácil esta adaptação. Os meus irmãos mais novos adaptaram-se perfeitamente, já eu, tive alguma dificuldade em fazer amigos, pois não me aceitavam por vir de um país diferente…. Com o passar do tempo as coisas foram melhorando e consegui ter uma vida dita normal e feliz!
              De momento tenho uma vida estável, estou empregada, casada e com três filhos. Nunca lhes contei tudo aquilo que passei, talvez um dia o faça, mas por enquanto, fica só entre nós…
*trata-se apenas de uma história fictícia escrita no âmbito da unidade curricular.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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História de um refugiado*
              Sou a Jamile, uma rapariga de 16 anos, que vivia com os pais e dois irmãos na Síria. Porém, nestes últimos anos, a nossa vida mudou radicalmente visto que, começou uma guerra civil que levou a muitas explosões e assassinatos.
              Vi o meu país ser destruído e várias pessoas perderam a sua vida. Os que não morreram viram os seus amigos, conhecidos e entes queridos serem mortos. Não podia continuar a viver naquelas condições, por isso eu e a minha família decidimos fugir.
              Fomos a pé até ao mar, tentando escondermo-nos e fugir daqueles que nos queriam mal. Quando chegamos tivemos, de dar tudo o que tínhamos para que nos deixassem viajar num pequeno bote com muitas mais pessoas que se encontravam na mesma situação.
              Estivemos vários dias à deriva no Mediterrâneo, sem saber qual o nosso destino. Tínhamos fome, sede e frio, mas não havia nada que pudéssemos fazer para melhorar a nossa disposição sendo que apenas nos podíamos reconfortar no amor e carinho uns dos outros.  A nossa sorte, foi que, a meio da noite, uma luz incidiu sobre nós e com ela percebemos que se tratava da Polícia Marítima que logo tratou de nos ajudar e levar para um campo onde estavam, tal como nós, tantos outros refugiados.
              Neste campo acabei por ser separada da minha família, visto que, por ser mais nova, era melhor para trabalhar. Estive nesse campo de refugiados durante vários meses, sem as mínimas condições, seja de higiene, alimentação ou cuidados de saúde. Para além disso, a minha casa era uma tenda que partilhava com outras raparigas da minha idade.
              Entretanto, surgiu a oportunidade de ir para outro país que me ia acolher e consequentemente me iria proporcionar melhores condições a todos os níveis. O destino foi a Alemanha para onde não pensei duas vezes em ir.
              Quando lá cheguei, deparei-me com uma realidade totalmente diferente. No entanto, para a minha integração, tive de aprender a língua corrente. Como privilégios foi-me dado acesso à saúde, educação e ainda uma casa para morar, com um casal de idosos que desde o primeiro me acolheu e tratou como se fosse da família deles.
              Estou na Alemanha há dois anos e meio e já sei falar alemão, porém sinto muitas saudades da minha família. Sei que, de momento, eles se encontram bem em Espanha, que foi o país que os acolheu.
              O meu próximo objetivo é poder voltar a reencontrar-me com a minha família.
*trata-se apenas de uma história fictícia escrita no âmbito da unidade curricular. 
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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Carta de um refugiado*
Prezado António de Oliveira Salazar,
               Sei que não irá ler esta carta que lhe escrevo, pois, as notícias correm rápido e sei que faleceu no dia que passou, apesar disso escrevo-lhe para libertar a mágoa que sinto e fechar um capítulo da minha vida.
               Sei também que, provavelmente, não me conhecia, mas, por sua culpa, fui forçada a fugir do meu país, para longe da minha família e a deixar tudo o que me pertencia visto que o meu marido pertencia ao partido de oposição ao seu regime.
               Fugimos a meio da noite. Estava escuro, não se ouvia nada na rua e, por isso, não nos podíamos arriscar a perturbar aquele silêncio. A ligação que tínhamos recebido minutos antes de termos decidido fugir, dizia-nos que a PIDE estaria a aprisionar todos os membros e familiares daqueles pertencentes à oposição. Não pudemos levar nada mais que a roupa que tínhamos no corpo e algum dinheiro, tão pouco que não daria para muito tempo. O professor nunca soube lidar com ideias que divergissem das suas e por culpa e do seu desejo de manter-se no controlo tivemos de deixar tudo para trás. Espanha foi o nosso destino e por sorte não nos apanharam.
               Uma semana depois, uma ligação chegou-nos. O meu corpo tremia sempre que o som irritante e estridente do telefone de onde estávamos hospedados tocava. Desta vez eram colegas do meu marido que se queriam encontrar com o mesmo e planear oficialmente um ataque onde ponderavam derrubar o seu governo e tomar Portugal tornando-o um país livre de opressões. Apesar das minhas tentativas em fazer com que o amor da minha vida não saísse pela porta, ele assim o fez deixando-me sozinha com mil promessas de retorno sendo que esse retorno seria para me levar para o Portugal que sempre idealizamos. Ao fim da tarde, vi-o sair para nunca mais voltar.
               Nesse dia e no seguinte, esperei por horas a fio, não havendo quaisquer sinais do meu homem. Vim a descobrir que tudo não tinha passado de uma cilada da Polícia de Intervenção e Defesa do Estado que não teve nenhum problema em disparar a arma e matar a sangue frio o meu marido no local de encontro.
               No dia em que descobri o sucedido, não pude chorar a sua morte, não pude vê-lo uma última vez tal como não me pude despedir a sério. A raiva tomou conta do meu corpo e por momentos pensei em como queria bater no idiota do meu marido, mesmo este estando morto, por ter sido tão ingénuo e por não me ter dado ouvidos. Fiquei sem chão, sem nada e sozinha e, por isso, vi-me na necessidade de fugir mais uma vez para onde não conseguissem ir atrás de mim.
               O destino foi incerto, terrível e solitário. Muitas vezes não tive o que comer tal como não tive onde dormir. Bati tão no fundo ao ponto de ter de trocar o meu nome, prostituir-me para sobreviver. Foi uma jornada difícil, mas o orgulho em dizer que sobrevivi aos piores anos da minha vida supera tudo pelo que passei apesar de não me fazer esquecer.
               Hoje, volto à minha terra em Portugal, mesmo sabendo que a liberdade ainda não é uma realidade cem por cento presente. Apesar disso sei que irei voltar, ao fim de tantos anos, e ajudar a construir um país melhor derrubando quem não nos quiser dar.
               Agradeço-lhe por me ter tornado uma pessoa forte, a pessoa que sou hoje. É graças a isso que tenho forças para lutar com os meus compatriotas, mesmo que isso me custe a minha vida.
Assim me despeço,
                                                                                       Amélia de Carvalho
                                                                                León, 27 de julho de 1970
*trata-se apenas de uma história fictícia escrita no âmbito da unidade curricular.
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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Refugiados e Solidariedade Internacional
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Author:  Valeria Botte Coca
          Os refugiados são um ”problema” atual com o qual a nossa sociedade se depara nos dias de hoje. Seja por causa das guerras, falta de emprego e até dificuldades políticas, as pessoas e a população em geral vêm-se na obrigação de ter de deixar para trás os seus entes queridos, as suas coisas e as suas casas. Por norma, essas mesmas pessoas não têm autorização para poder entrar nos países vizinhos onde procuram a esperança de uma vida melhor e, por isso, acabam por seguir o caminho mais “fácil” e não vêm meios para atingir os seus fins.
          Na fotografia apresentada do pequeno Aylan Kurdi, de apenas 3 anos, tirada pelo fotógrafo Nilufer Demir, mostra os resultados do desespero de quem tenta atravessar o Mediterrâneo sujeitando os próprios filhos à precariedade e, portanto, altos riscos da travessia que levam a acontecimentos devastadores como a morte. O choque provocado é e sempre será maior nos países que recebem, nomeadamente a Europa, do que nos países de origem que muito pouco ou nada querem saber das consequências dos seus atos.
          É importante perceber a complexidade da situação em que os refugiados nos colocam visto que, não só é importante recebê-los como é um dever cívico dos países europeus que assinaram o contrato de Genebra em 1951, como é o caso do nosso país, Portugal. Neste contexto, é também deveras importante não olhar apenas para o nosso umbigo e perceber que também quem não pertence ao nosso país tem o direito à vida, à habitação, alimentação, a um emprego, entre outros.
          Muitas pessoas dos diversos países têm conceções erradas de que os refugiados vão roubar o lugar, seja no mercado de trabalho, nas escolas, nas vagas hospitalares, as suas reformas, entre outros, da sua geração bem como das gerações vindouras. Deste modo, é importante, os governos conseguirem gerir estas situações com o intuito de conseguir integrar estas pessoas mantendo a confortabilidade dos seus que sempre viveram no país que vai receber. Claro que não é apenas um país que vai lidar com esta situação mas sim tem de haver a criação de uma “aliança” entre os diversos países de modo a que seja mais fácil e cómodo para todos conseguirem resolver o problema.
          Outra adversidade da vinda dos refugiados é que a população que os acolhe associa os países árabes ao terrorismo e à devastação. Assim, é preciso saber distinguir entre as pessoas que são vítimas das agitações inesperadas do mercado capitalista daquelas que são mártires do clima de guerra que perdura na região do médio oriente há várias décadas.
          Em suma, podemos dizer que é importante perceber que se nada for feito rapidamente acabaremos e continuaremos todos por ser culpados do que acontece todos os dias nas fronteiras. Partilharemos assim a culpa da morte de pessoas inocentes como o pequeno Aylan Kurdi!
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4deolhonomundo-blog · 7 years
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Glossário
Auto segregação: é o processo que contribui para delimitar fronteiras reais ou simbólicas entre grupos. Concretiza-se através de práticas como a restrição de casamentos intergrupais, de contactos sociais e relações económicas entre os membros dos grupos e ainda pela separação geográfica;
Assimilacionismo: Teoria que defende a fusão ou miscigenação de culturas ou hábitos culturais diferentes;
Apartheid: Sistema de segregação sistemática dos negros na África do Sul, imposto pela minoria branca e oficial até 1994; Discriminação semelhante ao apartheid sul-africano;
Colónia: domínio político e económico de um território por uma nação mais poderosa;
Cultura: Conjunto dos conhecimentos adquiridos que contribuem para a formação do indivíduo enquanto ser social; de costumes, de instituições e de obras que constituem a herança de uma comunidade ou grupo de comunidades; Sistema complexo de códigos e padrões partilhados por uma sociedade ou um grupo social e que se manifesta nas normas, crenças, valores, criações e instituições que fazem parte da vida individual e coletiva dessa sociedade ou grupo;
Discriminação: negação ou restrição de direitos a determinadas pessoas, justificando-se o tratamento desigual (e ilegítimo) nas suas características pessoais ou nas do grupo a que pertence;
Emigração: ato ou efeito de emigrar; Conjunto de pessoas que deixa o seu país ou a sua religião para se estabelecerem noutro;
Emigração clandestina- verifica-se quando o pressuposto da emigração legal não é, total ou parcialmente, respeitado;
Etnicidade- valores e normas culturais próprios de dado grupo étnico e que o distinguem de outro;
Imigração- acolhimento de estrangeiros no território nacional;
Genocídio: Destruição metódica de um grupo étnico ou religioso pela exterminação dos seus indivíduos; Exterminação de uma comunidade de indivíduos em pouco tempo;
Identidade: Circunstância de um indivíduo ser aquele que diz ser ou aquele que outrem presumem que ele seja;
 Inclusão: ato ou efeito de abranger, compreender ou integrar; ato ou efeito de inserir ou acrescentar; corpo ou coisa incluída;
Multiculturalismo: Condição ou qualidade do que é multicultural; Prática ou doutrina que promove a coexistência de diferentes culturas, etnias ou religiões numa mesma comunidade; 
Organização internacional das Migrações (OIM) - organismo internacional criado em 1951 por 24 países com a finalidade de apoiar as pessoas deslocadas em virtude da II grande guerra, procurando empregos para os refugiados e contribuindo para a resolução de alguns dos problemas associados à imigração;
Preconceito: Ideia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial; Opinião desfavorável que não é baseada em dados objetivos;
Racismo: Teoria que defende a superioridade de um grupo sobre outros, baseada num conceito de raça, preconizando, particularmente, a separação destes dentro de um país ou mesmo visando o extermínio de uma minoria. Atitude hostil ou discriminatória em relação a um grupo de pessoas com características diferentes, nomeadamente etnia, religião e cultura;
Refugiado: Que ou aquele que tomou refúgio, que se refugiou; Que ou quem é forçado a abandonar o seu país por motivo de guerra, desastre natural, perseguição política, religiosa, étnica, etc;
Segregação Social- práticas de separação forçada de um determinado grupo;
Xenofobia: é uma ideologia que consiste na não aceitação das entidades culturais que sejam diferentes da nossa própria;
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