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anis-verde · 8 days
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anis-verde · 7 months
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461.
As quatro paredes do meu quarto pobre são-me, ao mesmo tempo, cela e distância, cama e caixão. As minhas horas mais felizes são aquelas em que não penso nada, não quero nada, não sonho sequer, perdido num torpor de vegetal errado, de mero musgo que crescesse na superfície da vida. Gozo sem amargor a consciência absurda de não ser nada ante o sabor da morte e do apagamento.
— Livro do Desassossego por Bernardo Soares.
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anis-verde · 8 months
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Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.
— Aprendendo a viver, por Clarice Lispector.
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anis-verde · 1 year
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Achei sempre fútil considerar a vida como um vale de lágrimas: é um vale de lágrimas, sim, mas onde raras vezes se chora.
 Livro do Desassossego, por Bernardo Soares.
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anis-verde · 2 years
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Existem pessoas que são condenadas a saborear somente o veneno das coisas, para quem toda a surpresa é dolorosa e toda a experiência uma nova tortura.
— Nos cumes do desespero, por Emil Cioran.
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anis-verde · 2 years
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Toda a existência que não contém uma grande loucura permanece despida de valor.
— Nos cumes do desespero, por Emil Cioran.
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anis-verde · 2 years
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Tenho amor a isto, talvez porque não tenha mais nada que amar —ou talvez, também, porque nada valha o amor de uma alma, e, se temos por sentimento que o dar, tanto vale dá-lo ao pequeno aspeto do meu tinteiro como à grande indiferença das estrelas.
— Livro do Desassossego, por Bernardo Soares.
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anis-verde · 2 years
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É bom ser solitário, pois a solidão é difícil; o fato de uma coisa ser difícil tem de ser mais um motivo para fazê-la.
— Cartas a um jovem poeta, por Rainer Maria Rilke.
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anis-verde · 2 years
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Dormir, despir-me deste mundo ultraje.
Álvaro de Campos. 
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anis-verde · 2 years
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Uma vez amei, julguei que me amariam,                                        Mas não fui amado.                                                                                    Não fui amado pela única grande razão —                                      Porque não tinha que ser.
Consolei-me voltando ao sol e à chuva,  E sentando-me outra vez à porta de casa.  Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados. Como para os que o não são.  Sentir é estar distraído.
“Poemas Inconjuntos”. por Alberto Caeiro, 7-11-1915.
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anis-verde · 2 years
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E a morte é o desprezo do universo por nós.
“Poemas Inconjuntos” por Alberto Caeiro, 24-10-1917.
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anis-verde · 3 years
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Still life, Odilon Redon
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anis-verde · 3 years
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O que importa!
Tudo é possível e nada o é; tanto tudo é permitido quanto nada. Qualquer que seja a direção escolhida, ela não será melhor do que as outras. Percebam algo ou absolutamente nada, creiam ou não, tudo isto é igual, bem como dá no mesmo gritar ou se calar. Pode-se encontrar uma justificativa para tudo, bem como nenhuma. Tudo é ao mesmo tempo real e irreal, lógico e absurdo, glorioso e insípido. Nada vale mais do que nada, da mesma forma que nenhuma ideia é melhor do que outra. Por que entristecer-se com a tristeza ou alegrar-se com a alegria? Que importa que nossas lágrimas sejam de prazer ou de dor? Amem a infelicidade e detestem a alegria, misturem tudo, confundam tudo! Sejam como um floco de neve levado pelo vento ou como uma flor embalada nas ondas. Resistam quando não se deve e sejam covardes quando se deve resistir. Quem sabe - vocês ganharão talvez. E, de toda forma, o que importa se perderem? Existe alguma coisa a ganhar ou a perder no mundo? Todo ganho é uma perda, assim como toda perda é um ganho. Por que esperar sempre uma atitude clara, ideias precisas e palavras sensatas? Eu sinto que deveria cuspir fogo a título de resposta para todas as questões que me foram - ou não foram - feitas.
– Nos Cumes do Desespero, por Emil Cioran.
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anis-verde · 3 years
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Seja o que for, era melhor não ter nascido, Porque, de tão interessante que é a todos os momentos, A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger, A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas, E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos, Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs, E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso, Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.
Álvaro de Campos, 22-5-1916.
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anis-verde · 3 years
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E tenho pêna de mim, Pobre menino ideal... Que me faltou afinal? Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...
Dispersão, por Mário de Sá-Carneiro.
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anis-verde · 3 years
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Se me olho a um espelho, erro - Não me acho no que projecto.
 Dispersão, por Mário de Sá-Carneiro.
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anis-verde · 3 years
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Adiamos tudo, até que a morte chegue.
Poesias de Álvaro de Campos.  Lisboa: Ática, 1944.
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