alex-brandao
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ALEX
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Perdido entre as incertezas da vida. Joguei-me e deixei ir. Sem contestar, sem me preocupar. Achei-me quando já não tinha mais volta e ali fiquei, os olhos vendados, guiado pelo destino, dando vez a sorte. E que sorte eu tive...
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alex-brandao · 5 years ago
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A sensação que Bianca vivia agora era estranha. Nem na pior das hipóteses havia imaginado que seria assim que seu irmão descobriria do caso com Alexandre. Okay, ela entendia que o tal desfecho certamente não aconteceria da maneira ideal, com uma conversa respeitosa e civilizada, mas também não pensava que haveria aquela explosão de ofensas e tanta raiva sendo proferida de ambos os lados. Calada, Bianca se perguntava se as coisas seriam diferentes caso Natan estivesse com o emocional equilibrado, ou pelo menos, feliz. Reconhecia o erro cometido ao mencionar Manuella. Aquela jamais fora a sua intenção. No entanto, com tudo acontecendo mais rápido do que seu cérebro podia processar, as ações e falas que lhe escapavam certamente não estavam sendo filtradas pelo cérebro. Tudo parecia correr. Antes que percebesse, já havia passado mais um grito. Era torturante ver duas das pessoas que mais gostava se atacando de tal maneira, principalmente porque sabia que eles tinham tanto carinho um pelo outro quanto ela por eles. Entendia a decepção de seu irmão, mas nada justificaria as ofensas que despejava sobre Alexandre. Talvez se fossem duas pessoas distantes, aquilo não doesse tanto, mas ver que ela própria era a causa daquele embate a deixava tão cabisbaixa que sequer conseguiu aproveitar sua primeira declaração de amor. Como poderia processar o fato de que seu namorado havia acabado de admitir que a amava se o gesto estava perdido no meio da troca de farpas? Ainda com a mão entrelaçada à de Alex, Bianca o acariciou de leve, olhando para aquele encaixe em silêncio, na tentativa de acalmá-lo ao mostrar que sim, ainda estava ali, e sempre estaria. Assim que percebeu o fim do discurso explosivo, ela reergueu o olhar, cheio de lágrimas, se desvencilhou, e caminhou até seu irmão. Uma vez próxima o suficiente, buscou o encontro das orbes verdes. “Será que a gente pode conversar sobre isso depois? Só eu e você?” Pediu, com o tom de voz baixo e frágil. “Eu não quero que vocês briguem.” Admitiu, deixando os ombros caírem ao assumir uma postura reclusa. “Eu e o piá tamo nessa pra valer, Nat. Nunca foi qualquer coisa. Sabe aquele ditado que quando não der pra fugir é amor? Pois então, não deu pra fugir… A gente bem que tentou.” 
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Mesmo com o estrondar da voz de Alexandre pedindo para Natan parar, o homem não maneou nem um pouco o seu olhar sério para o melhor amigo enquanto ele proferia um discurso que para Natan era apenas uma desculpa na verdade sobre tudo que estava acontecendo agora. Talvez por nunca ter se casado, talvez por sim ser uma pessoa em geral calma que consegue pensar antes de tomar uma atitude por impulso - na maioria das vezes - talvez simplesmente por já ter vivido uma situação de traição de fora - por mais que também tão perto - com seus pais, ele achava que todas essas falas, as explicações eram apenas desculpa esfarrapadas de pessoas que podiam ter feito de uma maneira que tentaria machucar o mínimo as pessoas ao redor, mas por impulso ou desejo não fizeram. Mexia a cabeça negativamente - Para que? Me diga, para que? De verdade, se estava infeliz ou forçado para você, imagina para ela. Qual a dificuldade de ser honesto, Alexandre? Você pode se considerar mais homem que eu por tentar forçar ou continuar algo que não estava mais dando certo, mas ai é seu parâmetro e não o meu. - falou antes do homem voltar a falar. Natan de verdade estava cansado da impressão que as pessoas tinham sobre ele. Por mais que ele tivesse um senso de certo e errado muito grande, ele estava longe de ser perfeito, ele sempre buscava ser feliz, alcançar os seus objetivos e deixar tudo melhor para as pessoas que ele ama. Por mais que seu pai tivesse feito uma das piores coisas para ele que zelava tanto a família, Natan sempre quis a felicidade de seus pais, Natan sempre ficaria do lado da sua mãe para qualquer decisão de matrimônio que ela tivesse, ele só queria que ela continuasse feliz,e graças a Deus estão. Juntos ou separados, não muda o fato que o pai fez algo errado, impensável que poderia não ter sido feito, não tem justificativa. Mas Natan sempre soube que todas as pessoas erram, inclusive, ou principalmente, ele. Natan apenas tentava.  Lógico que teve momentos que já tomou decisão que supostamente parecia certa para sua vida, mas que sofre consequências até agora. Ela não está sempre certo, ele simplesmente passa a vida toda tentando não falhar com ninguém. Natan suspirou forte, ficando sério mais uma vez - Você está certo. É sua vida e a vida de Bianca. - falou se afastando - Temos noções bem diferentes então de amizade e de irmãos. - olhou agora rápido para Bianca - Eu não pedi suas desculpas, Alexandre. Pedi que você fosse honesto e não que inventasse desculpas ou motivos, como se tornasse tudo ok.  - segurou a maçaneta da porta - Mas vamos fazer como vocês, eu não dou opinião na vida de vocês e vocês não devem meter o nariz na minha. - o tom era mais ríspido no final então seus olhos foram para Bianca assim que ela falou - Não se preocupe Bianca, já está tudo falado. Felicidade para o casal. - abriu a porta e saiu fechando o escritório e caminhando de volta para qualquer lugar. 
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Bianca tomou a frente, mas Alexandre não relaxou a postura. Ainda estava com raiva, estressado, irritado, arrependido, com medo. Tinha um misto de emoções que, junto a adrenalina da discussão e do seu orgulho característico, não o deixava sair do estado alerta, da raiva que lhe tomava o corpo. Por isso, mesmo sentindo a dor na voz de Bianca e tentando ao máximo finalizar a discussão, ele não conseguiu ficar calado quando Natan o respondeu. - Mas eu não estou inventando... - A continuação se perdeu no seu respirar fundo quando percebeu para onde estava voltando. Seus olhos saíram do rapaz e passaram a encarar o teto, vendo que já não podia mais continuar com aquilo. Para alguém racional que tinha bastante controle, tudo que queria fazer agora era gritar, berrar até seus pulmões arderem. Por isso, Alexandre deu as costas quando Natan ainda terminava de falar, caminhando até o lado oposto de seu escritório, onde passou a encarar a parede enquanto com uma mão no rosto, tapando a boca. Mas foi somente ao ouvir a doce voz de Bianca embargada pelas lágrimas que seu coração realmente doeu. Estava cansado de causar tanta dor a ela, sentia que tudo que fazia de alguma forma estava errado. E por um mínimo segundo até pensou em desistir de tudo aquilo, dizer que já não aguentaria mais lutar uma batalha que parecia interminável e voltar a monotonia da vida infeliz que tinha antes de cometer aquele tão julgado erro. Mas a última frase da namorada lhe restaurou um pouco de paz e confiança para insistir no que ambos queriam. A batida da porta anunciando a saída de Natan fez com que o silêncio tomasse o consultório. Por alguns segundos Alexandre apenas congelou, sem saber muito bem como proceder depois de tudo aquilo. Muita coisa foi dita no auge da raiva e nunca tivera uma postura tão agressiva diante de Bianca, não sabia exatamente o que se passava na cabeça dela agora. Expulsando o medo ele se virou e caminhou apressado em direção a ela, a envolvendo num abraço na tentativa de suprir a dor causada. - Desculpa. - Seus músculos ainda estavam tensos e apoiava o queixo no topo da cabeça dela quando sussurrou a única palavra. E nem sabia ao certo pelo que pedia desculpas daquela vez. Pela raiva exacerbada, pelas lágrimas que ela acumulava nos olhos, por ter deixado a situação chegar naquele ponto ou, mais uma vez, pela mentira que iniciou tudo aquilo. Sentia-se tão errado em tudo na vida agora que pedir pelo perdão de Bianca parecia a única coisa certa a se fazer. 
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alex-brandao · 5 years ago
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Namoro? Natan parecia ter uma facilidade maior do que a da própria Bianca para definir aquele relacionamento. Provavelmente devido ao fato de que ele era anos mais velho, e que não só para a sua geração, mas para a sua personalidade, o hábito comum era aquele. Ela, no entanto, só pensava no termo utilizado, enquanto as duas outras pessoas da sala se exaltavam exponencialmente. Bianca e Alexandre encontravam mais de três vezes por semana, dormiam juntos, não ficavam com mais ninguém, e se declaravam a altos pulmões um ao outro - dentro de quatro paredes, é claro. Mas era um namoro quando ninguém além dos envolvidos sabia? Alexandre não havia contrariado Natan e, decidida a não fazê-lo também, Bianca deixou que um curto sorriso se formasse em seus lábios, á medida que esticou a mão para entrelaçar seus dedos aos de seu namorado, feliz. No fundo ela sempre acreditara que quando o tal momento do conflito finalmente chegasse, Alex teria recuado, afirmado que as coisas iam parar por ali, mas não era isso que fazia agora. Estava tão dentro daquele relacionamento quanto ela, independente dos percalços. “Ei, peraí.” Interviu, voltando ao mundo real após perceber que ambos concordaram em jogar toda a culpa pra cima do homem. “Parem de falar como se eu não tivesse consciência das coisas! A gente pode até ter começado da maneira errada, mas não existiu nada oficial entre nós até que o pi– o Alex, tivesse dado entrada no divórcio.” Não sabia ao certo se a verdade que despejava sobre o seu irmão de uma única vez era o mais correto a se fazer, ou se seria interpretada como a adolescente que não pensa antes de agir, mas não gostava da briguinha machista que se desenvolvia pouco a pouco. “Nat, a gente queria ter te contato antes, em Pipa até, mas cê tava cheio de problema com a Manu, e ai depois terminaram…” Falou apressada, como quem busca a todo custo acalmar a fera, e por isso, mais uma vez, não pensou nas consequências. Culpar a falta de conhecimento na única coisa que havia sido capaz de realmente abalar seu irmão até então estava longe de ser algo que ajudaria. Não apenas porque duvidava que alguém na vida de seu irmão tivesse ousado pronunciar o nome da ex até então, como porque em Pipa o chefe de seu irmão ainda estava devidamente casado. “Desculpa, eu não quis dizer disso.” Se afastou de Alex, passando pelo dois e indo até o outro lado do escritório com as mãos na cabeça, confusa e completamente desesperada. Sempre que em conflitos, Bianca sentia que qualquer coisa que falasse tornaria tudo pior, e agora tinha a confirmação de que seu temor era real e preocupante.
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Ouvia as palavras de Alexandre olhando diretamente para ele, mas mesmo assim mexendo a cabeça negativamente, parecendo não acreditar em nenhuma. - Se você tivesse certeza, vocês teriam me dito a muito tempo. Desde o começo, e não me fazer descobrir assim. - levantou as mãos como se apontasse para toda aquela situação - Por que se vocês estavam, como vocês estavam, no seu escritório, no hospital onde você trabalha, certamente vocês não estavam com medo de serem vistos. - passou a mão no rosto andando de um lado para o outro - E ainda mais a porta destrancada. Eu tenho medo do que eu poderia ter visto se eu tivesse aparecido 5 minutos mais tarde. - mexia a cabeça para afastar seus próprios pensamentos. - Antes do Carnaval? - perguntou incrédulo fazendo as contas de quanto tempo tinha passado sem perceber nada, além de que nesse tempo sabia que Alex ainda era casado. Ia continuar a falar quando Bianca o interrompeu, e Natan continuava a escutar mas ainda sem acreditar em toda situação que tinha se metido. - Não falei que só ele está errado. Vocês dois estão. - falava agora olhando para a irmã - Mas você está errada em um sentido moral e de confiança em relação a mim que sou seu irmão. Você não é besta e nem boba, Bianca, sabia no que estava se metendo e sabia como eu ia ficar. Mas você é minha irmã e sabe exatamente o que eu acho sobre esses segredos. Merda de segredos. - suspirou mas ainda com os olhos diretos no dela - Mas ele - agora apontava para Alexandre sem o olhar - Ele é o mais errado, ele tinha feito uma promessa, ele tinha um relacionamento, ele tem filhos. O relacionamento poderia estar ruim, mas ainda não tinha acabado. A mulher dele merecia o mínimo de respeito. Por que se ele fosse homem de verdade,se gostasse mesmo de você, ele teria esperado ou acelerado o divórcio ou até falado com a esposa. E não ficar nessas escondidas.  - Natan então olhou para Alexandre - Você não foi homem suficiente para admitir seus erros e assumir as consequências desde o começo. E só admite agora que vocês foram descobertos. - olhou para ele e então deu alguns passos para trás, foi então agora de costas que ouviu as próximas palavras de Bianca, o que fez Natan soltar uma risada até desconfortante baixa, como se não acreditasse que ela estivesse falando disso agora. - Não venha culpar meu relacionamento com Manuella, como razão para esconder a traição que vocês dois cometeram. - olhava para baixo esfregando suas mãos na nuca e no cabelo, já inquieto de continuar ali. 
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Entre a existência de duas personalidades distintas, Alexandre definitivamente fazia o tipo proativo, daqueles que não deixa o problema para depois, prefere resolver tudo o mais rápido possível. Contudo, era o reflexo do completo oposto que agora tinham ali. Havia adiado tanto aquele confronto, aquela realidade, que só então conseguia enxergar a distorção para algo gigantesco e problemático. Seu instinto primordial foi claramente receber toda a culpa, pois assim achava certo. Ele era o mais velho; ele quem havia sido casado; ele se permitiu a tentação; ele mentiu; ele insistiu ao ir atrás de Bianca; e ele era ele, homem, criado para arcar com as consequências de seus feitos. O ar pesado pareceu se desfazer por um segundo ao ouvir a voz feminina cortar a discussão. Alexandre estava acostumado a brigar por algo sozinho, defendendo somente a si em uma relação conturbada. Estar do mesmo lado pela primeira vez era no mínimo reconfortante. Sua mão apertou a dela enquanto a olhava durante a fala, até mesmo segurava um pequeno sorriso nos lábios. Mas este logo se desfez, fechando os olhos ao escutar o nome de Manuella. Além de trabalhar juntos, Natan também era seu amigo, um dos mais próximos, por isso sabia muito bem o peso do término de seu relacionamento e por um segundo até pôde sentir a dor daquela menção. A dor foi rapidamente substituída pelo queimar da raiva, lentamente lhe consumindo ao ouvir Natan vomitar o discurso duvidando de sua moral, e isso Alexandre não aceitaria. Não abaixaria a cabeça ao ouvir alguém, que da sua história não sabia um terço, lhe julgando com falsa propriedade. Sabia seus erros, todos eles, e lutava diariamente para se perdoar e consertar as coisas, mas jamais deixaria alguém duvidar de sua moral. Por isso, pela primeira vez naquela discussão, Alexandre ergueu sua cabeça e abriu o peito ao atravessar a sala em direção a Natan. - Chega! - Exclamou, com uma expressão brava. - Eu entendo que você esteja surpreso, com raiva, confuso, mas você não tem o direito de abrir a boca pra falar do meu casamento, muito menos dos meus filhos. Eu aguentei calado porque reconheço meu erro nessa história toda, mas tá na hora de você se acalmar e começar a enxergar as coisas como elas realmente são. - Alexandre mal piscava ao proferir com certeza todas aquelas palavras e pouco se importava se podia ser ouvido pelos corredores agora. - Tá na hora de você parar de viver nesse mundo perfeito e certinho e vê que a vida não é simples assim, Natan. Eu sou muito mais homem do que você - bateu no peito ao falar pausadamente. - Eu aguentei anos em um relacionamento infeliz em prol da minha família. Eu tive a coragem de ir contra tudo e todos pra finalmente ser feliz, mesmo correndo o risco de perder a guarda dos meus filhos. Eu to arcando com as consequências disso tudo diariamente porque finalmente encontrei alguém que eu amo e que vale a pena. - Parou por um segundo, engolindo em seco ao perceber que ainda não havia admitido aquilo para Bianca, mas sem muito tempo para pensar no assunto, ele apenas continuou. - E sim, eu traí minha ex mulher e não tá certo, é uma merda, pronto. Era isso que cê queria? - Doía-lhe um pouco admitir aquilo, mas ele não estremeceu. - Ouvir que eu reconheço o quão errado eu fui? Fui mesmo, mas aconteceu. Merda. Porque a vida não é perfeita, você não é perfeito. As pessoas erram. Não importa o quanto você fantasie esse mundo, as coisas não acontecem como você planeja, Natan. E no fundo... Quer saber porque eu não te contei? - Franziu o cenho e tinha a postura leve, de quem chegou a uma conclusão libertadora. - Porque não é da tua conta. É a minha vida. É a vida da Bianca. Minha ex mulher e ela são as únicas que precisam me perdoar nessa história toda, porque eu errei sim e nunca neguei isso, mas tua irmã teve muito mais coragem que você ao passar por cima de tudo isso e escolher ser feliz. Enquanto você tá aí, se escondendo atrás de valores e regras, com raiva da vida porque as coisas não estão no lugar que você queria - parou, soltando uma respiração pesada por ter falado demais. Percebendo que por impulso talvez tivesse sido muito rígido, Alex abaixou a cabeça e diminuiu a intensidade em seu tom de voz. - E eu vou pedir desculpa, mas só pela forma como você descobriu. Não foi profissional, muito menos amigo da minha parte. Mas não vou pedir desculpa pelas minhas escolhas, porque como já disse, quem tem que me desculpar, já me desculpou. - Finalizou, correndo os olhos de Bianca até parar em Natan.
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alex-brandao · 5 years ago
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Agir por impulso estava longe de ser uma característica da personalidade de Alexandre. Ao contrário disso, costumava pensar em cada uma de suas ações, se considerava sistemático. Sempre foi assim e acreditava só ter conseguido chegar onde estava, por ser assim. Mas o relacionamento com Bianca parecia um pulo cego em um precipício. Sem instruções. Sem planejamento. Fechou os olhos e se jogou, de cabeça. Até então tudo tinha sido um misto de prazer e agonia. Por sorte, as horas diárias com ela faziam tudo aquilo valer à pena. Mas, ainda que negando no fundo, Alexandre sabia que a pior parte havia de chegar. A enorme quantidade de comentários e críticas que ouviriam quando finalmente levassem o relacionamento a público. Aquele pensamento o infernizava a mente. Um medo real do quanto tudo aquilo afetaria o casal. Mas enquanto esse momento final não chegava, Alex fazia o possível para afastar o pensamento e aproveitar cada minuto ao lado da namorada. Por isso, se via novamente tomado pelas atitudes impulsivas, disposto a quebrar qualquer conduta quando o objetivo era o prazer. Cego, surdo e completamente inebrio por Bianca a sua frente, não teve reflexo algum ao ouvir a porta se abrindo. A voz familiar - e por isso alarmante - foi a única coisa que quebrou seu transe rápido o bastante para se afastar e se por de pé. Calmo como sempre, Alexandre conseguia disfarçar com uma postura rígida as batidas aceleradas de seu coração. A mente racional constantemente martelando que tudo teria uma solução e para nada precisaria se alterar. Por isso, a frase impulsiva de Bianca quase o fez rir, talvez pela tensão extrema daquela situação que só piorava, talvez pelo clichê que aparentemente todos esperavam acontecer. Ainda assim ele se manteve firme. Passou uma mão pela barba por fazer e fechou os olhos, respirando fundo na intensão de controlar o queimar que tomava conta de seus músculos. Alexandre cresceu com os ensinamentos de seu pai, na mais forma bruta do “ser homem” e por isso, nada mais certo do que assumir a responsabilidade por seus atos. - Natan… - Ele se impôs, tomando a frente de Bianca. - É uma pena que você tenha descoberto assim. A gente já queria te contar tem um tempo, mas… Não sabia como. 
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As palavras dos dois que estavam na sua frente vieram para seus ouvidos porém Natan só permaneceu parado por alguns segundos os olhando. Ele não acreditava no que via, se sentia traído. Depois de todos os problemas e consequências que vieram depois de descobrir algo importante que aconteceu na vida de sua ex, por uma simples mensagem de texto entre ela e Giovanna, melhor amiga dos dois, os dois na sua frente sabiam exatamente como Natan se sentia sobre segredos entre pessoas que ele amava e confiava. Sua irmã e seu melhor amigo. Natan deu passos lentos entrando na sala e passando a mão na nunca. Sua irmã e seu chefe. - Não é o que eu estou pensando!? - falou baixo olhando para o caminho de ida e volta que fazia dentro da sala de Alexandre. Uma risada irônica saiu da sua garganta - Não sabia como? - não olhava para Bianca só para o homem agora, com a tom de voz mais firme. - Alexandre, você sabe muito bem porque vocês não sabiam como me falar. - não destoava uma só vez, se mantinha firme parado falando diretamente para ele. Olhou rápido para Bianca mas não falou nada. - É só um relacionamento. Namoro da minha irmã com alguém. Eu espero… esperava que minha irmã tivesse confiança em mim para me falar de um simples namoro. - falou para a sala sem focar em ninguém. - Mas o problema é que é com você. - apontou para Alexandre, suspirando e voltando a andar pela sala, ficando calado alguns segundos. - Quando começou? - perguntou passando a mão na barba, parou novamente olhando para os dois esperando uma resposta. Agora que falava em voz alto, imaginava as coisas que podiam ter escondido, não só por ele, mas para todos, para a família de Alex, para sua ex-mulher. Não fazia muito tempo que Alex tinha divorciado. Natan se sentia culpado por não ter percebido, por não alertar, ou talvez por ter se distanciado de tanta coisa desde Março que não estava lá, para ser o irmão protetor que deveria ser. 
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Não tinha explicação plausível para toda aquela confusão, Alexandre sabia disso. Talvez por isso se mantinha calado agora, apenas ouvindo tudo que Natan - com razão - despejava em si. Tudo aconteceu com tanta intensidade e tão rápido que Alex sentiu não ter controle algum da situação, exatamente por isso as coisas haviam chegado naquele ponto. Sabia que a cada dia que passava crescia a bola de neve, de mentiras, segredos; crescia a complicação de algo que poderia ter sido simples. E agora já não tinha como voltar atrás. Teimoso como sempre foi, eram raras - quase que impossíveis - as vezes que Alexandre abaixava a cabeça diante de qualquer um, o único para quem fazia era seu pai, por extremo respeito. Mas o fez naquele momento ao ouvir a fala de Natan. Ele sabia. Sabia de cada empecilho, cada porém que sempre faziam sua cabeça doer com a simples ideia de revelar aquele relacionamento para o mundo. E aquilo era o que mais lhe doía agora, o medo, a insegurança do incerto, do novo, de algo completamente contrário aos padrões de sua vida. Ele concordou, sabendo que o problema era ele. A cabeça ainda baixa assentiu sem conseguir encarar o amigo. O sentimento de culpa crescia junto ao arrependimento que pela primeira vez se fez presente naquela situação. Apesar de tudo, de toda dificuldade, Alexandre não tinha se arrependido de absolutamente nada, não até aquele momento. Então ele lembrou o porque. Quando a mão de Bianca procurou e encontrou a sua, entrelaçando os dedos como se eles pertencessem assim, juntos, tudo pareceu se encaixar. Seus olhos encontraram os dela, não mais precisando manter a cabeça abaixada. Ele tinha orgulho de onde chegaram juntos. Ainda que com infinitos poréns e milhares de contras, estavam juntos, certos daquela decisão e principalmente, felizes. - Eu sei Natan. Sei que o problema sou eu. Sei que as coisas não aconteceram como deveriam e que muito do que eu fiz até aqui não foi do jeito certo. Mas eu não teria insistido nisso tudo se eu não tivesse certeza do que eu estou fazendo. - Voltou a encarar o rapaz enquanto falava e poderia até continuar, contar a história da sua vida, do seu relacionamento, do quanto amava Bianca e os planos que tinha feito para tê-la em sua vida. Mas preferiu se calar novamente, diante da raiva de Natan, achava que tudo aquilo de nada adiantaria. E novamente seu olhar vacilou, do chão até Bianca, quase que pedindo socorro porque sabia, sua próxima fala de nada facilitaria aquela situação. - Um pouco... Pouco antes do carnaval. 
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alex-brandao · 5 years ago
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Quinta-feira, onze e meia da manhã o relógio batia marcando o fim de mais um plantão de 24h de Natan, o que significava a ida dele para casa onde teria o resto do dia para descansar e fazer suas vontades pessoais. Porém todo mundo sabia que não era isso que o moreno queria. Ele preferia ficar ali, naquele lugar que parecia o seu refúgio onde se sentia útil, o lugar que mesmo todo seu corpo gritando, o implorando, para parar um pouco e descansar, seu ânimo e vontade de só pensar no que acontecia dentro daquele lugar o estimulava para continuar. Porém as horas extras e turnos dobrados tinham seu limite. Então Natan saia agora com a enfermeira geral lhe expulsando da UTI Pediátrica. - Por favor Isabel, eu posso lhe ajudar com o Yan, eu fico de olho nele, sem problemas. - Falava com um sorriso carismático para uma de suas enfermeiras favoritas. - Sei que você está precisando de ajuda. - piscava algumas vezes em sinal de pedido com um sorriso no rosto. “Não Dr. Santana, você tem que ir embora. Já devia ter ido há uns dois dias atrás isso sim.” falou com o tom natural dela emburrada dando uns tapinhas no braço dele. Natan deixou cair um pouco os ombros, fazendo um leve cara feia, mas logo viu uma pasta com o nome do paciente sobre o balcão. - Isso é para o Dr. Brandão não é? Eu o entrego, eu tinha que falar sobre os avanços de Yan com ele de todo o jeito. - falou já colocando a pasta debaixo do braço e se afastando do balcão. Isabel fez uma cara feia, mexendo a cabeça para ele “Com todo respeito Doutor, você é muito teimoso.” Natan sorriu se afastando dela acenando com a cabeça - Tenha um bom dia, Enfermeira Isabel, até amanhã. - Natan todas as quinta-feiras saia do hospital e ia para um dos seus restaurantes favoritos alguns quarteirões de sua casa (e também do hospital) depois voltava para casa descansava 2 horas no máximo para passar a tarde e noite fazendo alguns compromissos que ele criava durante a semana. Dessa vez ele se atrasou pois quis tomar banho no hospital e ver outros pacientes antes de entregar a pasta para Alex e ir comer, achava que pela hora o melhor amigo poderia ainda não ter almoçado também então aproveitaria para chama-lo para lhe fazer companhia. Já sabia decorado todo aquele lugar, por isso ia sem pensar pelos corredores às vezes falando com alguns conhecidos até chegar na sala de seu chefe. Pela força do hábito Natan sempre batia a porta, esperava alguém falar para entrar, até mesmo com Alex. Mas naquele dia não sabia porque não fez aquilo. Apenas bateu e abriu, sem notar movimento dentro da sala ou nenhuma outra pistas que o impedisse de fazer aquilo. - Brandão, já comeu alguma…- a frase foi cortada no meio quando viu a cena que acontecia em sua frente.
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Bianca estava completa e inegavelmente apaixonada. Qualquer um que convivesse com ela podia notar o brilho diferente em seu olhar, os sorrisos bobos dados às mensagens recebidas no celular, os momentos de distração… De amigos próximos à família, com frequência lhe era perguntado quando o criador de tais delírios teria nome e rosto, visto que, com exceção de Olívia, ninguém mais possuía conhecimento do caso com Alexandre. Sempre que perguntada, ela dava de ombros e retrucava com alguma brincadeira que desviava o assunto sem, de fato, responder algo concreto. Sabia que ainda não era possível confirmar qualquer coisa, mas também se sentia incapaz de negar algo tão forte, quando tudo o que queria era poder sair daquela sala de mãos dadas, tornando realidade o que acreditava ser um conto de fadas proposto por sua imaginação fértil e aguçada. Mordendo o lábio inferior com um meio sorriso presente, após observar Alex se desfazer da aparência séria, marcada pelos óculos de grau, Bianca depositou uma das mãos em sua nuca e o puxou para um beijo lento. Deixou-se deleitar por algum tempo e então sorriu, revirando os olhos com a sensação dos lábios úmidos lhe tocando a tez desnuda. “Também tava morrendo de saudade tua.” Sua resposta saiu quase em sussurro, ofegante e dominada pelo ato que se iniciava. “Mas vamo esperar o alm…” Foi interrompida pelo barulho da porta se abrindo. Posto que Bianca estava sentada sobre a mesa, frente a frente com Alexandre, caso a pessoa que adentrou a sala não tivesse uma voz tão familiar, e caso ela própria não estivesse desenvolvendo uma falha tentativa de adiar o ato iniciado, jamais teria sentido tamanho enjôo e falta de ar. Virou o rosto de supetão, apenas para confirmar o que já sabia. “Natan.” Seu tom de voz era rouco e falho, à medida que se colocava de pé ás pressas, colocando no lugar o blusão que seu irmão já conhecia de cor. “Não é o que cê tá pensando… A gente pode explicar.” A frase mais clichê, dita por toda e qualquer pessoa encontrada numa situação parecida. Esse era o melhor que conseguia fazer? Aparentemente, á face do iminente furacão de pensamentos percorrendo a sua mente com uma agilidade destruidora, frases clichês eram o máximo que a jovem estática parada diante de seu recém adquirido namorado e irmão, conseguia externar. 
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Agir por impulso estava longe de ser uma característica da personalidade de Alexandre. Ao contrário disso, costumava pensar em cada uma de suas ações, se considerava sistemático. Sempre foi assim e acreditava só ter conseguido chegar onde estava, por ser assim. Mas o relacionamento com Bianca parecia um pulo cego em um precipício. Sem instruções. Sem planejamento. Fechou os olhos e se jogou, de cabeça. Até então tudo tinha sido um misto de prazer e agonia. Por sorte, as horas diárias com ela faziam tudo aquilo valer à pena. Mas, ainda que negando no fundo, Alexandre sabia que a pior parte havia de chegar. A enorme quantidade de comentários e críticas que ouviriam quando finalmente levassem o relacionamento a público. Aquele pensamento o infernizava a mente. Um medo real do quanto tudo aquilo afetaria o casal. Mas enquanto esse momento final não chegava, Alex fazia o possível para afastar o pensamento e aproveitar cada minuto ao lado da namorada. Por isso, se via novamente tomado pelas atitudes impulsivas, disposto a quebrar qualquer conduta quando o objetivo era o prazer. Cego, surdo e completamente inebrio por Bianca a sua frente, não teve reflexo algum ao ouvir a porta se abrindo. A voz familiar - e por isso alarmante - foi a única coisa que quebrou seu transe rápido o bastante para se afastar e se por de pé. Calmo como sempre, Alexandre conseguia disfarçar com uma postura rígida as batidas aceleradas de seu coração. A mente racional constantemente martelando que tudo teria uma solução e para nada precisaria se alterar. Por isso, a frase impulsiva de Bianca quase o fez rir, talvez pela tensão extrema daquela situação que só piorava, talvez pelo clichê que aparentemente todos esperavam acontecer. Ainda assim ele se manteve firme. Passou uma mão pela barba por fazer e fechou os olhos, respirando fundo na intensão de controlar o queimar que tomava conta de seus músculos. Alexandre cresceu com os ensinamentos de seu pai, na mais forma bruta do “ser homem” e por isso, nada mais certo do que assumir a responsabilidade por seus atos. - Natan... - Ele se impôs, tomando a frente de Bianca. - É uma pena que você tenha descoberto assim. A gente já queria te contar tem um tempo, mas... Não sabia como. 
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alex-brandao · 5 years ago
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Entre um plantão e outro, os estresses da rotina de trabalho e a vida naturalmente agitada que Alexandre passou a ter nos últimos meses, a simples ideia de encontrar com Bianca já lhe fazia bater o pé e olhar para o relógio a cada cinco minutos, exibindo uma ansiedade que raramente se mostrava. Mas o período da manhã seguiu mais lento do que nunca, com infinitos quartos para visitar e pacientes para checar, Alexandre agradeceu quando finalmente conseguiu se isolar em sua sala. Com uma caneta em mãos, o movimento frenético da escrita que o tomava completamente a atenção só parou devido as batidas familiares na porta. Automaticamente seu cérebro relacionou a hora com a familiaridade de um acontecimento que já virava rotina e antes mesmo de confirmar, seus lábios já estampavam um delicado sorriso. Ele descansou as costas no encosto da cadeira, pela primeira vez no dia percebendo a tensão que carregava nos ombros e se permitindo relaxar agora que Bianca estava ali, exibindo seu sorriso viciante. Alexandre riu assim que ela terminou de falar, parando apenas para receber o beijo. - Cê nunca vai desistir dessa fantasia de brincar de médico comigo, guria? - A malicia estava presente em seus olhos quando os correu pelas pernas nuas de Bianca, agora perfeitamente posicionada a sua frente. Ele sabia que todo aquele desejo incontrolável que sentiam era devido a alguns fatores específicos que todo casal enfrentava. O início de uma relação, algo novo em que ambos ainda estavam se descobrindo, se aventurando; mas, como um bônus, a adrenalina e a sensação de firmarem algo julgado impróprio por muitos, deixava tudo duplamente mais intenso. Suas mãos acariciavam as coxas dela de forma gentil enquanto as orbes azuis atentas ao que dizia. - Pedi tem um tempim, acho que já já chega. Sei que cê fica emburrada quando tá com fome... Mas vem cá, vem. - Moveu o corpo de forma que a cadeira deslizou até o espaço entre as pernas de Bianca. Pouco mais baixo que ela devido as posições, Alexandre retirou os óculos de grau e olhou para cima, esperando que ela entendesse o que dizia. - Cê tá tão linda, menina. Já tava com saudades tua. - Deixou que as bocas se unissem num beijo mais intenso que o primeiro, enquanto suas mãos já exploravam mais afundo por baixo do vestido branco que a cobria. Com um sorriso pretensioso, ele se desvencilhou do beijo e começou a descer, traçando um caminho até que seus lábios sentissem o calor da pele nua de Bianca. Era possível ouvir passos e algumas vozes que atravessavam a porta de seu escritório, mas Alexandre não parecia se importar quando completamente envolto pelo desejo que o tomava. E seus dedos até alcançaram o delicado tecido final que a cobria, fazendo menção de se livrar do mesmo no momento que o barulho da maçaneta da porta sendo aberta tomou conta da sala, fazendo-o congelar completamente naquela posição. 
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Parte do êxito de se relacionar com o célebre Doutor Alexandre Brandão morava na adrenalina. Ele não detinha apenas o título de homem mais velho, recém divorciado e ocupante de um cargo de poder num lugar onde pessoas com a idade de Bianca só iam para ser estudantes ou pacientes. Estar com ele significava ir contra todas as leis do universo, pois Alex também era melhor amigo e chefe de um de seus irmãos. Ultimamente eles dois se encontravam mais do que o comum. A vontade de estar junto só aumentava, o que fazia com que inovassem as maneiras de desfrutar das respectivas companhias. Uma dessas maneiras se apresentava hoje. Já passara do meio dia e uma Bianca apressada corria através do Viaduto Dr. Plínio de Queirós. “Ele já saiu?” Foi a última mensagem enviada para Alex. A confirmação veio segundos depois, o que apenas a fez correr mais rápido. Tinha até as duas da tarde para almoçar com seu recém adquirido namorado, antes que Natan retornasse ao posto e ela precisasse correr para a John John. Era a quinta vez que o fazia, e tinha certeza que àquele ponto as recepcionistas já desconfiavam de algo, visto que os horários nunca eram os mesmos, mas como sempre, anunciou que iria encontrar seu irmão e a liberação lhe foi dada. Atravessou a ala de pediatria em passos apressados, esperando não ser notada por muita gente. Manter a descrição fazia parte do deleite do encontro. Bateu na porta algumas vezes para anunciar sua entrada, e ao deslizar o corpo para dentro do escritório, um Alexandre extremamente focado, com jaleco, óculos e estetoscópio no pescoço lhe ergueu o olhar. Bianca sorriu distraída, esquecendo de trancar a porta. “Será que até quando a gente se encontrar no teu flat cê pode me recepcionar assim? Acho que nunca vou cansar da visão.” Brincou, com uma risada leve, deixando a mochila preta sobre uma das cadeiras e caminhando até ele. Depositou-lhe um longo selinho nos lábios, e apoiou o corpo na mesa, ficando frente a frente com Alexandre. “Nosso almoço tá chegando? Eu tô morrendo de fome.” Um biquinho se formou, agregando ao porte confortável que apresentava naquele ambiente. As pernas, que não encostavam no chão, balançavam, enquanto as mãos brincavam com a bolinha anti estresse do médico. 
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alex-brandao · 5 years ago
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bianca-veloso‌:
alex-brandao‌:
Diferentemente dos eventos aos quais estava acostumada a frequentar, aquele banheiro feminino não tinha fila. As mulheres pareciam não estar tão interessadas em tirar selfies nos espelhos de cristal diante da pia, muito menos em jogar conversa fora sobre os homens do recinto. Sendo assim, podendo finalmente desfrutar de um tempo sozinha, Bianca entrou em um dos boxes, trancou-o e sentou-se sobre a tampa de mármore refinado. Curvou o corpo, de modo que sua cabeça ficou apoiada em seu colo, numa posição quase fetal, mas que sempre a ajudava a relaxar. Respirou fundo e liberou todo o ar de seus pulmões. A sensação de nervosismo que habitava dentro de si era crescente. Tentava com tanto afinco impressionar os colegas de Alexandre que, sem que percebesse, abandonava a naturalidade de seu corpo. Os músculos de seus ombros doíam após passar tanto tempo na postura perfeita e seus pés começavam a dar sinais de cansaço devido à falta de hábito sobre saltos altos. Enquanto inspirava e expirava devagar, Bianca se tranquilizava. Longe dos julgamentos alheios era mais fácil enxergar o verdadeiro motivo de ter topado toda aquela viagem. O sorriso e o brilho nos olhos de Alex ao apresentá-la como sua namorada sem temor. “Que o Alexandre é bonito ninguém nega, mas é óbvio que a ninfeta está atrás do dinheiro dele. Por que uma moça tão nova ficaria com um médico pai de dois filhos se não fosse o olho na fortuna da família?” A voz se aproximava de forma crescente, bem como o tilintar dos saltos. Era tão familiar quanto a que seguiu. “É claro! A menina cursa turismo, onde é que isso leva hoje em dia? É bonita, mas não é burra. Encontrou o Alexandre, num casamento fragilizado, e aproveitou pra dar o bote e garantir o futuro dela.” Cada uma entrou em um box diferente, e mesmo com o barulho das necessidades delas, a conversa ainda era audível. Sentindo o coração apertar com as falsas acusações, Bianca saiu do box e do banheiro antes que a vissem, na tentativa de evitar um conflito e qualquer possível escândalo. Desfilava pelo salão às pressas, louca para ter o braço de seu namorado ao redor da cintura outra vez. Quando o viu ao longe, ainda no mesmo lugar, liberou um sorriso fraco e aliviado. Desacelerou o passo, como se o simples ato de vê-lo já acalmasse mais do que qualquer coisa. Pareciam tão imersos na conversa que sequer percebiam a presença de outras pessoas ao redor. Estava pronta para voltar à sua simpatia usual e perguntar o que era tão divertido, mas logo pôde perceber que o assunto do momento era seu nome. Agora, não se falava sobre o interesse dela nele, mas sim do contrário. Mesmo crescendo na favela e sendo xingada de muitas coisas ao crescer, prostituta nunca fora uma delas. A mera comparação fez a conversa escutada no banheiro se tornar irrelevante. As lágrimas se formaram mais rápido do que era possível esconder, e Bianca logo mudou seu rumo para fora do evento, rezando para que Alexandre não tivesse notado a sua proximidade - embora acreditasse que tal feito fosse impossível. Com dois filhos para criar, um divórcio complicado em andamento e um relacionamento que por si só já podia tirar a sanidade de todos, a última coisa que desejava em vida era lhe atrair mais um problema. 
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Os inúmeros ensinamentos de seu pai sempre estiveram presentes na vida de Alexandre, dentre eles a calmaria característica de uma personalidade nascida e crescida no campo. Por isso, Alexandre raramente se descontrolava, aumentava a voz, perdia a compostura, mesmo que por vezes exibisse certa brutalidade, jamais partiria para qualquer ato realmente agressivo. Mesmo agora, sentindo todo o sangue de seu corpo queimar quando finalmente entendeu o que acontecia. O choque inicial que jazia estampado em seu rosto havia se desfeito e agora se via ficando vermelho com o ódio que lhe tomava. Ele respirava fundo, com os punhos cerrados rentes ao corpo, na tentativa de manter seu total controle. Mas foi quando, com o canto do olho, conseguiu ver Bianca se afastando as pressas do grupo que nada mais pareceu importar.  - Senhores - Alexandre cortou as risadas alheias com o seu tom de voz, mais grosso que o habitual. - Eu estou me controlando muito nesse momento pra não dar um murro na cara de vocês. - O grupo pareceu surpreso de início, tentando achar o tom irônico no que talvez fosse apenas uma brincadeira. Mas não era. E ao perceberem a seriedade em Alexandre, os três outros médicos empalideceram. - Diferente de vocês eu tive a coragem pra sair de um casamento medíocre e ir atrás de alguém que realmente me fizesse bem, que não estivesse comigo apenas pela estabilidade financeira... Ou vocês acham que suas esposas estão felizes casadas com velhos egocêntricos que em nada as satisfazem? - Alexandre exibiu o maxilar travado e o erguer de uma sobrancelha. Conhecia bem o seu tamanho, a sua força e assim a capacidade de intimidar, mesmo que praticamente incapaz de machucar alguém, não deixava de usar tal atributo ao seu favor. Mas não se demorou muito mais naquela conversa. Ainda queimando de ódio, se afastou, lançando alguns olhares raivosos enquanto já procurava por sua namorada. Começava a ficar ansioso, nervoso, preocupado, até que pôde finalmente se deixar respirar ao avistar o vestido preto deslizando entre os grupos da festa. Ele a seguiu até depois das grandes portas do salão, onde o ar seco da capital pôde ser sentido. - Bianca! - Exclamou para que ela parasse, mas prevendo que ela não o faria, apressou o passo até ser capaz de puxá-la para o conforto de seus braços. - Desculpa. - Sussurrou com o rosto afundado nos cachos do cabelo dela. - Me desculpa, eu não devia ter te trazido pro meio dessa gente. - Não sabia exatamente o que dizer. A raiva ainda o consumia. Seu coração ainda batia acelerado. - V-você não é nada do que eles falaram - tinha se afastado um pouco para ser capaz de encarar os olhos verdes, mas ainda a mantinha segura em seus braços. - Você sabe disse, certo? Você é incrível. Melhor que qualquer um dentro dessa festa. Não me importa nada que foi dito lá dentro... Você... Você é a mulher que eu amo e a única coisa que eu preciso saber. 
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alex-brandao · 6 years ago
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IPhone da Bianca
what your muse’s name is in mine’s phone:
Amor ❤
what your muse’s picture is in mine’s phone
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what your muse’s ringtone is in mine’s phone
um toquinho do iphone sendo q um mais fofinho pr ele saber q é ela ligando
my muse’s last text to your muse
alex: amor
alex: não sei mt bem como te contar isso
alex: pfvr nao fica com raiva
alex: eu te traí 
*2 minutos depois*
alex: assisti o último episódio da série sem você
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alex-brandao · 6 years ago
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E tu e Natan tão se falando? se eu fosse eu te dava um super gelo tbm
Não e eu respeito a decisão dele. Entendo essa reação inicial e sei que errei, por isso, por enquanto, prefiro as coisas assim. Mas o tempo vai resolver tudo.
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alex-brandao · 6 years ago
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Qual música melhor te define nesse momento?
https://www.youtube.com/watch?v=jAhkNmaDG0U
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alex-brandao · 6 years ago
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não vou dizer nada, só boa sorte
Não entendi
Sorte eu já to tendo demais 
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alex-brandao · 6 years ago
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Se você não tivesse com a sua novinha, com que novinha do grupo gostaria de ficar já que todas são mais novas que você? hahaha
Desconsiderando o deboche da pergunta...
A Helô com certeza é quem tenho mais intimidade
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alex-brandao · 6 years ago
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É verdade que as vezes você se arrepende de namorar com a Bianca?
Apesar de todas as dificuldades, garanto que nunca sentirei arrependimento.
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alex-brandao · 6 years ago
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se pudesse escolher 3 pessoas pra te fazerem companhia numa ilha, que pessoas seriam? nao vale os filhos, é pra se divertir
eita
Bianca, claro.
Helô, pq, é.
E Letícia(?) 
Não sei, essa vida não é pra mim, cês tão me confundindo com o Cadu
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alex-brandao · 6 years ago
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qual a idade limite pro sinhô? 15 anos?
Não sendo ilegal, que mal tem, né? 
Parou disso já, o amor que eu sinto pela Bianca vai muito além de idade.
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alex-brandao · 6 years ago
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esse tio é muito papa anjo viu, daqui a pouco ta um sugar daddy
A felicidade tem seu preço, né? Tipo ficar ouvindo piadinha de gente desocupada. 
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alex-brandao · 6 years ago
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terminar com bianca e voltar c a esposa ou comer coco de cavalo?
Quem nunca comeu coco quando era pequeno, né? Tá todo mundo vivo e saudável aí
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alex-brandao · 6 years ago
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oi doutô eu to doentinha serase posso marcar outra consulta daquelas rsrs
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