28 . skinny-dip in my mind then inhale my words . @brunbrooks
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talvez a dor que eu sinta, passe
um pássaro apedrejado em pleno vôo olhando duro para os céus azuis tudo desce rodopiando em direção ao solo traços vermelhos cintilantes riscando raio amargo do desprazer, do destacar-se da vida segue uma linha reta até às pedras e rebate toca o oceano e afunda, engolido pelos seus abissais a revolta das ondas fazendo a espuma branca sendo engolido pelo monstro dos tempos marítimos eu desritmado permanentemente entorpecido o amassar da lataria engavetando o trânsito ruídos e rosnados por entre o som bestial contra o asfalto e o suicida sobre a balaustrada da ponte aves de metal atravessando o horizonte ventania arrebatadora varrendo os cabelos das faces olhai os olhares, as veias saltando às têmporas os olhos saltando as faces, as bocas escancaradas o desvario da pista e da alcateia de edifícios eu átono permanentemente entorpecido vede o fogo subindo pela lenha pelo tapa-sol da janela e correndo o carpete o fogo-fátuo comendo meus pés dentro de séculos de história de uma cidade insone, murmurantes perrapados corpos que contorcem à água, vendaval e tormenta ouves o canto de misericórdia e socorro? a salvação divina que venha aos vivos descendo e subindo e rolando, talvez mortos os morros eu já pós-vida permanentemente entorpecido a senhora queimando os dedos na panela já nem sente e alega que seus dedos são dementes nossa redenção, doente. o entorpecimento, habito.
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um cenário pra nós;
De noite as luzes neon saem às ruas Caminhantes e brilhando como estrelas Gigantes gasosas marcando nossas faces Criando a atmosfera das nuvens em torno de nós O concreto, o asfalto, o meio-fio Eles não refletem as cores que os letreiros gritam E nós existimos na irrealidade da madrugada Porque os carros e ônibus não passam mais aqui E as bicicletas descansam, - estarão de pé cedo pela manhã Você e eu sonhamos e unidos nos mantemos pela baixa temperatura A névoa neon sai à calçada; a noite nua, dançando lânguida Fumaça e brisa e a luz vermelha acendendo Você pintado da cor das ruas, do desespero e da sarjeta E reluz e fulgura e respira o peso da nossa natureza Uma planta louca nascendo no quebrado, subindo pelo bueiro É difícil amar aqui, entre as garrafas de vidro e caixas de papelão Mas é incrível amar aqui, tão sobrecarregado e pesado aos olhos E, o verde e a cor das flores saindo de dentro de mim Eu abro a boca e há a secura do algodão, a tonteira da bebida A sensação torpe do que nós dois temos entre um beco e outro Borboletam as pétalas lábios abaixo, à direção dos tênis imundos As flores corais que brotam das rachaduras dos meus lábios Elas destruindo a rua sem saída Nós sem saída, sem fim, sem meios e opções Tudo o que nos resta na cidade são as raízes As raízes das flores selvagens se embrenhando Aos pulmões, mortos vivos do trânsito diurno Corações de néon, citadinos noturnos
- @brunbrooks
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nameless
I feel numb, I honestly know this feeling better than I could wish for Sometimes, when I’m at breakfast table, Sitting in the bus, looking at the sky, the loss The numbness and the dim gloom of the days I don’t even want to open my eyes, speak or breath The simple obsolescence of life, of my life Getting over by the sole of the door, in the porch, reaching for the sidewalk Lying between the curb and the asphalt Crawling the crosswalk to see the traffic lights Just so I can see some colour and life, even if it’s red Senseless red, Nevertheless red, alert signs, incessant beeping Better than the apathy, the empty, the wardrobe Swimming now in the abyss of sheets, lights out Disappearing as demons, in the dark The teeth gnawing the pads of your hands, flesh red In these streets you can stop the numbness in the red light You can go on, above the corpse, floating red balloons
- @brunbrooks
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juliet and romeo.
We are star-crossed lovers in the same body Sharing our senses and virtues Meaningless mindless mannerisms Mingling with the deepest thoughts of our souls Twin soul, a soulmate, in this whole body, made one Fusion of ages and the melancholic smell of fresh grass The furious drop of the thunderstorm and the daze of the droplet of dew What shall we do with this moment? This glimpse? Dancing with this infuriating pair of us Flowing in the pas de deux, the fluidity of our flame They say we are alone in this world, We are always with our forbidden lover, though Even as one, we are living side by side They both die in the end.
- @brunbrooks
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let it flow
skinny-dip in my mind. inhale my words. suffocate in despair. asphyxiate on my legs around your body. fight against my arms around your neck. I’m not afraid of yelling these words, they are beautiful. fragile. tender. soft. petite. it’s apathy and frantic. your words floating inside bubbles. breaking the surface and exploding, becoming a melody. the sirens chanting the calling. skinny-dipping in my mind. inhaling my words. suffocating candid.
- @brunbrooks
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lost.
Grupo de apoio a pessoas que não pertencem e constelações anônimas, para as coisas que talvez se liguem. As redes de amigos desconhecidos e as leituras compartilhadas com estranhos em parques privativos. Essa pessoa sou eu, uma das que pisam especialmente em folhas secas para ouvir o quebrar de sua transformação em matéria e fotografam pensando na proporção áurea, gastando os minutos nas janelas observando o movimentar do céu e anotando banalidades sobre o último livro do qual discordei através escrita marginal (aquela feita nas margens espaçosas). Não pertencer é como estar em um banco na estação esperando a chegada de seu metrô. As pessoas passam e elas sorriem e se preocupam e vivem e caminham. Mas seu trem ainda não chegou e você apenas observa a movimentação por trás das paredes de vidro as quais você vive e faz morada. Seu lugar é o não estar e você é um vazio absoluto. Você não está cansado de estar perdido? Aqui não é o lugar. O trem não é o lugar, e acredito que nenhuma das outras estações vá ser o lugar. Estar perdido aqui é apenas a polifonia da vida me ensurdecendo das canções do rádio, da vida comum. Às vezes eu quero ir para casa e saber que gosto terá o jantar. Um homem senta do meu lado e ele se levanta e sai. Uma mulher senta do meu lado e ela se levanta e sai. Uma criança passa segurando a mão de uma pessoa mais velha, ela não me olha e sai. Uma jovem se veste como os jovens se vestem, ela aguarda o metrô. Às vezes quero tocar meus pés no solo gramado de onde vim, bem que eu não saiba o lugar. Enraizar-me e encontrar as outras pessoas perdidas. Tenho me encontrado, porém. Olhado meus olhos, as manchas de sol no meu rosto. Busco um código de identificação com a árvore no meio da praça, uma coruja buraqueira, um caderno antigo de anotações num brechó ou a mecha de cabelo infantil guardada no álbum de recém-nascido. Mergulho entre as calçadas olhando o meio fio, perguntando onde ele me divide, entre ir e esperar para cruzar. Eu li sua frase no muro. A que falava sobre mim. A que tinha minha face como base do estêncil. Várias mentiras sobre a realidade a qual pertenço, eu, ser elevado ao patamar da sinfonia etérea das imagens abstratas sobre fragmentos da realidade a qual não pertenço. Você é uma intervenção sobre mim. Cartazes e mais cartazes de procura-se. Notícias de perda e uma três por quatro numa caixa de leite em inglês, pois já se foi pensado que eu poderia ser desse espaço extramundano onde falamos outras línguas e me comunicamos pelo roçar das nossas. Então, ali, de frente ao painel no muro da casa ocupada a meses, eu me encontro como parte da cidade. Minha cara parte do mundo. Em roxo e branco, como um anúncio criminal e uma poesia embaixo para as informações. E eu me mantenho perdido. Se me procura, saiba: Estou perdido aqui. Ainda estou perdido aqui.
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coisas que eu sei (sobre o que nunca foi dito)
Te escrevi um telegrama ontem; Um sobre todas as vezes que nos olhamos e nada dissemos por infindáveis momentos, perdidas no significado do que era estar ao lado de alguém e não ter as palavras para dizer, mas éramos tão jovens e o amor e a repulsa andavam juntos conosco. De mãos dadas, dedos entrelaçados como nossos dedos. E sobre como todas as pessoas nos olhavam e deviam se perguntar o que havia e talvez imaginar que sabíamos a respostas, porque as pessoas imaginam que sabem, quando na realidade também nos olhávamos nos perguntando sobre como seriam as exclamações caso em algum momento nos fizéssemos, em voz alta, aquelas perguntas. E então sobre cabelos se unindo numa só cascata como se possuíssem uma só raiz, trilhando caminhos que desciam nossos braços e seguiam, como se fossem um só conjunto. As ondas, rios e cachoeiras turbulentas de emoção e as mãos unidas na calma do contato. Dizendo olhos fechados, sentindo apenas a presença e o contato ínfimo, íntimo, das peles que não se chocavam, apenas se apresentavam numa paleta dégradé dos tons com ou sem sardas, com ou sem pintas, minhas constelações no seu vazio absurdo e isso era apenas um sonho. E quando sonhava, entre um devaneio e outro, meu corpo era atraído pela sua gravidade e pelo aquecer de seus braços, aquele contato puro e não inocente da proximidade entre lençóis que não nos pertenceriam, eu deixava acontecer. Você deixaria acontecer. Então assobiávamos no mesmo tom nossa trilha sonora e a forma como nos encaixávamos naquele mundo. Éramos confusão e turbulência e não sei se um dia fomos leveza para além dos toques e dos nossos subentendidos. Te escrevi um telegrama ontem; Que falava sobre anos e séculos e galáxias e amores. Um que discursava sobre a lógica do desejo, a definição de sexualidade, a ebulição da juventude, sua beleza destruidora, a pressão dos pares, os trilhares da vida, a destruição da propriedade privada, o narcisismo, a perda e o sentimento de luto, uma tese sobre a formação humana. Te escrevi um telegrama ontem, e ele dizia- Ele apenas dizia.
- @brunbrooks
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last days of my life (part I)
Regular midnight drunkness Lets get drunk by the pier, you and I Lets get drunk mid-week, anyone Breaking into the city theater to get high Laying on the center stage, smoke twisting over our heads “Fancy company, babe? Is there anybody home?” Drunk on longnecks and cheap wine I don’t wanna sleep in my own bed But I’m willing to budge up in your sofa And maybe if you have a nice rug in your room; that applies too; Always a hot mess, picture this: Sleepover mates and this tiny backpack, Clean lace knickers and a noodle; toothbrush I can balance everything with orange juice and sunglasses Through the phone, Mama listens to my laugh Even though I’m not sure where I’m gonna be tonight I’m late, there is time for the pitch-black coffee There is a hangover and a quickie before the front door I walk the streets alone too, under the sun or the stars I never felt so good, this much freedom; intoxicated by it I never call home, crying or feeling a loser I just cry in stranger’s bathrooms, cold water running I just feel like a loser when I’m alone Nevermind I spend too much time this way.
- @brunbrooks
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can you capture life?
Focus. My lenses on you. You laid on the ground. I’m not sure about the state of mind. The atmosphere is warm Your body raw and bare and pure and it sheens There’s this white shine coming through the windows The railing’s shadows drawing on your body You stretch, arching your back, hair splattered on the floor Who are you? The statue I will immortalize in this frame. The soft movements of your breathings The humming of passersby twenty floors down A neighbour watching the telly, A cat tiptoeing to the kitchen, I can hear the life and see the colours, even smell your scent I will destroy life through the camera, immobilize senses Now everything will be only on my mind, a memory Triggered by this photograph I will remember you Beauty. Love. Lust. Youth. The tiny flat downtown. I will make it a dream in the back of my eyes Never again broken pieces and split souls Never again the decadence and the imperfection beauty of life Ethereal now. Aesthetic and nostalgic and fading with time I might not remember your name, so close your eyes I aim at you now. I will shoot. It’s done.
- @brunbrooks
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une femme qui dort
Under the disguise that I’m better of alone I drink the midnight and smoke the evenings The days are dull. At least they don’t hurt anymore. I’m living on glass after glass - sometimes, lunch time doesn’t have alcohol, you see - I feed myself on passersby, junk food and memories I spend my days with strangers, making home on them I’m aware of their preferences and philosophies Some of them like to talk about ‘what ifs’ Some have this distinct way of acting when there are just the two of us Some would do anything to get in my pants, yes. I don’t care. I like to watch them, living, breathing, smiling, These beautiful, gorgeous people, these existences While I am in standby, observing, listening, following And only smiling if it’s to reciprocate
- @brunbrooks
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impressões de carbono (possuem falhas)
Olá, diamante no meu céu Você que codificou as constelações nos meus braços Que impediu a forma do arco do cupido em meus lábios Que plantou a raiz do amendoado dos meus fios E que derramou em mim as ondas dos meus cabelos O desenho magro do esticar das minhas pernas E a silhueta fina dos meus dedos contra a luz Você, escondido num corpo reflexo da minha mãe Você que eu consigo ainda encontrar olhando no espelho Cavando na saudade, na lembrança Eu encontro você. E você brilha. Você ainda brilha.
- @brunbrooks
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is this even real?
We collapse in these mornings and I melt As ice cream does in the january sun, as I do in your hands Running down your fingers and wrists Connecting drops of vanilla through our skin, part of a whole A disconnected speech stumble out of this icy tongue About the taste and the smell and and those curly locks in your temple We, so high, as our constellations and blue sky - since the clouds are not far enough We, into the absurd and out of ourselves, in a white landscape of nothingness When we are induced to some condition free of thoughts, freeze brained And my mouth loses senses and your eyes lose the sight When I melt in you, all that is left Is the intoxication of our truth - not well hidden, not a secret one We are the sheer existence of the spoken feeling For we make it as real As ice cream, Melting in the january sun
-@brunbrooks
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inconsequential selves we were
What is the nature for? If not for making us get close together. Lying through our teeth, locking eyes with smirks on our faces and blood running through our veins in antecipation, I wanted to see you by my side like I could never before. In your arms, pretending I could call you Morpheus and not call him by your name after that. The skies were dark and heavy and you knew me so well already. Inside our made-believe world, we were down to our intimacies and misspelled words and missguided touches. We laughed. That’s who we were back then and we ended up leaded by the rain to each other. Slicky skins wet with sweat. My hair was plastered to my forehead while you whispered sweet inconsequential nothings in my ear. We were laughing each time our bodies make their ways through that fricction of ours. Quiet. You. Me. Like years ago. Mildly or not, the pressure of the skin against each other, even so, not immersed. And I was longing for you again, in that way that meant likely nothing far from our teenager-induced freedom. I have missed your touch and your voice. I said that I loved you so many times, ‘cause I was not afraid to love you senseless. I wanted to round your waist with my arms and touch the tip of your nose with my finger. I watched you undress and remembered those days, pretending I didn’t care anymore about the tender touch. You were always something else and there was something about you. You interlace our legs and let me rest my head in your shoulder. My hair splaying on your chest such as a painting of two lovers lost in longing and the lyrics of our song playing soft in the air. Slaps and bites and nasty epiteths, there was no jealousy or pain in our reasonings. Tornado and Volcano met. And yet. Here we were, laying in the silence through the rain in our tent. The condensation of our breathings dripping from the cloth walls inside while we reminisce about lifts, stairways and crowded pubs. If I were to say ‘I love you’ right now, were it suppose to sound different from what I mean? Cause I mean it when I say I love your smile and your smell and the way you can hold me whole without asfixiate. In that easy and weightless way of ours. I say nothing. So many rainy days later, everything I knew before colide and is destroyed by lies in an effortless blink of an eye. The house is licked by flames now. Me. One more time a runaway. It’s Quiet here. You. Me. Not like years ago at all. We are so different now. Not much nature is left for us or the joy of being worriless. The ceiling assumes the role of the tent cloth dripping condensation and wets the matress and the sheets, with the rain that we've made sure didnt reach us that day a galaxy ago, in our whole secure world of fairy-tale. My whispers reach you in the cozy morning of your body presence, our waking slowness crumpling the duvet. It’s hot as it always is with you by. My voice is nothing but the last drop of the night before “Do you think I’m in love with you?” “Just a little, yes”, you confess, in your language. The voice of yours carries its usual roughness you find around eleven AM, tired for binge watching movies while I observe you living your easygoing life, through the chaotic existence mine usually is now, when I’m not laying in bed with you. I must confess too: I’m an overafecctionate lover and partner and I relish in running my nails feather-like in the small of your back, like now. “I happen to love you, yes.” I don’t say, but do know, now. I giggle as an answer to your confession. I happen to love... In this way of mine, I do.
- @brunbrooks
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we connect
I saw you there. In the corner, looking to the sky. You had that grin and that smell of yours. I knew you weren’t one of the lads i could come closer. Yet, I did. You were dangerous and electric. Like sharp pain, and you gave me no time or painkillers, you ran into me and our bodies colided like magnets. And we were one. That day, by the sea, you took your clothes off and let them pool ‘round your feet, in the sand. A crooked smile on your lips, dangerous and electric and a mistake. You gave one step ahead and our bodies felt like one when I hold the back of your neck. My fingers digging in your skin making it white, - later I would make it a bruise, see -. We were one, as if it was forever. Cold water received us like your duvets would one day, our warm flesh – as one – making me shudder under the southern cruise, above the tide. We made ourselves clear. Out of frustation, I gave up to freedom. You left me on my porch that night. Dangerous and electric and a mistake. You were a lover. I was a lover too. I lost it now, to the sea. - @brunbrooks
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about that night we spent together
Casuarina ou não, são nossas cores nas árvores, nossos rostos batendo no vento cortando o caminho de uma trilha sem fim, que nunca se poupa até alcançar a praia. Não importa como você se lembra, é sempre ela. Traçando constelações na areia branca e fina, rolando por entre os troncos, e a vegetação baixa roçando nossos calcanhares. Eu e você, deitados no meio do mundo, observando o meio do céu, sendo observados pelo final dos tempos, deixando os tempos irem. Marcamos nosso lugar como centro do universo, descendo pelo verde, caminhando escondidos, sorrindo, pois estamos fora da linha de vigilância. É assim o mundo aqui. Onde não existe mundo. Somos um sistema binário no vácuo. Não existe nada além do infinito. Mas existe a gente e agora. E não se inventa de ter mais nada do que verde e azul e branco-areia. E as falsas-pinhas afundando na carne macia da planta dos seus pés, na tez clara das suas coxas e nos seus ombros relaxados sobre a eternidade que podemos proporcionar para o vazio. Casuarina ou não, eu posso te ver em meio às árvores e não posso não desejar me aproximar. Correr por entre os caminhos, seguindo seus passos, seus rumos, cada momento em que você desvenda o universo com a cadência de sua voz. E então os sons nos despertam para além dos nossos murmúrios, sãos as cordas nos chamando para dentro das nebulosas, para atravessar infinitos e mergulhar nas dobras da galáxia das conchas na beira da água. Você quer nadar e eu segurar sua mão. Mas a gente não nada. Flutuamos dentre as correntes, tocando as algas com nossa existência e a existência com algo que flui entre nós. Você que faz da vida a via láctea que eu quero caminhar, casuarina ou não, me prende aqui.
- @brunbrooks
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sempiternal brokenheart
Hello Darling, I miss your quiet warm voice telling me about your life. When you woke up and said nothing, had your coffee, got in the sofá right next to me. The way your hair had those little curls and your jumpers were longer than your arms... Till your fingers. The idiosyncracies of you, your skin that was really never mine and the way you seemed Sempiternal. You are over now. I saw your face, your pale cheeks and your jet-black hair. Your shaking hands and nervous eyes. They think I’m out of my mind. Since the day my head fall off my shoulders and I cried. I wonder what they think of you. I think of you. You still Sempiternal. - @brunbrooks
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algo para as coisas que passam
As coisas se perdem. São como fumaça. Como seu cigarro, sua nicotina viciante. Seu rosto viciante. E o, sem tato, seu gosto. Ele estava parado do outro lado da calçada. Me encarava enquanto conversávamos com o fundo de nossos olhos. Ele com sua fumaça e eu com meu silêncio, meus fios escondendo o meu gosto. Queria estar perdida como a nuvem branca em frente a sua boca, enquanto você gritava comigo, desconexo. Suas palavras não coesas, as do fundo de seus olhos. O peso da pele era sempre mantido, os choques e a energia. Os dedos se fechavam em torno do contato fino. Da sintonia fina das palavras que aquele toque mantinha para nosso diálogo, as vezes monólogo. Falávamos juntos as palavras que eu podia escutar, o seu toque também gritava comigo, o meu toque gritava com você. Estávamos urrando como as bestas gritariam à lua. Nosso monólogo visceral era expresso nas ânsias do arranhar, do morder, de um rebentar da força que jogasse esses corpos contra o metal e transformasse os dois gritos saindo de uma só boca. Silêncio. Ele estava parado no banco ao meu lado. Sussurrava, e eram agora seus lábios, sussurrando e não fazendo sentido. Não havia coerência em palavrear tão perto, pensando nos gritos anteriores de almas ensandecidas. Porque ouvíamos? Que sentido era esse o de escutar sua língua? Aquela sua voz desconhecida, a que soava indiferente e que por pouco não falava à mim. Não estava mais dentro de você, estava do lado de fora. Entre nós, junto da fumaça. Pairava. Tão perto. O que nos fez tão longe.
- @brunbrooks
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