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Definições técnicas

Cada quadrado da grid do tabuleiro representa 1 metro dentro da realidade virtual, possibilitando a tradução do espaço entre os objetos. A plataforma não possui um tipo de código com linguagem própria e se apropria da complexidade do QRCode para que possa armazenar quantidades grandes de componentes.

Usos

A plataforma fornece uma prototipação rápida de ambientes tridimensionais com vários componentes, sendo assim alguns dos potenciais usos nos quais diversos aspectos da plataforma foram inspirados são: 

Visualização e iteração de mapas para jogos tabletop: Diversos jogos tabletop utilzam métodos analógicos para a visualização dos ambientes e rastreamento dos personagens no espaço. A plataforma pode ser utilizada como uma forma de aumentar as possibilidades da plataforma analógica fornecendo um suporte digital e um outro nível de imersão aos jogos tabletop.

Prototipação de jogos: Apesar das limitações de espaço, que podem tornar a plataforma não tão prática quanto utilizar um software de criação de jogos, a plataforma fornece um modo de prototipar jogos de modo tátil e que pode ser mais acessível para designers de jogos iniciantes e hobbystas. 

Visualização e customização de espaço: A plataforma pode ser usada para fins mais práticos, como de planejamento de espaço, usando as definições de metros da grid pode-se planejar a re-organização de uma sala ou quarto. 

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Estrutura 

 A partir da proposta inicial, surgiram algumas questões de estrutura dessa plataforma de construção de narrativa com ponte de AR a VR. Como o objetivo da plataforma é ser de fácil acesso e visando a pluralidade de assets disponíveis para que os usuários possam criar histórias mais diversas, o ideal seria que os “tokens” AR fossem o mais simples possíveis de serem criados pelo usuário, mas que também dessem possibilidades múltiplas de construção, associando personagens e cenários a sons e interações diferentes em um mesmo espaço. O formato de hexagonal foi levado em conta pela possibilidade de encaixes, naõ só na peça como no tabuleiro, porém se torna um objeto mais complexo de ser montado manualmente, caso fosse uma peça 3D, ou perde um pouco do tátil se tornando uma peça planificada.

A composição criada pelos componentes seria similar a um “prefab” do unity, mas levando em conta as delimitações físicas do espaço. 

O tabuleiro então também deve levar em conta o formato desses tokens e possibilitar a expansão desse espaço sem ocupar além do necessário do espaço físico, mantendo os símbolos ainda legíveis para o escaneamento. 

A plataforma conta com diversos tipos de interação, de visualização dos componentes disponíveis na plataforma, impressão dos componentes para uso em AR, scan da cena criada e upload da mesma na plataforma VR de escolha. Como uma forma de aumentar as possibilidades de customização diminuindo um pouco a poluição de símbolos, surge a ideia de mescla dos componentes, aonde pode-se juntar dois componentes ou mais em um só gerando apenas um código. 

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Proposta

   A proposta inicial é uma forma de construção de narrativas através de uma ponte entre a realidade aumentada e a realidade virtual, aonde a exploração dos sentidos são parte integral dos componentes da criação das histórias. Através de um tabuleiro com grid determinando os espaço entre os objetos, tokens com iconografias legíveis por um aplicativo geram componentes que contém diversas características, cor, forma, som e até cheiro. A montagem dessa “cena” é então registrada e pode ser experienciada como se a pessoa estivesse dentro do ambiente, utilizando accelerometro para andar pelo espaço real e virtual. Os “ingredientes” dessas história poderiam ser gerados pelos próprios usuários, que alimentam a ferramenta de narrativa pela plataforma, gerando uma gama maior de possibilidades. 

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Bouquet & a Comunicação Olfatória

   Bouquet é um projeto de interface olfatória sintética criado pelos estudantes Erika Marthins, Arthur Moscatelli, Pietro Alberti e Andrea Ramìrez Aburto da ÉCAL na Suíça, surgido de um workshop de exploração de comportamentos em comunicação com o objetivo de desenvolver dispositivos para comunicação além do smartphone. O projeto foi desenvolvido em apenas uma semana e visa criar uma relação sinestésica da interface com a obra.

Como?

 A interface funciona através de um cone de madeira com um buraco na base e um sensor óptico na ponta, conectado a um Arduino detectando as cores e identificando os cheiros associados. Dentro do cone um disco controlado por um motor maneja os cheiros diretamente no nariz do usuário, rotacionando pedaços de algodão imbuídos de diferentes aromas de acordo com as cores detectadas. O cone é utilizado em conjunto com uma série de pôsteres de cores chapadas para serem traduzidas em cheiros.

   Por que?

    O projeto cria uma forma interação pouco explorada em projetos de design, aonde o aspecto visual fica em segundo plano para a comunicação olfatória. O olfato é um dos sentidos menos explorados em mídias, e também o sentido mais associado a memória e emoção humana, por isso a área que mais tem sido bastante explorado seria a de branding pela sua capacidade de influenciar consumidores a passarem mais tempo em lugares, mudar a perspectiva sobre produtos e criar conexões emocionais com marcas que ficam marcadas na memória, como uma forma de logo olfatório.

A relação entre cheiro e emoção pode ser entendida a partir da investigação do processamento das informações olfativas pelo sistema sensorial. Quando sentimos um aroma, de imediato as amígdalas trabalham e relacionam aquele odor à ação que está ocorrendo ou como nos sentimos naquele momento. (...) Quando voltamos a sentir o mesmo cheiro, a memória afetiva é ativada, e a conexão entre o aroma e a emoção correspondente torna-se perceptível.

- Scardua (2011, s.p) 

Com diversos projetos focando no desenvolvimento de visuais realísticos e imersivos, e mais recentemente no feedback tátil, muito voltado para a integração em tecnologias de realidade aumentada e realidade virtual; o projeto aponta uma possibilidade de integração do olfato nessas tecnologias, aonde o olfato pode se integrar a narrativa de um jogo ou a interação de um software, integrando um outro nível de leitura da experiência, até mais rápida do que a visão ou audição. 

O olfato é nosso sentido mais lento, porque depende de mensagens carregadas pelo ar, mas  ele também pode ser nosso sentido mais rápido.    (...) Os sinais visuais ou sonoros devem ser assimilados pelo tálamo antes de chegar às regiões interpretativa do cérebro, enquanto mensagens olfativas vão diretamente do nariz para o córtex olfativo do cérebro, para processamento instantâneo.  

- Jay A. Gottfried

Futuro

    Como é um projeto feito em curto tempo não é muito polido e apesar da simplicidade tem um aspecto um pouco desajeitado na interação com o usuário, sendo bastante grande criando uma certa dificuldade de manejá-lo e tendo um formato não muito intuitivo, apesar de remeter ao nome e sua função como um buquê de aromas. Com um motor menor talvez poderia ter sido desenvolvido um recipiente mais enxuto e ergonômico para o manejo do indivíduo, com afinamento no meio do cone formando uma área mais confortável para as mãos. Ao invés de um pequeno buraco poderia ter sido usado algum tipo de tela que fornecesse vazão e mais proteção ao objeto, não possibilitando a entrada de insetos ou outras coisas indesejadas.

A solução do disco com essências artificiais diferentes é bastante efêmera e não seria uma solução eficaz para uma tecnologia de uso mais frequente. Também é muito provável dos cheiros se misturarem, visto que há pouca barreira entre eles, e até de serem absorvidos pelo cone por ser de madeira, que comumente absorve os cheiros do que é colocado no material, fazendo com que os componentes tenham de ser mudados de recipiente. Um recipiente menos absorvente, como algum tipo de metal poderia ajudar a manter os cheiros livres de influência por mais tempo. Além disso os discos poderiam ter formas mais compactadas, e o motor ser usado não só para rotacionar como abrir os receptáculos de cheiros, os mantendo mais frescos e livre de influência de outros cheiros contidos na interface. Os aromas poderiam estar guardados em cápsulas ao invés de recipientes de algodão, assim como o Scentee, e para aumentar as possibilidades de cheiros poderia ser usado a interação entre dois cheiros em cores no meio do caminho entre as definidas.

  Se aplicado a tecnologia VR e AR a interação sinestésica com os cheiros e a maior possibilidade de tipos de cheiros e combinações poderia ser transformando em uma mecânica de jogabilidade principalmente guiada pelo olfato, e a interface poderia ser pensada para acoplar ao óculos e ao controle, utilizando o controle da mão para a detecção de cores; usando um celular para captar cores reais no caso do AR e no caso do VR apenas lendo o código das cores dentro do jogo, e acoplando a saída do cheiro ao óculos ou ao smartphone como faz o Scentee. Acoplado as tecnologias háptica de resposta de toque já em desenvolvimento para essas plataformas, 4 dos nossos 5 sentidos seriam utilizados nessas experiência, aumentando a capacidade imersiva da tecnologia.

Bibliografia:

Fast Company, Smell Based User Interfaces are on the way

Niklas Roy, ECAL Communication Devices Estadão, Olfato é o Sentido Mais Ligado as Emoções e a Memória

Memória Olfativa

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Extensão de interação

O projeto hairware tem como objetivo a tradução do contato inconsciente de brincar com o próprio cabelo em um contato consciente de interação com outros dispositivos através de extensões de cabelo. Através de um sensor de toque capacitivo nas mechas quimicamente metalizadas para conduzir correntes elétricas, as extensões detectam variações de toque e fazem uso de inteligência artificial para reconhecer as intenções do usuário que são transmitidas por bluetooth para um smartphone. 

A tecnologia pode ser então utilizada para enviar mensagens, compartilhar localização, tirar fotos, gravar conversas de forma quase imperceptível, programando diferentes gestos para cada funcionalidade.

Bibliografia:

Katia Vega http://katiavega.com/?page-portfolio=hairware Idealog https://idealog.co.nz/tech/2015/04/tech-week-stroke-your-hair-control-your-phone

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A Natural History of the Senses: In Every Sense

   A introdução In Every Sense do livro A Natural History of the Senses de Diane Ackerman elucida a sua percepção à cerca da importância dos sentidos como exploração científica e poética; não há forma de entender o mundo sem detectá-lo através dos sentidos, pelo menos de início.

   Os alcances dos nossos sentidos é que define o limite da nossa consciência; podemos aumentar os nossos sentidos, através de objetos e tecnologia como microscópios, potencializando a nossa visão do mundo microscópico, satélites que nos possibilitam distâncias maiores, como a visão de toda a formação do nosso planeta em tempo real, além de outros planetas e galáxias, óculos de grau que realçam e corrigem a nossa visão, celulares que nos conectam ao redor do mundo, podendo ouvir e ver alguém do outro lado do planeta, entre outros; mas aquilo que estiver além do alcance dos nossos sentidos nós não podemos conhecer. 

Botanical Illustration: Orchid por Jane Dautant

Mapa de Paris, França, visão de satélite 

Por isso temos o desejo de aumentar os limites de nossos sentidos, seja por meio de drogas, experiências intensas como performances espetaculares de circo, filmes de horror que despertam nossa sensação de luta e fuga, explorar lugares e comidas exóticas, até arriscando nossas vidas em busca de novos sabores, afinal pessoas atravessaram continentes por especiarias e domaram plantas e animais potencialmente venenosos como alimento.

  Os sentidos nos unem; apesar das diferenças culturais entre as pessoas do mundo, do que consideram um cheiro bom, ou um desenho bonito, usamos os sentidos da mesma forma. Mesmo quando as nossas ideias não nos conectam, não superam o espaço e o tempo que nos afastam, os sentidos conseguem: uma descrição com atençãos aos aspectos sensoriais de um interação de milhares de anos atrás ainda possui sentido para um humano hoje em dia, ainda é uma experiência na qual podemos nos conectar, por mais que ideias que permeavam essa mesma época hoje nos sejam obsoletas. Pois os sentidos, além de serem as ferramentas nas quais detectamos o mundo, são aquilo que confere significado, a partir dessas conexões formamos os nossos pensamentos, transpondo nossas sensações ao cérebro, temos o princípio de qualquer conhecimento.

Johanna Harmon, Spring's Warmth, 1968

Bibliografia: ACKERMAN, Diane. A Natural History of the Senses. Introdução: In Every Sense

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Visão

O aspecto visual tende a ser predominante nos projetos de design, sendo a estética e comunicação por meio de imagens, texto e formas os aspectos mais associados ao campo do design. Por meio das postagens a seguir citarei exemplos do uso do design em outros sentidos como tato, audição, olfato e paladar.

Tato

3D Printed Fashion ,Surface Skins

O tato está presente no campo de design tanto pela preocupação com a qualidade do toque de um objeto, advindo dos materiais utilizados, superfícies, tecidos, impressões,etc, também como pelo uso da textura projetada para o controle dos objetos pela mão ou outras partes do corpo e objetos, como pela representação da textura pelo aspecto visual de uma representação tridimensional. 

Papercraft Countdown

O tato também pode ser o meio de comunicação principal do projeto, utilizado como uma representação tátil de uma história pelo reconhecimento de desenhos, letras, padrões à partir da interação com o objeto.

Educational Ball, 3D Printer Braille Picture Book

A interação com o objeto, também pode ser o foco por si só.

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As possibilidades de interação tátil em projetos de design tendem a estar mais presentes em projetos que lidem com materiais físicos, utilizando do relevo e textura de superfícies diversas, utilizando diversos processos de artesanais a industriais até mais recentes como impressão 3D. Em projetos digitais tendem a existir em campos mais experimentais, como é o caso desse projeto de pesquisa no uso do 3D para simular a sensação de volume em telas.

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Som

O papel do som no design vem do uso de criação de trilhas e sons para diversos usos, como na produção de vídeos, animações, jogos, aplicativos e qualquer outro projeto de design capaz de criar sons e utilizá-los como forma de comunicação, como o som de uma notificação para um aplicativo específico, já criando o reconhecimento no usuário do que se trata a notificação. Do uso de música na criação de um ambiente, seja ele um espaço como uma loja, ou um ambiente virtual como um site ou um jogo. 

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Paladar

Assim como o papel do design no olfato, os formatos de utensílios projetados podem influenciar no gosto e na percepção da comida. A forma, material e cor desses utensílios podem influenciar a percepção o suficiente para criar sensações diferentes, uma colher preta usada para comer iogurte pode causar sensação maior de salgado se comparada a uma colher branca. 

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Olfato

O papel do design no olfato está presente tanto nas formas projetadas para a preservação de cheiros e aromas, como formas de canaliza-los e na criação de associações entre cheiros, produtos e marcas. 

O formato de diferentes taças canaliza o cheiro da bebida de forma diferente.

O Scentee é um gadget e aplicativo capaz de reproduzir diversos tipos de aromas, podendo ser utilizado junto de notificações etc.