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me jogo, me arrasto, rastejo, engatinho, tropeço, ando, pulo, corro, dou cambalhota e mortal. Saí correndo, nadei. Morri de medo dum maldito danando dum tubarão aparecer do nada e me levar. Ou seria um jacaré. Dei sorte, saí, trotei, me invoquei e escalei a montanha. Quase perneta, mas o salzin’ la de cima eu lambi. Desci, correndo, desembestada, caí e ralei o joelho. Ri. Só fui, intensamente. Visceralmente, impregnando minha carne por onde corri. Deixei pele, rastros, pequenas amostras de minha história. Por que tão intenso? Por que tão do-lo-ri-do? Quem me dera eu poder passar entre os dentes. Entre as correntes, sem ser engolida. Invadida. Ferida. Não se deixe ferir, se deixe afetar, até temer, mas nunca se fechar. Se limitar, se apegar.
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Perséfone, a romã e a mulher
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Perséfone, a romã e a mulher [clã das lobas]
Dos mitos gregos, talvez seja um dos menos lidos. Conta a lenda que num dia de outono, Coré colhia flores no campo com suas primas quando, repentinamente, a terra se abre e a jovem é raptada por Hades, o senhor do reino dos mortos. Conhecemos esta história pela ótica da mãe, Deméter, que ao sofrer a perda da filha passa a vagar pelo mundo, sua dor faz a terra secar e o alimento faltar, o medo da destruição faz Zeus interceder junto a seu irmão, Hades, e permite-lhe recuperar sua filha.
Perséfone e Hades - Desenho de uma jarra grega - 440-430 a. C.
Uma aura de mistério permeia a descida de Coré ao mundo das trevas. Voltamos a saber dela, agora como Perséfone, apenas no acordo que sela a sua volta. Ela deverá permanecer com Hades o equivalente em meses ao número de sementes de Romã que tiver engolido. Uma tradição diz que ela engoliu 4 e passaria um terço do ano com o senhor da morte. Outra, lembra a associação entre a cor vermelha da Romã e o sangue, uma referência ao ciclo menstrual, quando a mulher sofre a morte de uma vida em potencial, o que levaria toda mulher a conviver mensalmente com o seu Hades interior.
No mundo ocidental moderno vivemos muito afastadas dos ciclos da vida, renegando inclusive nossos próprios ciclos biológicos, procuramos fazer de conta que eles não existem. A mulher moderna vive “aqueles dias” como um fardo da natureza. Bem distante da antiga sabedoria que destacava o aspecto mágico do sangue e numinoso do útero como um vaso, aquele que conterá a vida. Os estudiosos da psique feminina (na linha junguiana) apontam que a origem de uma série de transtornos menstruais (o + freqüente talvez seja a TPM) estão relacionados à inconsciência do ciclo vida (e da morte). Vivemos a menstruação sem dela tomar consciência, o corpo se encarrega de nos lembrar o que esquecemos.
O retorno de Perséfone à sua mãe, Deméter, não é o retorno de uma donzela, esta “morreu”, mas de uma deusa madura, que conhece a sexualidade, a separação e a morte. Neste mito, a inocência de donzela precisa ser sacrificada. Por outro lado, representa a grande perda sofrida pela mãe quando sua filha primogênita se casa e deixa o seu lar, ou então quando todos os filhos saem de casa e a mulher sofre a síndrome do ninho vazio.
Acredita-se que as duas deusas são na verdade uma, juntas representariam a totalidade da Grande Mãe, a deusa primordial. Ambas simbolizam a capacidade de morrer e renascer infinitamente, como mulher, como terra, como natureza. A grande mãe contém todos os contrários, é ao mesmo tempo donzela e mãe, jovem e velha, a que alimenta e a guerreira. Senhora da vida e da morte.
Em Perséfone, há um outro elemento importante, o casamento com Hades, a torna rainha da morte, a soberana do mundo avernal, mas este aspecto ficará para outra ocasião.
https://ocladaslobas.wordpress.com/2011/05/29/persefone-a-roma-e-a-mulher/
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DA MORTE
Diante do espelho não me reconheço.
O corpo que aparece nem sou eu.
Várias são as mortes do corpo, inclusive a derradeira.
Mortes passageiras, parciais, mortes menores.
A morte é a única e maior verdade do corpo.
Para o corpo só existe a vida.
O corpo participa da vida como um todo.
Maior.
Vida circunscrita, delimitada, enquadrada na vida maior, de que é parte.
Enquanto corpo, é fração de vida, enquanto morte é consciência do corpo.
Morte, norte.
Vida.
Caliandra - Poesia em Brasília
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Adonis Bosso by Kasheem Daniels at NYMFW SS17.
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Lua Cheia ♑
Celebração do ciclo da Lua Cheia em Capricórnio. Definitivamente você colhe o que plantou. Seu esforço, sua perseverança, sua organização e suor. Sem apadrinhamentos ou boa sorte.
Na lua crescente, a seiva subia e meu corpo ansiava por esse momento esplêndido. Uivava a chamando, como se soubéssemos que estaríamos em breve conectadas.
Aqui uso o plural. Sou muitas.
Noite de Lua Cheia. Floresta. Olhei para cima e dei de cara com a apreciação de uma mandala forrmada pelo topo das árvores e aquela bola gigante iluminada bem no meio. Acompanhei todo nascer e pôr da Lua e Sol. Sabia que quando a lua estivesse bem no centro da da celebração, a energia estaria intensa. 3:30am.
Vi crianças interiores, vi animais.
Celebrei o ápice do ciclo. Celebrei o florescimento das flores e dos frutos capricornianos. Conheci esse ciclo. Prazer.
Entendi que os problemas do caminho servem para serem superados, e não um sinal de que estou no caminho errado, como meu eu supersticioso temia. No ciclo de capricórnio, me despertou que sair da zona de conforto vale a pena. Mas tudo na hora certa. E que as vezes a hora é agora!!!
Dançando sob o luar na floresta, o sentimento que mais vivenciei foi a nostalgia. Como se tudo aquilo já tivesse feito parte de mim. Lua Cheia em Capricórnio. Ciclo da Lua Cósmica da Tartaruga. Lua da Presença. Thunder Moon, a lua cheia de julho que rege novas galhadas, novos poderes e tempestades.
Sinto como se eu estivesse sincronicamente tendo a oportunidade de alinhar meus ciclos com o Universo.
Meu cabelo branco/cinza foi pura coincidência? Acho que não.
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