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baticumbum-blog-blog · 11 years
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Valeu, Paulão!
Soube apenas na sexta-feira, quando Dona Dina, doce baiana da Unidos da Tijuca, telefonou para lembrar da missa de um mês da morte do querido Paulão – Paulo Roberto dos Santos, presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine). Fiquei sem saber o que falar, até ouvir o espanto da baiana. “Você não sabia?!” Não saberia nem sabendo de verdade. Paulão era um desses amigos que a gente acha que nunca vão morrer. Era um guerreiro pelas causas do negro e um apaixonado pelas coisas do samba. Seu coração era dividido entre as vizinhas Vila e Mangueira; e ele, que morava na divisa, desfilava nas duas. Paulão era um homem do povo, pelo povo, para o povo.  Aliás, ele não era. Paulão é e sempre será. E continuará sentando na mesma mesa que dividimos há muitos anos na festa do Dia Nacional do Samba, cantando a vida brasileira. A sua cadeira estará lá, amigo.
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Paulão, mensageiro de Zumbi (Foto Diego Mendes)
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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Demétrio Costa 1: O Vozeirão
Além de grande companheiro, Demétrio Costa – que agora “está residindo no andar de cima”, como dizem os estilosos – era um grande boa praça. Era paulista, do interior, mas um carioca da gema no espírito. Com o seu vozeirão, anunciando a entrada das Escolas de Samba, emocionou o público por mais de 40 carnavais. E também causou muita curiosidade. Contava ele que, certa vez, uma socialite foi procurá-lo na cabine de som. A visitante bateu no vidro, chamando-o. Enquanto acabava de ler um dos textos de apresentação, pediu que a senhora esperasse, pois já iria atendê-la. O que aconteceu logo em seguida: “Pois não?” E a visitante, eufórica: “O senhor que é o dono desse vozeirão maravilhoso?” O locutor estufou o peito e corou: “Sim, sou eu.” E ela, agora decepcionada: ”Puxa, mas o senhor é tão feio...”
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Sem Demétrio, o Sambódromo perde um pouco do seu charme
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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À boca miúda
Na década de 70, a Imperatriz Leopoldinense tinha um apresentador que era um perigo com o microfone nas mãos. Tentando elogiar Zaira, uma das figurinhas carimbadas das rodas-de-samba daquela época, saiu-se com esta: "Quanta honra em tê-la aqui conosco, Zaíra! Até que enfim você saiu do ostracismo!" A sambista fez aquela cara de quem não gostou. Abaixou a cabeça e disse pelo canto da boca, rebatendo a “ofensa”: "Saí do ostracismo é o ...!"– pensou que fosse uma espécie de presídio ou coisa parecida.
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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Salgueiro sai na frente
O Salgueiro entrou para o Guiness do Samba. Foi a Escola que levou o maior contingente de componentes para formar o coral da comunidade. Foram, aproximadamente, 1.200 pessoas que tiveram que espremer nos 1.500 metros quadrados do estúdio da Cidade do Samba – onde quase a metade da área é ocupada pelo palco, onde ficam cantores, passistas, ritmistas, etc.. Ou seja: um quarto da Escola estava no coral. Depois dela, os maiores contingentes foram os da Beija-Flor (700 componentes) e Grande Rio (600). O coral salgueirense é o maior de toda a história dos discos oficiais de sambas-enredos.
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Um quarto da Escola foi para o estúdio
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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Abrindo as asas
Fiquei impressionado com o tamanho das estruturas das novas alegorias da Portela. São gigantescas e projetadas para serem usadas por vários anos. Responsável pelo trabalho, Paulinho do Ouro brinca, perguntando se já existe um Estandarte de Ouro para as melhores ferragens. Já o diretor de carnaval Luís Carlos Bruno afirma que a comunidade portelense acompanha o trabalho de perto e só não tem acesso a um segredo: a Águia. Fica emocionado só em pensar. Afirma, confiante: “O portelense vai chorar...”
Gente, o astral no barracão da Portela é outro.
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Dizem que até a Águia vai ficar arrepiada com ela mesma
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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Pegou na veia
Quem teve acesso aos estúdios da gravação do CD e do DVD do Grupo Especial, na Cidade do Samba, assistiu a um interessante desafio que se instalou no palco durante a passagem de som da Grande Rio. Com sua imensa bagagem, o produtor Laíla aconselhou que o intérprete Emerson Dias cantasse um tom abaixo do que havia usado no primeiro ensaio. O cantor agradeceu a ajuda de Laíla, mas disse que o seu tom era aquele mesmo e preferia mantê-lo. O produtor lavou as mãos, deixando a responsabilidade para Emerson. Ao final da gravação, Laíla retornou ao palco e elogiou o cantor, publicamente: “Você estava certo. E o seu trabalho foi perfeito. Parabéns.” Bonito isso, não? 
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Emerson ganhou elogios de Laíla
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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Porque hoje é sábado...
Parece que a Prefeitura do Rio deixará passar em branco o centenário de Vinicius de Moraes, comemorado hoje – e lembrado pelo Google em sua página inicial. Procuro no Segundo Caderno e não vejo nenhum evento programado para o final de semana, a não ser um ou dois shows em teatros da Baixada. Soube que o grande tributo que seria prestado ao Poeta no Theatro Municipal, no dia 30, com a participação da nata da MPB e direção do Haroldo Costa, também não acontecerá mais.
Se vivo fosse, Vinicius acrescentaria um verso a um de seus poemas antológicos:
“Há um poeta centenário esquecido... porque hoje é sábado!"
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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À sua bênção, Poeta!
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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A hora e vez do compositor
Os deuses do samba começaram a conspirar. Parece que estão dando uma atenção especial aos sambas-enredos. Observando os que foram escolhidos até o momento é flagrante que a qualidade de letras e melodias do Grupo Especial melhorou acentuadamente em relação à dos últimos carnavais. Certamente, essas decisões acertadas vão se refletir no desempenho das Escolas na Avenida. A tendência é de que elas se nivelem por cima e levem a disputa para uma apuração emocionante – sobretudo se o desempate for no quesito Samba-Enredo (olhem os deuses aí, gente...). 
Isso vem provar que a grande estrela da Escola de Samba foi, é e sempre será o compositor. Ele não sabe construir palácios, mas é capaz de, com a magia de sua melodia e poesia de seus versos, transformar um barraco num Taj-Mahal.
Viva o compositor! E vamos torcer para que os deuses continuem caprichando.
 ET – Você já percebeu que o bonequinho-ícone de Baticumbum é um compositor?
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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O rosto da Mãe Terra
O barracão guarda histórias fantásticas, mais impactantes até do que as alegorias que provocam arrepios na plateia.
Por termos colaborando com a Portela nos carnavais de 2008, 2009 e 2011, eu e minha mulher, Marta Queiroz, tivemos a chance de nos aproximar de anônimos que ajudam a construir a beleza dessa festa. E, consequentemente, de sua vida pessoal. Assim, as histórias surgem naturalmente, contadas no intervalo do café, em reuniões, e até mesmo em momentos de desabafo. 
Um desses artistas anônimos chama-se Glinston Dias de Paiva, escultor em isopor, que nos autorizou a contar a sua história.
Glinston viveu um grande drama durante a confecção do enredo “Reconstruindo a Natureza, Recriando a Vida: O sonho vira realidade”, apresentado no Carnaval 2008 (de nossa autoria e desenvolvido por Cahê Rodrigues). Sua filhinha, Maria Clara, nascera com sérios problemas de saúde e sobreviveu durante seis meses na encubadora. Morreu sem conhecer os afagos da mãe e a voz do pai.
O escultor ia à maternidade diariamente para ter notícias da criança. Sua maior preocupação, no entanto, era com a mulher, arrasada pelo sofrimento.
Pouco depois da morte da criança, Glinston recebeu de Cahê a incumbência de produzir uma escultura que seria colocada no fundo do carro da Transformação, aquele do bebê ora raquítico, ora saudável. O primeiro simbolizana a natureza devastada; o outro, cercado de flores, a natureza reconstruída.
Foi nesse carro que o escultor fez a sua singela homenagem. Ao esculpir o rosto da Mãe Terra - simbolizada por uma grávida acariciando o ventre – Glinston reproduziu o rosto de sua mulher. A imagem representava a solidariedade à companheira no amor pela filhinha que não vingou.
No carnaval do no seguinte, Glinston também esculpiu as grávidas que vinham no carro da África.
Coisas da Portela.
(Acompanhe nas fotos que seguem.)
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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Nas fotos acima, podemos ver: 1) A escultura da Mãe Terra no fundo do carro da Transformação; 2) O carro da Transformação com a natureza devastada; 3) O carro da Transformação com a natureza reconstruída – todas do Carnaval 2008; 4) Uma das grávidas do carro da África, Carnaval 2009. Fotos Paulo Alvadia – equipe Alexandre Vidal.
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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O bom trabalho da Rádio Arquibancada
Se você não poderá assistir às finalíssimas dos concursos de sambas-enredos do Grupo Especial que vão de logo mais até a madrugada de segunda-feira, a grande pedida é ficar ligado na cobertura da Rádio Arquibancada.
Recomendo porque ouvi o trabalho que a equipe de Anderson Baltar e Chico Frota vêm fazendo e gostei muito. Gostei tanto que tinha ligado o computador apenas para dar uma passada nas quadras e acabei ficando até o final do programa, ouvindo comentários, troca de ideias e detalhes de outras disputas que ainda estavam por acontecer. O dia clareou sem que percebesse.
Em tempos de jornais fechando ano a ano, e o espaço destinado às Escolas de Samba mirrando nos que restaram, o trabalho da Arquibancada me deixou feliz. É um movimento de resistência, de trincheira mesmo, passando a noite em claro, entre refrigerantes e coxinhas de galinha, apostando na estabilidade da banda larga e no fluxo de bites por esse mundo a fora.
MUNDO AFORA - “Às vezes nos surpreendemos com o alcance da transmissão. Durante a cobertura da escolha do samba da Mangueira, recebemos uma mensagem vinda da Espanha. Eram 8h30 em Madri e o ouvinte estava ligado na disputa” – conta Baltar. Chico Frota lembra que também recebeu comentários da Eslovênia.
O mais importante é que a equipe se limita a informar como a apresentação dos sambas repercute na quadra, sem opinar quem deveria vencer ou não. Também não fica dimensionando defeitos e virtudes das composições, deixando essa tarefa para a direção da Escola – que aliás, arcará com a responsabilidade de erros e acertos. Além do mais, o samba escolhido é uma coisa, gravado no disco é outra e quando vai para a Avenida é mais diferente ainda. Ou não é?
Quando o trabalho da rádio começou, em 2011, a audiência era praticamente restrita a amigos e conhecidos. Atualmente, mais de 99% dos que sintonizam a Arquibancada estão espalhados pelo Rio de Janeiro, Brasil e o mundo, informando uns aos outros através das redes sociais, principalmente. Como estou fazendo aqui.
Rádio Arquibancada, 24 horas no ar, tocando e transmitindo samba e futebol. Valeu, Anderson! Valeu, Chico! Essa é a vanguarda da nova geração da crônica carnavalesca. Confira!
http://www.radioarquibancada.com.br
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Alex Vinícius, Chico Frota e Anderson Baltar, o samba na rede
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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A Unidos perdeu o Jacarezinho
O calvário da Unidos do Jacarezinho parece não ter fim. Primeiro, foram os tempos de sonhos e esperança, ao abrir, no ano passado, os desfiles do novo Grupo de Acesso A – em sua versão plus, com 19 concorrentes; depois, veio a dura realidade: a queda inexorável para o Grupo B (ex-C) e a volta à Via Crucis do samba carioca, a Intendente Magalhães.
Entre sonhos e pesadelos, a crise se instalou na Escola. Queixas, lamentos, acusações. O presidente teve que segurar o Jacaré com pulso firme e sabedoria. Publicou no boletim informativo uma oração a São Jorge, padroeiro da agremiação, declarando a sua fé e pedindo atenção especial ao Guerreiro nesse momento difícil – quando o jacaré ganhava ares de dragão. Convocou a comunidade para uma reflexão: “Não é mérito o fato de termos caído; e sim o de termos levantado todas as vezes que caímos” – falou pouco, mas falou bonito.
OUTROS RECADOS - Para os que ainda teimavam em jogar lenha na fogueira, lembrou de um samba de Serginho da Banda e do saudoso Jorge Pi (não é parente do personagem principal de As Aventuras de Pi), que diz o seguinte: “Sabe que desavenças/ Não leva a nada/ E só traz desunião/ É hora de pararmos pra pensar/ E encontrar a solução/ Senão quem vai sofrer as consequências/ É a escola do meu coração...”
Quando os Unidos começaram a pensar em união, veio a morte de mestre Cabrita, calando a bateria. Novo impacto. Mais uma vez, o presidente tentou levantar o astral da rosa e branco. Investiu num enredo afro e deu um sacode na galera com um recado inspirado:
“Jacaré tem que estar sempre em movimento, porque se parar vira bolsa!”
E quando tudo parecia voltar ao normal, eis que a Unidos agora perde o Jacarezinho. Com a morte de Joab, o anãozinho que vinha à frente encarnando o réptil-mascote, a Escola ficou sem o seu talismã.
Sim, porque contam os mais antigos: “Toda vez que barraram o anãozinho, a escola é que foi para o buraco.”
A Unidos precisa de um novo Jacarezinho, com urgência!
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  Sem Joab, o mascote oficial, o Jacarezinho perdeu o seu talismã
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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Se o Purgatório é assim, como seria o Inferno? Barros que o diga. (Unidos da Tijuca, 1995 - Foto Equipe Henrique Matos/ Acervo Liesa)
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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“Jacaré tem que estar sempre em movimento, porque se parar vira bolsa!”
Zé Carlos, presidente da Unidos do Jacarezinho, alertando a comunidade.
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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Sempre que ouço Arlindo Cruz cantar “Meu Lugar” me lembro do Carnaval de 2005. Comentávamos os desfiles para a FM-O Dia. Mais do que imperiano, Arlindo é um apaixonado por Madureira e, consequentemente, pelas Escolas de Samba da região. E, naquelas duas noites, Império, Portela e Tradição se apresentaram muito mal. Arlindo murchava, ficava com os olhos cheios d’água e mal conseguia falar. Cada um dos versos de “Meu Lugar” foi escrito com o coração, tenham toda certeza.  
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baticumbum-blog-blog · 11 years
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As Rainhas do Oriente
Repórter: Qual é o nome da sua fantasia?
Destaque 1: Rainha do Egito.
Repórter: E a sua?
Destaque 2: Rainha de Sabá.
Repórter: E a sua?
Destaque 3: Rainha do Seião.
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