Tumgik
asobrasdevincentcheung · 8 minutes
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Todas as Coisas são Possíveis, Quando Você Crê
Jesus perguntou ao pai do menino:
― Há quanto tempo ele está assim?
― Desde a infância — respondeu. — Muitas vezes esse espírito o tem lançado no fogo e na água para matá‑lo. Mas, se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda‑nos.
― Se podes? — disse Jesus. — Tudo é possível àquele que crê.
Imediatamente, o pai do menino exclamou:
― Eu creio; ajuda‑me a vencer a minha incredulidade! (Marcos 9:21-24)
O fim desejado é um benefício que não se enquadra na categoria da salvação, tal como é estritamente considerada, mas na categoria da cura, ou libertação do poder demoníaco. Não é, ou não é apenas, uma libertação da influência ética, mas do controle mental e físico do demônio sobre o menino. Quando o texto é aplicado, este aspecto do evento não pode ser removido apelando para o seu lugar no plano de redenção de Deus ou no progresso da revelação. O acontecimento é o que é, e o que Jesus diz no versículo 23 aplica-se à necessidade especificada neste mesmo contexto, mesmo que também se aplique a outras coisas. Caso contrário, o pretenso respeito pela história da redenção tornar-se-ia um pretexto para praticar a interpretação alegórica. E como o princípio está ligado à natureza da necessidade, negar um é também destruir o outro.
Junto com versículos como Marcos 11:24, João 16:23 e alguns outros, Marcos 9:23 é um daqueles textos que pregadores e teólogos gastam mais tempo para minimizar e expor o que não podem fazer e não qyererm dizer, do que afirmar a sua verdade e encorajar a crença neles. Aqueles que se referem a eles sem também destruí-los com mil qualificações são tachados de hereges, como aqueles que instilam “falsas esperanças” nas pessoas. Mas por que o objetivo principal da exposição de um texto deveria ser evitar o abuso do texto? E o que eles consideram abuso está muitas vezes claramente dentro do significado natural, até mesmo inegável, do texto.
Na verdade, a nossa interpretação seria centrada no homem e meramente psicológica se ignorássemos a história da redenção e a majestade, a graça e o poder de Deus que clamam por atenção em todos os versículos. Contudo, se formos tão teologicamente perspicazes que não vejamos mais o pai perturbado que deseja a libertação de seu filho, não para que o filho se converta e alcance o céu, mas para que ele não se queime ou se afogue mais, então seremos tão teologicamente pespicazes que nos tornamos analfabetos.
Rejeitamos o pensamento positivo da psicologia de autoajuda. No entanto, existe uma fé bíblica que, de fato, produz uma perspectiva positiva e constitui um poder espiritual e psicológico no cristão. Os dois são diferentes e é necessário algum mal-entendido de ambos para misturá-los. Se você rejeitar Buda, terá de renunciar a Jeová? O que uma coisa tem a ver com a outra? E se existe alguma semelhança superficial, de onde você acha que os não cristãos roubaram a ideia? Eles desejam o poder sem a fonte. Portanto, a “fé” deles é uma “fé” sem um objeto adequado e um otimismo sem uma base adequada. A força deles é falsa. A esperança deles é falsa. Quando a fé bíblica é descartada como se fosse psicologia de autoajuda, os cristãos tornam-se fracos e ineficazes. É por isso que há tanto medo e depressão na igreja.
Leia os Evangelhos e observe como Jesus se comportou. Que confiança! Que poder e compostura! Que delicadeza na fala e no movimento! “Mas esse era Jesus”. Sim, mas Jesus ficou impaciente e repreendeu seus discípulos quando eles não tinham o mesmo ponto de vista, e até mesmo quando se tratava de expulsar demônios e andar sobre as águas. Ele esperava que eles pensassem em um plano semelhante. Ele nunca elogiou a incredulidade. Existem alguns livros cristãos sobre como a dúvida nos ajuda a crescer. Ora, isso é falsa esperança. A Bíblia chama isso de pecado. A fé nos ajuda a crescer, e a crescer para que não duvidemos.
Portanto, adotemos uma abordagem revolucionária da Escritura ― creiamos nela e sejamos fortalecidos por ela. Quando a expusermos, gastemos mais tempo dizendo às pessoas que significa o que diz, em vez de explicar-lhes por que significa outra coisa, ou explicando as centenas de maneiras pelas quais as pessoas podem abusar dela, de modo que, quando terminarmos, elas estejam mais deprimidas e mais desanimadas do que quando começamos. E quando não formos capazes de afirmar a verdade pura e simples do texto, não nos arvoremos em heróis que salvam as pessoas de fanáticos, ou de “falsas esperanças”, ou de pregações “insensíveis”. Em vez disso, sejamos tão honestos como o pai que, em resposta ao desafio de Cristo, grita: “Eu creio; ajuda‑me a vencer a minha incredulidade!”
― Vincent Cheung. All Things are Possible, When You Believe. Disponível em Sermonettes ― Volume 2 (2010), p. 7-8.
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asobrasdevincentcheung · 43 minutes
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O Axioma de Gabriel
Maria perguntou ao anjo:
― Como acontecerá isso, uma vez que sou virgem?
O anjo respondeu:
― O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, a sua parenta, terá um filho na velhice; aquela que diziam ser estéril está no sexto mês de gravidez. Pois nada é impossível para Deus.
Maria respondeu:
― Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra.
Então, o anjo a deixou. (Lucas 1:34-38)
Aqui Deus envia o anjo Gabriel para dizer a Maria que ela ficará grávida e dará à luz um filho. Esta não será uma criança comum. Como Filho do Altíssimo, ele será divino. E como ele nascerá de uma mulher, ele também será humano. Ele será a encarnação da divindade. De acordo com a promessa de Deus, ele tomará posse permanente do trono de Davi. E ao contrário daqueles que o prefiguraram, este rei nunca morrerá e o seu reino nunca cairá.
Maria fica perplexa. Ela não pergunta sobre este Filho do Altíssimo, ou sobre o trono de David, ou sobre a permanência do reino. Mas ela diz: “Como acontecerá isso, uma vez que sou virgem?” Em tempos passados, Deus permitiu que mulheres estéreis concebessem e tornou Abraão e Sara férteis na velhice. Porém, conceber sem homem é algo que nunca foi feito. Não tem precedentes nem mesmo nos registros dos atos de Deus.
Gabriel começa com uma resposta relativamente concreta: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra”. Não é uma explicação detalhada ou mecânica, mas deixa claro que este será um ato de poder divino, com referência específica ao papel do Espírito Santo. Ele também conta a Maria sobre Isabel, que nessa época já estava grávida de seis meses, embora fosse estéril. Então, o anjo apela para um princípio básico que abrange ambos os eventos: “Pois nada é impossível para Deus”.
Isto nos mostra algo sobre o método e o conteúdo do seu pensamento. O plano de salvação agora se sobrepõe a uma questão de biologia ou, num nível mais básico, a uma questão de possibilidade. Para resolver isso, Gabriel primeiro menciona o que Deus está prestes a fazer e o que Deus já fez. Embora isto seja significativo, o seu apelo final não é feito à história passada e futura dos atos de Deus, mas ao seu conhecimento da natureza de Deus, expresso numa proposição que é ampla e abstrata, e que é inteligível mesmo independentemente da história das ações divinas. Não depende do histórico de redenção; antes, a história da redenção é explicada por ela e dela depende. Quanto ao conteúdo, é simplesmente este: “Pois nada é impossível para Deus”. Esta é uma excelente teologia.
Objeções contra a onipotência divina cometem falácias categóricas, entre outras coisas. “Deus pode criar uma pedra tão grande ou pesada que ele não consiga levantar?” é um desafio exagerado, mas assume diferentes formas e ilustra o fracasso de outras tentativas. É também um instrumento de ensino justo, pois oferece a oportunidade de seguir Gabriel no seu apelo a um axioma básico sobre a natureza divina. Isto é, a Bíblia ensina que “Deus é espírito”; portanto, tamanho, peso e outras propriedades físicas não se aplicam a ele, e quando ele move uma pedra, ele não a “levanta”. O desafio comete um erro categórico e reflete a ignorância habitual dos não cristãos.
Depois, pergunta-se se Deus pode realizar uma contradição, como em “Deus pode criar um círculo quadrado?”. Isto é respondido observando a natureza de uma contradição, de modo que, porque uma contradição é o que é, esta tentativa também comete uma falácia categórica. Uma contradição é, de fato, nada. Isto é muitas vezes obscurecido pelo fato de que ainda podemos dizê-la. Para ilustrar que podemos proferir frases sem sentido, suponha que eu pergunte: “Deus pode caminhar por uma super porta de omelete de chave inglesa de gato?”. Eu mesmo não sei o que isso significa. Não consigo conceber uma super porta de omelete de chave inglesa de gato, nem sei se é algo para se caminhar. Posso formular a pergunta, mas ela não tem sentido, e por não ter sentido, não é uma pergunta que se aplica à capacidade de Deus. Da mesma forma, embora possamos dizer bobagens como “um círculo quadrado” ou “uma pedra que não é uma pedra”, tais afirmações não são nada. Não são coisas a serem criadas, nem quem fala delas sabe o que significam. Afirmamos que a onipotência divina é um conceito e uma realidade coerentes.
Quando o homem abandona os axiomas da revelação, ou as proposições básicas sobre a natureza, o poder e a sabedoria de Deus, o seu intelecto cai das alturas do céu para as profundezas do inferno. Agora seu pensamento segue mais os animais do que os anjos, e ele se esforça cada vez mais para se tornar estúpido. Quando confrontado com questões sobre possibilidades, ele apela para suas sensações, observações, experimentações e coisas semelhantes. Isto coloca um limite falso, artificial e estreito sobre o que ele poderia considerar como possível — não porque a realidade seja tão estreita como o não cristão pensa, mas porque a sua mente é muito pequena e a sua inteligência muito fraca. Sem axiomas verdadeiros e básicos para ancorar o seu sistema, e sem métodos sólidos para orientar o seu pensamento, toda a sua ciência e filosofia são falsas e são produtos de conjecturas e especulações arbitrárias. Todos os seus argumentos são falaciosos e seu aprendizado consiste em fantasias em vez de descobertas.
A verdadeira religião preocupa-se primeiro, não com a dignidade e o progresso do homem, mas com a majestade e o poder de Deus. Esta é uma condenação contra todas as filosofias dos homens e muitas escolas e tradições teológicas. Pode parecer óbvio que, quando pensamos em Deus, devemos assumir que ele pode fazer todas as coisas, e que este princípio básico deve determinar a nossa ideia do que é possível. Mas isso não é óbvio para todos. Em vez de começarem com o poder de Deus, há aqueles que começam com o pensamento deles, mesmo quando se trata de teologia, com o que eles consideram ser as capacidades, descobertas e experiências dos homens. Digo “o que eles consideram”, porque eles sempre se enganam até mesmo sobre as habilidades, descobertas e experiências dos homens.
Deus é o fundamento da teologia e, uma vez estabelecido isso, o restante das doutrinas são afirmadas sem qualquer tensão ou contradição. Estas são doutrinas como a inspiração, preservação e canonização da Escritura, a criação do homem e do mundo, a ressurreição de Cristo e do seu povo, e a predestinação de indivíduos para o céu e o inferno. Como Paulo disse: “Por que vós achais impossível que Deus ressuscite os mortos?” (Atos 26:8). E Jeremias disse: “Ah, Soberano SENHOR, tu fizeste os céus e a terra pelo teu grande poder e pelo teu braço estendido. Nada é difícil demais para ti” (Jeremias 32:17). A base para estas declarações é que nada é impossível para Deus.
O apelo final de Gabriel é a um princípio sobre a natureza eterna e o poder de Deus, e não à história da redenção ou ao progresso da revelação. O ensino e a sua aplicação não podem ser restringidos por eras e épocas. Deus pode fazer o que quiser, a qualquer hora que quiser. Se ele não fizer nada, não podemos obrigá-lo a fazer alguma coisa. Se ele fizer alguma coisa, não podemos impedi-lo.
Portanto, ninguém o incomode com doutrinas que impõem limitações fabricadas à soberania e onipotência de Deus. Podemos ter confiança nas doutrinas da fé cristã. Eles são imunes a refutações baseadas em axiomas e conceitos de possibilidade não cristãos. E como Deus é transcendente e imanente, podemos ter confiança na capacidade de Deus para cuidar, proteger e cumprir as suas muitas promessas preciosas nas nossas vidas.
― Vincent Cheung. The Axiom of Gabriel. Disponível em Sermonettes ― Volume 2 (2010), p. 4-6. Tradução: Luan Tavares (16/05/2024).
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Fiel na Escassez
~ 1 ~
O SENHOR é quem dá pobreza e riqueza; ele humilha, mas também exalta. (1 Samuel 2:7)
A soberania de Deus é uma das primeiras coisas que devemos considerar quando enfrentamos carência, pobreza e escassez. Há aqueles que dão pouca ênfase à soberania de Deus e pensam que o nosso fascínio por ela é uma questão de preferência privada. Na verdade, alguns cristãos estão obcecados com esta doutrina por razões ilegítimas. Eles têm uma visão sobre o assunto e não gostam de ser contrariados. Eles não podem apresentar uma razão teológica convincente para fazer disto a sua principal preocupação. Eles estão obcecados com isso, mas não sabem o que estão dizendo ou o que estão fazendo. Da mesma forma, algumas pessoas estão obcecadas com disputas sobre os sacramentos, algumas sobre escatologia, algumas sobre alianças, e assim por diante.
Aqueles que nos acusam de colocar uma ênfase excessiva na soberania de Deus parecem não compreender muito bem esta doutrina. Se a compreendessem, ou abandonariam a sua fé em Deus, mostrando-se réprobos, ou regozijariam-se nisto conosco, e proclamariam e defenderiam-na com igual veemência. Por outro lado, a sua acusação de desequilíbrio teológico aplica-se de fato àqueles que estão sempre falando da soberania de Deus como se este fosse o único ensinamento em toda a Escritura, e que não conseguem fornecer uma razão sólida para lhe dar tanta ênfase. Eles exaltam a doutrina não porque compreendem o seu significado, mas porque se identificaram com ela. É uma obsessão privada e uma marca da sua identidade e tradição. Eles defendem esta doutrina centrada em Deus a partir da perspectiva dos interesses centrados no homem. Assim, o perigo da falsa piedade é real, e precisamos examinar a nós mesmos, para ver se realmente entendemos esta doutrina.
Quando dizemos que Deus é soberano, o significado é que Deus é rei sobre toda a sua criação. Ele criou o mundo, sustenta-o e continua a exercer controle sobre ele. Não basta dizer que ele pode controlar toda a criação. Isto deixa espaço para a falsa doutrina, afirmada pela maioria das pessoas que afirmam crer na sua soberania absoluta, e mesmo por aqueles que se autodenominam calvinistas, e que supostamente dão à doutrina a sua expressão mais forte e pura, de que há algumas coisas que ele não causa diretamente, mas apenas permite que ocorra. Isso é blasfêmia no nível mais profundo.
Devemos antes dizer que Deus pode e Deus controla toda a criação. Se Deus pode controlar toda a criação, mas não o contrla, então isso deixa espaço para que bilhões e bilhões de eventos sejam decididos e causados ​​por outras influências e não por ele mesmo, mesmo que estas sejam de alguma forma controladas por serem “permitidas” — uma doutrina estranha e autocontraditória. Não importa o quanto esta perspectiva seja defendida, ficamos com um Deus que tem controle direto apenas sobre o “quadro geral” do que acontece na sua criação. Este Deus é diferente do Deus do teísmo aberto apenas em grau. Este não é o Deus da Bíblia, mas aquele que o homem imaginou para satisfazer o seu próprio padrão do que Deus deveria ser e do que ele não deveria ser.
A agenda é distanciar Deus de ser a causa direta do mal, e isso é necessário pela suposição de que causar o mal no sentido metafísico é cometer o mal no sentido moral, um padrão que não é encontrado em nenhum lugar da Bíblia, e nunca defendido com sucesso em toda a história do pensamento humano. Então, por que esse padrão foi imposto ao Deus Todo-Poderoso? Não é óbvio? O princípio subjacente que proíbe Deus de ser o governante de todas as coisas e a causa de todos os eventos não é a reverência, mas a autoadoração. Isto é, se Deus deve aderir ao seu padrão para permanecer justo, quando ele mesmo não declarou tal padrão, então, no seu pensamento, ele não é Deus, mas você é. Você é quem define o padrão para ele.
Se entendermos a doutrina, então quando dizemos que Deus é soberano, é apenas outra maneira de dizer que Deus é Deus. E se ele não é Deus sobre tudo, se ele não exerce causalidade direta sobre todas as coisas, todas as mentes e todos os eventos, então ele não é Deus de forma alguma. Assim, a ideia de permissão é apenas uma negação oculta da soberania real e completa, uma negação do verdadeiro Deus. E é por isso que a doutrina da soberania de Deus deveria receber tal ênfase.
A soberania de Deus se aplica a coisas que são agradáveis ​​e coisas que são desagradáveis ​​para nós. Nosso versículo vem da oração de Ana. Deus fechou seu ventre, de modo que a princípio ela não teve filhos. Mas ela pediu ao Senhor um filho e prometeu oferecê-lo para servir ao Senhor todos os dias de sua vida. O Senhor atendeu ao seu pedido e abriu o seu ventre, a quem ela chamou de Samuel. Ela trouxe o menino a Eli como havia prometido e proferiu esta oração da qual nosso versículo foi retirado. Ela percebeu que o Senhor poderia fechar o ventre de uma mulher, para que ela não pudesse ter filhos, e depois ele poderia abri-lo, para que ela pudesse ter filhos. Ambos são do Senhor.
Ela diz no versículo 6: “O SENHOR tira a vida e a preserva; ele faz descer à sepultura e dela faz subir”. Isto é bastante claro, mas para que não escape a algumas pessoas, deixe-me parafraseá-lo. Significa que Deus pode matá-lo sempre que quiser e, com a mesma facilidade, pode torná-lo vivo novamente e ressuscitá-lo dentre os mortos. Ele pode fazê-lo descer à sepultura e também pode fazê-lo subir dela. Ele é o autor e a causa da morte e da vida. O mesmo se aplica à pobreza e à riqueza. Deus pode enriquecer uma pessoa e depois tirar-lhe toda a sua riqueza. E Deus pode tornar uma pessoa pobre e depois torná-la rica. Ele é o autor e a causa da pobreza e da prosperidade em todos os níveis — o pessoal, o nacional e o global.
Este reconhecimento não deve levar ao desespero e às queixas, mas à reverência, submissão e gratidão. Isto porque o exercício da soberania de Deus, seja agradável ou desagradável para nós naquele momento, é sempre para o bem do seu povo. Considere o caso de Ana. Ela era estéril e repreendida e provocada por outra mulher por causa disso. Em sua situação, ela pediu ao Senhor, que lhe concedeu um filho. Nascido do sofrimento e da oração, Samuel revelou-se um dos profetas mais fiéis e poderosos de toda a história bíblica. Ele trouxe grande honra para a mãe dela e grandes bênçãos para sua nação, e também para nós, que lemos sobre suas palavras e ações, e que nos beneficiamos de seu ministério a Davi, de quem Cristo descendeu.
~ 2 ~
― Assim diz o SENHOR dos Exércitos: “Este povo afirma: ‘Ainda não chegou o tempo de reconstruir a casa do SENHOR’ ”.
Por isso, a palavra do SENHOR veio novamente por meio do profeta Ageu:
― Acaso é tempo de vocês morarem em casas de fino acabamento, enquanto esta casa continua destruída?
Agora, assim diz o SENHOR dos Exércitos:
― Vejam aonde os seus caminhos os levaram. Vocês têm plantado muito, mas colhido pouco. Vocês comem, mas não se fartam. Bebem, mas não se satisfazem. Vestem‑se, mas não se aquecem. Aquele que recebe salário, recebe‑o para colocá‑lo em uma bolsa furada.
Assim diz o SENHOR dos Exércitos:
― Vejam aonde os seus caminhos os levaram! Subam ao monte e tragam madeira. Construam a minha casa, para que eu me alegre e nela seja glorificado — diz o SENHOR. — Vocês esperavam muito, mas eis que veio pouco. E o que vocês trouxeram para casa, eu o dissipei com um sopro. E por que o fiz? — declara o SENHOR dos Exércitos. — Por causa da minha casa, que ainda está destruída, enquanto cada um de vocês se ocupa com a sua própria casa. Por isso, por causa de vocês, o céu reteve o orvalho, e a terra deixou de dar o seu fruto. Nos campos e nos montes, provoquei uma seca que atingiu o trigo, o vinho, o azeite e tudo o mais que a terra produz, bem como os homens e o gado. O trabalho das mãos de vocês foi prejudicado. (Ageu 1:2-11)
O povo de Deus retornou à sua terra para reconstruir a cidade. Isto incluiu a reconstrução do templo, mas eles estavam tão ocupados construindo suas próprias casas e colocando suas vidas em ordem que a casa do Senhor permaneceu em ruínas. Eles se preocupavam mais com seu conforto e estabilidade individual do que com a honra do Senhor, que era até mesmo a glória da nação. Pela boca de Ageu, o Senhor repreendeu o povo pela sua negligência e pelo seu foco errado.
É verdade que Deus não sofre carência, fome ou desconforto. E ele realmente não mora em nenhuma construção física. Alguém pode traçar a seguinte conclusão: “Precisamos de nossas casas, mas o templo pode esperar. O Senhor não precisa de nada”. Mas considere a atitude de Deus sobre o assunto. Ele sabia que não precisava de nada. A negligência do povo não prejudicou de forma alguma o seu ser. Mesmo assim, ele insistiu que seu povo deveria dar prioridade ao seu templo e frustrou seus esforços para restaurar suas próprias vidas enquanto a construção do templo era adiada. Ele considerava a sua honra e o seu projeto mais importantes do que o conforto e a prosperidade do seu povo. Aqueles que têm a mente de Cristo também priorizarão suas vidas de acordo com esta ordem.
Por terem negligenciado o Senhor, seus esforços para melhorar suas próprias vidas foram frustrados. Isto aconteceu não por causa de alguma ordem natural das coisas, mas Deus neutralizou ativamente os seus esforços para alcançar estabilidade e prosperidade: “Vocês plantaram muito, mas colheram pouco. Vocês comem, mas nunca têm o suficiente. Vocês bebem, mas nunca se fartam. Vocês vestem roupas, mas não estão aquecidos. Você ganham salário, só para colocá-lo em uma bolsa furada... Vocês esperavam muito, mas veja, acabou sendo pouco. O que vocês trouxeram para casa, eu dissipei como um sopro”. Você pode dizer: “Deus não precisa de nada. Ele pode esperar”. O Senhor realmente pode esperar, mas você pode fazê-lo esperar?
A maioria dos membros da igreja são parasitas. Dão muito pouco dinheiro às igrejas que frequentam e muitos não dão absolutamente nada. Esta observação não se dirige aos pobres, uma vez que alguns deles demonstram sacrifício e generosidade que envergonham outros. Jesus disse que a viúva que deu apenas “colocou duas pequeninas moedas de cobre, de muito pouco valor”, colocou mais na arca do tesouro do que todas as outras. Ele explicou: “Todos deram do que lhes sobrava, mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver”. Agora, seja qual for o motivo ou contexto, duas moedas permanecem duas moedas, e geralmente não podem ter um impacto financeiro, exceto através da extraordinária providência de Deus, que chama as coisas que não existem como se existissem. Mas ele, que compreende as realidades econômicas dos homens, estima a fé e a devoção mais do que dólares e centavos.
Para aquelas pessoas que contribuem com alguma coisa, as doações para a igreja são uma das primeiras coisas a serem cortadas do orçamento quando surgem dificuldades financeiras, ou quando lhes dizem que a economia não está bem. Isso ocorre porque as doações à igreja são consideradas uma despesa desnecessária. Eles planejariam muito para manter seu padrão de vida. Eles se esforçam para manter seus carros e casas, continuar comendo bem e, se possível, continuar tendo férias e outros luxos. As doações da igreja cessam imediatamente para dar lugar a elas. Até os seus aparelhos de televisão são mais valiosos do que os seus pastores e os obreiros da igreja. O quê?! Eles devem continuar assistindo aos jogos em suas telinhas? E, claro, a educação dos seus filhos, que se traduziria em carreiras e rendimentos, é a principal prioridade. Deixam que os filhos dos pastores passem fome e que a igreja se transforme em pó, mas nenhum sacrifício é demasiado grande para proporcionar uma educação secular aos seus próprios filhos.
Um tempo de escassez é também um momento para reavaliar as nossas prioridades. Para muitas pessoas, revela que a fé dela é uma farsa. Se a coisa apertar, elas empurram Deus para fora da porta. Algumas coisas parecem ser necessidades. Algumas coisas são obviamente supérfluas. E algumas coisas parecem boas em si mesmas. Mas não há desculpa para colocar qualquer coisa antes do Senhor e de sua obra na terra. Em tempos de escassez, a tentação da autoindulgência persiste e o instinto de autopreservação é agravado. Mas apenas os não cristãos são arrebatados pelas concupiscências da carne e pelos instintos dos animais. Como cristãos, Deus infundiu vida nas nossas almas e fomos despertados para as realidades do céu e para os poderes do mundo vindouro. Assim, somos capazes de vencer as forças que mantêm cativos os incrédulos.
Onde está o seu tesouro, aí está também o seu coração. Você confessa sua fé por meio de palavras, mas também demonstra suas verdadeiras prioridades por meio de ações. Você é justificado ou condenado por elas. Se você confessa o Senhor, mas não contribui com nada para a causa dele, ou se você o suspende sempre que seu próprio bem-estar é ameaçado, então isso revela que sua lealdade pertence a alguém ou alguma outra coisa. No mínimo, mostra que a sua fé é fraca e que você confia no método e no sistema do homem, e não na providência de Deus. Você professa que ele é capaz de prover, mas pelas suas obras você nega isso. Você professa que o Senhor está acima de tudo, e que ele é o amor da sua vida, e que o seu maior desejo é que o seu nome seja honrado entre as nações. Mas quando os recursos são escassos, de repente as suas prioridades ficam claras, e o Senhor pode nem estar na lista.
O que você vai fazer? Não pare de doar para sua igreja. E se você não tem doado como deveria, agora é a hora de começar. Você pode planejar, economizar, organizar e reorganizar suas finanças, mas faça o que fizer, você deve apoiar a obra do Senhor com seu dinheiro e deve apoiá-la de forma consistente. Numa época em que o povo do Senhor o abandona para apaziguar Mamom, você pode dar voz ao remanescente do Senhor através da sua doação e do seu testemunho. Resista à tentação da autoindulgência. Controle o instinto animal de autopreservação. Ande no espírito e aja a partir de sua natureza superior. Estabeleça sua fé lendo a Escritura e pensando em suas promessas. Ore para que Deus fortaleça o seu homem interior com poder pelo seu Espírito. Desperte o dom que há em você. Depois vá encorajar seus irmãos.
Você também pode apoiar sua igreja de outras maneiras, oferecendo seu tempo e trabalho. A igreja precisa de dinheiro para pagar as suas despesas e salários, e para continuar e expandir os seus projetos e evangelismo. Mas também precisa de participação pessoal. Pergunte aos líderes da sua igreja o que você pode fazer pela igreja, depois aceite as suas designações sem protestar e execute o seu trabalho com alegria, como se o estivesse fazendo para o Senhor, pois de fato é esse o caso. Dessa forma, você ajudará a elevar o moral e seu trabalho voluntário também reduzirá as despesas da igreja.
~ 3 ~
— A minha aliança com ele foi uma aliança de vida e paz, que, na verdade, lhe dei para que me temesse. Ele me temeu e tremeu diante do meu nome. A verdadeira lei¹ estava na sua boca, e nenhuma falsidade achou‑se nos seus lábios. Ele andou comigo em paz e retidão e desviou muitos do pecado.
― Os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca todos buscam a instrução, porque ele é o mensageiro do SENHORr dos Exércitos. Mas vocês se desviaram do caminho e, pelo seu ensino, causaram o tropeço de muita gente; vocês quebraram a aliança de Levi — diz o SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 2:5-8)
Mesmo quando a economia anda mal, devemos continuar a apoiar as nossas igrejas e outras organizações que promovem a causa de Cristo. Isto leva à questão de quais igrejas devemos apoiar, ou se todas as igrejas merecem o nosso apoio. Com base no meu próprio julgamento e nos testemunhos de irmãos ao redor do mundo, parece que não é exagero dizer que a maioria das igrejas deveria morrer. O mundo seria um lugar melhor, ao que parece, se nove em cada dez igrejas perecessem hoje, e há aqueles que consideram a minha estimativa demasiada caridosa.
Contudo, como não existe uma tabulação real, digamos “muitos” em vez de “a maioria”. Isto é, a causa do Senhor Jesus e o bem-estar do seu povo seriam melhor servidos se muitas igrejas perecessem. Esta é, obviamente, uma afirmação sobre a aparência, uma vez que o próprio Senhor controla e sustenta todas as coisas, e projeta a proporção exata do bem e do mal para avançar o seu próprio plano. Portanto, é uma declaração feita em relação aos seus preceitos e não aos seus decretos. Seus preceitos são o que devemos consultar para orientar nosso pensamento e comportamento diários.
Quando os recursos são escassos, as boas igrejas sofrem tanto quanto as más igrejas. Mesmo que você não seja afetado pelas condições econômicas sombrias, muitas outras pessoas são afetadas, e seja devido à sua incapacidade real ou à sua atitude medrosa e egoísta, isso se traduz numa retirada de apoio e, portanto, em problemas financeiros para as igrejas. Portanto, é mais importante do que nunca que retirem o apoio às igrejas que são de fato infiéis e ineficazes, e redirecionem-no para igrejas que estão cumprindo a missão cristã.
Agora é a hora de decidir se a igreja que você frequenta é uma boa igreja e se merece o apoio que você lhe dá. Claro, nem é preciso dizer que nenhuma igreja é perfeita, e quase sempre você encontrará algo do que reclamar. Se suas reclamações são mesquinhas e pessoais, então o problema é com você e não com a igreja. Você é quem precisa se arrepender e mudar. Mas se a igreja compromete o evangelho de Jesus Cristo, ou deixa de viver de acordo com o que é exigido dela de maneira significativa, e especialmente se for confrontada com isso e não se arrepender, então esta é uma igreja que merece morrer, e você deve considerar retirar seu apoio e unir-se a alguém que realmente honre ao Senhor.
Nossa passagem nos diz o que Deus exige dos líderes espirituais e, portanto, da igreja, uma vez que a igreja consiste em pessoas. Eles devem reverenciar a Deus e temer seu nome. Isto por si só pode desqualificar todos os líderes da sua igreja. A verdadeira instrução deve estar em suas bocas — eles devem ensinar doutrinas sãs. E “nenhuma falsidade” deve ser encontrada em seus lábios. Isto é dito em contraste com “a verdadeira instrução”, de modo que se refere a falsas doutrinas ou heresias. Portanto, os líderes espirituais devem ensinar doutrinas sãs e não doutrinas falsas. Isto desqualifica não apenas os hereges, mas também aqueles que não ensinam absolutamente nada, ou que não são diligentes no ministério do ensino, visto que é dito que “a verdadeira instrução” deve ser encontrada na sua boca.
Deus ordena que cada pessoa em todo lugar se arrependa e creia em Jesus Cristo. Ele exige que todos os homens e mulheres se tornem cristãos, e depois cresçam como cristãos, e sirvam e adorem como cristãos. Aqueles que ele escolheu para a salvação obedecerão a esta ordem, mas aqueles que ele escolheu ativamente e criou para a condenação rejeitarão o evangelho. Está escrito sobre os filhos de Eli, que pecaram contra o Senhor, que eles “não deram atenção à repreensão do pai, pois o SENHOR queria matá‑los” (1 Samuel 2:25). Em outras palavras, o Senhor não perdoa nem pune por causa da resposta dos homens; antes, os homens abraçam ou rejeitam o Senhor Jesus por causa da preordenação de Deus, ou do plano predeterminado de Deus a respeito deles. Em qualquer caso, é missão da igreja declarar as doutrinas da fé cristã a todas as pessoas e em todos os lugares, e depois pastorear e educar aqueles que Deus acrescenta à igreja.
Se alguma igreja ou ministério não fizer um esforço específico e explícito na prossecução deste propósito, então não passa, quando muito, de uma demonstração de piedade, e uma camuflagem para a negligência e a rebelião. Não há razão legítima para a sua existência como organização cristã. A menos que a liderança e o povo se arrependam e se comprometam de todo o coração com a propagação e a implantação da fé cristã, essa igreja ou ministério deverá morrer sem misericórdia. É um desperdício e um esgotamento dos recursos do povo de Deus. Deveria perecer sem demora. Qualquer pessoa que o ajude a sobreviver partilha do seu pecado e também incorre na culpa de não apoiar igrejas e ministérios fiéis.
Uma igreja que honra ao Senhor é aquela que ensina doutrinas sãs e também as aplica e as faz cumprir. Deus, pela boca de Malaquias, define as qualidades de um líder espiritual, mesmo aquele que serve diante dele como sacerdote. E ele afirma que é alguém que anda em paz e retidão. Um ministro cristão deve demonstrar santidade e integridade pessoal. Ele deve viver de acordo com o evangelho que prega. Então, ele também deve aplicá-lo e fazê-lo cumprir quando se trata da vida de outras pessoas. Nas palavras da nossa passagem, um bom ministro de Jesus Cristo é aquele que desvia muitos do pecado.
Um ministro que desvia as pessoas do pecado precisa fazer uma série de coisas. Ele precisa explicar a natureza de Deus, que ele é santo e justo e que não tolera transgressões. Ele precisa falar sobre julgamento e fogo do inferno. Ele precisa falar sobre o pecado e dizer às pessoas que elas são pecadoras. Depois ele precisa falar sobre o perdão de Deus, e que este só é encontrado por meio da fé em Jesus Cristo. E se for encontrado apenas lá, então não será encontrado em nenhum outro lugar. Assim, todos os não cristãos permanecem condenados, sem perdão, pelos seus muitos pecados, e Deus os punirá para sempre no fogo do inferno que não pode ser apagado.
Novamente, para desviar alguém do pecado, você precisa definir o pecado. E o pecado só pode ser definido em relação a Deus e aos seus mandamentos. Então, você precisa explicar o mal do pecado, da transgressão das leis de Deus, e as consequências do pecado, o sofrimento eterno no inferno. Além disso, uma igreja verdadeira deve fazer cumprir o que ensina sobre o pecado. Deve praticar a disciplina da igreja. Isto significa que deve confrontar diretamente aqueles que pecaram e exigir o seu arrependimento. Se recusarem arrepender-se, deverão ser expulsos da igreja. É novamente crucial definir o pecado, para que as preferências privadas dos líderes não sejam aplicadas, mas sim os santos preceitos de Deus. O pecado deve ser definido também para que nada passe despercebido. Por exemplo, afirmar e difundir heresias, adorar imagens e usar o nome de Deus em vão são pecados tanto quanto assassinato e adultério.
Se o parágrafo acima por si só fala mais clara e abundantemente sobre o pecado do que a sua igreja durante um ano inteiro, se não mais, a sua igreja não é uma igreja cristã, mas uma reunião de demônios. Você precisa confrontar a sua igreja e chamar a liderança ao arrependimento, ou precisa levar o seu apoio a outra igreja, que não é outra, já que a sua não é uma igreja para começo de conversa. Você não deve apoiar uma igreja que se recusa a desviar as pessoas do pecado, já que esse deveria ser um dos seus principais deveres. Esta não é uma diferença de opinião insignificante — revolte-se ou saia, mas não partilhe da sua culpa.
Se a sua igreja não é fundada na perfeição da Bíblia, na sua inerrância e infalibilidade, ela deveria morrer. Se a sua igreja nega a soberania de Deus, que Deus é Deus, ela deveria morrer. Se a sua igreja rejeita a expiação penal de Cristo, que ele morreu uma morte sangrenta nas mãos dos judeus para pagar pelos pecados do seu povo, ela deveria morrer. Se a sua igreja se retrai diante da doutrina do inferno, um lugar que pune todos os incrédulos com agonia aguda e extrema para sempre, ela deveria morrer. Se a sua igreja não praticar a disciplina eclesiástica, chamando os pecadores pelos seus pecados, implorando, admoestando, repreendendo-os, ameaçando-os e expulsando aqueles que se recusam a arrepender-se, ela deveria morrer.
E se a sua igreja endossa abominações como o aborto, a homossexualidade, o divórcio e o novo casamento, e outras coisas semelhantes, ela deveria morrer. Se a sua igreja oferece aulas de ioga, workshops de quiromancia e seminários de astrologia, ela deveria morrer. As igrejas são chamadas a combater estas coisas, não a ensiná-las e aplaudi-las. As igrejas são chamadas a confrontar os pecadores e a envergonhar aqueles que se recusam a arrepender-se, e não a glorificá-los ou a transformá-los em heróis. A ira de Deus é derramada sobre todos aqueles que praticam o mal, e também sobre aqueles que aprovam essas pessoas.
Estas são apenas algumas das características necessárias de uma igreja verdadeira, e cumpri-las significa nada mais do que uma congregação minimamente fiel. É uma descrição de uma igreja normal. É assim que toda igreja deve começar e continuar, e não alguma altura espiritual extraordinária a ser aspirada e alcançada depois de muitos anos, se é que alguma vez o será. Sim, a maioria das igrejas provavelmente deveria morrer. Hoje. Que não seja sua culpa que elas vivam mais um momento. A sobrevivência de uma determinada igreja está nas mãos de Deus, mas o seu dever é apoiar aquelas que são boas e opor-se àquelas que são más.
As boas igrejas sofrem em parte porque as igrejas ruins prosperam. Igrejas ruins prosperam porque as pessoas são crédulas e rebeldes. E as pessoas são crédulas e rebeldes porque a maioria delas nem sequer são cristãs. Apoiam líderes e igrejas que lhes dizem o que desejam ouvir, para que pareçam buscar a Deus, mas ainda acreditam e se comportam como antes. E elas conseguem escapar impunes porque os cristãos falharam em declarar o padrão inflexível de Deus com clareza e ousadia.
O que você semeia, você também colherá. Se você apoiar igrejas infiéis, elas se fortalecerão e você colherá destruição. Se você semear medo e transigência, os pecados e as heresias aumentarão. Mas se você apoiar igrejas fiéis, aquelas que pregam, aplicam e fazem cumprir as doutrinas de Jesus Cristo, e se você se juntar a elas para fazer essas coisas, então a fé cristã prosperará e criará raízes, e a colheita será de paz, justiça, e prosperidade.
~ 4 ~
Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações; assim, vocês saberão que a prova da sua fé produz perseverança. No entanto, a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam perfeitos e íntegros, sem que lhes falte coisa alguma. (Tiago 1:2-4)
Enquanto Paulo escrevia sua carta aos Filipenses, ele considerou a perspectiva da morte e disse: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21). Se uma pessoa pensa assim depende de quem ela é e do que ela valoriza. Ele era cristão, de modo que para ele viver era servir a Cristo, e morrer era estar com Cristo. Embora estivesse desejoso para servir a Cristo pregando o evangelho e fortalecendo a igreja, ele preferia muito mais a morte do corpo, para que sua alma pudesse ascender a Cristo. Ele era cristão, por isso tinha um relacionamento com Cristo. E ele valorizava a Cristo, de modo que desejava a presença do seu Senhor acima de tudo.
Certamente esta é a maneira correta de ver as coisas. Quando um cristão deixa de pensar desta forma, é porque a sua mente ainda não foi renovada. Ele precisa ser ensinado, não apenas por homens, mas pelo Senhor. E ele pode ser ensinado, porque a vida de Deus está nele. Mas um não cristão não pode fazer isso de forma alguma, por causa de quem ele é e do que valoriza. Ele é um não cristão e, portanto, não tem uma relação pacífica com Deus e, em vez de ter Cristo em alta estima, valoriza a indulgência da carne e outros desejos e perspectivas abomináveis.
O cristão percebe o valor do sofrimento. Ora, não há valor no sofrimento em si. Algumas pessoas sofrem e ficam amargurados. Algumas pessoas sofrem e blasfemam contra Deus. O sofrimento só é construtivo quando é tratado por Deus a uma pessoa de maneira amorosa, com o propósito de treinamento e disciplina. Em outras palavras, o sofrimento não tem sentido em si mesmo e é destrutivo para os réprobos. Por outro lado, o sofrimento proporciona aos cristãos a oportunidade de considerarem os seus caminhos, de fortalecerem a sua fé, de reacenderem a sua compaixão, de renovarem a sua determinação de superar todas as distrações e tentações, e de expressarem a sua dependência de Deus através da sua adoração e petições persistentes. Proporciona-lhes a oportunidade de reavaliarem os seus hábitos e as suas prioridades e de se libertarem de todos os pesos que os impedem.
Tiago escreve que devemos nos alegrar quando enfrentamos diferentes tipos de dificuldades, porque a prova da nossa fé desenvolve a perseverança, que por sua vez é capaz de nos levar a nos tornarmos perfeitos e íntegros. Isto só pode aplicar-se aos cristãos, porque só os cristãos têm fé para ser provada em primeiro lugar. E somente os cristãos desenvolverão perseverança e outros frutos do Espírito quando a fé for provada. Os aprendizes de Cristo podem alegrar-se quando enfrentam dificuldades porque desejam desenvolver perseverança; eles querem se tornar perfeitos e íntegros. Quem somos e o que valorizamos distingue-nos e permite-nos enfrentar as dificuldades com a atitude certa e beneficiar do sofrimento.
Jó disse a respeito de sua provação: “Se me puser à prova, aparecerei como o ouro” (Jó 23:10). Isto é apropriado em tempos de escassez, pois o ouro é o que falta às pessoas em primeiro lugar. Jó estava em uma condição de miséria, mas reconheceu um tesouro maior. Que bênção é ter a nossa fé refinada e purificada. Que bênção é ter nossas fraquezas expostas e removidas. Que bênção é saber onde estamos com Deus e que estamos com Deus. Que bênção é obter autocompreensão, perceber onde nos iludimos sobre a grandeza de nossa fé, se de fato nos iludimos, mas também obter a certeza de que existe um fundamento genuíno, de que Deus realmente realizou uma obra em nossos corações, para que mesmo que lutemos, perseveremos e nos tornemos mais fortes por causa disso.
~ 5 ~
O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus. (Filipenses 4:19)
Estamos confiantes de que Filipenses 4:19 se aplica a nós porque conhecemos o mesmo Deus e o mesmo Cristo Jesus que os filipenses conheceram. Temos uma fé comum e, portanto, promessas e bênçãos comuns. Portanto, é justo que encontremos consolo e encorajamento nele, e ele tem sido usado exatamente para esse propósito por inúmeros crentes enquanto enfrentavam dificuldades financeiras e diversas preocupações. Contudo, ao abraçarmos este versículo como a palavra de Deus para nós em tempos de escassez, devemos estar cientes de que Paulo menciona duas coisas antes deste versículo que fornecem contexto à sua afirmação.
Primeiro, Paulo indica que alcançou a bela qualidade do contentamento: “Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a contentar‑me em toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi a passar por toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome; tendo muito ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece” (vv. 11-13).
O versículo 13 é tirado do contexto com ainda mais frequência do que o versículo 19. Quando Paulo diz: “Posso tudo naquele que me fortalece”, ele não está falando de coisas egoístas, como façanhas profissionais ou algo mesquinho, como conquistas atléticas. É assim que muitas pessoas usam o versículo. É claro que Deus pode lhe dar forças para alcançar essas coisas, mas Paulo se refere a algo muito mais precioso. Ele está dizendo que, pela força de Cristo, ele pode permanecer contente, quer esteja bem alimentado ou com fome, quer viva na abundância ou na necessidade. Por outras palavras, aprendeu a suportar a fome e a pobreza, e a suportá-los com uma atitude de contentamento. Ele tem o poder de sofrer com graça e gratidão. Assim, Paulo escreve o versículo 19 como uma pessoa que valoriza a virtude do contentamento e percebe o poder espiritual necessário para permanecer nesse estado de espírito.
Segundo, os filipenses enviaram repetidamente apoio financeiro a Paulo: “Como vocês sabem, filipenses, nos seus primeiros dias no evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja participou comigo no que se refere a dar e receber, exceto vocês; pois, quando tive necessidade em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda não apenas uma vez, mas duas” (vv. 15-16). Paulo está escrevendo para um grupo de cristãos que o apoiaram fielmente, enviando-lhe dinheiro “não apenas uma vez, mas duas”.²
Que esses dois pontos moderem seu senso de direito ao versículo 19. Se você é um fraco chorão e ingrato, deve aprender a depender da força de Deus para suportar o sofrimento, até mesmo a fome e a pobreza. Se você não consegue sofrer, provavelmente não deverá prosperar. E se você pensa apenas nas suas próprias necessidades e não se preocupa com a condição da sua igreja ou de outros ministérios que publicam o evangelho, reivindicar o versículo 19 seria um ato de presunção e não de fé. Esses dois itens não anulam o versículo — ele diz o que diz — mas nos lembram que ele está escrito dentro de um contexto mais amplo de uma vida cristã vital, e de uma vida que está viva para Deus, uma vida na qual Deus está trabalhando para desenvolver força, contentamento e sacrifício.
Há duas coisas a serem observadas sobre o versículo 19. Ele nos diz que Deus suprirá todas as nossas necessidades, mas também nos fala sobre a base e a fonte de sua provisão.
A base para o suprimento de Deus é “Cristo Jesus”. Deus nos abençoa não por qualquer mérito que tenhamos por conta própria, mas por causa de seu amor soberano, de modo que enviou seu Filho Jesus Cristo para garantir-nos uma salvação eterna. Paulo escreveu: “Pois vocês conhecem a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por causa de vocês, para que por meio da pobreza dele vocês se tornassem ricos” (2 Coríntios 8:9). Os comentaristas acham que a afirmação se refere à riqueza espiritual, que Jesus sofreu a humilhação do seu ministério na terra para obter uma herança para nós. Contudo, seria um erro espiritualizar toda a herança, como se Deus nos concedesse provisões materiais e bênçãos numa base diferente da obra de Cristo.
Pelo contrário, a nossa herança inclui a redenção do corpo, e não apenas da alma. E até a nossa carne corruptível atual tornou-se o templo do Espírito Santo. Assim, o efeito da redenção estende-se ao reino corpóreo e traz ramificações para o presente. Jesus ensinou seus discípulos a pedir “o pão nosso de cada dia” e instruiu-os a pedir o perdão dos pecados na mesma oração. Seria insensato supor que o perdão nos é concedido por causa de Cristo, enquanto o nosso pão diário, ou provisão material, é concedido sob alguma outra base. Não, todas as bênçãos chegam até nós com base em Jesus Cristo, e as recebemos de Deus por causa de nossa afiliação com nosso Senhor. Jesus tornou-se pobre, para que através da sua pobreza nos tornássemos ricos em todos os sentidos.
Isto, por sua vez, fornece uma base para uma fé inabalável na provisão de Deus. Não tenho confiança em mim mesmo, mas posso ter absoluta confiança de que Deus está satisfeito com seu Filho, Jesus Cristo, e que ele tem consideração pela obra de redenção que realizou. Na medida em que penso que Deus favorece o Senhor Jesus, essa é também a medida da minha confiança na sua provisão para mim, uma vez que isso foi garantido para todo o seu povo na obra de redenção.
Então, a fonte do suprimento de Deus são as suas “gloriosas riquezas”. O estado da economia não tem nada a ver com isso. Deus não é ajudado nem prejudicado pela condição do mundo, porque ele não depende dele. É aqui que a fé ou a incredulidade fazem toda a diferença. Como vai chegar a provisão? Deus fará chover dinheiro de cima? Talvez ele o faça, mas isso não é da sua conta. Ele não supriu os israelitas da abundância de recursos no deserto, pois os recursos eram escassos, o que levou a muitas murmurações e rebeliões. Em vez disso, ele foi capaz de prover por causa do seu comando sobre toda a criação. E se a terra não tiver o que é necessário, ela sempre poderá fazê-lo.
Os cristãos estão acostumados com a ideia de que Deus opera através da providência ordinária e, de fato, Deus opera dessa maneira. No entanto, isso não significa que ele esteja limitado por uma situação que ele mesmo criou. Isto é, quando a economia está pobre, é porque Deus quis e causou. Mas isso não significa que ele agora não seja capaz de sustentar quem deseja até reverter todo o cenário.
Um deísmo implícito envenenou o pensamento e a teologia de tantos crentes que é difícil para eles conceberem o poder de Deus como ativo e presente. A doutrina da providência ordinária é uma afirmação do controle ativo e presente de Deus sobre todas as coisas de maneira regular e consistente. Não pretende ser um disfarce para a incredulidade. Jesus disse que Deus nunca parou de trabalhar (João 5:17). Deus pode e Deus prospera o seu povo, independentemente do estado da economia. Ele suprirá as necessidades do seu povo de acordo com as gloriosas riquezas que há em Cristo Jesus.
~ 6 ~
Porque eu o escolhi para que ordene aos seus filhos e aos de sua casa que se conservem no caminho do SENHOR, fazendo o que é justo e direito, a fim de que o SENHOR faça vir a Abraão o que lhe prometeu. (Gênesis 18:19)
Um momento de crise proporciona ao chefe da família uma oportunidade de ouro para ensinar a sua família sobre a fé em Deus. Isso não significa que as instruções do dia a dia sejam menos importantes. Na verdade, um homem que sempre fala bem do Senhor, que transmite fielmente suas doutrinas e que persiste na obediência aos seus preceitos exibe beleza e força que certamente causarão uma impressão positiva nos membros eleitos de sua família. No entanto, a forma como ele responde a uma situação de crise proporciona-lhe um tipo diferente de oportunidade de honrar o Senhor nas suas palavras e ações.
Há aqueles que parecem piedosos por longos períodos. Eles são capazes de lidar com a pressão do tempo e podem persistir no mesmo tipo de crença e comportamento. Mas, a menos que consigam manter a mesma confiança no Senhor em tempos de grandes dificuldades, tudo isso significa que eles são talentosos em serem hipócritas por longos períodos de tempo. Assim, um legado digno de fé é aquele que foi testado não apenas pelo tempo, mas também pelo calor de problemas urgentes.
Abraão instruiu Isaque tanto por palavras quanto por exemplo. Mesmo quando levou Isaque diante do altar para ser oferecido a Deus como holocausto, ele lhe disse: “Deus mesmo há de prover”. Isto prefigurava a provisão divina de Jesus Cristo como cordeiro sacrificial para expiar os pecados do seu povo. De qualquer forma, toda a experiência, que foi interpretada verbalmente pelo Senhor ao elogiar a obediência de Abraão, deve ter impressionado Isaque com a maneira como um homem deveria e poderia colocar Deus acima de tudo, até mesmo de seu filho mais amado, para seguir seus comandos e instruções.
Foi uma confiança informada e inteligente. Abraão conhecia esse Deus. Ele conhecia sua grande sabedoria, poder ilimitado e promessas inquebráveis, de modo que, para que esse Deus cumprisse suas promessas, ele teria de ressuscitar Isaque das cinzas. Assim, ele marchou em direção ao altar com Isaque, com a plena intenção de oferecê-lo e com a plena expectativa de recebê-lo vivo novamente, de modo que, embora o Senhor o tenha impedido no último momento, a Escritura afirma que Abraão de fato recebeu simbolicamente seu filho dentre os mortos. Nesse sentido, não fez diferença que Isaque não tenha sido morto — para Abraão, ele estava praticamente morto, e foi como se Deus o ressuscitasse das cinzas e lhe devolvesse seu filho. Como Abraão honrou a Deus com sua fé! E que presente foi para Isaque, que aprendeu que esse tipo de fé era certo, belo e possível.
Agora é nossa vez de mostrar às nossas famílias que somos filhos de Abraão e de honrar a Deus diante deles por meio de uma exposição e demonstração de fé inteligente. Você tem dito à sua esposa e aos seus filhos que Deus é fiel, que um homem não pode servir ao mesmo tempo a Deus e a Mamom, que o progresso do evangelho neste mundo é mais importante do que o nosso conforto pessoal e que, como disse Jesus, a vida não consiste em da abundância de bens. Você crê em alguma dessas coisas? Agora é a hora de mostrá-los.
Há muitos que dizem que se desviaram da fé dos seus pais por causa da hipocrisia que viram neles. No entanto, apenas pessoas estúpidas tropeçam nas falhas dos outros. Só porque algumas pessoas afirmam ser cristãs, mas não conseguem viver de acordo com a sua profissão de fé, não mostra que a fé cristã é falsa ou que Cristo é indigno da sua lealdade. De fato, a própria fé cristã insiste que existem muitos desses hipócritas. A fé de seus filhos deveria repousar na revelação divina e não no exemplo humano, mas isso não os exime do dever de honrar a Deus diante deles, e de ser diante deles uma imagem de como é ser um homem piedoso, cheio de fé, amor, conhecimento, paciência e todos os tipos de graças e virtudes espirituais.
Parte do que você transmite aos seus filhos ocorrerá naturalmente em conversas casuais e eventos diários. É claro que os exemplos em si não ensinam nada, mas devem ser interpretados explicitamente. Eles servem como ilustrações e lembretes de instruções verbais. Em todo caso, é necessário adotar uma abordagem mais deliberada para educá-los na fé. Faça uma reunião familiar e explique a situação financeira (ou qualquer tipo de crise) aos seus filhos em termos que eles possam compreender. Se você tem medo de que isso os traumatize, deixe-me assegurar-lhe que sua fraqueza e incredulidade, e uma atitude geral patética, têm muito mais probabilidade de traumatizá-los do que uma explicação calma de um problema seguida de uma exortação para confiar em Deus.
Depois, conte-lhes sobre o Deus que controla toda a criação e que controla todas as coisas para a manifestação da sua glória e para o bem do seu povo. Transmita-lhes as promessas de Deus e a maior importância da fé e da integridade sobre a estabilidade financeira e o progresso na carreira. Prossiga com confiança consistente e implacável no Senhor, com ações de graças e petições frequentes. Tal legado de fé vale muito mais do que qualquer herança financeira que você possa deixar aos seus filhos, pois enquanto as riquezas terrenas desaparecem, no legado da fé está uma salvação eterna.
— Vincent Cheung. Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 37–52.
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Cessacionismo e o Falar em Línguas
~ 1 ~
Algumas pessoas me chamam de um Reformado Carismático.¹ Lembro de uma pessoa que me criticou sobre a base que o termo é inapropriado e um oxímoro. Ele pensava que um Reformado não poderia ser ao mesmo tempo um Carismático, e um Carismático possivelmente não merecia ser chamado de Reformado.
Embora eu concorde que grande parte da minha teologia esteja de acordo com aqueles que são Reformados, eu não me chamo de Reformado. E embora eu afirme a continuidade dos dons sobrenaturais do Espírito, eu não me chamo de Carismático. Essa pessoa tem certo conceito de reformado, e certo conceito de carismático, e esses dois são incompatíveis. Mas por que eu devo ser uma dessas coisas, ou as duas? A forma como ela pensa sobre esses dois grupos torna-os incompatíveis, ou pode ser que eles sejam de fato incompatíveis, mas o que isso tem a ver comigo?
Uma pessoa poderia pensar que um cristão deveria ser batista ou presbiteriano, e se uma pessoa afirma os sacramentos batistas, mas o governo presbiteriano — ou qualquer coisa que seja supostamente batista, ou outra que seja supostamente presbiteriana — então ela deve estar errada, simplesmente sobre a base que, de acordo com ela, essas duas categorias são incompatíveis. Mas esse é um argumento pobre, e não faz nada para abordar se a doutrina dessa pessoa é correta ou errada. Contudo, isso nos diz que o entendimento do crítico sobre o mundo cristão é limitado a um conceito limitado de batistas e presbiterianos. Ele é como um sapo preso no fundo de um poço, cuja ideia dos céus é tão pequena quanto a abertura por meio da qual ele vê o firmamento.
O mundo cristão é muito amplo. Simplesmente porque uma pessoa crê na doutrina bíblica da predestinação não significa que ela tenha aprendido de Calvino. Pode ser que tenha aprendido de Agostinho. Ou talvez aprendeu a mesma de Hodge, Shedd ou Berkhof. Pode ser que tenha aprendido de Vincent Cheung, ou de você, ou do seu pastor. E que tal isto — pode ser que ela leu a Bíblia por si mesma e aprendeu dali! Mas… isso é possível? É possível que uma pessoa possa ler passagens bíblicas e aprender realmente doutrinas bíblicas? Quem já ouviu tal coisa?  Mesmo que seja possível, ela é ou não uma calvinista? Pode ser que ela tenha aprendido a doutrina de alguém que você nunca ouviu falar. Ora, seria muito tolo você aplicar suas críticas sobre Calvino a essa pessoa, como se ela fosse alguma discípula devota dele, embora nunca tenha ouvido falar de Calvino.
Assim, embora rótulos e categorias possam tornar a conversa mais conveniente, eles podem também tornar a pessoa que os usa preguiçosa e descuidada. Você não pode usar um argumento com rótulos e categorias que o seu alvo não tenha obrigação de satisfazer. Quando faz isso, você está apenas mostrando que a sua maneira de entender os termos de alguma forma gera certo conflito e confusão. Você não está dizendo muito mais que isso. Certamente, você não pode defender nenhuma coisa ou refutar alguém somente sobre essa base.
Dessa forma, eu advertiria você contra categorizações simplistas que resultam em representações incorretas. Há aqueles que pensam que se uma pessoa crê na continuação das manifestações sobrenaturais do Espírito, então ela deva ser como os pentecostais – isto é, aqueles pentecostais malucos que eles conhecem. Eles se quecem de que essa pessoa poderia ser totalmente diferente dos  pentecostais, que mesmo sua doutrina sobre os dons espirituais poderia ser vastamente diferente. E parece que eles se esquecem de que podem existir pentecostais em algum lugar que não são malucos. É injusto para um cessacionista usar os pentecostais como o padrão, como se uma pessoa devesse ser como os pentecostais que ele viu, ou um cessacionista como ele.
~ 2 ~
Quando se trata da continuação dos milagres, quer ocorram a uma pessoa ou por meio de uma pessoa, a doutrina da soberania de Deus resolve o assunto. Deus pode fazer tudo o que deseja, e se desejar, ele pode operar um milagre hoje. Este pode ser um milagre feito a uma pessoa, ou um milagre que parece ser realizado por meio de um instrumento humano. Deus pode fazer tudo o que deseja, incluindo milagres. Se uma pessoa questiona isso, ele tem um problema bem maior do que afirmar o cessacionismo ou não. Sua crença sobre os aspectos mais básicos sobre Deus é falha.
Os cessacionistas não objetam ao exposto acima. Eles prontamente concordam que Deus pode fazer tudo o que deseja. Se isso é verdade, então é concebível que eu possa orar por um paciente com câncer, e se Deus quiser, ele cure a pessoa, e esta fique livre do câncer. Aqui não estou dizendo que isso acontece todas as vezes, mas somente que é concebível, dada a doutrina da soberania de Deus.
Todos os que creem em Deus concordam com isso. Contudo, na prática, pouquíssimos creem nisso. Eles dizem que creem na soberania de Deus, mas negam-na por suas obras, tendo uma forma de doutrina sã e piedade, mas negando o poder dela. Com que frequência os cessacionistas oram para que Deus cure os enfermos? Não, não estou me referindo a orações que pedem que Deus guie os médicos. Estou me referindo a petições que pedem a Deus para curar a pessoa doente. Com que frequência os cessacionistas sequer tentam isso? Se a doutrina deles permite a possibilidade que Deus poderia curar se desejar, então por que não pedir a ele para curar? Deus é salvador da alma, mas não do corpo? O braço do Senhor está encolhido, e os seus ouvidos surdos para ouvir?
Você diz: é verdade que Deus pode curar se quiser, mas talvez ele nunca mais queira curar. Como você sabe disso? Uma coisa é dizer que ele pode não querer curar em alguns casos, outra é afirmar que não deseja mais curar. Ninguém sabe se ele não quer curar, e não há nenhuma evidência bíblica ou de qualquer outro tipo que mostre que Deus não deseja mais realizar milagres.
Os cessacionistas alegam que querem proteger as doutrinas da suficiência e completude da Escritura. Creio que essa poderia ser uma das razões deles considerarem necessário afirmar o cessacionismo. Contudo, creio que essa não é a única razão. Há motivos sinistros por trás dessa doutrina, como a incredulidade, e o medo que a incredulidade seja exposta caso eles se aventurem e afundem como Pedro, quando o Senhor o chamou para andar sobre as águas. Teólogos versados não gostam de ser envergonhados. Alguns deles crucificariam antes a Cristo com suas próprias canetas, apenas para calá-lo, do que admitir que lutam com a incredulidade. Em todo caso, tem sido mostrado que a continuação das manifestações sobrenaturais do Espírito não compromete a suficiência e completude da Escritura.²
A afirmação da soberania de Deus significa isto: se Deus quiser fazer uma pessoa falar num idioma que ela nunca aprendeu, ele pode e fará. É simples assim. Uma coisa é saber se ele faz isso ou não, mas não deveria haver dúvida que é possível, mesmo hoje.
Todavia, devemos reconhecer que a questão não é resolvida afirmando-se a mera doutrina da soberania de Deus, visto que ela tem a ver com como ele usa essa soberania com relação aos dons espirituais, e o que ele revelou na Escritura sobre isso. Também, quando diz respeito aos dons espirituais, estamos nos referindo a um modo particular da manifestação do poder de Deus, a saber, por meio de instrumentos humanos como dons espirituais. Assim, é reconhecido que o assunto é complexo, embora permaneça que o fundamento para a discussão deve ser a soberania de Deus, que ele pode e fará tudo o que deseja. E em conexão com os dons espirituais, eu direi novamente que, embora haja muitos versículos na Escritura nos ordenando a usar os dons espirituais, não existe nenhuma evidência bíblica, ou qualquer outro tipo, que sequer venha a sugerir que esses dons tenham cessado.
~ 3 ~
Deixe-me aplicar primeiro meu argumento simples contra o cessacionismo ao caso do falar em línguas. Paulo escreve: “Não proíbam que se fale em línguas” (1 Coríntios 14.39). Mas se todos os dons espirituais cessaram, então as línguas cessaram. E se as línguas cessaram, então todas as alegações de falar em línguas hoje são falsas. Se todas as alegações de falar em línguas hoje são falsas, estão devemos proibir o falar em línguas. Em outras palavras, se o cessacionismo é correto, então estamos obrigados a fazer exatamente o oposto do que Paulo ordena nesse versículo sobre a base que a situação mudou, de forma que a mesma preocupação apostólica requereria que proibíssemos todo o falar em línguas.
Contudo, transformar “Não proíbam que se fale em línguas” em “Sempre proíbam que se fale em línguas” requereria um argumento bíblico que fosse igualmente explícito, ou se este deve vir por dedução ou inferência, que seja um raciocínio perfeito, infalível, sem qualquer possibilidade de erro ou lugar para crítica. De outra forma, ninguém tem autoridade para dizer que o falar em línguas cessou, e ainda menos para proibir que se fale em línguas.
Jesus diz: “Portanto, todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no reino dos céus, mas todo aquele que praticar e ensinar esses mandamentos será chamado grande no reino dos céus” (Mateus 5:19). Deus me ordena: “Não matarás”. Se você deseja promover uma doutrina que requeira de mim mudar isso para “sempre matarás”, então antes que eu saia por aí matando, irei demandar que você produza um mandamento bíblico direto que substitua o primeiro, ou um argumento bíblico apoiando o novo mandamento ou obrigação que seja claro e perfeito, sem qualquer possibilidade de erro ou lugar para crítica. Se eu perceber sequer a mínima falha ou fraqueza, eu irei permanecer com o que é claro e direto, isto é, “não matarás”.
Da mesma forma, se ensino “não proíbam que se fale em línguas” e você ensina “sempre proíbam que se fale em línguas” (ou uma doutrina que leve a isso), então um de nós deve estar errado. Para me mostrar que sou eu quem está errado, eu demandaria que você produza um argumento bíblico que seja tão claro, forte, perfeito e infalível como aquele que diz, “não proíbam que se fale em línguas”.
Francamente, contra essa consideração, eu teria muito medo de ensinar o cessacionismo. E eu me pergunto como podemos justificar a decisão de permitir alguém permanecer no ministério, quando esta pessoa continua ensinando o cessacionismo após ouvir este simples argumento. Se ele não pode respondê-lo — se não pode produzir um argumento infalível para o cessacionismo — mas continua a ensinar a doutrina, isso pode significar apenas que ele conscientemente promove rebelião contra o Senhor.  Que direito temos, então, de nos abstermos de expulsá-lo do ministério? Eu tenho autoridade para proteger tal pessoa da disciplina da igreja? Mas eu não sou mais forte que o Senhor. Nessas circunstâncias, o cessacionismo não é uma doutrina sobre a qual argumentar, mas um pecado do qual se arrepender. Os cristãos deveriam não somente evitar o cessacionismo, mas deveriam temer afirmá-lo com um temor mortal, pois equivale a um desafio direto e deliberado aos mandamentos de Deus.
Você pode dizer: “Tudo bem dizer que não devemos proibir que se fale em línguas, mas devemos proibir a falsificação”. Qual é a relevância deste ponto? Se na tentativa de se opor à falsificação, você se opõe a todas as alegações de falar em línguas como uma questão de princípio, então você volta a desafiar o mandamento de Paulo novamente. Se você admite que não devemos proibir que se fale em línguas, mas devemos julgar cada caso por seu próprio mérito, eu concordaria com você, mas então você não mais seria um cessacionista.
Agora que mencionamos a possibilidade da falsificação, a discussão finalmente chega à natureza das línguas. Atos 2 nos diz que o Espírito Santo capacitou os discípulos a falar em idiomas que eles nunca aprenderam. Esses eram idiomas humanos conhecidos e reconhecidos pelos estrangeiros que estavam presentes. Algumas vezes supõe-se que foi um milagre de audição, mas os estrangeiros ouviram os discípulos falar em seus próprios idiomas porque os discípulos estavam falando no idiomas deles. A Escritura declara que eles falaram o que o Espírito lhes deu. Ela não diz que o Espírito alterou a audição do público. O falar em línguas em 1 Coríntios 12—14 é o mesmo tipo de manifestação que aquela em Atos 2. Não há razão para pensar de outra forma.
Visto que as expressões consistiam de idiomas humanos, como demonstrado em Atos 2 e também indicado em 1 Coríntios 13:1, há certas características que deveríamos esperar. Um idioma humano inclui um vocabulário substancial, ou palavras, que formam sentenças. Em linguagem ordinária, sentenças são marcadas por pausas e inflexões, que frequentemente determinam o significado preciso dessas sentenças. Por exemplo, uma inflexão poderia mudar o que seria entendido como uma declaração de fato numa pergunta. Dessa forma, “você irá à igreja hoje”, muda para “você irá à igreja hoje?”. Uma inflexão poderia também tornar uma declaração ordinária numa exclamação, ou mesmo numa acusação. Há muitas outras coisas que podemos mencionar sobre as características dos idiomas humanos, mas o ponto é que elas exibem traços e padrões complexos que são discerníveis.
Menciono isso para dizer o seguinte: Julgando a partir da minha experiência admitidamente limitada, a maioria das pessoas que falam em línguas provavelmente não falam em idiomas reais. Sem dúvida, minha experiência não reflete o número total daqueles que alegam falar em línguas. A alegação é que a maioria daqueles que tenho ouvido provavelmente não falam em idiomas humanos, e há provavelmente muitos outros como eles. Quando eles supostamente falam em línguas, seus sons não exibem a variedade e complexidade esperada em idiomas humanos reais. Eles com muita frequencia repetem somente uma, algumas vezes duas ou três sílabas em rápida sucessão, como “da-da-da-da-da-da-da”, or “wa-ka-la-ka-wa-ka-la-ka-wa-ka-la-ka-wa-ka-la-ka”, ou “moshimoshimoshimoshimoshi”.
Há três possíveis explicações para isso:
Primeiro, eles podem estar falando em código Morse, ou algo parecido. Contudo, mesmo o código Morse deve diferenciar seus sinais por padrões e pausas. Mas quando uma pessoa repete a mesma sílaba sessenta vezes sem nenhuma pausa, e após tomar fôlego, repete a mesma sílaba outras quarenta vezes, é difícil crer que ele esteja comunicando alguma mensagem que tenha significado. Alguém pode também objetar que supõem-se que o falar em línguas refira-se a um idioma humano comum, mas isso não pode resolver a questão, visto que algo como o código Morse pode, sem dúvida, qualificar-se como um idioma.
Segundo, alega-se que alguns deles poderiam estar falando no idioma dos anjos, que não poderia exibir as mesmas características que os idiomas dos homens. Contudo, mesmo que 1 Coríntios 13:1 de fato conceda a possibilidade que alguém poderia falar no idioma dos anjos, as mesmas preocupações com respeito ao código Morse se aplicam. Deve haver padrões discerníveis para diferenciar entre os sinais para que haja um idioma, pelo menos quando este é falado por meio de homens. E se o idioma dos anjos não pode ser falado por meio de homens de uma forma que haja padrões discerníveis, então eles não estão na realidade falando no idioma dos anjos, visto que aparentemente este idioma não pode ser falado por meios dos homens de forma alguma.
Terceiro, é possível que aqueles que falam sem qualquer padrão discernível não estão falando em idiomas humanos, e não estão falando em línguas de forma alguma. Não estou dizendo que não existe nenhum falar em línguas genuíno hoje. Tenho afirmado com muita força que a manifestação continua de acordo com a vontade de Deus. Mas se aqueles que falam em línguas desejam exercer o dom genuíno, e se desejam ser levados à sério, eles devem satisfazer o padrão. Qualquer coisa menor que um código Morse é inaceitável, pois não seria um idioma de forma alguma. E devemos acreditar que todas ou a maioria das pessoas que falam em línguas o fazem em código? Não, pois as línguas genuínas serão idiomas, e soarão como idiomas.
Um fator que tem contribuído para as ocorrências predominantes de línguas falsas é a negligência do fato que o falar em línguas é uma manifestação do Espírito — é algo que o Espírito faz transparecer. Portanto, não é algo que um homem pode ensinar a outro. Os Pentecostais algumas vezes ensinam os novatos: “Apenas comece a falar. Diga, ‘da-da-da-da-ka-ka-sha-la-la… e pronto!! Você recebeu!” Não, nenhum deles recebeu coisa alguma. O dom é uma manifestação do Espírito, e quando acontece, há uma qualidade celestial, uma inteligência evidente por trás dele. Não é algo que possa ser ensinado, praticado ou imposto pela carne.
~ 4 ~
Recentemente, ouvi um sermão de John MacArthur sobre a abordagem bíblica ao crescimento da igreja. Ele insistiu que os métodos de crescimento de igreja que são baseados em teorias de negócio e marketing são infiés e destrutivos. Antes, ele propôs que os cristãos deveriam retornar a Atos dos Apóstolos, visto que ali o método modelado pelos primeiros discípulos é apresentado. Ele não se referia a algum modelo do Novo Testamento num sentido geral, mas foi inflexível que devemos seguir o Livro de Atos.
Então, no curso do sermão, ele ofereceu cinco princípios que tinha derivado: A igreja primitiva tinha 1) Uma mensagem transcendente, 2) Uma congregação regenerada, 3) Uma perseverança resoluta, 4) Uma pureza evidente, e 5) Uma liderança qualificada. Contudo, qualquer expositor honesto deveria ter adicionado, 6) Um ministério de falar em línguas, curar coxos, ressuscitar mortos, expulsar demônios, destruir mentirosos, romper prisões, sacudir casas, amaldiçoar feiticeiros, ter visões, predizer o futuro e realizar milagres. Todas essas coisas são registradas no Livro de Atos, não são?
Sem dúvida, eu não esperava que MacArthur se envergonhasse da verdade. Sabendo que ele é um cessacionista raivoso, eu esperava uma menção desse item antes de rejeitá-lo, mas nada foi dito. Ele nem mesmo o mencionou. Mas eu pensei que deveríamos retornar ao padrão no Livro de Atos. Qual Livro de Atos ele estava lendo? Esse é o campeão da pregação expositiva que tantos cristãos adoram? Mas eu pensei que a pregação expositiva compeliria o pregador a abordar tópicos com os quais ele não se sente confortável, e apresentar o que ele poderia achar difícil de aceitar. O que aconteceu com isso? Esse sermão é um embuste.
Eu vou lhe dizer qual é o padrão no Livro de Atos — é o padrão de não permitir que a desonestidade e o preconceito obscureçam os ensinos claros da palavra de Deus. Se nos forçássemos a ser caridosos sem justificação, poderíamos dizer que MacArthur evitou a questão para economizar tempo de mencionar algo no qual ele não crê. Mas ele violou, no mínimo superficialmente, seu próprio padrão de pregar a Palavra de Deus como ela está escrita. É muito difícil, se não impossível, excusar alguém de mencionar os milagres quando ele mesmo, com tanto zelo e indignação, repreende a igreja por falhar em seguir o padrão no Livro de Atos. De fato, o Livro de Atos desacredita toda a sua abordagem à teologia e ao ministério. Ele o desmascara como um impostor.
Jesus disse que receberíamos poder quando o Espírito Santo viesse sobre nós. Então, onde está o poder? Você que não acredita na continuação dos dons sobrenaturais: Você diz que tem o Espírito, que todos os crentes têm o Espírito, mas onde está o poder? Seu hipócrita — você finge ter isso redefinindo o conceito. E você que crê na continuação dos dons sobrenaturais: Você alega ter o Espírito, mas onde está o poder? Seu hipócrita — você insulta o Espírito implementando um padrão baixo, de forma que as falsidades e os excessos são numerados juntamente com o que é genuíno, se é que há manifestações de fato genuínas entre vocês. Quando Elias desafiou os falsos profetas, ele não tornou isso fácil para si mesmo ou para o Senhor. Ele não derramou gasolina nos sacrifícios, mas derramou muita água. Ele pensava que se Deus não fizesse isso, então que não fosse feito, mas se Deus fizesse, então que não houvesse dúvida que foi um milagre do Senhor, e não dos esquemas e artimanhas dos homens.
Vocês dois dizem que têm o Espírito, mas quando os discípulos foram cheios com o Espírito no Livro de Atos, houveram tamanhas manifestações de poder que fizeram os incrédulos tremer. Onde está o poder? É verdade que uma demonstração de poder divino nem sempre equivale a milagres, mas existe alguma manifestação de poder entre vocês? Há alguma? Onde está a autoridade divina em sua pregação? Onde está a sabedoria divina em seu conselho? Onde está a ousadia divina em suas ações? Você tem seus métodos expositivos, seus diplomas de seminário, seus documentos de ordenação, e os livros deste ou daquele teólogo em sua biblioteca. Mas você não tem o poder.
Se você vê qualquer fé, sabedoria, poder, vida, zelo, ousadia, qualquer autoridade de outro mundo em mim, então que seja conhecido que isto vem do Espírito de Deus. Ele me salvou e me deu um santo chamado, até mesmo a obra do ministério. E ele me deu o seu Espírito Santo, para que eu pudesse ser capacitado a viver esta nova vida, em verdade e santidade, e para realizar as obras que ele preordenou para que eu fizesse. Não estou dizendo tudo isso simplesmente porque penso que deveria, mas estou bem consciente do poder do Espírito pelo qual eu penso e trabalho, e a diferença que ele faz. Eu posso lhe dizer o que ele faz por mim, e o que sou incapaz de fazer sem ele.
Esta é a herança de todo cristão, e o equipamento necessário de todo ministro do evangelho. Deus não nos deu um espírito de fraqueza, mas um espírito de poder — poder para perceber, crer, declarar, suportar e poder para confrontar e destruir o cinismo e a incredulidade.
¹ Aqui coloco a palavra “Carismático” com inicial maiúscula porque ela é usada num sentido que se refere a um tipo ou grupo de pessoas comumente associadas à crença na continuação dos dons sobrenaturais do Espírito. É mais do que um termo muito amplo que se refere a qualquer pessoa que acredita na continuação dos dons sem outras suposições atribuídas a tal pessoa. Embora reconheça as diferenças entre pentecostais e carismáticos, uma vez que este artigo não aborda essas diferenças, usarei os dois termos como se fossem intercambiáveis, focando apenas na sua semelhança ao afirmar a continuação dos dons sobrenaturais do Espírito.
² Veja Don Codling, Sola Scriptura and the Revelatory Gifts. [Nota do Tradutor: Publicado pela editora Carisma com o título Sola Scriptura e Dons de Revelação, 3ª edição, 2020, 252 p.]
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A Queima de Livros
Quando isso se tornou conhecido dos judeus e dos gregos que viviam em Éfeso, todos eles foram tomados de temor, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido. Muitos dos que creram vinham, confessavam e declaravam abertamente as suas más obras. Grande número dos que tinham praticado ocultismo reuniu os seus livros e os queimou publicamente. O valor total calculado chegou a cinquenta mil dracmas. Assim, a palavra do Senhor se difundia e se fortalecia poderosamente. (Atos 19:17-20)
Não importa o quanto a distorçamos com alguma abordagem de “história da redenção”, e não importa o quanto tentemos “pregar a Cristo a partir da Escritura inteira”, a passagem existe em um contexto definido do qual não podemos escapar. Se as condições que cercam o texto estão ausentes em nossos dias, então uma aplicação direta dificilmente é razoável, e pode significar apenas conversa fiada e expectativas não satisfeitas.
Quando se trata da igreja moderna, as coisas não parecem boas. Exceto algumas seitas que parecem problemáticas em teologia e que são vilipendiadas por outras tradições, quase todas as condições que vêm antes de nossa passagem se tornaram irrelevantes. Os cristãos geralmente não impõem as mãos sobre as pessoas (v. 6a). Embora Atos dos Apóstolos registrem uma série de exemplos em que o Espírito Santo é recebido como uma segunda experiência subsequente à conversão (v. 6b), eles dizem que todos esses casos foram exceções e, com exceção de todas as exceções, o Espírito Santo é recebido na conversão. Essa maneira de raciocinar é a base de várias doutrinas tradicionais importantes e é uma maneira extremamente conveniente de fazer teologia. Exceto em todos os casos em que estou errado, eu sempre estou certo. Exceto em todos os casos em que a Bíblia diz algo diferente, a Bíblia sempre concorda comigo. Maravilhoso.
Aqui, eu não tenho intenção de discutir este tópico do Espírito Santo. Neste momento, pelo que me importa, você pode até crer que a conversão é uma segunda experiência subsequente à dotação do Espírito. Seja como for e sempre que o obtiverem, os cristãos devem ter o poder do Espírito Santo, supõe-se que os cristãos tenham o poder do Espírito Santo. Nós temos? Diga! Nós temos? Os cristãos modernos exibem quase nenhum dos sinais de poder, fé, sabedoria e graça que os primeiros discípulos possuíam. Eles não têm línguas e nenhuma profecia (v. 6c). Eles não falam com ousadia (v. 8a). Eles não discutem de forma persuasiva (v. 8b). Eles não realizam milagres, muito menos os extraordinários (v. 11). Eles dependem quase exclusivamente da ciência médica para curar doenças (v. 12), e alguns deles pensam que todos os espíritos malignos desapareceram (v. 12). Antes as pessoas eram possuídas, agora elas são simplesmente loucas.
Portanto, é difícil ensinar com esta passagem como o mesmo efeito pode ser produzido nesta geração, como fazer com que os incrédulos sejam “tomados de temor” (v. 17b), e para que o nome do Senhor Jesus seja “engrandecido” (v. 17c), e para obrigar aqueles que creem a confessar abertamente suas más obras (v. 17d). De fato, é fácil ensiná-la, dizer o que ela diz. Até uma criança pode entendê-la. Mas é difícil fazer os cristãos crerem. Em vez disso, temos o efeito oposto no mundo: os não cristãos são tomados de desdém por nós, e até mesmo os cristãos não têm o nome de Cristo em grande honra.
O resultado é que é difícil fazer qualquer aplicação, exceto para mostrar como os cristãos modernos são fracos, infiéis e impotentes. Eu tenho certeza de que pregadores desonestos e imaginativos podem extrair algum princípio histórico-redentor disso, não que a abordagem seja sempre um problema, mas o texto em si é claro — poder milagroso, em uma medida assustadora, acompanhou o testemunho dos primeiros cristãos, tanto que as pessoas foram tomadas de temor e engrandeceram o nome de Cristo. É o que diz o texto.
No entanto, uma vez que esse poder foi negado, farei o melhor que puder. Deixe-me pensar sobre isso. Aha! Pelo menos ainda sabemos fazer fogo para queimar alguns livros (v. 19). Ainda acreditamos no fogo, não é? O fogo não morreu com os apóstolos. Infelizmente, agora temos trituradores poderosos e um sistema avançado de eliminação de lixo. Ainda assim, considere as vantagens de queimar livros não cristãos:
Primeiro, reflete a desaprovação de Deus das religiões não cristãs, ensinamentos e práticas ocultistas e todos os tipos de magia, adivinhação e doutrinas esotéricas. Esses males antigos persistem até hoje, e é decepcionante ver o número de cristãos professos que se envolvem, ou mais do que se envolvem, em astrologia, feitiçaria, necromacia e todos os tipos de artes proibidas, mesmo que apenas na forma de derivados mais suaves. Se você é pastor, pergunte quantos em sua congregação consultaram médiuns após sua profissão de fé. Não peça para levantar as mãos — a menos que você tenha o poder de Atos 19:4–16, não espere a honestidade de Atos 19:18. Mas se você prestar atenção, talvez veja alguns deles se contorcerem em seus assentos.
Segundo, descreve a punição de Deus para aqueles que estudam e praticam os materiais proibidos. Apocalipse 21:8 diz que, junto com incrédulos, idólatras e assassinos, aqueles que praticam artes mágicas serão lançados no lago de fogo. Uma cerimônia onde materiais não cristãos são queimados com fogo fornece uma imagem do que Deus fará para aqueles que não os abandonarem nas chamas. Ou eles desistem de seus livros para serem queimados com o fogo terreno, ou eles desistem de suas almas para serem queimados com o fogo infinito do inferno.
Terceiro, testifica nosso acordo com Deus sobre este assunto, que não há bondade e nem salvação, mas apenas mal, engano e blasfêmia, em ensinamentos não cristãos, especialmente em seus materiais espirituais e ocultistas, e que aqueles que acreditam e os praticam merecem ser punidos pelo fogo do inferno, que nunca enfraquece e nunca abranda.
Embora muitos de nós rejeitem o antigo poder dos apóstolos e, portanto, não compartilhamos dele, todos os antigos pecados e manifestações permaneceram conosco. Negamos que os poderes ocultistas sejam reais e, se as coisas saírem do controle, nós pedimos aos não cristãos que nos salvem prendendo as pessoas em instituições mentais. Quando se trata de coisas realmente assustadoras, vamos deixar os pentecostais cuidar delas. Deixemos nossos loucos lidarem com seus loucos. Os apóstolos demonstraram uma maneira melhor.
Devido às poderosas demonstrações de poder divino, a palavra do Senhor “se difundia e se fortalecia poderosamente” (v. 20). Para aqueles que se dizem cristãos, mas que rejeitam esse poder, ou pelo menos essa extensão de poder, meu conselho é orar por tanto quanto você ousar, e então expandir seu pensamento para aceitar um pouco mais. Se você não pode se livrar da tradição religiosa que o proíbe de obedecer a Cristo, que por meio de Paulo ordenou que você cobiçasse os dons e poderes espirituais, então, pelo bem da igreja, cobice o máximo que puder antes que o chamem de herege. E ao pedir ao Senhor por maior poder e eficácia no ministério do evangelho, pode ser que ele também lhe conceda a humildade de dizer, talvez na privacidade de sua casa, quando ninguém está ouvindo: “Senhor, eu creio, ajuda a minha incredulidade!”.
— Vincent Cheung. The Burning of Books. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 109–111. Tradução: Luan Tavares (20/09/2021, atualização: 24/03/2020).
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Uma das maiores mentiras femininas é que elas podem fazer tudo ao mesmo. Ser uma boa profissional e ser uma boa dona de casa, cumprir uma jornada laboral de 10h a 12h e ainda assim cumprirem com deveres domésticos. Resultado disso: teremos mulheres cansadas e frustradas por não estarem a conseguir conciliar as duas coisas.
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De Volta à Escola
Como eu amo a tua lei! Medito nela o dia inteiro. Os teus mandamentos me tornam mais sábio que os meus inimigos, porque estão sempre comigo. Tenho mais discernimento que todos os meus mestres, pois medito nos teus testemunhos. Tenho mais entendimento que os anciãos, pois obedeço aos teus preceitos. Afasto os pés de todo caminho mau para obedecer à tua palavra. Não me afasto das tuas ordenanças, pois tu mesmo me ensinas. Como são doces ao meu paladar as tuas palavras! Mais que o mel à minha boca! Ganho entendimento por meio dos teus preceitos; por isso, odeio todo caminho de falsidade. (Salmo 119:97–104)
Eu tenho alguns pensamentos para os estudantes. Como se baseiam em princípios amplos, outros também podem obter alguns benefícios. Agora, se você frequenta uma escola cristã, sua situação é tão perigosa e sua alma está em tal perigo que uma breve palavra não será suficiente. Implore ao Senhor que o poupe de heresias, enganos sutis e um enfraquecimento gradual de seu espírito. Aqui, vou me focar naqueles que vão para escolas não cristãs, onde também ensinam mentiras, mas não as disfarçam com o vernáculo cristão.
Ninguém menos que cristãos lhe disseram que embora os professores não cristãos blasfemam contra Deus e desprezem suas crenças mais queridas, você deve respeitá-los pela erudição e experiência deles, e aprender todas as verdades que puder deles. Eles lhe dizem que esses homens, embora sejam incrédulos e desprezem sua fé, são homens brilhantes que trabalharam muito e realizaram muito em suas áreas. A humildade exige que você os escute.
Mas eu lhe digo que isso é uma besteira completa. É o pior conselho que pode ser dado a um estudante. Você diz: “Mas meus pais me disseram isso”. Seus pais mentiram para você. E você diz: “Mas meu pastor me disse isso”. Seu pastor era um tolo. Ele não sabia do que estava falando, e se ele sabia o dano que o conselho dele poderia causar, ele deve ter sido um demônio em carne para ter lhe dito para abrir sua mente para professores não cristãos.
Seja qual for o motivo, parece que muitos cristãos pensam que isso é o que devem dizer aos estudantes. Mas esse conselho, se aceito, embota sua agressão espiritual, reduz seu poder interior de resistir à incredulidade e o obriga a se tornar vulnerável ao engano. Ele divide seu coração e gera uma contradição em você. Os não cristãos não hesitam em ridicularizar consistentemente as suas crenças e, portanto, os maus conselhos colocam você em grande desvantagem. Curvar-se diante do diabo não é humildade, mas idolatria. É pecaminoso e estúpido. Por outro lado, não é arrogante desprezar a falsidade e cuspir nos ídolos.
Os não cristãos são educados e brilhantes apenas de acordo com os próprios padrões deles, e esses padrões estão de acordo com a impiedade e a tolice, não de acordo com a santidade e a verdade. Só porque os não cristãos lhe dizem que são inteligentes e bem-sucedidos de acordo com os próprios padrões deles não significa que você tenha de aceitar seus padrões e suas afirmações. Fazer isso seria se tornar um não cristão.
Em vez disso, sejam educados ou incultos, ricos ou pobres, brilhantes ou não brilhantes, de acordo com os padrões de Deus, os não cristãos são pessoas más, assim como você era uma pessoa má antes de Cristo lhe transformar e resgatar. Os não cristãos, enquanto permanecerem não cristãos, são pelo menos tão maus quanto você era antes de se converter. Portanto, ou você admite que os não cristãos são pecadores e estúpidos ou nega que você era pecador e estúpido antes de Cristo o salvar, caso no qual você insultaria a graça de Cristo e lançaria dúvidas sobre a genuinidade da sua própria fé.
Se você é cristão, você herdou o sistema de pensamento mais inteligente e poderoso que existe. É a única religião verdadeira, a única filosofia consistente. Se você é cristão, então você crê na Bíblia, a revelação verbal de Deus. Por esta razão, você está em uma posição de conhecimento, e assim como o próprio Deus é intelectualmente superior a todos os não cristãos, porque você aceitou a sabedoria de Deus, não é arrogante para você pensar que é superior a todos os não cristãos em seu intelecto e conhecimento. Você não é superior em si mesmo ou por causa de si mesmo, mas Deus é superior e você recebeu dele.
Você não conhece o fundamento de toda a realidade, que é Deus? Os não cristãos não o conhecem. Você não conhece o caminho da salvação, sobre o qual os incrédulos são totalmente ignorantes? Você não conhece a criação do mundo, as doutrinas da excelência moral, ou retidão, ou julgamento ético? Você não conhece, ou pelo menos tem acesso aos princípios universais e permanentes relativos à religião, psicologia, política, economia, história, família, sexualidade e todos os tópicos essenciais, e como todos eles se encaixam? Os não cristãos não sabem nenhuma dessas coisas. Se você aprendeu e creu em qualquer porção da Escritura, então negar que você é superior a todos os não cristãos em sabedoria e conhecimento é também negar que Deus é superior a eles nessas coisas.
Afirmar que você recebeu boas dádivas de Deus não é arrogância, mas a própria definição de humildade. A arrogância supõe que você possui coisas boas quando não tem nada, ou se vangloriar de algo que recebeu como um dom, como se você não o tivesse recebido e como se não fosse dado a você como um dom. Não é arrogante dizer que você sabe mais e que sabe melhor do que os não cristãos, se é porque você aprendeu as palavras da Bíblia, e que Deus tem, como um dom, dado a você fé para crer nessas palavras.
Os não cristãos não conhecem a verdade e não podem ensinar a verdade. Até mesmo as opiniões deles em uma área como a matemática devem ser completamente reinterpretadas e reconstruídas a fim de se chegar a algo que esteja em contato com a realidade. Mas se for esse o caso, qual é a razão de frequentar uma escola não cristã?
Primeiro, há o benefício prático de obter um diploma que permite que você circule mais livremente na sociedade. Mesmo vindo de uma instituição cristã, um diploma nada mais é do que um símbolo de aprovação humana. Não é prova de competência intelectual ou proficiência em nada importante. O cristão que busca a aprovação de Deus não deve se orgulhar disso. Mas os homens, visto que não têm a aprovação de Deus, buscam a aprovação uns dos outros. E o diploma é um documento que mostra que você foi incluído no patético exercício de autoaprovação dos homens. A conveniência é o único benefício disso.
Segundo, os não cristãos podem lhe mostrar o que significa ser não cristãos. Não quero dizer que eles possam lhe ensinar a verdade sobre si mesmos. Não, eles não se entendem e não podem lhe ensinar nada. Em vez disso, visto que eles são não cristãos, eles falarão e se comportarão como não cristãos e, vivendo entre eles, você talvez possa ganhar alguma familiaridade sobre o pensamento e estilo de vida deles. Isso permitirá que você se infiltre em círculos infestados principalmente por não cristãos e construa uma vida neste mundo, para que possa promover mais efetivamente a agenda de Deus entre eles, bem como destruir a própria agenda deles.
Portanto, frequente as escolas que a providência divina designa para você, sejam cristãs ou não. Ambos os tipos de escola são perigosos, visto que poucos são fiéis ao Senhor, mas você encontrará segurança não nos homens, mas nas palavras da Bíblia. Apegue-se ao Livro e você será invencível no conflito espiritual. Submeta-se a Potifar em sua casa, mas resista à sedução daquela esposa prostituta e enfrente a vexação de espírito sob sua cultura idólatra. Faça isso não para obter a aprovação de Potifar, mas para que um dia você possa governá-lo.
— Vincent Cheung. Back to School. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 106–108. Tradução: Luan Tavares (06/02/2021, atualização em 22/03/2024).
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Ensinando Crianças
~ Adaptado de correspondência de e-mail ~
Existem duas suposições populares falsas quando se trata de ensinar as crianças sobre a fé cristã. A primeira é que elas não estão interessadas ​​e a segunda é que elas não entendem. Eles pensam que as crianças são superficiais e estúpidas.
É claro que muitas crianças não estão interessadas nas coisas de Deus — até mesmo os réprobos adultos não se interessam por elas. Mas há crianças eleitas e elas estão muito interessadas. Portanto, os adultos estão fora de contato com a realidade se eles pensam que as crianças não podem entender conceitos como Deus, pecado, homem, redenção, expiação, casamento, divórcio, sexo, adultério, homossexualidade, aborto, guerra, morte, céu, inferno e assim por diante. As crianças podem ter alguma compreensão de tudo isso aos 3 ou 4 anos. Se os cristãos presumirem que elas são muito jovens para entender, então as crianças provavelmente obterão suas informações dos não cristãos.
Todos os livros infantis que encontrei (claro, eu não li todos eles e espero que haja muitas exceções) afirmam ou presumem os dois erros acima. E então eles geralmente usam métodos de ensino como histórias e jogos, ou são muito diluídos. Mesmo que consigam evitar muita frivolidade e diluição, ainda assim eles dizem às crianças que não devem entender o que está sendo discutido.
Um exemplo disso é Big Truths for Young Hearts, de Bruce Ware (Crossway, 2009), um best-seller recente. O livro é uma teologia sistemática para jovens que não é frívola nem diluída. No entanto, o leitor é repetidamente informado de que os tópicos discutidos são difíceis de entender, embora isso seja frequentemente precedido ou seguido por uma exposição clara da posição de Ware. Ou seja, mesmo quando o assunto é obviamente fácil de entender e explicar, Ware insiste que não devemos considerá-lo simples.
Na página 31, quando Ware começa uma discussão sobre a eternidade e independência de Deus, ele diz: “Esta é uma ideia muito difícil para nós entendermos, já que não conhecemos nada parecido — e isso porque não há nada em toda a criação que é como Deus”. Primeiro, mesmo quando eu era criança, eu achei a ideia muito fácil de entender, e acho que não estou sozinho nisso. Segundo, a razão de Ware para explicar por que deveria ser difícil é ridícula. Se a natureza de Deus é difícil de entender porque ele é único, então a primeira vez que uma pessoa encontra qualquer objeto, ela deve achar tão difícil de entender quanto a natureza de Deus. Agora, se a aprendizagem não vem pela experiência, e é minha opinião que não, então cada objeto permanecerá para sempre tão difícil de entender quanto a natureza de Deus — isto é, a menos que a exclusividade seja irrelevante para saber se algo é difícil de entender. Ou, se Ware pensa que quanto mais encontrarmos certos objetos, ou quanto mais objetos semelhantes existem para nós encontrarmos, então mais fácil é entender esses objetos, então isso também deveria significar que quanto mais encontrarmos Deus ou informações sobre Deus, ou quanto mais pensamos sobre ele, mais fácil se torna para nós entendê-lo. De qualquer forma, a razão dele pela qual Deus é difícil de entender é arbitrária e falsa.
Na página 35, ele diz: “Deus é todo-bondoso. Embora estejamos muito felizes por Deus ser completamente bom, essa é outra verdade sobre Deus que às vezes é difícil de crer. Afinal, não conhecemos ninguém que seja total e perfeitamente bom”. Primeiro, não cabe a Ware dizer às crianças se é fácil crer que Deus é todo-bondoso. Talvez algumas crianças tenham uma fé superior à de Ware. Como ele ousa atropelar esse potencial? Segundo, se uma pessoa acha difícil crer que Deus é todo-bondoso, então é sua própria culpa. Se a Escritura revela um Deus que é todo-bondoso, e uma pessoa acha isso difícil de crer, então é por causa da incredulidade pecaminosa dessa pessoa. Mas Ware joga a culpa na situação; de fato, ele até joga a culpa na singularidade de Deus. Isso não ajuda a desenvolver reverência nas crianças. Pelo que sabemos, as crianças podem achar muito fácil crer que Deus é todo-bondoso, mas Ware introduz suas próprias dúvidas em suas mentes.
Na página 51, ele diz: “Quando começamos a falar diretamente sobre o Espírito Santo, nos deparamos com outra área que é difícil de entender. Por um lado, a Bíblia ensina que ‘Deus é Espírito […]’. Mas, por outro lado, a Bíblia também ensina que a terceira Pessoa da Trindade é ‘o Espírito’”. Não sei ao certo que tipo de criança Ware é acostumado a lidar, mas muitos jovens são bem capazes de lidar com isso quando uma palavra é usada de duas maneiras diferentes, ou mesmo de cinco ou seis maneiras diferentes. Não é “difícil de entender”, mas se lhes dissermos repetidamente que é difícil, eventualmente eles podem nos acomodar e, finalmente, teremos a satisfação de que somos todos estúpidos.
Na página 61, quando discute a criação, ele escreve: “E Hebreus nos diz que devemos aceitar essa verdade ‘pela fé’. Por quê? Simplesmente porque não podemos entender como alguém poderia simplesmente falar e trazer algo à existência sem usar nenhum material para fazer isso”. Ele quer que digamos a nossos filhos que fé e compreensão são mutuamente exclusivas. Você aceita algo pela fé porque não o entende. Se você o entende, provavelmente significa que nenhuma fé está envolvida. Não descarte minhas críticas como meras picuinhas — nossa habilidade de entender Deus e sua revelação é uma questão fundamental em todos os estudos bíblicos. E não pense que as crianças não vão entender ou adotar esse absurdo por osmose. Elas podem aprender por meio de afirmações explícitas e também inferências delas, mesmo as inconscientes. E estes se acumulam para formar uma maneira geral de pensar, pela qual processam todas as informações. Em qualquer caso, não é isso que a Bíblia quer dizer com fé, mas é a caricatura não cristã da fé.
Na página 72, ele escreve: “Dizer que Deus governa sobre todas as coisas, tanto as boas quanto as más, é dizer que ele é completamente soberano sobre elas. Este ensino da soberania de Deus é uma das áreas mais difíceis para todos nós entendermos”. Mas, a menos que a Escritura afirme que isso é difícil de entender, o que lhe dá o direito de falar por “todos nós”? O que lhe dá o direito de dizer a meu filho que algo é “mais difícil” para ele entender, quando a Escritura não diz isso? Da forma que está, Ware está preparando crianças para tropeçar no problema do mal. Mas eu digo que a soberania divina é uma das doutrinas mais fáceis de entender. É clara, absoluta, direta e amplamente explicada e ilustrada na Escritura. Sem dúvida, algumas pessoas têm dificuldades, mas podem ser ajudadas se ouvirem, porque a doutrina é uma das mais fáceis de explicar e compreender.
Na página 76, ele escreve: “Deus é soberano (ele está no controle) e nós somos responsáveis ​​(devemos prestar contas ​​pelas ações que fazemos). A Bíblia nos ajuda a ver que essas duas coisas devem ser mantidas juntas. Embora não possamos entender isso completamente […]”. Ele não afirma exatamente o que não entendemos sobre isso. Ele está sugerindo que os dois parecem se contradizer, embora não se contradizem? Ele está sugerindo que responsabilidade pressupõe liberdade? As crianças nascem com essa suposição infundada ou a declaração de Ware é uma ilustração de como a aprenderam? Mas eu digo: “Deus é soberano, e em sua soberania, ele nos declarou responsáveis. Portanto, Deus é soberano e nós somos responsáveis, e somos responsáveis ​​porque ele é soberano. Não deixe ninguém dizer que há um indício de paradoxo ou contradição nisso”. Feito. É preciso um teólogo para bagunçar isso, mas as crianças podem entender muito bem.
Na página 127, ele escreve: “O porquê Deus nos ama está completamente além de nossa capacidade de entender. Nós nos afastamos dele, zombamos dele, resistimos a ele, o desprezamos e de um milhão de outras maneiras menosprezamos Deus”. Portanto, as crianças devem entender as ideias de se afastar, zombar, resistir, desprezar e um milhão de outras maneiras de desprezar a Deus, e também, como está implícito, a ideia de julgamento, mas não devem compreender o perdão ou o amor em face do pecado? Esta sugestão está dentro do escopo do ensino cristão aceitável? Acho que devemos considerar isso uma heresia.
Então, na página 140, ele escreve: “Então ouvimos Jesus de Nazaré proclamar palavras quase boas demais para crer”. É melhor evitar o uso de expressões imprecisas e clichês ao ensinar a doutrina, para que a criança não diga: “Bom demais para crer? OK, então não vou crer”. De qualquer forma, o que Ware acha que é “quase bom demais para crer”? Foi quando Jesus disse: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (ARC). Então… é bom demais crer que Deus é fiel às suas próprias promessas? Em vez disso, ensine às crianças: “Então ouvimos Jesus de Nazaré dizer o que os incrédulos teimosos se recusam a aceitar, mas exatamente o que devemos esperar, algo que é muito bom e fácil de crer”.
Eu não mencionei todos os problemas doutrinários do livro, pois nosso enfoque está na suposição de que as crianças não podem entender. Considere a possibilidade de que a razão pela qual algumas delas parecem incapazes de entender é porque lhes dizemos que não deveriam. Da forma como está, o livro de Ware inflige danos tremendos às mentes jovens. No entanto, ainda é um dos melhores. Portanto, não posso recomendar nenhum livro de crianças. Em vez disso, gostaria de reunir os melhores materiais de ensino que posso encontrar — de preferência não destinados a crianças — e adaptá-los eu mesmo. Isso não exige muito esforço, e muito disso pode ser feito “de improviso”. Ou, se alguém decidir usar o livro de Ware, ele deve ensinar seu filho a desafiar a suposição: “Sr. Ware quer dizer que isso é difícil de entender. Mas você entende isso? Então o Sr. Ware está errado? Por que você acha que ele continua dizendo que algo é difícil de entender quando parece tão claro e simples para você? O que há de errado com ele?”. Ensine as crianças a detectar a suposição. Elas não precisam aceitar isso.
1 Coríntios 2:9–10 diz que, embora nenhuma mente tenha concebido o que Deus preparou para aqueles que o amam, ele nos revelou pelo seu Espírito. Em Romanos 11, Paulo exclama que os julgamentos de Deus são insondáveis ​​e seus caminhos inescrutáveis, mas ele diz isso depois de ter respondido conclusivamente a todas as questões que levantou nos capítulos anteriores, incluindo questões relativas à soberania divina, responsabilidade do homem, eleição e reprovação. Portanto, essa é de fato uma das passagens mais fortes, mostrando que podemos entender todas essas doutrinas supostamente difíceis. O que ele quer dizer é que sempre há mais coisas para saber sobre Deus, e não que não possamos saber o que ele acabou de explicar.
Muitos cristãos têm a ideia de que a piedade envolve uma insistência obstinada e indiscriminada na finitude humana, e isso é vigorosamente aplicado em desafio à Escritura, à razão e aos exemplos em contrário. Parece que enfatizar nossa pequenez é engrandecer a grandeza de Deus. Mas esse tipo de piedade é falso e preguiçoso. É até mesmo usado como desculpa para rejeitar os ensinos claros da Escritura. Aqueles que insistem que a revelação de Deus é clara e consistente são condenados como hereges, como racionalistas e como aqueles que negam sua doutrina da incompreensibilidade de Deus. A tradição deles foi desafiada e eles parecem tolos. A verdadeira piedade envolve fé, compreensão e obediência. Não ensine a seus filhos uma falsificação. Diga a eles: “Vocês foram feitos à imagem de Deus. Vocês foram feitos para entendê-lo. Vocês podem entender tudo o que Deus lhes diz na Bíblia. E vocês devem crer e obedecer a tudo o que ele diz. Não há desculpa”.
— Vincent Cheung. Teaching Children. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 102–105. Tradução: Luan Tavares (17/02/2021; atualização 18/03/2024).
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Conversa sobre o Racismo
~ Baseado em uma conversa real ~
Samuel: Que bando de pessoas ignorantes!
Vincent: Com que você está tão irritado?
S: Ugh! Estou me referindo a esta reportagem relatando um caso flagrante de discriminação racial. Não me agrada pensar que, hoje em dia, ainda há quem trate as pessoas de acordo com a cor da pele.
V: Entendo. Você disse que esses racistas são pessoas ignorantes.
S: Isso!
V: Do que exatamente eles são ignorantes?
S: Desculpe?
V: Você disse que os racistas são pessoas ignorantes. Se eu entendi corretamente, e se suas palavras significam alguma coisa, então associando racismo com ignorância, você está afirmando que os racistas carecem de certas informações, e que, se eles aprendessem essas informações, eles não seriam racistas. Qual é essa informação que lhes falta?
S: Hum… eles são ignorantes do fato de que todos os seres humanos são realmente iguais.
V: Entendo. O racismo trata as pessoas como se elas fossem diferentes, mas a verdade é que elas são realmente iguais. Portanto, o racismo é errado.
S: Sim.
V: Como você sabe que as pessoas são realmente iguais? Com base em quê você acha isso?
S: A ciência nos proporcionou tanto conhecimento sobre os seres humanos e mostrou que, seja preto ou branco, somos todos iguais.
V: Eu não compartilho sua confiança na ciência. De fato, acho que a ciência é um empreendimento irracional que não pode descobrir ou provar nada. Isso porque a ciência depende da sensação, da indução e da experimentação. No entanto, vamos deixar isso de lado por um momento e assumir que ela pode descobrir a verdade. Sua alegação é que a ciência prova que todos os seres humanos são iguais, mas parece que ela tem feito o oposto. Não é uma opinião científica que algumas pessoas, por causa de sua raça ou gênero, são mais suscetíveis a certas doenças?
S: Isso é verdade. Mas esta não é uma diferença essencial.
V: Então existem diferenças entre as raças. Para manter sua posição, você tem que dizer que estas são diferenças não essenciais. Isso só aumenta o seu problema, já que agora você deve definir e defender um padrão para determinar diferenças essenciais e não essenciais. Mesmo que essa diferença específica da suscetibilidade a doenças não seja verdadeira, existem diferenças entre as raças. No mínimo, podemos dizer que as cores da pele são diferentes! A menos que você seja capaz de definir e defender um padrão, como você pode dizer que a própria cor da pele não é a diferença essencial? Talvez a cor da pele seja precisamente o fator que torna uma raça superior e outra inferior. Talvez seja a diferença mais importante.
S: Devemos julgar as pessoas de acordo com seu caráter e não de acordo com a cor delas.
V: Mas por que você acredita nisso? E o que lhe dá o direito de impor esse padrão a todas as outras pessoas? Além disso, o que é bom caráter e o que é mau caráter? Como a ciência diz tudo isso? Por que não julgar as pessoas pela sua beleza física ou força, educação ou riqueza? Por que não julgar as pessoas pela sua capacidade de fazer malabarismos ou de ganhar no poker? Assim, posso afirmar com a mesma facilidade que devemos julgar as pessoas de acordo com sua cor, e não de acordo com seu caráter.
S: Você é racista?
V: Eu ficaria feliz em dizer o que penso sobre raça, discriminação e assim por diante, mas isso não é imediatamente relevante para esta parte de nossa discussão. O que importa agora é o seguinte: você disse que os racistas são pessoas ignorantes, mas você é incapaz de definir e defender aquilo que você acha que eles ignoram. Você disse que todas as pessoas são iguais, mas quando questionado, até você concordou que todas as pessoas não são iguais. Depois, você disse que as diferenças entre elas não são essenciais, mas você é incapaz de definir e defender um padrão para julgar entre diferenças essenciais e não essenciais, e fazê-lo de uma forma que todos devam aceitar.
S: Então, para onde isso nos leva?
V: Sua reivindicação é que os racistas são pessoas ignorantes. Eles não percebem que todas as pessoas são realmente iguais, mas você não é racista porque percebe que todas as pessoas são iguais. Parece que sua posição sobre o racismo é importante para você, já que você estava tão enojado com os racistas. Mas acontece que a sua posição não pode resistir ao menor escrutínio, e você realmente não tem justificativa para isso. Você assume uma posição de conhecimento e iluminação, mas é tão ignorante quanto os racistas.
Você é descuidado. Você não é inteligente. Você é ignorante. Você se apresenta como alguém que possui conhecimento, mas não pensou realmente nas coisas em que acredita, nem mesmo naquelas que são importantes para você. Assim você também é desonesto e hipócrita. Você geralmente consegue se safar porque outras pessoas também são como você e concordam com você. Mas agora que eu lhe expus, para onde você vai correr?
Você é um não cristão. Qual é a sua base para negar a Deus e a Jesus Cristo? Você diz que os cristãos são irracionais, mas você pensou em sua própria posição? Ou é tão descuidada, tola e desonesta como sua razão para afirmar a igualdade racial? Você pensa que é intelectualmente competente, informado e honesto. Mas você não é nada disso. Você é estúpido, ignorante e desonesto. E a sua rejeição da fé cristã também é estúpida, ignorante e desonesta.
A Bíblia me diz que você sabe sobre o Deus cristão, e se continuarmos esta conversa, vou mostrar a você mais uma vez que este é o caso. Mas você é muito estúpido e ímpio para admitir isso. Você é desonesto, então tenta suprimir o que sabe. Mas a realidade e os preceitos de Deus são tão evidentes que você não pode negá-lo consistentemente. Talvez sua atitude em relação ao racismo seja um efeito distorcido desse conhecimento que está embutido em seu próprio ser.
Você acha que eu sou duro em falar com você dessa forma. Mas eu sou o melhor amigo que você poderia ter. Pense nisso: eu posso desmontar tudo o que você acredita em questão de segundos, e isso significa que, intelectualmente e espiritualmente, você está em grandes apuros. Sua vida toda é uma mentira. E se você não pode nem me enganar, você acha que pode enganar a Deus? A Bíblia diz que sua ira é derramada contra pessoas que reprimem seu conhecimento sobre ele — pessoas como você. Você está em muito perigo agora. Sua única esperança é abandonar seu orgulho e admitir sua tolice e maldade, e clamar a Jesus Cristo — ele é o único que pode salvar você. Vamos discutir isso ainda mais, pois se Deus tiver misericórdia de você, isso é o que você fará.
— Vincent Cheung. Conversation on Racism. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 99–101. Tradução: Luan Tavares (Jun 25, 2020, atualização em 18/03/2024).
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Homossexualidade e a Ira de Deus
Por causa disso, Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até as mulheres trocaram a relação sexual natural por outra contrária à natureza. Da mesma forma, os homens também, tendo deixado a relação sexual natural com a mulher, se inflamaram em desejo uns pelos outros. Homens com homens cometeram atos vergonhosos e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. […]
Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá‑las, mas também aprovam aqueles que as praticam. (Romanos 1:26–27, 32)
Quando Paulo prova que todas as pessoas pecaram e que carecem da glória de Deus, ele cita a homossexualidade como um exemplo primordial de iniquidade. Este julgamento é ofensivo para os não cristãos, e até mesmo uma parcela significativa da Igreja contemporânea o rejeita. Eles oferecem uma série de argumentos fracos.
Há o argumento “o amor é sempre certo”. Eles dizem: “Como pode ser errado duas pessoas se amarem, mesmo que sejam do mesmo sexo? Se elas se amam, então é certo e bom”. O amor nunca é errado, isso é verdade. Mas o que é amor? A Bíblia diz que o amor é um resumo da lei de Deus (Romanos 13:9). É um resumo do que Deus nos diz sobre como devemos tratar as pessoas. Como Deus proíbe a homossexualidade, a homossexualidade nunca vem do amor, e o amor nunca leva ou coexiste com a homossexualidade.
De fato, entreter ou até mesmo atuar em uma atração homossexual por outra pessoa é tratar essa pessoa de uma forma que é proibida pela lei de Deus, e convidar essa outra pessoa a também pensar e se comportar de uma maneira que é proibida. Portanto, a homossexualidade decorre do ódio e não do amor. O amor é muitas vezes misturado na equação porque o homossexual experimenta atração física e/ou psicológica, dependência e afinidade com outra pessoa do mesmo sexo. Mas a palavra certa para isto é luxúria, não amor.
Essa maneira de pensar é contrária à filosofia do homem. Para ilustrar, a Bíblia diz que se você não disciplinar seu filho com a vara — se você não bater nele com o propósito de instrução — então você o odeia. Mas as pessoas que se recusam a usar o castigo físico apelam precisamente à razão oposta — dizem que é porque amam seus filhos. Então voltamos à definição de amor. A Bíblia diz que o amor é a obediência à lei de Deus na maneira como tratamos as pessoas. Se você ama seu filho, você usará punição física sempre que for necessária. Se você não o punir, você odeia seu filho.
Da mesma forma, os homossexuais não se amam. Eles se odeiam. Eles querem usar um ao outro para satisfazer sua própria luxúria, e querem que seus parceiros cooperem para continuar um estilo de vida que incorre no castigo de Deus. Como isso é amor? Se eu amo você, mesmo que eu seja incapaz de resistir à tentação, eu o aconselho a fugir daquilo que me enlaçou: “Corra! Salve-se! Não seja como eu! Não seja punido como eu certamente serei!”. Se, como Eva, você desobedece a Deus e depois convida outro a desobedecer a Deus junto com você, dificilmente haverá uma representação mais vívida do ódio do que essa. Se eu decido roubar um banco e peço que minha esposa me ajude, isso só pode significar que eu não a amo tanto quanto afirmo amá-la.
Há o argumento “não há mal”. Eles dizem: “Enquanto não estivermos fazendo mal a alguém, isso não é da sua conta”. O padrão é arbitrário. Com base em quê eles dizem que o certo e o errado são determinados se fizer mal a alguém? Sem uma base que eles possam defender contra mim, não tenho razão para aceitar isso como um padrão de julgamento ético. Certamente, eles não podem apelar para a cosmovisão cristã para apoiar este princípio, uma vez que é a cosmovisão cristã que condena a homossexualidade, e é à cosmovisão cristã que eles se opõem.
Além disso, qual é a definição de mal? Mesmo que o seu estilo de vida não me prejudique direta e obviamente no sentido físico, o mal é limitado ao físico? E se o estilo de vida deles me afetar psicologicamente? Isto é, e se a homossexualidade me ofende e me traz repulsa? Se isso não conta, então eles dão carta branca ao mundo inteiro para lhes causar mal psicologicamente? Assim, enquanto não os lhes causamos mal direta e obviamente no sentido físico, podemos dizer o que quisermos sobre a homossexualidade, e isso não é da conta deles. Talvez isso seja inaceitável para eles, mas em qualquer caso, é necessário definir mal. Caso contrário, o argumento é arbitrário e sem sentido, e pode ser descartado sem mais considerações.
Há o argumento do “consentimento mútuo”. Eles dizem: “Enquanto o relacionamento é consensual, não é da conta de ninguém o que duas pessoas fazem entre si”. Isso é tão arbitrário quanto o argumento do “não há mal”. Quem estabeleceu esse padrão e por que devo aceitá-lo? É como um dos argumentos a favor do aborto: “Uma mulher não tem o direito de fazer o que quiser com seu corpo?”. É claro que não. Somos a criação de Deus e só ele tem o direito de decidir o que devemos fazer com nossos corpos. Da mesma forma, o consentimento mútuo entre duas pessoas é irrelevante. Elas precisam do consentimento de Deus para prosseguir. Mas ele não consente. Ele proíbe o que eles consentem em fazer uns com os outros.
Há o argumento “os animais fazem isso”. Alguns animais parecem exibir comportamento homossexual. Isso é irrelevante. Só porque os animais fazem algo, não significa que tal coisa é certa para eles, muito menos para nós. Assim como a homossexualidade surgiu nos seres humanos por causa do pecado, a Queda de Adão também trouxe uma maldição sobre o restante da criação. Se o comportamento animal é usado como padrão para o comportamento humano, talvez o contrário também seja verdadeiro. Como eu me oponho à homossexualidade, talvez os chimpanzés também devam se manifestar. Em qualquer caso, alguns animais são canibais e alguns comem seus próprios excrementos. Se você vai apelar para o comportamento animal, seja pelo menos coerente nisso.
Há o argumento “nasci assim”. Algumas pessoas, dizem elas, nasceram homossexuais. Elas não podem evitar. Está nos genes delas. Mas a genética é irrelevante. Primeiro, a ciência não pode fornecer uma justificativa racional para um argumento genético, porque, como demonstrei repetidamente, a própria ciência é irracional. A ciência depende da sensação, indução e experimentação. Mas a sensação não é confiável, e uma epistemologia empírica é facilmente refutada. A indução é uma falácia formal e a conclusão nunca é uma inferência necessária das premissas. Quanto à experimentação, ela envolve um uso repetido da sensação e da indução, impulsionado por um método que se caracteriza pela falácia de afirmar o consequente, de modo que a coisa toda se transforma em uma conclusão arbitrária e impossível após a outra. Eles chamam isso de teorias científicas.
Mas por um momento, vamos fazer de conta que a ciência pode descobrir a verdade. Vamos fazer de conta que existem coisas como genes. Vamos fazer de conta que os genes são o que a ciência diz que são. Vamos fazer de conta que a ciência descobriu um gene associado à homossexualidade. Então vamos fazer de conta que o homem não pode mudar seus genes. Depois de todo esse faz de conta, o argumento ainda sofre de irrelevância. E daí se algumas pessoas nasceram homossexuais? E daí se elas não podem fazer nada? Isso não torna a homossexualidade correta e, aliás, não torna a homossexualidade errada. É totalmente irrelevante. Não é a ciência que diz que algumas pessoas nascem mais violentas ou mais suscetíveis ao vício em álcool? Ah, não vou insistir neste ponto, já que a ciência pode mudar seu veredicto amanhã, na próxima semana ou daqui a dez anos. Eles chamam isso de progresso científico.
A Bíblia diz que todos os homens nascidos depois de Adão são pecadores desde a concepção. Todos nascemos pecadores. Se algo é pecado, não tem nada a ver com nascimento, escolha ou liberdade. A definição cristã do pecado tem a ver com o mandamento de Deus. Se Deus diz que algo é errado, então é errado fazê-lo, independentemente do contexto ou escolha, e independentemente da liberdade. De fato, a Bíblia diz que o não cristão é incapaz de obedecer à lei de Deus. Se o pecado pressupõe a liberdade ou a capacidade de obedecer ao mandamento de Deus, ou não pecar, então todos os não cristãos já nascem sem pecado, já que todos eles são incapazes de obedecer a Deus, e não exigiriam salvação. No entanto, é precisamente porque eles são pecadores e incapazes de mudar que eles precisam de Jesus Cristo para salvá-los.
Se a homossexualidade está inseparavelmente ligada aos genes de uma pessoa, então isso significa que mesmo tornando-se cristã, ela ainda pode experimentar tentações nessa área. Ela ainda pode experimentar tentações, mesmo que não esteja ligada a seus genes. Se ela é tentada depois da conversão, a homossexualidade ainda é um pecado? É claro que sim. Esta pessoa foi salva do seu pecado? Certamente, se confiar em Cristo para salvá-la e no Espírito Santo para ajudá-la a superar suas tentações. O que é inaceitável é que essa pessoa negue que a homossexualidade não é nenhum pecado. No entanto, nosso pensamento não precisa parar por aqui. Se a homossexualidade está ligada aos genes de uma pessoa, isso significa apenas que Deus pode mudar os genes após a conversão. Por que não? E Deus pode libertar uma pessoa da homossexualidade mesmo sem mudar seus genes. Não há nada impossível para Deus. Mas se a pessoa falhar em receber a libertação nesse momento, ainda poderá praticar a resistência sem se render à tentação.
Há o argumento “há outros pecados”. Isso é uma defesa ou uma admissão? É claro que há outros pecados. Talvez o ponto seja que os cristãos não devam se focar tanto na homossexualidade. Minha primeira resposta é que nós não fazemos isso. Também falamos sobre incredulidade, inveja, ganância, assassinato, roubo e muitos outros pecados. Se eles pensam que só falamos sobre a homossexualidade, é porque só prestam atenção quando falamos sobre a homossexualidade. E minha segunda resposta é que, se eles querem que falemos menos ainda sobre a homossexualidade, e que busquemos dar aos outros pecados maior parcela de nossa atenção, então eles não deveriam gastar tanto tempo esfregando a homossexualidade na cara de todo mundo, tentando legitimá-la e exaltá-la.
Há o argumento “é idolatria”. Alguns sabichões que se dizem eruditos afirmam que, em um texto como Romanos 1, a Bíblia realmente condena a idolatria, já que a adoração pagã era comumente acompanhada de atos homossexuais. Ora, tenho a suspeita de que aqueles que iriam justificar a homossexualidade desse modo provavelmente encontrarão outra justificativa para as religiões pagãs se esse fosse o assunto em discussão. Em qualquer caso, o argumento falha porque a Bíblia se refere à luxúria dos homossexuais e chama suas relações de não naturais. Esses fatores são independentes da idolatria. A associação com a idolatria é significativa, mas é incidental e desnecessária. A homossexualidade pode ocorrer à parte da idolatria, e quando isso acontece, a luxúria ainda existe e a relação ainda é antinatural, contrária ao que Deus considera natural. O argumento piora ainda mais as coisas para o lado dos homossexuais, pois chama a nossa atenção ao fato que Deus condena não só o ato manifesto, mas também o próprio desejo dos homossexuais.
Isso nos leva ao argumento “não é da sua conta”, que está ligado a muitos outros argumentos: “Se há amor, não é da sua conta. Se não causa mal, não é da sua conta. Se há consentimento, não é da sua conta”. Assim, eles dizem: “O que lhe dá o direito de interferir em nossos assuntos?”. Minha resposta deve nos lembrar que nossa discordância é realmente um efeito de um desacordo anterior e mais amplo — é um resultado do choque entre a cosmovisão cristã e a cosmovisão não cristã, a base do pensamento e do julgamento cristão e a base do pensamento e do julgamento não cristão.
O tempo todo a fé cristã aborda a vida das pessoas e, quando isso acontece, fala aos próprios pensamentos, desejos e motivos das pessoas. Assim, quando Jesus falou sobre adultério, ele não quis dizer apenas o ato sexual evidente, mas a própria luxúria como sendo um pecado. A Bíblia certamente considera roubo e fraude como pecados, mas a cobiça também é condenada. Como cristão, eu prego a mensagem da Bíblia. Então é claro que sua vida é da minha conta e não apenas suas ações, mas seus próprios pensamentos. Ora, você não precisa me dizer suas ações, e eu não tenho poder para ver seus pensamentos. Você não é responsável perante mim — eu não sou aquele que vai mandar você para o inferno. Você é responsável perante Deus, mas ele quer que eu fale isso a você.
E isso também responde ao argumento “quem é você para julgar”. É o mesmo argumento que o povo de Sodoma usou quando tentou arrombar a porta de Ló para poder fazer sexo com os anjos formosos (Gênesis 19). Se Deus não tivesse dito uma só palavra sobre a homossexualidade, eu ficaria perfeitamente feliz em deixar você comer suas próprias fezes como os animais fazem. Assim, eu não sou o juiz, mas há quem julga, e é dele que eu estou lhe falando, e do que ele fará se você não se arrepender.
Portanto, o que Deus fará com o homossexual? A Bíblia é clara sobre isso, mas os não cristãos não querem ouvi-la. Muitos daqueles que se dizem cristãos se recusam a aceitá-la. Então Paulo diz: “Não se deixem enganar”. Não deixem alguém mentir para vocês e não minta para si mesmos sobre isso. “Vocês não sabem que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não se deixem enganar: nem os sexualmente imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem homens que têm relações sexuais com outros homens, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os alcoólatras, nem os caluniadores, nem os trapaceiros herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6:9–10). Se você é um homossexual, Deus o coloca junto com idólatras, adúlteros, prostitutas, ladrões e assim por diante. Ele diz que se você é um homossexual, você irá para o inferno. É grande a tentação de discordar disso, ou de suavizar estas palavras, mas qualquer outra opinião não passa de engano.
Há esperança. A Bíblia continua: “Alguns de vocês foram assim. Contudo, foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus” (v. 11). Os coríntios foram algumas dessas pessoas. Eles eram idólatras, ladrões, adúlteros, homossexuais, indo em direção à punição eterna, à dor, à miséria e à loucura sem fim. Jesus Cristo os salvou e os mudou, então eles não eram mais idólatras, não eram mais ladrões, não eram mais adúlteros e não eram mais homossexuais.
Considere alguém que passou toda a sua vida praticando bruxaria. A Bíblia ensina que Deus vai danar esse rebelde espiritual ao inferno. Depois que essa pessoa é convertida à fé cristã e antes de se tornar hábil nas coisas de Deus, pode permanecer uma forte tentação de voltar às coisas com as quais ela está familiarizada. Ela dependia deles para ter uma sensação de segurança, controle, poder, alívio das preocupações com o futuro e segurança quando enfrentava dificuldades na vida. A tentação em si não significa que sua conversão tenha falhado, mas significa que ela deve lembrar a si mesma que essas coisas em que costumava crer eram falsas e não confiáveis, e que deve prosseguir e crescer na fé. Ela deve aprender a confiar em Jesus Cristo tanto para esta vida como para a vida futura. A pior coisa que ela pode fazer é convencer-se de que a bruxaria não é de fato proibida.
É possível que o homossexual mude, e mesmo assim as tentações permaneçam. O convertido deve abandonar seu passado pecaminoso, seu falso amor e seus maus desejos, aprender a confiar em Jesus Cristo e desenvolver o tipo certo de amor e o tipo certo de relacionamentos. Quando as tentações vierem, resista. Quando as tentações vencerem, arrependa-se. Continue aprendendo. Continue tentando. Não desista. Não ceda à fadiga espiritual. Não fuja da culpa desculpando o pecado. A pior coisa que uma pessoa pode fazer é se convencer de que a homossexualidade não é de fato um pecado. Isso seria como um retorno à feitiçaria, ao assassinato, ao adultério e à idolatria. Essa pessoa se ilude se pensa que foi salva do inferno.
Como hoje uma parcela significativa da Igreja tolera a homossexualidade, devemos também considerar a situação das pessoas. A mesma passagem que diz que Deus derrama sua ira sobre os homossexuais também condena aqueles que os aprovam: “Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá‑las, mas também aprovam aqueles que as praticam” (Romanos 1:32). A situação delas é o mesma dos homossexuais, e a condição dos homossexuais é o mesma dos idólatras, assassinos, ladrões e adúlteros.
O que devemos fazer com um assassino não cristão? Nós pregamos a Cristo para ele, convocando-o a se arrepender e crer no evangelho. O que devemos fazer com quem se diz cristão, mas prega que o assassinato é aceitável a Deus, ou apoia assassinos para exercer o ministério? Nós o excomungamos e depois o tratamos como não cristão, porque é isso que ele é. A mesma política deve se aplicar aos homossexuais e àqueles que os apoiam. Nós pregamos o arrependimento a homossexuais não cristãos, excomungamos cristãos professos que toleram a homossexualidade, e também excomungamos aqueles que se recusam a excomungá-los.
Com excomunhão, quero dizer que devemos declará-los como não cristãos, que devemos declarar que Deus os mandará para o inferno, que devemos evitá-los em todas as transações sociais e comerciais sempre que possível, e que devemos removê-los fisicamente instalações da igreja e do seminário. A única maneira de recuperar a comunhão com os crentes é renunciar à sua opinião anterior e declarar que a homossexualidade é de fato um pecado, e que aceitá-la é também um pecado, e oferecer uma profissão informada e sincera em Cristo, que a retidão é como Deus define, e apesar de todos terem falhado, Cristo nos introduz no reino dos céus, dando-nos fé nele.
— Vincent Cheung. Homosexuality and the Wrath of God. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 93–98. Tradução: Luan Tavares (14/03/2024).
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Casamento Civil
O casamento é uma ordenança da criação e não uma ordenança do culto (a palavra refere-se a uma forma de adoração, não necessariamente negativa).¹ É fundamentalmente diferente de algo como o batismo e a comunhão.
O batismo e a comunhão foram estabelecidos no contexto do culto e, portanto, devem estar associados ao culto adequado. Por essa razão, o batismo e a comunhão católica não contam. Se bem me lembro, Calvino sugeriu que uma pessoa que tenha sido batizada no Catolicismo não precisa ser batizada novamente. Eu discordo. Essa pessoa nunca foi batizada. Um mórmon ou um budista podem jogar um balde de água em mim, mas isso não equivale ao batismo cristão. Eu nego que os católicos sejam cristãos e, portanto, nego que o batismo católico é o batismo cristão. Portanto, eu me oponho a muitos cristãos reformados e a outros cristãos sobre esse assunto.
É dito que a legitimidade e a eficácia do rito estão associadas à fé do destinatário. Eu concordo, mas se a pessoa considera o batismo não cristão legítimo, então sua fé é defeituosa. Assim, o batismo católico ou mórmon nunca é o batismo cristão, porque a pessoa que aceita de bom grado esse batismo não pode ser um cristão, de modo que tanto o culto como a fé são falsos. Quanto ao batismo infantil, a questão da fé do receptor pode ser irrelevante no momento do batismo; entretanto, se a Igreja de Satanás pode batizar uma criança, e o batismo é considerado legítimo quando o receptor amadurece e olha para trás com a devida fé, então é necessário ser batizado em qualquer igreja, afinal? Os pais podem realizar o rito muito bem em sua própria pia da cozinha. Em qualquer caso, o batismo da Igreja de Satanás não é o batismo cristão e nunca pode se tornar o batismo cristão.
Em algumas de suas confissões, os reformados codificaram a política que somente ministros devidamente ordenados podem realizar o batismo ou servir à comunhão. Isso é um absurdo total. Não há base bíblica para isso. Em vez disso, a Bíblia diz que todos os cristãos são sacerdotes em Cristo, e como somos sacerdotes, e como não há exceção explícita, pelo menos em princípio até mesmo uma mulher ou criança cristã pode realizar o batismo e servir a comunhão, como qualquer sacerdote que tem autoridade para declarar e dispensar as graças da divindade a que serve. Parece que a única coisa proibida às mulheres é a autoridade oficial ou governamental na igreja. Grande diferença. Por uma questão de ordem da igreja, alguns indivíduos, muito provavelmente os ministros, são designados para realizar o batismo e servir a comunhão, mas isso não significa que somente eles têm a autoridade para fazer isso.
Os reformados são bastante inconsistentes e hipócritas sobre isso. Eles afirmam firmemente o sacerdócio de todos os crentes e, com base nisso, declaram que todas as vocações são santas, tão santas quanto o ministério do evangelho. Isso é uma besteira, já que nenhum sacerdote pode tornar a prostituição santa. E se o encanamento é tão santo quanto a pregação, então por que tanto o encanador quanto o pregador devem pregar a palavra de Deus ao mundo? Por que não apenas fazer mais encanamentos? Mas o pregador não é negligente se ele não fizer nenhum encanamento.
Em vez disso, a aplicação apropriada é que, uma vez que todos os crentes são sacerdotes, todos os crentes possuem a autoridade dos sacerdotes e podem desempenhar as funções dos sacerdotes. Totalmente independente da igreja e de outros crentes, os cristãos têm acesso direto a Deus através de Jesus Cristo, e eles podem administrar ― sim, até mesmo mulheres ― os dons de Deus sob Jesus Cristo. É uma negação do sacerdócio de todos os crentes limitar as funções sacerdotais aos chamados ministros “ordenados” ― como se houvesse uma classe de elite de crentes, que é precisamente a coisa que os reformadores alegavam que se opuseram. Não há supersacerdócio dentro ou acima do sacerdócio do crente.
O casamento é diferente porque não está associado a nenhum culto. Em vez disso, o que “faz” um casamento é o acordo entre um homem e uma mulher de que eles formarão um relacionamento desse tipo. Deus é a única testemunha necessária, e ele é a testemunha de todo casamento, quer seja reconhecido ou não. O primeiro casamento não teve uma terceira testemunha humana. Não havia estado nem igreja, a menos que usemos a palavra “igreja” de forma tão vaga que Adão e Eva contavam como a igreja. Mesmo assim, percebemos uma diferença, já que não havia culto formal.
Portanto, nenhum estado e nenhuma igreja pode criar ou destruir um casamento ― o relacionamento não tem relação necessária com eles, mas é formado apenas entre o homem e a mulher diante de Deus. O estado e a igreja só podem reconhecer o acordo entre o homem e a mulher, e o acordo ainda permanece, mesmo se o estado e a igreja se recusarem a reconhecê-lo. A igreja deve ter um cuidado especial para se lembrar disso ― ela não tem poder místico para formar uma união, por isso não deve alegar ter tal poder.
A implicação é consistente com o que (espero!) a maioria das pessoas já reconhece. Reconhecemos que os casais não cristãos são de fato casados, não importa como o casamento tenha ocorrido. Se eles dizem que são casados, então nós acreditamos que eles são, e esperamos que eles se comportem como se fossem casados, de modo que todos os princípios bíblicos concernentes ao casamento se apliquem, incluindo liderança masculina, submissão feminina, proibições contra o adultério, e assim por diante.
Se o homem fugisse com outra mulher e se casasse ela, não iríamos dar de ombros e dizer: “Bem, na verdade ele não era casado mesmo, e por isso não fez nada de errado”. Não, nós diríamos que ele já era casado, e portanto ele cometeu adultério e poligamia. Em outras palavras, não importa se um casal se casa sob um estado, igreja ou mesmo uma cerimônia de vodu ― se eles concordam que são casados, eles são casados. A cerimônia é apenas uma formalidade adicionada ao contrato de casamento real. Assim, um homem e uma mulher casados no catolicismo não precisam se casar novamente, porque eles não eram casados ​​pelo catolicismo, mas por seu próprio consentimento. É claro que a Bíblia inclui registros de cerimônias de casamento, mas como história, não como doutrina ensinando que essas cerimônias são necessárias para fazer um casamento. O que Deus uniu, que o homem não separe ― o homem não tem poder de fazer nem um, nem outro.
Os cristãos consideram o casamento como especial e espiritual. Eu concordo. No entanto, isso não permite que a igreja o torne algo que ele não é. Ele não é um sacramento. É um acordo instituído na criação, não em culto. Reservar algum poder especial à igreja para “fazer” uma união matrimonial é o pensamento católico. Seria muito hipócrita para os protestantes, e especialmente os reformados, discordar do que estou dizendo aqui.
Nenhuma cerimônia humana é estritamente necessária além do acordo entre o homem e a mulher. No entanto, quando vivemos em uma sociedade, muitas vezes há cerimônias e procedimentos adicionados a esse acordo matrimonial básico para que o relacionamento possa ser reconhecido nessa sociedade e para que o casal possa funcionar como uma unidade conjugal. É por isso que nos registramos no governo. Portanto, o casamento estatal é aceitável, porque nenhum estado ou igreja realmente faz o casamento.
Alguns cristãos podem se sentir desconfortáveis ​​com isso, mas o desconforto é devido às tradições humanas. A posição afirmada não afrouxa o padrão do casamento, mas o torna rígido, honrado e universal. Ela afirma que Deus considera todos os casamentos responsáveis, não apenas aqueles que foram realizados em uma igreja. Deus mantém todos os casamentos não cristãos segundo os padrões bíblicos e, é claro, eles jamais podem viver à altura desse padrão.
Qualquer pessoa que considere o casamento civil deve resolver isso com base na palavra de Deus, desafiando a tradição humana, de forma que sua consciência possa se alinhar com a verdade, e então estará livre para agir ousadamente e sem embaraço.
━━━━━━━━━━━━━━━ ¹ Nota do Tradutor: Em inglês cult, que pode ser traduzido como “culto” ou “seita”.
― Vincent Cheung. Civil Marriage. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 90–92. Tradução: Luan Tavares (12/02/2019, atualização em 14/03/2024).
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A Ceia do Senhor: Misticizada e Miniaturizada
Três conjuntos de versículos são considerados em conexão com a Ceia do Senhor. O primeiro vem dos Evangelhos Sinóticos: Mateus 26:26–29, Marcos 14:22–25 e Lucas 22:14–20. O segundo é 1 Coríntios 11:20–34. E o terceiro é João 6:53–57.
Esta terceira passagem é geralmente incluída em uma exposição da doutrina; no entanto, é improvável que ela se refira à Ceia do Senhor e, portanto, deve ser excluída. Robert Reymond oferece quatro razões. Primeiro, o contexto não se encaixa. Jesus estava se dirigindo a pessoas que não teriam entendido uma referência a um decreto que ele ainda não havia instituído. Segundo, “carne” não é a palavra que ele usou mais tarde quando instituiu a ordenança. Terceiro, suas palavras são absolutas e dizem respeito à salvação. É impossível que, para alcançar a salvação, Jesus exigisse a participação em uma ordenança que ainda não havia instituído. E, de fato, o ensinamento bíblico é que uma pessoa alcança a salvação antes de participar. Quarto, o contexto enfatiza ouvir e crer em suas palavras (v. 63), de modo que comer da sua carne e beber do seu sangue sejam melhor entendidos como metáforas para a aceitação de seus ensinamentos.
Para ilustrar o quarto ponto, Jesus se chamou de pão do céu, ou maná (João 6:30–40), mas isso se referia ao alimento espiritual pela fé nele, e não à obra de expiação simbolizado pelo partir do pão. Ele faz exatamente isso neste contexto: “Porque a vontade do meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna” (v. 40). Assim, seria um equívoco identificar esse pão de nutrição com o pão da comunhão.
Portanto, a doutrina do Novo Testamento da Ceia do Senhor se baseia principalmente nos versículos Sinóticos e Paulinos.
A doutrina Reformada da Ceia do Senhor é sem dúvida superior à abominação do Catolicismo. Dito isto, ela tem seus próprios problemas. Embora menos sérios, esses problemas continuam a manter a tradição humana e a superstição acima do ensinamento claro da Escritura. É claro que nem todos são exclusivos da tradição Reformada. Aqui vou listar dois deles.
Primeiro, a Ceia do Senhor foi misticizada. Isto é visto em dois aspectos da doutrina reformada, e estes são a presença “real” e a nutrição espiritual associada aos elementos. A formulação de Calvino era indefinida e ininteligível, até absurda. Como Reymond ressalta, Charles Hodge considerou-a “peculiar”, e William Cunningham disse que era “tão ininteligível quanto a consubstanciação de Lutero” e “talvez, a maior mancha na história das obras de Calvino como instrutor público”. Robert Dabney denunciou-a como “estranha” e “não apenas incompreensível, mas impossível”. Talvez o próprio Calvino tenha percebido as dificuldades e finalmente recorrido a um apelo ao mistério — uma desculpa favorita dos teólogos reformados para afirmar algo que eles não podem defender, ou que não podem nem mesmo afirmar de forma inteligível.
Em qualquer caso, o obstáculo definitivo é que os versículos Sinóticos e Paulinos não mencionam ou sequer insinuam qualquer tipo de presença ou nutrição quando se trata da Ceia do Senhor. Não há base bíblica para eles. Eles parecem ser completamente inventadas para romantizar a ordenança e infundi-la com piedade mística. Portanto, a formulação de Calvino não pode ser resgatada, e na medida em que as variações reformadas mantêm esses dois aspectos da formulação, elas perpetuam o absurdo.
Segundo, a Ceia do Senhor foi miniaturizada. Os versículos Sinóticos indicam que a ordenança foi instituída no contexto de uma refeição completa. Os versículos Paulinos presumem que a Ceia foi substancial o suficiente para satisfazer a fome e para alguém se embebedar. O apóstolo ordenou que os crentes esperassem uns pelos outros antes de comerem, ou se estivessem com muita fome, que comessem em casa (1 Coríntios 11:20–21, 33). Isso não faria sentido se a ordenança consistisse em copinhos e biscoitos consumidos em poucos segundos.
A Ceia do Senhor é uma figura para festejar na mesa do Mestre. Nas culturas orientais e de forma mais fraca também nas culturas ocidentais, jantar com outra pessoa é um sinal de amizade, e é um sinal de rejeição recusar-se a comer com ela (1 Coríntios 5:11). Sentar-se à mesa do rei era uma tremenda honra (2 Samuel 9:7), e aqueles que comem juntos são os mais queridos amigos e companheiros. Na Ceia do Senhor, os cristãos sentam-se à mesa do Rei — independentemente de raça, status ou sexo — para comer e beber para sua honra, em lembrança de seu sacrifício por nós e com expectativa de seu retorno. Esse vínculo em virtude de nossa lealdade comum ao Rei dos Reis é mais forte que a relação de sangue, e a Mesa fornece o contexto para que esse vínculo se manifeste e se desenvolva.
Tudo isso é obscurecido quando a ordenança é reduzida a copinhos e bolachas. O pleno significado da Mesa, a profunda comunhão, a alegria e o riso, o conforto e o encorajamento, a plena lembrança do que o Senhor fez durante horas de conversação, estão todos perdidos. Todos os debates sobre os elementos são limitados em significância, enquanto estamos discutindo sobre copinhos e bolachas, porque todo esse tempo não há de fato nenhuma ceia real para falar, e toda a prática tem sido muito mais antibíblica, ritualística e sem sentido do que as pessoas percebem.
— Vincent Cheung. The Lord’s Supper: Mysticized & Miniaturized. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), pp. 88–89. Tradução: Luan Tavares (03/03/2019, atualização 12/03/2024).
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Não Há Sinergismo Real
Em sua Systematic Theology [Teologia Sistemática], você diz que a santificação é sinergística, porque cooperamos com Deus, ainda ele seja a causa de nossas ações, a causa de nossas boas obras. Mas, neste sentido, não poderíamos dizer que a conversão também é sinergística? Não estou falando sobre regeneração ou justificação, mas sobre o ato de crer. Porque, embora Deus seja o autor e a causa da nossa fé, nós exercemos a fé, como na santificação. Não seria melhor dizer que mesmo nossa santificação é monergística?
Vamos usar o xadrez como analogia. Todas as analogias têm suas limitações, mas conquanto nos concentremos no que uma analogia pretende ilustrar, ela pode ser útil.
Existem dois “níveis” de realidade em um jogo de xadrez: [1] As ações dos jogadores e [2] as relações entre as peças do xadrez. Se estamos falando sobre o #2, então “cavalo captura peão” faz sentido. Mas quando dizemos isso, é claro que não queremos dizer que o cavalo se move e remove o peão do tabuleiro de xadrez. Presumimos que o cavalo não tem poder inerente para se mover, mas presumimos que foi um jogador que causou o movimento. No entanto, já que estamos falando no nível 2, não precisamos mencionar o jogador, embora ele seja uma parte necessária de todo o quadro. Mas quando o tópico muda para uma discussão de causa, para o nível 1, então “cavalo captura peão” não faz sentido como uma descrição da causa, visto que não é uma descrição da causa. Devemos falar sobre o jogador.
Agora, aplicando essa analogia ao nosso tópico, vamos adicionar algumas coisas ao jogo de xadrez: [A] Suponha que as peças de xadrez sejam de fato autoconscientes — seres inteligentes com consciência, processos de pensamento e sentimentos. [B] Suponha que qualquer evento no tabuleiro de xadrez, qualquer ação associada às peças de xadrez, deva ser inteiramente causado por um jogador. Isso inclui os pensamentos e sentimentos nas peças de xadrez. [C] Suponha que algumas ações realizadas pelo jogador nas peças de xadrez envolvam uma consciência nas peças de xadrez, e algumas ações não.
Admitindo-se B, é concebível que não tenhamos interesse em distinguir os dois tipos de ações em C. Mas suponha que estejamos interessados ​​em fazer uma distinção, então podemos chamar o primeiro tipo de C1 e o segundo tipo de C2.
Agora estamos prontos para aplicar isso ao tópico da soberania divina e salvação.
Se o tópico é metafísica, ou causalidade, termos como “sinergismo” e “causa secundária” não fazem sentido. Eles são sem sentido e inúteis. Quando o tópico principal é a soberania divina, estamos de fato falando sobre metafísica, sobre causalidade. Isso significa que eu me oponho à doutrina tradicional sobre o assunto. É absurdo dizer que a soberania de Deus não tira, mas sim estabelece “a liberdade ou contingência das causas secundárias”. É claro que a liberdade e a contingência são eliminadas. Elas, junto com a própria ideia de causas secundárias, são inteiramente destruídas e tornam-se sem sentido.
Se o tópico são as relações entre objetos criados, então o termo “causa secundária” ainda não faz sentido, pois se a discussão é limitada neste nível, então a “causa” na verdade não é “secundária”, e o que é “secundária” não é realmente a “causa”. Às vezes, mas raramente, eu uso o termo para acomodar o costume (para que as pessoas saibam do que estou falando, embora, como o termo em si seja um absurdo, eu me pergunto se alguém realmente sabe do que a doutrina está falando!), o que tento não eliminar completamente, embora seja difícil alguém me acusar se eu o fizesse. Em qualquer caso, geralmente faço algumas ressalvas para evitar muita confusão.
Meu uso do termo “sinergismo” também é para acomodar o costume.* Deve haver alguma maneira de distinguir entre C1 e C2. Todas as coisas são causadas por Deus, mas coisas como eleição e justificação não estão associadas a qualquer consciência ou sentimento no homem, enquanto a santificação — como resistir à tentação, ou mesmo mover seus lábios para orar — envolve algum esforço consciente, alguma consciência e sentimento no homem (observe que em minha Teologia Sistemática, eu também uso a consciência do esforço como a razão para fazer uma distinção para a santificação). Em C2, mesmo o esforço e a consciência são causados ​​diretamente por Deus, de modo que, metafisicamente falando, o homem de fato não contribui ou coopera — as criaturas nunca contribuem ou cooperam no sentido metafísico, mas apenas no sentido relacional.
Assim, alguma distinção entre justificação e santificação é garantida. No entanto, sua pergunta suscita a questão sobre se sinergismo é o melhor termo para descrever esta distinção, uma vez que a ideia de “energia” está envolvida, e o homem de fato não contribui com nenhuma energia inerente de si mesmo para cooperar com Deus. Até mesmo qualquer “energia” colocada no homem deve ser movida por Deus para exercer sua função. Na santificação, Deus faz com que o homem coopere com os preceitos divinos enquanto causa uma consciência de esforço no homem.
Com relação à necessidade da distinção entre conversão e santificação, eu entendo seu ponto, mas uma distinção poderia ser garantida. Isso porque, na santificação (por exemplo, quando alguém resiste à tentação), uma pessoa já tem fé, mas quando uma pessoa é convertida, ela recebe fé — não há nenhum esforço espiritualmente bom para receber fé. Em termos de causalidade, pode-se argumentar que não há diferença — todas as coisas são causadas direta e exclusivamente por Deus. Mas em termos de relação entre as coisas criadas, há uma diferença. Na santificação, Deus já instalou uma disposição piedosa no homem e faz com que ele esteja ciente de seus esforços.
A conclusão é que não há sinergismo real em qualquer ação realizada pelas criaturas, mas se precisarmos de uma palavra para sinalizar uma distinção entre dois tipos de eventos causados ​​por Deus — um sem a consciência do homem, o outro com a consciência do homem — então “sinergismo” é uma opção, embora seja indiscutivelmente imperfeita.
* Para ilustrar, embora falemos da “inspiração” da Escritura, 2 Timóteo 3:16 se refere à “expiração” da Escritura, que Deus soprou as palavras da Bíblia. No entanto, a palavra “inspiração” tem sido tão usada para denotar a revelação e inscrição das palavras da Escritura que não é confundida com a ideia de respirar algo. No entanto, em um contexto teológico, tanto a inspiração quanto a expiração devem ser definidas e usadas consistentemente, como eu defini monergismo e sinergismo, e usei esses termos de maneira consistente.
— Vincent Cheung. There is No Real Synergism. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 85–87. Tradução: Luan Tavares (08/10/2021, atualização em 12/03/2024).
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Pare de se Preocupar com a sua Saúde!
Preocupação é pecado. Se você está sempre precupado, você está fora da vontade de Deus e está pecando. Você não está vivendo em paz (Filipenses 4:6-7). Você pode ficar doente ou até morrer. Você não precisa se preocupar com sua saúde. De fato, você não deve se preocupar com nada (cf. Mateus 6:25-34). A fé remove a preocupação. Então mantenha seus olhos fixos em desenvolver sua fé no que Deus diz sobre a cura. Quando os pensamentos de preocupação surgirem (e eles surgirão), fale a Palavra de Deus da mesma forma que Jesus fez com Satanás quando ele foi tentado. Você não precisa se preocupar com a possibilidade de ficar doente e de Deus não querer curar você. Deus está perfeitamente disposto a curá-lo de qualquer doença. Não se preocupe em ficar caduco. A aliança de cura de Deus cobre a senilidade e até a senescência (vide a beleza, a fertilidade e o vigor de Sara aos 90 anos). Você não ficará confinado em uma casa de repouso, ou inválido que faz xixi nas calças e que não consegue se alimentar sozinho. Todos os seus dentes continuarão perfeitos. Suas pernas e braços terão o mesmo vigor da juventude. Seus olhos enxergarão perfeitamente. A aliança de cura de Deus cobre a claudicação, a incontinência e a necessidade de usar uma cadeira de rodas. Se você não vai contrair nada que Deus não cure, então pare de se preocupar com isso. Pare de se ver ficando doente. Quanto mais você apresentar a doença como parte da sua identidade, mais você falará palavras de maldições e atrairá a doença para você: “Visto que amou a maldição, ela lhe sobrevenha; e pois que não desejou a bênção, ela se afaste dele” (Salmo 109:17). Além disso, ninguém gosta de estar perto de alguém que está sempre falando sobre como ficará doente no futuro e como se tornará um fardo na velhice. Pare de falar besteira e comece a falar a Palavra de Deus com fé. Lance fora a preocupação e coloque a fé no lugar.
— Luan Tavares
#luantavares #curabiblica #osenhorquetesara
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Testemunhos de Milagres de Vincent Cheung
Eu estava em uma igreja em Hong Kong, e o guitarrista habitual não conseguia tocar porque estava com as mãos lesionadas. A igreja tinha ouvido falar de algumas coisas que estavam acontecendo nas minhas reuniões nos Estados Unidos, então depois que o pastor terminou seu sermão, ele me pediu para orar pelo guitarrista. Aqueles cristãos sabiam como fazer isso sozinhos, mas ele queria que eu fizesse. Quando o guitarrista ficou na minha frente, a parte superior do corpo dele começou a tremer. Então perguntei se a dor estava passando e ele disse que sim. Percebi que Deus já havia começado, então, em vez de tocá-lo, apontei para suas mãos e disse em voz alta: “Você tem de ser curado. Você não tem escolha!” E ele foi curado.
Meu método preferido era a imposição de mãos. Quando as pessoas começaram a receber cura antes que eu pudesse tocá-las ou orar por elas, eu ajustei minha abordagem. Reduzi o contato físico, para poder aproveitar esse fenômeno, dizendo às pessoas que Deus é quem cura, que ele está curando sem mim, antes que eu pudesse começar a orar, ou mesmo antes de perceber que a cura está acontecendo.
[...]
Quando voltei para os Estados Unidos, algumas pessoas começaram a receber a cura em seus assentos e quando se aproximaram de mim. Na primeira vez que isso aconteceu, uma mulher testemunhou que um crescimento anormal em seu ombro desapareceu enquanto eu pregava, e eu nem estava falando sobre cura. Então eu aproveitei isso e disse às pessoas: “Vejam! Vejam! Essa pessoa foi curada e eu nem sabia disso. Aquela outra pessoa foi curada e eu ainda nem terminei de perguntar a ela sobre sua doença. Eu nem estava pronto. Deus é quem cura, não eu”. Isso não acontece com todo mundo, mas acontece com frequência suficiente para que eu use como indicação de que não sou eu quem dirige as coisas.
— Vincent Cheung. Advancing in Healing Ministry. Disponível em Sermonettes — Volume 8 (2015), p. 71. Tradução: Luan Tavares.
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CFW, causas secundárias, etc.
Por que você acha que os teólogos de Westminster¹ declararam que Deus ordenou tudo o que acontece e depois também declararam que Deus não é, por isso, o autor do pecado?
Parece que, como a maioria dos teólogos, eles presumiram que causar o mal é cometer o mal; portanto, eles tiveram que distanciar Deus do mal. No entanto, a suposição de que causar o mal metafisicamente é cometer o mal moralmente é falsa e raramente mencionada ou defendida. É assumida como verdadeira, mas são duas questões distintas. Uma trata de como algo pode acontecer, e a outra trata de quais leis morais Deus declarou para definir o que é bom e o que é mau. Se ele não declarou que é mau para si mesmo causar metafisicamente o mal, então como os homens ousam dizer que é mau para ele fazer isso?
Dizer que Deus não é o autor do pecado significa necessariamente que a sua soberania não pode ser direta e exaustiva. Que Deus é totalmente soberano é algo que a Bíblia ensina claramente. Por outro lado, que Deus não é o autor do pecado é algo que os homens desejam sustentar contra a Bíblia. Portanto, eles afirmam ambos, e a maioria dos teólogos tenta contornar isso com decretos permissivos (mas o conceito não faz sentido), com causas secundárias (mas Deus causa e controla diretamente essas causas “secundárias” ou não?), e com o compatibilismo (mas isto é irrelevante, uma vez que se Deus controla todas as coisas, então o fato de os homens fazerem escolhas e as escolhas que fazem também são controladas por Deus, de modo que isto significa apenas que Deus é compatível consigo mesmo; portanto, a ideia é uma encheção de linguiça que não abordar a questão).
Quando você se recusa a aceitar bobagens e pressiona no assunto, eles ficam irritados¹ e chamam o assunto de mistério, e chamam você de herege se você insistir que a doutrina bíblica é clara. Mas se isso for permitido, então qualquer um pode manter qualquer posição sobre qualquer assunto, e simplesmente chamá-lo de mistério.
=//=
…a Confissão de Westminster sobre as causas secundárias e o autor do pecado: “Deus, desde toda a eternidade, pelo mais sábio e santo conselho de sua própria vontade, ordenou livre e imutavelmente tudo o que acontecesse: ainda assim, como nem por isso nem Deus é o autor do pecado, nem se oferece violência à vontade das criaturas; nem a liberdade ou contingência de causas secundárias é eliminada, mas antes estabelecida.”
Acredito que se uma pessoa é cristã e um tanto inteligente, então se repetíssemos: “Se Deus não é a causa metafísica direta de alguma coisa, então alguma outra coisa é”, na cara dela várias vezes, eventualmente ela perceberia o que isso realmente significa e ficaria tão alarmada e enojada com essa ideia quanto nós. Mas talvez a fé e a inteligência sejam raras, e a junção ainda menos provável.
Quanto à causação secundária, já a abordei várias vezes. Se nada der certo, eu posso dizer que não fui eu que escrevi os livros, mas sim meu computador. O fato de eu estar digitando nele quando os livros apareceram não anula a autoria do computador ou sua responsabilidade moral, mas apenas a estabelece. Se a resposta for que o computador não é uma mente inteligente, mas um objeto morto, eu insistiria que o Dual Core é superior a uma massa de barro (Romanos 9). Em qualquer caso, se a autoria de Deus estiver tão distante (eu não fiz o computador, o software, nem fiz ou controlei a eletricidade), ele pode não ser tão claramente o autor do pecado.
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… na Confissão de Westminster é afirmado: “Desde toda a eternidade e pelo mui sábio e santo conselho de sua própria vontade, Deus ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.” Arthur W. Pink escreveu em um livro sobre a soberania de Deus: Mais uma vez, é preciso ter cuidadosamente em mente que Deus não decretou que Adão pecasse e depois injetou nele uma inclinação para o mal, a fim de que Seu decreto pudesse ser realizado. Não — “Deus não pode ser tentado, nem tenta a ninguém” (Tiago 1:13). Em vez disso, quando a Serpente veio tentar Eva, Deus fez com que ela se lembrasse de Sua ordem proibindo comer da árvore do conhecimento do bem e do mal e da penalidade associada à desobediência! Assim, embora Deus tivesse decretado a Queda, em nenhum sentido Ele foi o Autor do pecado de Adão, e em nenhum momento a responsabilidade de Adão foi prejudicada. Assim, podemos admirar e adorar a “multiforme sabedoria de Deus”, ao conceber uma maneira pela qual o Seu decreto eterno deveria ser cumprido, e ainda assim a responsabilidade das Suas criaturas ser preservada intacta.
Se estou certo, então eles devem estar errados. A questão é: como podem eles estar certos sem contradição — que Deus controla todas as coisas, mas na verdade não controla, que Deus causa todas as coisas, mas na verdade não causa? O Reformado gosta de apelar para “mistério”, “paradoxo” e “antinomia”, que nada mais são do que termos mais dignos e enganosos para dizer: “Claramente estou me contradizendo, mas não me importo”. Em vez disso, parece-me que a soberania divina é uma doutrina totalmente clara e coerente. É muito fácil de entender. Também respondi ao abuso quase universal de Tiago 1:13. Tentação e causação são duas coisas diferentes, e o tópico é causação, não tentação.
Devemos nos submeter aos ensinamentos diretos da Escritura e às suas implicações necessárias, e não às tradições e boas intenções dos homens.
— Vincent Cheung. WCF, secondary causes, etc. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 82-83. Tradução: Luan tavares (09/03/2020).
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Qual é o Sentido?
Se você insiste que homens e mulheres são escolhidos por Deus para a vida eterna ou para a morte eterna, então não há absolutamente nenhum sentido no evangelismo.
Tal como acontece com todos os desafios contra as doutrinas da soberania divina e da eleição divina, esta objeção popular é fácil de responder. É também muito triste, porque a objeção revela a atitude sinistra que está no coração desta pessoa, algo que ela provavelmente se recusaria a afirmar em termos explícitos.
Qualquer pessoa que levanta esta objeção me diz que está longe de Deus e não tem respeito por ele. Denuncia uma atitude que diz: “A menos que meu papel seja pelo menos tão importante e determinante quanto o papel de Deus, não vejo absolutamente nenhum sentido em fazer o que ele me diz para fazer. A menos que minha desobediência contribua direta e necessariamente para a danação eterna de alguém — fazer com que ele queime no inferno para sempre — não há sentido em obedecer a Deus, absolutamente nenhum”. Eu tinha mais temor a Deus do que isso, mesmo antes de me tornar cristão. Eu ficaria apavorado demais para me aliar com algo assim.
Em qualquer caso, esta objeção é usada por muitos, se não pela maioria, daqueles que se autodenominam cristãos, mas que resistem às doutrinas da soberania divina e da eleição divina, e diz-nos o que eles realmente pensam sobre Deus. Eles se reúnem todas as semanas para adorar um Deus cujas ordens considerariam inúteis no momento em que descobrem que ele tem mais controle do que pensavam e que, na verdade, não depende deles para realizar seus planos. Como se costuma dizer, com amigos como estes…
Que Deus tenha misericórdia do seu povo.
━━━━━━━━━━━━━━━ ¹ Adaptado de uma correspondência de e-mail.
— Vincent Cheung. Sermonetes — Volume 1 (2010), p. 81. Tradução: Luan Tavares (01/09/2021, atualização em 03/03/2024).
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