blogdorizzutti
blogdorizzutti
LUGARES. PESSOAS, ARTE E RESISTÊNCIA
34 posts
Don't wanna be here? Send us removal request.
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media
INTRODUÇÃO -  MAS O QUE É PUNK AFINAL?(*)
Bom dia, boa tarde ou boa noite pra você que chegou até aqui. Antes de adentrar o objeto de pesquisa descrito, segue esse breve introdução sobre o que afinal é o punk.
O punk é um movimento contracultural que envolve música, literatura, estética e política.
Suas origens remontam a cidade de Nova York em meados dos anos 70. Mais precisamente em 1974 num pub novaiorquino chamado CBGB frequentado especialmente por jovens  marginalizados da sociedade da época surgem bandas que sentem a necessidade de tocar músicas que  resgatassem a rebeldia juvenil. Na época o gênero rock perdia esse papel, os músicos do rock se tornaram famosos e ricos. Viviam isolados  em suas mansões e produziam músicas cada vez mais longas e monótonas. Então bandas como o Ramones passam a produzir uma música rápida, direta e no caso específico do Ramones sem solos de guitarra.
O zine(**) com o nome PUNK surge em Nova Iorque em 1976 fundado por John Holmstrom, Ged Dun e Legs Mcneill defendendo a criação e a organização de uma cena musical underground de Nova Iorque. Então bandas como o Ramones, Dictators e etc passam a ter seu nome associado a palavra “punk”. A palavra “punk” é uma expressão da língua inglesa que é usada para classificar um indivíduo ou grupo urbano antissocial que se desviava dos padrões normativos de conduta da época, visto como a parte inútil de uma sociedade. As ideias formadoras do que passou a ser chamado de cultura “punk” eram baseadas numa visão pessimista da sociedade, ideias anarquistas e socialistas passaram a sedimentar o pensamento do movimento punk.
O boom do punk ocorre na Inglaterra em 1977, em meio a um cenário de crise, desemprego e falta de perspectiva de futuro para os jovens. A banda Sex Pistols gera a explosão do movimento punk lotando shows e fazendo críticas fortes e diretas ao sistema em letras como Anarchy in the UK e God save the queen, esta última com um trecho bastante emblemático das raízes do movimento do punk: “Não há futuro/Nos sonhos da Inglaterra/Não deixe que digam o que você quer/Não deixe que digam o que você precisa/Não há futuro, nenhum futuro/Nenhum futuro para você/Deus salve a rainha”. Além da música pesada e das letras questionadoras diretas, a estética também passa a ser uma forma de questionar a sociedade da época e seus padrões de comportamento e de moda. Calças rasgadas, jaquetas de couro com rebites, cabelos com moicanos coloridos, correntes e etc passaram a compor o visual da cidade de Londres e num curto espaço de tempo de todo o mundo.
Enfim a partir de um conceito criado pelo punk, conhecido como DIY – DO IT YOURSELF ( A sigla D.I.Y. significa, em português, “faça você mesmo” e se aplica a qualquer atividade de criação ou reparação sem o auxílio de profissionais). Centenas de jovens passaram a formar bandas com canções de protesto e músicas pesadas e diretas com 3 acordes, encontrando espaço para dizer o que precisavam dizer!
A partir daí o punk se espalha pelo mundo, modificando de maneira indelével o mundo da música, da estética e da cultura.
O PUNK NO BRASIL
      O punk no Brasil surge na periferia de São Paulo e na região das cidades mais industrializadas do brasil no final dos anos 70, conhecida como ABC.
      A primeira banda punk brasileira foi o RESTOS DE NADA. Surgida em 1978 apresentavam um som cru e direto, com letras ácidas e críticas com forte inspiração nas ideias anarquistas e socialistas em letras como Direito a preguiça, Classe dominante, Ódio e etc.
      Quando a banda se apresentou no programa Olimpop da extinta TV Tupi, Wilson Simonal definiu bem as características da banda (inclusive o trecho desse comentário foi inserido no disco do Restos de Nada): “Muito boa a apresentação da rapaziada do Restos de Nada, inclusive eles já tão até no tipo... do tipo físico, da cara feia, conforme já foi explicado aqui, o punk rock é um tipo de rock contestação, que contesta tudo, contesta desde a sociedade de consumo, contesta a família e contesta a falta de liberdade individual de cada um. Só pedir que o diretor de tv que desse um close na roupa, no tênis, no tênis sujo, na calça rasgada, na calça desbotada, enfim na cara feia. Isso eles já tão no caminho certo que é do punk rock, inclusive já tão começando a vender inclusive a imagem que é o punk rock, vocês que falam muito em visual, o Restos de nada foi o primeiro conjunto de rock que realmente apareceu com o visual do estilo que eles estão fazendo, independente de apresentarem bem, enfim o estilo do punk rock eles apresentaram bem...”.
      Outras bandas surgem e dão passos importantes na construção do punk enquanto movimento de contestação, bandas como CÓLERA, OLHO SECO, INOCENTES, RATOS DE PORÃO, dentre outras passam a lançar materiais e tocar em eventos, sempre pautados pela lógica do DIY, culminando em novembro de 1982, na organização do festival O Começo do Fim do Mundo, realizado no recém-inaugurado Sesc Pompeia com a presença de 20 bandas de punk rock de São Paulo e do ABC, um dos maiores festivais do estilo na época.
      Se você quiser continuar a estudar o assunto, deixo aqui as recomendações dos livros “O que é punk” de Antonio Bivar e “Mate-me por favor” de Legs Mcneill. Também vale a pena assistir ao documentário “Botinada” disponível em https://www.youtube.com/watch?v=trIAXkc003k
      Ah... e continue a leitura desse trabalho!!
(*) trata-se de um texto introdutório, sem intenção de ser um texto definitivo sobre o assunto. Se você já entende bem sobre o assunto pode pular esse texto e ir direto para os textos da pesquisa.
(**)O Fanzine é uma revista de publicação alternativa, independente feita de fãs de um determinado assunto, objeto ou arte e voltado para fãs do mesmo conteúdo. Inclusive os fanzines punks passaram a utilizar o termo punkzine ou simplesmente zine, devido a horizontalidade do movimento e o questionamento do conceito de fã. Os primeiros zines eram feitos a partir de recortes e colagens, depois xerocados e distribuídos.
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
PESSOAS: SÉRGIO MACIERINHA
Vocês já pararam pra pensar como é a vida de um baterista underground no interior?
Pois é... convite pra todo lado... o duro é quando o cara resolve aceitar todos os convites. 
Nessa parte vou falar do mano Sérgio Macierinha, ou Sergim, ou Bilu... além de tocar batera é multi-instrumentista. Então imagina como é... a gente até brinca que um dia vamos organizar o SERGIM FEST e colocar todas as bandas dele pra tocar, acho que vai ser tipo rave, durará uns três dias....hahaha
Só pra citar algumas DISCHORD, NOVELO DE LOMBRIGAS, FECES ON DISPLAY, THE ALMIGHTY DEVILDOGS e SHIT BODY PAINTING. 
Sergim é um amigo que trago no coração e também na pele (ele é tatuador também), já tocamos juntos no ACADEMIC WORMS e atualmente no DISCHORD. Muitos rolês juntos e uma amizade que dura mais de uma década.
Sergim é muito ativa na cena de diferentes estilos, sempre tocando, organizando gigs e auxiliando nos eventos.
Valeu Bilu! Vamo que vamo nessa correria doida! E para terminar fica um pensamento deveras filosófico: 
“Busquem conhecimento, busquem conhecimento!” (Bilú)
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media
BANDAS EM ATIVIDADE NA CIDADE: TIO SAM E OS HOMENS BOMBA
Banda de punk  Rio Pretense fundada em 2014 por Vitor Paul Fire e Rafael Rabelo(Tigrão). A banda  apresenta musicas autorais que retratam o "terrorismo de estado, patronal e midiático". Atualmente a banda é formada por Rafaela(batera), Yuri Tomate(baixista), Vitor PaulFire (Guitarra, voz e gaitas) e Susan "la bruja"(Voz e teclados). A banda possui material digital disponível no Youtube pelo canal da gravadora clandestina "Sanatórium Records". Músicas como: " Zumbis do Crack", "Feliz dia do Orgulho gado suicida", "Eu Avisei", Aerococa, Escravidão mental neocolonial", "Pesadelo Nuclear(versão nossa de um som do Dischord)" estão disponíveis em forma de vídeo clipe na plataforma do Youtube.
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
PESSOAS: GIL MURARI
Meu companheiro de luta, da educação e da resistência underground Gil Murari. Idealizador e organizador do Coletivo RPHC, surgido após o fim do Coletivo Tombajarra. A partir de então, o Gil esteve sempre na organização e divulgação de vários eventos realizados de 2019 pra frente como o INFERNO NA TERRA FEST, HARDCORE CONTRA O FASCISMO,  DISCARNA, DESMORONA  e o festival virtual LULAPALOZO em 2020.
A agenda de eventos do Coletivo RPHC já estava fechada até setembro de 2020, mas infelizmente a pandemia não permitiu. Dentre esses festivais estava prevista a primeira edição do festival VOZES DA RUA em abril de 2020 que contaria com a fusão de músicos do punk/hardcore e do hip hop.
Espero que nesse próximo ano, consigamos concretizar novos protestos e eventos. Abração mano
Essa postagem também vai em memória do nosso amigo Marcão do Brado que nos deixou recentemente, vítima da covid e do descaso desse governo negacionista e incompetente.
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media
BANDAS EM ATIVIDADE NA CIDADE: NADA DE NOVO NO FRONT
A vontade de gritar e tocar veio a calhar com o momento de ascensão de algumas ideologias que vão contra a nossa ideia de um mundo mais suportável. Isso despertou certo interesse em protestar de alguma forma e já que nosso objetivo principal é não ficar parado musicalmente, mesmo que saibamos apenas arranhar os instrumentos, unimos o útil ao agradável. Pelo menos neste momento, nosso principal objetivo como banda é de resistência. A atual formação é: Rafael Nascimento(guitarra/vocal), Taiane Campos(baixo/vocal) e Caio RPS (bateria)
Durante o período da pandemia, o Nada de Novo no Front produziu uma live. Segue o link do registro
https://www.youtube.com/watch?v=VtTICzHyjaA&t=792s
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
MATERIAL VIRTUAL: INSULTO PODCAST
Com a pandemia, a impossibilidade de eventos presenciais e a dificuldade para continuar produzindo a edição impressa da INSULTO MAGAZINE tivemos que aprender a lidar mais com a tecnologia e continuar produzindo durante o período de isolamento. Desta forma Eu, Renan e o Hugo Panicali nos unimos (de forma virtual é claro) e começamos despretensiosamente a produzir o INSULTO PODCAST.
Aliando música punk, política e humor o podcast já tem 9 episódios prontos e em breve sai o décimo e último episódio dessa temporada. Entrevistando uma galera pra lá de joiada e com participações especiais de várias pessoas da cena.
Seguem os links para ouvir esse conteúdo
ANCHOR
https://anchor.fm/insulto-podcast
SPOTIFY
https://open.spotify.com/show/0k3QJo5Nx8NAGgsLYvcuYj?si=a967424142ed4916
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
BANDAS EM ATIVIDADE NA CIDADE: DISCHORD
Banda surgida em São Roque em 1996, tocando um raw hardcore crust. o
A proposta da banda é fazer um som cru e com letras políticas e diretas. A banda possui vários materiais lançados em diversos formatos no Brasil e em outros países.
O material mais recente é um cd chamado “Guerrilha cultural”, lançado em 2019 reunindo a discografia completa da banda.
Atualmente, após inúmeras formações a banda está em na cidade de São José do Rio Preto com a seguinte formação:
Anderson (vocal)
Shita (guitarra)
Yuri Tomate (baixo)
Serginho (batera)
A banda gravou material novo que em breve será lançado no junto com as bandas ATROPHIC DECAY (Canadá) e TERRORCULT. O lançamento no Canadá será nos formatos CD e fita K7 e no Brasil em CD e também de forma virtual.
Segue o link do som mais recente da banda:
https://www.youtube.com/watch?v=Gf0EwA2KpYA
 Dedico esse texto em memória do mano Flávio Filhote que participou por duas ocasiões como guitarrista da banda. Uma breve passagem em 1998 e outra de 2012 a 2014. A última foto dessa parte é dele tocando com o Dischord em 2012 em gig realizada em Itapevi/SP. Descanse em paz meu querido mano!
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
PESSOAS/EVENTOS: CAUÊ/BONIFÁCIO EM CHAMAS
Não tem como comentar sobre o Bonifácio em Chamas, festival que teve 8 edições reunindo  bandas de diferentes cidades do estado de São Paulo, sem falar desse grande amigo e parceiro da luta punk, o Cauê. Então essa postagem vai tudo junto e misturado mesmo.
Conheci o Cauê em 2012, após um tempo parado nas atividades com a cena, comecei a tocar junto com o Marron na icônica banda noisecore EAC (que surgiu no final dos anos 80), fomos tocar no Festival Bonifacio em Chamas e conheci o Cauê, daí surgiu uma amizade que só cresceu com o decorrer dos anos. Tocamos juntos por um período no Academic Worms e sempre estivemos juntos nos rolês.
Cauê, idealizador e organizador do festival acima citado, uma correria importante para movimentação e manutenção da cena punk na cidade e arredores. Fui em várias edições e sempre foi um ambiente muito agradável, envolvendo confraternização, resistência poítica e cultural, debates e claro... muito som da hora.
Valeu Cauê, continue sempre no corre, pois precisamos de pessoas como voce!
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media
BANDAS EM ATIVIDADE NA CIDADE: TWO FOUR
Two Four, uma banda de Rock criada em meados 2014 e encabeçada por Nick Dutra (Vocais e Guitarra) e Marcelo Green (Vocais e Baixo) a banda tem influencias do EmoCore/HardCore Nacional e Internacional e do Pop Rock Nacional. A Two Four possui um EP lançado o "Aurora" e a banda vive em processo de "metamorfoses" sempre se adaptando seu som ao momento de seus integrantes... Em sua atual formação oficial além de Nick e Marcelo a banda conta também com Ariel Zavaneli na bateria!ResponderEncaminhar
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media
MATERIAL VIRTUAL: TATUAJE DICARPA/PRAYANA (SPLIT)
Há uma discussão acirrada se o punk deve ou não se utilizar de plataformas virtuais. A resposta deve ser sim e não. Há argumentos convincentes dos dois lados. Mas creio que não seja possível fugir das plataformas, a grande questão é que não se pode ficar restrito a isso. Deve-se produzir tanto o material físico quanto o virtual. Afinal, precisamos nos comunicar.
Vou transcrever um trecho da entrevista com a Lívia Ramires do webzine BUS RIDES NOTES: “ Quase sempre morei numa cidade onde eventos culturais são raros, mais ainda os de música, então a internet sempre foi minha conexão com amigos e as cenas de música independentes. por isso nunca pensei em outra opção se não a internet pra fazer um zine e depois de dois anos com ele percebi que existem inúmeras maneiras de fazer parte das cenas além de ser público ou participar de uma banda.além da fotografia e jornalismo, que pode ser feito a distância, com a possibilidade de eventos em espaços com configuração diferente de bares há também a possibilidade de exposições e venda de materiais”.
Também deixo um trecho da entrevista realizada com o Renan, baterista da banda Tatuaje dicarpa comentando sobre esse split: “Fui contactado pelo Fernando Nandolfo da banda capixaba Prayana para fazer esse split. A galera do Prayana escutou o som do Tatuaje Dicarpa e tiveram uma identificação muito grande com a banda. Então entraram em contato conosco e saiu esse material que eu gosto muito. Também nos identificamos com a banda Prayana. O desenho da capa foi feita pela senscional artista Edinir Aprigio(...)”
Bem é isso. Deixo aqui o link do material:
https://www.youtube.com/watch?v=rjokqkVzS_U&t=14s
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media
 MATERIAL FÍSICO: INSULTO MAGAZINE
Esse foi mais um projeto que desenvolvi com meu mano Renan de fazer uma revista em formato físico. Para descrever melhor, vou apenas transcrever o texto chamado “Palavras iniciais” que foi um editorial da revista publicada.
PALAVRAS INICIAIS
Começo aqui relembrando uma música da banda INTESTINAL DISEASE chamada “Homesick” ou “saudade de casa”, esta música discute os avanços tecnológicos, carros mais rápidos, computadores modernos e a consequente diminuição do espaço para viver. Cito também a letra da canção do CÓLERA que diz “mundo mecânico, mundo eletrônico, são os robôs te exterminando” para começar a escrever essas palavras iniciais do INSULTO magazine.
Em meio a frieza veloz, fugaz e descartável dos pensamentos nesse mundo virtual, que ao mesmo tempo nos conecta virtualmente e nos afasta como pessoas, em que as palavras devem ser jogadas no momento oportuno, sem perder tempo, para que as pessoas consumam ideias irrefletidamente, vorazmente como devoram apressadas uma refeição fast food, pois não tem tempo a desperdiçar, precisam correr freneticamente sem não ter lugar nenhum para chegar.
Uma vez li sobre a vida de mosquitos, uma existência que dura apenas 24 horas e, todas as vezes que os vejo voando insanamente em volta de uma lâmpada, inebriados com o calor da tecnologia, rodando e rodando, fico pensando se não existiria algo mais interessante para eles fazerem nessa sua brevíssima existência, mesmo sendo mosquitos. Assim como vejo a humanidade, rodando em volta de uma lâmpada, sempre apressada e sem tempo para refletir, amar e sentir as coisas, apenas rodando em volta de uma lâmpada como se a algum lugar fosse chegar.
Foi pensando em tudo isso que surgiu a intenção de fazer uma revista, sem pressa, para apresentá-la sem pressa, na sua forma física, com cheiro de tinta e palpável, mesmo que suas ideias se tornem obsoletas na efemeridade desse caldeirão borbulhante de informações jogadas num web espaço com novidades instantâneas e muitas vezes vazias. Foi a vontade de escrever e de ouvir, a necessidade de chegar as pessoas para que leiam num momento de tédio, de ócio e possam refletir sobre isso, sem a necessidade de polemizar tudo instantaneamente ou de ficar ansioso para dar likes. É tudo sobre lançar uma luz sobre a lentidão que nos faz refletir, uma contraposição ao pensamento em que tudo precisa ser lançado rapidamente num espaço virtual, é sobre ter algo para segurar, rasgar, colocar fogo, dobrar, jogar no lixo. É a forma física da palavra. Com certeza, tudo para ser um grande fracasso editorial, mas enfim, pra gente pouco importa. O que importa é apenas sentir-se um pouco menos mosquito. Encerrando, agradeço todos que colaboraram pra que isso fosse possível e encerro com um trecho de Milan Kundera: "Há um vínculo secreto entre a lentidão e a memória, entre a velocidade e o esquecimento. Imaginemos uma situação das mais comuns: um homem andando na rua. De repente, ele quer se lembrar de alguma coisa, mas a lembrança lhe escapa. Nesse momento, maquinalmente, seus passos ficam mais lentos. Ao contrário, quem está tentando esquecer um incidente penoso que acabou de viver sem querer acelera o passo, como se quisesse rapidamente se afastar daquilo que, no tempo, ainda está muito próximo de si. Na matemática existencial, essa experiência toma a forma de duas equações elementares: o grau de lentidão é diretamente proporcional à intensidade da memória; o grau de velocidade é diretamente proporcional à intensidade do esquecimento ".
Foto da capa: Yovi Valquiria e sua filha. 
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media
EVENTOS: DESMORONA FEST
Esse foi o último evento realizado antes da pandemia!
Mas vamos começar do começo...
“Paulo Magno, ilustrador responsável pelos cartazes icônicos do festival paraense de punk rock Facada Fest, que ocorreria no ano de 2019, foi chamado na manhã do dia 1º de julho para prestar depoimento na Polícia Federal em Belém do Pará, no dia 2 de julho. denúncias que envolvem o vereador Carlos Bolsonaro e o então Ministro da Justiça na época, Sérgio Moro, o episódio voltou a ganhar luz em meio a uma onda de perseguições a cartunistas e chargistas no Brasil como Renato Aroeira, que usam de sua liberdade de expressão e da arte para fazer críticas ao atual governo de Jair Bolsonaro, apoiador confesso da Ditadura Militar. 
Sérgio Moro já falou o seguinte: “Considero grave o ato de publicar cartazes ou anúncios com o presidente da República ou qualquer cidadão decapitado, empalado ou esfaqueado”. Na época da declaração, Moro ainda era Ministro da Justiça.”.(JORNALISTAS LIVRES)
Pois é meus amigos, censura na veia, galera do Pará teve evento tesourado e foram perseguidos, intimidados e até indiciados por causa desse evento. Por fim o evento FACADA FEST se espalhou pelo país. Em Campinas, eu presenciei pessoalmente tal fato. Os organizadores tiveram que mudar o local duas vezes!!!
Serjo Moro, conje da Rosanje, se envolveu pessoalmente na perseguição! Foi então que decidimos mudar o nome do evento de facada fest rio preto para desMOROna! Em total apoio e solidariedade aos manos do Pará! Precisávamos dar nome aos bois. Fomos proféticos nesse ponto. O serjo desmoronou tempos depois. 
Vale destacar que a arte do cartaz feita pelo mano Sergio Macieirinha ficou foda demais!!! Sintetizou tudo que queríamos e fez uma crítica ácida e bem humorada contra o marreco de maringá!
O fest foi ducaralho... mal sabíamos que seria o último fest presencial antes da pandemia, mas a vibração foi do começo ao fim, como se não houvesse amanhã, e meio que não teve mesmo durante muito tempo!
E pra terminar, serjo moro representa o mesmo espirito autoritário e corrupto do atual cara que se diz presidente.
Eu tinha que comentar esse fest porque foi um lance representativo sem a pretensão de ser!
Dedico esse texto para Paulo Magno e todos os manos envolvidos no FACADA FEST! Resistiremos! 
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media
BANDAS EM ATIVIDADE NA CIDADE: REFLUXO MENTAL
Refluxo Mental é uma banda de punk rock formada em 2018 por Mau Draven e Matheus Garcia com fortes influências do Punk Rock clássico de Ramones e Pistols. A banda possui um EP lançado o "Socialização das perdas", a banda passou por mudanças na formação e sofreu uma grande mudança no som passando a mesclar o punk rock clássico com New Wave, Rock Gótico e Pós Punk mas sem deixar as origens de lado. A banda atualmente conta com João Medro no vocal, Facada e Mau nas guitarras, Lukaos no baixo e Nick Dutra na bateria.
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media
MATERIAL FÍSICO: TATUAJE DICARPA “Satisfação garantida ou foda-se”
Esse material lançado em 2018, vou deixar com vocês, um texto escrito pelo amigo PAULO BLOB, publicado no webzine BUS RIDES NOTES  da grande mana Lívia (também uma das entrevistadas pra pesquisa):
Resenha do CD
No Brasil atual, comandado por milicianos mafiosos e evangélicos fanáticos, sobre a complacência de um povo bovino, idiotizado pelas redes virtuais, a banda Tatuajë DiCarpa surge como uma mancha de ácido nesse mar de chorume.
Surgida em Rio Preto, interior de SP, pela mentes insanas do veterano Anderson Rizutti (Dischord, Academic Worms) no baixo e backing vocals, junto com a vocalista Julia, Vitor na Guitarra e Renan na bateria, a banda se propõe ao sarcasmo e ironia, tocando o dedo na ferida da falta de coerência do povo. O deboche já começa pelo nome da banda, que foi escolhido em votação numa postagem do Facebook.
O Tatuajë DiCarpa se intitula powerviolence debochado, mas lembra o grindnoise rústico do New York Against Belzebu, principalmente na fase com a vocalista Ana, com aquele tempero do punk brazuca (a cover que tem neste CD, de “Buracos Suburbanos” do Psykoze, foi uma bela sacada). No entanto, o Tatuajë é muito mais ácido em suas críticas que os veteranos do NYAB. Em seu debut, “Satisfação Garantida ou Foda-se”, o Tatujë solta 21 pertados, contando a Intro e Outro, que raramente ultrapassam um minuto, socado em um pouco mais de 15 minutos.
Quer belas melodias? Elaborados solos de guitarra? Letras construtivas? Sem tempo, irmão. O bagulho aqui é caminhão desgovernado descendo o barranco. E a metralhadora cospe pra todo lado: esquerda cirandeira Paz & Amor (“Música Popular Cirandeira”), os lacradores de internet (“Muita Lacração pra Pouco Debate”), a indigência cognitiva dos bolsominions (“Vosê é Buro! Sofreu Doutrinassaum!”), a soberba do ‘jeitinho brasileiro’ (“Brasileiro Não é Malandro Você Que é Otário”), Sertanejo universitário (“As Três Fases do eu Lírico do Sertanejo Universitário”) e claro, não poderiam faltar temas anticapitalistas (“Desgraças do Capitalismo”) e pró feministas (“A Mina do Fulano”, “Cultura do Estupro”). Tem ainda muito deboche como em “Istrei edi Não Praticante”, “Ateu de Horóscopo”, “Urubu Guaraná” (essa bem NYAB), e também “Bate em Nazi”. A gravação do CD está naquela rusticidade tão apreciada pelo pessoal punk/grindcore.
Um destaque interessante vai para a capa que utiliza um unicórnio com uma tatuagem (de carpa) na bunda dançando em um arco-íris. O que poderia passar despercebido ou como mera brincadeira alguns anos atrás, hoje, em tempos obscurantistas e homofóbicos, a arte surge como uma provocação aos carolas e reacionários, mais um ponto para a banda.
Uma das relevâncias do Tatuajë DiCarpa foi a sacada de somar os velhos ideais punks conectando com problemas e contradições atuais, o que parece uma simples progressão, mas muita gente se perdeu nessa curva aí. A outra relevância é, claro, o som caótico, barulhento e rápido. Ao vivo deve ser uma desgraceira infernal de fazer qualquer punk/grinder/noise abrir o sorriso. Vida longa ao Tatuajë DiCarpa e seu deboche.(Paulo Blob)
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media
PESSOAS: RODRIGO JACARÉ
Não tem como deixar de falar do meu grande mano e agora entrevistado pra pesquisa, Rodrigo Jacaré
Membro fundador da lendária banda de noisecore dos anos 90, ACADEMIC WORMS (posteriormente tive a honra de participar dessa banda também, creio que de 2013 a 2016), nos conhecemos nos anos 90 através de trocas de correspondências e materiais. Depois que mudei pra Rio Preto a gente passou a conviver mais. Principalmente de 2011 pra cá.
O Jacaré foi o idealizador do Coletivo Tombajarra. Vocalista do Academic Worms e organizador de eventos, não sei se sem ele as coisas teriam saído do papel ou das conversas de boteco. Me lembro até hoje quando ele me ligou e falou: “Vamos organizar uma gig do DOOM aqui!”. Eu falei na hora: “Bora!”. Depois ele falou que sabia que eu iria dizer isso, mas no fundo ele ficou bem apreensivo em realizar esse evento. E apesar de todo stress e revezes na organização deu tudo certo e foi muito massa! Durante os anos de 2012 a 2016 o Jacaré foi figura central pra que as coisas acontecessem, sempre mantendo o ideal do DIY, do cooperativismo e da essência do punk hardcore.
Foi muito massa tocar no Academic Worms também, muitas viagens e muitas histórias desses rolês. O Jacaré também manteve o selo independente POSITIVE YOUTH RECORDS até recentemente. Agora se quiser continuar o selo vai ter que mudar o nome pra POSITIVE OLD RECS kkkk.
Valeu por tudo mano! Tamo junto! E pra finalizar deixo as palavras do próprio Jacaré na entrevista:”Enquanto o mundo gira de uma forma, a gente gira de outra, com nossa coletividade, nossos ideiais e sempre montando algo que a sociedade não quer, porque somos contra a atual sociedade e seremos sempre assim, enquanto houver injustiça!” 
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
LUGARES: CAFEZINE
Avenida Constituição, creio que em 2012, foi a primeira vez que adentrei o Cafezine, um dos lugares mais charmosos e aconchegantes que frequentei em Rio Preto. Uma decoração simples e sofisticada, cheia de livros, paredes decoradas com cartazes e frases escritas. Foi amor a primeira vista, parecia mesmo que eu tinha entrado num zine literalmente.
Tempos depois a proprietária Maísa acabou se tornando uma parceira de vários eventos e amiga. Sempre foram experiências boas lá. Já rolou de tudo lá, de dança, apresentações musicais, brechós e feiras. E como não esquecer do “café compartilhado” que era uma experiência assim: você deixava um café pago, ela anotava na lousinha junto com o cardápio, a quantidade de cafés compartilhados disponíveis, e as pessoas que não tinham condições podiam lá tomar um café.
Foi lá que fiz o lançamento do meu livro “Loja de Inconveniências”, organizamos uma feira literária (Eu, Kleber Felix e Rachel), nesse dia fizemos uma divulgação de uma aluna minha na época que eu era diretor de escola, e consegui que ela lançasse um livro de poesias.
Entrevistando a Maísa, descobri que antes do Cafezine ser um espaço físico, ele já foi realmente um zine: “ O nome Cafezine surgiu para o meu trabalho de conclusão de curso para a faculdade de Comunicação - Jornalismo, que terminei pela Unilago. A ideia do projeto era de ser um informativo cultural, que veiculasse por toda a cidade as atrações culturais do mês. Na época a informação era analógica e de pouco acesso à população, portanto, um guia como o Cafezine para mim, se fazia necessário. Durante toda a faculdade, eu arrecadei livros, porque eu queria abrir um sebo cultural com café - bebida a qual sempre fui apaixonada. Minha avó, na época, me ajudou bastante, pedia para todo mundo que via, da família, vizinhos, amigos, e por isso, eu angariei um acervo bem legal. Quando terminei a faculdade passei um meses em São Paulo, voltei e trabalhei em algumas redações em Rio Preto. Depois de 3 anos após o término da facul, eu fui para Londres fazer um curso de inglês por 6 meses. A experiência em Londres, com a vivência intensa em São Paulo, meu trabalho de conclusão de curso e interesse por cultura e contracultura, café e livros usados construíram em mim, aquilo que eu concretizei como sendo o espaço físico Cafezine”.
O espaço sempre foi alternativo e contracultural, além de ser, pelo menos até onde sei, o primeiro restaurante vegano na cidade.
Segundo a própria Maísa: “ Na minha adolescência eu conheci o movimento da contracultura, e foi nesse sentido que construí um dos meus pilares para a vida, o interesse pela cultura marginal, o underground e tudo o que norteia esse cenário. Aos 15 anos eu tive contato com o meu primeiro fanzine, o qual falava sobre o abate de animais em um frigorífico, e por conta dele, me tornei vegetariana. Mas, para mim, isso não era o bastante, eu queria falar disso para as pessoas e o fanzine parecia uma ótima saída para aquela época. Então comecei a fazer meus próprios fanzines, distribuí-los pela cidade, em exposições em shows de rock e culturais que as vezes rolavam no Sesc, por exemplo. Eu também trocava fanzine com todo o brasil pelo correio, fazendo parte daquela corrente de contracultura. Depois virei ativista de movimentos de libertação animal e feminismo. Este recorte da minha vida é o que dá base para o meu interesse pelos movimentos marginais de contracultura. Quando estava com o espaço, senti uma liberdade para fomentar eventos que sempre foram muito difíceis de encontrar, e foi um satisfação muito grande abrir o Cafezine para eles”
Rolava um som acustico no local as vezes, umas discotecagens, até um blues rolava, infelizmente para fazer um som mais barulhento era inviável... devido ao espaço e também possíveis reclamações da vizinhança.
Em 2016, o Cafezine teve que ir pra um espaço maior e nessa época o Coletivo Tombajarra estava trazendo a lendária banda sueca ROVSVET. Conversei com a Maísa e o Henrique e eles toparam fazer no Cafezine. Pra mim foi uma grande alegria.
Abrindo um parênteses pra falar desse evento. Foi Foda! Os caras do Rovsvet ficaram impressionados por tocar no Brasil, porque eles não imaginavam que fossem tão conhecidos aqui. O fato foi que em 1986 um Lp com o título de “afflicted cries in the darkness of war” com quatro bandas ROVSVET, FEAR OF WAR, CRUDE SS e ANTI-CIMEX foi lançado no Brasil, numa época em que era difícil pegar material de bandas estrangeiras, esse disco rodou muito nas vitrolas ou nos tocas fitas, pois quem não tinha o vinil, com certeza tinha uma fita cassete gravada. Então creio que a maioria dos punks brasileiros, dos mais velhos aos mais novos, já ouviram esse disco. Eu e minha companheira Adriana passamos a tarde toda preparando um rango vegano em casa. Quando eles chegaram, mais uma vez trazidos de sampa pelo mano Josimas, enquanto jantavamos e bebíamos uma cerveja fiquei pensando. Quando eu escutava o referido lp na minha adolescência, jamais passaria na minha cabeça que um dia estaria ali, jantando com os caras antes de uma gig.
Nessa ocasião também tocou a banda KOMBATIVOS SUBVERSIVOS de Porto Alegre, colou uma galera de Porto Alegre em casa e passaram o fds todo aqui. Foi muito legal, a galera é muito gente boa, já estiveram aqui na gig do DOOM e quando tocamos em Porto Alegre também foi muito foda. A conexão Rio Preto - Porto Alegre é muito grande, apesar da distância. Mas finalizando, foi uma gig foda pra caralho!
Bom e pra terminar... esse texto eu dedico em memória do Miltinho Verderi, que conheci no cafezine, fazendo uma das muitas discotecagens foda que eu presenciei. Miltinho sempre estará vivo nos corações dos que o conheceram!
0 notes
blogdorizzutti · 4 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
EVENTOS: GIG DO DOOM
Mais um evento organizado pelo Coletivo Tombajarra em 2015. A lendária banda inglesa DOOM se apresentou nas terras do interior de São Paulo, mais precisamente em Mirassol em 2015. Tocando junto com bandas veteranas do underground do interior como MASHER, SUBCUT, ACADEMIC WORMS, DESNUTRIÇÃO e DISCHORD.
Com certeza foi o maior evento dessa década em Rio Preto. Pessoas de várias partes do estado de São Paulo compareceram e também pessoas de outros estados compareceram. Foi uma grande gig, de muitos reencontros e de catarse  coletiva.
Estava selecionando as fotos e infelizmente percebi que muitos amigos que estiveram nessa gig já se foram. Então vou finalizar esse texto em memória desses manos: TUBARÃO, ANTONIO, SILVÃO, MOICANO, EMERSON CALHERANI e ALEX BUCHO
0 notes