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nikhil nayyar
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𝕞𝕖𝕖𝕥 𝕥𝕙𝕖 𝕧𝕒𝕞𝕡𝕚𝕣𝕖, 𝕖𝕤𝕔𝕣𝕚𝕥𝕠 𝕡𝕠𝕣 𝕞𝕖𝕝 +𝟚𝟙 (𝕖𝕝𝕒/𝕕𝕖𝕝𝕒) 𝕡𝕒𝕣𝕒 @𝕧𝕠𝕝𝕒𝕥𝕚𝕝𝕖𝕤𝕙𝕢𝕤"ᴀɴᴅ ᴄᴀᴜꜱᴇ ɪ'ᴍ ɴᴏᴛ ᴀ ꜰᴏᴏʟ, ʙᴜᴛ ꜱᴏᴍᴇᴛʜɪɴɢ ɴᴇᴡ ᴛᴏ ʏᴏᴜ ᴛʜᴀᴛ ᴋᴇᴇᴘꜱ ʏᴏᴜ ɢᴜᴇꜱꜱɪɴɢ ᴀɪɴ'ᴛ ɴᴏ ᴛᴇʟʟɪɴɢ ᴡʜᴀᴛ ɪ'ᴅ ᴅᴏ ꜰᴏʀ ʏᴏᴜᴀʟʟ ᴛʜᴏꜱᴇ ʏᴇᴀʀꜱ ʏᴏᴜ ᴡᴇʀᴇ ᴀᴅʀɪꜰᴛ ᴀɴᴅ ʏᴏᴜ ᴋɴᴇᴡ ɪᴛᴛʀʏɪɴɢ ᴛᴏ ꜱᴇʟʟ ᴡʜᴀᴛ ʟɪꜰᴇ ᴀɪɴ'ᴛ ɢɪᴠᴇ ʏᴇᴛ."
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bcnvivant · 3 months ago
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"Karan." Olhos escuros eram fixos aos dela, mesmo quando vacilavam para qualquer outro canto que não a própria face. Uma pequena parte de si desejava ouvi-lo dos lábios de Maryland, ansiava--- a necessidade em esconder a identidade dissipada trazia um novo sentimento à superfície: de revelar-se. Ele deixou com que a musicista falasse, estóico, pés irrevogavelmente colados ao chão por ouvir as batidas descompassadas e o cheiro inconfundível de medo. Mas o vampiro sabia ter mais por trás daquilo. Afinal, o vivia também. O silêncio durou até a deixa da última pergunta--- passos femininos em sua direção, fechando a distância, outrora convidativos para encontrarem-se em puro afeto. E então, Karan balançou a cabeça de um lado para o outro, a genuína e forte honestidade contida no olhar compenetrado. Sério. Resoluto. A linha dos lábios sem a curva característica do sorriso que lhe parecia sempre presente dava lugar a uma de suas faces mais realista, desconhecida por Maryland. A face de um homem cheio de profundidades e certezas. "Meu nome é Karan." Frisou. Iria explicar-se, dada a oportunidade, com frases curtas e movimentos humanos em fluidez. "Maryland..." A destra percorreu os fios cacheados, enquanto Karan escorava-se pelo quadril na mesa do escritório. Depois, juntou-se com a esquerda e por fim pousou aos lados do corpo nas bordas amadeiradas, indicando que não sairia dali. Que se demoraria, que não atentaria contra a mulher. "De fato, há muito sobre mim que lhe é desconhecido. É... Algo necessário para a sobrevivência minha e de meu clã. É algo que desejo partilhar com você, quando o momento for oportuno. Serei brutalmente honesto, para que não pense estar lhe escondendo nada--- mas peço que me ouça em integridade." Karan apertou os lábios por dois instantes, clara e cuidadosamente escolhendo as palavras seguintes. A dificuldade em confrontar aquilo se traduzia na sutilidade da sobrancelha franzida e o tom de voz tingido de paixão. "Quando lhe conheci, estava cumprindo meu papel como Nikhil. Havia encontrado os funcionários do teatro no clube, e resolvi me arrastar após todos saírem. Pensei em fazer algo que eu e Nikhil compartilhamos em termos de prazer: dançar. Beber. Conhecer pessoas interessantes." A sombra de um pequeno sorriso apareceu nos lábios, mas não se demorou. "E então nos esbarramos. Nunca havia lhe visto antes, pois eu saberia. Sim, Maryland, seu sangue é cheiroso, mas não foi o principal motivo para querer lhe conhecer melhor." Dedos tamborilavam na madeira. Se tivesse um coração funcional, este estaria ligeiramente acelerado ao revirar tantas memórias. "Você me fez sentir algo que há muito não... Sentia. Pense o que quiser, mas há espontaneidade em seu jeito. E beleza em como você vê a vida, e seus desafios. Foi refrescante por um momento ser apenas um homem cortejando uma mulher." Karan umedeceu os lábios. "Jamais alterei suas memórias. Se são o que são, é porque assim aconteceram." Fazia menção também ao sentimento compartilhado. O olhar divagou por dois instantes, como se estivesse incomodado com tamanha sinceridade saindo dos próprios lábios. "Curiosamente, também nunca menti nas pequenas trivias compartilhadas. Gosto de calor. Gosto de ler, ainda que há pouco que não tenha ao menos folheado... Gosto de música. Da sua voz. Do seu cabelo. De como olhava para mim. Nunca menti sobre isso--- e quanto ao sangue: jamais me ocorreu que você não entendesse o que estava acontecendo. Meu afeto é genuíno." Karan falava sério, e ainda que parecesse outra pessoa, talvez exalasse ao fundo as semelhanças com Nikhil. Inspirou pela primeira vez desde que começara a falar, deixando-se inebriar pelo cheiro da mulher. "Me perdoe, Maryland. Talvez fosse algo mais fácil se em outra vida, com um corpo como o seu. Mas sou grato à minha condição por diversas coisas... Inclusive, por poder lhe conhecer."
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Olhar as árvores e a perene imutável neblina pela enorme janela do escritório servia como uma distração. Mãos para trás, a destra segurando o punho da esquerda, dedos friccionando ligeiramente a pele procurando por um pulso que não existia há... séculos. Seu coração não estava batendo, Karan tinha de se lembrar a todo instante, ainda que durante as alucinações pudesse sentir o peito vibrar. Suor se acumulava na testa e sumia ao mais suave toque de dígitos. Nada daquilo era real, mas sentia-se humano outra vez. Jurava perceber o sangue percorrendo as veias, a sensação simplesmente--- aterrorizante. E talvez estivesse inerte há tempo demais, pois quando ouviu e notou a movimentação do lado de fora, o Sol começava a se pôr. Olhando para baixo, sobrancelhas grossas arquearam-se ao ver do segundo andar... Maryland, marchando para dentro de sua casa sem o conhecido cheiro, possivelmente oculto com um dos amuletos como os seus. Imediatamente a mão largou o pulso e foi ao encontro do peito, uma sensação horrível atingindo-o sem precedentes. O vampiro aguardou dolorosamente cada passo que ecoava no chão de madeira, olhos fechados para manter-se centrado, para expulsar aquele frágil estado humano... Passos subindo as escadas, virando à direita... E quando pensou que não aguentaria mais, um de seus subordinados abriu a porta para revelá-la. Karan virou-se, íris escuras para não causar desconforto. Bem-vestido como sempre, os cabelos imaculadamente desgrenhados, mas no rosto faltavam traços de carisma. Aquele olhar autoritário foi mais do que o suficiente para informar que gostaria de privacidade, a porta enfeitiçada se fechando e inibindo qualquer som de sair. "Maryland." Disse, enquanto caminhava por detrás de uma enorme mesa de madeira a passos lentos até sua frente, escorando-se pelo quadril no tampo. Não foi preciso que ele perguntasse o motivo da visita (que há tanto era esperada, mas as circunstâncias indicavam que não seriam nada perto de qualquer profundo anseio próprio). "Fique com o presente." Karan tentava ignorar a sensação de algo se remexendo por dentro. Contraindo e liberando, jorrando sangue e... Adrenalina. Ansiedade. Então era assim que ela se sentia? Piscou algumas vezes, sobrancelhas se franzindo. "Eu acredito que você não entenda a gravidade da sua situação. Esse anel tem o símbolo do meu clã. E do meu sobrenome. Nenhum outro vampiro ou criatura irá lhe fazer mal enquanto usar..." Karan suspirou, a destra passando aberta pelos fios cacheados. Ao menos não os que possuíam tratados. "Mas não posso garantir sua segurança a todo momento. Então fiz um amuleto para me chamar em qualquer urgência... Sei que não confia em mim. Mas eu nunca quis lhe machucar." A face impassível dava lugar finalmente a algo mais suave, quase imperceptivelmente. "Por favor, Maryland... Se não quiser usar, guarde-o no bolso, só... Fique com ele. Prometo jamais cruzar seu caminho novamente--- a menos que você precise de minha ajuda."
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bcnvivant · 4 months ago
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bcnvivant · 5 months ago
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Olhar as árvores e a perene imutável neblina pela enorme janela do escritório servia como uma distração. Mãos para trás, a destra segurando o punho da esquerda, dedos friccionando ligeiramente a pele procurando por um pulso que não existia há... séculos. Seu coração não estava batendo, Karan tinha de se lembrar a todo instante, ainda que durante as alucinações pudesse sentir o peito vibrar. Suor se acumulava na testa e sumia ao mais suave toque de dígitos. Nada daquilo era real, mas sentia-se humano outra vez. Jurava perceber o sangue percorrendo as veias, a sensação simplesmente--- aterrorizante. E talvez estivesse inerte há tempo demais, pois quando ouviu e notou a movimentação do lado de fora, o Sol começava a se pôr. Olhando para baixo, sobrancelhas grossas arquearam-se ao ver do segundo andar... Maryland, marchando para dentro de sua casa sem o conhecido cheiro, possivelmente oculto com um dos amuletos como os seus. Imediatamente a mão largou o pulso e foi ao encontro do peito, uma sensação horrível atingindo-o sem precedentes. O vampiro aguardou dolorosamente cada passo que ecoava no chão de madeira, olhos fechados para manter-se centrado, para expulsar aquele frágil estado humano... Passos subindo as escadas, virando à direita... E quando pensou que não aguentaria mais, um de seus subordinados abriu a porta para revelá-la. Karan virou-se, íris escuras para não causar desconforto. Bem-vestido como sempre, os cabelos imaculadamente desgrenhados, mas no rosto faltavam traços de carisma. Aquele olhar autoritário foi mais do que o suficiente para informar que gostaria de privacidade, a porta enfeitiçada se fechando e inibindo qualquer som de sair. "Maryland." Disse, enquanto caminhava por detrás de uma enorme mesa de madeira a passos lentos até sua frente, escorando-se pelo quadril no tampo. Não foi preciso que ele perguntasse o motivo da visita (que há tanto era esperada, mas as circunstâncias indicavam que não seriam nada perto de qualquer profundo anseio próprio). "Fique com o presente." Karan tentava ignorar a sensação de algo se remexendo por dentro. Contraindo e liberando, jorrando sangue e... Adrenalina. Ansiedade. Então era assim que ela se sentia? Piscou algumas vezes, sobrancelhas se franzindo. "Eu acredito que você não entenda a gravidade da sua situação. Esse anel tem o símbolo do meu clã. E do meu sobrenome. Nenhum outro vampiro ou criatura irá lhe fazer mal enquanto usar..." Karan suspirou, a destra passando aberta pelos fios cacheados. Ao menos não os que possuíam tratados. "Mas não posso garantir sua segurança a todo momento. Então fiz um amuleto para me chamar em qualquer urgência... Sei que não confia em mim. Mas eu nunca quis lhe machucar." A face impassível dava lugar finalmente a algo mais suave, quase imperceptivelmente. "Por favor, Maryland... Se não quiser usar, guarde-o no bolso, só... Fique com ele. Prometo jamais cruzar seu caminho novamente--- a menos que você precise de minha ajuda."
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Era simplesmente um daqueles dias que não queria falar com ninguém. Nem ver, nem falar, nem coexistir, nem lembrar que existia. Um único olhar e parecia que tudo tinha saído do eixo. Os olhos escuros de Nik- Karan- dele para trazer de volta o que tinha controlado por tanto tempo, afogado pela capacidade humana única de continuar andando e se adaptando ao insuportável. Arrumando-se para sair, agasalhada até a raiz dos cabelos, foi por pouco não ter pisado na caixinha. Ela rolou para longe no curto chute, e bem podia ter atravessado a janela quando abriu e deu uma olhada no conteúdo. "Filho de uma-." Sem pensar, pescou a chave do carro e correu. CORREU. Não dando chance para nada além da impulsividade do momento. O carro velho rugiu de volta à vida, barulho acompanhando enquanto dirigia pelas estradas que tinha decorado sem querer. Avançando, ignorando os avisos, fazendo seu caminho para a mansão onde tinha acabado com tudo o que acreditava. Pisar naquela entrada fez o coração contorcer em angústia, os dedos parecendo queimar no contato com o presente. Maryland chegou a abrir a boca para o vampiro ali perto (sabendo que tinha mais uns 15 escondidos ali por perto), mas não soube que nome usar. Nikhil, Karan. "Preciso falar com ele. Onde está?" E mostrou o anel, estendeu para fazerem o que quisesse. Afinal, devia ter o cheiro dele ali, não? Algo que provava que falava a verdade. No fundo, nem precisava do drama todo, o cheiro e identidade dela eram mais do que conhecidos ali. Você sangrou nesses corredores, claro que eles te conhecem. E era bom que não aparecesse ali, não quando marchava com a pequena escolta. E parando quando passava pela porta. E se perdia no pensamento quando o via de verdade depois de semanas. "Vim para devolver o presente. Não posso aceitá-lo." A caixinha voltava a ser apresentada. Braço esticado, rosto contraído em confiança e determinação. Os arrepios apareciam com o medo, atrelado a imagem de portas grandes e amarelas, da sensação fantasmagórica e fria na curva do pescoço. "E, hm, Feliz Natal."
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bcnvivant · 5 months ago
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Era muito preocupante a situação de Cordelia. Karan caminhava por detrás da figura, uma mão segurando o queixo e a outra no quadril. Pensativo. Distante. Até que ouviu o regurgitar e aproximou-se, a destra deslizando para cima e para baixo nas costas--- um gesto para acalmá-la, confortá-la. Deu a volta na cadeira e agachou-se na frente da mulher, olhando-a nos olhos. "Você precisa se alimentar." A voz era firme, intensa de preocupação. "Não importa como. Vampiros são imortais, mas sem o sangue..." Karan desabotoou a manga da blusa social após retirar o blazer, dobrando-a até a altura do cotovelo. Colocou o pulso na altura dos lábios de Cordelia, olhos concentrados nos dela em forma de encorajamento. "Aqui. Beba, Cora. Preciso do meu braço direito forte durante estes tempos turbulentos. Também solicitei o auxílio de uma bruxa para as distorções. Não podemos vacilar, não agora." A voz saía em forma de súplica. Era doloroso assistir aquilo e pensar que um dia tinha sido real. Que ele não esteve por perto. Abriu também os botões da gola, tomando a mão da mulher e colocando-a sobre o próprio pescoço. "Onde preferir. Apenas beba. Por favor."
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ALWAYS A VICTIM // WITH @bcnvivant
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As visões eram irritantes. Talvez elas a perturbariam mais se Bathesda não estivesse entre eles, ela mesma a assombrando; Cordelia não precisava das visões para isso. De qualquer forma, os efeitos podiam ser, por vezes, perturbadores. Naquele exato momento, jogada em uma das cadeiras da sala de reuniões do clã, a vampira sentia um ânsia intensa que fazia seu estômago se embrulhar e tentar expulsar o que quer que o perturbasse; Cordelia fazia como se vomitasse, mesmo que não saísse nada ─ em suas visões, saía sangue. Estava exausta, suando frio, e permitia que apenas Karan a visse daquela forma. Mesmo perante ele, porém, estava constrangida ─ vergonhosamente humana. "Odeio isso", confessou. "Essas malditas visões, essa ânsia. Não posso nem pensar em beber sangue que já me sinto enjoada. Estou faminta, mas incapaz de me alimentar."
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bcnvivant · 5 months ago
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[flashback]
"Acalme-se, Maryland." Karan utilizava de toda a tranquilidade adquirida de séculos para lidar com o turbilhão de perguntas. Esperou que ela passasse pelos aqueles estágios de confusão, e ergueu-se da cama. Uma profunda inspirada de ar com a mão espalmada, para demonstrar que iria explicar tudo--- que havia entendido que ela precisava de mais. Talvez não fosse necessário protegê-la de tantas informações... Mas a cautela ainda brotava no timbre ao fundo das palavras, como se fosse algo delicado. Humanos eram propensos a choques daquele tipo, tinha de se lembrar. "Eu não estou mentindo. Você caiu no meio da multidão. E se machucou. Nada tão grave, não para alguém com quantidades normais de sangue no corpo. Encontrei você desacordada, e lhe trouxe para minha casa... Não era seguro em qualquer outro lugar." Os olhos tornaram-se meio distantes enquanto ele se recordava do ocorrido. Algo como medo passando pelo semblante sempre tão composto, endurecendo. Escolhera, porém, omitir a segunda parte: a de que sim, Maryland era um alvo. Não de Lúcifer ou dos atacantes, mas de grande parte das criaturas bebedoras de sangue de Arcanum. Karan preferiria lidar com aquilo em segredo, por debaixo dos panos. "É meu, claramente." Ele explicou, apontando para o frasco sem expressar qualquer emoção grande demais, como se estivesse falando de algo rotineiro, quase achando curioso ter de esmiuçar as entrelinhas. O sangue era dele, pois era inimaginável lhe oferecer o de qualquer outra pessoa. "Ouça, Maryland, quero que você o guarde. Foi o que usei para lhe curar, fechar suas feridas, como eu disse... Não há nada tão poderoso quanto sangue de vampiro." Uma mão deslizou pela barba e depois caiu para tocar a de Mary, empurrando gentilmente o frasco para perto da mulher. "Guarde com cuidado, leve sempre com você. Não use muito de uma vez, caso precise."
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FLASHBACK. Pós Baile das Sombras.
O silêncio dele parecia se prolongar além das horas, ou era seu estado eufórico destrinchando cada segundo em eternidade? Não importava. Cada milésimo de tempo aumentava a ansiedade que parecia fazer vibrar o corpo inteiro. Insista. A mente falava, mas algo esperava. Confiança em Nikhil falando mais alto em dar o tempo que precisasse para esclarecer tudo. Só não esperava um presente. O frasco agitou em sua mão e o brilho, a forma como mexeu, fez o estômago balançar vertiginosamente. Uma camada de suor frio brotando na testa, empalidecendo a tez morena da musicista. "Do que você está falando? Eu sou um alvo agora? O que aconteceu depois que eu desmaiei? Tinha- É algo relacionado às cabeças? Onde você conseguiu isso?" A lacuna da memória permanecia como um lembrete zombeteiro, um serzinho irritante lembrando que o celular ainda estava fora de alcance (assim como o grupo das amigas que diriam tudo o que precisava saber). O estômago contorceu de novo. Aquela conta... Os novos conhecimentos... Não era burra para juntar 1 + 1. "De quem é?" Porque era sangue. Pura e simplesmente. Porque sabia que vampiros existiam e o que o sangue deles podia fazer. Porque as memórias apagadas perdiam o caráter oculto e revelavam cenas angustiantes. De dentes e sangue esfregado em feridas que desapareciam. Só que... Escapava a verdadeira resposta. O protecionismo descarado de Nik com seu estado igualmente bagunçado, a implicação daquilo tudo com o óbvio. Maryland recusava a aceitar aquela ideia. Ele teria falado, não teria? Um detalhe tão crucial como aquele. Ainda agarrada ao frasquinho, como se tivesse fundindo à palma, escorregou para fora da cama e se soltou. "Eu vou perguntar apenas mais uma vez. O que aconteceu comigo? Por que você está me dando isso?"
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bcnvivant · 5 months ago
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[flashback]
Karan apareceu após alguns instantes, observando a cena com certa curiosidade. "Mal tive a oportunidade de utilizar meu novo amuleto. É uma pena. A fada morrerá sem entender completamente o motivo." O vampiro suspirou, aproximando-se com passos calculados--- ouvidos atentos para a escuridão da floresta. "Pensei que os feéricos da corte dos gritos fossem os mais... Habilidosos na arte da batalha. Estava enganado, ao que me parece." E aquilo abria hipotéticas, maquinando, borbulhando a mente. Karan mostrou as presas, olhos de iris tornando-se brilhantes. "Ao menos, iremos nos embriagar esta noite, não é mesmo, caro amigo? Poupe as asas na condição pristina. Minha cliente gostaria de guardá-las." E afundou os dentes no pulso da feérica, que em pouco tempo estaria drenada. Havia algo na caça de primitivo, que despertava sensações e poderes nos vampiros. O sangue doce inundava a língua e deslizava pela garganta como veludo, aguçando os sentidos e melhorando consideravelmente o humor.
As  presas  já  estavam  a  mostra  conforme  ele,  sorrateiro  e  sem  ruído,  acompanhava  os  passos  apressados  da  fada  enquanto  buscava  alguém  na  escuridão.  Antes  mesmo  que  a  cena  acontecesse,  já  tinha  tudo  ensaiado:  ela  veria  Karan,  correria  na  direção  contrária  e  cairia  na  armadilha.  Quase  chegou  a  salivar  antecipando  a  doçura  de  sangue  de  fada.  Ouviu  o  coração  bater  mais  depressa  e  soube  que  estava  feito,  ela  havia  entendido  que  caiu  em  uma  armadilha.  Aguardou  pacientemente  os  passinhos  depressa  na  sua  direção,  e  a  fada,  olhando  para  trás,  deu  de  topa  com  Vlad.  Os  olhos  arregalados  se  viraram  em  direção  à  ele,  que  abriu  um  sorriso  que  de  amigável  não  tinha  nada.  Mas  antes  que  ela  pudesse  gritar,  ele  cravou  os  dentes  na  jugular.  Podia  poupá-la  da  dor,  se  quisesse,  mas  qual  era  a  diversão  em  não  causar  algum  sofrimento?  Com  a  dor,  Íris  desmaiou  e  Vlad  segurou  o  corpo  mole  da  fada.  "Ah,  só  estávamos  começando."  Reclamou,  um  tanto  frustrado  e  esperando  Karan  para  dividirem  o  sangue  da  fada.
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bcnvivant · 5 months ago
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[flashback]
"Foi deveras desapontante, devo dizer, cara Amaris... Mas o sangue tudo compensa. E Íris não mais mentirá." Um pequeno sorriso oferecido enquanto o par de asas era cuidadosamente repousado sobre o tampo da mesa. Karan assentiu para aqueles últimos dizeres, algo quase amargo pincelando a ponta da língua. "Perspicaz como sempre. Não é uma líder por pura sorte, não é mesmo?" O vampiro ajeitou a pose, inspirando profundamente o ar adocicado de sangue feérico. Tinha caçado Íris por puro esporte, pois tinha de sobra maneiras de se alimentar. E a cada década, a cada século acumulado, mais posses. "É uma questão complicada, não?" Começou a ponderar, a mão repousando na barba. "Não necessito de muito mais. Desejo informações--- minha moeda de troca favorita. Diga-me o que sabe sobre as cabeças. É um preço pequeno, visto que também me diverti."
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Karan estava de volta para a parte final daquele acordo ─ mas não o fim do relacionamento de ambos, que continuaria firme e forte enquanto fosse conveniente para os dois, de acordo em acordo, uma mão lavando a outra com sangue alheio. Se aproximou dele da maneira elegante de sempre, os olhos fixos no par de asas nas mãos do vampiro. "Karan", o cumprimentou de volta, o nome secreto que soava como "Eu te conheço" nos lábios dela. "Eu imaginei que Iris não daria tanto trabalho assim. Ela sempre foi melhor em mentir e manipular do que em lutar. De qualquer forma, fico feliz que o sangue doce da minha feérica tenha valido a pena a caçada." As últimas palavras soavam como ácido em sua garganta, o lembrete de que uma vez havia sido o sangue dela nos lábios de um vampiro. De qualquer forma, negócios eram negócios, e aquilo era o que Iris merecia por tentar se voltar contra sua rainha. Os olhos azuis se voltaram para os alheios, se preparando para a parte seguinte. "Mas suponho que o sangue dela não seria pagamento suficiente para o seu trabalho. O que deseja, Karan?"
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bcnvivant · 5 months ago
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[flashback]
Karan não desprezava muitas coisas. Mas simplesmente detestava aquele apelido--- ainda mais saindo dos lábios da vampira. A raiva se aproximando como uma tempestade de areia ao longe, varrendo e tomando, subindo, silenciosa. Detestava como ela parecia ocupar todos os lugares. E ainda mais do que isso, a posição em que se encontrava. Comprar uma briga tão cedo poderia ser a sua derrota--- e o clã... Era sua principal prioridade. Karan então circundou a mesa, abrindo um pequeno frigobar onde estocava sangue para momentos como aquele, retirou duas taças, e as encheu até um pouco menos da metade. Acostumado a fingir, o sorriso parecia natural, aprazível, perfeito. "Sangue feérico. Imagino que vá lhe apetecer o paladar." E sentou-se, finalmente, frente a ambos. Confirmada a falta de identidade do homem que acompanhava Bathesda, quase conseguia sentir pena. Uma perna se cruzou por cima da outra, e a pose assumida era despojada: costas afundando no assento confortável, um cotovelo apoiado no braço da cadeira para as pontas dos dedos alisarem a barba do queixo. "É benéfico, certamente. Mas devemos discutir alguns outros termos, não?" Inclinando-se de maneira suave, Karan tomou a taça entre os dedos e bebeu um gole. Conduziria tudo com calma, lembrando-se continuamente que não era mais um vampiro tão novo assim. "Todos que entram no meu clã fazem um pacto de sangue. É claro que você não seria exceção, Bathesda... Mas, nós também tratados com os outros clãs. Sabe como a política funciona." Karan ergueu uma sobrancelha. "Penso que deverá se ater aos sem filiação. Ou a voluntários..."
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Bathesda emitia aqueles sons das donas de casa das séries populares, um misto de prazer e gracinhas. Uma jovem dama sendo admirada por outro homem que não o marido. A mão beijada agitou os dedos, terminando com o pousar gracioso na lateral do rosto. Ela apoiava a cabeça na mão, cotovelo empoleirado no braço do lugar que estava sentada. "Ainda preservando os costumes humanos, pelo visto. Não vai mudar nunca, não é? Ele nem existe, Karam." E se não fosse pelos três fatores: similaridade, sangue e dinheiro; o marido logo seria deletado da existência. Já tinha localizado Maximiliano, o dinheiro já estava em seu nome, mas o sangue... A pureza da criatura escolhida ainda era necessária, até conhecer melhor o tráfico silencioso. "Não vai me servir essa blasfêmia sintética, vai? Se não, me dê uma taça do que está bebendo nesse momento. E... Querido." Mais pelo costume do que pela necessidade. Um olhar da diablerista e o homem oferecia o outro braço, pulso liso e sem marcas, ansiando uma mordida. Bathesta lambeu os lábios e suspirou, lembrando de que não tinha o porquê de estar tão faminta. Da semelhança provocar sensações em si. "Segredo." Encostou o indicador sobre os lábios no gesto mundial de silêncio, mas os carnudos abriam-se num sorriso malicioso. Ela balançou a cabeça, passando confiança fingida; seriedade e divertimento dançando nas feições delicadas. "Sabe, Karam, quando você conhece a identidade do vampiro, o cargo que ocupada é fácil de descobrir. Contudo, reconheço o esforço, demorei algum tempo." O real valor escondido, assim como outras informações. "Lógica. O Sangue de Prata condena minha dieta. O Vermillion é imaturo demais. Seu clã é a única opção viável. Além de ser benéfico para nós dois. Você me protege e eu não caço os seus. Justo, little fighter?"
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bcnvivant · 5 months ago
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Com @calymuses (Maryland)
Girava nos dedos o pequeno amuleto em formato de anel, cintilando a pedra vermelha encrustada sob a iluminação da rua. Tinha o encomendado há algumas semanas, antes de... Tudo desmoronar. A ausência alegre, contagiante e humana de Maryland deixava no dia um vácuo estranho. Mesmo imortal, sentir parecia não ser uma opção. A decisão havia sido tomada, porém. Observaria-a de longe, designaria um dos seus para a escolta... E também, protegeria-a das burocracias daquele mundo sobrenatural. Faria tudo em seu poder para que a moeda de troca da musicista parasse de ser o sangue, para que ela tivesse uma vida tão normal quanto possível. E para isso, Karan manteria a distância. A dor expressa nos olhos castanhos femininos ao vê-la motivava a decisão, junto com todas as outras tentativas infrutíferas de contato. Maryland seguiria com sua vida humana, e Karan voltaria o foco para os próprios afazeres, para o clã, para o que estava por vir--- era o certo, era o razoável, frente ao desequilíbrio de Arcanum. As próprias dificuldades em lidar com os desdobramentos psicológicos não eram nenhuma nuance: vultos, tormentos, e a preocupação crescente em zelar pela segurança de Mary. Portanto, aquele amuleto significaria o encerramento de algo... Importante. Sem nome, aviso, apenas uma caixinha de veludo ornada, sob o pé da porta. Ao longe observaria a cena, depois de algumas batidas na madeira. Afastaria-se com o peito pesado, ignoraria a vontade de vê-la, e aquele seria seu adeus.
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bcnvivant · 5 months ago
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Com @calymuses (Tomillus), no oitavo pecado
Irado não começava descrever o sentimento de Karan, enquanto sapatos polidos traçavam premeditadamente o caminho. O temperamento abrasivo, ainda que a máscara servisse perfeitamente enquanto cumprimentava os rostos conhecidos do estabelecimento. Ebulia no peito a vontade insalubre de esmagar entre os dedos qualquer parte dolorida do corpo do amigo... Talvez arrancar-lhe um pouco de sangue. Mas a racionalidade excessiva tornava o vampiro centenário nada perto de selvagem. Inspirava desnecessariamente, um hábito humano para manter o controle, distraír-se com os cheiros, os sons. Mas não por muito tempo. A mão grande abriu a maçaneta, girando-a com a calma tão calculada quanto o sorriso no rosto. Não via o bruxo desde sua façanha no baile das sombras--- e agora, sentia que era hora de voltarem a conversar. "Tomillus." Karan cumprimentou com educação. A calmaria antes da tempestade. Certo... Talvez, só talvez, estivesse guardando rancor. O ego ferido ao ser pego em sua própria narrativa, a prisão enfeitiçada. Detestava ter pontas soltas, detestava as próprias falhas. No final, a frustração era consigo. "Espero que seu final de ano tenha sido mais divertido do que o meu. Sinceramente, depois de seu... Pequeno... Favor. As coisas coincidentemente começaram a desmoronar." Sentou-se frente a ele, uma perna cruzando por cima da outra em certo despojamento. "Agora, sem mais delongas... Sabe porquê vim. Queria dizer que se preza por minha amizade, jamais repita o que me fez naquela noite." O olhar tornou-se sério, compenetrado. Cheio de sentimentos que não conseguiria descrever: o medo de não chegar a tempo. De perder Maryland. De falhar com seu clã. "Estou disposto a relevar o incidente. Desde que mantenha promessa."
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bcnvivant · 5 months ago
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[flashback]
Os ombros subiam e desciam com a risada espontânea. Era bom estar ao lado de Ozzy, e às vezes Karan se esquecia daquilo. A voz e rosto conhecido de s��culos permitiam-no relaxar e desligar os controles para ser ele mesmo--- quem quer fosse. "E no entanto... Possuem o cheiro tão peculiar." Outra risada, dessa vez projetando-se para fora da boca. Cachos batendo na testa ao balançar a cabeça de um lado para o outro, ligeira incredulidade fazendo os olhos escuros brilharem. "Estou lisonjeado e tentado, admito, mas agradeço pelo convite. Ficaria fedendo a cão durante semanas, e perderia todo o respeito de meus seguidores." O sorriso, porém, vacilou com a última pergunta da bruxa. Karan franziu as sobrancelhas de leve, mudando de posição. "Não... Pretendo matá-la." A hipotética o incomodava profundamente, tal possibilidade jamais cruzando os pensamentos. Admitir aquilo, porém, era tão doloroso quanto. Talvez fosse a primeira vez, inclusive perto de Ozzy. Apesar de se conhecerem por séculos, evitavam assuntos tão delicados. "Deve entender o quão difícil seria desvencilhar tal sumiço de minha pessoa... Visto que ela trabalha aqui. Seria... Suspeito. No mínimo."
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[Flashback]
Revirou os olhos, "Ah claro, o livre, leve e solto Nik" implicou dando de ombros e assentindo com ele enquanto admitia, mesmo que fingindo que não, que não estava assim tão longe da verdade sobre aqueles dois. Riu tanto do comentário que seguiu quanto da postura de Nikhil, divertindo-se com a implicância, levou a mão ao peito fingindo choque enquanto rodava um pouco com o vestido, "Também abanam o rabinho quando ficam felizes, é tão fofo" respondeu sorrindo para Nikhil com uma expressão carregada de malícia em suas palavras, "Tem interesse em participar?", piscou para o vampiro e devolveu o vestido que estava em mãos para a arara, antes de virar-se para ele novamente, "Mas me diga, quando pretende a matar e tomar seu sangue?" indagou.
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bcnvivant · 5 months ago
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[flashback]
Já tinha se afundado naquela bagunça. Por uma humana. Uma vida que não hesitaria em tirar, se estivesse no meio de seus planos ou até nas margens. Seria só mais uma em tantas outras casualidades durante o trajeto sinuoso que escolhera ou fora destinado a traçar. Mas Maryland lhe cativara ao ponto de igualar a balança com seu tão importante status de líder. Afinal, agora, teria que mover esforços para assegurar-se de que nada mais escaparia do controle, para que nada mais lhe acontecesse--- assegurar sua proteção. Burocracias interpessoais e reuniões com os seus. Tratados, negócios. Porém... Os empecilhos não terminavam no clã, ou no vampirismo. Havia ainda aquela personalidade desconhecida, a mais sombria, que tinha as mãos sujas de sangue. Uma que com habilidade Karan conseguia mascarar, bordar cuidadosamente Nikhil no entorno sem revelar as costuras que escondiam o verdadeiro vampiro. O coração da musicista, afoito, lhe trazia um também alarde em acalmá-la e sair de seus devaneios. Dali, tudo seguiria em paciência, ele como uma pedra imóvel de fundação segura, oferecendo olhares preocupados e toques gentis. Não era a intenção revelar a própria identidade--- por diversos motivos. Ou entregar segredos do clã, mesmo que a explicação verdadeira fosse a melhor opção. Portanto, com a última pergunta dela, um pequeno frasco foi erguido, um vitral resistente e rico em detalhes, cheio do próprio sangue. "Isso." Disse, sem oferecer muito mais, tomando uma das mãos alheias para empurrá-lo contra a palma e fechar delicadamente os dedos em seguida. "Quero que o tenha, para situações assim. Infelizmente, depois de hoje... Creio que serão mais e mais recorrentes. E, por alguma razão... Todas elas parecem lhe encontrar." Um suspiro curto e resignado. Pelo menos, lembrava-se, Maryland estava bem. Exaltada, confusa, mas Karan tentaria convencê-la de que não era nada demais. Já tinha dobrado humanos antes sem o uso da hipnose, e não cogitaria fazê-lo em Maryland. Seria um caminho sem volta, uma ponte quebrada e de fogo ateado. "Você está segura, Maryland, é tudo o que importa. Acalme-se. Apenas me prometa que carregará esse frasco." A voz grave e tranquila numerava as instruções como um aviso claro a ser seguido, esperando que ela acatasse e confiasse. "Não vou deixar qualquer outra coisa lhe ferir. Jamais. Acredite em mim." Mesmo que ela só conhecesse Nikhil, estava disposto a arcar com o desafio. A deixá-la segura e alheia aos detalhes perigosos, desfrutando da proteção e companhia. Em esconder a sujeira em baixo do tapete e apostar suas fichas--- e para isso, precisaria apenas de uma afirmativa.
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Maryland precisava daquela suavidade para voltar à realidade. A respiração erguendo-se em frequência e diminuindo em profundidade, caminhando certeira para um ataque de pânico. Mas Nikhil não deixaria. Tanto pela forma como falava com ela quanto pelos dedos em seu rosto, em seu corpo. O alívio tão claro em seus olhos escuros fez a musicista quase feliz por abrir os olhos. Saído do estupor de cansaço, e algo mais, em que tinha se enfiado. Ele estava bem. As amigas estavam bem. Prioridades supremas que eram descartadas com suspiros de aliviar a tensão, desinflar o balão apertado que tinha transformado todo o seu interior. Contudo, assim que se pôs nos trilhos, os olhos arregalaram e a boca abriu. "Não, Nik. Não pode-." O tom quebrou no meio quando o cérebro fazia o seu trabalho básico: seguir uma linha de raciocínio. Cabeças não existiam aí para ser colhidas, não eram decorações macabras de um Halloween inspirado. Seus dedos se fecharam com mais força naquela única mão que agarrada, apertando conforme o corpo inteiro rejeitava a ideia. Não entendia o que estava acontecendo. Lúcifer, assassinatos, presentes, festa, caos. "Não, eu não estou sentindo nada. Eu só vi aquilo e... Eu lembro de ter caído e gritado. E corrido para longe. Foi quando..." Ali, de novo. A ideia chegando perto dos dedos e escapando no último segundo. Maryland não chegou a se frustrar, tanta coisa na frente pedindo nova ordem. Novos pensamentos. Nova forma de lidar com a situação. "Oh meu Deus, Nik! Eu devo parecer pior do que estou." O embargo, as lágrimas, regrediram. O tecido repuxando com as camadas pegajosas do sangue falso. Cracelando com o menor esforço, aquelas manchas de verdade... De um marrom enferrujado. "Toda vez que eu me corto é uma bagunça só. Sangro mais que do que- Minhas amigas dizem que sou a vítima perfeita para um filme de terror trash." Mas... A voz foi sumindo. Os dedos passando por si mesma, relembrando onde tinha machucado e tropeçado. O calcanhar estava perfeito, os braços incólumes por entre rasgos das mangas de sino. Contudo, o golpe final veio na mão. Quando as abriu e revelou as palmas... "Não tem nada." Falou alto, o polegar esfregando a linha invisível de um corte inexistente. A lembrança - e promessa - de um vampiro durante seu pesadelo acordada. "Nikhil, por que eu não estou-" Perguntar o porquê de não estar machucada? De estar em perfeitas condições? A voz voltava, uma porta amarela e Maryland sendo colocada numa mesa, cabelos empurrados para o lado e o hálito frio no pescoço. "Nikhil, por que meu- meus machucados sumiram?" Deveria ter uma explicação. Uma explicação plausível e perfeitamente possível. Uma que não a colocasse piscando para as sombras, mal conseguindo enxergar, com a boca metálica e salgada. "O que aconteceu de verdade comigo?"
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bcnvivant · 5 months ago
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[flashback]
Karan sabia de algumas coisas. Mas, infelizmente, não de coisas que outras pessoas já não tivessem conhecimento. Ainda que fosse íntimo de alguns dos príncipes do inferno, que tivesse seus espiões espalhados pelas mais diversas empresas e entidades de Arcanum, as motivações de lúcifer continuavam um completo mistério. Estaria mentindo se dissesse não se importar--- pois, o que ele mais detestava era ser o último a descobrir algo (o que geralmente acontecia quando o líder das Sombras Silentes se via distraído. Fato raro, mas plausível). Karan bebericou de seu sangue, a sede ardente de seus mais de setecentos anos provando a impossível total saciedade daquele delicioso e humano líquido carmesim, que descia como veludo pela garganta. Era paciente em ouvir no timbre de Ava a mais sutil das inquietações, e educado o suficiente para não mencioná-la. "Minha cara Ava. Nós dois nos conhecemos há tempo suficiente para que eu seja sucinto em lhe afirmar que não possuo muito a oferecer, a não ser breves especulações de rumores cooptados." Um suspiro, seguido de um leve ajeitar na cadeira confortável. A perna direita cruzando-se por cima da esquerda, mostrando tranquilidade e segurança de não estar escondendo nada. "Eu gostaria de saber das motivações de lúcifer, acredite. Assim planejaria não dois, mas dez passos. Sabe como detesto estar em desvantagem." Tamborilava a mão livre no braço de madeira maciça, que ao próprio toque se assemelhava a um frágil isopor. Olhos escuros vagando na parede da frente, até repousarem nos da mulher outra vez. "O que posso garantir é que há um plano em decurso. Talvez, de mais de uma pessoa. Se eu fosse você, prepararia seu clã para os dois cenários... O de guerra ou complacência. Tudo dependerá do que nos será oferecido quando o momento chegar. Lúcifer aqui é uma clara afronta ao reinado de Miguel, e há quem diga que ele está na cidade para... Libertar as criaturas que aqui residem." Uma pequena pausa, para ponderar as próximas palavras. "Não acredito que o rei do inferno ficará muito tempo longe de seu trono, mas esta nada mais é que uma opinião pessoal."
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[flashback]
Demonstrar inquietação na frente de Nikhil só provaria o seu ponto, mas entre as observações astutas de seu interlocutor, as suspeitas que a acompanhavam ao longo do desaparecimento dos jovens humanos e o cheiro intoxicante do sangue oferecido, a sua compostura estava atingido seus limites. Enchendo os pulmões com um longo suspiro desnecessário, ela desviou os olhos do sangue oferecido para contar a passagem do tempo num relógio na parede oposta. "Fique à vontade, eu já tive tudo o que queria." O ponteiro contava mais doze segundos antes que ela continuasse: "As coisas têm sido... difíceis, desde que Lúcifer chegou. Eu acho que não preciso explicar que tipo de alvoroço isso causou na cidade. O que eu não consigo entender..." e nesse momento seus olhos se fixavam no vampiro, procurando traços de lembranças nas suas feições "é o que ele está fazendo aqui. E por que agora, especificamente. Arcanum não é uma cidade jovem, e não foram poucas as criaturas de influência e poder que se instalaram por aqui. Mas tem algo de muito conveniente na forma que todas essas peças se encaixam, e nas chegadas mais recentes à cidade. Você sabe de alguma coisa?"
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bcnvivant · 5 months ago
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[flashback]
O encaixe do abraço era conhecido, familiar. Ambos corações inertes na mesma linha, braços apertando, mãos acariciando a parte de trás da cabeça, as costas. Era ela. Bathesda, a vampira que estava presente durante a própria criação. A voz vil, horripilantemente feminina, sugerindo de maneira jocosa que acabassem com sua vida. E ele sabia dos horrores presenciados por Cordelia, e sentia-se imensamente culpado por não poder de imediato sanar aquele problema. "Fique tranquila. Estou aqui, Cora. Ela não vai colocar um dedo em você novamente, isso posso prometer." Karan suspirou antes de voltar a falar, ainda mantendo-a por perto. "Bathesda veio até mim com proposições de aliar-se. Não é como se eu tivesse escolha--- ela conhece meu segredo. Se fosse a única coisa em jogo, mandaria-a de volta. Mas... Ela é poderosa. E tem também a questão da dieta." A mente trabalhava furiosa desde então, em busca de um final propício. "Bathesda não irá ferir nenhum de nosso grupo. Mas não quero que pense que lhe deixarei incólume de seus atos--- não. Ela é um perigo. Um ponto sem nó. Um que irei acompanhar de perto, e então, quando a hora chegar..." Apertou os braços em volta de Cordelia e finalmente a soltou, agora olhando-a nos olhos. Tentava transmitir uma confiança que não era inteiramente sua, mas que teria após possivelmente realizar um pacto. "Enquanto isso, não a dê ouvidos, Cora. Alguém que já viveu tanto não possui muito ao que se agarrar--- apenas o sofrimento alheio."
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Cordelia estava aterrorizada. Havia sido ingênua, infantil até, em imaginar que Arcanum lhe deixaria para sempre protegida de sua criadora. Ela tinha mais setecentos anos, afinal, e nunca a outra havia aparecido, como poderia imaginar que ela viria agora? Continuava com sua vida, fazia seus negócios e se mantinha com sua aparência intimidadora e impassível, mas isso não significava que não se sentia encurralada por dentro. Não fazia ideia do que a outra iria querer de si; com certeza nada que ela estivesse disposta a dar. Quando recebeu o chamado de Karan, foi até a sede de seu clã de forma quase automática, mas ver o outro com a mão estendida para si destruiu sua fachada; o abraçou com o força, tremores se espalhando por seu corpo como nunca fizeram antes. Se agarrou a ele com toda a força e desespero que podia, as lágrimas escorrendo dos olhos arregalados e umedecendo o ombro alheio. "É ela, não é?", sua voz era fraca, quase silenciosa. "Ela veio até você também. No momento em que olhei naqueles olhos, senti o gosto daquele sangue novamente em minha boca, como se fosse a primeira vez, como se tivesse sido ontem. Sei que ela vai me destruir, e que vai aproveitar cada segundo."
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bcnvivant · 5 months ago
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[flashback]
"Belíssimo. Mas se fosse de um cerúleo, talvez..." Karan parecia perdido em pensamentos, tentando sustentar a pose de distraído--- sem dar muita atenção nas insinuações de Ozzy, primeiro porque jamais gostaria de parecer completamente inteirado sobre o assunto, e depois porque faria a mulher trabalhar um pouco pelo prêmio garantido. Ele próprio tinha alguma arma na manga, e no momento certo devolveria a investida. "Minha?" Franziu as sobrancelhas grossas em falsa confusão. "Sabe que não acredito em possuir pessoas, minha cara. Mas se está falando de Maryland..." O rosto se retorceu ligeiramente com as pontuações a respeito da pequena falta de profissionalismo recorrente. Estava realmente difícil manter as aparências após os repetidos encontros no final de todo ensaio--- mas, a bruxa não sabia daquilo. Ou sabia? "Justo. Acho que mereço. Mas saiba que minha mente anda ocupada com outras coisas mais. Como por exemplo..." A prancheta de lado, escorando-se pelo quadril em um móvel do cenário, agora a face de Karan possuía requintes de divertimento. Algo puro e nada mal intencionado, uma faceta do vampiro que não era completamente difundida por aí. "Não sabia de seu gosto... recém-adquirido por lobos. São criaturinhas deveras descomplicadas. Parecem ter apenas dois botões, o de morder e o de latir." Olhou para o vestido escolhido e sorriu em aprovação. "Esse ficou ótimo. Leve-o."
Ozzy sorriu percebendo que ele estava pronto para morder a isca, sua reação sendo tudo que ela precisava para confirmar o que seus olhos já haviam lhe dito. "Ah, Nik, você sabe, a sua jovem musicista", comentou retirando um vestido da arara de roupas e virando-se para o vampiro com ele a sua frente, perguntando sua opinião com o olhar, "Eu notei que você parece verdadeiramente interessado em ajudar ela, sabe? Achei fofo. Você olhando mais para ela do que para o roteiro, ignorando que o rapaz contracenando com ela estava desafinado. Realmente... Profissional" brincou devolvendo o vestido que havia pego para a arara e pegando outro, novamente o mostrando para Nikhil, "Acho que esse ficou bom" disse fingindo que havia mudado de assunto, mesmo que sua expressão e como olhava fixamente para os olhos do vampiro deixassem claro que estava apenas dando uma leve pausa, pelo drama.
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bcnvivant · 6 months ago
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aquele tom de voz... nikhil sabia logo de cara que ozzy tramava alguma coisa. tinha alguma fala esperta para compartilhar, ou talvez houvesse tecido uma provocação usual, inerente da tensão que sempre havia entre os dois. na maioria das vezes era cômico, interessante, algo esperado para entreter os dias mais ou menos iguais no teatro... pelo menos até as mais recentes reviravoltas do destino. nikhil demorou dois segundos para erguer o olhar compenetrado da prancheta com pilhas de papéis rabiscados para ozzy, um sorriso confiante e cheio de pompa aparecendo no rosto. "ora, ora, ora. acertou precisamente, como posso lhe ajudar?" o sorriso, porém, se desfez como um monte de areia que acabara de ser acertado por uma onda repentinamente grande. a confusão transformou-se em entendimento, a máscara que geralmente utilizava vacilando a expressão geralmente polida e comedida. nikhil pigarreou, olhando ao redor para certificar-se que todos já haviam saído. a boca se abriu para dizer o nome de maryland--- mas percebeu que assim cairia naquela armadilha de palavras. escolheu forçar a barra, fingir desinteresse. ver até onde ozzy iria. sabia que depois não haveria volta. "... qual atriz? temos um elenco especialmente grande para essa peça."
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Starter fechado com @bcnvivant (Nikhil Nayyar) no Teatro do Crepúsculo.
Diferente do que haviam conversado mais de um mês atrás enquanto falavam amenidades no Oitavo Pecado, de forma efetiva, Oz não havia realmente lutado por nenhum papel principal na peça de Nikhil, pelo contrário, a bruxa estava mais do que confortável em ajudar o vampiro com a organização da peça, com alguns feitiços de ilusão e com a garantia que poderia substituir qualquer um daqueles atores, em sua opinião péssimos, com um pé nas costas. Por isso, mesmo que não viesse a todos os ensaios, não era também surpresa nenhuma que Ozzy estivesse lá na plateia do teatro vazio, nas últimas cadeiras, observando as atuações dos outros com olhos atentos, aprendendo-o a copiar os movimentos deles, seus trejeitos, a entonação de sua voz. Afinal, quem sabe a protagonista se machucasse horas antes da estreia? Tudo pode acontecer.
E foi observando estes detalhes nas interações entre toda a equipe, que Ozzy sorria em silêncio com um olhar bem mais atento a Nikhil e a jovem Maryland. Sem pressa, esperou todos irem embora até se esgueirar para a coxia com um sorriso no rosto, "Ora, ora, ora... Se não é meu velho amigo Nikhil" chamou o vampiro enquanto caminhava na direção dele a passos lentos e mãos para trás, "Sabe, Nik, hoje eu fiquei realmente tocada pela atenção suuupeer especial que você deu para a nossa atriz..." comentou enquanto fingia ajeitar alguns figurinos na arara.
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bcnvivant · 6 months ago
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nikhil desceu o olhar para o dedo fino repousado no peito, sem conseguir esconder o suave repuxar dos lábios em um sorriso interessado. era fascinante como a audácia de maryland parecia florescer longe dos olhos alheios. não se recordava de ter conhecido uma humana tão atraente, com um cheiro tão tentador. não se lembrava de jamais ter se aproximado de uma humana com aquelas intenções, mesmo em um pequeno e superficial nível de intimidade; até mesmo as eventuais e proibidas caçadas miravam outros seres sobrenaturais. desde que perdera a própria humanidade, preferia manter-se assim: cercado de seres que refletiam a imagem de força e graça. afinal, cinco, dez, vinte anos eram uma imensidão de tempo para alguém como maryland, enquanto, para ele, não passavam de uma fração insignificante de sua existência. mas como um boêmio que adorava ceder aos prazeres instantâneos e finitos da carne sempre quando possível, nikhil traçava suas ações pelo preceito do puro divertimento. o trabalho já havia se encerrado, não? aguardava a aproximação da musicista, quase que ansioso para enlaçar o punho com os dedos e puxá-la para perto, a mão tão logo subindo ao encontro do pescoço, polegar emoldurando o rosto bonito sob a luz direta. a outra palma guiada até a cintura, grande e despojada, como se fosse o local de naturalidade para se estar, se emaranhava no tecido da blusa, ameaçando abrir espaço para encontrar a pele por baixo. lábios frios contra os quentes numa disputa acirrada de vontades, costas curvadas para compensar a diferença de alturas. ah, sim, o beijo era tão bom quanto ele se lembrava. afastou-se minimamente após deixar perdurar, uma risada reverberando no peito coberto das várias camadas de roupa. ainda tinha muitas coisas a dizer entre um e outro roçar de lábios. "então é do tipo observadora, maryland? soube ver por trás de minhas ações antes mesmo de eu concretizá-las." nikhil mordeu o lábio inferior por um breve instante, jamais soltando a mulher. "creio que após essa segunda vez eu vá atrás de uma terceira e quarta, também." a provocação veio com uma sobrancelha erguida, e o vampiro se aproveitou do momento para erguê-la num movimento fluido e isento de esforço físico. girou para colocá-la sobre a penteadeira, mas não antes de afastar todo o conteúdo para o lado, alguns itens caindo no chão. nikhil então tombou a cabeça, espalmando as mãos aos lados das coxas de maryland, lentamente inclinando-se para beijá-la no pescoço. deixou-se inebriar no perfume que viajava a cada pulsar enquanto traçava com os lábios uma linha até a clavícula, tomando seu tempo. depois, ergueu-se, olhos escuros encarando os dela. "uma bela surpresa, palco e bastidores. fico feliz em tê-la..." murmurou, a voz grave e carregada. "de todas as maneiras que me permitir. voz, lábios."
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Já? Deveria uma diferença entre iludida e esperançosa. Algo dita numa das lições da amiga, mas ela esquecia completamente quando ele chegava daquele jeito. O corpo entrando em curto-circuito com a audácia, esquecendo que estava no saguão de entrada à vista de quem quisesse. Mas não passou disso. Um arrepio, um desejo e algo a se pensar. Sério, nem era tão simples assim. Não quando discretamente erguia a mão para colocar sobre o peito, repousando os dedos onde o coração batia sem cessar - rápido demais para quem ainda tinha outra visita no hospital agendada para amanhã. "Espero cumprir com todas as suas expectativas e um pouquinho mais. Nikhil, eu... Não consigo acreditar ainda no que aconteceu. Socorro, eu vou entrar em pânico toda vez que ouvir esses elogios." Era uma brincadeira, claro. Ou não funcionaria direito dali para frente. Uma risadinha animada e aquela pose de flerte, sorrindo enviesado para a segunda parte. Somos dois adultos. Onde estava mesmo a diferença entre iludida e esperançosa? E o que impedia de imaginar que aquela vez não era a única?
Maryland tentou aproveitar o tour, prestar atenção no que dizia, mas... Mas a mente voltava para aquela frase, para a proximidade. Para as intenções por baixo que tinha captado, do sorriso e dos olhos e da boca. Quando sentia que ele ia se virar, ela piscava e voltava à realidade; fingindo costume e atenção absoluta. "Caso eu-" Aquela invertida pegou-a desprevenida. Ele estava dizendo o que estava entendendo? "Não darei trabalho nenhum, eu prometo. Basta me dizer o lugar e o horário, e eu estarei presente. E por onde devo ir, devo acrescentar." Em algum momento, a mente entrou em equilíbrio e ela entendeu. Se viu fazendo perguntas, deleitando-se com a história, impressionada com o quanto ele tinha feito em tão pouco tempo. Nikhil parecia jovem, não mais do que alguns anos mais velha do que si. E olha isso! O teatro era bem mais do que via nos palcos - com certeza.
O lugar que mais passaria tempo sofrendo, porque uma verdade era que surtaria na frente de uma penteadeira. Dividindo-se entre relembrar os elogios dele com a dúvida implantada pelos pais. Seja perfeita. Girou sobre os calcanhares, voltando a prestar atenção nele. Se deixasse, teria passado as mãos em todos os lugares ali. "Sempre os bastidores?" Repetiu com incerteza, arqueando uma sobrancelha. Mas... Ah, ela entendia agora. As cócegas no pescoço com o nome dito daquele jeito, querendo encolher em si mesma e cobrir o rosto. Envergonhada. Só que ela avançava. Dois adultos, certo? Dois adultos e nenhum freio à vista. "Pelo que me lembro, não tive escolha nenhuma no Oitavo Pecado. Você me levou." Agora era um pulo de confiança, cair com a intenção e arcar com as consequências. "Assim como agora, seguindo você, acabamos novamente nos bastidores." Ficando de frente, cabeça erguida pela diferença de altura, Maryland colocou um dedo sobre o peito do diretor. Ainda não era integrante, ainda não era seu chefe. "Se eu não conhecesse a tendência, diria que está atrás de uma segunda vez. Acertei?" A mão desceu para os braços cruzados e empurrou para baixo, puxando um braço consigo para pousar na cintura. Ele não tinha aproximado? Agora era sua vez - e não ficaria na expectativa ansiosa. Os pés esticaram, o corpo usou o de Nikhil para se apoiar e ela rezou para o encaixe ainda existir.
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