A ideia é deixar o livre pensar para assim criar sem censura, mas com sutileza
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É real ou ficção?
Sempre pensando, observando e muitas vezes não entendendo os próprios sentimentos. Que bom! Não entender constrói o caminho da busca. Sempre o desafio é e será exatamente este. Nunca me aquietei com o desejo de observar e observar o turbilhão de sentimentos e sensibilidade que pairava e persiste em pairar dentro de mim.
Desde ainda criança, tão logo comecei a ter o contato com redações escolares, era um grande prazer escrever. Nem me fale em matemática, inclusive usei minha boa redação para enviar uma emotiva carta para sensibilizar o professor a não me reprovar na matéria... e funcionou. Se ele viu minha lógica, agradeço. Minha lógica era outra e agradeço a ele mais ainda!
Escrever longos textos ou curtos me comoviam e para me motivar mais ainda emocionavam as amigas de minha mãe que sem saber ainda o motivo pediam que eu lesse em voz alta minhas redações. Aquilo me gerava um prazer e orgulho. Lia alegremente em voz alta. Lembro os lugares que fazia isso: entre uma carona que esperavam e o horário de cada uma bater ponto no DER.Pi, onde minha mãe trabalhava. Eu conhecia todas, pois era para o DER que eu seguia quase todos os dias após as aulas aguardar minha mãe sair.
É assim que me vejo até hoje quando recordo aquele prazer que sentia e tento repetir ao escrever agora, mais ciente de minhas emoções. Mais feliz ainda fico quando envio para algumas amigas que sei gostarem e têm paciência da leitura. Elas retornam com comentários... não são muitas pessoas que fazem isso: ler. O hábito da leitura mais demorada fica cada dia mais difícil em época de simples leituras de títulos na internet.
Voltando às emoções que escrever me remetem, vibro cada dia mais. Os anos estão me fazendo conhecedora de um estilo que mais me representa, minha autenticidade nas frases se sedimentam ideia à ideia. Observo também com atenção que cada dia descubro novas ferramentas para começar a guardar com segurança e organização alguns escrito. A tecnologia ajuda. Já perdi muitas jóias (pelo menos para mim) , fui deixando pelo caminho, em algum canto de gaveta, em minhas inúmeras mudanças de cidade e morada. Hoje, amaria que estivessem comigo. Textos de quando eu era pequenina, meus cadernos de redação, todas as páginas e diários que fui traçando em meus momentos de escrita, textos durante minhas experiências sozinha em países diversos que me aventurei que me faziam ir da alegria extrema ao mais profundo sentimento de tristeza. Sair pelo mundo também causa tristeza e solidão!
As emoções, sensibilidade e prazer que a escrita me proporciona. Tudo é muito concreto e quando início, não sinto mais desejo de fazer outra coisa e ali posso divagar nas construções de frases por muito tempo sentindo meu maior momento de foco e concentração.
Minha mente é buliçosa, inquieta, saltitante como daquela menina lendo para as amigas da mãe e quando sinto essa criatividade chegando já sei que terei momentos deliciosos.
Não posso deixar de dizer que quando pequena eu me sentia mais livre na escrita, nem tinha consciência do que se passava. As crianças brincam, rompem contratos, imaginam sem trava e são livres de censura. Isso é um fato! Vamos envelhecendo e ficando bobas e cheias de preocupações de não agradar, de sermos criticados, medos e medos surgem que ceifam definitiva a livre expressão. Escreve é um ato de muita coragem e exposição e um teste absurdo de nossos medos. O contato com tudo isso me impulsiona demais. O final de cada texto, quando o “filho” nasce... é prazeroso demais.
Penso de onde vem efetivamente esse prazer da escrita. Várias opções me aparecem e jamais direi que tenho um único motivo. O desafio é um dos motivos. A arrumação mental que a escrita me proporciona acalma minha mente e vejo que sou capaz de ser inquieta, de pensar e sentir demais, mas também sou capaz de organizar meus textos para serem compreendidos. E digo que isso nem sempre é meu comum ou o normal em minha fala diária. Recebo reclamações de pessoas que são mais próximas a mim e em algumas situações não conseguem acompanhar o que estou querendo dizer ou escrevendo as mensagens de zap. Isso me intriga!
Assim sendo, só posso afirmar que a escrita é um dos meus melhores e mais confortáveis hobbies alem da fotografia. Ela me gera muita organização de sentimentos e como tive uma professora maravilhosa de redação, que era cheia de técnica e muita paciência, uma anã que amava e até hoje é uma pessoa que não sai de minha mente, presenteio a ela cada texto bom ou não que escrevo. Cada emoção que consigo organizar no papel e em minha alma.
A professora Socorrinha. Ela era quase da altura de minha carteira de madeira. Encostava-se em minha carteira(daquelas que abria a tampa, de cadeira separada e tinha até lugar na parte superior afundada para o lápis não escorregar:gênio). Eu ficava olhando admirada como ela se agigantava me orientando e deixando dicas que até hoje uso. Hoje vejo em minha memória que ela só devia ter uns 40cm a mais que altura de minha carteira. Ficava muito próxima de meu rosto eu ali sentada.
Socorrinha deve ser o real motivo de meu encanto pela escrita, do prazer que sinto e alio isso tudo à minha necessidade e prazer de organizar o turbilhão de idéias que enchem minha vida diariamente me levando mais ainda a uma prazerosa sensação de autoconhecimento. Não importa em absoluto se o escritor quer textos de ficção ou não.
O que de fato importa é deixar a imaginação fluir e ir traçando linhas que se manifestem sem muitas pretensões. Que os textos e idéias se libertem. Afinal o lindos textos, engraçados ou não, envolventes e que lhe fascinam, são assim por cumprirem seu despretensioso papel de voarem com o vento e saírem da mente do seu autor, sempre gerando partos maravilhosos e sensações indescritíveis de missão concluída mesmo por caminhos , às vezes, difíceis.
Viva Socorrinha!
Viva Colégio das Irmãs. Teresina. Pi, eternamente inesquecível!
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Os sentidos da Coruja
São muito estranhas as formas físicas de animais que vivem em buracos ou somente saem durante a noite. Melhor dizendo, causam estranheza aos olhos das criaturas que vivem a luz do sol. Suas formas são as comuns para seu “turno”. Só os que vivem na noite sabem suas necessidades e angustias se de fato, em algum momento, qualquer sentimento de angustia existe por viver na escuridão.
As corujas são ótimos exemplos. A maioria é arbórea e de hábitos noturnos. Suas características são desenvolvidas especialmente para se aninharem bem ao seu habitat. Olhos dirigidos para frente e visão estereoscópica altamente desenvolvida, amplo campo visual a despeito da mobilidade, pescoços que giram até 270 graus, audição aguçada. Tudo ajustado para sua situação.
Dessa forma essas aves vivem em seu universo diferente se comparado ao humano convencional, vivenciando experiências diversas e durante a escuridão. Se ficam ansiosas para o dia raiar e descansarem um pouco, como nós que nos locomovemos, trabalhamos e nos relacionamos durante o dia, não sei.
E assim, com o sol já alto e o dia que promete ser quente como se o verão já tivesse desembarcado por aqui, abro as cortinas do quarto. Céu limpo e luz solar clara a ponto de incomodar os olhos. Viro o rosto para amenizar o confronto da luz direta que entra no quarto enquanto prendo as alças da cortina.
Não sei bem como definir os altos e baixos das sensações que essa situação de isolamento por causa dessa pandemia nos impõe. Uma doença que ainda nos deixa atordoados com a total falta de definições e protocolos seguros e alinhados totalmente. Tudo me parece muito empírico e, de fato, é!
Seis dias, apenas seis dias trancafiados em um apartamento e me vejo abalada a ponto de imaginar quem não tem condições financeiras de vivenciar isso de maneira segura e confortável. Imagino quem fica sem opção e, portanto sozinho durante dias, debilitado e sem forças para pegar um copo de água e não troca um olhar ou uma palavra com ninguém.
A necessidade do isolamento, o cuidado com quem vem coletar o lixo, a encomenda que chega e alguém tem de trazer até aqui compras e tocar a campainha deixando perto da porta, as compras que um parente ou amigo precisa fazer para que você supra suas necessidades básicas. Tudo isso me faz ir superando cada hora e ficar quieta sem reclamar tanto.
Reclamar até que posso, mas me emudeço quando imagino quem não tem o conforto que tenho, o espaço amplo que minha casa proporciona, a assinatura Netflix, Prime Vídeo e tantas outros artifícios que posso utilizar para meu dia passar menos entediante. Vendo quem se encontra ao meu lado nesse isolamento, com sintomas considerados ainda leves, dormindo quase o dia todo, percebo como sou uma pessoa de sorte.
O receio e insegurança que gera em quem acompanha e cuida do outro abatido por essa doença é um ponto à parte. É de desequilibrar também. Tem tempo certo para tudo, não adianta gritar... é observar, medir, engolir umas pílulas e dizem sempre aguarde, vamos esperar a reação.
Há exatos 6 dias trancamos a porta de casa por dentro e só com “senha” atendemos e nossos resultados de PCR só definirão amanhã o tal resultado positivo ou não. Mesmo nessas condições privilegiada a experiência me permite provar o que de fora da situação eu imaginava. Viver isso abre um canal estranho nas emoções. Acho que quem estiver lendo pode perceber. Faço-me a pergunta de manhã e tento responder até o final do dia: será que se estivesse há 6 dias isolada em casa por simples opção quais seriam as emoções? Tudo confuso e até desorientador?
É exatamente como me vi hoje ofuscada pela luz do dia e já pedindo que a noite chegue para mais um dia acabar e tudo passar logo. Olho pela mesma janela as crianças brincando e o barulho delas passa a ser minha distração. Como os animais notívagos passo, mais ou menos, a me orientar pela intensidade da luz e pelos barulhos de baixo. As orelhas dos animais notívagos são aguçadas e sei agora como as usam para ministrar suas rotinas, tarefas e caçadas, além de espreitarem com elas o perigo que se aproxima.
Não me importo muito com as horas que o relógio marca, somente para disponibilizar uma comida, suco ou similar para quem está comigo.
O medo das pessoas de se aproximarem é justo, mas nos faz também enxerga outra perspectiva de toda essa época cinza e de medos. Penso inclusive que temos uma ajuda tecnológica que não sei bem se ajuda ou atrapalha: a internet. Quantos pontos para se refletir!
As redes sociais, o whatsapp, facilitam o contato com o mundo lá fora, mas a desobrigação do uso da voz, de uma chamada também desumaniza a ajuda, o apoio. Telefonar já não é o habitual. Todos nós achamos que uma mensagem resolve, ajuda e já é suficiente.
Ainda para acentuar mais um pouco as mudanças aceleradas de comportamentos do nosso “mundo moderno”, quando queremos e precisamos falar ou prosear em momentos mais difíceis da vida como esse, também nos sentimos tímidos “do lado cá” em chamar alguém para conversar uns minutinhos no telefone.
Ah.. Importante! Temos ainda os boletins diários que nos pedem. Perguntam através de mensagens sobre o outro que se encontra isolado com você e se esquecem , percebendo você sem grandes sintomas físicos, de perguntar como estão seus sentimentos. Só deixo um aviso, acho que pode ser que enlouquece também aquele que vivencia essa situação sem sintomas da doença. Carência? Pode chamar como quiser... afinal o relato é meu e detalho da forma sentida.
Como diz Alceu Valença: ..”a solidão é fera a solidão devora..”
Não é critica, não é julgamento... é simples afloramento de sensações soltas, de altos e baixos que merecem ser registrados em sua intensidade para mim, para quem quiser ler ou para quem quiser ter mais cuidado.
Vivemos momentos que farão parte da história e sabemos certamente que com o passar dos anos a ciência encontrará uma saída. Essa fase será um capítulo em livros e serão detalhados os fatos e nossas experiências em 2020/ 2021.
Obviamente que não terei meus sentimentos registrados nesse capítulo da história oficial, mas guardarei meu relato com cuidado na “pasta” de meus textos. São sim, muitos textos misturados e livres de sequência. A única ordem seguida é a da emoção de cada momento. Uns textos são engraçados, emotivos, tristes, críticos, eróticos e até mesmo inesquecível para mim como este por ser quase uma lamúria da realidade que vivo compulsoriamente no momento.
Quem sabe também, terei a sorte de um dia ler para meus netos como foi esta época. Contarei para eles o dia que me senti uma coruja ao abrir a cortina, coisa incomum, já que sou diurna.
Diante da emoção e lágrimas de uma idosa, espero que eles tenham paciência para me ouvirem narrar às reais e profundas emoções deste breve relato. Terei, entretanto cuidado para no final dizer a eles que podem visualizar a avó aos 58 anos, cheia de vigor no confronto com o COVID 19 e sem exame ainda conclusivo até esta data. Serei enfática em dizer que mesmo nos momentos tensos e complicados como os de 2020, tive de lutar muito para que meu humor jamais fosse perdido e concluir minha narrativa dizendo que a solidariedade e paciência nos fez sobreviver.
Salvador, 13.12.20
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Quem será o biruta? Eu ou o Dr.?
Andar aceleradinho, pernas finas e calça ultra justas. Botinhas modernas e o cabelo da moda. Tudo lembrava minhas épocas de adolescente: o que importava mesmo era se apresentar no modelito vanguarda e engatar a primeira.
Afinal o que é mesmo adequação? Tem época e local para se vestir ou se comportar de jeito assim ou assado? Tem profissão as quais precisamos demonstrar algo diferenciado para acalmar o outro? Passar segurança? Sei lá!!!
Todas essas regras sócias e profissionais são tão dinâmicas que corro o risco de aqui escrever algo e terminar caindo no politicamente incorreto. Coisinha mais castradora, mas é prudente ter cuidado e assim o melhor é nem arriscar. Só sei que passei mesmo foi um sufoco.
Fiz uma consulta com um otorrino e fiquei chocada com a aceleração da criaturinha: Entrei no consultório e ele me pediu para dizer o que estava sentindo e detalhei.
Pediu que eu sentasse em uma cadeira alta que mais parecia que vivenciaria uma experiência de tortura. De longe mesmo o DR me mandou abrir a boca e focou uma luz lá dentro. De pronto, acho que para eu não recuar, segurou a minha língua com um desses trapinhos brancos e me rendeu. Tirou minha fala! Veio com um pauzinho e segurou a pobre de minha língua já rendida pelo tal pauzinho (tudo no modo “fast”).
Ai veio o golpe final. S
Segurou firme minha língua e usou um spray anestésico na garganta. Que loucura! Não poderia ter me avisado o passo-a-passo? Invadir alguém assim não é obra de Deus.
Pensei que estava tendo um choque anafilático, pois de imediato senti um sufocamento terrível. Não poderia ter me avisado sobre os efeitos daquele spray e mesmo o que iria fazer a partir do momento que me pediu para sentar na tal cadeira?. O garotão acelerado não me comunicou nada. Imagino que a idéia era mesmo essa: Surpresa!
O Dr. saiu de minha frente, abriu a porta e pediu que eu o seguisse no corredor. Eu tossindo,quase babando(não conseguia engolir),minha língua parecia a de uma vaca. Parecia enorme e não cabia na boca, paralisada e sem reflexo, quase pendurada para fora da boca. Comecei a me engasgar com a própria saliva e mesmo assim acelerada atrás dele no corredor. Ele nem olhava para trás com suas peninhas fias e ajustadinhas naquela calça preta slim em alta e seu belo rabinho de cavalo sacolejado para um lado e outro.
Não se dignava a olhar pra trás e ai veio em minha mente: deve tá me achando uma dondoca exagerada.
Juro que minha impressão era que estava me sufocando com aquela língua enorme sem ação e babando, pois não controlava a deglutição. Senti ânsia de vômito.
Entrei em uma sala de exame e ele me olhando sem se dirigir a mim apenas à sua assistente, deu seu comando.
Notei que a assistente já estava me esperando com um aparelho longo que olhei e já imaginei que iria me enfiar goela abaixo. Minha vontade era sair correndo pelo corredor babando mesmo, não faria mal a ninguém.
Segurei minhas emoções, mas tremia sufocada, a garganta paralisada e o médico cabeludo e modernão apenas me olhava quase me chamando de frouxa.
Vi uma pia e corri até lá antes de sentar na cadeira apropriada para o exame. Senti uns negócios estranhos, parecia algo vivo, na boca e cuspi. Nada! Só sensações que o maldito anestésico provoca. Nenhum controle naquele ato de cuspir e então apenas abri mais os lábios e deixei escorrer a saliva. Naquele momento o médico já era um grande sacana em minha opinião. Diante da cena, continuou apenas me olhando de braços cruzados achando que estava perdendo tempo ali esperando para puxar novamente minha língua inteira com o tal do paninho branco.
Sentei meio assustada tentando me controlar e respirar, mas jamais daria atestado de idiota e frouxa. Abri a boca e ele prá... agarrou minha língua novamente. Enfiou aquele aparelho longo goela abaixo. Xinguei as gerações dele passadas e futuras. Em minha mente já me via nas manchetes: mulher de 57 anos (agora fiquei na dúvida se tenho 57 ou 58 anos, essa pandemia tem me transtornado em relação a tempo) morre de choque anafilático em conhecida clínica da cidade. Tudo passando em minha cabeça em fração de segundo, afinal entrei na voltagem do rapaz.
Que Hitller, pensava!
Acabou o exame e sai novamente correndo atrás dele naquele mesmo corredor até a sala da consulta. Sentou e começou rapidamente a debulhar o rosário que aprendeu nos livros esquecendo que ali tinha uma paciente nervosa e engasgada com o anestésico de gosto terrível que ele tinha derramado sem pedir permissão.
Falou correndo e perguntou se eu tinha dúvida.
Eu, humildemente, respondi: Não, Dr.
Ele se virou para o computador e fiquei apenas com uma lista de remédio para formular e um anúncio da farmácia de manipulação indicada grampeada na receita.
Ele: Aqui tem uma receita para 30 dias e depois volte. Quer perguntar algo?
Eu: Não, Senhor! Deus me livre!
Acredite, nesse momento ele ainda tentou me vender seus serviços estéticos. Aplico isso e aquilo e blá blá. Se precisar, pode remarcar. Aqui o folheto.
O que ALGUNS médicos pensam ser? Quem pensam que somos quando entramos em suas salas? Onde esses “poderosos” estudaram e se envaideceram assim?
Atenção:
Siga as minhas prescrições: Se entrar em um consultório e observar alguns movimentos e atitudes estranhas e desfocadas do respeito ao outro, se perceber falta de olhar humano para você: Diga que errou de porta e... Fuja! Boa coisa não lhe espera.
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O "expediente" no Banco do Brasil ...como consegui reencontrar a alma de meu pai.
Hoje tive a real dimensão dos caminhos que nossa vida nos leva à medida que vamos envelhecendo.
Sai com meu pai pra "os compromissos" de sua manhã. Fui de motorista e já nem conheço a cidade onde nasci. Tudo mudou, cresceu e já não me vejo nessas ruas.
Tenho tudo, entretanto, ainda guardado em minha memória. Procuro as esquinas, os cheiros e as pessoas. Já estão apenas em minhas lembranças.
Foi dessa maneira que sai hoje: para ser a motorista da vez e saber o que meu pai de 93 anos faz em suas saídas.
Logo às 8h30 me apareceu de calça de linho e usando uma camisa de tecido azul por dentro da calça. Muito bem arrumado. A cor da camisa realça bem seu tom de pele mulato. Cabelos bem penteados, óculos escuros e firme em seus passos lentos. Mais magro dessa vez, mas aparentando saúde.
Perguntei de pronto aonde ia assim tão arrumado e ele disse que tinha coisas a fazer. Logo me disponibilizei a acompanhá-lo como motorista. Ele reagiu dizendo que não precisava, mas não cedi. Todas as vezes que venho dedico uma manhã para conhecer sua rotina.
Cedeu sem muito esforço, deduzi que era o quem queria e logo me entregou a chave do carro e o controle do portão, como todas as vezes. A relutância em aceitar de pronto a minha companhia é sempre puro charme e um teatrinho para ter certeza que não vai me incomodar. Nesse joguinho não caio nunca. Lá saímos para a função da manhã. Como sempre, peço indicações dos caminho mais fáceis, alegando total desconhecimento das ruas e noto que isso o satisfaz e o deixa ativo no comando. A cada vez que o encontro já observo nele certo desligamento de alguns assuntos, mas à medida que o incluo em um papo e outro, em uma decisão e outra, em um caso e outro, ele vai ativando a personalidade tão peculiar de ironia e os "causos" e comentários vão retornando aos poucos. Naquela manhã, inicialmente tentei achar o "tom", pois estava meio ensimesmado. Fui forçando a conversinha e ele ajudando. Não nego que tive momentos de reflexão sobre como vamos criando um mundo paralelo à medida que vamos envelhecendo. A dúvida que me surgiu era se por devaneio e esquecimento natural da mente mais velha, se tristeza, se cansaço ou se era somente falta de interesse em conversar.
Não deixei aquela reflexão me abalar e continuei persistindo, pois não nego meu choque quando sinto a cada encontro os galopes acelerados da idade em contraste com voltagem da mente e dos reflexos físicos. Entretanto também percebo que a idade avançada vai trazendo uma lentidão tranquilizadora e digna em meu pai. Essa já era uma de suas características desde sempre e vejo isso se acentuando cada vez mais e parece que sendo lapidado pela idade.
Vamos lá! Hoje a gente vai ao banco e vamos comprar um frango com recheio para o almoço. Foi essa a frase divisora de comandos. No console do carro, sabido como é, o vi conferindo um papel escrito: “galeto”. Percebi a sagacidade e humildade no reconhecimento das dificuldades que chegam e a alternativas encontradas para deixar gatilhos para sua lembrança e assim se safar dos riscos do esquecimento de voltar sem o tal galeto ou outra coisa qualquer. Guardo aquela dica para mim, pois sei que aos poucos poderei usar e ser bastante generosa comigo para aceitar. O flanelinha, o rapaz que vende a paleta de limpar vidro, o carinha que vende peixe na porta do banco, todos o chamam pelo conhecido sobrenome: "Seu Melão". Bom sinal... continua sendo querido e cumprindo seus rituais.
Estacionamos todas à vezes, praticamente, no mesmo lugar, a gorjeta é a mesma, e por ai vai... os idosos, como as crianças, gostam e se sentem seguros com a repetição dos hábitos, das coisas previsíveis.
Tudo vai alinhando sua mente à realidade que vem se apresentando atualmente com o passar dos anos. A conexão com os hábitos são mantidos, mais gatilhos para sua memória e mais segurança para então se sentir seguro com sua pseudo independência. Como ele é humilde para perceber as limitações que se avizinham e, não obstante, continuar desejando ser independente! É encantadora sua lucidez nesse aspecto e sem reclamar de absolutamente nada. Sentamos nas cadeiras de espera do banco e ele logo observa como hoje o banco está vazio. Já tinha me dito umas três vezes que deixou para sacar a pensão naquele dia por ter viajado e aproveita para despistar os bandidos que adoram ficar observando o dia que os idosos sacam seu dinheiro. O caixa o chamou pelo nome: Lourival Melão! Fomos juntos e foi recebido com simpatia e alegria pelo simpático funcionário. Fui orgulhosamente apresentada ao cordial rapaz que já o conhecia. Após o atendimento pensei que iríamos embora. Meu relógio cravada 9h45 e julguei que ele teria algo mais para fazer no Banco.
Fiquei surpresa quando me convidou para sentar na mesma área de cliente que estávamos antes do atendimento e disse: "vamos aproveitar o fresquinho do ar e esperar a hora de pegar o galeto." Tomei um susto, pois ainda era muito cedo para esperar a hora do almoço. Perguntei de pronto: não tem mais nada para fazer? E ele: “Não. Tá muito cedo pra pegar o galeto”.
Em minha aceleração habitual, fiz rapidamente as contas do tempo: são 10h e o galeto só deve vender a partir de 11h ou mais. Fiquei meio aflita, mas resolvi relaxar e curtir o banco e sua rotina. Resolvi acompanhar a dinâmica de meu tranquilo e sábio pai, afinal era o reconhecer de fato que me fez querer conhecer sua rotina das manhãs.
Quando me dei conta, estávamos os dois no maior “tititi” falando de quem passava e de quem saia e entrava. Ele achou até mesmo um clone do Gen. Mourão ali no salão de espera.
Só ali, no frescor do ar condicionado , na sala de espera do Banco do Brasil, meu pai foi soltando a língua e logo estávamos falando e rindo de tudo. Até que me disse que estava gostando muito do expediente no Banco.
Quando o relógio marcou 10h45 ele disse que às 11h30 a gente iria embora comprar o galeto. Não resisti e comentei: "mas ainda teremos um expediente de 45 minutos aqui?".
Ele gargalhou alto e confirmou. E foi ali que continuamos reconstruindo nossa afinidade e eu aproveitando para "reconhecer" sua mente esperta e com novo formato para se manter conectado à vida.
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A Toscana transpira...aguçando a sensibilidade
Catarina acordou literalmente molhada. Ainda era muito cedo. Alguma sensação aprisionada na sonolência, mas viva fisicamente a traziam de volta à realidade após aquela noite de sono e fantasia. Ela ainda sonolenta não havia se dado conta que tudo era sonho misturado com a real vontade de se aconchegar e ser acariciada. Não queria acordar do sonho ou realidade?
Durante aquela noite os desejos afloraram e a levaram a ter sensações gostosas que fugiam o seu controle, pois as cenas que se desenrolaram em sua tela mental eram nítidas e geravam desejos profundos entre suas coxas.
As imagens daquele sonho maravilhoso estavam impregnando seu imaginário antes do dia de fato começar.
Catarina era hospede naquela casa fazia poucas horas, estava na bela cidade Luca, na Toscana, a convite da amiga de sua mãe, D. Rita. Tudo lhe parecia muito especial, principalmente por ser sua primeira viagem para fora do Brasil. Sua anfitriã morou no Brasil há anos, desenvolveu uma amizade sólida com sua mãe e quando enviuvou voltou para Luca
A visita à Toscana veio a calhar. Catarina agora com 31 anos, recém separada, arquiteta, mulher financeiramente independente, aceitou o convite de D. Rita para passar um tempo em sua casa naquele mês de maio de 2019...mês privilegiado para se conhecer a Toscana já que a primavera deixa a região diferenciada.
Divagando e conhecendo a beleza daquela casa se deteve em frente a uma porta alta que se encontrava fechada. Se sentindo indiscreta e mesmo assim impulsionada por sua curiosidade, já que sabia que D. Rita vivia sozinha naquela casa, não se intimidou e abriu porta. O grande salão estava vazio e isso a deixou mais tranqüila para continuar sua visitação naquele ambiente tão bonito.
Catarina entrou curiosamente com seu olhar de arquiteta. Lugar amplo e cheio de luz natural típica da região da Toscana na primavera. O grande salão parecia usado para as aulas de dança que D. Rita ministrava desde que retornou do Brasil, era professora de balé e morando em uma casa tão grande usou uma das áreas para montar sua escola. Várias janelas altas e abertas clareavam aquele ambiente cheio de música harmoniosa.
Entrou no salão quando viu em uma das janelas uma mulher linda, no alto de sua juventude com mais ou menos 24 anos, pele morena, cabelos na altura dos ombros, um tanto ondulados e fartos, estatura mediana, corpo mais para forte e roliço, seios fartos que sobressaíam em uma blusa de algodão florida e com botões pequenos que deixavam um decote profundo mostrar o início dos seios sem sutiã. Ficou claro para Catarina que ela tinha os mamilos enrijecidos, pois no tecido fino se percebia claramente.
Parecia que a moça escondia alguém atrás da cortina branca que se encontrava recolhida em uma das paredes próxima às janelas. O rosto desconfiado da moça mostrava que tinha sido pega de surpresa. Catarina, novata na casa, desconfiou que a jovem era aluna da escola de dança e devia ter ficado após a aula para algum treinamento mais pontual.
Catarina, sempre observadora e imaginativa, sentiu algo diferente olhando a cena daquela mulher linda e um calor percorreu seu corpo. Algo pairava no ar e ela se sentiu motivada a permanecer no ambiente e ver o que ocorria.
Deu bom dia e se apresentou. A italiana se chamava Giovanna, falava razoavelmente bem o espanhol e explicou inclusive que estava ali finalizando uma aula de flamenco. Percebeu logo que Catarina era a hospede que D. Rita havia comentado e começou a falar mais devagar em espanhol sabendo ser mais fácil para se entenderem. Discretamente, Catarina procurou outra bailarina que estivesse ministrando a aula de flamenco que ela citou e não viu e mais desconfiada ficou... havia mais alguém ali.
Giovanna abriu um sorriso desconfiado, meio sem graça, mas receptivo. Arrumou sua saia rodada e tentando abotoar aqueles pequeninos botões que se encontravam ainda abertos, acolheu simpaticamente a intrusa.
Catarina sabia que tinha uma imaginação grande e não se fazia de rogada em suas fantasias. Sempre foi assim e vivia leve e sem preconceito quando o assunto era sensualidade, sexualidade e prazer.
Aproveitando sua carência dos últimos meses, logo sua mente criou uma bela cena da situação que poderia estar acontecendo naquela sala. Chegou até a gargalhar intimamente ... só poderia ser louca mesmo, pensou. Agora precisava confirmar suas suspeitas: havia mais alguém naquele ambiente e Giovanna estava escondendo.
Como ela intuiu desde que entrou, um rapaz moreno e forte saiu de trás da cortina que estava recolhida, pois ele deve ter percebido de onde se escondia que Catarina já tinha notado o que estava acontecendo ali. Ele parecia mais velho e experiente e assim sendo não ficou difícil entender a situação na sala.
Ele se apresentou como Juan e passou a mão pela cintura de Giovanna, a puxando para perto dele como se com esse firme gesto confirmaria o que até então não havia sido verbalizado. Ele mais ou menos da idade de Catarina, parecia que captava a energia da situação. Era o professor de dança flamenca e era a pessoa que Catarina sentia na sala. Agora se confirmavam as suspeitas que Catarina.
Aquela aparição foi o suficiente para Catarina se desinibir e trancar discretamente a porta atrás de si, pois aquele breve encontro de desconhecidos já tinha configurado o roteiro daquela situação que a essa altura excitava muito a hóspede de D. Rita. Apenas a bela Giovanna ainda tentava despistar no alto da sua ingenuidade a situação a qual foi surpreendida com a súbita entrada de uma estranha.
Ela se aproximou do casal e narrou brevemente sua situação de hóspede. O casal também se apresentou como aluna e professor.
Um sorriso maroto deu o sinal que Juan queria e possessivamente puxou Giovanna para mais perto e lhe deu um beijou úmido e demorado.
Catarina olhava a cena, agora bem próxima, e sentiu uma pulsação involuntária em sua buceta. Quase suspirou quando isso aconteceu, mas se conteve.
Juan levantou Giovanna e a sentou em uma daquelas lindas janelas. Do lado de fora um jardim frondoso e florido. Só se via plantas e se ouvia um barulho de pássaros.
Catarina continuou apenas olhando a cena.
Juan entrou entre as coxas de Giovanna e continuou sua demonstração de masculinidade e vontade. Giovanna inicialmente sem graça...não sabia ainda como agir, mas diante de tamanha decisão e ardor daquele homem, se derreteu em seus braços.
Catarina agora compreendia o motivo dos mamilos de Giovanna estarem tão enrijecidos e apreciando tão bela sedução, relaxou e apenas olhava. Naquele momento amaria ser ela a mulher de saia e pernas abertas a receber aqueles afagos fortes. De tanto desejo, sentiu as pernas fraquejarem e teve de sentar no chão lindo de madeira brilhante daquele salão.
Juan levantou a saia de Giovanna parecendo continuar o que já havia começado antes da entrada intempestiva de Catarina naquela sala. Já sem calcinha, Giovanna respirava profundamente arqueando um pouco o tronco enquanto Juan à lambia hábil e lentamente como que querendo provocar mais ainda a jovem, ingênua e fogosa italiana.
Deixou de lado aquelas leves sugadas na buceta de Giovanna que já pedia que não parasse e subiu até a altura dos seus seios. Abriu mais 3 pequenos botões e um dos volumosos e duros seios saltaram. Ele fez igual ao que vinha fazendo em seu sexo e lentamente mordiscava a região dos mamilos e seios da bela moça e ela gemia controladamente apenas agarrando seus cabelos. Os dedos de Juan massageavam o clitóris e toda a região do sexo de Giovanna e aquilo a enlouquecia. Molhada e pedindo mais ele já não à ouvia, apenas cumpria o seu ritual sexual que sabia fazer com primor. O ritmo era o dele, a pressão certa e a velocidade que suas mãos de macho que sabe trepar queriam. Aquela entrega de Juan em fazer sua fêmea feliz o dava mais prazer e seu pau já estava a ponto de sair da calça preta de bailarino que vestia.
Catarina, para não fraquejar, já estava sentada no chão não conseguia tirar os olhos do casal e queria participar mesmo de longe e levantou um pouco o vestido sem retirar os olhos do casal alterado pelo desejo e afastou, sem tirar, sua calcinha. Começou a se tocar e massagear sua buceta sem pudor no mesmo ritmo que via Juan conduzir com Giovanna .... molhada e entumecida teve seu primeiro orgasmo.
Ainda cheia de vontade e aguardando o que Juan queria fazendo tudo aquilo em sua frente, uma desconhecida.....teve um desejo profundo que ele largasse um minuto Giovanna e a possuísse.
Entretanto, Juan sabia o que estava fazendo e era um mestre naquela arte, ele conduzia como queria, e não largou a lentidão que manipulava Giovanna e lambia e chupava seus seios. Ela já dormente de prazer pedia que ele a penetrasse. Ele sabia do seu poder na sala e se aproveitava para dar mais prazer, pois era exatamente ver duas lindas mulheres cheias de desejo que o excitava.
Nesse momento já sugava mais fortemente os seios da moça e massageava seu clitóris com habilidade de quem sabe o ponto que deseja chegar. Quando a sentiu quase gozando, lentamente se afastou e olhou para Catarina que ainda os olhava e massageava seus próprios seios.
Retirou suas calças de bailarino e a camisa de cambraia branca e desceu até ela deitada no tabuado encerado. Abriu suas coxas e foi com sua boca úmida até sua buceta enquanto Giovanna descia da janela e retirava completamente suas roupas e deitava próxima ao casal aguardando sua próxima oportunidade.
Catarina arfava e compulsivamente com aquelas sugadas deliciosas de um espanhol viril e desconhecido quase teve mais um orgasmo.... e mais uma vez ele usou a tática de parar antes do orgasmo daquela fêmea esfomeada por sexo.
O odor já inebriava os envolvidos agora já no chão. A brisa da primavera arejava muito o salão trazendo um cheiro delicioso de lavanda, tão típica da região.
Giovanna não se inibiu e olhando o casal ao seu lado e continuou se masturbando.. aguardando a volta de Juan. Desde que conheceu aquele mestre de flamenco e da sensualidade, experimentou tudo quê ele era capaz. Quase tudo já era possível ser experimentado em seu mundo que antes era tão monótono e cheio de regras quando pensava em sexo. Pela primeira vez estava compartilhando seu homem com outra mulher, por incrível que lhe parecesse, a excitava e muito.
Juan não demorou retornar com seu pau completamente duro enfiou vigorosamente na vagina de sua Giovanna. Ela quase desmaia de prazer. Enquanto Catarina se levanta e vem nas costas daquele homem que sabia possuir tão bem uma fêmea e o arranha enquanto ele enfia deliciosa e lentamente seu pau em Giovanna. Ela resolve então acariciá-lo e morder sua bunda firme e percebe que ele geme também de prazer. Catarina continua ouvindo e sentindo exatamente seus pontos de prazer e percebe que o prazer sentido por Juan lhe excita completamente e tudo já pode recomeçar naquele exato momento.
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