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“– Que lindo devaneio! – falou Yennefer, acariciando de leve o ombro do bruxo. – Uma casa. Uma casa construída com suas próprias mãos e, dentro dela, você e eu. Você criaria cavalos e ovelhas, enquanto eu me ocuparia da horta, prepararia a comida e cardaria a lã, que levaríamos ao mercado. Com os trocados que obteríamos com a venda da lã e dos vários legumes, compraríamos tudo o que nos seria indispensável, como panelas de barro e ancinhos de ferro. De vez em quando seríamos visitados por Ciri com o marido e os três filhos, e às vezes apareceria Triss Merigold para passar alguns dias conosco. Envelheceríamos de maneira linda e digna. E, caso eu me entediasse, você tocaria para mim à noite uma gaita de foles que você mesmo teria construído. O som de uma gaita de foles, como todos sabem, é o melhor remédio para o tédio.” – Tempo de Desprezo, Andrzej Sapkowski
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“Geralt abraçou-a. Tocou-a. Encontrou-a. Yennefer, incompreensivelmente macia e dura ao mesmo tempo, deu um profundo suspiro. As palavras que trocavam se interrompiam, perdiamse entre gemidos e ofegos, deixavam de fazer sentido, dissipavam-se. Diante disso, calaramse, concentrando-se na exploração um do outro, na busca da verdade. Buscaram por muito tempo, carinhosamente, com todo o empenho, temendo as profanas pressa, leviandade e negligência. Buscaram com força, enfática e apaixonadamente, temendo as profanas dúvidas, indecisões e indelicadezas.
Encontraram-se, subjugaram o medo e, momentos depois, descobriram a verdade, que lhes explodiu sob as pálpebras com uma assustadora e cegante evidência, rompida pelo gemido de lábios determinadamente cerrados. Foi então que o tempo tremeu num espasmo e se deteve, tudo desapareceu e o único sentido que permaneceu funcionando foi o tato.
Passou-se uma eternidade, a realidade retornou e o tempo tremeu mais uma vez, voltando a se deslocar lenta e pesadamente, como uma carroça sobrecarregada. Geralt olhou para a janela. A lua continuava pendurada no céu, embora o que acontecera momentos antes deveria, em princípio, fazer com que desabasse sobre a terra.
– Oh, oh… – sussurrou Yennefer após um longo silêncio, enxugando discretamente uma lágrima que lhe escorrera pela face.
Ficaram deitados imóveis entre os lençóis desarrumados, no meio de tremores, do calor dos corpos, da fugidia sensação de felicidade. Em torno deles, apenas o silêncio, a vaga escuridão impregnada dos olores da noite e do canto das cigarras. Geralt, sabendo que em momentos como aquele as faculdades telepáticas da feiticeira estavam sensibilizadas e aguçadas ao máximo, ficou pensando intensivamente em questões e coisas lindas, que pudessem proporcionar a ela um grande prazer: na explosão luminosa do raiar do sol; na espessa neblina sobre a superfície de um lago nas montanhas; nas cristalinas cachoeiras das quais saltavam salmões tão brilhantes como se fossem feitos de prata derretida; nas quentes gotas de chuva caindo sobre as folhas de bardana pesadas de orvalho.” – Tempo de Desprezo, Andrzej Sapkowski
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A Mandalorian and a Jedi? They’ll never see it coming.
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Oh no, I’m not brave enough for politics. I have to report to the council. Besides, someone needs to be the poster boy.
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Liam Neeson as Qui-Gon Jinn in Episode I: The Phantom Menace (1999)
I can only protect you, I cannot fight a war for you.
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Star Wars - Episode III: Revenge of the Sith (2005) dir. George Lucas
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STAR WARS: THE CLONE WARS | 7.10 Phantom Apprentice
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Todo apoio aos camaradas tailandeses
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Could it be like what happens in romance movies? Holding one another while being naked to keep warm?
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O criador de um dos quadrinhos que mais marcaram a minha vida, Mafalda, morre hoje aos 88 anos. Descanse em paz Quino.
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‘’Um caso extremamente curioso, por prenunciar intuitivamente a relatividade, é o da língua quêchua. A palavra pacha, cuja acepção mais conhecida e usual designa a terra, como solo e como mundo, assim como sua personificação religiosa numa entidade feminina (na mitologia andina, a terra é feminina, a água em movimento − seja a da chuva, seja a do canal − que vem fecundar a primeira é masculina). Alternativamente, o termo também pode significar tempo, período, circunstância. O mais interessante, porém, é que em certos contextos pacha designa em expressão única, sintética, as noções conjugadas de extensão espacial e intervalo de tempo (um momento ou um período). Assim, por exemplo, no manuscrito de Huarochirí (capítulo I, seção 7), a passagem coni raya vira cocha runa camac pacha camac, início de uma oração à entidade sobrenatural Coni Raya, identificada a outra, Vira Cocha, significa ao pé da letra: “Coni Raya Vira Cocha, que animaste os humanos e animaste a terra-tempo”, isto é, quanto ao último membro de frase, algo como “que animaste o mundo em seu ciclo atual”. Analogamente, em outra passagem do mesmo manuscrito (capítulo 18, seção 221), quando o Homem da Montanha, ao prever durante o sacrifício de uma lhama a chegada dos espanhóis, afirma que a pacha “não é boa” por prenunciar o abandono de Paria Caca, a principal huaca da região, isto significa algo como “o mundo neste momento deixou de se configurar favoravelmente a nossas crenças e valores”. ‘’ – Ciro Flamarion Cardoso (UFF) - Tempo e História
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‘’É provável que a noção de espaço tenha sido percebida pelos seres humanos antes da de tempo. As línguas mais antigas que nos deixaram documentos − o sumério, o egípcio, o acadiano e o eblaíta − tendiam a espacializar o tempo. O egípcio tardou bastante até mesmo a desenvolver um sistema verbal baseado na noção de tempo: de início, predominava em forma absoluta a noção de aspecto verbal, que distinguia o perfectivo (ações completas), o imperfectivo (ações em ato ou reiteradas) e o prospectivo (ações suscetíveis de ocorrer). Mesmo hoje em dia, qualificamos em português o tempo como “curto” ou “longo”, isto é, com um vocabulário espacial. Podemos até mesmo dizer “um curto espaço de tempo”, que um evento “ficou para trás” ou está “a grande distância no tempo”, por exemplo. ’’ – Ciro Flamarion Cardoso (UFF) - Tempo e História
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