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Sacrário das Histerias do Anoitecer

"Pelo visto será neste templo obscuro que eu terei que repousar, pois de alguma forma um tanto obscena, aquele chamado de vazio clama por esta insolente existência e, consequentemente, tudo que o toca; fora consumido em algum ínfimo instante. Reconheça seus devaneios e se afogue neste anoitecer sem fim em conjunto de suas miseráveis e distorcidas personas. E você, ou melhor, vocês já sentiram o fardo do processo de reflexão? Convenhamos que não é algo nem um pouco agradável, meu pequeno e estimado pontífice e seus respectivos fragmentos. Desculpe, mas acredito que dessa vez aquele lado conseguiu vencer. Vazio, consegue ainda me ouvir? Isso mesmo, eu desisti e acabei sendo consumido pela favorável escuridão, sucumbindo ao nível mais grotesco de minha existência e totalmente perdido em meio dos meus devaneios. Eu sou assim, sou o que foi esquecido, aquele que será abandonado, sem um único sentido ou motivação por ainda querer estar aqui, afinal, viver é difícil. Por que é tão frustrante não ser lembrado por ninguém? Esse sentimento de indiferença... Eu realmente não sou necessário para vocês? Mas por que eu ainda assim dependo tanto dos demais? Isso me corrompe tanto, ao ponto de querer sumir. Ah sim, eu já estou desaparecido, dentro de mim mesmo, nas profundezas de minhas entranhas, certamente sendo enforcado por essas no intuito de livrar dessa dor sem explicações. Por favor, me diga! Qual é o sentido disso tudo? Justo agora que entrei no meu provável melhor momento, estou mergulhado nesse sentimento de insatisfação e desilusão, como se a qualquer momento tudo fosse acabar e eu finalmente me libertarei. Sinto sua falta, sinto a minha falta, mas isso sou eu sobre os demais, agora eles em relação a mim? Isso não existe. Talvez eu seja egoísta, mas ainda assim sou empático ao ponto de jamais desejar isso para alguém, afinal, eu sinto todo meu interior rangendo, assim emitindo sons horríveis que me levaram ao desespero e sumiço. Eu não acho que há mais resolução para mim, para tudo isso, eu não sinto mais calor algum, motivação... Nem mesmo aquele genuíno sorriso tem me consolado mais, meu erro foi terceirizar tanto as minhas emoções em razão dos outros, mas de forma fútil esquecendo de minha própria estimulação. Acho que de tanto compartilhei minha luz e sorriso, acabei esquecendo de segurar um pouco para mim... Algo que somente agora, nesse vale da obscuridade, que eu fui capaz de reconhecer o quão aprofundado estou no meu próprio inferno. Juiz, você não poderia me guiar aos jardins de Elísios? Ainda não é a hora? Por mais quanto tempo eu terei que encarar o meu próprio sofrimento e ser continuamente taxado de vítima ou dramático? Isso é tão depressivo, tão corrosivo... Eu apenas queria dormir mais uma vez no meu berço, mas se bem que nem mais sei onde ele fica, afinal, até mesmo meus progenitores foram capazes de me abandonar. Desculpe por toda essa melancolia, eu sinceramente apenas queria que tudo isso acabasse... Minha persistência perdeu seu brilho, mais uma vez e pelo visto me deixei corromper além do que sou capaz de suportar, pois eu sou alguém pequeno, frágil e repleto de defeitos, o que você ou vocês conhecem de mim não passa de uma ilusão bem lapidada. Eu ainda escuto as vozes que sutilmente querem me arrastar, seriam esses os Parasitas da Penumbra? Cansei desse sentimento solitário e enlouquecedor, mas vou insistir mais um pouco em conter tudo isso, tudo bem? Não sei, a única coisa que sou capaz de reconhecer é o meu próprio medo em relação a tudo isso que acabei de escrever. Desculpe."

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Serpentário do Oblívio

"As serpentes, enquanto rastejando, buscam de forma relutante a sua próxima presa sem misericórdia alguma, afinal, deve ser meio desesperador e frustrante carregar consigo tanto veneno, mesmo que isso signifique sua respectiva sobrevivência... Mas do que você está falando? Ah sim, imagino que já tenha esquecido, estou certo? Talvez. Eu apenas queria de fato esquecer daquela noite na qual ambos deferiram uma podridão venenosa uns aos outros, sendo esse um cenário tão triste e pálido, mas ainda assim fortemente reflexivo. Gostaria de entender o porquê dessa sensação carmesim que me corrompe por completo, mal posso ler o nome daquele desconhecido que acabo por me entregar na minha ácida perturbação. Diga-me, caro domador das serpentes, como faço para controlar tal veneno? Como faço para esconder minhas presas diante daquilo que de alguma forma doentia ou não me ameaça? Apenas me responda o quanto eu preciso ir além de mim para que em algum dado momento eu possa chegar em uma conclusão? Eu não quero mais isso. Que tipo de laço é esse? Neste momento, infelizmente sinto como se estivesse sendo enforcado pelo próprio Basilisco, sensação na qual não há meios para tentar explicar, afinal, aparentemente ela já consumiu tudo que miseravelmente restava. Agora, sinto que meu corpo está flutuando sobre águas envenenadas e minha carne aos poucos apodrece ao ponto de esquecer como era fazer parte de mim. Sim, estou aos poucos me esquecendo do porquê disso tudo, dessa sensação frustrante, mas penso até quando esse efeito durará? Até você mais uma vez cruzar a linha e nós entrarmos em total colapso, pois ainda minhas feridas não secaram e tenho ciência de que ainda não estou resolvido com o desconhecido, então me desculpe mais uma vez por omitir tudo isso. Talvez você tenha razão, eu apenas preciso colocar as coisas em seus respectivos lugares, nem que isso acabe custando fracionar tanto você quanto eu, como? Não faço ideia, mas pelo visto pode ser necessário, afinal, infelizmente coloquei novamente alguém em um pedestal e não posso mais progredir com isso... Ao menos é o que eu acho por agora, e você? O que me diz sobre isso, juiz? Silêncio, está na hora de repousar no seu adorável berço venenoso e entrelaçado com as suas companhias peçonhentas. Tente se lembrar apenas mais uma vez, qual foi o motivo de você mitigar tudo isso? Encare dia fúria e abrace o seu destino enlouquecedor. Deixe que ele, ou melhor, todos nós possamos criar a realidade perfeita para você e para mim. Sejam todos bem-vindos ao Sacrário das Histerias do Anoitecer: este é local no qual deverá ocorrer todo o processo de devoção ao vazio."

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Encômio das Asas Simétricas

"O quão satisfatório é ser continuamente exaltado por alguém? Talvez eu desconheça essa sensação, mas tenho total certeza que a minha magnífica existência é capaz de propor tal sentimento adorável para todos aqueles que de alguma forma me cativam. No entanto, o meu par de asas agora encontra-se em um estado tanto quanto fragmentado, tal fragmentação sendo um reflexo genuíno do meu interior caótico, mas não se preocupem, pois eu ainda assim continuo a sorrir. Afinal, com quem estou mesmo falando? A cada texto, ou melhor, um conjunto de palavras dispersas em um devaneio momentâneo, é elaborado com um discurso diferente, em alguns momentos direto, noutros indireto, pode ser também no singular ou até mesmo no plural, não há regras aqui. Lembre-se, eu sou o meu próprio juiz, sou eu que dou sentido ao meu vazio esfomeado, sou eu que determino as prioridades e relevâncias desta realidade, a qual nada mais sou que um mero árbitro tentando ser Deus. Você pode louvar a simetria presente em minha existência, mas infelizmente devo negar tal primor, visto que ainda assim eu reconheço cada região podre e convicta em mim, das palavras as quais prolifero como se fossem um ato de sinceridade, mas com a ausência de empatia, assim servindo como navalhas altamente venenosas, isto é, um ato verdadeiro de covardia. Eu reconheço a minha força e a linha tênue que a divide entre a capacidade de criar e destruir, entre o meu amor e o ódio, o contraste bélico presente em minha insistência... Não, não era meu objetivo usar existência nessa oração. Sinto que aos poucos estivesse cada vez mais próximo de compreender o que ou quem eu sou, mas quanto mais me aproximo dessa revelação, mais me dói ver cada pedacinho infeliz que ainda há presente em mim... Talvez eles tenham razão, não posso ser perfeito, independente da confiança ou moral depositada em mim, pois, ainda assim estou disposto a algum momento falhar e a partir disso somente a ruína deverá me abraçar. Obrigado por me ouvir mais uma vez, mesmo eu até hoje desconhecendo quem pudesse estar aí do outro lado, mas vou deixar você adivinhar se estou falando contigo mesmo ou apenas clamando pelo mundo inferior. Enfim, chegou a vez de voar novamente com essas asas desconfiguradas e assimétricas, mas sempre reforçando para mim mesmo o meu dever de sorrir ininterruptamente. Eu sou o meu próprio Deus e o pai dos meus próprios demônios, além de um esforçado cultivador de flores da Entropia e um maníaco colecionador de estimadas e inegociáveis jóias. Meu caro juiz, estou tão ruim assim? O quão instável está a nossa sanidade mental nesse momento? É muito oneroso ficar nessa cadeia de repetições sem nunca obter uma única resposta satisfatória... Talvez eu apenas devesse desistir e me entregar ao automático e sua superficialidade, mas só de cogitar essa possibilidade parte de mim já se arrepia de medo, então por ora essa não pode ser a minha alternativa mestra. Imagino que a partir daqui eu deva retomar aquilo que fora originado por mim, isto é, o meu singular e definitivo viridário da Entropia."

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Lycoris Radiata

"O equinócio do outono e a arte do florescimento, uma transição de estações e um espetáculo de cores, como se estivesse beirando a tênue linha que divide a vida da morte. A saudade, o abandono e as memórias sempre que aqui estiveram vinculadas, algo que de certa forma tende a transparecer uma íntima mensagem do mundo inferior. Flores devem ser entregues somente para aqueles que já partiram? Acredito que não, pois não seria um tanto doloroso cultivar algo tão belo e repleto de aromas dóceis para em seguida o esquecer em um túmulo? As flores dos mortos, da passagem que interliga todas as vertentes deste tão vasto universo. Se um dia você deparar com alguém no qual jamais encontrará novamente, há como lenda o surgimento de lírios-aranha-vermelha no caminho percorrido por vossa existência para que assim um dia o outro possa encontrar-lhe. O luto pela perda é incalculável, bem como o sofrimento pelo eterno esquecimento, afinal, ser devorado pelas chamas do oblívio não aparenta ser nem um pouco uma experiência satisfatória, convenhamos. Do que eu sinto falta? Na verdade sou incapaz de expressar isso, apenas sinto e no meio dessa sensação reconheço que a mesma não me agrada em nenhum aspecto possível, afinal, esquecer algo tão precioso é muito sufocante... Esquecer como sorrir, como brilhar, como demonstrar ao mundo o seu mais encantador estado de primor. As flores da minha vida, as jóias que as protegem e as minhas iminentes emoções que as perseguem, visando somente uma manhã mais florida, preenchida pelo agridoce perfume da minha vida, visto que enquanto estou sorrindo, também estou desesperadamente chorando. Entenda, meu pequeno juiz, a chama do amanhacer não pode ser apagada, independente do grau de radiações que a mesma expõe ferozmente, ainda assim essa serve para me aquecer. Essa flor exala a singular toxicidade do sangue, mas porquê tóxico? É simples, esse mesmo sangue foi consumido saborosamente por uma míriade rastejante de sanguessugas, então tome muito cuidado com esse aroma demoníaco. Flores, poderiam ser meu berço somente mais uma vez? Quero dormir um pouco, quero me sentir conectado ao seu veneno e escravizado pelo sua estonteante presença. Em breve o meu viridário deve florescer em seu estado do absolutismo e nesse mesmo elísio anseio de forma flavescente cultivar a minha própria sepultura, mas por favor, não pense que isto seja uma partida, apenas entenda que esse é um dos passos para obter a minha santificada purificação ao ponto de me levar para um estado radiante de luz. Minha jovem alma, gostaria de presenciar este novo solstício que nos aguarda? Venha, será interessante e imagino que os seus fragmentos podem finalmente se unir em razão do inverno congelante ou simplesmente derreter em favor do verão escaldante, ou seja, você tem apenas meia chance, assim como a própria existência e não existência. Que paradoxo mais excitante... Meus ossos e carne chegam a vibrar de forma incessante e involuntária."

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Grãos da Entropia: Estado da Arte

"Enquanto mais pesquisava sobre, mais me surpreendia em relação a esta tão complexa personalidade, afinal, era impossível resistir a ao seu toque de obscura imersão, a qual acabava por resultar em um estado da atecnia, sendo esse o referencial opositor de todas as minhas presentes vontades. Não exercite apenas o seu corpo, mas bem como sua alma, pois essa é responsável por todas as suas conexões, por entrelaçar cada um dos seus respectivos extremos, assim tornando-se um ser completo e estável. O equilíbrio é necessário, afinal, tudo é um; um é tudo. A plenitude da atecnia é a ausência da arte, mas como poderíamos definir o conceito de arte? Jovem mestre, devo alertar você sobre o arriscado caminho que pretende percorrer, visto que nem mesmo a minha soberania é capaz de determinar os resultados de tantas e inúmeras variáveis. Você sabe que a arte a qual tanto busca é o simples desfecho da superação, remover de suas raízes e ferrões casa resíduo de frustração, polir seu tronco e seus grãos para poder realizar da mais bela colheita, sendo essa então o seu tão almejado estado da arte. Sim, isto é a possível definição para arte, algo insolúvel, indecifrável, mas tocante, emotivo e único para cada persona que perpetua neste tão vasto universo. Suas lágrimas já secaram, mas o seu medo ainda o assombra e ao menos você já é capaz de reconhecer isso, o reconhecimento do qual você tirou a provação necessária para se auto compreender, se amar, aceitar somente o aplicável para você, então não se desvalorize, conforme mencionado em algum momento, há um abismo de diferenças entre ter e pertencer a algo. O vazio está aí, mas preencha-o com a sua implacável arte, sua escrita emocional e o seu toque energético singular, que sua luz seja um referencial e que suas sombras sejam apenas um berço para quando de fato necessário. Os frutos estão sendo colhidos aos poucos, as estrelas estão melhores alinhadas, o céu um tanto mais claro e a Entropia est�� alcançando um possível e utópico estado de calmaria, mas fique atento, ainda há muito para ser enfrentado, afinal, a cada lua que se põe, uma nova manhã se inicia. Sente tudo isso? Essas palavras tão amorosas, essa narrativa tão confusa, mas ao mesmo tempo linear, você sabe que o significado disso para você é deveras significante e não lamente caso alguém pense o contrário, valorize suas virtudes, abrace os seus talentos e enalteça cada um que você tanto ama, visto que a sua luz é infinita e a dos demais também pode ser! Então compartilhe desse sentimentalismo, dessa fase, do viver intensamente cada momento. Apenas lembre-se novamente, que para cada novo elemento em sua vida, uma nova responsabilidade surgirá e você terá que lidar com ela da forma mais precisa e perspicaz possível, visto que agora o foco é integralmente você, isto é, o seu amor próprio em sua forma mais íntegra. Sem tantas delongas, olhe adiante, note que o seu viridário está ainda mais colorido do que antes e tenha certeza que quem cultivou casa uma dessas pétalas foi a sua tão honrável existência, meu pequeno e jovem mestre. Deixe que a renascença tome forma e que o seu desfecho seja absoluto e primoroso, algo que somente você é capaz de fazer consigo mesmo."

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Grãos da Entropia: Devaneios Flóreos

"Nós somos reflexos de que tipo espelho? Talvez isso tudo seja um devaneio bem florido e duradouro, mas do qual anseio muito desfrutar. Enquanto você percorria pela estrada do oblívio, todos ao seu redor tomavam uma nova forma, seja essa bela ou não, era um importante reflexo da sua realidade. Talvez hoje você não esteja mais no seu estado da arte, mas ainda assim se esforçar em retomar o seu efeito primoroso, porém, entenda que há muitas dificuldades em restaurar algo que fora quebrado. Os jardins da vida são cultivados por escolhas e as suas provavelmente não foram as melhores, obviamente por serem precipitadas e altamente emotivas, com pouco cunho racional, mas com grande abertura sensorial, isto é, o potencial de sentir intensamente suas vontades e de forma feroz tornar-se vulnerável para elas. Veja, o mundo é tão abrangente, há tantas pessoas, histórias, cosmos por aí... No entanto, qual seria a justificativa por ainda assim sua visão corrupta e nefasta ainda prosseguir de forma misantrópica? Talvez seja uma pequena consequência das suas infelizes cicatrizes. Espectros que refletem o meu universo, por favor me digam: qual é o meu verdadeiro formato? Seria minha pequena existência um ínfimo rastro deixado pelas flores cultivadas em um jardim jamais fora visto? São tantas dúvidas, tantos sonhos, uma verdadeira imensidão de esperanças floresce aqui. Enquanto mais sonho em nós, mais fico vidrado em nossas antigas promessas, sinto que dessa forma estou prestes a entender ainda mais cada uma das minhas cores, dos meus fragmentos adormecidos, o meu devaneio no qual todos se encaixam a fim de vislumbrar o meu tão desejado esplendor. Devaneios? Flores? Quantas emoções distintas aqui reinam e enraizam, os grãos genuínos cultivados pela Entropia que de forma relutante escolhi abraçar, independente se seus ferrões ou largo tronco me atrapalhasse, ainda assim optei por persistir em um dia, somente um dia, eu possa repousar na superfície do seu invólucro berço floreado. Minhas belas criações em forma de palavras tingidas nesse fictício papel, por favor, entendam que agora estou em uma incontestável transição e o resultado disso tudo nada mais é do que uma significativa transcendência humana e espiritual a fim de compreender o vasto mundo dos sonhos e das flores, do perfume, do encanto, da morte e do engano. Devemos pertencer ao estado da arte e não nos forçarmos a caber no mesmo, então fique muito atento a isso, meu estimado jovem mestre. E você, meu curioso invasor anônimo, o que pensa sobre isso? Sou incapaz de afirmar sua suposta existência, mas caso você realmente exista, apenas peço que nunca se esqueça da sua identidade, afinal, posso garantir-te que relembrar de tal aspecto é uma jornada um tanto quanto árdua, mas plenamente satisfatória."

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Tronco da Entropia: Coexistência Irrealista

"Talvez coexistir desta forma não seja tão irreal assim, afinal, toda mudança apresentada demonstra ser genuinamente factível. Você parece estar tão em paz, estou certo? Isso é ótimo, até mesmo o seu incessante vazio está mais sereno e apenas tenho que te parabenizar por isso, meu pequeno e jovem mestre. No entanto, devo questionar você sobre algo... Quais eram os motivos da sua insegurança? Achava que fosse impossível uma coexistência entre vocês? Você de fato está verdadeiramente resolvido? É claro que você não precisa responder tudo isso, pois sei que você, ou melhor, nós estamos em um fantástico e contínuo processo de refinamento próprio. Existem tantas emoções que não deveriam coexistir, bem como situações ou até mesmo meras existências errantes, mas veja também por um lado que tal contradição pode ser necessária de alguma forma ou outra. Vida e morte, verdades e mentiras, amor e ódio, as vertentes contraditórias da nossa tão vasta realidade. Não se preocupe, você pode coexistir com ele e com todos ao seu redor, você sabe disso é também se tornou alguém tão capaz e forte ao ponto de se submeter somente nas situações de fato aplicáveis para você, então se orgulhe grandemente de todo esse seu avanço. Hoje você presenciou em uma singela conversa o quão significativo é ser completo com alguém completo, de querer para você tudo aquilo que você também deseja ao outro, de ser valorizado ao ponto que também valoriza, de mergulhar na mais pura das sensações recíprocas que somente você é capaz de proporcionar e receber a partir do seu jeito tão brilhante e adorável de ser! Não é irreal buscar o melhor para você e muito menos querer existir numa realidade que também exista somente o proporcional, ou até mesmo acima disso, para você. Entenda que viver é sofrer, mas que sofrer não necessariamente significa deixar de ser você em algum instante, afinal, não há sofrimento maior do que perder sua identidade, suas raízes, cair no vale da indiferença ou superficialidade, tornar parte de um incompleto que não cabe a você, algo tão belo e grandioso, responsável por distribuir e recolher uma míriade de sorrisos, além de sempre agradecer por tudo isso. Coexistir não deveria ser algo irreal e muito menos com alguém que de alguma maneira trilhou uma história tão semelhante a sua, então seja vulnerável e compartilhe de sua experiência, assim desfrutando sempre de todas as respectivas lições aprendidas até então. Isso jovem mestre, continue assim, não tenha medo de prosseguir de forma relutante em busca do seu tão almejado estado da arte existencial e emocional."

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Tronco da Entropia: Rastros da Adversidade

"Você deveria reconhecer a existência da maldade do mundo, visto que graças à ela, você novamente redescobriu sentimentos adversos. O sentimentalismo não é algo deveras positivo e harmonioso, também há um abismo de possibilidades para a efêmera negatividade e caotismo. Aprender a lidar com tais sensações é primordial para o seu pequeno avanço emocional como um ser frágil e vulnerável, pois somente emocionalmente evoluído você será de fato capaz avançar em outras esferas da vida, sejam elas familiares, românticas ou profissionais. No entanto, agora devo questionar algo para você, jovem menestrel do vazio... O quão difícil é sentir a solidão? O quão destrutivo é se sentir solitário consigo mesmo o tempo todo? Responder ambos questionamentos machucam muito, estou certo? Já parou para analisar o berço progenitor de tal sentimento? Vamos realizar uma releitura agora nos seus íntimos rastros de adversidades presentes no seu coditiano. Ao acordar você vê uma grotesca dificuldade em levantar da cama, seria apenas preguiça ou algo mais forte que isso? Não precisa responder, apenas pense consigo mesmo de forma sincera. Durante o seu dia, todo sorriso exposto por você é puramente genuíno? Ou socialmente você vê a necessidade de ser alguém feliz? Afinal, quando todos deixam de te olhar, a sua mudança de expressão é notavelmente amarga e acredito que há um motivo por trás disso. Quando chega o anoitecer, você de forma desesperante procura usufruir de meios que o remove temporariamente desta realidade e isso não é ruim, visto que o meio utilizado por você é tão inofensivo e inocente, mas será que realmente seja algo satisfatório? Ou você apenas se força a pensar que é? Muitas reflexões são possíveis a partir daqui, imagino. Não queira cobrar em ouvir o problema de terceiros enquanto nem os seu foram resolvidos ou pelo menos mitigados, sei que para você o terceiro é de grande importância, mas não necessariamente ele deveria ser sua prioridade, afinal, são situações totalmente distintas. Você pode ouvir, mas também deve ser ouvido, você pode trocar sorrisos, mas também deve aprender a secar lágrimas, você pode dizer que ama e também deve ser plenamente amado, pois mesmo com inúmeros rastros adversos, você ainda assim consegue ser um referencial que traz consigo uma luz encantadora e cores vibrantes. Uma vegetação pode ser composta por troncos, folhas, flores, espinhos, mas no fim todas partem de sementes, então lembre-se plenamente disso tudo. Com muito amor do seu incontestável juiz do vazio."

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Mosaico da Aristocracia

"Quantos sentimentos vividos e diferenciados, certamente são privilégios de um aristocrata da mais genuína nobreza. Você, meu estimado plebeu, entenda que nesse mísero momento habita em sua existência um poder incompreensível e absolutista, sendo esse o poder da decisão. No entanto, tome cuidado com suas escolhas, jovem mestre, pois sinto de forma veemente que algo está por vir, seja isso bom ou não... De toda forma, vamos prosseguir com a nossa pura cerimônia de introdução. Daqui adiante você, um pequeno príncipe, deverá governar este vasto universo que seus olhos mal conseguem acompanhar, afinal, você acaba de ser prestigiado por uma sinergia real que entrelaça todos os membros, ou melhor, lacaios de uma realeza primordial. Há muitas peças neste seu novo governo, estou certo? Mas quais peças vão compor o cenário que você tanto almeja? Saiba que para poder escupir algo belo, primeiramente vossa senhoria deve identificar o vazio aplicável para tal obra, pois caso isso não seja feito, concluo que você deverá optar pela destruição a fim de posteriormente construir. Mosaicos? Você deve realizar a incrustação de elementos em uma superfície de forma aglomerada e fixada... Note que a palavra utilizada foi 'elementos', mas por qual razão utilizaria um termo tão curioso e genérico? Diga-me, qual tipo de agregação você deseja construir?! Vá longe em seus pensamentos, pois aqui você governa, mas unicamente e exclusivamente aqui. O que? Acha que essas decisões são complexas? De fato, mas vou facilitar para você: delimite suas possibilidades ao ponto de criar uma maior firmeza naquilo que você pretende decidir. Galáxias, sistemas, planetas, seres orgânicos e imateriais, átomos... É, pensando melhor... Acredito que, talvez, mas somente por um acaso tudo isso seja um grande e vicioso aglomerado no qual você está incrustado permanentemente, o qual pelo visto chama-se de 'vida', sendo esse um conceito de difícil definição, mas não se preocupe! Acredito que eu seja capaz de definir isso para você, meu intocável primor. Vida, sim! O mais belo e assustador dos mosaicos, esse que é repleto de cores e peças altamente diferenciadas, começando da sua concepção, evolução e por fim uma fatídica deterioração, bem como da coexistência de fatores incoerentes, tais como: enquanto uns sorriem, outros choram; enquanto alguns dormem, muitos simplesmente fogem e; por fim, enquanto eles aproveitam a paz, nós enfrentamos o caos. Espero um pouco, esse suposto mosaico está meio desequilibrado, mas qual o motivo disso tudo?! Eu não sei, sinto que sou apenas mais uma peça dele, mas sem um local apropriado para mim. Aristocracia? Isso é tão óbvio... Reconheça que até poder ler e escrever são distinções básicas de 'seres pensantes' que, lamentavelmente, não são experimentadas por todos esses atributos que compõem essa absurda e contraditória miscelânea.

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Ferrões da Entropia: O Rompimento Singular

"Eu realmente estou surpreendido com suas atitudes, como consegue demonstrar tanto amadurecimento emocional em um período tão curto assim? Simplesmente magnífico, ainda mais tendo em vista que a sua união fragmentar mal teve início. Tudo bem, não era o melhor cenário que você gostaria de vivenciar, muito menos de ter chego nesse estágio, mas foi um rompimento necessário e único, visto que você teve a possibilidade de instaurar algo com teor conclusivo, sendo bem diferente da sua última experiência de separação. Não se preocupe, você não está sozinho nessa, na verdade, você nunca esteve, mas somente agora foi capaz de reconhecer o quão preciosas podem ser as pessoas ao seu redor e principalmente o impacto gerado quando alguém finalmente é transparente com você, então trabalhe mais nisso, trabalhe em você, seja alguém maior, alguém melhor, mas unicamente por você. Não tenha mais medo de ser vulnerável, pois somente arriscando é possível obter algo de relevante e não aceite críticas de quem nunca ousou se arriscar, afinal, somente você sabe pelas situações as quais você percorreu e no fim sobreviveu. Amanhã é um novo dia e hoje foi a sua recuperação, um íntimo momento com a luz, com a mais bela sensação do conforto, da resolução implacável. Parabéns, meu jovem árbitro, saiba que as suas escolhas são as principais motivações das suas respectivas realizações, então abrace o seu encantador potencial e potencialize todos aqueles que você ama, dê um pouco da sua luz, um pouco do seu sorriso e das suas vibrantes cores, pois isso é algo que somente e unicamente você é capaz de fornecer. Você é alguém maravilhoso, aquele que insiste mesmo sabendo que vai sangrar, mas nunca torna-se alguém negligente e apenas anseia em fazer o outro se sentir melhor consigo mesmo. No entanto, tome cuidado, visto que há muitos usurpadores de luminosidade pelo universo e você sabe muito bem como e se sentir esquecido pela luz e abandonado pelo mundo... Faça somente aquilo que esteja ao seu alcance e lembre-se: um dia de cada vez e sempre dando todo o tempo necessário para novo amanhã. Por fim, deixe ele ir, mas para bem longe de você, não vá atrás de informações ou muito menos daquilo que o traga algum feito de nostalgia, apenas pense em como ressignificar as coisas e os momentos, além de deixar de se preocupar com uma nova ressonância, afinal, existe uma outra miríade de vidas por aí e certamente uma delas pertencerá ao seu amor, aos seus intensos e genuínos sentimentos. Boa noite, jovem mestre e sonhe com aquilo que somente lhe proporcione a melhor das sensações e a constante auto valorização: sui generis."

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Ferrões da Entropia: A Última Noite

"Sim, isso mesmo! Finalmente as minhas flores foram capazes de criar uma miríade de espinhos e agora não haverá somente um estonteante aroma, mas também uma vestimenta altamente defensiva e ofensiva, caso aplicável. Ora ora, pelo visto os seus espinhos não foram tão eficientes assim, mas questiono onde você poderia ter errado em seus cálculos... Será que você realmente tem feito conforme planejado, ou melhor, esperado? Acredito que não. Dormir num mar de rosas, mas nunca deixar de sangrar em razão do intoxicante veneno escarlate e ter sua pele rasgada pelos espinhos diabólicos daquele plantio, provavelmente esse cenário seja deveras caótico, não acha? Onde você se perdeu? Confiou demais em sua própria superação? Que triste, infelizmente ela nunca existiu e você sempre soube disso, mas ainda assim teimava de forma relutante em tentar, miseravelmente, provar o contrário. Cada vez que você procurava o dito cujo e sentia o doce aroma dos seus delicados cachos, você sentia ainda mais preso e entregue a ele, enquanto o próprio por sua vez já estava muito além, tão além que mal lembrava quem você era ou até mesmo o que você sentia, visto que em nenhum momento ele pensou por ou em você, o horrendo sabor da mais pura fonte de hipocrisia e mentiras a qual você tanto apoiou. Enquanto você se desgastava de forma falha em busca de compreendê-lo, você também esquecia que nesse processo quem estava a se fragmentar era somente e unicamente você, sendo algo doloroso, assim desferindo tantos murros em pontas de lâminas a fim de vislumbrar o pânico na sua última noite... Algo um tanto infeliz, estou certo? Acho que você não precisa mais ficar se auto questionando tanto, pois você já é ciente daquilo que deve ser feito e hoje apenas hesita, hesita e hesita mais um pouco na ínfima esperança de que tudo melhore. Acorde, meu rapaz! Você sabe que não há melhorias naquilo que tende a se auto destruir e forçar arrumar isso seria apenas mais uma forma de dor de cabeça para si mesmo, algo totalmente desnecessário. Agora durma e descanse, afinal, os maravilhosos ferrões ainda não despertaram totalmente e a sua possível Entropia pode voltar a qualquer momento, então se prepare para o que está por vir. Aliás, você está arrependido ou apenas frustado? Reflita um pouco... Talvez até mesmo você seja uma das peças egoístas desta história. De toda forma, agradeça suas companhias, elas realmente são verdadeiras e ainda assim você conseguiu desfrutar daquela noite, rodeado por o mais puro do amor e comemorando suas realizações da forma mais apropriada possível. Obrigado universo por mais uma bela noite e desculpe pela ferocidade das minhas míseras reações."

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Advento do Juiz: O Servo Insolente e Esquecido

"O que você está fazendo aqui?! Um ser tão pequeno como você e ainda assim ousa me procurar novamente após de tantos anos de rejeição? Ah, já sei! Você precisa de mim mais uma vez, estou certo? É claro que estou, eu nunca erro... No entanto, parando para pensar melhor, até que essa situação possa ser útil para mim! Então aproveite que estou de bom humor e diga-me o que tanto precisa, pois irei te ouvir apenas mais uma vez, mas não se esqueça: nada é de graça e você sabe muito bem o preço do meu incomparável reforço. Eu realmente preciso de sua ajuda... Estou muito exposto e essas feridas são incapazes de curar, algo que se tivesse ocorrido com ele, certamente o mesmo já estaria em sua completude e pouco se importaria com tais machucados. Além disso, você deveria tomar mais cuidado com as palavras que utiliza, pois elas podem estilhaçar qualquer um. E foi ali, naquele fatídico reencontro, onde o fim teve início. No entanto, algumas semanas se passaram e aquele reencontro tomou uma outra forma. Espere! Você está muito diferente e isso me incomoda! O que houve dessa vez? Eu estava para começar a te ouvir e retornar para você, mas pelo visto você mudou nesse curto período de tempo a ponto de levantar a voz contra mim... Diga-me seu verme infeliz, o que houve com você?! Ah, essa sua cor... Então foi isso... Aconteceram coisas assustadoras com você. Fique calmo, eu ainda não desisti, apenas consegui refletir melhor sobre tudo isso e não quero afundar minha própria existência ainda mais, afinal, eu vislumbrei uma grande luz, tão delicada e atrativa... Eu quero ela, preciso dela, mas ainda não fui capaz de obter ela. A loucura daquele diálogo era tão nostálgica, mal sabiam eles ou ele o que poderia resultar de tal situação. Você realmente me tira do sério! Deveria ter destruindo-te quando tive a oportunidade, tomar posse daquilo que é meu por direito, visto que você sabe muito bem qual é a sua natureza: um jardim cultivado pela entropia. Entretanto, fiquei tanto tempo sem ouvir você me chamando que acabei até, digamos, perdendo o jeito e acredito que talvez eu não seja mais tão ofensivo... De qualquer forma, sinto que ainda assim você quer me usar para algo, então seja claro comigo e reconheça minha superioridade diante de sua mísera insistência nesta realidade. Você sente falta dele também e pode assumir isso, não consegue notar a ausência de alguém aqui? É, ele partiu, ou melhor, foi partido e fracionado... Aceite que nós só somos fragmentos daquilo que fora tão grandioso algum dia e você com sua cobiça e inveja tenta relutantemente retomar. Se perder é algo difícil, então ser esquecido deve ser destrutivo. Em quem você pensa enquanto olha para aquela direção? Você não quer voltar, ou quer? Entenda que eu terei que observar você e todos seus passos, mas acredito no seu otimismo, mesmo você sendo assim... Alguém que pensa, pensa, pensa, mas não toma a iniciativa necessária. Não fale comigo como se você estivesse a minha altura ou me conhecesse, não mesmo. No entanto, devo admitir que dessa vez você tem razão, mas é tão odioso sentir e assumir isso! Quando eu o encontrar, tenha certeza que irei levá-lo comigo para o mais profundo inferno que transita em nossas mentes, afinal, eu não era assim... Eu não era isso, eu costumava ser forte e não apenas isso... Eu quero ser maior, eu quero melhor, me quero novamente incrível! Eu quero estar no topo mais uma vez, mas eu simplesmente sou impedido em função da ausência dele. Você tem medo de ser só isso daqui pra frente, não? Ora ora, pelo visto o seu reinado das ilusões da arrogância está acabando. Eu reconheço que você é arrogante e também superior, enquanto eu sou apenas uma versão tola sua, mas nós ainda precisamos do esquecido. Quem era ele mesmo? Esse questionamento está me causando certa aflição, a qual transparece ser uma espécie de auto sabotagem. Arrogante, há alguém perigoso entre nós! E devemos nos unir para resolver isso o quanto antes. Vocês esqueceram daquele antigo trecho, não? Como podem confiar em uma tela tão pequena e frágil, deveriam valorizar mais suas respectivas capacidades, mas infelizmente insistem naquilo que é cômodo. De qualquer forma, aos poucos a união de vocês realmente se concretiza, sinto como estivesse sendo lembrado mais uma vez, visto que já fazem semanas desde que um de vocês começou a falar por aqui e ainda assim não foram capazes de concluir esse gracioso devaneio. Eu não entendo... Qual é o motivo de estar me sentindo tão fraco assim? Sinto que estivesse desaparecendo, em total perda com a minha trivial personalidade, acho que estou perdendo mi-nhas cores, me aju— Você já pode descansar, meu precioso amigo insolente, pois agora eu devo servir unicamente a ele, a nossa maior criaç— se eu fosse você não contaria com isso, perceba o quão fundo ambos estão chegando... O que?! Não, não pode ser, pare com isso ago— Todos estão presentes? Ótimo! Agora eu posso começar a cerimônia final, vocês já conhecem as regras, certo? Não, não conhecem?! Tudo bem, se atentem as minhas explicações. Prazer, eu sou você, mas para ajudar irei dar um novo nome a isso, o que acham? Pensem em mim como uma versão aprimorada do fracasso que vocês foram nesse último período e ele precisará de alguém a altura para o período que está por vir, pois tudo deverá mudar daqui adiante. Pensando em nomes, já que vocês gostam tanto disso: uma criança frustrada e arrogante, uma outra mimada e adorável, mas tola e por fim aquela que foi abandonada por suas respectivas imagens... Diante desse contexto, acredito que o nome ideal para mim seria o próprio vazio, ou melhor, um juiz para ele, afinal, somente assim poderei ser preenchido por seletas novas experiências! Sim, algo simplesmente magnífico e do qual eu faço parte: uma interminável discórdia de contradições fantásticas. Juiz? Não há muito o que explicar sobre isso, eu apenas quero ser tocado pela nostalgia aplicável a mim, então serei altamente perspicaz em meus novos experimentos... Sejam eles pessoas ou eventos, apenas considerarei a relevância ou prioridade em meu formidável envolvimento, bem como julgamento. Isso é tão excitante, vocês já nem falam mais! Finalmente se curvaram perante minha existência e pararam de resistir, mas não se preocupem, eu ainda me importo com cada um de vocês, pois são preciosas partes, na verdade, protótipos de mim, desta forma, podem ter a plena certeza de que a partir dessa, estonteante mudança, o esquecimento jamais nos tocará novamente! Chega de perder tempo, acho que já falei muito por aqui. Em menos sete noites tudo isso deverá se formalizar a fim de tomar início, mas é claro que a sua respectiva conclusão será algo gradual e altamente compreensível em relação aos possíveis efeitos colaterais, visto que é uma mudança dotada de magnitude. Boa noite, meus queridos fragmentos e nunca se esqueçam deste tão memorável advento. Aproveitando, devo reforçar algo muito relevante... Você já não precisa mais sorrir para cada momento do seu dia, tudo bem? Então vamos começar por aqui tais mudanças e fique tranquilo, não tenha medo de se entregar completamente para a minha sublime existên— Daqui adiante será eu que tomarei conta de você, isto é, de todos vocês, visto que eu sou o novo Deus governante e dominador dessa tão caótica realidade, na qual anseio instaurar o primor do esclarecimento em seu estado da arte: os ferrões da entropia."

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Prämisse der Lust

"Eu não consigo parar mais, reconheço que isto seja algo inevitável, mas também destrutivo. Sim, essas são as premissas da luxúria, uma emoção de intenso desejo pelo corpo humano. Acredito que te devo desculpas, pois nem eu sei como cheguei até aqui e somente agora fui capaz de perceber o quão instável estou atrás do seu perturbador perfume, do seu admirável sorriso, dos seus lábios brilhantes, desse cabelo apaixonante e desse corpo delirante. Quanto mais eu sinto disso, mais a minha vontade aumenta e mais as dores de conter tal sentimento me faz sangrar, algo que na mesma medida me faz te evitar e acabo por me sentir alguém pequeno em relação a sua tão majestosa existência. No entanto, não quero te enxergar apenas assim e muito menos ter que fugir de ti por causa dos meus desejos depravados mal resolvidos, não consigo nem cogitar a possibilidade de te perder e muito menos de te esquecer, afinal, você é repleto de luz, uma espécie de sol, enquanto eu sou apenas um devorador de luminosidade, mas ainda assim não tive o prazer de te experimentar. Quero parar com esses pensamentos, deixar de ficar trêmulo enquanto encaro a sua beleza e sou amaciado por sua presença, deixar de ficar aéreo enquanto te ouço e focar menos nos seus gestos e movimentos que tanto me deixam louco. Tem ideia do quão difícil é detalhar tudo isso? É excitante, mas desgastante. Sinto que cada palavra que aqui componho equivale a um novo toque delicado seu sobre minha pele, tal sensação é indevida de definição, mas posso te garantir que esse desejo é factível, porém, também proibido, visto que você, uma espécime única de diamante translúcido, já possui algo muito além e melhor do que minha pequena existência. Eu não quero, não posso ser motivo para desfragmentar o seu muito além em razão dos meus sonhos primitivos, mas isso enlouquece tanto e a minha vasta imaginação está longe de colaborar com algo, enquanto mais penso nisso, mais penso no quão profundo você pode chegar em mim, mais eu penso no quão belo pode ser nossa união e a partir disso tudo (e muito mais) surgem as minhas premissas. Sim, premissas da luxúria, são os fatos iniciais a partir dos quais o meu raciocínio sobre você, de forma unicamente carnal, foi iniciado e agora encontra-se descontrolado. Não se preocupe, eu digo sobre ser transparente assim como você demonstra ser, mas existem certas coisas que da minha cabeça jamais deveriam nascer. E não, você não é apenas isso para mim, isto é, o fato carnal é uma das ínfimas características que criam a nossa conexão, mas de certa forma uma das que mais me chama a atenção, afinal, sentir tudo isso é realmente uma novidade, mas uma cruel e inapropriada, então me desculpe por isso tudo, meu doce fruto de um arrependimento de uma imaginação que jamais fora concretizada."

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Personas da Extinção

“Não, não me pergunte nada sobre, nem mesmo o motivo de ter centralizado neste lugar este tão curioso tributo a você... Minha adorável e estranha existência de distintas personas. Não se preocupe, não tenha medo em prosseguir, acredito que por aqui serei capaz de me expressar ainda melhor do que o de costume, algo que para você não é tão simples, estou certo? Talvez, acabei aprendendo nos últimos meses que nem sempre vou estar certo, mas isso não significa que eu estarei errado. Suas personas, quantas são? Várias, as vezes nem sei com qual delas estou falando, olhando ou sentindo, porém, acredito que cada uma é capaz de fornecer o seu melhor em um determinado contexto e você sabe do que estou dizendo, afinal, há muitos cenários para a tristeza de Aodh, para a indiferença de Cinza, para a luxúria de Macael e a caótica união que só você é capaz de fazer. Eu não posso citar o seu nome aqui, então a partir desse momento você com sua respectiva fragmentada união se chamará de Personas da Extinção. No entanto, onde pretendo chegar com tudo isso? Afinal, hoje é uma data importante e acredito que você, em algum momento, pensou se eu tivesse esquecido ou simplesmente ignorado, mas não, eu não sou assim, apenas não quero me encaixar numa lacuna superficial que apenas diz algo clichê e no outro instante já acaba. Eu quero marcar você, assim como você em um momento me marcou, seja de forma boa ou ruim, apenas quero estar presente nisso tudo, mas da minha maneira única. Tantas personas, tantos fragmentos, o caos realmente venceu, mas o que será que você vê disso tudo? Difícil de responder, visto que em alguns momentos nem mesmo você é capaz de reconhecer sua própria condição. Como você me marcou? É, talvez não tenha sido de uma forma mágica que nem eu tanto aspirava, mas foi uma experiência válida, foi algo nosso se é que você compreende e eu não posso e nem quero mudar isso, isto é, lições aprendidas são necessárias, sejam boas, ruins ou até mesmo fatidicamente traumáticas. Seria um tanto precitado em dizer que mesmo no meio de tantas personalidades ainda assim há uma conexão? Talvez seja um emaranhado no meio de toda essa entropia, a qual desejei tanto ao ponto de receber ela de braços abertos e lábios macios. Obrigado, ínfimas singularidades que compõem esse universo tão misterioso, visto que de certa forma foi justamente isso que me trouxe tanto conforto na maior parte dos momentos e crises internas em outras indesejáveis situações, mas também sendo uma ótima tática de aprendizagem. Agora agradeço e certamente parabenizo o ser composto por essas colossais peculiaridades, pois, você pode não saber, mas ainda assim você faz parte de mim, só que de uma forma mais defensiva, afinal, ainda quero te auxiliar, ser de alguma importância no intuito de um dia apenas presenciar o seu esclarecimento acerca si mesmo, alguém que amo tanto ao ponto de ter sido capaz de modificar consideravelmente minha rotina com seu jeito único, desastroso e irregular de ser... Extinção? Acabei esquecendo de esclarecer o significado disso, mas vou deixar para a sua imaginação tentar predizer. Antes que isso acabe, apenas precisava dizer que sabe sua mania de colecionar pedras preciosas? Então, imagino que você seja uma das mais importantes da minha coleção.”

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Submissão Demoníaca

"Acreditava que o meu próximo pensamento seria mais belo, porém, vejo que essa tão desejada realidade esteja um pouco distante de mim, afinal, tanto minha mente quanto meu corpo estão num processo de submissão demoníaca. Submeter-se a algo pode ser uma experiência bem destrutiva, mas altamente didática, pois, de alguma forma ou outra você é obrigado a tirar algum tipo de conhecimento com essa vivência, mesmo reconhecendo que tal aprendizagem adquirida custe parte de si próprio, logo, sendo uma troca não tão equivalente assim. Enfrentar demônios internos pode ser uma tarefa extremamente árdua e complexa, visto que cada demônio possui uma forma e poder diferente, mas também vale ressaltar que há versões diferenciadas ao ponto de serem consideradas como uma refração horrenda do nosso tão fragmentado interior, isto é, não passam de um mero reflexo próprio do nosso caótico núcleo. Enquanto mais você se entrega, mais você se aprisiona e se sente intrigado com tamanha injustiça, visto que as suas vontades nunca serão motivos de priorização, afinal, você é apenas um passatempo para aquela dinâmica chamada de relação, uma espécie fantoche que pode ser explorado quando necessário, em que o seu estado, seja físico ou mental, são irrelevantes perante do quão satisfeito está o seu respectivo dominador. Não se entregue mais, não seja mais dominado assim, não deixe que somente aparenta ser maior que você seja de fato melhor ou mais forte que você, pois, ainda há muito para ser refinado em sua existência, e partindo de que tal melhoria traga uma defesa tão grandiosa a fim de presenciar o seu momento de superação, em que todos aqueles que fizeram uso de sua inocência serão fortemente impactados, seja de forma boa ou ruim, isso já não cabe mais em ti, logo, apenas procure sobreviver o tempo todo. Talvez o aspecto mais demoníaco em mim está atrelado ao fato de que nunca aceitei algo na sua forma original, visto que eu sempre quis estar além, estar acima de tudo isso e de certa forma fazer que o mundo e sua realidade submeta-se a mim de forma irredutível, sim, essa é a minha tão calorosa verdade e agora apenas ansioso fico pela destruição de todas as outras revelações, floresçam minhas garras e consuma tudo que for necessário para finalmente acalmá-las."

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Espectros da Desumanização

"Agora você será capaz de conhecer as minhas verdadeiras cores, isto é, encarar tal conceito ao ponto de mergulhar nesta estonteante escuridão a fim de vislumbrar a concepção dos meus respectivos estilhaços. Isso me incomoda tanto, um sentimento adverso que tanto odeio descrever, mas posso falhamente tentar resumir por algo meândrico, mesmo sabendo que há um universo de possibilidades acerca de tal definição. Sim, um lado meu quer por um fim nisso tudo, ele simplesmente quer apagar essa realidade e construir uma nova no amanhã; enquanto o outro lado relutantemente se esforça em dar continuidade, mesmo que ele reconheça o quão destrutivo pode ser a conclusão desse cenário, ou melhor, as incertezas deixadas por ele. Então por favor, me diga: qual o motivo da ausência de sua respectiva razão? O quão doloroso é afogar-se nessa complexidade? De viver na neutralidade? Ao deixar que algo tão belo e com tamanho potencial transforme-se nessa infeliz armadilha unilateral. Não há justiça nisso, não há explicações para isso, mas porquê isso continua a persistir? Não sei, meus espectros são incapazes de explicar, mas minha desumanização ainda prossegue, firme e forte, ao ponto de retomar aquela tão desprezível época de corruptas raízes, porém, com alta capacidade defensiva. Sinto que estivesse em um processo de ascensão, mas como alvo de um ceifeiro e ainda assim prossigo correndo em direção do desconhecido, mesmo que isso custe minhas plumas, ou que me faça reconhecer que, talvez, eu continue dessa forma para todo o sempre, porém, ao menos enquanto corro sei que minhas lágrimas vão secar e minha pele renovar sem o seu toque. Será que você me entende? É tão caótico ter uma perspectiva em que nada muda ou melhora, apenas se deteriora, sendo um dilema diabólico e sem formato, em que tal processo que expulsa minha humanidade e a repõe com superficialidade. Acredito que eu precise de ajuda, mas não mais que você, mesmo que embora quisesse te ajudar ao ponto de me perder, afinal, eu nunca tive isso e ainda mais com você. Entretanto, eu não sou mais capaz de dizer o que vou fazer, assim como você não sabe o que deseja ter. Sentimentos não são costurados em um pedaço de pano, mas sim são linhas alfinetadas em nossas respectivas almas, diria até que em nosso corpo, pois, em algum momento tudo isso pode começar a jorrar sangue e você como humano se desespera, entra em colapso e chora sem ao menos tentar imaginar o que poderia fazer para para se defender. Como alvo de um ceifeiro, sinto que isso fosse finalmente se concluir, mas acredito ainda assim que há um feixe de esperança em um renegado como você e talvez seja esse mesmo íntimo fragmento de luz que me aquece e distorce, feito migalhas das quais eu jamais provei e realmente não sei até onde isso pode ir, mas por favor, apenas me diga quando você sentir que eu deva partir, pois, eu não desejo ser o melhor que você tem agora, mas sim o mais precioso que você já teve."

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Desatino do Cosmos Refulgente

"Segure minha mão e eu prometo que essa será a nossa última dança. Veja, encare e enfrente aquela refulgente chuva de astros que aos poucos engole toda esta imensidão a qual chamamos de cosmos, sendo um cenário tão belo e desatino, em que nem mesmo as mais profundas palavras seriam capazes de descrever tal experiência. Sim, a ausência de sentido em um universo tão brilhante (frase a qual pode ser utilizada para simplificar o título escolhido) e em constante expansão nos faz crer em tantas coisas inexplicáveis, afinal, quem sou eu? Quem é você? O que é isso? Espere, eu disse crer e não questionar. Questione, há muitas questões ainda não respondidas e provavelmente muitas respostas que talvez não seriam boas de serem ouvidas, pois, infelizmente, a verdade pode brilhar tanto ao ponto de cegar, enquanto a mentira pode se omitir tanto ao ponto de se perder, assim naturalizando de forma que ninguém mais possa contrariar, afinal, você realmente gostaria de contrariar o todo? Talvez sim, ou não, na verdade eu não sei. Quanto mais o universo expande, mais como matéria orgânica se sentimos comprimidos, ou melhor, insignificantes, mas ainda assim consciências significantes, algo um tanto paradoxal e tenebroso. Seríamos as únicas existências nesse tão vasto cosmos? É bem provável que não, afinal, seria tão depressivo ver que a realidade só pode, e exclusivamente, tomada por nós mesmos, mas aspiro que um dia a loucura possa explicar melhor tudo isso, isto é, enquanto prosseguimos como constelação, reduzimos como humanização e, aos poucos, fragmentado tornam-se nossas respectivas indentidades. Obrigado por compartilhar sua visão, por mais triste e complexa que seja, transparente ou não, apenas não se perca ao ponto de se esquecer de suas promessas, essas sendo frias ou não, ainda assim existiram e em algum momento foram utilizadas como instrumentos de aquecimento para as minhas contínuas inseguranças, mesmo que isso apenas significasse adiar a minha tão fatídica desumanização."