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Conquista
A resistência negra existe desde o momento em que o primeiro negro pisou no Brasil, sendo por meio do Banzo, sentimento de nostalgia que os negros sentiam por estarem ausentes de seu país, a partir do estilo de dança africano que deu origem à ritmos hoje bastante conhecidos como a capoeira e o samba, por meio de rebeliões ou pelos quilombos.

(Foto: ONU Mulheres)
Diante de tanta opressão no Brasil existiram diversos líderes brasileiros de suma importância para o Movimento Negro, como: João Cândido também conhecido como “Almirante Negro”, militar líder da Revolta da Chibata que ocorreu em 1910 e Zumbi dos Palmares líder quilombola, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares o maior quilombo do período colonial, importante guerreiro da história brasileira na resistência contra a escravidão no Brasil.
Apesar de um quadro ainda muito desfavorável à população negra no Brasil é possível apontar alguma conquistas, como a elaboração de cotas raciais para ingresso em cursos superiores, a criação da SEPPIR (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), do dia Dia da Consciência Negra além de diversas ações afirmativas de combate à discriminação racial.
Embora os negros já tenham avançado muito com suas conquistas, sabemos que ainda há um enorme caminho pela frente para que possamos ter plena igualdade no Brasil. Para isso, o movimento negro deve ser respeitado e apoiado por todos, e exemplos de personalidades como Marielle Franco precisam ser lembradas como um símbolo de força e luta para todos do movimento negro. E por aqui nos despedimos do nosso trabalho de mostrar para todos um pouco da realidade dos negros no Brasil e mundo a fora, esperamos ter impactado ou ao menos sensibilizado alguém com o projeto, muito obrigado!
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A mídia retrógrada
Há pouco tempo o preconceito racial era algo tão normalizado que encontrava seu reflexo nas campanhas publicitárias. Diversas campanhas de produtos de limpeza, já se utilizaram da comparação de uma pessoa negra à sujeira para mostrar a eficácia de seu produto.
Apesar dos avanços em relação à aceitação da diversidade brasileira, o ideal preconceituoso ainda encontra-se cravado na mente de muitas pessoas, por meio do vocabulário proferindo palavras de cunho racista como: denegrir e mulato, através do comportamento de autoridades quando o policial transparece seus ideais racistas ao apontar o negro como ladrão na maioria das situações sem ao menos ter feito uma averiguação completa e assim segue o racismo enraizado no cotidiano brasileiro.
E esta visão errônea acerca dos negros impregnada na sociedade reflete nas propagandas, como exemplo o comercial feito pela DOVE em2017, no qual uma pessoa de pele mais escura, tira a camiseta de cor marrom e aparece uma pessoa com o tom a pele mais claro, reforçando o estereotipo da pele escura como algo indesejável e sujo.
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Já no anúncio da cerveja Devassa veiculado entre os anos de 2010 e 2011 ocorre a junção da objetificação da mulher somado ao racismo, ao utilizar a frase: “É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra.”

E é por meio de comerciais que seguem esse modelo que criamos um reforço do racismo no Brasil, já muito presente cotidianamente somado ao apoio da mídia, tornando-o uma banalidade.
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This is Na Pele
O entretenimento musical notavelmente vem buscado ser mais que isso, a arte é refletida na liberdade de criação e de expressão proporcionada aos compositores e cantores que cada vez mais buscam em suas músicas transmitir uma mensagem crítica quanto ao contexto de anomia social contemporâneo.
Em 2018, duas músicas particularmente chamaram atenção do público expectador; “This Is America” de Childish Gambino e “Apeshit” feita pelo casal Carter, Beyoncé e Jay-Z. Ambas com temáticas distintas, porém buscando um objetivo em comum, a reflexão e análise crítica da população instigada através da construção de um vídeo-clipe repleto de referências, interpretações e significados simbólicos retratando a população negra atualmente.
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Childish Gambino obteve 541 milhões de visualizações com o clipe postado dia 5 de maio de 2018 no Youtube. O artista realizou uma reeleitura de dois dos problemas sociais mais complexos e debatidos nos Estados Unidos neste momento, o racismo policial e a cultura armamentista. Logo na primeira cena do vídeo, como consta na primeira imagem, o cantor atira em um homem negro que antes tocava violão. Tal ato pode ser interpretado como uma tentativa de silenciar manifestações de protesto dos negros americanos através da música, representada principalmente pelo blues, gênero que evoluiu a partir do canto dos escravos nas lavouras. Gambino também manifesta esteriótipos relacionados a população negra, desde os “entertainers”, representados com os alunos dançando em meio ao caos até agressores violentos, papel expresso pelo próprio cantor.
Enquanto Beyoncé e Jay-Z obtiveram em seu vídeo-clipe 171 milhões de visualizações, postado no dia 16 de junho de 2018. O casal fechou o Museu do Luvre, para a filmagem do video e na letra buscam celebrar o sucesso e reconhecimento conquistado pelos dois em sua carreira e o espaço em questão, foi perfeito para melhor simbolizar tal poder. A obra musical retrata essencialmente a ausência da representatividade negra e através da linguagem corporal do casal, dançarinos negros e seu figurino tentam transgredir tal lacuna social, enaltecendo tal população. A partir do posicionamento do casal de costas à obra mais famosa do mundo, “Mona Lisa”, frame capturado na imagem, busca com expressões semelhantes a da pintura icônica se equiparar a mesma com uma postura de igualdade. Ao final, quando ficam de frente à ela, como admiradores, se colocam como público negro, consumidor de arte e com plena capacidade de decodificar a história da arte contida no museu, bem como os brancos que o frequentam em maioria.
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Em suma, tem-se que o movimento artístico de resistência negra através da música, tem sido amplamente reconhecido e valorizado não só pelos expectadores como também por críticos de tal indústria de entretenimento. Por meio da reverberação intensa de tais vídeos nos veículos e redes sociais, os artistas citados atingiram seus objetivos e proporcionaram a contemplação acerca de temas essencias na contemporaniedade.

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Diversidade intolerada
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https://youtu.be/8dei7KVuRVM
A miscigenação é uma importante característica do Brasil. A grande variação de etnias e crenças religiosas vem desde nossa formação. Os escravos africanos traziam consigo suas religiões e costumes, enquanto os portugueses chegavam munidos de sua ávida fé cristã.

(Charge: LATUFF, 2015)
Essa variedade, contudo, tende a causar conflitos, levando em conta o fato de os portugueses, por exemplo, promoverem a repressão da fé daqueles que não seguiam os mesmos dogmas que eles. Dessa forma, pode ser afirmado que religiões não cristãs, como as africanas, sempre sofreram uma alta discriminação no decorrer dos séculos.

(Charge: LATUFF, 2013)
Infelizmente, as crenças provindas do continente africano ainda hoje são alvos de preconceito e estigma por parte de uma grande parcela da população brasileira. Religiões como o candomblé e a umbanda são comumente vistas como prejudiciais aos outros e recorrentemente comparadas de forma pejorativa com a feitiçaria. A intolerância religiosa anda em direção contrária à diversidade e à miscigenação presentes na essência do nosso país.
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Célia
Diante da desigualdade racial na qual o Brasil se insere, é evidente o reflexo de tal abismo social no mercado de trabalho e consequentemente no retorno financeiro discrepante entre aqueles que realizam ofícios braçais e não possuem formação acadêmica completa e outros que tiveram tal oportunidade. Dessa forma, buscamos retratar no post a realidade de cerca de 7 milhões de pessoas no país, que realizam serviço doméstico.

(Foto: autoria do grupo)
Foi entrevistada a trabalhadora doméstica Célia Regina Roque, de 54 anos, nascina e criada na região metropolitana paulista, Casa Verde. Célia foi registrada no Cartório somente após quatro anos de seu nascimento, pois tal procedimento envolvia certa quantidade monetária a qual seus pais não tinham condições para financiar. Sua trajetória educativa foi interrompida logo no quinto ano do Ensino Fundamental, quando completou 12 anos. Uma vez que, foi impulsionada a trabalhar para ajudar sua família financeiramente e iniciou tal percurso como babá, serviço no qual permaneceu por seis meses. Posteriormente, Célia trabalhou em uma empresa de cosméticos, doçeria e um hospital, onde era responsável por limpar as salas dos centros cirúrgicos. Além disso, prestou serviços no Tribunal Regional do Trabalho, na Barra Funda, inicialmente na área de limpeza, no entanto, destacou-se e ascendeu para o setor de assessoria. Em 2010, após a realocação da empresa, os funcionários foram demitidos e Célia iniciou o expediente como funcionária doméstica, no qual se encontra até hoje. Possui, atualmente, duas filhas; Michele e Isabele, quatro netos; Julio César, Vitor, Vinicius e Murilo e muito orgulho de sua trajetória de vida.
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Que Horas Ela Volta: misturando drama e comédia o filme confronta o Nordeste e Sudeste, o rico e o pobre, mostrando a história de Val, que passou sua vida toda trabalhando como doméstica em São Paulo para sustentar a filha que vivia em sua cidade natal no Nordeste. Quando a filha chega em seu local de trabalho as relações se tornam mais difíceis e a partir deste momento são feitas diversas críticas sobre o trabalho doméstico no Brasil.
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Orgulho e aceitação

(Imagem: autoral)
Este procedimento consiste na abdicação da aplicação de produtos químicos nos cabelos e o regresso à sua aparência original, assumindo os cachos naturais. É um processo complicado e muito extenso, resultando, não raro, em seu abandono. No entanto, o sentimento após a conquista, segundo diversos relatos, é recompensador.
https://youtu.be/EZOwfX3bmzQ
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A transição capilar está sendo vista, por muitas mulheres negras, como um ato de orgulho e empoderamento; de abandono aos padrões de beleza eurocêntricos e aceitação de suas origens.
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Protagonistas
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Um dos assuntos mais recorrentes e polêmicos na sociedade contemporânea é a expressão “lugar de fala”. A priori, entende-se tal conceito por uma certa aptidão na fala de alguém quanto a determinado assunto, uma vez que essa vivencia tal situação em seu cotidiano ou é impactada diretamente pelas consequências da mesma. Por exemplo, um pertencente à população negra sente diariamente o abismo social enraizado quanto aos brancos e os reflexos de uma cultura com herança escravocrata, logo, por experiência própria, entende o que é o preconceito racial, como isso afeta essa minoria, podendo expressar-se acerca do assunto com protagonismo.
Djamila Taís Ribeiro é uma filósofa, negra, feminista e acadêmica brasileira. É pesquisadora e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo. Tornou-se conhecida no país por seu ativismo na internet e pela publicação de seu livro ”Lugar de Fala”, onde aborda mais detalhadamente o conceito.

Em um debate no canal de entretenimento GNT, a filósofa afirmou que “lugar de fala é diferente de representatividade”, isto é, não necessariamente você precisa ser negro(a) para lutar contra o preconceito ou defender a equiparidade legal e de tratamento entre diferentes etnias e culturas, utilizando sua experiência individual e com respeito acima de tudo, ou seja, com consciência do impacto de sua fala e não atingindo ou ofendendo o outro de forma alguma. Logo, para Djamila todos têm o direito de usufruir da liberdade de expressão assegurada pelo regime democrático vigente no país e pode se posicionar frente às questões contemporâneas.
Dessarte, conclui-se que a expressão não deve limitar ou censurar o discurso daqueles que não se adequam ao grupo social em questão, mas sim assegurar um debate saudável e construtivo, respeitando o protagonismo de uns em conformidade com o direito individual da livre expressividade.
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Linguagem e opressão
No dia a dia, de forma completamente inocente e não intencional, é corriqueira a utilização de expressões populares cujas origens não são amplamente conhecidas. Muitas dessas expressões, entretanto, utilizam características de uma pessoas negras como algo negativo, resultado de um preconceito enraizado em nossa cultura.

Dentre diversos exemplos, estão “denegrir”, tornar algo negro, utilizado para difamação, “ovelha negra”, aquela que é rejeitada, e, até mesmo, “a coisa está preta”, empregada para situações ruins, que não tomaram um bom rumo. Dessa forma, nota-se constante agressão à população afrodescendente como traço histórico da escravidão no país.
O Brasil é uma nação cuja miscigenação é um importante traço sócio-cultural, sendo lar de diversas culturas, o que não pode ser deixado de lado. Deste modo, é necessário obter a conscientização da sociedade quanto à constante depreciação feita à figura do negro através de vocábulos “arcaicos” como esses e a gradual substituição ou anulação dos mesmos como forma de evitar a prática desse tipo de agressão.

(Obra: PORTINARI, 1934)
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Persona non grata
A população negra sempre foi vista como inferior e consequentemente rebaixada socialmente ao passo que a moral e os valores antigos foram se enraizando em nossa cultura e ideologia contemporânea. Dessa forma, o destaque atribuído a um afrodescendente que consegue ascender diante do coletivo, muitas vezes não recebe a devida relevância. No post de hoje, buscamos justamente trazer esse realce a algumas dessas pessoas que impactaram e transgrediram bravamente os ideais de sua época visando o bem de seu povo.

(Imagem: colagem autoral com fotos disponíveis no Tumblr)
Nelson Mandela, aos 23 anos deu início ao seu caminho dentro da política na África do Sul, inicialmente optou pela advocacia, mas era simultaneamente líder da resistência não violenta da juventude inserida em um regime de segregação racial. Em um julgamento por traição, acabou como réu e permaneceu 27 anos na prisão. Após cumprir sua pena e alcançar a liberdade, foi eleito presidente em 1994 e foi responsável pela refundação de seu país como uma sociedade multiétnica e não marginalizada. Aclamado por seu ativismo e visão de mundo revolucionária, recebeu mais de 250 prêmios e condecorações, incluindo um Nobel da Paz, a Medalha Presidencial de Liberdade (Estados Unidos) e a Ordem de Lenin (União Soviética).
Martin Luther King, um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo, com sua ideologia de amor ao próximo e campanha contra a violência. Reconhecido principalmente pela Marcha sobre Washington de 1963 onde realizou o ilustre discurso “I Have a Dream” e por ter recebido no ano seguinto o Prêmio Nobel da Paz pelo combate à desigualdade racial com sustentáculo em sua política pacifista.
Machado De Assis, pobre, negro, foi criado no Morro do Livramente no Rio De Janeiro no século dezessete. Logo, encontrava-se em circunstâncias adversas para que se tornasse, ainda em vida, o maior escritor do país, sendo o fundador e primeiro presidente da renomada Academia Brasileira de Letras. Além disso, foi um burocrata do Estado, indicado ao cargo de deputado pelo Partido Liberal. No entanto visando não compremeter sua carreira na literatura, optou por retirar sua candidatura. Para a época, o autor revolucionou esses cenários onde atuava, tanto político quanto literário.
Marielle Franco, vereadora do PSOL, presente não só na política como também nas redes sociais, escreveu e aprovou 16 projetos de lei. Visava essencialmente melhorar a qualidade de vida das minorias políticas e assegurar os direitos de mulheres, negros e da comunidade LGBTQ+. Defensora de uma sociedade mais pacífica, justa e solidária para todos, sua luta por esse Brasil se consolidou por meio das leis e pelo impacto positivo que trouxe para o cenário social e político.
Viola Davis foi a primeira atriz negra a ganhar o Emmy na categoria de “série dramática” com sua atuação em How To Get Away With Murder. Ao longo de 67 edições da premiação, as atrizes negras ganhavam habitualmente em categorias como comédia e minissérie. Em seu emocionante discurso de agradecimento, Viola citou outras atrizes negras que ganharam ou disputaram prêmios e que muitas vezes foram subestimadas pela indústria do entretenimento; “ A única coisa que separa mulheres de cor de qualquer outra pessoa é oportunidade. Não se ganha esse prêmio sem um papel”.
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Musical negro?
A representatividade é um instrumento político. Segundo o dicionário Aurélio, é a qualidade reconhecida a um homem, a um organismo, mandatado oficialmente por um grupo de pessoas para defender os seus interesses. E como a representatividade negra influencia a identificação e o sentimento de coletivo?
Conversamos com o ator Pedro Caetano para problematizar essa questão que envolve, sobretudo, o ramo das artes e mídia. Pedro já participou de diversas produções de TV e cinema, mas ganhou destaque no gênero de teatro musical protagonizando o musical O Rei Leão no Brasil e no México, além dos musicais Les Misérables, Hair, Núvem de Lágrimas e muitos outros.

(Foto: Reprodução do Instagram/@pedrocaetan.o)
BLOG NA PELE Qual a relevância para a luta negra de um musical como o Rei Leão cujo elenco é formado majoritariamente por negros?
PEDRO CAETANO Um musical como esse é de grande importância, não só por mostrar grandes talentos negros mas também por mostrar a riqueza da cultura afro, seus contos, tradições, musica, etc. Vale também ressaltar que muitas vezes o termo "musical negro" é usado de forma diminutiva ou segregacionista. "O rei leão" por exemplo não é um musical negro, mas sim um musical que se passa na savana africana, cantado em línguas africanas, por isso as características específicas de alguns perfis. Porém, um musical como "A noviça rebelde", que também exige características específicas de perfis, em nenhum momento é chamado de musical branco, o que deixa claro a conotação segregacionista embutida no termo.
BNP Musicais como o Rei Leão, tendo em vista a representatividade negra, são frequentes no Brasil e na Broadway? Quais outras obras teatrais são importantes para a causa?
PC Musicais como esse não são frequentes no Brasil, justamente por se enquadrarem numa espécie de musical de gênero. O gênero "musical negro" é muito mais usado no brasil do que em qualquer lugar do mundo, justamente porque qualquer protagonismo negro em nosso país é um ato político. É sempre polêmico. E isso está diretamente associado ao nosso racismo estrutural, por não termos o costume de enxergar o negro além das posições pré determinadas por brancos. No Brasil, se não há uma indicação clara no roteiro de que tal perfil é negro, ele jamais será primeiramente imaginado como um personagem negro.
BNP De que forma a movimentação contra o racismo pode ser abordada no teatro e por que essa abordagem ainda é escassa?
PC Tal movimentação ainda é escassa porque ela (ainda) não veio pelas mãos dos negros. Numa sociedade racista como a nossa, onde (homens) brancos ainda são os grandes controladores do capital, dos cargos de chefia, das produções executivas, dos criativos, dificilmente negros alcançarão o protagonismo. Procure no cenário atual diretores de musical negros, cenógrafos negros, produtores executivos negros. Dificilmente vai achar. Nós precisamos ocupar esses espaços. Precisamos de Negrxs dirigindo, de negrxs produzindo, criando e se fazendo visíveis. Negrxs são ricos em cultura ancestral, em tradições, mas também somos médicos, advogados, empresários e tantas outras possibilidades.
BNP Sobre perfis de personagens para seleção de atores, em que medida os negros são prejudicados por algumas bancas de audição?
PC São prejudicados a partir do momento em que são apenas vistos como perfis específicos, normalmente perfis caricatos ou polêmicos. O negro deixou de ser uma característica de tonalidade de pele e passou a ser uma característica social, de comportamento. O negro é o pobre, o engraçado, o sofrido ou o discriminado. Ele está sempre dentro dos clichês mais comuns. Aconteceu na broadway, mas no brasil alguém pensaria no personagem "Kristoff", do musical "Frozen", como um personagem negro?
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Violência e perseguição
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Em um país marcado por atos de violência vindos de todos os lados, não é surpresa nenhuma a participação da própria polícia nestes mesmos atos. Que o poder corrompe, já sabemos, sentimos, sofremos, mas até quando o preconceito e a seletividade continuarão sendo disfarçados de justiça?
É necessário lembrar, porém, que não deve haver generalização de nenhuma forma e de nenhum lado - generalização, aliás, é a causa da violência aqui problematizada.
Tal violência e perseguição seguem um padrão alarmante: segundo dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, cerca de 70% das mortes decorrentes de perseguição policial têm como vítimas pessoas de etnia negra ou parda. Evidencia-se, portanto, o preconceito racial como o principal motor das injustiças cometidas contra a população negra, considerando que grande parte dos acometidos são de origem humilde e/ou moram em comunidades.

(Charge: www.juniao.com.br)
A principal consequência da brutalidade policial nas famílias negras brasileiras, principalmente nas mais pobres, é o medo constante. A reação violenta da PM em muitas comunidades prejudica o bem estar dessas famílias devido ao temor de que injustiças sejam cometidas. É uma difícil realidade generalizada e preconceituosa em que pessoas do sexo masculino e negras ou pardas têm uma maior chance de sofrer repressão da força policial, sendo que, não necessariamente, essas pessoas tenham agido de forma criminosa.
Um caso que virou um grande exemplo da arbitrariedade das autoridades militares é o do jovem Rafael Braga, na época, com 25 anos ocorrido durante as manifestações de 2013. Tem pele negra e foi apreendido por portar produtos de limpeza em sua mochila. Hoje, em prisão domiciliar, é um símbolo contra a opressão pela qual passou. Espera-se que mais casos como esses deixem de ser corriqueiros na sociedade. Milhões de famílias sofrem todo ano e, por isso, é importante lutar e deixar sua voz ser ouvida.
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Luta condoreira
O século XVI deu início ao estabelecimento do regime escravista no Brasil. Em tal período, os escravos eram reduzidos à mercadoria, tratados como animais, torturados e explorados pelos seus senhores. Esse tratamento hediondo e desumano foi banalizado e aceito até o início do século XIX, quando discursos acerca da abolição da escravatura e do tráfico negreiro começaram a repercurtir.
Neste período inicial antiesclavagista, insere-se a terceira geração romantista, conhecida como Geração Condor. A ave, é reconhecida, pelo sua incrível adaptação ao voo, capaz de atingir o topo das mais altas montanhas e viajar longas distâncias. Remete assim ao desejo de renovação da sociedade brasileira e a ambição dos poetas da geração que lutavam por um ideal, a priori, quase utópico.
O maior representante de tal período foi o poeta Castro Alves, nomeado por seu objetivo de impactar seus leitores acerca das questões sociais como “Poeta dos Escravos”. Nessa semana, o autor baiano completaria 172 anos e, visando enaltecer sua luta humanitária, dedicamos este post à sua memória. Começou a produzir aos dezesseis anos e foi referência para inúmeros escritores. Manuel Bandeira citou: “o único e autêntico condor nesses Andes bombásticos da poesia brasileira foi Castro Alves, criança verdadeiramente sublime, cuja glória se revigora nos dias de hoje pela intenção social que pôs na sua obra”. Produziu clássicos como Espumas Flutuantes e Vozes, D'África, além do emocionante poema Navio Negreiro.

(Fonte: “O jantar” de Debret/ “Histórias Cruzadas” de Tate Taylor)
É importante ressaltar também, que apesar dos diversos movimentos contra a desigualdade racial e da luta afro gradativamente estarem ganhando espaço, nota-se que ainda existe um abismo entre negros e brancos.
Não há como negar que a herança histórica impacta até hoje na organização social e econômica do país. Em pleno 2019, isto é, 131 anos após a abolição da escravidão no Brasil, a população negra ainda sofre com a falta da efetiva inserção social.
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Na pele?
Na pele é a expressão da emoção que brota como suor. É onde tocam a angústia e a carência daqueles que por causa de sua pele, sentem a verdadeira opressão e a violência na pele.

(Foto: autoria do grupo)
Na pele é a música da Elza Soares e da Pitty que transborda sentimento e expressão. Elza é força resistente que engrandece a luta e a fala da “boca muda” de todos que disfarçam “o desgosto”. Elza é poder, é força, é negra e é uma das poucas que ostenta a beleza e a cultura da “carne mais barata do mercado”.
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E, é à flor da pele que o Blog Na Pele busca dar espaço à dor e à cultura, à carência e ao sucesso, à luta e à identidade de um povo que fez da margem da sociedade seu lugar de fala e teve que optar por resistir.
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Arte, contraste e segregação
O filme Green Book: O Guia, dirigido por Peter Farrelly e produzido pela atriz Octavia Spencer, narra a história do pianista negro Don Shirley nos tempos de maior segregação étnica dos Estados Unidos. O longa-metragem ganhou o prêmio de Melhor Filme, Roteiro Original e Ator Coadjuvante e, assim como outros vencedores do Óscar 2019, Pantera Negra (Melhor Figurino, Trilha Sonora Original e Direção de Arte), Infiltrado Na Klan (Melhor Roteiro Adaptado) e Homem-Aranha no Aranhaverso (Melhor Animação, dirigido por Peter Ramsey, o primeiro negro premiado na categoria), aborda discussões incipientes no universo cinematográfico buscando levantar a representatividade afrodescendente na mídia em paralelo à sociedade.

(Foto: Divulgação/Patti Perret)
Observa-se essencialmente, nas três obras, a luta negra por respeito e por reconhecimento igualitário para superar a histórica supremacia branca e optar pela disseminação do debate acerca dessa causa. Logo, o principiante tratamento da causa negra na mídia merece cuidado e, acima de tudo, dignidade, pois remete ao doloroso passado dessa etnia tão pouco respeitada na História.
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Green Book: O Guia é inspirador e um retrato explícito da segregação e do racismo ainda evidentes na sociedade. Assim, inspirados pela obra de Farrelly, iniciamos nossa discussão nesta página acerca do tema negro com o intuito de levantar a luta, a cultura, a informação e, principalmente, abrir o espaço necessário para a representatividade da causa.
É luta, é cultura, é NA PELE.
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