afloraser
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Fluxo contínuo
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Pirataria e água viva
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afloraser · 3 years ago
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Deu vontade de escrever sobre você. Fui pega de surpresa pelas suas mãos grandes e ásperas que descobriam no toque o meu corpo junto ao seu. Desde então tenho sido invadida por memórias e imagens de você dentro de mim. Essa não é uma escrita romântica, queria que ela tivesse um tom sexual. É sobre o desejo de você me degustar como quem traga uma iguaria e não esquece o sabor. É sobre se deliciar entre corpos antes desconhecidos até fazer mar em meu lençol. É também o suor que escorre de nossos corpos pelo movimento incansável de penetrar o desconhecido. É você dentro de mim incessantemente como quem precisa saciar a sede, e uma noite inteira de muitas águas não é o suficiente. É a lembrança do teu braço, os ombros, a boca, o peito, o cheiro. Sou eu no seu colo. Sou eu no seu colo várias vezes. É você me prendendo e depois me fazendo carinho. É a dualidade do teu toque, bruto e selvagem mas também macio e atencioso. É a diferença entre as nossas idades e o seu potencial de me deixar mais viva.
Fico me perguntando se você vem me procurar. Se sim, quando vem. Porque ando com receio de me apaixonar a toa. O engraçado é que foi uma noite só, mas uma noite toda de foda boa. Não era o plano, mas ando pensando em você.
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afloraser · 3 years ago
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outro dia estava conversando com minha irmã e ela dizia "a cada escolha que fazemos, cria-se um universo paralelo, onde outras narrativas acontecem e nossas mentes humanas são incapazes de entendê-las enquanto realidades." não era exatamente com essas palavras, mas a ideia era esta. nesse dia eu pairava sobre a dúvida do "e se", e se eu tivesse ficado? e talvez o não saber seja aquilo que me desperta o desejo, a vontade de provar o desconhecido, a inquietação sobre querer viver algo que não foi possível.
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afloraser · 3 years ago
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nortear-se como quem usa a pulsação do peito como bússola.
movimentar-se em direção ao que tenha sentido e propósito.
traçar planos.
materializar sonhos.
lembrar de permanecer verdadeiramente viva.
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afloraser · 3 years ago
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uma sensação estranha me sondava. como um arrepiar muito sutil no couro cabeludo, soprava em minha nuca como se estivesse aqui, mas era sonho. tentava lembrar o que falávamos, onde estávamos. era como se um breu atravessasse minha lembrança, estava ali, um pouco distante e esfumada, mas ainda assim eu podia vê-la. o que ficou na memória era a pergunta se você estaria cedendo e antes mesmo da sua resposta eu dizia que não era aquilo que eu queria, você me olhava com os olhos marejados quase me pedindo algo que eu não saberia dizer o que é. os outros sonhos se vão, como a sua presença. já não sei se sinto o seu cheiro ou se me recordo do seu toque. apenas sei que em alguma camada você esteve lá.
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afloraser · 3 years ago
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Notas afirmativas
Fazer a manutenção da vontade e disposição em admirar os processos. Lembrar-se de tomar distância do alvo central pra que seja possível observar o todo.
Haja flechas.
Novas miras.
Fôlego também.
Pausa.
Respiro.
Coragem.
Ímpeto.
Disposição.
Encontros.
Encantos.
Fazer do sonhar uma ação incansável.
Ritmo.
Ainda que o dançar tenha os seus momentos de descompasso.
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afloraser · 3 years ago
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escritinho
deixei as portas e janelas abertas, na esperança vazia de que você retorne. ainda não sei ao certo se tua passagem por aqui tenha de fato se encerrado, me pergunto quando você volta. disse a mim mesma que eu não retornaria a escrever até que você movesse algum passo, por menor que ele fosse. pensei sobre. talvez o não caminhar em minha direção seja também um movimento, não aquele que eu gostaria, mas que ainda assim é uma escolha. um pouco imatura, irei botar a culpa nos astros, que tenho lua em signo de fogo e todo tempo de espera me deixa inquieta. me pergunto se é algum plano. talvez até gostaria de fosse. afinal, esse tempo lento que caminha em signo de terra, me faz questionar. questionar sobre as minhas escolhas, não as tuas. questionar onde quero estar e com quem quero estar. me deparo com a incerteza, aquela mesma que já havia antes de você, mas que com a sua chegada, ou então, breve visita, me faz repensar outra vez. até então, sigo sem respostas e com novas perguntas. talvez esse escritinho seja sobre uma partida, mas nem isso sei realmente dizer se de fato, foi.
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afloraser · 3 years ago
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Penso em você mais do que eu gostaria
escrevi um texto extenso, denso. mas apaguei. volto a escrever caso você reapareça.
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afloraser · 3 years ago
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afloraser · 3 years ago
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“beleza são coisas acesas por dentro” e às vezes eu sinto medo que elas se apaguem. talvez a melhor palavra não seja medo, mas receio. por isso, gosto de pensar que a areia que escorre dentro da ampulheta dessa vez não corra tão depressa, quem sabe assim, eu possa desfrutar de grão em grão o movimento do tempo. eu gostaria de guardar essa areia em minhas mãos, mas a sensação de vê-la escorrer pelos dedos e ir de encontro com o mar, me faz lembrar sobre a generosidade da impermanência.
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afloraser · 4 years ago
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eu tenho vivido de memórias. nostalgicamente refaço cenas que já aconteceram; minha cabeça navega entre taças e sons. lembro de cada um que atravessou a rua vazia. do viaduto observo de longe. com um amplificador ouço as batidas cardíacas daqueles que se atrevem viver a noite sem máscaras, em cima de pequenas rodinhas, peles suadas e corpos embriagados. um brinde aqueles que celebram a simplicidade da vida.
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afloraser · 4 years ago
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tem vezes que a saudade é uma dor esquisita
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afloraser · 4 years ago
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ás vezes tenho medo do tempo passar rápido de mais e eu não conseguir aproveitar o agora do lado de quem eu amo. tem horas que eu sinto os anos se passarem pelos meus dedos, como vento de outono que é gelado mas no fundinho tem um sol que aquece. dói um pouco. ás vezes a vida parece um pouco dura demais. 
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afloraser · 4 years ago
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eu tenho sonhado muito. me parece quase como uma estratégia para reinventar a realidade bruta que insiste em cortar as asas, até mesmo de crianças, que nem carregam culpa por terem nascido num mundo cruel. ainda assim eu tenho sonhado muito. de olhos abertos ou fechados. exercito o feitio do sonho. quase como forma de resistência, ao saber que ao menos no imaginário, eu ainda possa sonhar. nos meus sonhos eu atravesso muros, dobro as esquinas, me deito no chão da rua vazia da são paula cinza. nos meus sonhos encontro com gente que nunca vi na vida, frequento os bares, fico dopada, e ainda assim sei o caminho de volta pra casa. nesse mesmo sonho, sou guiada pela minha irmã em forma de camelo-lhama-gigante com o joelho machucado e exausta por me esperar a noite inteira. ainda assim eu sonho. sonho me fundir a outro corpo, sonho com água, sonho que estou molhada, fico molhada, mas acordo. a realidade insiste em secar a libido de sonhar. e ainda assim eu sonho. sonho como quem corre por vales montanhosos, sonho como quem voa e atravessa a água que cai da cachoeira, sonho como quem é pássaro e vê o próprio voo no reflexo do lago, sonho como quem é águia e sente o vento bater nas penas. mas sonho também como quem é gente, que tem que acordar pra trabalhar todos os dias e quase falta tempo pra sonhar. sonho que é sonhado mas se esquece o que sonhou. e ainda assim eu tenho sonhado muito. 
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afloraser · 4 years ago
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23:01, 14 de outrubro de 2017. Hoje não sai pra trabalhar, mas passei o dia todo produzindo brincos, logo vou começar a editar umas fotos e amanhã quem sabe eu saia pra vender. Meu chá de hibisco tá na temperatura ideal, penso que gostaria de perder uns kilos mas to tentando não noiar nessa ideia. Rezo para materializar meus sonhos de maneira fluída, penso com quem irei compartilhar minhas realizações daqui a 10 anos. Será que eu terei filhos? 
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afloraser · 4 years ago
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Eu gosto de criar histórias na minha cabeça ao ponto de torná-las reais em meus sonhos. Gosto de fantasiar com a espera de que eu sonhe com tal acontecimento e que por um breve momento, talvez em alguma dimensão aquilo seja real.
Nesse mundo de virtualidades fico imaginando como seria conhecê-la. Teve um dia que eu sonhei com ela. Havia uma intimidade estranha no ar ainda que no sonho a gente soubesse que não nos conhecíamos na vida física do toque.
Pra variar eu estava em uma viagem e ela também estava lá, numa espécie de acampamento, com vales e rios, tudo muito bonito mesmo. O sol era gostoso quando tocava nossa pele, o ar era um pouco gelado quando raiava o dia, dava até mesmo para ver aquela fumaça que sai da boca e das narinas. Eu tinha a sensação de já ter caminhado por aquele lugar. 
Nesse sonho eu pedia os olhos dela emprestados, com a vontade de enxergar o mundo através do olhar dela. Eu queria entender onde ela via beleza nas coisas. Muito generosa, ela me emprestou. De repente eu era ela e ela era eu, numa brincadeira divertida a gente gravava os nossos mergulhos numa água cristalina. Ao mesmo tempo que era esquisito ver a gente fundida num corpo só, também era extremamente acolhedor. Queria saber explicar a sensação. Lembro de mergulharmos com os olhos bem abertos e ver o raio de sol atravessar a água. Me confortava saber que onde ela via beleza era semelhante ao meu olhar, uma breve sensação de que tínhamos algo em comum. Por um instante talvez aqueles olhos fossem meus. Nadávamos e mergulhávamos. Essa era a terceira vez que eu sonhava com ela. O sol ia começando a baixar e precisávamos voltar para as nossas barracas. Nos separamos. Me perguntava se nos encontraríamos no dia seguinte.
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afloraser · 5 years ago
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Havia um tempo considerável que eu não parava para me dedicar à escrita. Seja ela acadêmica, ou não. Alguma coisa me incomodava pelo fato de escrever no passado. Será que eu deveria falar sobre o agora? Não sei. 
Ontem tivemos uma discussão sobre as escolhas, mas não sobre escolhas da vida de um jeito a pensar no futuro. Escolhas, o ato de escolher, de tomar uma decisão. Percebi que tenho um ato falho de me sentir angustiada, irritada quando as pessoas demoram para escolher algo. Me pergunto de onde vêm essa irritação? É uma espécie de agonia ao me deparar com a indecisão do outro. Com a demora entre uma coisa e outra, quando (na minha cabeça) as escolhas poderiam ser simples e o objetivas. Tipo: eu quero isso? então é isso, não quero? então o que eu quero? Esses dilemas sobre coisas muito simples de deixam agoniada. E ninguém tem culpa por isso. Chega a ser bastante hipócrita de minha parte, pois algumas vezes já me demorei também para decidir algo que não tinha a necessidade de tanta reflexão. O ponto em questão é que eu fiquei irritada e aparentemente acabei sendo grossa. Talvez eu seja grossa e impaciente e eu não acho isso bonito. Não há justificativa para minha grosseria. Mas como posso lidar com isso? provavelmente indo a terapia, mas cá estou escrevendo sobre o ato de escolher. Fico pensando sobre uma postura de ser decidida na vida, de modo geral. Será que essa angústia é um micro do macro? Por exemplo, eu tenho pavor de gente que não sabe o que quer da vida. Isso me dá angustia. Ainda que esse querer seja algo momentâneo, nós somos movidos por estímulos, por desejos. Não sei. É importante desejar algo, querer que algo aconteça e saber o que queremos. Talvez uma coisa não tenha nada a ver com a outra, provavelmente não. Mas então, de onde vêm esse ato falho? o que justifica a minha irritação? Impaciência? Inflexibilidade? Impulsividade? Há coisas que nos irritam sabe? Não posso negar isso. 
Outra possibilidade pode ser que eu sinto que estou perdendo tempo em uma escolha que não é tão fundamental para a minha vida. Não é sobre a escolha de onde eu vou morar, ou com que eu quero partilhar as minhas particularidades, ou sobre o curso que desejo fazer ou o destino de uma viagem. É sei lá, sobre a marca do chocolate que você vai comer, ou o tipo de vinho que você vai tomar naquela noite. Será que eu estou diminuindo a importância dessas pequenas escolhas? ou será que eu me desacostumei a partilhar decisões com outra pessoa?
Talvez no fundo esse incômodo nem seja sobre escolhas.
Será um desconforto em perceber que o outro me percebe desconfortável por demorar em uma decisão?
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afloraser · 5 years ago
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tem horas que as coisas deixam de fazer sentido
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