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Amor e Ambiçoes - Capitulo 1

A vida nunca foi muito generosa para Carlos Alberto, quando criança perdeu a mãe vítima de um câncer, ainda com 16 anos teve que começar a trabalhar para sustentar seu irmão porque após a morte de sua mãe, seu pai se entregou á bebida se tornando alcoólatra. Desde quando conheceu Virginia, sua vida parecia que iria melhorar, logo depois que casaram tiveram seu primeiro filho, Pedro. Carlos Alberto juntou tudo o que tinha e comprou parte das ações da Positano, uma das maiores fabricas do país, mas sua relação com o dono nunca foi a das melhores. Carlos e Antenor viviam em pé de guerra em meio as finanças da empresa, Carlos sempre teve Mário do seu lado, seu amigo e fiel escudeiro.

São Paulo, Quinta - Feira, 11 de junho de 1992 - Positano, 22:45 da noite

CARLOS ALBERTO

_ Abaixa essa arma, cara! Vamos conversar com calma, fazer isso é inútil. _ Tento acalma-lo de todas as formas, mas sem sucesso, ele estava louco. _ Cara, não precisa disso, eu te ajudei tanto, eu não vou te dar esse dinheiro, desista... Ah!! _

Sinto meu peito ser rasgado seguido de uma dor incontrolável, ele havia atirado. Olho para meu peito, minhas mãos, ambos cobertos pelo sangue... Vou ao encontro daquele chão frio, vendo aquele homem que tanto ajudei indo embora com a mala de dinheiro que eu havia pegado do cofre. Minha visão fica turva até eu não enxergar mais nada, não sentir mais nada...

____

Virginia sempre foi uma mulher forte e batalhadora, sempre fez de tudo pela família, é mãe de Pedro e mulher de Carlos. Sua irmã Célia é sua verdadeira e única amiga, sempre contou seus segredos para ela, inclusive a sua doença, a qual tenta esconder de sua família. Considera Carlos o seu pilar, sempre viveram felizes junto à Pedrinho. Pedro sempre foi grudado com o pai, iam ao lago todo o final de semana pescar, Carlos sempre contava histórias para Pedro, inclusive idealizava o avó do menino como um grande herói. Virgínia sempre disse ao marido que Antenor Cavalcanti o queria ver pelas costas, além de achar que o empresário era um verdadeiro bandido.

VIRGÍNIA

Fazia um café enquanto esperava Carlos chegar, estranho, hoje ele estava demorando demais. Vou até o quarto de Pedrinho para ver se ele ja estava dormindo... Que nada! O encontro olhando televisão. Vou até lá e desligo.

_ Acordado ainda filho? Amanhã você tem aula bem cedo. _ O repreendo pondo as mãos na cintura.

_ Ai mãe! Eu estava assistindo desenho! _ Exclama ele reclamando fazendo bico.

_ Meu amor você tem que dormir. Amanhã eu prometo que você assiste televisão até mais tarde. _

_ Promete? _

_ Eu juro. Digo cruzando os dedos. _ Agora vai dormir. _ Dou um beijo em sua testa e o tapo com sua coberta azul, era sua preferida, havia ganhado do pai dele.

Ouço a campainha tocar e vou até a porta atender. Abro e me deparo com um policial, o que será que tinha acontecido?

_ Pois não? _ Falo me dirigindo ao homem.

_ A senhora é o quê de Carlos Alberto Moreira da Silva? _

_ Esposa, por que? _

_ Pode me acompanhar? _

_ Eu nem sei quem é o senhor, como vou acompanhá-lo? _

_ Bom, eu vou ser direto. Meu nome é Gerson, sou agente da 17° DP, seu marido foi encontrado morto. Tudo indica um latrocínio, afinal o dinheiro que estava com ele sumiu. _

Senti como se o mundo tivesse desabado sobre mim, meu coração parou de bater por um instante, isso não podia ser verdade.

_ Que brincadeira é essa? _

_ Isso não é uma brincadeira, minha senhora. Ou você realmente acha que eu perderia meu tempo? A senhora vai me acompanhar pra reconhecer o corpo ou não? _

_ Só um momento. _ Gaguejo por culpa dar lágrimas que insistiam em descer pelo meu rosto.

Isso não podia ser verdade, não é verdade, não é ele. Como eu vou contar isso para o Pedro meu Deus do céu? Peguei o telefone e disquei o número de Célia, só ela podia me ajudar.

_ Alô, Célia? Vem aqui pra casa, eu preciso da sua ajuda. Depois eu te explico tudo. _

_____

Antenor é um poderoso empresário, é dono da Positano, uma das maiores fabricas do país. É apontado como um dos principais inimigos de Carlos Alberto, tanto que é acusado pelo assassinato do mesmo. Ele é casado com Haydé e pai de Maria Clara, mas mantém um relacionamento com Paula, a advogada da empresa.

ANTENOR

_ Eu e o Carlos não nos dávamos bem, mas eu nunca mataria ele. _

_ Eu não lhe acusei de absolutamente nada, senhor Cavalcanti. _

_ Mas eu sei que muita gente pensa isso, afinal, as pessoas acreditam no que mais lhe convém, delegado. _

_ Mas ainda não estamos querendo acusar ninguém sem provas, por isso estamos colhendo os depoimentos. _

_ Bom, isso era tudo o que eu tinha para dizer. _

_ O senhor está dispensado. _

_ Obrigado delegado. _

Foi por pouco, essa morte não podia vir em hora mais erradan, eles não podiam descobrir. Chegando na porta da delegacia encontro a mulher de Carlos, o jeito que ela me olhou era de um caçador diante à presa, ela nunca gostou de mim, sempre me chamando de canalha, bandido, mesmo sem motivo.

_ Foi você, não foi? _

_ Minha senhora, eu tenho mais o quê fazer, com licença. _

Ela me responde com um belo tapa na cara.

_ A senhora está doida, eu posso mandar prender a você agora mesmo. _

_ Quem devia estar na cadeia é você, seu bandido, mal caráter! _

_ Eu só não denuncio a senhora por agressão, em respeito a morte do seu marido. _

_ Cínico! Cachorro, marido que você matou. _

_ Olha, a senhora cometendo mais um crime, calúnia dá processo. _

_ Então processa, eu quero ver, processa! Aí vamos ver quem tem razão. _

Ela sai pisando fundo, é uma louca. Entrei no carro e dirigi até o apartamento de Paula, só ela me acalmava. Paula era advogada da empresa e minha amante, nós mantinha-mos um caso a mais de 15 anos, mesmo antes de eu casar com a Haydé. Eu inicialmente não queria casar com ela, mas meu pai me obrigou, tive que fazer sua vontade mas não deixei Paula. Ela sempre foi meu porto seguro, sempre que eu brigava com meu pai ou com a Haydé eu recorria à ela.

_ Sabia que você vinha. _ Diz ela abrindo a porta.

_ Virou vidente? _

_ Alguma coisa me dizia que você viria, entra. _

_ Prepara um drink pra mim? _

Enquanto Paula estava na cozinha resolvo tomar um banho, precisava relaxar. Lembrei que Carlos tinha um filho, pois já havia falado nele, pensei em ajudar a família mas Virgínia nunca iria permitir. Me enrolei em uma toalha que encontrei e fui ao encontro de Thaís que me esperava com o drink.

_ O quê te trás aqui? _ Pergunta ela me entregando a taça.

_ O Carlos foi assassinado, dentro da empresa. _

_ Como é que é !? _

_ É isso que você ouviu. _

_ Ele não podia ter feito isso. _ Sussurra ela algo que não consigo entender.

_ O quê disse? _

_ Nada, não. Esquece... _

VIRGÍNIA

_ Acordado ainda filho? Amanhã você tem aula bem cedo. _ O repreendo pondo as mãos na cintura.

_ Ai mãe! Eu estava assistindo desenho! _ Exclama ele reclamando fazendo bico.

_ Meu amor você tem que dormir. Amanhã eu prometo que você assiste televisão até mais tarde. _

_ Promete? _

_ Eu juro. Digo cruzando os dedos. _ Agora vai dormir. _ Dou um beijo em sua testa e o tapo com sua coberta azul, era sua preferida, havia ganhado do pai dele.

Ouço a campainha tocar e vou até a porta atender. Abro e me deparo com um policial, o que será que tinha acontecido?

_ Pois não? _ Falo me dirigindo ao homem.

_ A senhora é o quê de Carlos Alberto Moreira da Silva? _

_ Esposa, por que? _

_ Pode me acompanhar? _

_ Eu nem sei quem é o senhor, como vou acompanhá-lo? _

_ Bom, eu vou ser direto. Meu nome é Gerson, sou agente da 17° DP, seu marido foi encontrado morto. Tudo indica um latrocínio, afinal o dinheiro que estava com ele sumiu. _

Senti como se o mundo tivesse desabado sobre mim, meu coração parou de bater por um instante, isso não podia ser verdade.

_ Que brincadeira é essa? _

_ Isso não é uma brincadeira, minha senhora. Ou você realmente acha que eu perderia meu tempo? A senhora vai me acompanhar pra reconhecer o corpo ou não? _

_ Só um momento. _ Gaguejo por culpa dar lágrimas que insistiam em descer pelo meu rosto.

Isso não podia ser verdade, não é verdade, não é ele. Como eu vou contar isso para o Pedro meu Deus do céu? Peguei o telefone e disquei o número de Célia, só ela podia me ajudar.

_ Alô, Célia? Vem aqui pra casa, eu preciso da sua ajuda. Depois eu te explico tudo. _

_____

VIRGÍNIA

Eu fui até o IML reconhecer o corpo, era dele mesmo. Depois tive que ir na delegacia prestar depoimento e resolver algumas burocracias quando tenho a infeliz coincidência de encontrar o desgraçado do Antenor, que ainda me fala barbaridades com o maior cinismo, não me aguentei e dei um tapa em sua cara. Fui acompanhada até a sala do delegado.

_ Sente-se senhora! _

_ Obrigada! _

_ Então, o quê a senhora tem a nos dizer sobre seu marido? _

_ Eu tenho vários motivos para acusar o senhor Cavalcanti. Ele e o meu marido não se davam bem e ele tinha também muitos motivos para matar o meu marido. _

_ Motivos, motivos... Motivos não provam e não botam ninguém na cadeia minha senhora. _

_ O senhor soube que eles brigaram no dia do assassinato? _

_ Sim minha senhora, mas eu não posso acusa-lo por isso. _

_ Mas quer mais provas que isso? _

_ É o mínimo minha senhora. _

Respondi mais algumas perguntas e o delegado me liberou, fui para casa, minha vontade era de desmoronar alí mesmo, no meio da rua. Cheguei em casa e encontrei Célia sentada no sofá, abracei ela e chorei ali mesmo.

_ Mas uma hora ele vai ter que saber. _

_ Saber que o pai que ele tanto ama, que ele tanto venera morreu? Que foi assassinado á sangue frio feito um animal de abate? _

_ Meu pai morreu!? Diz que é mentira, fala! _

Eu não sabia que Pedrinho estava alí, meu Deus! O quê eu fiz?

_____________

Virgínia tenta acalmar o filho, mas ele sai correndo pela porta. Caminha entre as ruas da cidade onde morava até chegar em um lugar especial para ele, um penhasco que ia sempre com seu pai, tinha uma linda vista de toda a cidade.

_ Pai, por que o senhor me deixou!? Fala pra mim pai! _

Pedro grita para o seu inocentemente achando que teria alguma resposta de seu falecido pai.

_ Quem que vai contar as histórias do vovô? Desligar a tv do quarto quando eu estiver dormindo? Pescar comigo nos finais de semana? O senhor não podia ter me deixado

PEDRO

Sexta-Feira, 19 de maio de 2017 - 25 anos depois

_ O senhor não podia. _

O tempo me deu tudo o que eu desejava. Dinheiro, poder e o melhor de tudo, a chance de eu vingar meu pai. Desde criança eu cresci alimentando um ódio, um rancor... Mas eu não posso dizer que isso me fez mal, pelo contrário, me fez ter a coragem de enfrentar meus medos e meus espíritos, e me fez chegar até aqui. Você deve estar se perguntando, quem sou eu? Me chamo Pedro, mas há tantas outras perguntas não respondidas, que talvez nunca serão. Me encontro parado em cima de uma penhasco, seria cômico se eu não tivesse lembrando de tudo aquilo, aquelas lembranças más que fazem questão de me assombrar, as boas foram levadas sorrateiramente. Ninguém pode me condenar por querer vingar as pessoas que eu amo, nem mesmo Deus... É recíproco. Hoje sou casado com a filha daquele assassino, a Maria Clara, eu não me sinto culpado por isso, confesso que tenho algum sentimento por ela. Hoje seria o grande dia, o dia dele saber com quem lidou por tanto tempo, o dia dele saber quem sou eu de verdade. Contratei alguns capangas que me ajudarão a sequestrar o velho, assim eu poderia me revelar sem algum risco. Pego meu celular para ligar para Jorjão, um dos capangas, para acertar o plano.

_ Alô? _

_ Fala chefia. _

_ Escuta bem o quê eu vou te dizer. Vocês vão levar o velho até o casebre de Ilhabela, vai ter uma lancha esperando vocês pra ir até lá. Aí vocês vão me esperar, a segunda parte do plano é comigo. _

_ Tudo certo! _

_ E vê se não dá bandeira, ou eu acabo com a tua raça. _

_ Fica tranquilo. _ Desligo o celular e vou para o carro.

Fico lembrando do dia em quê eu conheci a Maria Clara, foi tudo premeditado. Todo o plano foi dando certo até que eu pedi ela em casamento, ela aceitou na hora, nem mesmo eu esperava. Nós nos casamos em um castelo na França, era o sonho dela. Teve uma época que eu quase contei tudo à ela, mas eu me contive. Eu não posso me apaixonar totalmente por ela, seria uma traição ao meu pai. Viajei tanto nas lembranças que não percebi que já havia chegado em casa. Abro a porta e já dou de cara com a minha sogra, a Haydé, ela é uma ótima pessoa, não merece ficar casada com aquele crápula.

_ Boa tarde dona Haydé! _

_ Oi meu filho! _

_ A Clara está lá em cima? _

_ Sim! _

Subi até o nosso quarto e a encontrei experimentando algumas roupas. Sem ela perceber, agarrei-a por trás e dei um beijo em seu pescoço fazendo ela tomar um pequeno susto.

_ Pedro! Que susto, meu Deus! Não faz mais isso. _

_ Calma! _ Digo rindo de seu desespero.

_ Eu deixei mil recados, você não atendia. _

_ Eu estava resolvendo umas coisas da empresa. _

_ Por acaso você já sabe como vai pra festa? Pelado? Não comprou uma camisa se quer. _

_ Clara, isso é o de menos, eu tenho mil smokins guardados. _

_ Bom, você quem sabe. _

_ Vai aonde? _ Pergunto quando vejo-a pegando sua bolsa.

_ Eu também tenho meus negócios. _

_ Hum...

________

MARIA CLARA

Eu estava com essa dúvida martelando na minha cabeça há dias, eu não aguentava mais, precisava saber se eu estava realmente grávida. Entrei no laboratório e fui falar com a recepcionista.

_ Oi, eu queria pegar um resultado de um teste. _

_ Claro, qual o seu nome? _

_ É Maria Clara Cavalcanti de Barros Mota. _

_ Resultado de um teste de gravidez?_

_ Isso! _

_ Aqui senhorita. _

_ Obrigada! _

Não tive coragem de abrir na hora, eu tinha um almoço com Thaís, talvez abriria depois. Fui para o restaurante onde iríamos nos encontrar e lá estava ela me esperando.

_ Demorei? _

_ Não, imagina, também acabei de chegar. _

_ Que bom. _

_ Então pegou o teste? _

_ Sim, mas... Não tive coragem de abrir. _

_ Está esperando o quê? _

_ Eu não sei, me iludi por tanto tempo, vai quê eu não esteja, vai ser demais pra mim. E o Pedro nunca fui muito fã da idéia de ser pai agora. _

_ Quer que eu abra pra você? _

_ Ai, quero! _

Entrego o envelope contendo o exame, ela abre com cuidado e fica em um silêncio angustiante.

_ Então? _

_ Positivo. _

Eu não sabia se gritava de alegria iu chorava de ansiedade.

ANTENOR

_ Nós temos que fechar contrato com esse grupo indiano, eles podem deixar a Positano em um patamar muito mais alto. _

_ Vamos com calma Antenor, não podemos ir com muita sede ao pote. _

_ Como não, Mário? Se nós fecharmos contrato com os indianos viram outros! Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, até do inferno. _

_ Eu já mandei o motorista da empresa busca-los no aeroporto, vão ficar no hotel e á noite vão pra festa da empresa. _

_ Nada nessa noite pode dar errado. _

_ Pena que querer não é poder. _ Diz Mário sussurrado algo que não entendo.

_ O quê disse? _

_ Nada, não. _

_ Eu vou pra casa me aprontar, nós vemos á noite. _

_ Até! _

________

MARIA CLARA

_ Nossa, estou confusa, não sei o que dizer. _

_ Eu tenho certeza que o Pedro vai gostar da idéia de ser pai. Mas deixa pra contar em uma ocasião especial. _

_ Decidido, vai ser hoje á noite. _

_ Vamos comerar a mais nova mamãe no mundo. _

Chamamos o garçom e fizemos nossos pedidos. Era tanta mistura de sentimento que eu não conseguia nem comer direito. Depois de algumas horas voltei pra casa minha mãe também estava ansiosa. Fui até seu quarto e ela não hesitou de demonstrar a sua felicidade quando cheguei.

_ Então filha? _

_ Deu positivo, eu estou grávida! _

_ Ah!! O Pedro já sabe? _

_ Não, vou contar pra ele hoje á noite. _

_ Assim, conta com cuidado. _

_ Eu sei mãe, já tenho tudo planejado, de hoje á noite não passa. _

(TERCEIRO GIF)

Começa a festa na empresa, os sequestradores estão do lado de fora prontos para o sinal de Pedro para botarem o plano em ação. Pedro está no bar com o celular em mãos para avisar quando for a hora, estava visivelmente apreensivo, o que despertou a atenção de Maria Clara.

_ Por que você não larga esse telefone? _

_ Estou esperando uma ligação importante. _

_ Posso saber de quem? _

_ Cobranças agora não, né Maria Clara? _

Pedro vai até um lugar mais afastado manda uma mensagem para Jorjão.

"Chegou a hora. Os seguranças sabem do esquema, portanto vão liberar a entrada. O Velho está na frente do palco conversando com um indiano, sejam rápidos!"

Um dos capangas fica perto de Antenor até ele ficar só, em um breve momento o capanga mostra cautelosamente o revólver e fala:

_ Eu acho bom o tio cooperar, se não eu te mato aqui mesmo na frente da tua familia. _

_ O quê você quer? _

_ Eu quero que o tio me acompanhe até lá fora, e é bom não tentar dar uma de espertinho. _

_ Calma, vamos conversar. _

_ Não tem calma, não tem porra nenhuma, vem comigo antes que eu estoure a tua cabeça! _

Jorjão leva Antenor até o carro, amarra suas mãos e coloca um capuz para que ele não enxergue nada.

_ Alô chefinho? Deu tudo certo, nois tá levando ele pra onde o senhor pediu. _

_ Ótimo Jorge, você e seus amigos vão ser bem recompensados. _

PEDRO

Hora de armar o teatro. Fui até dona Haydé e contei o quê estava acontecendo.

_ Dona Haydé! Aconteceu uma coisa horrível com o seu Antenor. _

_ O quê houve meu filho? _

_ Vieram uns caras barra pesada aqui e sequestraram ele, eles me ligaram e pediram 500 mil dólares em troca. _

_ Isso é brincadeira, não é? _

_ Claro que não dona Haydé, eu não ia brincar com um negócio sério desses. _

_ Mas essa droga não tem segurança? _

_ Tem mas eles despistaram de alguma forma. _

_ Droga, e essa gente toda aqui, o quê eu faço? _

_ Eu já falei com o Mário, ele vai manter tudo em ordem aqui. _ Acho que devo ter esquecido de mencionar que Mário está comigo desde sempre, inclusive foi ele que forneceu os barcos e subornou a segurança.

_ E onde nós vamos achar esse dinheiro? _

_ No cofre da empresa, lá tem tudo que nós precisamos. _

_ Mas aonde esses malditos estão? _

_ Em Ilhabela. _

_ Está bem meu filho, eu vou ligar pra polícia! _

_ Não!! Polícia não, se eles souberem eles disseram que matam ele. _

_ Ai meu Deus! E quem vai levar esse maldito dinheiro? _

_ Eu já me comprometi a levar, fica tranquila! _

_ Não, você não! Pode acontecer alguma coisa com você. _

_ Não vai acontecer nada comigo, fica tranquila. Mas não comenta nada com a Clara. _

_ Eu sei, ainda mais que ela está grávida. _

_ Como? _

_ Ela ainda não te contou? _

_ A Maria Clara está grávida? _

_ Isso não é importante agora meu filho! Pega o dinheiro e trás meu marido inteiro. __

Subi até a sala da presidência, abri o cofre e peguei a quantia necessária. Ah! A Clara ia me explicar isso tudo depois. Desci e fui até meu carro, fui até o litoral onde estava a lancha que Mário tinha fornecido. A partir daí foram 2 horas de barco até o local marcado, entrei no casebre onde o velho estava.

_ E aí chefia! _

_ Como ficou o nosso hóspede? _

_ Tratado feito um rei, como manda o figurino. _

_ Dividam o dinheiro entre vocês. _ Digo jogando a mala em cima de uma mesa que havia alí.

Chego mais perto do velho e puxo o capuz preto que havia em sua cabeça.

_ Como vai sogrão? Gostou da hospedagem? _ Não segurei o riso quando ele olhou pra mim com os olhos arregalados

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