Tumgik
auretlam · 2 months
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Sob a escura noite
Por entre becos e vielas
Inocência reprimida
Era sonho em aquarela
Sorrindo sem estar vencida
Contudo,
Das sombras deturpadas
Praguejavam o conhecer
Visões ensaindecidas
Tingiam rubro o amanhecer
E sem mais,
Confinado em ermo bosque
Lágrimas teciam pelo dia
Um belo, duvidoso, fraque
Obra de pura covardia
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auretlam · 2 months
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As vezes temos a simplória ideia de nos colocarmos, imaginarmos, como o herói, o protagonista daquelas histórias fantasiosas que vemos desde criança. Aquele que sempre enfrenta o mal de maneira justa, sábia e honrosa.
E por mais que eu ache, por mais que anseie, em ser um herói como tantos outros, tudo o que se torna contra mim em meu mero imaginário não passa de uma de ilusão.
A verdade é que, por muitas vezes, somos reles coadjuvantes no que tange ao fio que entrelaça o destino, às vezes, somente, com participações especiais.
Não importa o quanto tente, o quão importante seja e o quanto tenhamos fé, no fim somos apenas coadjuvantes das nossas próprias e das outras histórias.
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auretlam · 2 months
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É bobo, sabe? O terno sorriso que se desenha nos cantos dos lábios sem nenhum sinal de hesitação ou frustração.
E tão natural, percebe? Tanto que nem notamos quando tal façanha surge perante a uma boba mensagem, a formosa gravura ou ao doce da voz.
E é de admirar, entende? Que um morno e aconchegante sentimento nos invada o peito diante há uma mera menção.
E sem nem mesmo notarmos, viramos reféns com orgulho, com gosto e sem contudo.
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auretlam · 5 months
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Hector.
Ao menos era naquilo que acreditava, em algum ponto de inocência ou pureza dentro daquelas situações. Não que estivesse tão errado assim, era importante ter esperança em momentos assim, mas... Sabe? Não poderia parecer ingenuidade do pobre garoto? Achar que aquela altura do campeonato as coisas se resolveriam tão fáceis assim? Certamente diria que sim. Afinal de contas, não se tratava de alguém influente, com belos discursos cativantes ou poderes para mover os céus e os marés. Era só um jovem. Só um aspirante a cozinheiro. Somente uma encenação de espadachim. Um bastardo chamado Hector que mal sobrenome tinha.
Sem dúvidas, tinha tido seus momentos difíceis. A infância. O jogo suicida. E os desafios em Alhambra. Contudo, sua vida não se resumia somente a isso. Era fato. Até então, dentro de sua ingenuidade, havia conseguido superar aqueles desafios. Em alguns momentos tivera de se apoiar em suas proprias habilidades e poderes, em outros contara com pessoas que marcariam sua vida para todo o sempre. Será que Sue se orgulharia dele? Ela não era uma das pessoas mais fáceis de se lidar, mas com certeza sua irmã adotiva o amava e o orientava.
Com isso em vista, não seria tão fácil assim mudar seu pensamento ou suas decisões, já que por mais que não aparentasse, tinha suas ambições. Sua fome por conhecimento. E no que se tratava da arte da culinária, ela era insaciável. Afinal, esse teria sido o primeiro motivo para sair do conforto do Bassoleil's e enfrentar o mundo. E isso o fazia o lembrar até mesmo da arte de temperos que aprendera em Shimotsuki, assim como das técnicas com facas.
Esse era um dos Bassoleil, apesar de não estar escrustido em seu nascimento, e, pelo visto, continuaria a ser.
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auretlam · 5 months
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Rubor do peito:
E quando a gente se pega pensando nos detalhes é que percebemos o quão afundados no poço nós estamos.
Talvez não seja uma das melhores descrições para um sentimento que tende a aquecer o coração, imbuir um sorriso bobo na cara e uma paz interior tão grande que a gente se pergunta se não tem sensação melhor no mundo.
É de reparar no sinal no canto da boca, na forma com a qual se envolve o cabelo e o quanto esses olhos castanhos roubam a atenção.
É ai, nesse ponto, meu caro amigo, que você passa a aceitar, a consentir e dizer sem medo para si mesmo que está ciente disso. E que você concorda quando as pessoas comentam do brilho no seu olhar, do sorriso bobo que desenha nos lábios e do bom humor que te invade somente de ouvir aquele nome.
Tão gostoso é esse início que nem mesmo um dia de chuva, uma noite mal dormida ou até mesmo um dedo queimado te fazem esquecer do frenesi de assumir esse fraque.
E por mais que por muitas vezes platônico, temos de lembrar que precisamos ser Valentes, seja para sempre ou para o que der e vier.
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