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Ernst Götsch's bluevision
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Life in Syntropy
AS BOLHAS DE VIDA Levou 15 anos para que a agricultura praticada por Ernst fosse batizada como sintrópica. Mas o termo já fazia parte do vocabulário dele para explicar o potencial dos sistemas ecológicos quando são enriquecidos pela ação humana. “Cada planta precisa não apenas de solo, adubo e água, mas de condições microclimáticas para se desenvolver”, afirma o pesquisador. “Quando entendem isso, os agricultores criam ecossistemas biodiversos que oferecem para cada planta uma bolha de vida, dispensando o uso de veneno e adubo.”
Nas áreas degradadas, a recuperação é acelerada pelo depósito de matéria orgânica no solo. É comum ver Ernst com um facão nas mãos, podando e picando galhos que vão se decompor, desenvolvendo fungos e bactérias que ajudam a fixar nutrientes como o nitrogênio no solo.
O plantio de culturas agrícolas acontece junto com o de mudas e de sementes de árvores. Elas vão crescendo, criando sombra e ajudando na restauração da fertilidade da terra. No máximo dois meses após a implantação, o agricultor já começa a colher verduras e legumes e, mais adiante, outros produtos, como abacaxi, milho e mandioca, gerando renda para investir na recuperação da área e no desenvolvimento de novas culturas.
O sistema foi desenvolvido por Ernst quando ele ainda morava na Suíça. Trabalhando com melhoramento genético em uma prestigiada instituição de pesquisa, a Zurique-Reckenholz, ele questionava se não seria mais produtivo melhorar as condições oferecidas às plantas, provocando o equilíbrio ecológico, em vez de torná-las geneticamente mais resistentes.
Depois de pedir demissão, ele passou alguns anos testando sua hipótese em solo europeu e recebeu convites para pôr sua descoberta em prática. Em 1979, Ernst ensinou métodos de agricultura sustentável em um projeto de acolhimento de refugiados nicaraguenses em Volcan de Buenos Aires, na Costa Rica, durante o período da guerra civil na Nicarágua.
Em 1982, terminado o conflito, ele veio ao Brasil prestar consultoria a um conterrâneo dono de uma área improdutiva na Bahia e comprou a Fugidos da Terra Seca, com planos de recuperá-la com o reflorestamento e a cultura de cacau. Hoje, sua fazenda exporta cacau orgânico de alta qualidade, por um valor quatro vezes maior que o do produto convencional.
Depois de anos aplicando seus conhecimentos em sistemas menores, o pesquisador passou a experimentá-lo, com sucesso, na agricultura em larga escala. Uma propriedade que já colhe bons resultados é a Fazenda da Toca, do empresário Pedro Diniz. Em 2017, Ernst iniciou uma parceria com um grande produtor de grãos no município de Rio Verde, no sul de Goiás, que, depois de conhecer o trabalho na Fazenda da Toca, decidiu plantar 50 hectares de agroflorestas mecanizadas.
Ernst ministra curso para agricultores em Olot, próximo a Barcelona, na Espanha, em 2016 (Agenda Götsch/Life in Syntropy)
A CULTURA DA REGENERAÇÃO Ernst formou muitos agricultores que o ajudam a difundir o manejo sintrópico em várias regiões do Brasil e no exterior. Como Sezefredo Gonçalves da Cruz – “filho da Barra do Turvo e agricultor desde o tempo em que andava sem calçado e de calças curtas”, como gosta de se apresentar -, que conheceu o sistema em 1996.
Naquele ano, Ernst fez um treinamento a agricultores do município de Barra do Turvo, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. A agricultura praticada ali era baseada na derrubada da plantação e queima dos restos no campo. “A gente trabalhava muito e destruía a terra com fogo e veneno”, diz Sezefredo, hoje com 76 anos. “Em vez de lucro, tinha prejuízo e ficava cada dia mais pobre. O veneno matava os insetos, que eram chamados de pragas. Mas praga mesmo é o homem que quer acabar com a natureza.”
Com outros pioneiros da agricultura sintrópica na região, Sezefredo passou a ajudar agricultores a migrar para esse modelo. O impacto na renda das famílias, segundo ele, é visível. “A gente vive da floresta, colhe variedade e vê o valor de tudo o que a terra dá. A vida está aí. É só ter cuidado para manter.”
Publicado em
12/10/2017
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