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[eu sou aquela música que tu não coloca mais pra tocar.]

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Sábado, as ruas paulistas se desmanchavam no caos da vida noturna. A correria de uma rotina cansada se diluía no teor etílico que é ser só em conjunto, e qualquer expressão facial construída enquanto o sol estalava ardido nos arranha-céus, transfigurava-se, naquela noite, em rostos perdidos e manchados de uma libido nunca saciada. Sentia-me quente, apesar do vento gelado comprimir os poros de meu corpo e a respiração pesar em meio à poluição. O calor provinha talvez, da ansia e do medo de me mostrar, por um descuido, tão melancólica em face de uma cidade que aparentemente nunca dorme. É que é fácil se manter riso frouxo quando não há nada que lhe prenda, quando o único compromisso é trocar meia dúzia de palavras enquanto a sobriedade ainda domina o inteligível. E é igualmente fácil manter a tristeza em seu estado elíptico quando a língua se afoga nos primeiros goles de uma bebida qualquer. Depois daí, o resto se perde numa fluidez sem ritmo e sem cor, como se o álcool lavasse quaisquer resquícios de mentiras colocadas e não deixasse nada além da verdade crua e confusa e lúdica que amarga toda superfície - amórfica ou não - ao entrar em contato. E nesse instante você não é nada, além da fragilidade que se talha em cada nuance do seu ser. Talvez, naquele intervalo de tempo, quando teus olhos miúdos encontraram os meus em meio a tanta agressividade urbana, eu não era eu. Ou talvez fosse eu em demasia ao ponto de não querer ser vista vulnerável. E tal receio se desfazia pouco a pouco nos fios de teus cachos sujos pelo céu destrelado, até desaguar na ponta de teus dedos finos que procuravam os meus, esfomeados pelo tato doído. Naquele dia, após andar a esmo pelos becos da cidade, eu não pensei que voltaria a pincelar tua pele com minhas músicas tristes, quiçá me desaflorar fel em teus lábios viciados e recém tatuados de nicotina, que descompassados, arranhavam-me no âmago. Você burlou meus achismos e me fez menina, inda que cingida pelo odor promíscuo de teus pelos. Odor este que agora se faz impregnado em meus seios e em qualquer parte de meu corpo que ao tentar encontrar quietude, tropeça em libido carmim. Ah, babe, se soubesses como vejo na chuva que dissipa e não cessa teus olhos imersos em um choro sem fôlego, irias calar tua voz carregada em minha poesia, isento da pretenção de se pronunciar novamente. E eu não me importaria em interromper teu grito agudo se nos minutos seguintes, tivesse tua fúria repousando em minhas linhas construídas por um passado vulgar.

By: Beatriz

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O pior de toda situação é a temível e oscilante incerteza dos fatos, como procuramos entender a situação em que vivemos e simplesmente não saímos do lugar. Ouvimos músicas repetidas esperando achar algo de novo em letras já decoradas, ou procuramos ruas novas em bairros velhos onde passamos toda nossa vida vagando de um forma brutal não se dando conta dos detalhes de cada local. O mais contraditório é que esperamos algo novo em nossa vida sem sair da zona de conforto, simplesmente por medo do próprio novo, sem observar e entender pequenos detalhes ou até praticar grandes mudanças necessárias no dia-à-dia. Queremos mudanças sem praticá-las, sem sair do lugar, sem nos arriscar à consequências dessas tais mudanças.

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É engraçado como nossa vida pode mudar rapidamente sem que percebámos. Uma hora estamos em um torpor sem igual, somente trabalho e afazeres diários cuja importância já se tornou oblíqua, fazemos somente pela obrigação de sentir-se útil à sociedade. Então repentinamente entre uma tarde fria e uma noite chuvosa acontece algo que nunca imaginariamos. Não sabemos explicar bem o que é, mas temos absoluta certeza que aquilo mudou nossa pacata, mórbida e quase sem sentido rotina. Como se houvesse caído um raio em nosso corpo e nos acordou, não sabemos o que fazer mas simplesmente acontece. Uma hora você está chorando na cama com todas suas inseguranças e pesares, e em menos de uma semana se encontra deitado no colo de alguém tendo total certeza que pode contar o que quiser a ela. Não é algo que se possa entender, creio eu, mas não nos importamos e só queremos aproveitar o máximo daquele momento, afinal ninguém sabe se nossa dilacerante porem indolor rotina pode voltar a nos assombrar, o que garante que aquela pessoa vai continuar ali, sendo um toque quente e aconchegante no meio dessa torrente gélida de dia iguais e sem sentido. O máximo que podemos fazer é aproveitar o momento, afinal o futuro ainda não foi criado e pode ser bem trágico

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ainda não é hora de desistir.

ainda existem muitos lugares bonitos a serem visitados e culturas a serem conhecidas

muitas pessoas interessantes ainda cruzarão seu caminho e farão dos seus dias menos nublados, você vai se sentir aquecido por dentro

ainda existe o pôr-do-sol pra assistir e a maravilha que é o céu com suas diferentes tonalidades

ainda existem as estrelas, que são um espetáculo por si só

ainda existem músicas para te tirar de órbita

e a arte para confortar e compreender

ainda existem pessoas a ajudar

animais a acariciar

gostos a experimentar

ainda existem as flores e o verde da natureza para contemplar

a natureza é tão linda.

o mundo parece ruim agora, mas se você olhar bem para os detalhes simples da existência, verá que a vida pode ser muito mais bonita.

é tanta coisa, que não cabe em um só texto, talvez não caiba só em palavras.

ainda existe

muita vida

a ser vivida.

caroline silveira.

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existe um buraco negro no meu peito que parece se expandir a cada dia

você me pergunta o porquê de eu não escrever mais com tanta frequência

mas existe um buraco negro no meu peito que anda sugando qualquer coisa que encontra pela frente

até as palavras

mas eu não diria que me sinto vazia, pelo contrário

é tanto excesso acumulado

tanto

existe um buraco negro no meu peito

meu corpo de repente não é mais tão pequeno, meu corpo de repente não é mais somente matéria visível

meu corpo de repente é algo bem maior do que aquilo que pode enxergar

algo que somente eu posso sentir

algo mais pesado do que se é possível medir em balanças

eu não ando cabendo mais dentro de mim

existe um buraco negro no meu peito

e expande e expande e expande.

c.s.

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“Eu não queria me apaixonar, não mesmo. Mas, em algum momento você sorriu, e, puta merda, estragou tudo.”

Guilherme. (via citou)

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Eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu.

Alice in Wonderland

(via alvorece-r)

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Não se pode resolver os problemas utilizando o mesmo tipo de pensamento que usamos quando os criamos.

Albert Einsten (via frases-de-shakespeare-blog)

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Até onde me preocupo, prefiro um vício silencioso a uma virtude ostensiva.

Albert Einstein (via frases-de-shakespeare-blog)

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As ideias das pessoas são pedaços da sua felicidade.

William shakespeare (via frases-de-shakespeare-blog)