aoibhinndoyle

[aoibhinndoyle]

senhor-st-milagres​:

“É só um rumor que ouvi entre os empregados. Parece que encontraram um cara morto em algum lugar.” Comentou, enquanto comia um misto de frutas, pães e frios que pegara na cozinha.  “Sei lá, não entendi direito onde. Apenas que era um homem, e que aparentemente, havia tanto sangue que parecia uma filme de terror antigo.”  Apesar do exterior tranquilo, o estilista estava preocupado se o evento seria algo isolado, ou prenuncio de que os rebeldes eram mais esperto do que lhes davam o crédito. “Foi o suficiente para que ficassem assustados Não sei o motivo de tanto medo, eu apostaria que o morto devia alguma coisa para alguém, e esse alguém resolveu que era uma boa hora para cobrar.  Ou é uma fake news. E você, o que acha dessa história toda?”

Ainda que tivesse suas reclamações para com a forma da qual as coisas eram lidadas em Moscóvia, ela não esperava que a situação fosse chegar aquele patamar, o que indicava certa gravidade. Escutava as palavras do estilista com atenção, ainda que soubesse que poderia se tratar apenas de um rumor exagerado, especialmente com a parte de parecer com um filme de terror antigo. ❝Eu gostaria de acreditar que o burburinho seja por que uma vida foi perdida, mas sinto que isso seria dar crédito demais a algumas pessoas aqui.❞ Por que na concepção de Aoibhinn, todos eram importantes e relevantes, independente do título que carregavam ou não, era normal em sua visão que uma morte chocasse as pessoas e causasse comoção. ❝Eu não sei exatamente o que achar ainda visto que não tenho muita informação sobre, mas julgo que para pessoas que me garantiram ontem de que a festa estava muito bem protegida, essas sim devem estar em completo choque.❞

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poesiadelcielo​:

          A cada segundo mostrava-se mais difícil de discordar da morena. Ao que parecia, ela tinha um vasto conhecimento da corte, ainda que Vasilisa não se recordasse de tê-la conhecido previamente — o que Oksana diria ser culpa das muitas horas desprendidas na biblioteca. “Eu posso assegurar que é uma oportunidade com a qual milhares de moscovitas sonharam, integrantes da nobreza ou não.” O que tornava a Badica a exceção, mesmo em sua família. “Ademais, você deve reconhecer que existem diversos momentos bonitos. Para não dizer até românticos.” Lisa tentava construir uma linha de raciocínio coerente, sem precisar expressar seus sentimentos com relação ao Favorado. “É também um momento em que torna-se possível uma maior aproximação do príncipe e futuro Czar, algo que nem todas as damas puderam realizar ao longo de suas vidas.” Finalizou, não querendo delongar-se muito mais no assunto. Não sabia quantos outros argumentos favoráveis conseguiria enunciar. “Estou segura de que eles possuem algum tipo de controle, de maneira a assegurar a segurança de todos. Não se preocupe.” A loira esboçou um sorriso gentil. Poderia não conhecer bem os métodos utilizados, mas poderia imaginar alguns que seriam úteis naquele momento. Desde mais simples através da regulação da entrada com os convites e identidades, até reconhecimento facial. “Em todo caso, o que tem achado da festa? Digo, desconsiderando a caça ao tesouro.”

Ela teve de revirar os olhos assim que a loira se pôs a falar, pois era exatamente o oposto do que havia lhe pedido, olhou em volta como se buscasse alguém apontando alguma arma ou escondido em um canto esperando para atacar, por que essa era a única explicação que ela poderia achar para que sempre lhe dessem a mesma respostas. ❝Você sabe que a maioria não vai te reconhecer, não tem câmeras e você pode falar a verdade, não é?❞ Testou apenas para ver se alguma coisa minimamente humana e plausível poderia ser ouvida. ❝Encontros televisionados não me parecem muito românticos, se for ser sincera.❞ E ela tinha uma visão clara do que considerava romântico, sendo um dos poucos aspectos do qual ela se via sendo uma pessoa mais clássica no parâmetros que talvez os moscovitas aceitassem. ❝Bem, se a senhorita diz, irei aceitar suas palavras.❞ Ainda que não estivesse bem preocupada em demasia, apenas gostava de ressaltar as possibilidades, por que assim não haveriam surpresas caso algo acontecesse. Sorriu com a pergunta da outra, ali estava uma pessoa que se provava de fácil interação e que não se deixava levar por uma mera crítica a uma atração, gostaria que a maioria fosse como ela. ❝De resto, devo admitir que está fenomenal, vocês tem bons organizadores de evento quanto a decoração, cardápio e música... É bem agradável. E a você? Tem se divertido?❞

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vnvdvici​:

‘ E qual seria seu país? ’ perguntou de vez, para que o mistério tivesse fim, e para que mais tarde pudesse adivinhar de quem se tratava. Riso seco escapou de seus lábios ao ouvir sobre sua seriedade,  como que para simular que estava se divertindo, também, com a conversa, mesmo que não tivesse ouvido nada além de críticas.  ‘ Perdão, senhorita. É a minha criação ’    retrucou com vagueza, sem dar maiores detalhes do que o fazia ser como era.  ‘ Foi o que eu pensei ’  concordou, ao ouvir a primeira parte, anuindo com a cabeça, mas só até que a conclusão chegasse a seus ouvidos.  ‘ Essa… É uma tradição de centenas de anos ’  comunicou, com dificuldade. ‘ Mas como não é moscovita, não é esperado que a senhorita compreenda ’   essa foi a única frase realmente cortante do czarevich, porém, logo fechou a boca. ‘ Um problema muito maior que o constrangimento ’  frisou a palavra, para deixar claro que não concordava ‘ que estas moças estão passando ’  ainda que isso se apresentasse de forma velada, não era segredo que os Morozov temiam as casas nobres. Pela forma que falava, Grisha só podia julgar que estava diante de membro da realeza estrangeira; um nobre não usaria aqueles termos – um país que não é meu.  ‘ Se me permite, senhorita ’  se inclinou, semicerrando os olhos e molhando os lábios  ‘ por que está aqui se abomina a ideia do Favorado? ’

❝Nova Irlanda, o país das inúmeras revoltas.❞ Deu de ombros com um sorriso nos lábios, qualquer um que soubesse da história de outros países europeus teria ciência do quão conflituoso era a situação monárquica era até que a dinastia Doyle tivesse se firmado duas gerações atrás. ❝Nunca é tarde para mudar.❞ Respondeu fazendo um gesto de desinteresse com a mão, pois sabia que o pedido de perdão não era verdadeiro e não queria entrar no debate sobre como culpar a criação era apenas uma forma fácil de escapar e não assumir as próprias atitudes. ❝Ser uma tradição não significa que é algo aceitável ou bom, pessoas já foram queimadas e torturadas por conta de tradições no passado, isso não as torna menos detestáveis... Ainda que essa tradição em questão, seja menos violenta e mortal, felizmente, um ponto positivo.❞ E achava que isso não era algo tão difícil assim de ver, mas algumas pessoas estavam tão perdidas em seus mundinhos onde tudo era perfeito com os preconceitos e erros que carregavam, que esqueciam de ter empatia para com os outros. Apenas revirou os olhos, era óbvio que ele usaria do fato de que ela era estrangeira apenas para dizer que ela não entendia as tradições, mas ela certamente entendia o que era certo e errado. Optou por não responder o comentário que veio a seguir, por que se ele andava tendo problemas com um possível golpe ou rebelião, ela não tinha vontade alguma de ajudar de qualquer forma, ela tinha as próprias tentativas de golpe em seu país para lidar com. ❝Pelo mesmo motivo que a maioria dos outros nobres de fora, em busca de acordos políticos e também para ter certeza se meu apoio a Moscóvia vale a pena... Se algum outro nobre estrangeiro disse estar aqui puramente pelo Favorado, duvido que seja verdade.❞

[aoibhinndoyle]

thatalwyn​:

“Não exatamente…” Respondeu mais contida, não sabendo bem o motivo de cogitar participar. No final, acabaria deixando qualquer um pegar os prêmios, se fosse parar para pensar. “Depende. Pelo que vi da última matéria, nem todas ficaram satisfeitas com as manchetes… A mídia pode distorcer bastante a realidade.”

❝A mídia não pode, ela sempre distorce a realidade, mas nem sempre para o mal.❞ Ainda que raramente fosse para o bem, Aoibhinn sabia que uma matéria verdadeira só vendia quando se tratava de uma tragédia ou quando se tinha um título sensacionalista, por que as pessoas se interessavam nesse tipo de coisa em sua maioria. ❝Sempre pode o ocorrer de distorcerem nossas palavras, por isso acho que as meninas deveriam ter passado por algum tipo de treinamento antes de lidar com os jornalistas, é preciso saber o que falar e como sua frase será tirada de contexto.❞ Deu de ombros, imaginava que a companhia não fosse gostar tanto assim de seguir naquele assunto. ❝Pois bem, o que a senhorita acha que seria um bom prêmio? Gostaria de ouvir sua opinião também.❞

[aoibhinndoyle]

vnvdvici​:

‘ O que há de tão ruim sobre isso? ’  para quem era bastante nacionalista e, em alguns momentos, a própria representação de Moscóvia, a fala soava bastante ofensiva. Mas, de novo, Grigori tinha de se lembrar que ela não sabia quem ele era.  ‘ Já temos o suficiente disso no dia a dia, garanto. Ao menos nesta terra ’  não precisava ser tão amargo sobre aquilo, até porque a outra se referia a brincadeiras, mas era impossível não pensar no conflito que se arrastava por anos e que apresentava todo o tipo de atrocidade. Se ela tinha usado ‘moscovita’ com tamanho desdém, era porque se tratava de estrangeira, e não devia saber do que enfrentavam no reino. ‘ Não duvido nem um pouco ’ contudo, não queria, com isso, dar a entender que tinha relação.  ‘ Mas isso não é da minha conta, de qualquer forma ’ uma pequena mentira, que saiu mais facilmente do que se tivesse de contar uma mais elaborada. Não estava preparado para o tom condescendente que veio a seguir, sentindo-se tolo por não ver da mesma forma. Decerto tinha idealizado tanto o Favorado ao longo dos anos, entendendo-o como uma honrosa tradição real, que tinha fechado os olhos para outros aspectos. Temia que a vergonha ficasse estampada em seu rosto, tendo levando a mão à nuca para massagear os nós que ali se formavam em razão da tensão.  ‘ Nesse caso, o que acha que ele devia fazer? Mandar todas embora? Acabar com o processo e tentar se casar com uma princesa? Acredito que as Casas nobres se ofenderiam ainda mais ’

❝Nada tão horrendo, apenas tratamos as coisas de forma diferente em meu país.❞ Deu de ombros. ❝E era uma brincadeira, está vendo? Vocês levam tudo para o coração.❞ E se dizia isso era por que mais de uma pessoa havia reagido daquela maneira, ela não era das melhores para lidar com pessoas tão sensíveis, considerava a irmã mais nova como uma de suas poucas exceções. Imaginou que ele falava da guerra, então, apenas concordou brevemente com um aceno de cabeça, guerras sempre eram complicadas demais. Não era difícil para a Doyle envergonhar as pessoas ou as deixar sem ter muito o que dizer, ainda mais quando falava em demasia sobre o que pensava e julgava ser correto. ❝Mandar elas todas embora agora apenas causaria tumulto, agora que já se deu início deve ir até o fim, mas pensar em outra alternativa no futuro talvez fosse o melhor a ser feito.❞ Ainda que desaprovasse tudo aquilo, sabia como o povo era quanto a revoltas e para um país em guerra, por mais errado que fosse aquilo ainda fonte de entretenimento. ❝Se as casas nobres se ofenderiam a ponto de armarem um golpe, isso sim seria um problema. No entanto, devo lembrar, estou apenas apontando as coisas absurdas que vejo que estão fazendo as mulheres passarem aqui quando elas tem potencial para muito mais, mas não posso mudar nada em um país que não é meu.❞

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yassinkum​:

Yassine talvez sofresse do mesmo mal, um funcionário não branco era quase que normal em um ambiente como aquele, mas ali, vestindo aquela roupa e com aquela máscara, ele se via como igual a todos os outros e a cor da pele era de fato um detalhe. Não que ele fosse de tom escuro, mas as características se destacavam e muito, já havia escutado muitos comentários ofensivos vindo até mesmo dos seus colegas de trabalho, então não poderia esperar nada diferente daquele ambiente. E então ouviu o comentário dela, estava em um momento que de fato não parecia estar trabalhando naquele momento e sorriu, se preparando para avisa-la de que não poderia dizer nada, mas viu que não ser gentil dessa forma. “Eu nem posso participar disso, então não” Riu e se aproximou, para que pudesse falar em um tom mais baixo e fosse compreendido por ela. “Toda essa coisa aqui é meio exagerado, não é?”

❝Por que não? Está a trabalho?❞ Indagou com certa curiosidade, considerando que não havia cruzado muitos serviçais em seu tempo ali, o que considerava uma pena, pois tinha certeza que aqueles que não carregavam título haviam de ser mais agradáveis e sinceros que o pessoal da corte. Bebericou um pouco mais de sua taça de champanhe, observando a movimentação a sua volta antes de se voltar para a companhia. ❝Um pouco sim, mas acho que é forma que encontraram pra mostrar as garrinhas sem serem acusados de nada, sabe? Não estou aqui a muito tempo, mas já percebi que a verdade anda em falta na corte, não acha?❞

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ncdial​:

Na visão raramente compartilhada da representante de Kaliningrado, parte do encanto da data mostrava-se na dispensabilidade das mesuras. Era oportuno, afinal, para pessoas como eles — com um dever as aparências, que o descartar da cordialidade excessiva viesse como possibilidade sobre disfarce. Não que precisasse de maiores incentivos, mas, também, nunca fora contrária ao favorável: aceitando, e jogando-se, em toda e qualquer particularidade que a festividade oferecesse. Não foi atoa, portanto, que expressara surpresa visível, mas mantivera o sorriso travesso. Dificilmente apresentava-se como a estraga-prazeres e se sua mais nova companhia desejava verbalizar desagrado, que o fizesse livremente. Até entretinha-se com a situação, visto que poucos adiantavam-se em criticar, tão abertamente. Já sobre o questionamento, não delongou-se na reposta: ❛ Talvez não animada, mas posso estar disposta a procurar por um outro tesouro, sim. ❜ Descontraiu. ❛ Qual é o problema, exatamente? É uma brincadeira apropriada para a corte. ❜ Havia um quê irônico na escolha de palavras. ❛ E todo jogo pode se tornar interessante, se nas mãos certas. Não é isso o que dizem? ❜ 

❝Boa sorte então, eu prefiro me manter fora dessa, creio que já passei da idade para essas coisas.❞ Não que se considerasse velha, mas teve muitas responsabilidades em cima de si desde muito cedo, ainda mais por ser a princesa herdeira do trono da Nova Irlanda, um peso muito maior recaía sobre seus ombros. ❝Infantil. Seria a palavra mais adequada na minha visão, a menos que os objetos estejam em lugares assustadores ou coisa parecida.❞ Deu de ombros, por que um susto em uma noite como aquelas era divertido, era a noite perfeita para pregar peça em alguém. ❝E como você acha que esse jogo se tornaria interessante? Acho que se ao menos houvessem pistas ou algum tipo de investigação❞

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thatalwyn​:

“Bom… Estaria mentindo se dissesse que não pensei em participar.” Confessou com um riso fraco, se sentindo ligeiramente julgada pela outra. Por mais que tentasse se misturar na festa, as máscaras ajudando nisso, a cozinheira tinha a impressão que seu lugar não era ali. Eventualmente, acabaria indo embora cedo, sabia disso. “Mas qual prêmio você colocaria no lugar, se pudesse escolher?”

❝Pelo prêmio? Minha irmã também está participando.❞ Mas sabia que a irmã mais nova participava mais pelos doces e a chance de aparecer do que qualquer outra coisa. ❝O prêmio não é bem o meu problema, mas considerando a participação da minha irmã, acho que uma matéria exclusiva com o ganhador seria algo que agradaria ela e uma maioria, não acha?❞

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burninghcpe​:

Aquela garota tinha escolhido a pessoa errada para destilar veneno sobre a festividade. Svetlana sabia que não devia arrumar brigas, sobretudo no aniversário de seu primo, então ela apenas deu um longo suspiro antes de pegar uma taça de champagne da bandeja que passava e se virar na direção dela. “Não preciso me animar, eu ajudei a esconder todos os animais de pelúcia. É algo que se espera da sobrinha do czar.” Comentou, em um tom calmo. “Imagino que seu tipo de entretenimento seja outro, portanto não me surpreende que não queira se engajar neste. Mas se não está confortável com as práticas da corte, a senhorita pode procurar em outro país algo que a atraia. Eu mesma posso agendar sua viagem, para que parta pela manhã.”

Saber que estava falando com a sobrinha do czar não mudava em nada a opinião da Doyle, ao contrário do que os moscovitas vinham se mostrando, Ciara não era falsa ou do tipo que tinha medo de falar o que pensava. ❝Você ainda se prestou a ajudar a esconder as pelúcias e não disse nada? Coragem, minha cara, sobrinha do czar.❞ Não falava dessa forma por se achar superior, mas por achar engraçado o pensamento de que ela mudaria sua fala pelo título ou parentesco que ela tinha com o czar atual, por que ser sobrinha o czar não lhe conferia poder algum ali, ainda mais quando aquele era aos olhos da Doyle, um país terrivelmente machista. ❝Meu entretenimento, definitivamente não está em caçar pelúcias, se estivesse eu realmente estaria temorosa pelo futuro do meu povo.❞ Afinal, uma mulher da idade dela se prestar a tal papel soava ridículo em sua cabeça, deixava isso bem claro. ❝Agradeço a sua oferta, mas prefiro continuar por aqui até obter o que eu quero. Agora, se minha companhia ou a minha sinceridade não lhe agradem, pode apenas se virar e sair andado pela festa, tenho certeza de que vai achar alguém disposto a mentir para lhe agradar ou bajular.❞

[aoibhinndoyle]

poesiadelcielo​:

          Uma vez mais a loira viu-se obrigada a conter as próprias reações — algo que se mostrava mais difícil após algumas taças de vinho, ela devia admitir —, visto que seria completamente inapropriado de sua parte externar a uma desconhecida seu descontentamento para com a competição. E fazê-lo no mesmo ambiente que sua mãe se encontrava era praticamente assinar seu atestado de óbito. “É de fato provável que tenham tido em mente pessoas que apreciam uma competição saudável ao propor essa atividade.” Apesar da concordância, Vasilisa buscou colocar o que fora dito em palavras mais amigáveis. Era usualmente essa a forma que encontrava de expressar o que desejava, sem que a maioria percebesse a verdade por trás de suas afirmações. “Sim, eu sou uma das favoritas.” Disse simplesmente, esboçando um sorriso educado antes de desviar o olhar. O melhor seria que não adentrasse a fundo naquele tópico. A surpresa tomou o semblante feminino ao perceber a linha de raciocínio da morena, certamente distinto do que ela havia imaginado inicialmente. Não poderia dizer que ela não tinha um ponto, no entanto. “Hum, não. Quero dizer, a lista de convidados é minuciosamente analisada. Estou certa de que todos os cuidados foram tomados.” Lisa buscou tranquilizar, mesmo que não soubesse se a si própria ou a outra.

❝Saudável com tantas mulheres juntas e considerando o tipo de sociedade que temos aqui... Olha, diria que é um pouco difícil.❞ Ainda que torcesse para que realmente fosse uma competição saudável, ainda sabia como pessoas da corte poderiam ser traiçoeiras e ambiciosas. ❝Meus pêsames.❞ Foi o que disse quanto a outra ser uma favorita, pois não considerava bem uma boa coisa. ❝Ou você é uma das que queria estar aqui? Se sim, me explica o motivo, por que parece um tanto surreal e sem as palavras ensaiadas, por favor.❞ Por que tudo que ela não queria era mais uma lhe respondendo como um robô, dizendo as mesmas palavras ensaiadas que todas deveriam dizer para mascarar suas reais intenções e desejos. ❝De que serve a lista de convidados, se todos estamos mascarados e fantasiados? Ainda existe a possibilidade de alguém entrar sem ser convidado.❞

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vnvdvici​:

Sorriso mínimo teria aparecido em seus lábios, não estivesse sendo a parte inferior do rosto coberta pela máscara. Ele não se importava tanto assim com a brincadeira, mas queria incentivar a garota para ver até onde iria com as críticas aos Morozov.  ‘ Isso é algo que devemos ter em comum ’  um sopro de riso escapou de sua boca, ao pensar nas irmãs mais jovens, todas infinitamente mais talentosas que ele, para todo o tipo de coisa – não que se ressentisse. ‘ Mais assustador? E colocar medo na corte? ’ perguntou com certo divertimento, verdadeiramente curioso. ‘ Pode ser que não voltassem no ano seguinte, ou que saíssem maldizendo a festa ’  sugeriu, nem um pouco preocupado, mas tendo de se retesar minimamente ao ouvir o comentário seguinte. Naquelas condições, não seria muito inteligente defender o Favorado, pois assim não saberia o que pensavam a respeito.  ‘ Confesso que ainda não tinha parado para analisar… Mas ouvi dizer que estão aqui por escolha própria, não? Por que seriam dignas de pena? ’

❝Eu tendo algo em comum com um moscovita? Essa é uma noite de surpresas.❞  Brincou ainda que fosse uma surpresa para si, ainda que não tenha realmente se comunicado com todos ainda, eles pareciam pensar de forma diferente demais para que suportassem a presença da Doyle e sua sinceridade. ❝Você ficaria surpreso com o quanto as pessoas são capazes de gostar de um bom susto ou de atrocidades.❞ Havia lido também que no mundo antes das calamidades, o gênero de terror era um bem famoso e da busca crescente por material do gênero. ❝Sabe que vão falar mal de qualquer jeito, não é? Sempre falam, não se pode agradar todo mundo, aprendi isso desde cedo e se quer saber, não acho que você daria tanta falta se algumas dessas pessoas não viessem no próximo ano.❞ Afinal, tinha em mente que a maioria ali estava agindo da mesma forma padrão, da qual lhes era esperado, cheios de mentiras e gracejos falsos. Ela quase riu com a pergunta dele, se perguntando se ele era cego ou algo do tipo. ❝Escolha própria? Querido, pelo pouco que já observei aqui posso ver com clareza que tem gente aqui só por obrigação com a família, por que os pais querem e elas não tem opção por serem mulheres, assim não tendo nada para herdar.❞ E ela sabia o quanto isso era prejudicial, pelo que conseguia entender da sociedade moscovita, ela sabia que ir contra a família poderia acabar terrivelmente mal, especialmente para uma jovem dama. ❝Isso sem contar o quão machista e retrógado tudo isso é, juntam um grupo de garotas ricas e mimadas em sua maioria, para ficarem a mostra como um objeto em exposição para todo o país. Isso não sendo o suficiente, a estadia delas depende em agradar um homem que a maioria, pelo que entendi, nem conhece direito. Você já pensou em como a família delas vai reagir com a rejeição? Em como elas vão se sentir? Sabe que vão ser tachadas para sempre como as rejeitadas do czar. E se nada disso soou minimamente errado pra você, pense de novo.❞

[aoibhinndoyle]

rionasuacara​:

— ❝Eu disse! Todas as garotas são umas robôzinhas e elas ainda ficam bravas comigo quando eu falo. Onde já se viu? ❞ Revira os olhos teatralmente e ajeita os fios de duas cores de sua fantasia. — ❝ Somos parecidas porque somos irmãs, obviamente. E pode me dar atenção, que eu amo! Olha esse meu rostinho de neném, vê se não merece toda a atenção do mundo? I live for the applause, bae. ❞

❝Sim, fala que uma coisa só que está errada por aqui e já querem ficar emburradas e ficar de mal, não gostou senta e chora.❞ A cada ano que passava, ela percebia que realmente sua paciência para cortes como a moscovita eram basicamente nula. Mas sabia que deveria se conter com os outros, afinal, ela precisava de acordos e não mais desavenças. ❝Então, Rio, aproveita toda essa tua energia pra aparecer e consiga exposição para nossa nação, de preferência boa e não ruim, mamãe nos mata se nos metermos em algum escândalo.❞

[aoibhinndoyle]

rionasuacara​:

— ❝ E se eu estiver? Não vejo problema algum nisso, Vee. Pensa o quanto falarão de nós na Nova Irlanda! As irmãs Doyle se destacam em Moscóvia, já até visualizo a matéria. ❞ Aisling empertiga a coluna, jogando os cabelos para trás ao mesmo tempo em que traça uma linha com as mãos no ar simbolizando o título de sua publicação, mas termina por revirar os olhos com o comentário da irmã. — ❝ Ora, ora. Também não vejo problema algum em ser um bebê. Bebês recebem muita atenção e atenção é sempre bom. Não espero nada menos que isso.❞

❝Acho que não é tão difícil se destacar por aqui, muita gente age como um projeto de robô.❞  Era inevitável a crítica ácida, ainda que tivesse conhecido pessoas que não eram assim tão ruins. Mas a mais nova tinha um ponto, elas precisavam de maior visibilidade e de acordos políticos, que isso fosse da melhor forma possível, é claro. ❝Céus! Como podemos ser tão parecidas e diferentes ao mesmo tempo? Não sei o que eu faço com você, Rio.❞

[aoibhinndoyle]

poesiadelcielo​:

          A Badica tinha uma taça de vinho sobre os lábios, bebericando a bebida de tonalidade escura quando escutou o comentário feminino. E foi por pouco que ela não engasgou-se, em sua tentativa de esconder o próprio divertimento. O recipiente foi esvaziado em um último gole ao, enfim, ver-se livre para esboçar uma pequena risada — não tão discreta quanto ela gostaria. Mas como poderia ter sido distinto quando a mulher parecia tão sincera em sua queixa? “Não me parece uma ideia de todo ruim, se pensar na busca em si.” Tentou argumentar em prol dos organizadores do evento. “Pode ser divertido empenhar-se na procura por locais mais discretos e até secretos. Imagine tudo o que poderíamos descobrir de novo a respeito do próprio palácio através dessa investigação mais cuidadosa.”

Vendo a risada que sua companhia lhe deu, considerou que não havia visto com todo mal sua reclamação, um ponto a seu favor. ❝Besteira, é bem infantil toda essa ideia, talvez tenham pensado que ia dar certo por que instiga uma competição e estamos aqui pra observar uma competição, não? Ou participar no caso de algumas azaradas, você é uma?❞ O olhar carregava certa pena, com a hipótese da outra ser uma das favoritas, uma situação tão... Ela sequer tinha palavras pra descrever. ❝Uma investigação no palácio? Isso soaria ótimo para algum espião, será que os organizadores pensaram em algo assim? Será que os organizadores estão contra a família imperial? Well, who knows, right?❞

[aoibhinndoyle]

vnvdvici​:

A parte boa de estar de máscara, era que ninguém estaria o reconhecendo e o felicitando por ficar um ano mais velho, a menos que se entregasse, o que certamente não faria, pois não era de seu interesse. Grisha sempre desejou atravessar a data em branco, ou dentro do pequeno grupo de pessoas de quem gostava, mas era óbvio que a corte inteira tinha de ser convidada, porque tudo em torno dos Morozov era apoteótico. O príncipe descobriria, no entanto, que a ausência do parabéns não era a única parte boa, visto que muitos nobres e até membros da realeza pareciam dispostos a soltar a língua enquanto protegidos pelas máscaras.  ‘ Não, você está certa… É uma besteira sem tamanho ’   concordou, anuindo uma vez com a cabeça – ao menos aquilo não tinha sido ideia dele.  ‘ A criatividade não deve ser o forte deles. Mas se é tão rápida em criticar, é porque deve ter uma sugestão melhor em mente, não? Quero dizer, você ao menos pensou numa alternativa? ’

❝Finalmente! Ao menos alguém concorda que isso é uma besteira.❞ Havia certo alívio no tom de voz, visto que era um pouco difícil achar alguém que concordasse consigo ali quando mais de uma pessoa parecia animada com as relíquias. ❝Planejar eventos não é bem meu forte, geralmente isso algo que minha irmã mais nova tem sucesso em fazer, ela adora esse tipo de coisa.❞ Ao contrário de Aoibhinn, que gostava da festa, mas não tinha o menor interesse em encher a cabeça com arranjos de flores e atrações mirabolantes. ❝Mas considerando o clima, não seria melhor algo no mínimo, mais assustador?❞ Indagou achando que algo mais aterrorizante fosse ser mais divertido e maduro, ainda mais quando o aniversariante estava longe de ser uma criança. ❝Ou talvez, tenham feito algo leve por que já uma bela história de terror toda essa história de Favorado, tenho pena dessas garotas, sabe?❞

[aoibhinndoyle]

rionasuacara​:

— ❝ Sério, Vee. Eu me animei, de verdade. Vai me julgar por isso agora, sua velhinha?❞

❝Você não quer só ganhar pra aparecer, né?❞  Indagou a irmã, por que não duvidava, na verdade, se admirava que ela ainda não tinha gravado sua caça ao tesouro ou coisa parecida. Com irmã, ela ainda usava um tom mais ameno e agradável. ❝Eu não diria que sou uma velhinha, sabe, mas você é certamente um bebê ainda.❞

[aoibhinndoyle]

Aoibhinn adorava festas, também o fato de estarem com máscaras tornava mais fácil para que ela não precisasse se importar tanto quanto a ser extremamente simpática. Não que isso tornasse ela difícil de ser reconhecida, o que não era o caso quando estava rodeada por pessoas em sua maioria brancas. Ao menos, ela esperava que a máscara trouxesse maior liberdade na fala dos outros, mais sinceridade. ❝Sério que a ideia de entretenimento deles foi uma caça ao tesouros? Com bichinhos de pelúcia?❞ O tom de voz deixava explícito o desdém pela atividade que julgava infantil demais, talvez um reflexo do aniversariante, mas se conteve para não dizer essa parte. Só então, se deu conta de que talvez sua companhia tivesse interesse em toda aquela besteira de caça ao tesouro, não que ela fosse voltar atrás em suas palavras, por que nunca fazia isso. ❝Não vai me dizer que você estava animadu com a caça ao tesouros... Sério isso?❞